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Lista de tabelas
Tabela 1: Categorias e classificações das obras;
Tabela 2: Categorias e classificações de empresas de construção civil;
Tabela 3: Taxa de licenciamento de obras.
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III. Objectivos
V. Objectivos específicos
Compreender os passos formais para a obtenção de um alvará de empreiteiro ou consultor;
Mediar processos relacionados a legislação do exercício profissional de construção civil;
Abrir uma empresa de construção civil.
VI. Metodologias
O método científico é um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos utilizados para atingir o
conhecimento. Para que seja considerado conhecimento científico, é necessário a identificação dos
passos para a sua verificação, ou seja, determinar o método que possibilitou chegar ao conhecimento
(GIL 1999).
O presente trabalho esta em torno dos aspectos formais do exercício profissional da construção civil
concretamente nos aspectos legais e éticos, onde pretende-se com as consultas pela internet, analisar. e
formular conclusões. Trata-se de uma pesquisa do tipo científica, na forma de abordagem qualitativa,
quanto aos objectivos é descritiva e no método de pesquisa bibliográfica
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Introdução
Este trabalho resulta de um exercício formativo no módulo denominado Confirmação Da Sua Escolha
Profissional, foi concebido por meio de pesquisas pela internet em artigos e vários Boletins da
República de Moçambique. Pela sua natureza chama atenção às empresas e às pessoas interessadas em
construir edifícios ou infra-estruturas, ou executar obras públicas por conta do Governo, mas é também
uma ferramenta para aqueles do sector público que promovem o desenvolvimento económico em
Moçambique. O seu ponto central é de habilitar os investidores a construir os seus estabelecimentos e
infra-estruturas, e de habilitar os empreiteiros a trabalhar nos projectos públicos e privados de
construção em Moçambique. Este trabalho faz referência a alguns requisitos legais adicionais, tais
como os requisitos para constituir uma empresa em sociedade comercial, celebrar contratos com o
Governo e pagar impostos. Os temas aqui abordados pela sua natureza são extensos a ponto de cada
um deles ser suficiente para caber em um livro, neste caso pautou-se em fazer uma síntese de cada um
desses pontos temáticos de modo a condicionar a sua inserção no trabalho. Desta forma após a leitura
desse trabalho recomenda-se ao caro leitor a tomar esta obra como ponto de partida ou mesmo guia
para aprofundar mais este assunto em outras obras assim como nas referências disponíveis
bibliográficas trabalho.
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1. Código de ética e deontologia da ordem dos engenheiros
A Engenharia é uma profissão que coloca o conhecimento científico ao serviço da sua utilização
prática. No exercício da sua profissão, os Engenheiros criam impactos na qualidade de vida das
pessoas, no ambiente e em todos os sectores da Economia. Por isso, exige-se aos Engenheiros um
comportamento ético impecável para garantir o sucesso da profissão e impedir situações de corrupção.
O Código Deontológico da Ordem dos Engenheiros de Moçambique tem por objectivo manter padrões
elevados de conduta pessoal e profissional dos Engenheiros e garantir um comportamento ético no
exercício das suas actividades de forma a dar resposta cabal à responsabilidade social dos Engenheiros
perante a sociedade, a nação e o mundo, e fazer todos os esforços para combater a corrupção sob
qualquer forma e a qualquer nível. O Código Deontológico aplica-se a todos os membros da Ordem
dos Engenheiros de Moçambique independentemente da categoria ou nível dos mesmos e do país em
que se encontrem. Nestes termos, ao abrigo do artigo 64, nº2 dos Estatutos da Ordem dos Engenheiros
de Moçambique, a Assembleia Geral determina para todos os seus membros:
1.2. Deveres do engenheiro para com a entidade empregadora e para com o cliente
O Engenheiro deve contribuir para a realização dos objectivos económicos e sociais das
organizações em que se integra, promovendo o aumento da produtividade, a melhoria da
qualidade dos produtos e das condições de trabalho.
O Engenheiro deve respeitar o segredo profissional e de informações confidenciais obtidas no
exercício das funções, salvo se, em consciência, considerar poderem estar em sério risco
exigências de bem comum e interesse público, e nunca em benefício próprio.
O Engenheiro só deve responsabilizar-se e ser pago pelos serviços que tenha efectivamente
prestado e tendo em atenção o seu justo valor.
O Engenheiro deve recusar a sua colaboração em trabalhos que impliquem situações ambíguas
ou de conflitos de interesse.
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1.3. Deveres do engenheiro no exercício da profissão
O Engenheiro deve executar o seu trabalho com competência, honestidade, empenho,
objectividade e isenção.
O Engenheiro só deve aceitar trabalhos para os quais seja competente e tenha disponibilidade.
O Engenheiro deve pugnar pelo prestígio da profissão e impor-se pelo valor da sua colaboração
e por uma conduta irrepreensível, usando sempre de boa fé, lealdade e isenção, quer actuando
em associação quer individualmente.
O Engenheiro deve opor-se a qualquer concorrência desleal.
O Engenheiro deve usar da maior sobriedade nos anúncios profissionais que fizer ou autorizar.
O Engenheiro deve desenvolver o seu conhecimento profissional, procurando manter-se
permanentemente actualizado.
2.3. A empresa sob forma de sociedade deve fazer a prova de existência legal anexando ao
requerimento os seguintes documentos:
Certidão de registo definitivo que contenha a denominação, o endereço da sede da empresa, o
valor do capital social, os sócios e as suas participações e o objecto social;
Estatutos completos e actualizados;
Acto de nomeação do representante da sociedade ao abrigo do qual assina o requerimento;
BI, passaporte ou DIRE do assinante do requerimento.
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2.5. Prova de Idoneidade
O requerente deve juntar ao requerimento uma declaração sob compromisso de honra em como o
mesmo, os seus sócios, administradores, gerentes, gestores ou directores não se encontram em
qualquer das seguintes situações:
Ter sido legalmente proibido de exercer o comércio;
Ter sido condenado pela prática da concorrência ilícita ou desleal;
Ter sido condenado por crime doloso com pena de prisão maior;
Ter comprovadamente praticado ou tentado praticar actos destinados a corromper agentes
intervenientes no processo de adjudicação, supervisão e recepção de obras.
Ter comprovadamente obstruído ou tentado obstruir a actividade dos agentes encarregados de
avaliação, fiscalização e inspecção de obras;
Ter sido declarado em situação de falência ou de insolvência;
Não ter situação tributária regularizada;
Não cumprir as obrigações para com o sistema de segurança social;
Ter declarado um quadro técnico permanente falso;
Ter declarado uma relação de equipamento falsa;
Ter defraudado a lei na constituição da sociedade para obter vantagens competitivas na
adjudicação de serviços de consultoria públicos.
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2.7. Prova de capacidade económico-financeira
Empresa em nome individual: declaração de afectação à empresa de património próprio
susceptível, relação dos bens que compõe o património e o valor correspondente a cada um,
título de propriedade dos bens.
No caso de sociedades a prova de capacidade económico-financeira faz-se pela junção ao
requerimento dos respectivos estatutos.
2.8. Incompatibilidades
Podem integrar o quadro técnico permanente da empresa os técnicos que se encontrem nas
seguintes situações:
Pertençam a serviços públicos que não tenham execução, supervisão e fiscalização de obras
públicas nem nelas interfiram directa ou indirectamente;
Prestem o exercício efectivo de professorado em organismos de ensino públicos;
Prestem a título eventual, serviço ao Estado, às autarquias locais, às concessionárias do Estado,
na elaboração de estudo e em consultorias
O quadro técnico permanente da empresa não pode incluir técnicos que compõem o quadro da
mesma natureza pertencente a outra empresa.
A cessação de contracto existente entre um membro do quadro técnico permanente e a empresa
é comunicada a entidade responsável no prazo de 30 dias contados da data da sua ocorrência.
2.9.2. Licenciamento de empresa estrangeira que opera no país há mais de dez anos
A empresa estrangeira pode ser autorizada a exercer permanentemente a actividade de consultoria se
fizer prova da sua constituição e exercício legal da actividade de consultoria há mais de 10 anos. Para
fazer a prova, além dos requisitos de elegibilidade, o requerente deve juntar ao requerimento os
seguintes documentos:
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Cópias autenticadas ou indicação dos números dos alvarás ou licenças ao abrigo dos quais
exercem em Moçambique a actividade de consultoria de construção civil há mais de 10 anos;
Prova de existência de contractos de consultoria de construção civil que a empresa foi parte
durante 10 anos.
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Quadro técnico permanente do serviço para o qual se requer a licença que deve corresponder ao
valor limite da consultoria nos termos estabelecidos no quadro técnico permanente para alvará.
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2.9.9.1. Renovação de alvará
O pedido deve ser tratado consoante a classe, na entidade licenciadora quer a nível central, quer
a nível provincial até 30 dias antes do término do prazo de sua validade.
No pedido de renovação, a empresa deve actualizar todos os elementos relevantes que tenham
sofrido alteração desde que não tenha sido comunicado à entidade licenciadora.
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3.3. Exercício normal nas obras públicas ou serviços de consultoria públicos
A autorização para o exercício permanente da actividade de empreiteiro ou de consultor nas obras
públicas ou serviços de consultoria públicos é concedida através de alvará emitido pela Comissão de
Licenciamento de Empreiteiros e de Consultores de Construção Civil.
Operam e concorrem permanentemente nas obras públicas e serviços de consultoria públicos os
empreiteiros ou consultores nacionais titulares de alvarás de obras públicas e serviços de consultoria
públicos, autorizados nos termos do presente regulamento.
Podem ser autorizados a operar permanentemente nas obras públicas ou serviços de consultoria
públicos os empreiteiros ou consultores estrangeiros que satisfaçam uma das seguintes condições:
a) Estar a operar no território nacional com autorização para executar obras públicas ou serviços de
consultoria públicos ao abrigo da lei;
b) Ter sido constituído e estar a operar legalmente na actividade de empreiteiro e de consultor de
construção civil na República de Moçambique há mais de dez anos;
d) Ser filial ou sucursal de um empreiteiro ou de consultor estrangeiro de construção civil estrangeiro,
constituído e registado no país de origem e estar a operar legalmente no território moçambicano há
mais de dez anos.
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3.5. Categorias de obras
1. A categoria designa o tipo de obra ou de serviço de consultoria de acordo com a sua especificidade
técnica. As obras públicas e obras particulares são agrupadas nas seguintes categorias:
a) Edifícios e monumentos;
b) Obras de urbanização;
c) Vias de comunicação;
d) Instalações eléctricas em edifícios;
e) Obras hidráulicas;
f) Fundações e captações de água.
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III Vias de comunicação 6ª Protecção e pintura de pontes
7ª Pontes de alvenaria e cantaria
8ª Pontes de madeira
9ª Obras de arte não especiais
10ª Sinalização e equipamento rodoviário
11ª Sinalização e equipamento aeródromos
12ª Túneis
IV Instalações 1ª Redes de baixa tensão uso domestico
2ª Telecomunicações
3ª Serviços electrónicos de vigilância
4ª Instalações de iluminações e serviços
5ª rede de gás em edifícios
6ª Ascensores
7ª Ventilação e condicionamento de ar
1ª Hidráulica fluvial
2ª Hidráulica marítima
3ª Drenagens
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b) Arquitectura e Urbanismo;)
c) Fiscalização;
d) Gestão de contrato;
e) Consultoria Técnica.
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3.9.1. Idoneidade
Considera-se idónea para exercer a actividade de empreiteiro ou de consultor de construção civil a
empresa em nome individual ou sociedade em que nenhum dos titulares ou administradores, gestores
ou gerentes se encontre em uma das seguintes situações:
a) Ter sido legalmente proibido de exercer o comércio;
b) Ter sido condenado pela prática da concorrência ilícita ou desleal;
c) Ter sido condenado por crime doloso com pena de prisão maior;
d) Ter comprovadamente praticado ou tentado praticar actos destinados a corromper agentes de
comissões de avaliação, fiscalização, inspecção e outros agentes intervenientes nos processos de
adjudicação, supervisão e recepção de obras públicas;
e) Ter comprovadamente obstruído ou tentado obstruir a actividade de agentes encarregados da
avaliação, fiscalização e inspecção de obras;
f) Ter sido declarada em situação de falência;
g) Não ter a situação tributária regularizada;
h) Não cumprir com as obrigações para o sistema de segurança social;
i) Ter declarado um quadro técnico permanente falso;
j) Ter declarado uma relação de equipamento falso;
k) Ter defraudado a lei na constituição da sociedade para obter vantagens competitivas na adjudicação
de obras e serviços de consultoria públicos.
3.9.3. Alvará
É um documento oficial, titulado à empresa, que autoriza o exercício normal da actividade de
empreiteiro ou de consultor de construção civil.
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3.9.4. Elementos do alvará
O alvará identifica de forma inequívoca o seu titular, o tipo de obras, públicas ou particulares, as
categorias e subcategorias e a classe das obras que podem ser realizadas ao seu abrigo.
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3.9.8. Consequências da suspensão do alvará)
A suspensão do alvará impede o seu titular de iniciar a execução de obras, projectos de fiscalização de
obras durante a sua vigência, podendo prosseguir as obras e prestação
de serviços em curso, salvo decisão contrária do Ministro que superintende a área de obras públicas,
habitação e indústria de construção, mediante proposta da Comissão de Licenciamento.
A suspensão imposta não pode exceder o limite de doze meses e é levantada logo que seja sanada a
irregularidade que a determinou.
Excedendo-se o limite previsto no número anterior, sem que seja suprida a irregularidade que
determinou a sua suspensão, o alvará é cancelado.
A falta de entrega do alvará no prazo indicado dá direito à Comissão de Licenciamento ao recurso
a meios coercivos para a sua apreensão.
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convencionado e no respeito pelas disposições legais e regulamentares aplicáveis. Os empreiteiros ou
consultores de construção civil devem devolver o alvará no prazo d 30 dias, findo o prazo de validade.
3.9.9.8. Multas
A falta de comunicação dos factos referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 45 é punível com multa que
varia de 5 a 20 salários mínimos no sector de construção.
A falta de comunicação dos factos referidos nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 45 é punível com
multa que varia de 8 a 25 salários mínimos no sector de construção.
É punida com multa de 20 salários mínimos no sector de construção a falta de comunicação dos factos
referidos nas alíneas d) e e) do n.º 1 do artigo 45.
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a) A permanência na falta de comunicação dos factos enunciados nas alíneas a), b), c) e d) do n.º 1 e
n.º 2 do artigo 45 por incumprimento dos prazos fixados pela Comissão de Licenciamento de acordo
com o disposto no n.º 4 do artigo 45;
b) O prosseguimento de obras após embargo pelas autoridades competentes;
c) A comprovada falta de cumprimento de disposições legais, regulamentares ou contratuais, com
repercussão na segurança ou qualidade da obra ou de prestação de serviços.
A suspensão aplicada com fundamento no presente artigo não pode exceder o limite de sessenta dias,
sendo imediatamente levantada logo que sanada a irregularidade que a determinou
ou, nos casos aplicáveis, logo que seja dada prova de que estão em curso operações inequivocamente
conducentes a sanar a irregularidade.
A suspensão de alvará impede o seu titular de executar novas obras ou serviços de consultoria durante
a sua vigência, salvo decisão contrária do Ministro que superintende a área das obras públicas,
habitação e indústria de construção, sob proposta da Comissão de Licenciamento.
3.9.9.9.1.Cancelamento de alvarás
São caçados os alvarás das empresas que tenham incorrido na violação do disposto no artigo 45.
Na formação e execução de contratos de empreitadas de obras públicas e prestação de serviços de
consultoria, constituem violações ao disposto no artigo 45, as seguintes condutas:
a) Prática de actos ou celebração de convenções ou acordos susceptíveis de falsearem as condições
normais de concorrência;
b) Reclamação, durante o acto do concurso, comprovadamente sem fundamento e com mero propósito
dilatório, por não inclusão na lista dos concorrentes; ou, em caso de extravio, reclamação seguida de
apresentação de segunda via da proposta que não reproduz fielmente a primeira;
c) Suspensão dos trabalhos em violação ao caderno de encargos ou outro instrumento que fundamente
a rescisão do contrato pelo dono da obra;
d) Abandono da obra ou serviço de consultoria por facto imputável ao empreiteiro ou consultor;
e) Qualquer conduta que, nos termos da lei, constitui fundamento para a rescisão unilateral do contrato
por parte do dono da obra.
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3.9.9.9.3. Consequências da cassação
Às empresas cujo alvará foi cassado não podem ser autorizadas o exercício da actividade de
empreiteiro ou de consultor de construção civil durante três anos desde a data da notificação da
decisão.
Os titulares ou indivíduos encarregados da administração da empresa cujo alvará foi caçado não
podem, no mesmo período estabelecido no número anterior, pertencer a órgãos sociais ou
administrativos de empresas que possuam ou requeiram autorizações para exercer a actividade de
empreiteiro ou consultor de construção civil em qualquer modalidade.
A cassação do alvará impede o seu titular de executar quaisquer obras, podendo no entanto o Ministro
que superintende a área de obras públicas, habitação e indústria de construção, mediante proposta da
Comissão de Licenciamento, autorizar a suspensão parcial da cassação por período certo, a fim de
proteger interesses dos clientes.
3.9.9.9.6. Taxas
São devidas taxas pela emissão, alteração e renovação de alvarás ou de licenças. A taxa é ainda devida
quando se verifiquem as seguintes situações:
a) O requerente não proceda o levantamento do alvará ou da licença;
b) O processo que culminou com a alteração da autorização for da iniciativa do empreiteiro ou
Consultor.
Os valores das taxas variam entre 1 por mil e 0,1 por mil do valor limite da classe do alvará ou, no
caso de licença, do valor do contrato.
As taxas devem ser pagas dentro dos trinta dias subsequentes a data de comunicação do deferimento
do pedido.
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4. Regime de licenciamento de obras particulares
Define obras particulares como aquelas que não são executadas pelo Governo a nível local, municipal
ou nacional. Também consideram-se obras particulares as que são promovidas por entidades
particulares.
Não há um quadro legal específico que define as normas da contratação de obras particulares.
Contudo, é preciso confirmar que os prestadores de serviços de engenharia, empreiteiros e outros
técnicos são correctamente licenciados para realizar as suas actividades em Moçambique. para obras
particulares os empreiteiros usados devem estar devidamente licenciados pelo MOPH, e ter o alvará
correspondente às obras que irão executar.
Também, quem pretender executar ou gerir a construção ele próprio, deve então obter uma licença de
construção e, depois da construção, uma licença de utilização. Para executar obras particulares (que
abrangem não só construções novas, mas também a reconstrução, ampliação, alteração e demolição de
edifícios e quaisquer obras que exigem alterações topográficas, é preciso uma licença de construção.
Depois da construção, uma licença de utilização é também necessária. Licenças de construção podem
ser emitidas pelas autoridades nacionais, provinciais, distritais ou municipais, conforme a envergadura
da obra e a jurisdição. A entidade licenciadora é responsável pelo licenciamento das construções, pela
fiscalização das obras e pelo licenciamento da sua utilização. Para iniciar o processo o requerente deve
contactar as autoridades locais para obter informações sobre regulamentos e requisitos específicos de
planeamento e de construção. O requerente deve também possuir o direito de usar a terra ou o edifício
em questão antes de poder fazer um pedido de uma licença de construção.
Obras particulares são não só de construção mas também de reconstrução, ampliação, alteração e
demolição de edifícios, bem como quaisquer obras que impliquem alterações topográficas, e para
qualquer um destes casos é preciso uma licença de construção83. Dispensa-se de licenciamento
quando a natureza da obra é meramente decorativa, não afectando a estrutura das fachadas do edifício
ou no interior de edifícios quando as alterações não impliquem mudanças estruturais substanciais. O
licenciamento é feito pelas autoridades municipais ou pela Administração Distrital, conforme a
localização do local da obra. Se por qualquer motivo a autoridade local não tiver capacidade para
avaliar o pedido, este pode ser remetido ao nível provincial ou nacional. Além disso, o licenciamento
de determinados projectos maiores está reservado ao nível nacional, incluindo estabelecimentos
industriais, hotéis, grandes estabelecimentos comerciais e recintos de espectáculos e divertimentos
públicos. O licenciamento efectuado a nível nacional requer uma consulta com o nível provincial e
local, mas em geral segue os mesmos procedimentos descritos abaixo. O licenciamento realiza-se em
quatro etapas:
a) A aprovação do projecto;
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b) O licenciamento da construção;
c) A supervisão das obras;
d) O licenciamento da utilização.
Ao longo de todo o processo todos os documentos devem ser apresentados em duplicado, sendo a
cópia devolvida ao requerente com a data da recepção da original inscrita nela. O pedido de
informação prévia é feito mediante a apresentação de:
a) Requerimento;
b) Memória descritiva das obras a serem executadas;
c) Planta à escala mínima de 1:1000, com indicação precisa do local da obra.
No caso de novas edificações ou obras de ampliação, deve-se também apresentar o seguinte:
a) A planta de implantação à escala mínima de 1:200, mostrando o alinhamento e perímetro das
edificações e identificando o uso a que se destinam;
b) Dados das fundações e o número de pisos;
c) As áreas e tamanhos (volumes) de cada um dos edifícios a serem construídos.
Informações adicionais solicitadas devem ser dadas no prazo não superior a 30 dias, a contar da
recepção pela autoridade competente do requerimento. Podem ser solicitadas revisões ao projecto, para
que se enquadre nos planos territoriais existentes. O requerente pode optar por iniciar imediatamente a
apresentação do pedido de aprovação do projecto. Isto requer:
a) Requerimento em duplicado contendo a identificação completa do requerente, o domicílio ou sede
social, o tipo de obra a executar, e os fins a que se destina o empreendimento;
b) Cópia autenticada do título de uso e aproveitamento do terreno (DUAT), em caso de obra nova ou
título de propriedade em caso de edifícios existentes;
c) Extractos da planta síntese do plano e da planta topográfica, indicando também a exposição ao sol;
d) Projecto de arquitectura da obra;
e) Termo de responsabilidade do arquitecto;
f) Discriminação das várias fracções autónomas e das partes comuns, quando aplicável.
Os documentos apresentados são analisados a nível local (do município ou do distrito) com a intenção
de corrigir quaisquer omissões ou deficiências neles. Esta análise deve ser concluída no prazo de 30
dias. Depois desta análise segue a apreciação e aprovação do projecto de arquitectura, que pode levar
mais 60 dias. Uma vez recebida a aprovação do projecto de arquitectura, o requerente tem outro prazo
(fixado pela autoridade licenciadora, nunca inferior a 60 dias) para apresentar informações
complementares, que podem incluir o projecto de estabilidade, de escavação e contenção periférica, e
de redes privativas de abastecimento de água e saneamento. Esta informação complementar deve ser
acompanhada de uma declaração de responsabilidade dos especialistas que elaboraram a informação e
um compromisso escrito do requerente que o projecto será executado nos termos da lei. Determinados
aspectos técnicos que devem ser tomados em consideração durante a construção encontram-se
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regulamentados pelo Regulamento Geral das Edificações Urbanas, aprovado pelo Diploma Legislativo
1976 de 10 de Maio de 1960 e as Directrizes para a Construção Civil de 26 de Março de 1956, que
regula uma variedade de aspectos, como a aptidão de diferentes tipos de terra para a construção, o
layout interno e áreas de acesso livre nos edifícios, fundações, tipos de estrutura, pavimentação e a
colocação de telhados, drenagem, abastecimento de água e aspectos estéticos. Determinadas posturas
municipais específicas podem também aplicar-se e podem variar de um município para outro. Dada a
natureza técnica complexa destes vários instrumentos legais aconselhamos o leitor que procure
assistência especializada na elaboração de projectos de construção, para garantir que todos os aspectos
relevantes são tomadas em consideração. Depois de ter recebido a informação complementar
solicitada, a autoridade licenciadora irá tomar a sua decisão dentro de 30 ou 60 dias, no caso de
autoridades locais e nacionais, respectivamente. Depois de ter sido concedida uma licença de
construção, o requerente deve pedir autorização para construir. Como se faz este pedido varia,
consoante se a construção vai ser executada por um empreiteiro ou por administração directa. A
administração directa é permitida em casos específicos, regulamentados pelo Decreto 51/2000 de 26 de
Abril – o Regulamento sobre a Administração Directa de Obras Particulares. Se as obras irão ser
executadas por um empreiteiro, apresenta-se um pedido contendo os seguintes elementos:
a) Requerimento;
b) Cópia da autorização do projecto de arquitectura;
c) Estimativa do custo da obra, assinada pelo técnico responsável pela obra;
d) Cópia do alvará do empreiteiro e uma declaração de compromisso dizendo que o empreiteiro irá
executar a obra.
Se as obras irão ser executadas por administração directa, apresenta-se um pedido contendo os
seguintes elementos:
a) Requerimento;
b) Cópia da autorização do projecto de arquitectura;
c) Mapa de áreas cobertas e estimativa do custo da obra, assinada pelo técnico responsável pelo
projecto;
d) Declaração de compromisso de acompanhamento da execução da obra, pelo técnico ou autor do
projecto.
Depois da emissão da licença de construção, o requerente tem oito dias para dar publicidade ao facto,
mediante afixação de aviso no local ou edifício onde a construção terá lugar
Em certos casos as licenças são transmissíveis, mas serão suspensas ou anuladas se forem transmitidas
fora destes casos. Quaisquer alterações feitas do projecto inicialmente apresentado devem ser
comunicadas por escrito à autoridade licenciadora e podem levar à necessidade de suspender as
actividades e apresentar novo pedido de licenciamento. Durante a construção deve-se conservar um
livro de obra no local, em que o técnico responsável da obra deve registar os aspectos principais do
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estado de execução da obra. Este livro pode depois ser inspeccionado a qualquer momento pelas
autoridades competentes. Quando a obra estiver concluída, a construção não pode ser ocupada ou
usada até à emissão de uma licença de utilização. O requerente deve pedir uma licença de utilização
mediante um requerimento, a que se anexa a licença de construção. O requerimento deve também
conter um pedido de vistoria da obra, que deve ter lugar no prazo máximo de 30 dias a contar da
entrega do requerimento. Se a vistoria for favorável, a licença de utilização é emitida
As sanções pelo não cumprimento dos requisitos de licenciamento da construção de obras particulares
são várias e graves, variando de multas à demolição
5. Lei de terras
O direito de usar a terra ou o local em que se irá construir é um pré-requisito fundamental para a
construção poder efectuar-se. A aquisição de terra é um assunto complexo na maioria das jurisdições e
Moçambique não é excepção. Em Moçambique a terra é propriedade do Estado e não pode ser
vendida, hipotecada ou de outro modo alienada. O direito de uso da terra, conferido pelo Estado
através da Lei de Terras, é conhecido como o Direito de Uso e Aproveitamento de Terra ou “DUAT”.
Ao longo de toda esta guia iremos usar o termo DUAT para referir a este direito conferido pelo Estado.
Um DUAT é importante para o Estado como também para o seu titular, porque garante a posse legal
duma extensão de terra, e quando documentado, fornece a prova formal desta posse e permite o Estado
a organizar o seu cadastro de terra. A própria Lei de Terras aplica-se tanto à terra urbana como rural,
ao passo que o Regulamento da Lei de Terras se aplica principalmente à terra rural. Legislação que
regulamenta a atribuição de terra especificamente nas áreas urbanas foi introduzida nos finais de 2006.
Nas áreas urbanas com um cadastro de terra organizado, o acesso à terra é regulado por postura
municipal ou o DUAT é concedido pela Administração Distrital. Embora a própria terra não possa ser
vendida, hipotecada ou de outro modo alienada, os edifícios e outras benfeitorias naquela terra podem
ser hipotecados ou alienados pela pessoa detentora dos direitos da terra subjacente. Os edifícios e
benfeitorias, e por isso a terra por baixo deles, são tratados de duas maneiras distintas Prédio urbano -
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literalmente um edifício urbano, mas na realidade um conceito legalmente definido que não depende
da localização do edifício;
Prédio rústico literalmente um edifício rústico, mas na realidade uma área d terra identificada, cujas
construções nela existentes não tenham utilidade económica diferente da terra, o rendimento é
principalmente obtido da terra e a função dos edifícios é a respeito do uso da terra. Terra urbana é
requerida do departamento do cadastro da autoridade municipal competente e é autorizada pelo
Presidente do Conselho Executivo. Os procedimentos do pedido dependem das posturas municipais e
variam de município a município. Mas com a aprovação recente do Decreto da Terra Urbana, em
Dezembro de 2006, estas discrepâncias deverão ficar reduzidas. No caso de terra situada fora dos
limites dum município mas dentro duma área que tem um serviço cadastral e um plano urbano (uma
capital distrital, por exemplo), a autorização é dada pelo Administrador Distrital. Estrangeiros podem
ter o DUAT condicionado (o que para este efeito inclui empresas com menos de 51% de acções na
posse de cidadãos nacionais) não podem ter propriedade que já pertenceu ao Estado ou que foi
nacionalizada, torna claro que propriedade adquirida por cidadãos nacionais ao abrigo do processo de
desnacionalização não pode mais tarde ser alienada a favor de estrangeiros12. O Decreto 2/91 estipula
também que empresas com menos de 51% das acções nas mãos de cidadãos nacionais também são
consideradas estrangeiras para este efeito13. Esta posição vem ainda mais reforçada pelo Diploma
Ministerial 152/92 de 30 de Setembro que exige que pessoas requerendo propriedade desnacionalizada
devem fornecer prova da sua nacionalidade14. Observe que o Diploma Ministerial 97/92 de 8 de Julho
não aplica os mesmos critérios a ruínas e edifícios inacabados que pertencem ao Estado ou foram
nacionalizados15. Neste caso, uma empresa nacional é definida como uma empresa legalmente
constituída e com sede em Moçambique16. Assim, as empresas cujos donos maioritários são
estrangeiros podem adquirir ruínas ou edifícios inacabados que já foram propriedade do Estado, desde
que estas empresas tenham sido constituídas legalmente e tenham a sua sede em Moçambique. Como
observado acima, a aquisição de terra ou de locais para construção ou renovação é um assunto
complexo.
6. Meio ambiente
Muitos projectos de construção em Moçambique carecem de uma licença ambiental antes de poder ter
início, de facto qualquer actividade que pode afectar o ambiente carece de uma licença. A autorização
baseia-se na avaliação do potencial impacto da actividade proposta para determinar a sua viabilidade
ambiental, e termina com a emissão duma licença ambiental pelo Ministério para a Coordenação da
Acção Ambiental (MICOA)18. A Política e a Lei do Ambiente de Moçambique exigem que a gestão
do meio ambiente 11 Decreto-lei 5/76 de 5 de Fevereiro, Artigo 3, número 1 e Artigo 6, números 1 e 2.
12 Decreto 2/91 de 16 de Janeiro, introdução e Artigo 16. 13 Decreto 2/91 de 16 de Janeiro, Artigo 1
número 2 juntamente com Lei 5/76, Artigo 4 número 2. 14 Diploma Ministerial 152/92, número 4.2,
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alínea d e número 4.3. 15 Diploma Ministerial 97/92 de 8 de Julho, Artigo 1 números 1, 2 e 3. 16
Diploma Ministerial 97/92 de 8 de Julho, Artigo 2 número 2. 17 Lei do Ambiente, Artigo 15, número 1
18 Lei do Ambiente, Artigo 15, número 1 O Quadro Legal para a Construção em Moçambique se
baseie em sistemas preventivas, e a Lei do Ambiente e os seus regulamentos estabelecem um conjunto
de requisitos preventivos que devem ser satisfeitos antes da emissão duma licença ambiental.
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8. Consequências às violações de leis, regulamentos, normas e ética.
A violação de quaisquer das disposições deste Código, lei, ou norma relacionada às actividades de
construção civil, podem resultar em medidas disciplinares, tais como: advertência, suspensão de alvará
ou sessão do contrato de trabalho, multas.
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9. Conclusão
Durante o desenvolvimento deste trabalho ficou notável que o exercício profissional da construção
civil ocorre na base de um conjunto de leis que regulam a actividade. Antes de qualquer exercício é
necessária a observação das normas, porque em casos de contravenção dos dispositivos legais as
normas prevê-se também as devidas sanções de acordo com a infracção cometida, desde a suspensão
da licença de empreiteiro ou consultor, embargamento de obras, sujeição ao pagamento de multas até
medidas criminais. Esta é uma actividade de maior responsabilidade que exige decisões bastante
lúcidas para evitar entrar em conflitos com a lei.
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10. Referências bibliográficas:
Republica, B.(2013). Regulamento do Exercício da Actividade de Empreiteiro e de Consultor de
Construção Civil. Maputo. Recuperado de
https://www.portaldogoverno.gov.mz
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Índice
I. Lista de tabelas..............................................................................................................................................1
II. Lista de siglas..............................................................................................................................................11
III. Objectivos..................................................................................................................................................2
VI. Metodologias.............................................................................................................................................2
Introdução..............................................................................................................................................................3
1. Código de ética e deontologia da ordem dos engenheiros..............................................................................4
1.4. Dos deveres recíprocos dos engenheiros....................................................................................................5
2. Regulamento de licenciamento da actividade de empreiteiros de obras públicas de construção civil............5
2.1. Requisitos para a autorização de empreiteiro de construção civil...................................................................5
2.9.9.1. Renovação de alvará........................................................................................................................11
2.9.9.3. Pressupostos e requisitos para alteração...........................................................................................11
3.2. Obras públicas e obras particulares...............................................................................................................11
3.3. Exercício normal nas obras públicas ou serviços de consultoria públicos.....................................................12
3.5. Categorias de obras.......................................................................................................................................13
3.6. Categorias de serviços de consultoria...........................................................................................................14
3.7. Classes de obras............................................................................................................................................15
3.8. Classificação das empresas...........................................................................................................................15
3.9.3. Alvará........................................................................................................................................................16
3.9.5. Acesso ao alvará).......................................................................................................................................17
3.9.8. Consequências da suspensão do alvará).....................................................................................................18
3.9.9.2. Direitos do Empreiteiro e do Consultor..................................................................................................19
3.9.9.4. Placa de identificação de obra.................................................................................................................20
3.9.9.8. Multas.....................................................................................................................................................21
3.9.9.9. Embargo de obra e multa........................................................................................................................21
3.9.9.9.3. Consequências da cassação..................................................................................................................23
3.9.9.9.4. Determinação da sanção aplicável.......................................................................................................23
3.9.9.9.6. Taxas....................................................................................................................................................23
5. Lei de terras.................................................................................................................................................27
6. Meio ambiente.............................................................................................................................................28
7. Regulamento de avaliação de impacto ambiental........................................................................................29
8. Consequências às violações de leis, regulamentos, normas e ética..............................................................30
9. Conclusão....................................................................................................................................................31
10. Referências bibliográficas:.......................................................................................................................32
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