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I.

Lista de tabelas
Tabela 1: Categorias e classificações das obras;
Tabela 2: Categorias e classificações de empresas de construção civil;
Tabela 3: Taxa de licenciamento de obras.

II. Lista de siglas


IPI- Instituto Politécnico Índico Xai-Xai.

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III. Objectivos

IV. Objectivo geral


 Analisar a legislação vigente no exercício profissional do ramo da construção civil.

V. Objectivos específicos
 Compreender os passos formais para a obtenção de um alvará de empreiteiro ou consultor;
 Mediar processos relacionados a legislação do exercício profissional de construção civil;
 Abrir uma empresa de construção civil.
VI. Metodologias
O método científico é um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos utilizados para atingir o
conhecimento. Para que seja considerado conhecimento científico, é necessário a identificação dos
passos para a sua verificação, ou seja, determinar o método que possibilitou chegar ao conhecimento
(GIL 1999).

O presente trabalho esta em torno dos aspectos formais do exercício profissional da construção civil
concretamente nos aspectos legais e éticos, onde pretende-se com as consultas pela internet, analisar. e
formular conclusões. Trata-se de uma pesquisa do tipo científica, na forma de abordagem qualitativa,
quanto aos objectivos é descritiva e no método de pesquisa bibliográfica

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Introdução
Este trabalho resulta de um exercício formativo no módulo denominado Confirmação Da Sua Escolha
Profissional, foi concebido por meio de pesquisas pela internet em artigos e vários Boletins da
República de Moçambique. Pela sua natureza chama atenção às empresas e às pessoas interessadas em
construir edifícios ou infra-estruturas, ou executar obras públicas por conta do Governo, mas é também
uma ferramenta para aqueles do sector público que promovem o desenvolvimento económico em
Moçambique. O seu ponto central é de habilitar os investidores a construir os seus estabelecimentos e
infra-estruturas, e de habilitar os empreiteiros a trabalhar nos projectos públicos e privados de
construção em Moçambique. Este trabalho faz referência a alguns requisitos legais adicionais, tais
como os requisitos para constituir uma empresa em sociedade comercial, celebrar contratos com o
Governo e pagar impostos. Os temas aqui abordados pela sua natureza são extensos a ponto de cada
um deles ser suficiente para caber em um livro, neste caso pautou-se em fazer uma síntese de cada um
desses pontos temáticos de modo a condicionar a sua inserção no trabalho. Desta forma após a leitura
desse trabalho recomenda-se ao caro leitor a tomar esta obra como ponto de partida ou mesmo guia
para aprofundar mais este assunto em outras obras assim como nas referências disponíveis
bibliográficas trabalho.

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1. Código de ética e deontologia da ordem dos engenheiros
A Engenharia é uma profissão que coloca o conhecimento científico ao serviço da sua utilização
prática. No exercício da sua profissão, os Engenheiros criam impactos na qualidade de vida das
pessoas, no ambiente e em todos os sectores da Economia. Por isso, exige-se aos Engenheiros um
comportamento ético impecável para garantir o sucesso da profissão e impedir situações de corrupção.
O Código Deontológico da Ordem dos Engenheiros de Moçambique tem por objectivo manter padrões
elevados de conduta pessoal e profissional dos Engenheiros e garantir um comportamento ético no
exercício das suas actividades de forma a dar resposta cabal à responsabilidade social dos Engenheiros
perante a sociedade, a nação e o mundo, e fazer todos os esforços para combater a corrupção sob
qualquer forma e a qualquer nível. O Código Deontológico aplica-se a todos os membros da Ordem
dos Engenheiros de Moçambique independentemente da categoria ou nível dos mesmos e do país em
que se encontrem. Nestes termos, ao abrigo do artigo 64, nº2 dos Estatutos da Ordem dos Engenheiros
de Moçambique, a Assembleia Geral determina para todos os seus membros:

1.1. Deveres do engenheiro para com a comunidade


 O Engenheiro deve procurar as melhores soluções técnicas, ponderando a economia e a
qualidade do produto sob sua responsabilidade.
 O Engenheiro deve defender a saúde pública, o ambiente e a utilização racional dos recursos
naturais.
 O Engenheiro deve garantir a segurança do pessoal executante das obras, dos utentes das
mesmas e do público em geral.
 O Engenheiro deve opor-se à utilização fraudulenta, ou contrária ao bem comum, do seu
trabalho.

1.2. Deveres do engenheiro para com a entidade empregadora e para com o cliente
 O Engenheiro deve contribuir para a realização dos objectivos económicos e sociais das
organizações em que se integra, promovendo o aumento da produtividade, a melhoria da
qualidade dos produtos e das condições de trabalho.
 O Engenheiro deve respeitar o segredo profissional e de informações confidenciais obtidas no
exercício das funções, salvo se, em consciência, considerar poderem estar em sério risco
exigências de bem comum e interesse público, e nunca em benefício próprio.
 O Engenheiro só deve responsabilizar-se e ser pago pelos serviços que tenha efectivamente
prestado e tendo em atenção o seu justo valor.
 O Engenheiro deve recusar a sua colaboração em trabalhos que impliquem situações ambíguas
ou de conflitos de interesse.

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1.3. Deveres do engenheiro no exercício da profissão
 O Engenheiro deve executar o seu trabalho com competência, honestidade, empenho,
objectividade e isenção.
 O Engenheiro só deve aceitar trabalhos para os quais seja competente e tenha disponibilidade.
 O Engenheiro deve pugnar pelo prestígio da profissão e impor-se pelo valor da sua colaboração
e por uma conduta irrepreensível, usando sempre de boa fé, lealdade e isenção, quer actuando
em associação quer individualmente.
 O Engenheiro deve opor-se a qualquer concorrência desleal.
 O Engenheiro deve usar da maior sobriedade nos anúncios profissionais que fizer ou autorizar.
 O Engenheiro deve desenvolver o seu conhecimento profissional, procurando manter-se
permanentemente actualizado.

1.4. Dos deveres recíprocos dos engenheiros


 O Engenheiro não deve prejudicar a reputação profissional ou as actividades profissionais de
colegas, devendo, quando chamado a apreciá-los, fazê-lo com elevação e salvaguardando a
dignidade da classe.
 O Engenheiro deve recusar substituir outro engenheiro, numa posição contratual ou em
negociação, só o fazendo quando as razões dessa substituição forem correctas e dando ao
colega a necessária satisfação.
 O Engenheiro deve apoiar na medida das suas possibilidades a formação, treino e
desenvolvimento profissionais de outros engenheiros.
 O Engenheiro deve contribuir para a boa reputação da Ordem dos Engenheiros de Moçambique
e para o alargamento da sua influência.
 O Engenheiro deve informar a OrdEM de qualquer ofensa criminal ou acto de corrupção ou
desvio das regras definidas neste Código Deontológico e nos Estatutos levados a cabo por outro
Engenheiro e de que tenha conhecimento.

2. Regulamento de licenciamento da actividade de empreiteiros de obras públicas de


construção civil
Pode exercer a actividade de empreiteiro de construção civil a empresa nacional ou estrangeira que se
encontre legalmente autorizada.

2.1. Requisitos para a autorização de empreiteiro de construção civil


 Requerimento dirigido ao Ministro de Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos ou ao
Governador Provincial.
Acompanhado de anexos que façam prova dos seguintes requisitos, respeitantes ao requerente:
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a) Existência legal;
b) Nacionalidade;
c) Satisfação dos requisitos de elegibilidade, nomeadamente: idoneidade, equipamento mínimo e
capacidades técnica e económico-financeira.

2.2. Documentos Adicionais


 A modalidade de exercício pretendida permanente ou temporária;
 O tipo de serviços de consultoria, se é de obras públicas ou particulares;
 As categorias e subcategorias;
 A classe pretendida.

2.3. Prova dos Requisitos de Elegibilidade


A empresa em nome individual deve fazer a prova de existência legal anexando ao requerimento os
seguintes documentos:
 A denominação;
 Endereço da sede da empresa;
 Certidão de registo definitivo (caso tenha a certidão de reserva de nome, o requerente deve
juntar uma declaração na qual se compromete a apresentar a certidão de registo definitivo no
prazo de 15 dias após a emissão da mesma).

2.3. A empresa sob forma de sociedade deve fazer a prova de existência legal anexando ao
requerimento os seguintes documentos:
 Certidão de registo definitivo que contenha a denominação, o endereço da sede da empresa, o
valor do capital social, os sócios e as suas participações e o objecto social;
 Estatutos completos e actualizados;
 Acto de nomeação do representante da sociedade ao abrigo do qual assina o requerimento;
 BI, passaporte ou DIRE do assinante do requerimento.

2.4. Prova de Nacionalidade


 BI ou passaporte para empresa em nome individual;
 DIRE para empresa estrangeira em nome individual;
 Estatuto, para sociedades.

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2.5. Prova de Idoneidade
O requerente deve juntar ao requerimento uma declaração sob compromisso de honra em como o
mesmo, os seus sócios, administradores, gerentes, gestores ou directores não se encontram em
qualquer das seguintes situações:
 Ter sido legalmente proibido de exercer o comércio;
 Ter sido condenado pela prática da concorrência ilícita ou desleal;
 Ter sido condenado por crime doloso com pena de prisão maior;
 Ter comprovadamente praticado ou tentado praticar actos destinados a corromper agentes
intervenientes no processo de adjudicação, supervisão e recepção de obras.
 Ter comprovadamente obstruído ou tentado obstruir a actividade dos agentes encarregados de
avaliação, fiscalização e inspecção de obras;
 Ter sido declarado em situação de falência ou de insolvência;
 Não ter situação tributária regularizada;
 Não cumprir as obrigações para com o sistema de segurança social;
 Ter declarado um quadro técnico permanente falso;
 Ter declarado uma relação de equipamento falsa;
 Ter defraudado a lei na constituição da sociedade para obter vantagens competitivas na
adjudicação de serviços de consultoria públicos.

2.6. Prova de Capacidade Técnica


 A prova de capacidade técnica faz-se mediante apresentação dos seguintes documentos:
 Relação dos técnicos que compõem o quadro técnico permanente da empresa, identificando o
director técnico;
 Experiência evidenciada pelo CV da empresa e pelos curricula dos seus técnicos;
 Organigrama.
 Prova de inscrição no Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos ou na
respectiva ordem profissional, caso exista;
 Documento de identificação válido;
 CV actualizado e assinado;
 Declaração sob compromisso de honra em como o técnico não se encontra em qualquer das
situações que determinam incompatibilidades;
 Cópia autenticada do contracto de trabalho celebrada entre a empresa e o técnico.
 Mapas de volume de produção anuais apresentados para efeitos de actualização de cadastro;
 CV dos técnicos;
 Outros documentos que a autoridade competente considere pertinentes

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2.7. Prova de capacidade económico-financeira
 Empresa em nome individual: declaração de afectação à empresa de património próprio
susceptível, relação dos bens que compõe o património e o valor correspondente a cada um,
título de propriedade dos bens.
 No caso de sociedades a prova de capacidade económico-financeira faz-se pela junção ao
requerimento dos respectivos estatutos.
2.8. Incompatibilidades
 Podem integrar o quadro técnico permanente da empresa os técnicos que se encontrem nas
seguintes situações:
 Pertençam a serviços públicos que não tenham execução, supervisão e fiscalização de obras
públicas nem nelas interfiram directa ou indirectamente;
 Prestem o exercício efectivo de professorado em organismos de ensino públicos;
 Prestem a título eventual, serviço ao Estado, às autarquias locais, às concessionárias do Estado,
na elaboração de estudo e em consultorias
 O quadro técnico permanente da empresa não pode incluir técnicos que compõem o quadro da
mesma natureza pertencente a outra empresa.
 A cessação de contracto existente entre um membro do quadro técnico permanente e a empresa
é comunicada a entidade responsável no prazo de 30 dias contados da data da sua ocorrência.

2.9. 0. Alvará Para Exercício Permanente Nas Obras Públicas


Empresa em nome individual ou sociedade que satisfaça uma das seguintes condições:
 Ser consultor moçambicano;
 Ser consultor estrangeiro e estar a operar legalmente na actividade de consultoria de construção
civil em Moçambique há mais de 10 anos.
 Ser sucursal ou filial de consultor de construção civil estrangeiro, constituído e registado no
país de origem e estar a operar legalmente em Moçambique há mais de 10 anos com alvará de
obras particulares ou licença.

2.9.1. Licenciamento de Empresa Nacional


A empresa nacional é autorizada a exercer a actividade se apresentar prova dos requisitos exigidos.

2.9.2. Licenciamento de empresa estrangeira que opera no país há mais de dez anos
A empresa estrangeira pode ser autorizada a exercer permanentemente a actividade de consultoria se
fizer prova da sua constituição e exercício legal da actividade de consultoria há mais de 10 anos. Para
fazer a prova, além dos requisitos de elegibilidade, o requerente deve juntar ao requerimento os
seguintes documentos:
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 Cópias autenticadas ou indicação dos números dos alvarás ou licenças ao abrigo dos quais
exercem em Moçambique a actividade de consultoria de construção civil há mais de 10 anos;
 Prova de existência de contractos de consultoria de construção civil que a empresa foi parte
durante 10 anos.

2.9.3. Licenciamento de representação de empresa estrangeira


 Certidão de registo da representação comercial que indique, a denominação da empresa
representada e a respectiva sede, a sede da representação o nome do representante ou
mandatário nomeado para Moçambique e o capital afecto à actividade de representação;
 Procuração que confere plenos poderes de gestão ao representante do consultor;
 DIRE do representante se for estrangeiro;
 Cópias ou indicação de números dos alvarás ou licenças ao abrigo dos quais exercem em
Moçambique a actividade de consultoria de construção civil há mais de 10 anos;
 Prova de existência de contractos de consultoria na área de construção civil de que a empresa
foi parte durante 10 anos.

2.9.4. Licença para o exercício temporário nas obras públicas


 Ter sido adjudicado a um serviço de consultoria de construção civil por intermédio de concurso
internacional;
 Ter origem num país com que hajam sido estabelecidos acordos governamentais de
reciprocidade no domínio do exercício da actividade de consultoria de construção civil;
 Ter sido autorizada no estrangeiro e actuar na condição de consultor licenciado em
Moçambique;
 Ter sido autorizada ao abrigo da Lei de Investimento.

2.9.5. Licença ao abrigo de concurso internacional


 Deve juntar-se ao requerimento o seguinte:
 Ofício do dono do serviço, que comprove a adjudicação da obra ao consultor;
 A existência legal e a nacionalidade da empresa através de documentos de qualificação jurídica
que foram presentes no concurso.
 Para além dos requisitos de prova exigidos, a empresa deve juntar ao requerimento os seguintes
documentos:
 A sede da sua representação em Moçambique;
 Acto de nomeação dos seus representantes, administradores, gerentes, gestores ou directores
em Moçambique;

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 Quadro técnico permanente do serviço para o qual se requer a licença que deve corresponder ao
valor limite da consultoria nos termos estabelecidos no quadro técnico permanente para alvará.

2.9.6. Licença ao abrigo de acordos de reciprocidade


O requerimento para a obtenção ao abrigo do acordo de reciprocidade deve ser acompanhado com
elementos de prova dos requisitos incluindo:
 Acordo de reciprocidade;
 Carta abonatória emitida pela autoridade licenciadora ou reguladora de construção civil no país
de origem, comprovando que a empresa está em operação legal e que não se encontra em
estado de falência, insolvência ou liquidação.

2.9.7. Licença ao abrigo de subcontratação


Para a prova de subcontratação, a empresa subcontratada deve juntar ao requerimento os seguintes
documentos:
 Ofício do dono dos serviços de consultoria de construção civil, confirmando a subcontratação;
 Ofício da empresa contratante à entidade licenciadora enviando cópia autenticada do contrato
celebrado entre a empresa subcontratada e a empresa contratante.
 Para a prova dos requisitos de elegibilidade, além do exigido a empresa subcontratada deve
juntarão requerimento os seguintes licenciamentos:
 Sede da representação em Moçambique;
 Acto de nomeação dos respectivos representantes, administradores, gerentes, gestores ou
directores em Moçambique;
 Identificação e morada dos respectivos representantes, administradores, gerentes, gestores ou
directores em Moçambique.

2.9.9.0. Licença ao abrigo da lei de investimento


O requerimento para a obtenção da licença ao abrigo da lei de investimento deve ser acompanhado
pelos seguintes documentos:
 Aprovação do projecto de investimento pela entidade competente;
 Declaração da sede da empresa ou da sua representação em Moçambique;
 Acto de nomeação dos respectivos representantes, administradores, gerentes, gestores ou
directores em Moçambique;
 Documento de identificação e declaração e declaração de residência dos representantes,
administradores, gerentes, gestores ou directores em Moçambique.

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2.9.9.1. Renovação de alvará
 O pedido deve ser tratado consoante a classe, na entidade licenciadora quer a nível central, quer
a nível provincial até 30 dias antes do término do prazo de sua validade.
 No pedido de renovação, a empresa deve actualizar todos os elementos relevantes que tenham
sofrido alteração desde que não tenha sido comunicado à entidade licenciadora.

2.9.9.2. Regras Gerais


O alvará pode ser alterado, suspenso ou cancelado a pedido da empresa ou por imposição da entidade
licenciadora.
O pedido de alteração, suspensão ou cancelamento deve ser dirigido ao Ministro das Obras Públicas,
Habitação e Recursos Hídricos.
Para além dos requisitos de elegibilidade deve-se juntar ao requerimento o alvará original.

2.9.9.3. Pressupostos e requisitos para alteração


Para efeitos de alteração de alvará, consideram-se os seguintes pressupostos:
 A elevação ou descida de classe;
 Acréscimo ou a diminuição de categorias ou subcategorias.

3. Regulamento do exercício da actividade de empreiteiro de obras públicas e de construção civil


Podem exercer a actividade de empreiteiro e de consultor de construção civil os empreiteiros ou
consultores nacionais ou estrangeiros que se encontrem legalmente autorizados.
As empresas de empreitada ou consultoria podem ser designadas nacionais ou estrangeiras
desentendendo do valor percentual do capital social da mesma.

3.1. Modalidades de exercício da actividade de empreiteiro e de consultor de construção civil)


Os empreiteiros ou consultores de construção civil são autorizados a exercer a actividade nas obras
públicas ou nas obras particulares, permanente ou temporariamente, em determinadas categorias e
subcategorias e nos limites de uma classe

3.2. Obras públicas e obras particulares


Consideram-se obras públicas, nomeadamente, os trabalhos de construção, reconstrução, ampliação,
alteração, reparação, conservação, reabilitação, limpeza, restauro e demolição de bens imóveis
promovidas total ou parcialmente por conta do Estado, das autarquias locais, dos institutos públicos,
das empresas públicas e das empresas participadas pelo Estado. Consideram-se obras particulares as
que são promovidas por entidades particulares.

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3.3. Exercício normal nas obras públicas ou serviços de consultoria públicos
A autorização para o exercício permanente da actividade de empreiteiro ou de consultor nas obras
públicas ou serviços de consultoria públicos é concedida através de alvará emitido pela Comissão de
Licenciamento de Empreiteiros e de Consultores de Construção Civil.
Operam e concorrem permanentemente nas obras públicas e serviços de consultoria públicos os
empreiteiros ou consultores nacionais titulares de alvarás de obras públicas e serviços de consultoria
públicos, autorizados nos termos do presente regulamento.
Podem ser autorizados a operar permanentemente nas obras públicas ou serviços de consultoria
públicos os empreiteiros ou consultores estrangeiros que satisfaçam uma das seguintes condições:
a) Estar a operar no território nacional com autorização para executar obras públicas ou serviços de
consultoria públicos ao abrigo da lei;
b) Ter sido constituído e estar a operar legalmente na actividade de empreiteiro e de consultor de
construção civil na República de Moçambique há mais de dez anos;
d) Ser filial ou sucursal de um empreiteiro ou de consultor estrangeiro de construção civil estrangeiro,
constituído e registado no país de origem e estar a operar legalmente no território moçambicano há
mais de dez anos.

3.4. Exercício temporário nas obras públicas e serviços de consultoria públicos


A autorização para exercer temporariamente a actividade de empreiteiro ou consultor nas obras
públicas ou serviços de consultoria é feita através de licença emitida pela Comissão de Licenciamento
de Empreiteiros e consultores de Construção Civil.
Podem ser autorizados a operar temporariamente nas obras públicas ou serviços de consultoria
públicos os empreiteiros e consultores de construção civil estrangeiros que se encontrem em qualquer
das seguintes situações:
a) Ter sido adjudicada uma obra pública ou serviço de consultoria público por intermédio de concurso
internacional;
b) Ser empreiteiro ou consultor com origem num país com que hajam sido estabelecidos acordos
governamentais de reciprocidade no domínio do exercício da actividade de empreiteiro ou de consultor
de construção civil.
c) Ser empreiteiro ou consultor autorizado no estrangeiro que actua na condição de subempreiteiro ou
consultor licenciado em Moçambique.
d) Ter sido autorizado a executar obras públicas ou serviços de consultoria ao abrigo da Lei dos
Projectos de Investimentos no Pais na área de construção

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3.5. Categorias de obras
1. A categoria designa o tipo de obra ou de serviço de consultoria de acordo com a sua especificidade
técnica. As obras públicas e obras particulares são agrupadas nas seguintes categorias:
a) Edifícios e monumentos;
b) Obras de urbanização;
c) Vias de comunicação;
d) Instalações eléctricas em edifícios;
e) Obras hidráulicas;
f) Fundações e captações de água.

Categoria Classificação Categoria Classificação


1ª Edifícios
2ª Monumentos
3ª Estruturas de betão armado e pré-esforçado
4ª Estruturas metálicas
5ª Demolições
6ª Trabalhos de carpintaria e de toscos e de limpos
I Edifícios e Monumentos 7ª Caixilharias metálicas e de vidro
8ª Pinturas e outros revestimentos correntes
9ª Limpeza e conservação dos edifícios
10ª Prefabricação e montagem de edifícios
11ª Colocação de betões por processos especiais
12ª Isolamento e impermeabilização
13ª Insolações eléctricas em edifícios
14ª Canalização de agua e esgotos
1ª Arruamento em zonas urbanas
2ª Parques e Jardinagem
II Obras de Urbanização
3ª Canalização de agua, esgotos e drenagens
4ª Sinalização e equipamento
5ª Terraplanagens
1ª Estradas
2ª Caminhos-de-ferro
3ª Aeródromos
4ª Pontes metálicas
5ª Pontes de betão armado e pré-fabricado

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III Vias de comunicação 6ª Protecção e pintura de pontes
7ª Pontes de alvenaria e cantaria
8ª Pontes de madeira
9ª Obras de arte não especiais
10ª Sinalização e equipamento rodoviário
11ª Sinalização e equipamento aeródromos
12ª Túneis
IV Instalações 1ª Redes de baixa tensão uso domestico
2ª Telecomunicações
3ª Serviços electrónicos de vigilância
4ª Instalações de iluminações e serviços
5ª rede de gás em edifícios
6ª Ascensores
7ª Ventilação e condicionamento de ar
1ª Hidráulica fluvial
2ª Hidráulica marítima
3ª Drenagens

V Obras Hidráulicas 4ª Aproveitamentos hidráulicos


5ª Dragagens
6ª Equipamento hidromecânico
7ª Equipamento a incorporar em obras hidráulicas
8ª Redes e canalizações de água e esgotos
1ª Sondagens geológicas e geotecnias
2ª Fundações de obras hidráulicas, incluindo injecções e
VI Fundações e Captações
consolidações
de água
3ª Fundações especiais de pontes e edifícios
4ª Muros de suporte, incluindo injecções e consolidações
5ª Dragagens
6ª Furos de captação de água
Tabela 1: Categorias e classificações das obras

3.6. Categorias de serviços de consultoria


Os serviços de consultoria de obras Públicas e de obras particulares são agrupados nas seguintes
categorias:
a) Estudos e Projectos de infra-estruturas;

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b) Arquitectura e Urbanismo;)
c) Fiscalização;
d) Gestão de contrato;
e) Consultoria Técnica.

3.7. Classes de obras


A classe corresponde a um valor máximo de obra ou serviço de consultoria que a empresa pode
executar, vide a tabela abaixo.

Classe Limite superior de Valor de Capital mínimo (em Mil


cada obra (em Mil Meticais) Meticais)
1ª 2.000 20
2ª 3.400 50
3ª 10.000 150
4ª 20.000 500
5ª 60.000 1.500
6ª 200.000 5.000
7ª Acima de 200.000 10.000
Tabela 2: Categorias e classificações de empresas de construção civil

3.8. Classificação das empresas


No âmbito do presente regulamento a classe determina o respectivo tipo de empresa, sendo:
 De 1ª à 2ª classe pequena empresa;
 De 3ª a 4ª classe média empresa;
 De 5ª a 7ª classe grande empresa.

3.9.0. Requisitos de elegibilidade


São autorizados a exercer a actividade de empreiteiro ou de consultor de construção civil as empresas
que preencham cumulativamente os seguintes requisitos:
a) Idoneidade;
b) Capacidade técnica;
c) Equipamento mínimo;
d) Capacidade económico-financeira.

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3.9.1. Idoneidade
Considera-se idónea para exercer a actividade de empreiteiro ou de consultor de construção civil a
empresa em nome individual ou sociedade em que nenhum dos titulares ou administradores, gestores
ou gerentes se encontre em uma das seguintes situações:
a) Ter sido legalmente proibido de exercer o comércio;
b) Ter sido condenado pela prática da concorrência ilícita ou desleal;
c) Ter sido condenado por crime doloso com pena de prisão maior;
d) Ter comprovadamente praticado ou tentado praticar actos destinados a corromper agentes de
comissões de avaliação, fiscalização, inspecção e outros agentes intervenientes nos processos de
adjudicação, supervisão e recepção de obras públicas;
e) Ter comprovadamente obstruído ou tentado obstruir a actividade de agentes encarregados da
avaliação, fiscalização e inspecção de obras;
f) Ter sido declarada em situação de falência;
g) Não ter a situação tributária regularizada;
h) Não cumprir com as obrigações para o sistema de segurança social;
i) Ter declarado um quadro técnico permanente falso;
j) Ter declarado uma relação de equipamento falso;
k) Ter defraudado a lei na constituição da sociedade para obter vantagens competitivas na adjudicação
de obras e serviços de consultoria públicos.

3.9.2. Director técnico


O Director técnico orienta superiormente a organização técnica e produtiva das obras a cargo do
empreiteiro ou de consultor, sendo responsável, nomeadamente:
a) Pelo cumprimento dos regulamentos e normas técnicas relativos aos trabalhos;
b) Pela segurança e solidez da obra e seus elementos constituintes;
c) Pela observância das regras de higiene e segurança no trabalho.
O Director técnico é ainda a pessoa responsável para prestar a informação técnica sobre obras a cargo
do empreiteiro ou sobre projectos a cargo do consultor sempre que solicitada por autoridade
competente ou pelo dono da obra ou projecto.
Para o efeito, o empreiteiro deve garantir a disponibilidade do director técnico na sede da empresa.

3.9.3. Alvará
É um documento oficial, titulado à empresa, que autoriza o exercício normal da actividade de
empreiteiro ou de consultor de construção civil.

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3.9.4. Elementos do alvará
O alvará identifica de forma inequívoca o seu titular, o tipo de obras, públicas ou particulares, as
categorias e subcategorias e a classe das obras que podem ser realizadas ao seu abrigo.

3.9.5. Acesso ao alvará)


A empresa que pretende obter alvará de empreiteiro ou de consultor de Construção Civil deve requerer
a autoridade competente com a Indicação da Classe e categorias em que pretende ser inscrita.
O pedido será acompanhado de elementos comprovativos de que a empresa, seus corpos gerentes e
técnicos responsáveis se enquadram nos requisitos constantes do artigo 12 do presente Regulamento e
no regulamento de licenciamento de actividade de empreiteiro e de consultor. A concessão do alvará é
precedida de uma visita às instalações da empresa pela Comissão de Licenciamento.

3.9.6. Validade do alvará


O alvará tem validade em todo o território nacional. O alvará é válido pelo período de trinta e seis
meses. O alvará caducado deve ser renovado a pedido do interessado em requerimento dirigido à
autoridade competente acompanhado de elementos comprovativos de que a empresa, seus corpos
gerentes e técnicos responsáveis se enquadram nos requisitos previstos no presente regulamento.

3.9.7. Suspensão do alvará


Dentro do seu prazo de validade, o alvará pode ser suspenso
a pedido do empreiteiro ou do Consultor. A suspensão poderá ser imposta pela Comissão de
Licenciamento sempre que ocorram os seguintes factos:
a) Execução de obras e serviços de consultoria não abrangidos pelas categorias para que o empreiteiro
ou consultor está habilitado;
b) Execução de obras e serviços de consultoria de valor superior à classe a que o empreiteiro ou
consultor está habilitado;
c) Execução de obras e serviços de consultoria sem licença de construção emitida pela autoridade
competente;
d) Execução de obras e serviços de consultoria cujas especificações técnicas e administrativas violam
os regulamentos em vigor no país;
e) Execução de obras e serviços de consultoria em áreas de edificações proibidas ou condicionadas,
sem licença emitida pela autoridade competente. Emitida pela autoridade competente;
A suspensão do alvará não é imposta se, tomada em consideração actual capacidade técnica e
económico-financeira do empreiteiro ou do consultor se for viável a alteração do mesmo.

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3.9.8. Consequências da suspensão do alvará)
A suspensão do alvará impede o seu titular de iniciar a execução de obras, projectos de fiscalização de
obras durante a sua vigência, podendo prosseguir as obras e prestação
de serviços em curso, salvo decisão contrária do Ministro que superintende a área de obras públicas,
habitação e indústria de construção, mediante proposta da Comissão de Licenciamento.
A suspensão imposta não pode exceder o limite de doze meses e é levantada logo que seja sanada a
irregularidade que a determinou.
Excedendo-se o limite previsto no número anterior, sem que seja suprida a irregularidade que
determinou a sua suspensão, o alvará é cancelado.
A falta de entrega do alvará no prazo indicado dá direito à Comissão de Licenciamento ao recurso
a meios coercivos para a sua apreensão.

3.9.9. Consequências do cancelamento do alvará


O cancelamento do alvará impede o seu titular de executar qualquer obra, podendo o Ministro que
superintende a área de obras públicas, habitação e indústria de construção, sob proposta da Comissão
de Licenciamento, autorizar a sua suspensão parcial por período certo, a fim de proteger os interesses
dos clientes.
O cancelamento do alvará obriga o empreiteiro ou consultor a proceder à entrega do mesmo à
Comissão de Licenciamento no prazo de quinze dias contados da data em que foi notificado do
cancelamento.
A falta de entrega do alvará no prazo indicado no número anterior dá direito à Comissão de
Licenciamento ao recurso a meios coercivos para a sua apreensão.

3.9.9.1. Cancelamento do alvará


O alvará pode ser cancelado a pedido do empreiteiro ou do consultor. O cancelamento do alvará pode
ser imposto pela Comissão de Licenciamento sempre que ocorram os seguintes factos:
a) Quando a empresa titular do alvará deixe de ter idoneidade por ter sido declarada em situação de
insolvência ou falência
b) Por ter transmitido o seu alvará a outrem;
c) Não ter a situação tributária regularizada;
d) Não cumprir com as obrigações para com o sistema de segurança social;
e) Não executar qualquer obra num período de 24 meses após a sua adjudicação;
f) Inexistência superveniente de meios de acção requeridos para o exercício da actividade de
empreiteiro ou de consultor;
O cancelamento do alvará não é imposto se, tomada em consideração a actual capacidade técnica e
económico-financeira do empreiteiro ou do consultor for viável a suspensão do mesmo.
18
3.9.9.2. Direitos do Empreiteiro e do Consultor
São direitos do empreiteiro e do consultor de construção civil:
a) Usar o alvará em todo o território nacional e durante o tempo de validade;
b) Usar a licença de obras públicas até à sua conclusão ou para serviço de consultoria dentro dos
prazos nela previstos;
c) Obter a alteração, suspensão ou cancelamento de alvará ou licença de que é titular em defesa do seu
interesse;
d) Ter alvará especial com validade de 5 anos nos termos do n.º 2 do artigo 36;
g) Formar entre si consórcios ou associações que prossigam os fins para os quais foram habilitados;

3.9.9.3. Deveres dos Empreiteiros e de Consultores de Construção Civil)


Os empreiteiros ou consultores de construção civil devem no prazo de quinze dias, contados da data da
sua ocorrência comunicar à Comissão de Licenciamento os seguintes factos:
a) Qualquer alteração relevante estado pessoal do empreiteiro ou do consultor em nome individual ou
alteração dos estatutos da sociedade;
b) A extinção do contrato celebrado com técnicos do quadro técnico permanente da empresa ou a
ocorrência de situações que importam a incompatibilidade dos técnicos nos termos do n.º1 do artigo
17;
c) Qualquer facto que importa a redução dos meios técnicos e económico-financeiros com relevância a
situação dos requisitos de elegibilidade;
d) A existência de litígios relativos à execução de contratos de empreitadas e prestação de serviços de
que os empreiteiros ou os consultores sejam parte;
e) O encerramento do seu estabelecimento, sempre que não tenha sido decidido pela Comissão de
Licenciamento dos Empreiteiros e Consultores de Construção Civil.
Um mês depois do fecho do exercício económico, os empreiteiros ou os consultores devem prestar à
Comissão de Licenciamento informação sobre o exercício anterior, nomeadamente:
a) O volume de produção;
b) O prazo de execução das obras ou prestação de serviços de consultoria a seu cargo,
c) O nível de prestação de serviços e outras informações, segundo for determinado por diploma
ministerial do Ministro que superintende a área de obras públicas, habitação e indústria de construção.
Na vigência dos seus alvarás e licenças, no exercício da sua actividade, os empreiteiros e consultores
de construção civil devem agir segundo as regras da boa-fé, tanto na formação como na execução dos
contratos, elaboração de projectos, fiscalização e realização de obras, em conformidade com o que foi

19
convencionado e no respeito pelas disposições legais e regulamentares aplicáveis. Os empreiteiros ou
consultores de construção civil devem devolver o alvará no prazo d 30 dias, findo o prazo de validade.

3.9.9.4. Placa de identificação de obra


No local de uma obra pública o empreiteiro deve colocar, em área bem visível ao público e facilmente
legível, a placa ou tabuleta contendo no mínimo as indicações seguintes, onde for aplicável:
a) Nome do empreiteiro;
b) Nome do dono da obra;
c) Nome do fiscal;
d) Nome da empreitada;
e) Data do início da obra;
f) Prazo de execução da obra;
g) Número do alvará e sua validade;
h) Valor da obra;
i) Número da licença de construção;
j) Nome do director da obra;
k) Financiador da obra.
2. Para casos de obra particular é facultativa a indicação das alíneas g) e j)

3.9.9.5. Proibição de execução de obras ou prestação de serviços de consultoria


É proibido aos empreiteiros ou consultores:
 Executar obras ou prestar serviços de consultoria que não possuam licença de construção e
ambiental emitida pelas autoridades competentes;
 Executar obras em áreas de edificação proibida ou condicionada, sem licença passada pela
autoridade competente;
 Elaborar projectos, executar e fiscalizar obras cujas especificações técnicas e administrativas
violam os regulamentos em vigor nos país.
 Executar obras sem seguros contra terceiros;
 Executar sem observar medidas de higiene e segurança.
Na execução e fiscalização de obras, nomeadamente, na escolha, preparação, utilização e aplicação dos
materiais de construção os empreiteiros ou consultores devem respeitar as especificações técnicas e os
processos prescritos nos regulamentos e nos cadernos de encargos.

3.9.9.6. Contravenções e regime sancionatório


Nas infracções puníveis com advertência registada, multa, suspensão, cassação e cancelamento de
alvará, a instrução do processo e a aplicação da sanção competem à Comissão de Licenciamento.
20
Nas infracções a que cabe embargo e multa da obra, a instrução do processo e a aplicação da pena são
da competência da Inspecção de Obras Públicas

3.9.9.7. Dever de colaboração para com a Comissão de Licenciamento de Empreiteiros e de


Consultores de Construção Civil
No exercício das suas competências, a Comissão de Licenciamento pode solicitar a quaisquer serviços
públicos ou autoridades a colaboração que julgue necessária.
Todas as autoridades e seus agentes devem participar à Comissão de Licenciamento ou à Inspecção de
Obras Públicas quaisquer infracções ao presente regulamento

3.9.9.8. Multas
A falta de comunicação dos factos referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 45 é punível com multa que
varia de 5 a 20 salários mínimos no sector de construção.
A falta de comunicação dos factos referidos nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 45 é punível com
multa que varia de 8 a 25 salários mínimos no sector de construção.
É punida com multa de 20 salários mínimos no sector de construção a falta de comunicação dos factos
referidos nas alíneas d) e e) do n.º 1 do artigo 45.

3.9.9.9. Embargo de obra e multa


A execução de qualquer obra ou prestação de serviços que exija alvará ou licença para o exercício da
actividade de empreiteiro ou de consultor de construção civil por indivíduos e empresas não
habilitados nos termos do presente regulamento é punível com multa de cinquenta mil a quinhentos mil
Meticais.
A execução de obras ou prestação de serviços não abrangidos nas categorias ou subcategorias a que o
empreiteiro ou consultor está habilitado, ou a execução de obras e prestação de serviços não constantes
da licença, é punível com multa que varia entre 1% e 5% do valor correspondente à parte executada
das mesmas obras ou do contrato de trabalho quando se trate de consultor.
A execução de obra ou prestação de serviços de valor superior ao limite da classe a que o empreiteiro
ou consultor está habilitado é punível com multa cujo valor se situa entre 1% e 5% do valor da obra.
A aplicação das multas referidas nos nºs 1, 2 e 3 do presente artigo faz-se sem prejuízo do embargo das
obras.

3.9.9.9.0. Suspensão de alvarás)


São puníveis com a suspensão de alvarás:

21
a) A permanência na falta de comunicação dos factos enunciados nas alíneas a), b), c) e d) do n.º 1 e
n.º 2 do artigo 45 por incumprimento dos prazos fixados pela Comissão de Licenciamento de acordo
com o disposto no n.º 4 do artigo 45;
b) O prosseguimento de obras após embargo pelas autoridades competentes;
c) A comprovada falta de cumprimento de disposições legais, regulamentares ou contratuais, com
repercussão na segurança ou qualidade da obra ou de prestação de serviços.
A suspensão aplicada com fundamento no presente artigo não pode exceder o limite de sessenta dias,
sendo imediatamente levantada logo que sanada a irregularidade que a determinou
ou, nos casos aplicáveis, logo que seja dada prova de que estão em curso operações inequivocamente
conducentes a sanar a irregularidade.
A suspensão de alvará impede o seu titular de executar novas obras ou serviços de consultoria durante
a sua vigência, salvo decisão contrária do Ministro que superintende a área das obras públicas,
habitação e indústria de construção, sob proposta da Comissão de Licenciamento.

3.9.9.9.1.Cancelamento de alvarás
São caçados os alvarás das empresas que tenham incorrido na violação do disposto no artigo 45.
Na formação e execução de contratos de empreitadas de obras públicas e prestação de serviços de
consultoria, constituem violações ao disposto no artigo 45, as seguintes condutas:
a) Prática de actos ou celebração de convenções ou acordos susceptíveis de falsearem as condições
normais de concorrência;
b) Reclamação, durante o acto do concurso, comprovadamente sem fundamento e com mero propósito
dilatório, por não inclusão na lista dos concorrentes; ou, em caso de extravio, reclamação seguida de
apresentação de segunda via da proposta que não reproduz fielmente a primeira;
c) Suspensão dos trabalhos em violação ao caderno de encargos ou outro instrumento que fundamente
a rescisão do contrato pelo dono da obra;
d) Abandono da obra ou serviço de consultoria por facto imputável ao empreiteiro ou consultor;
e) Qualquer conduta que, nos termos da lei, constitui fundamento para a rescisão unilateral do contrato
por parte do dono da obra.

3.9.9.9.2. Cassação de alvarás


São caçados os alvarás das empresas que tenham incorrido na violação do disposto no artigo 45.
Na formação e execução de contratos de empreitadas de obras públicas e prestação de serviços de
consultoria, constituem violações ao disposto no artigo 45,

22
3.9.9.9.3. Consequências da cassação
Às empresas cujo alvará foi cassado não podem ser autorizadas o exercício da actividade de
empreiteiro ou de consultor de construção civil durante três anos desde a data da notificação da
decisão.
Os titulares ou indivíduos encarregados da administração da empresa cujo alvará foi caçado não
podem, no mesmo período estabelecido no número anterior, pertencer a órgãos sociais ou
administrativos de empresas que possuam ou requeiram autorizações para exercer a actividade de
empreiteiro ou consultor de construção civil em qualquer modalidade.
A cassação do alvará impede o seu titular de executar quaisquer obras, podendo no entanto o Ministro
que superintende a área de obras públicas, habitação e indústria de construção, mediante proposta da
Comissão de Licenciamento, autorizar a suspensão parcial da cassação por período certo, a fim de
proteger interesses dos clientes.

3.9.9.9.4. Determinação da sanção aplicável


Para a determinação da sanção aplicável tem-se em conta os seguintes factores:
a) A gravidade da infracção;
b) A ilicitude concreta do facto;
c) A culpa do infractor;
d) Os benefícios obtidos;
e) A conduta anterior;
f) A situação económica actual do infractor

3.9.9.9.5. Registo das infracções e sanções


Todas as infracções comprovadas que e puníveis ao abrigo do presente diploma são objecto de registo
no cadastro da empresa.

3.9.9.9.6. Taxas
São devidas taxas pela emissão, alteração e renovação de alvarás ou de licenças. A taxa é ainda devida
quando se verifiquem as seguintes situações:
a) O requerente não proceda o levantamento do alvará ou da licença;
b) O processo que culminou com a alteração da autorização for da iniciativa do empreiteiro ou
Consultor.
Os valores das taxas variam entre 1 por mil e 0,1 por mil do valor limite da classe do alvará ou, no
caso de licença, do valor do contrato.
As taxas devem ser pagas dentro dos trinta dias subsequentes a data de comunicação do deferimento
do pedido.
23
4. Regime de licenciamento de obras particulares
Define obras particulares como aquelas que não são executadas pelo Governo a nível local, municipal
ou nacional. Também consideram-se obras particulares as que são promovidas por entidades
particulares.
Não há um quadro legal específico que define as normas da contratação de obras particulares.
Contudo, é preciso confirmar que os prestadores de serviços de engenharia, empreiteiros e outros
técnicos são correctamente licenciados para realizar as suas actividades em Moçambique. para obras
particulares os empreiteiros usados devem estar devidamente licenciados pelo MOPH, e ter o alvará
correspondente às obras que irão executar.

Também, quem pretender executar ou gerir a construção ele próprio, deve então obter uma licença de
construção e, depois da construção, uma licença de utilização. Para executar obras particulares (que
abrangem não só construções novas, mas também a reconstrução, ampliação, alteração e demolição de
edifícios e quaisquer obras que exigem alterações topográficas, é preciso uma licença de construção.
Depois da construção, uma licença de utilização é também necessária. Licenças de construção podem
ser emitidas pelas autoridades nacionais, provinciais, distritais ou municipais, conforme a envergadura
da obra e a jurisdição. A entidade licenciadora é responsável pelo licenciamento das construções, pela
fiscalização das obras e pelo licenciamento da sua utilização. Para iniciar o processo o requerente deve
contactar as autoridades locais para obter informações sobre regulamentos e requisitos específicos de
planeamento e de construção. O requerente deve também possuir o direito de usar a terra ou o edifício
em questão antes de poder fazer um pedido de uma licença de construção.

Obras particulares são não só de construção mas também de reconstrução, ampliação, alteração e
demolição de edifícios, bem como quaisquer obras que impliquem alterações topográficas, e para
qualquer um destes casos é preciso uma licença de construção83. Dispensa-se de licenciamento
quando a natureza da obra é meramente decorativa, não afectando a estrutura das fachadas do edifício
ou no interior de edifícios quando as alterações não impliquem mudanças estruturais substanciais. O
licenciamento é feito pelas autoridades municipais ou pela Administração Distrital, conforme a
localização do local da obra. Se por qualquer motivo a autoridade local não tiver capacidade para
avaliar o pedido, este pode ser remetido ao nível provincial ou nacional. Além disso, o licenciamento
de determinados projectos maiores está reservado ao nível nacional, incluindo estabelecimentos
industriais, hotéis, grandes estabelecimentos comerciais e recintos de espectáculos e divertimentos
públicos. O licenciamento efectuado a nível nacional requer uma consulta com o nível provincial e
local, mas em geral segue os mesmos procedimentos descritos abaixo. O licenciamento realiza-se em
quatro etapas:
a) A aprovação do projecto;
24
b) O licenciamento da construção;
c) A supervisão das obras;
d) O licenciamento da utilização.
Ao longo de todo o processo todos os documentos devem ser apresentados em duplicado, sendo a
cópia devolvida ao requerente com a data da recepção da original inscrita nela. O pedido de
informação prévia é feito mediante a apresentação de:
a) Requerimento;
b) Memória descritiva das obras a serem executadas;
c) Planta à escala mínima de 1:1000, com indicação precisa do local da obra.
No caso de novas edificações ou obras de ampliação, deve-se também apresentar o seguinte:
a) A planta de implantação à escala mínima de 1:200, mostrando o alinhamento e perímetro das
edificações e identificando o uso a que se destinam;
b) Dados das fundações e o número de pisos;
c) As áreas e tamanhos (volumes) de cada um dos edifícios a serem construídos.
Informações adicionais solicitadas devem ser dadas no prazo não superior a 30 dias, a contar da
recepção pela autoridade competente do requerimento. Podem ser solicitadas revisões ao projecto, para
que se enquadre nos planos territoriais existentes. O requerente pode optar por iniciar imediatamente a
apresentação do pedido de aprovação do projecto. Isto requer:
a) Requerimento em duplicado contendo a identificação completa do requerente, o domicílio ou sede
social, o tipo de obra a executar, e os fins a que se destina o empreendimento;
b) Cópia autenticada do título de uso e aproveitamento do terreno (DUAT), em caso de obra nova ou
título de propriedade em caso de edifícios existentes;
c) Extractos da planta síntese do plano e da planta topográfica, indicando também a exposição ao sol;
d) Projecto de arquitectura da obra;
e) Termo de responsabilidade do arquitecto;
f) Discriminação das várias fracções autónomas e das partes comuns, quando aplicável.
Os documentos apresentados são analisados a nível local (do município ou do distrito) com a intenção
de corrigir quaisquer omissões ou deficiências neles. Esta análise deve ser concluída no prazo de 30
dias. Depois desta análise segue a apreciação e aprovação do projecto de arquitectura, que pode levar
mais 60 dias. Uma vez recebida a aprovação do projecto de arquitectura, o requerente tem outro prazo
(fixado pela autoridade licenciadora, nunca inferior a 60 dias) para apresentar informações
complementares, que podem incluir o projecto de estabilidade, de escavação e contenção periférica, e
de redes privativas de abastecimento de água e saneamento. Esta informação complementar deve ser
acompanhada de uma declaração de responsabilidade dos especialistas que elaboraram a informação e
um compromisso escrito do requerente que o projecto será executado nos termos da lei. Determinados
aspectos técnicos que devem ser tomados em consideração durante a construção encontram-se
25
regulamentados pelo Regulamento Geral das Edificações Urbanas, aprovado pelo Diploma Legislativo
1976 de 10 de Maio de 1960 e as Directrizes para a Construção Civil de 26 de Março de 1956, que
regula uma variedade de aspectos, como a aptidão de diferentes tipos de terra para a construção, o
layout interno e áreas de acesso livre nos edifícios, fundações, tipos de estrutura, pavimentação e a
colocação de telhados, drenagem, abastecimento de água e aspectos estéticos. Determinadas posturas
municipais específicas podem também aplicar-se e podem variar de um município para outro. Dada a
natureza técnica complexa destes vários instrumentos legais aconselhamos o leitor que procure
assistência especializada na elaboração de projectos de construção, para garantir que todos os aspectos
relevantes são tomadas em consideração. Depois de ter recebido a informação complementar
solicitada, a autoridade licenciadora irá tomar a sua decisão dentro de 30 ou 60 dias, no caso de
autoridades locais e nacionais, respectivamente. Depois de ter sido concedida uma licença de
construção, o requerente deve pedir autorização para construir. Como se faz este pedido varia,
consoante se a construção vai ser executada por um empreiteiro ou por administração directa. A
administração directa é permitida em casos específicos, regulamentados pelo Decreto 51/2000 de 26 de
Abril – o Regulamento sobre a Administração Directa de Obras Particulares. Se as obras irão ser
executadas por um empreiteiro, apresenta-se um pedido contendo os seguintes elementos:
a) Requerimento;
b) Cópia da autorização do projecto de arquitectura;
c) Estimativa do custo da obra, assinada pelo técnico responsável pela obra;
d) Cópia do alvará do empreiteiro e uma declaração de compromisso dizendo que o empreiteiro irá
executar a obra.
Se as obras irão ser executadas por administração directa, apresenta-se um pedido contendo os
seguintes elementos:
a) Requerimento;
b) Cópia da autorização do projecto de arquitectura;
c) Mapa de áreas cobertas e estimativa do custo da obra, assinada pelo técnico responsável pelo
projecto;
d) Declaração de compromisso de acompanhamento da execução da obra, pelo técnico ou autor do
projecto.
Depois da emissão da licença de construção, o requerente tem oito dias para dar publicidade ao facto,
mediante afixação de aviso no local ou edifício onde a construção terá lugar
Em certos casos as licenças são transmissíveis, mas serão suspensas ou anuladas se forem transmitidas
fora destes casos. Quaisquer alterações feitas do projecto inicialmente apresentado devem ser
comunicadas por escrito à autoridade licenciadora e podem levar à necessidade de suspender as
actividades e apresentar novo pedido de licenciamento. Durante a construção deve-se conservar um
livro de obra no local, em que o técnico responsável da obra deve registar os aspectos principais do
26
estado de execução da obra. Este livro pode depois ser inspeccionado a qualquer momento pelas
autoridades competentes. Quando a obra estiver concluída, a construção não pode ser ocupada ou
usada até à emissão de uma licença de utilização. O requerente deve pedir uma licença de utilização
mediante um requerimento, a que se anexa a licença de construção. O requerimento deve também
conter um pedido de vistoria da obra, que deve ter lugar no prazo máximo de 30 dias a contar da
entrega do requerimento. Se a vistoria for favorável, a licença de utilização é emitida

Localização Tipo Taxa


Capitais provinciais e Cidade de Maputo Construção 5-10Mt/m2
Utilização 1-2Mt/m2
Outras cidades e vilas Construção 3-6Mt/m2
Utilização 0,6-1,2Mt/m2
Outras povoações ou localidades Construção 1-3Mt/m2
Utilização 0,2-0,4Mt/m2
Tabela 3: Taxa de licenciamento de obras

As sanções pelo não cumprimento dos requisitos de licenciamento da construção de obras particulares
são várias e graves, variando de multas à demolição

5. Lei de terras
O direito de usar a terra ou o local em que se irá construir é um pré-requisito fundamental para a
construção poder efectuar-se. A aquisição de terra é um assunto complexo na maioria das jurisdições e
Moçambique não é excepção. Em Moçambique a terra é propriedade do Estado e não pode ser
vendida, hipotecada ou de outro modo alienada. O direito de uso da terra, conferido pelo Estado
através da Lei de Terras, é conhecido como o Direito de Uso e Aproveitamento de Terra ou “DUAT”.
Ao longo de toda esta guia iremos usar o termo DUAT para referir a este direito conferido pelo Estado.
Um DUAT é importante para o Estado como também para o seu titular, porque garante a posse legal
duma extensão de terra, e quando documentado, fornece a prova formal desta posse e permite o Estado
a organizar o seu cadastro de terra. A própria Lei de Terras aplica-se tanto à terra urbana como rural,
ao passo que o Regulamento da Lei de Terras se aplica principalmente à terra rural. Legislação que
regulamenta a atribuição de terra especificamente nas áreas urbanas foi introduzida nos finais de 2006.
Nas áreas urbanas com um cadastro de terra organizado, o acesso à terra é regulado por postura
municipal ou o DUAT é concedido pela Administração Distrital. Embora a própria terra não possa ser
vendida, hipotecada ou de outro modo alienada, os edifícios e outras benfeitorias naquela terra podem
ser hipotecados ou alienados pela pessoa detentora dos direitos da terra subjacente. Os edifícios e
benfeitorias, e por isso a terra por baixo deles, são tratados de duas maneiras distintas Prédio urbano -
27
literalmente um edifício urbano, mas na realidade um conceito legalmente definido que não depende
da localização do edifício;
Prédio rústico literalmente um edifício rústico, mas na realidade uma área d terra identificada, cujas
construções nela existentes não tenham utilidade económica diferente da terra, o rendimento é
principalmente obtido da terra e a função dos edifícios é a respeito do uso da terra. Terra urbana é
requerida do departamento do cadastro da autoridade municipal competente e é autorizada pelo
Presidente do Conselho Executivo. Os procedimentos do pedido dependem das posturas municipais e
variam de município a município. Mas com a aprovação recente do Decreto da Terra Urbana, em
Dezembro de 2006, estas discrepâncias deverão ficar reduzidas. No caso de terra situada fora dos
limites dum município mas dentro duma área que tem um serviço cadastral e um plano urbano (uma
capital distrital, por exemplo), a autorização é dada pelo Administrador Distrital. Estrangeiros podem
ter o DUAT condicionado (o que para este efeito inclui empresas com menos de 51% de acções na
posse de cidadãos nacionais) não podem ter propriedade que já pertenceu ao Estado ou que foi
nacionalizada, torna claro que propriedade adquirida por cidadãos nacionais ao abrigo do processo de
desnacionalização não pode mais tarde ser alienada a favor de estrangeiros12. O Decreto 2/91 estipula
também que empresas com menos de 51% das acções nas mãos de cidadãos nacionais também são
consideradas estrangeiras para este efeito13. Esta posição vem ainda mais reforçada pelo Diploma
Ministerial 152/92 de 30 de Setembro que exige que pessoas requerendo propriedade desnacionalizada
devem fornecer prova da sua nacionalidade14. Observe que o Diploma Ministerial 97/92 de 8 de Julho
não aplica os mesmos critérios a ruínas e edifícios inacabados que pertencem ao Estado ou foram
nacionalizados15. Neste caso, uma empresa nacional é definida como uma empresa legalmente
constituída e com sede em Moçambique16. Assim, as empresas cujos donos maioritários são
estrangeiros podem adquirir ruínas ou edifícios inacabados que já foram propriedade do Estado, desde
que estas empresas tenham sido constituídas legalmente e tenham a sua sede em Moçambique. Como
observado acima, a aquisição de terra ou de locais para construção ou renovação é um assunto
complexo.

6. Meio ambiente
Muitos projectos de construção em Moçambique carecem de uma licença ambiental antes de poder ter
início, de facto qualquer actividade que pode afectar o ambiente carece de uma licença. A autorização
baseia-se na avaliação do potencial impacto da actividade proposta para determinar a sua viabilidade
ambiental, e termina com a emissão duma licença ambiental pelo Ministério para a Coordenação da
Acção Ambiental (MICOA)18. A Política e a Lei do Ambiente de Moçambique exigem que a gestão
do meio ambiente 11 Decreto-lei 5/76 de 5 de Fevereiro, Artigo 3, número 1 e Artigo 6, números 1 e 2.
12 Decreto 2/91 de 16 de Janeiro, introdução e Artigo 16. 13 Decreto 2/91 de 16 de Janeiro, Artigo 1
número 2 juntamente com Lei 5/76, Artigo 4 número 2. 14 Diploma Ministerial 152/92, número 4.2,
28
alínea d e número 4.3. 15 Diploma Ministerial 97/92 de 8 de Julho, Artigo 1 números 1, 2 e 3. 16
Diploma Ministerial 97/92 de 8 de Julho, Artigo 2 número 2. 17 Lei do Ambiente, Artigo 15, número 1
18 Lei do Ambiente, Artigo 15, número 1 O Quadro Legal para a Construção em Moçambique se
baseie em sistemas preventivas, e a Lei do Ambiente e os seus regulamentos estabelecem um conjunto
de requisitos preventivos que devem ser satisfeitos antes da emissão duma licença ambiental.

7. Regulamento de avaliação de impacto ambiental


Os Anexos I, II e III do Regulamento da Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto 45/2004 de 29 de
Setembro) dividem as possíveis actividades em três categorias, na base do seu provável impacto no
meio ambiente: Categoria A: Está sujeita a um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) completo;
Categoria B: Pode estar sujeita a um Estudo Ambiental Simplificado (EAS); Categoria C: Está sujeita
à observância das normas de boa gestão ambiental. Quaisquer outras actividades, não constantes destes
Anexos, mas susceptíveis de causar um impacto negativo significativo sobre o ambiente estão sujeitas
a uma pré-avaliação pelo MICOA. Esta pré-avaliação consiste numa análise ambiental preliminar que
determina a categoria da actividade proposta e determina o tipo de avaliação ambiental a efectuar19.
Como resultado da pré-avaliação o MICOA pode: rejeitar a implementação da actividade proposta;
categorizar a actividade e consequentemente determinar o tipo de avaliação ambiental a ser efectuada,
nomeadamente um EIA ou um EAS; ou isentar a actividade da necessidade de se efectuar um EIA ou
um EAS. O MICOA pode também pedir uma auditoria a actividades existentes que tiveram o seu
início antes da entrada em vigor da actual legislação, ou que inicialmente não estavam abrangidas pela
legislação. Deve-se observar que qualquer mudança significativa duma actividade existente (incluindo,
por exemplo, uma mudança de actividade, uma construção, a expansão da actividade ou a ampliação
de instalações existentes) que já possui uma licença ambiental está sujeita a uma nova avaliação do
impacto ambiental. O requerimento de uma licença ambiental é feito durante a fase de preparação e
planeamento dum projecto. Deve-se observar que a emissão de outras licenças (como uma licença de
operações industriais, uma licença de turismo e a aprovação final pelo CPI, embora não uma licença de
construção) depende da emissão prévia duma licença ambiental. Quando a legislação é omissa em
relação a aspectos específicos relacionados às actividades licenciadas pelo MICOA, os termos da
própria licença ambiental darão os pormenores das obrigações impostas na base da Avaliação do
Impacto Ambiental.
Autoridades municipais são responsáveis pelo licenciamento do uso da terra. Para além do
Regulamento das Edificações Urbanas (Diploma Legislativo 1976, de 10 de Maio de 1960), os vários
municípios também têm as suas próprias posturas que regulam a construção dentro dos limites da
cidade. Quando se executa um projecto de construção numa área urbana, é importante assegurar que
não só se toma em consideração os requisitos legais nacionais, mas também os locais.

29
8. Consequências às violações de leis, regulamentos, normas e ética.
A violação de quaisquer das disposições deste Código, lei, ou norma relacionada às actividades de
construção civil, podem resultar em medidas disciplinares, tais como: advertência, suspensão de alvará
ou sessão do contrato de trabalho, multas.

30
9. Conclusão
Durante o desenvolvimento deste trabalho ficou notável que o exercício profissional da construção
civil ocorre na base de um conjunto de leis que regulam a actividade. Antes de qualquer exercício é
necessária a observação das normas, porque em casos de contravenção dos dispositivos legais as
normas prevê-se também as devidas sanções de acordo com a infracção cometida, desde a suspensão
da licença de empreiteiro ou consultor, embargamento de obras, sujeição ao pagamento de multas até
medidas criminais. Esta é uma actividade de maior responsabilidade que exige decisões bastante
lúcidas para evitar entrar em conflitos com a lei.

31
10. Referências bibliográficas:
Republica, B.(2013). Regulamento do Exercício da Actividade de Empreiteiro e de Consultor de
Construção Civil. Maputo. Recuperado de
https://www.portaldogoverno.gov.mz

Industria, A, C.(2008). Quadro legal: Para obras em Moçambique. Maputo. Recuperado de


https://www.acismoz.com/wp-content/uploads/2017/06/Construcao-Edicao-I.pdf

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Índice
I. Lista de tabelas..............................................................................................................................................1
II. Lista de siglas..............................................................................................................................................11
III. Objectivos..................................................................................................................................................2
VI. Metodologias.............................................................................................................................................2
Introdução..............................................................................................................................................................3
1. Código de ética e deontologia da ordem dos engenheiros..............................................................................4
1.4. Dos deveres recíprocos dos engenheiros....................................................................................................5
2. Regulamento de licenciamento da actividade de empreiteiros de obras públicas de construção civil............5
2.1. Requisitos para a autorização de empreiteiro de construção civil...................................................................5
2.9.9.1. Renovação de alvará........................................................................................................................11
2.9.9.3. Pressupostos e requisitos para alteração...........................................................................................11
3.2. Obras públicas e obras particulares...............................................................................................................11
3.3. Exercício normal nas obras públicas ou serviços de consultoria públicos.....................................................12
3.5. Categorias de obras.......................................................................................................................................13
3.6. Categorias de serviços de consultoria...........................................................................................................14
3.7. Classes de obras............................................................................................................................................15
3.8. Classificação das empresas...........................................................................................................................15
3.9.3. Alvará........................................................................................................................................................16
3.9.5. Acesso ao alvará).......................................................................................................................................17
3.9.8. Consequências da suspensão do alvará).....................................................................................................18
3.9.9.2. Direitos do Empreiteiro e do Consultor..................................................................................................19
3.9.9.4. Placa de identificação de obra.................................................................................................................20
3.9.9.8. Multas.....................................................................................................................................................21
3.9.9.9. Embargo de obra e multa........................................................................................................................21
3.9.9.9.3. Consequências da cassação..................................................................................................................23
3.9.9.9.4. Determinação da sanção aplicável.......................................................................................................23
3.9.9.9.6. Taxas....................................................................................................................................................23
5. Lei de terras.................................................................................................................................................27
6. Meio ambiente.............................................................................................................................................28
7. Regulamento de avaliação de impacto ambiental........................................................................................29
8. Consequências às violações de leis, regulamentos, normas e ética..............................................................30
9. Conclusão....................................................................................................................................................31
10. Referências bibliográficas:.......................................................................................................................32

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