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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI

RAFAEL DYMINSKI ROJTENBERG

REFERÊNCIAS RELACIONADAS A BIOCOMBUSTIVEL

São João Del Rei


2022
Rafael Dyminski Rojtenberg

REFERÊNCIAS RELACIONADAS A BIOCOMBUSTIVEL

Resenha do filme “O Círculo”,


apresentado a Universidade São João
Del Rei.

Orientador: Prof. Flávio

São João Del Rei

2022
Resenha do filme

O filme “O CIRCULO” baseado no livro escrito por Dave Eggers, Diretor James
Ponsoldt,, Produção Tom Hanks, James Ponsoldt, Gary Goetzman, Anthony
Bregman, foi lançado no Brasil em 22 de junho de 2017, recebeu os prêmios Teen
Choice Award: Melhor Atriz de Drama- Ação- Aventura
O Círculo trata de um tema polêmico e atual, baseado nas questões da
conectividade da humanidade. Centrado na necessidade de se relacionar com o
máximo de gente possível e a questão do direito à privacidade. Num mundo com
tendência do desenvolvimento da tecnologia da informação dominando cada vez
mais as nossas vidas.
No filme, a personagem Mae Holland (Emma Watson), consegue um emprego
através da indicação de uma amiga numa grande companhia de tecnológica da
informação chamada de “O círculo”, seria uma empresa do tipo Google. Esta
empresa possui um sistema de interação social chamada Zing (uma rede social
semelhante ao Twitter).
No 1º dia de trabalho ao entrar no elevador da empresa ela fica deslumbrada
com o alto nível de tecnologia que empresa oferece. Suas fotos de infância, dos
seus amigos e parentes são automaticamente captadas do mundo virtual (redes
sociais) e projetadas nas paredes do elevador. Segundo a amiga, é a forma que a
empresa procede com todas as visitas para deixa-las mais à vontade e criar
vinculo.
Mae começa a trabalhar no setor de Experiência com o cliente, um setor
responsável pelo atendimento e pesquisas de satisfação. Basicamente ela tem a
função de interação com os clientes e resposta de e-,mails. A empresa analisa
automaticamente o seu desempenho através de algoritmos, desta forma vai
captado também todas as atividades diárias dela, que recebe uma pontuação de 1
a 100. Na primeira semana MAE consegue se dedicar bastante e já atinge 100%, o
que a destaca na equipe.
Os funcionários se aproximam dela e comentam que para ela subir na empresa
precisa se conectar ao sistema ZING, que sua vida social deve ser compartilhada
por todos, é desta forma que a empresa trabalha. Ao mesmo tempo que ela acha
estranho, concorda em começar a se conectar mais, tornando-se bem popular.
O sistema de interação social desenvolvido pela empresa capta os hábitos de
consumo e as motivações pessoais de todos os funcionários e com isso
conseguem ter todas as informações e gostos dos usuários.
Aos poucos Mae se envolve com o dilema de manter sua privacidade ou de
ceder a política da empresa que é de compartilhar todas as suas informações, com
seus colegas de trabalho. Ela precisa do emprego. Afinal é uma das maiores
empresa do mundo no setor de tecnologia da informação, o salário é bom e
perspectiva de crescimento bem concreta. Além disso, seu pai possui uma doença
grave e a empresa oferece ajuda e suporte médico. Desta forma Mae, em prol da
saúde de sua família não pensa duas vezes e se engrena no sistema que a
empresa impõe como condição para continuar. Mesmo que ela tenha que mudar
seus valores de privacidade. Começando então a compartilhar toda sua vida na
rede social da empresa.
Sua imersão no trabalho a transforma na chamada “funcionária perfeita”, sempre
sorridente e amável, mesmo que não se sinta assim, ou seja. Ela passa a viver
como uma “personagem” que tem que agradar para se destacar.
Como Mae se destaca, é convidada pelo dono para fazer parte de um projeto e
aceita ser monitorada 24h através de microcâmeras (tecnologia que a empresa
desenvolveu para monitorar qualquer ambiente em tempo real e com imagens de
alta definição). Aqui começam os problemas que até então ela não conhecia. Ser
observada enquanto dorme, fala ao telefone, conversa com amigos, anda pela rua,
tendo apenas o direito de desligar as câmeras por alguns poucos minutos quando
no banheiro.
Percebe-se que neste momento ela começa a sentir o peso de sua escolha, se
tornou uma celebridade mundial, sendo vista por milhões de pessoas em tempo
real. Mae precisa ficar sempre sorridente e mantendo uma postura “agradável”, o
que é reforçado com a ascensão social no mundo digital.
Ao expor sua vida, seus amigos e parentes começam a ficar incomodados com o
excesso de exposição e se afastam. Começa um novo processo emocional e
transformador. A vida no mundo on-line e um afastamento presencial tornam-se
uma escolha consciente, Mae começa a sentir o gosto do “poder”. Começa um
processo de crescimento na empresa. Aos poucos ela se envolve mais com o
sistema, a rede ZING.
Um fator marcante no filme é quando Mae, tentando ajudar seu melhor amigo,
expõe na rede as obras de arte que ele produz, que é transformar os chifres das
alces em luminárias. Mas as pessoas conectadas na rede ZING julgam e
condenam a atividade do seu amigo, rotulando-o como assassino de animais.
Neste momento ele começa a receber ameaças e procura Mae, pede para ela se
afastar dele e não postar mais nada sobre ele. Mae começa a sentir que nem tudo
que ela posta na rede é interpretado como ela espera.
Com seu crescimento na empresa ela conhece Ty que é o engenheiro
responsável pela criação de todo o sistema usado na empresa. Curiosamente Ty
não recebe nenhum destaque pelo seu trabalho, estando sempre como um
funcionário que nem precisa ir mais trabalhar, ele observa o uso do sistema e se
sente incomodado pela forma que a empresa está utilizando, deixando os donos
com poder e não apenas uma rede de autoajuda.
A empresa começa a captar mais informações dos usuários e desenvolve um
projeto com aliados políticos; A intenção real da empresa é o controle das pessoas
e da política.
A empresa trabalha e consegue ampliar seus contatos e influenciar os usuários,
a ponto de tornar as eleições obrigatórias, sendo todo processo gerenciado por ela.
Ao todo a ela agora comanda todo processo de votação em 22 países. A ideia é
eleger congressistas, tomando assim a empresa O Círculo a maior poderosa e
influenciadora do mundo digital.
Neste processo, como a empesa é conectada a milhões de câmeras espalhadas
pelo mundo, ela passa a ideia de que todos os usuários poderiam ajudar a
melhorar a sociedade. Em uma reunião global, transmitida para milhões de
pessoas ao mesmo tempo, ela lança um desafio, achar condenados foragidos da
justiça e é solicitado o programa que exponha o nome de uma procurada pela
polícia. Neste momento, surge a nome de uma mulher foragida que é localizada
pelos usuários da rede em poucos minutos. Pronto, agora os usuários se sentem
com poder de polícia, e com capacidade de melhorar a sociedade.
Todos os usuários começam a acreditar que o sistema funciona e que teríamos
um mundo melhor se monitorado. Na sequência solicitam ao sistema que localizem
o melhor amigo de Mae que se afastou por conta dos problemas que a rede trouxe
a sua vida. Em alguns minutos os milhões de usuários localizam o rapaz que está
em uma cabana realizando sua arte, a criação de luminárias com chifres de alces.
Alguns usuários começam a segui-lo com celulares e drones, em meio ao medo e
caos, seu amigo entra no carro e foge desesperadamente e acaba se envolvendo
num acidente e morre.
A perda do amigo faz com que ela se isole do mundo, desligando câmeras e
sistemas por alguns dias. Um terceiro dilema começa a se formar em Mae, ela
começa a entender que a privacidade é algo fundamental, mas ao mesmo tempo
ela não pode deixar que os outros percebam como ela pensa, Mae termina
mergulhando num personagem para criar um plano junto com Ty (o criador do
sistema) para retirar o poder e o controle total da empresa.
Ao retornar ao trabalho Mae é convidada para uma palestra para apresentar
mais uma inovação tecnológica da empresa. Neste momento, ela em comum
acordo com Ty (criador do sistema), chamam os donos da empresa no palco e
oferecem ao mundo todas as informações existentes a respeito deles, como e-
mails secretos, contas das amantes, transações bancárias, conversas nas redes
sociais, acordos com político, recebimentos de verbas e mostra ao mundo a
verdadeira intenção dos criados do sistema de controle tecnológico, o controle de
todos, menos deles. Mae termina destruindo a carreira dos donos da empresa e
torna-se a líder.
O filme termina com Mae indo remar um caiaque, sem semblante, meio triste e
pensativa. Quando aparecem dois drones monitorando sua atividade, ela olha para
as câmeras, sorri e prossegue como se fosse a pessoa mais feliz do mundo.
O filme aponta para o velho tema dos perigos da vida on-line, do poder da
tecnologia controlada por apenas uma empresa; O monopólio das informações. A
importância de termos a nossa privacidade preservada fica bem evidente no filme e
o quando fingirmos sermos o que não somos diante da necessidade de aprovação
social.
Será que realmente fazemos escolhas por nossos desejos ou escolhemos
pensar como a maioria para podermos sermos melhor aceitos? E a questão da
saúde mental, o isolamento, o monitoramento, a falta de amizades presenciais e
uma vida dedicada ao mundo virtual. Já existem diversos estudos na psicologia é
mostrando que existem uma correlação direta entre depressão, ansiedade e tempo
que a pessoa passa vivendo no mundo virtual.
A grande questão do filme é a famosa correlação entre ser humano e máquina.
Será que conseguimos chegar a um ponto que a vida virtual torna-se mais
importante que a vida real? O que será do profissional que não estiver totalmente
conectado num futuro? Será que conseguiremos sobreviver a era digital sem
saímos com transatos mentais? E pior, não estaríamos normalizando este tipo de
comportamento e quem não estiver dentro da mesma “caixinha” seria considerado
o anormal?
São questionamentos importantes e incessantes que o filme deixa uma
interrogação. O que será do futuro? Quem controla quem?

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