O capítulo discute os usos sociais e historiográficos da fotografia. As autoras destacam que a fotografia atendeu demandas sociais ao popularizar o retrato e servir como documentação científica desde o século XIX. No século XX, fotografias passaram a preservar o patrimônio e a imprensa ampliou seu uso. Para a historiografia, fotografias eram fontes complementares, mas passaram a ser usadas em livros didáticos na década de 1920. Hoje, fotografias
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Título original
Resenha - Fotografias Usos sociais e historiográficos
O capítulo discute os usos sociais e historiográficos da fotografia. As autoras destacam que a fotografia atendeu demandas sociais ao popularizar o retrato e servir como documentação científica desde o século XIX. No século XX, fotografias passaram a preservar o patrimônio e a imprensa ampliou seu uso. Para a historiografia, fotografias eram fontes complementares, mas passaram a ser usadas em livros didáticos na década de 1920. Hoje, fotografias
O capítulo discute os usos sociais e historiográficos da fotografia. As autoras destacam que a fotografia atendeu demandas sociais ao popularizar o retrato e servir como documentação científica desde o século XIX. No século XX, fotografias passaram a preservar o patrimônio e a imprensa ampliou seu uso. Para a historiografia, fotografias eram fontes complementares, mas passaram a ser usadas em livros didáticos na década de 1920. Hoje, fotografias
LIMA, Solange Ferraz de.; CARVALHO, Vânia Carneiro de.
Fotografias: Usos sociais
e historiográficos. In: PINSKY, Carla Bassanezi; LUCA, Tânia Regina de. (Orgs.). O historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2012. p. 29-60.
A obra “O historiador e suas fontes”, organizada por Carla Bassanezi Pinsky e
Tânia Regina de Luca, apresenta textos que discutem sobre diversos conjuntos documentais e suas formas de utilização pela História. Os capítulos possuem autores especialistas no trato de cada fonte abordada e apresentam as possibilidades e problemas historiográficos enfrentados ao explorar os documentos. O capítulo “Fotografias: Usos sociais e historiográficos”, de Solange Ferraz de Lima e Vânia Carneiro de Carvalho, é dividido em duas partes onde a primeira, intitulada como “Fotografia e sociedade”, aborda sobre a capacidade da fotografia de atender diferentes demandas sociais. As autoras destacam que para compreender a fotografia como fonte histórica, seus usos sociais devem ser considerados e é necessário entender que sua diversidade de usos gerou arquivos e coleções. Ao longo do século XIX, a fotografia popularizou o retrato, onde os ateliês fotográficos produziram inúmeros retratos em diferentes segmentos sociais. Além disso, os retratos serviram de instrumento de documentação em áreas de investigação científica, assim, disseminando o conhecimento por meio de imagens. Na segunda metade do século XIX, as fotografias foram reconhecidas como um meio eficaz de preservar o passado e passaram a servir de instrumento para a prática preservacionista na Europa, onde paisagens urbanas eram produzidas para registrar patrimônios arquitetônicos, em seguida surgiram registros de modelos urbanos implantados. Durante o século XX, o mercado fotográfico foi ampliado e a prática fotográfica documentalista tornou-se marca da produção que era destinada aos meios de comunicação impressa. A segunda parte do capítulo – “Fotografia e História” – fala sobre os usos tradicionais da fotografia, onde no campo da historiografia os documentos textuais eram as fontes mais privilegiadas e a imagem apenas servia como documento complementar. No início do século XX, o uso de imagens nos museus desempenhavam papéis pedagógicos e a familiaridade com as imagens foi constituída. Porém, as fotografias nunca foram destacadas e mobilizadas como fontes, onde as pinturas históricas tinham essa função. Só a partir da década de 1920, os livros didáticos de História passaram a utilizar fotografias de obras encontradas em arquivos e museus, em que o uso era apenas ilustrativo, com o objetivo de oferecer uma ideia visual do texto apresentado ao aluno. No final do século XX, a fotografia passa a ser compreendida como índice, ou seja, um signo definido como vestígio do objeto referente, deslocando a ideia de realismo que a fotografia inspirou desde o início. A semiologia também contribuiu para as reflexões a respeito da natureza da fotografia com a ideia de que a imagem contém um discurso, onde seu código deve ser aprendido. Para investigar sobre a sociedade utilizando fontes fotográficas, o historiador não pode dispensar métodos de análise que partam das especificidades da imagem, pois é necessário alcançar uma perspectiva no plural trabalhando com outras imagens. E para realizar uma pesquisa, é preciso fazer uma análise morfológica do tipo da fonte visual e dos contextos de produção, que envolve as motivações do fotógrafo, equipamentos utilizados e desdobramentos da circulação. Os exercícios de análise proporcionam diferentes interpretações e uma visão ampla do contexto sociocultural da imagem, ajudando a identificar e preservar a memória coletiva de uma determinada época. No final do capítulo as autoras salientam a importância que a fotografia tem nos setores da vida social urbana e nas áreas técnicas e científicas. Mesmo com a disponibilidade de fontes do século XX, a desvantagem é que recentemente houve a valorização da fotografia como fonte de pesquisa e muitos acervos não recebem os devidos cuidados para a conservação física, além disso, há problemas de identificação do conteúdo, dos dados de produção e de circulação.