Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.

com

Mídia e Comunicação (ISSN: 2183–2439)

2021, Volume 9, Edição 1, Páginas 110–119
DOI: 10.17645/mac.v9i1.3331

Artigo

O que são notícias (falsas)? Analisando valores de notícias (e mais) em histórias falsas

Edson C. Tandoc Jr.1,*, Ryan J. Thomas2e Lauren Bishop2

1Escola
de Comunicação e Informação Wee Kim Wee, Nanyang Technological University, 637718, Cingapura; E-Mail:
edson@ntu.edu.sg
2Escolade Jornalismo do Missouri, Universidade do Missouri, Columbia, MO65211, EUA; E-Mails: thomasrj@missouri.edu (RJT),
laurenkbishop@mail.missouri.edu (LB)

* Autor correspondente

Enviado: 9 de junho de 2020 | Aceito: 9 de agosto de 2020 | Publicado: 3 de fevereiro de 2021

Abstrato
'Fake news' tem sido um tema de controvérsia durante e após as eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos. Grande parte dos
estudos até o momento se concentrou na 'falsidade' das notícias falsas, iluminando os tipos de fraude envolvidos e as motivações daqueles
que enganam. Este estudo analisa a 'novidade' das notícias falsas examinando até que ponto elas imitam as características e convenções
do jornalismo tradicional. Por meio de uma análise de conteúdo de 886 artigos de notícias falsas, descobrimos que, em termos de valores,
tópicos e formatos de notícias, os artigos publicados por sites de notícias falsas se parecem muito com notícias tradicionais e reais. A
maioria de seus artigos incluía os valores noticiosos de atualidade, negatividade e proeminência; eram sobre governo e política; e foram
escritos em formato de pirâmide invertida. No entanto, um ponto de partida é em termos de objetividade, operacionalizada como a
ausência da opinião pessoal do autor. A análise constatou que a maioria dos artigos analisados incluiu a opinião de seu autor ou autores.

Palavras-chave

análise de conteúdo; desinformação; notícias falsas; pirâmide invertida; valores-notícia; objetividade; notícias tradicionais

Emitir
Este artigo é parte da edição “Dark Participation in Online Communication: The World of the Wicked Web” editado por Thorsten
Quandt (Universidade de Münster, Alemanha).

© 2021 pelos autores; licenciado Cogitatio (Lisboa, Portugal). Este artigo está licenciado sob uma Licença Creative Commons
Atribuição 4.0 Internacional (CC BY).

1. Introdução um importante papel de guardião em considerar os eventos

As 'notícias falsas' tornaram-se um tema de controvérsia durante
e após as eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos.
Histórias falsas, como as que relatavam que o papa católico
havia endossado Donald Trump ou que Hillary Clinton havia
autorizado a venda de armas a um grupo terrorista, viralizaram
nas redes sociais. O fenômeno questionou as responsabilidades
de gigantes da mídia social como o Facebook em fornecer uma
plataforma onde a desinformação pode se espalhar
rapidamente (Carlson, 2018; Johnson & Kelling, 2018), enquanto
vários governos em todo o mundo consideraram intervenções
legislativas para lidar com a disseminação de notícias falsas
( Haciyakupoglu, Hui, Suguna, Leong, & Rahman, 2018; Katsirea,
2018; Tambini, 2017).
As notícias falsas contrastam com as 'notícias reais',
produzidas por jornalistas que há muito comandam
dignos de notícia e em separar o fato da falsidade. A posição
normativa do jornalismo não surge do nada, mas é o resultado
de normas e rotinas construídas ao longo do tempo, nas quais
os novos entrantes são socializados. Tais normas e rotinas
ajudam a manter a autoridade epistêmica do jornalismo como
um árbitro confiável do que é verdadeiro e do que não é
(Carlson, 2017). Simplesmente, é isso que ajuda o jornalismo ser
acreditado. Segue-se, então, que os produtores de 'notícias
falsas' imitariam as convenções das 'notícias reais' para sugar a
autoridade do jornalismo e convencer os leitores de que o
material apresentado a eles é um relato autêntico.
Isso parece uma presunção lógica, mas é verdade? Já
houve ampla pesquisa sobre notícias falsas (para uma
revisão, ver Tandoc, 2019) e, em particular, sua
'fakeness', levando em conta as motivações de seus
produtores, seus contornos conceituais e sua relação

Mídia e Comunicação, 2021, Volume 9, Edição 1, Páginas 110–119 110

acompanha outras formas de comunicação enganosa
(ver, por exemplo, Allcott & Gentzkow, 2017;
Finneman & Thomas, 2018). No entanto, há muito
menos trabalhos que analisam o características do
conteúdoque fazem 'notícias falsas' parecerem
'notícias reais'. Mourão e Robertson (2019) analisaram
artigos publicados durante a temporada eleitoral de
2016 nos EUA por 50 sites americanos rotulados como
sites de notícias falsas, descobrindo que tais artigos,
muitos dos quais não eram falsidades absolutas,
geralmente “empregavam níveis moderados de
sensacionalismo, clickbait, conteúdo enganoso e viés
partidário” (p. 2090). Mas e até que ponto as notícias
falsas são compatíveis com as convenções
jornalísticas estabelecidas? Embora muitos estudos
tenham se concentrado na 'falsidade' das notícias
falsas, poucos examinaram sua 'novidade'. Tal
investigação iluminaria até que ponto as histórias de
'notícias falsas' incorporam elementos de 'notícias' em
seu design e, assim, usam esses elementos como
marcadores de autoridade. Portanto,
2. Revisão da Literatura
2.1. Notícias falsas em contexto
O jornalismo legado foi assolado por uma série de desafios
que se cruzam à sua legitimidade, desde a difusão de
tecnologias de criação de conteúdo até o tumulto econômico
e o colapso da confiança do público (Carlson, 2020; Tong,
2018). Enquanto isso, um número crescente de pessoas
consome notícias via mídia social (Gottfried & Shearer, 2016),
desgastando a relação entre organizações jornalísticas
tradicionais e seus públicos devido à inserção de um
mediador, permitindo a rápida difusão de informações com
pouco respeito pela sua veracidade . As notícias falsas,
então, são emblemáticas de um colapso da autoridade
jornalística de criação de sentido e “destacam a erosão de
baluartes institucionais de longa data contra a
desinformação na era da Internet” (Lazer et al., 2018, p.
1094). Nos EUA, esses eventos ocorrem em um cenário de
polarização política, onde o partidarismo influencia como as
pessoas respondem às mensagens (Nyhan & Reifler, 2010).
Isso está em camadas em uma cultura política caracterizada
pela aceitação relativamente fácil de teorias da conspiração
(Oliver & Wood, 2014). O resultado dessas tendências,
argumenta-se, é que “agora estamos enfrentando uma
situação em que uma grande parcela da população vive em
um espaço epistêmico que abandonou os critérios
convencionais de evidência, consistência interna e busca de
fatos”. ' (Lewandowsky, Ecker, & Cook, 2017, p. 360).
2.2. Falsidade e Novidade
O termo 'notícias falsas' não é novo. Tem sido usado, por
exemplo, para se referir à sátira política de figuras como
Jon Stewart e Stephen Colbert, que se aproximaram das
convenções das notícias transmitidas (e, em
Mídia e Comunicação, 2021, Volume 9, Edição 1, Páginas 110–119
caso de Colbert, especialistas partidários) para efeito
cômico (Baym, 2005; Borden & Tew, 2007). O conceito
subjacente de comunicações de massa enganosas
também não é, é claro, um fenômeno novo. Da era
colonial ao período de 'profissionalização' do jornalismo
no início do século 20, os jornalistas da época usavam
rotineiramente trotes, sensacionalismo e exagero como
meio de vender jornais (Fedler, 1989; Finneman &
Thomas, 2018).
Fake news é um conceito complexo e um tanto
controverso devido à grande variação na forma como é
usado no discurso público. É notoriamente difícil de definir,
atraindo trotes, teorias da conspiração, propaganda
patrocinada pelo Estado, informações partidárias, conteúdo
manipulado, sátira e paródia em sua órbita (Tandoc, Lim e
Ling, 2018). Os estudiosos tentaram navegar neste terreno
oferecendo definições do conceito. Tais definições incluem
“o engano intencional de um público de massa por atores
não midiáticos por meio de uma comunicação
sensacionalista que parece crível, mas é projetada para
manipular e não se revela falsa” (Finneman & Thomas, 2018,
p. 358); “informações que foram deliberadamente fabricadas
e disseminadas com a intenção de enganar e induzir outros
a acreditar em falsidades ou duvidar de fatos
verificáveis” (McGonagle, 2017, p. 203); e “artigos de notícias
que são intencional e comprovadamente falsos e [que]
podem enganar os leitores” (Allcott & Gentzkow, 2017, p.
213).
Em sua análise das definições fornecidas até o momento,
Tandoc et al. (2018) demonstram como as diferentes
conceituações oferecidas variam em duas dimensões: nível de
facticidade e intenção. No que diz respeito à facticidade,
enquanto a sátira e as paródias usam o engano como objetivo
principal do humor, a propaganda e a manipulação buscam
principalmente enganar. A sátira imita e zomba das notícias,
mas, em última análise, ainda depende de fatos, enquanto as
paródias dependem de relatos fictícios para o humor. A intenção
por trás da produção de notícias falsas também varia. Quando
manchetes ultrajantes induzem os leitores a clicar em uma
história ou se eles são atraídos por uma história específica e
visitam a página, seus cliques são convertidos em dólares de
publicidade; isto é umfinanceiromotivo. Isso parece ser o que
motivou alguns adolescentes macedônios a criar sites de notícias
falsas e produzir artigos de notícias falsas; seus ganhos com
suas falsas histórias eleitorais superavam o salário mensal
médio macedônio (Subramanian, 2017). Em contraste, um
ideológicoO motivo seria intencionalmente turvar o discurso
público ou desacreditar determinadas personalidades ou
instituições a fim de promover (ou impedir) determinados
resultados políticos. Por exemplo, as forças russas comandaram
uma sofisticada operação de desinformação no cumprimento de
seus objetivos estratégicos (Haigh, Haigh e Kozak, 2018).
O que é digno de nota é a medida em que as definições
existentes de notícias falsas se concentram em sua 'falsidade' -
isto é, seu grau de facticidade e a intenção por trás de sua
produção - enquanto muito menos atenção tem sido dada à sua
'novidade' - a extensão qual imita convenções jornalísticas
estabelecidas, usando-as para transmitir
111
veracidade. Por exemplo, Finneman e Thomas (2018) observam que
notícias falsas “parecem credíveis” (p. 358), mascomo, precisamente,
parece ser assim? Se notícias falsas são “informações fabricadas que
imitam o conteúdo da mídia de notícias na forma, mas não no
processo ou intenção organizacional” (Lazer et al., 2018, p. 1094),
então o que exatamente é essa forma? A literatura até o momento
não explorou essas questões. Para entender o caráter de notícia das
notícias falsas, precisamos primeiro examinar o caráter de notícia das
notícias reais.
2.3. 'Real News' e suas rotinas
O jornalismo é identificável por sua adesão a um conjunto de
rotinas, que são “práticas, formas e regras padronizadas e
repetidas que os trabalhadores da mídia usam para fazer seu
trabalho” e “respostas práticas às necessidades das organizações
e trabalhadores da mídia” que “otimizam o relacionamentos
entre uma organização e seu ambiente” (Shoemaker & Reese,
2014, pp. 165, 168). Essas rotinas não apenas tornam o processo
de trabalho jornalístico mais eficiente, mas também ajudam a
manter a autoridade do jornalismo como um árbitro confiável do
que é verdadeiro e do que é falso (Carlson, 2017).
Embora os estudos enfatizem como as notícias falsas são
construídas com base em falsidades, a suposição de que as notícias
falsas imitam as notícias reais costuma ser considerada um dado
adquirido. Essa é uma suposição importante a ser testada, pois tem
implicações em como entendemos e lidamos com as notícias falsas
como um problema social. Uma forma de avaliar em que medida as
notícias falsas imitam as notícias reais é compará-las com base em
atributos que caracterizam as notícias tradicionais, além de serem
baseadas em fatos. Definir notícia não é fácil. Schudson (2018) a
define como “geralmente” referindo-se a “novas informações sobre
assuntos relativamente recentes” (p. 999). Os livros didáticos de
redação de notícias também costumam se referir às notícias como
um relato de um evento recente, significativo, extraordinário e
interessante (por exemplo, Harcup, 2015; Kershner, 2005;
Richardson, 2007). Mas, além do assunto das notícias, as
conceituações do que são notícias também incluíram convenções
sobre como elas são produzidas e comunicadas; por exemplo, as
notícias são marcadas por várias convenções relacionadas ao
conteúdo, como o uso de um formato de pirâmide invertida (por
exemplo, Harcup & O'Neill, 2017; Thomson, White, & Kitley, 2008; Vos,
2002).
Ao comparar notícias reais com notícias falsas com base em
alguns marcadores de conteúdo de notícias reais, este estudo é
modelado em trabalhos anteriores que analisaram atores
jornalísticos emergentes que, ao produzir notícias, adotam as
normas e rotinas do 'mainstream', em vez de ativamente
afastando-se ou desafiando-os. Por exemplo, Tandoc (2018)
examinou até que pontoBuzzFeed, um recém-chegado ao campo
jornalístico, obedecia ao mesmo conjunto de regras queO jornal
New York Times, há muito considerado um líder do setor e jornal
nacional de referência nos EUA, descobrindo que, com relação à
presença de valores de notícias específicos, o tópico dominante,
formato de notícias e uso de objetividade,BuzzFeedse
comportou muito como uma organização de notícias tradicional.
Este estudo atual adota essa estrutura e considera o seguinte
como representativo
Mídia e Comunicação, 2021, Volume 9, Edição 1, Páginas 110–119
(embora não definitivos) marcadores de 'notícias reais', que podem
ser usados para medir a 'novidade' de notícias falsas:Valores de
notícias,tópico de notícias,formato de notícias, eobjetividade.
2.3.1. Valores de notícias
Uma maneira pela qual o jornalismo pode ser diferenciado de
outras formas de escrita é por meio do uso que os jornalistas
fazem dos valores-notícia, que se referem ao “entendimento
operacional compartilhado” dos jornalistas que informa “o
mundo mediado que é apresentado ao público de
notícias” (Harcup & O'Neill , 2017, p. 1470). Esses critérios para
determinar a noticiabilidade são “transmitidos às novas
gerações por meio de um processo de treinamento e
socialização” (Harrison, 2006, p. 153). Embora diferentes
organizações de notícias possam priorizar diferentes valores de
notícias de acordo com a orientação de mercado, o contexto
nacional e o grau de autonomia jornalística, basta dizer que a
identificação ou combinação de qualquer mistura de valores de
notícias serve como uma pista para a noticiabilidade de uma
história, e quanto mais critérios um evento satisfizer, maior a
probabilidade de se tornar notícia (Harcup & O'Neill, 2017).
Nenhuma taxonomia de valores-notícia pode ser definitiva. Nós
nos concentramos aqui em quatro valores de notícias específicos que
se repetem em estudos empíricos de conteúdo de notícias
tradicionais e em metanálises da literatura (ver, por exemplo, Harcup
& O'Neill, 2017; Shoemaker & Reese, 2014). Estes são os valores-
notícia depontualidade,negatividade,proeminência, eimpacto.
Embora a proximidade seja um valor noticioso comumente estudado,
ela é operacionalizada em termos da proximidade do assunto ou
evento com a redação; como a maioria dos sites de notícias falsas
vêm e vão e operam anonimamente, é difícil determinar suas
respectivas localizações geográficas.
O valor-notícia depontualidaderefere-se à atualidade da
informação e “responde ao ímpeto da notícia ser recente e
atual” (Kilgo, Lough, & Riedl, 2020, p. 270). A pontualidade
não é apenas uma norma de notícias estabelecida há muito
tempo, mas também adotada por atores jornalísticos
emergentes, comoBuzzFeed, que o incorporam em seus
relatórios (Tandoc, 2018).Negatividaderefere-se a histórias
de 'más notícias' com tons desagradáveis que perturbam o
estado normal das coisas, como aquelas que envolvem
conflito ou tragédia (Harcup & O'Neill, 2017). O valor-notícia
deproeminênciarefere-se ao envolvimento de indivíduos ou
organizações proeminentes e foi considerado a chave para a
'compartilhamento' do conteúdo nas mídias sociais (García-
Perdomo, Salaverría, Kilgo e Harlow, 2018; Kilgo et al., 2020).
Finalmente,impactorelaciona-se com o significado,
magnitude ou efeitos do problema ou evento em questão
em termos de sua escala, refletindo como as notícias
destacam “as tempestades mais severas, os incêndios mais
prejudiciais, os acidentes mais mortais, os discursos mais
importantes e os organizações mais interessantes porque
provavelmente afetam mais leitores e espectadores e têm as
consequências mais sérias” (Fedler, Bender, Davenport e
Drager, 2001, p. 110). Partindo da premissa de que as
notícias falsas tentam imitar as notícias tradicionais,
perguntamos:
112
 QP1: Que porcentagem de artigos publicados por sites de
notícias falsas contém os seguintes valores de notícias: a)
oportunidade, b) negatividade, c) destaque e d) impacto?
2.3.2. Tema
O processo de produção de notícias também é tradicionalmente
caracterizado pela classificação de histórias por tópicos, como
política, crime, negócios, saúde ou entretenimento. Essa classificação
afeta como as histórias são organizadas em um jornal ou online (Dick,
2011) e molda a capacidade de compartilhamento das histórias
(García-Perdomo et al., 2018). Existem julgamentos normativos
associados a isso, onde histórias sobre política e governo são
tratadas como possuindo maior importância normativa do que
outros tipos de jornalismo (Schultz, 2007). De fato, a pesquisa de
Tandoc (2018) descobriu que ambosBuzzFeedeO jornal New York
Timeshistórias publicadas sobre governo ou política com mais
frequência, seguidas por histórias de crime ou terrorismo. Assim,
também perguntamos:
RQ2: Sobre quais tópicos de notícias os sites de notícias falsas escrevem
com mais frequência?
2.3.3. Formato de notícias
As análises de conteúdo jornalístico também têm se
concentrado no formato da prosa jornalística. O estilo de
pirâmide invertida, onde a informação mais importante é
colocada no topo, domina o noticiário convencional. Isso
provavelmente se deve à sua aquisição normativa, sendo
associada à objetividade devido à forma como padroniza a
apresentação do conteúdo noticioso como um relato oficial
dos eventos (Thomson et al., 2008; Vos, 2002). Embora
existam alternativas, como o estilo narrativo comum ao
jornalismo literário (ver Johnston & Graham, 2012) ou formas
emergentes como o 'listicle' (ver Tandoc, 2018), a pirâmide
invertida persiste nos EUA como um formato dominante de
organização news, tanto que o próprio formato pode
desencadear heurísticas que afetam a credibilidade
percebida de uma mensagem (Sundar, 2008). Segue-se,
portanto, que os produtores de notícias falsas tentariam
imitar esse estilo de narrativa para parecer autoritário e,
assim, ser acreditado. Por isso:
QP3: Qual é a porcentagem de artigos publicados por sites de notícias
falsas que usam o formato de pirâmide invertida?
2.3.4. Objetividade
Finalmente, um marcador comum do jornalismo tradicional nos
Estados Unidos é o uso da objetividade, que coloca os jornalistas no
papel de cientistas imparciais que buscam as evidências onde quer
que elas levem e demonstram “fé em 'fatos', desconfiança em
'valores' e uma compromisso com sua segregação” (Schudson, 1978,
pp. 4–5). Como um mecanismo de sinalização, a objetividade implica
que os jornalistas obtiveram “todas as informações relevantes” e as
examinaram para “determinar por que as contas conflitam e quais
refletem com mais precisão
Mídia e Comunicação, 2021, Volume 9, Edição 1, Páginas 110–119
realidade” (Ryan, 2001, p. 4). A objetividade é frequentemente
citada como sendo a raiz da autoridade epistêmica do
jornalismo, ou seja, sua credibilidade como árbitro do que é
factual (Carlson, 2017).
Embora a opinião continue sendo uma parte proeminente
do jornalismo americano (por exemplo, colunas de opinião,
programas de entrevistas sobre assuntos públicos), dentro da
produção das principais organizações de notícias ela é
compartimentada longe das notícias e recebe sua própria seção.
Esta é uma separação literal e simbólica, reforçando a norma de
que a opinião não deve interferir na reportagem (Thomas, 2018).
Assim, estudos empíricos de conteúdo de notícias
operacionalizaram a objetividade como a ausência de opinião
(ver, por exemplo, Lawrence, Molyneux, Coddington, &Holton,
2014; Molyneux, 2015; Tandoc, 2018; Tandoc & Thomas, 2017).
Segue-se, então, que os produtores de notícias falsas podem
buscar tirar proveito dessa credibilidade jornalística para serem
acreditados, colocando uma aparência de objetividade. Portanto:
QP4: Qual a porcentagem de artigos publicados por sites de
notícias falsas que excluem a opinião pessoal do autor?
3. Método
3.1. Amostragem
Buscando examinar até que ponto as notícias falsas imitam
as notícias reais, este estudo se baseia na análise de
conteúdo de 886 artigos de 23 sites de notícias falsas. A
amostragem teve várias etapas. Primeiro, construímos uma
lista de sites de notícias falsas com base em listas publicadas
por sites de notícias e entretenimentoBuzzFeede sites de
verificação de fatosPolitiFact eVerificação de fato.BuzzFeedA
lista de foi baseada no “conteúdo do Facebook de 96 sites de
notícias falsas… em “uma lista mais abrangente de sites de
notícias falsas puras” (Silverman, 2016, para. 4).PolitiFactA
lista de foi baseada em “todos os sites nos quais [eles
tinham] encontrado notícias deliberadamente falsas ou
falsas desde que começamos a trabalhar junto com o
Facebook” (PolitiFact, 2017, para. 5).Verificação de fato
ofereceu “uma lista de sites que postaram conteúdo
enganoso” (Verificação de fato, 2017, par. 1). Conforme
observado (por exemplo, Mourão & Robertson, 2019), as
diferenças nas formas como as notícias falsas são
conceituadas e mensuradas resultam em desafios nessa
linha de trabalho empírico. Nenhuma das listas que
utilizamos afirma ser exaustiva, mas indica esforços de
organizações legítimas de notícias e verificação de fatos para
catalogar sites de notícias falsas. Uma lista combinada
baseada nessas três fontes incluiu 230 sites de notícias
falsas.
Em seguida, selecionamos aleatoriamente 23 sites da lista,
representando 10% dos sites de notícias falsas listados. Em seguida,
para cada site selecionado aleatoriamente, coletamos links para
todos os seus artigos publicados entre 28 de fevereiro de 2017 e 28
de fevereiro de 2018, usando o BuzzSumo, uma ferramenta online de
marketing de mídia social que permite o rastreamento de conteúdo
online e suas métricas de engajamento de mídia social que tem
113
tem sido usado por estudos sobre conteúdo de
mídia social (ver, por exemplo, Cadman & Galvin,
2019; Sommariva, Vamos, Mantzarlis, Đào, &
Martinez Tyson, 2018; Waszak, Kasprzycka-Waszak,
& Kubanek, 2018). Isso rendeu 9.915 artigos, dos
quais selecionamos aleatoriamente 992 artigos,
novamente representando 10% da amostra. Alguns
dos links, entretanto, não estavam mais ativos
quando realizamos o estudo, deixando o estudo
final com um total de 886 artigos para análise de
conteúdo. Analisamos os artigos selecionados
lendo-os na própria página da Web em que foram
publicados - ou seja, clicamos nos links que
coletamos do BuzzSumo para acessar os artigos.
Focamos na codificação do texto principal do artigo
e excluímos quaisquer materiais complementares,
como recursos visuais que os acompanham .
Assim, a unidade de análise deste estudo é o texto
principal do artigo.
3.2. Variáveis
Dois codificadores foram treinados usando um manual de
análise de conteúdo adaptado de um estudo anterior (Tandoc,
2018). O manual incluiu medidas do que estudos anteriores
consideraram como marcadores de notícias tradicionais. Após
três sessões de treinamento, duas sessões práticas de
codificação e valores aceitáveis de confiabilidade entre
codificadores, a codificação real começou com cada codificador
codificando independentemente metade da amostra. A primeira
prática de codificação envolveu 20 notícias falsas recentes
coletadas de um site de notícias falsas não incluído na amostra.
O objetivo da primeira prática de codificação era apresentar aos
codificadores o processo de codificação, bem como obter
feedback inicial sobre o manual de codificação. A segunda
prática de codificação envolveu 20 notícias falsas selecionadas
aleatoriamente da população de artigos de onde veio a amostra
real.
3.2.1. Valores de notícias
Os artigos foram codificados pela presença ou ausência de
quatro valores-notícia comuns na literatura: atualidade,
negatividade, proeminência e impacto.pontualidaderefere-
se a se o artigo era sobre algo recente, oportuno ou sazonal.
Negatividaderefere-se a se o artigo enfocou os aspectos
negativos da questão ou evento. Proeminênciarefere-se a se
o artigo envolveu fontes bem conhecidas ou de elite, sejam
indivíduos ou organizações. Finalmente,impactorefere-se a
se o assunto ou evento do artigo tem alto significado em
termos de seus efeitos ou consequências para a população.
Os codificadores codificaram consistentemente para valores
de notícias (Krippendorf's  =0,74).
3.2.2. Tópicos de notícias
Os artigos também foram codificados para o tópico principal da história.
Baseando-se em uma lista integrada de tópicos recorrentes identificados
Mídia e Comunicação, 2021, Volume 9, Edição 1, Páginas 110–119
tificado na literatura (Becker, 2009; Becker, Lowrey, Claussen, &
Anderson, 2000; Magin & Maurer, 2019; Maguire, 2014;
Schierhorn, Endres, & Schierhorn, 2001; Sjøvaag, 2015; Tandoc,
2018), as histórias foram codificado se o tópico principal da
história fosse sobre: governo e política; crime ou terrorismo;
economia e negócios; Educação; ambiente e energia;
transportes e obras públicas; acidentes e desastres; ciência,
saúde e tecnologia; religião; problemas sociais e direitos
humanos; interesse humano; Esportes; ou entretenimento. A
concordância de confiabilidade entre codificadores foi
inicialmente baixa (Krippendorf's   =0.22), o que levou a um
treinamento adicional do codificador nesta medida até que
ambos os codificadores tivessem um entendimento comum e
confiante de como as categorias de tópicos deveriam ser
codificadas. Testes intercodificadores subsequentes mostraram
que a pontuação de confiabilidade do intercodificador estava
próxima do intervalo aceitável (Krippendorf's  =0,64).
3.2.3. Formato de notícias
Os artigos foram codificados por seu formato, ou como a
história foi escrita ou apresentada. Pode ser qualquer um desses
formatos de notícias comumente usados, conforme deduzido da
literatura: pirâmide invertida, lista, cronologia, cronologia
invertida ou narrativa. Como essa era uma medida direta, os
codificadores chegaram a um acordo perfeito para essa
categoria.
3.2.4. Objetividade
Por fim, os artigos foram codificados quanto à presença ou
ausência da opinião do jornalista sobre o assunto ou assunto.
Para que um artigo seja codificado como tendo a opinião do
jornalista, a inclusão da opinião pessoal deve ser explícita. Por
exemplo, uma notícia falsa afirmou erroneamente que oito
testemunhas do tiroteio em massa em Las Vegas em outubro de
2017 morreram de forma suspeita, falou sobre como “a narrativa
oficial fede tão mal” e descreveu como “impressionante” o
número de testemunhas que “morreram de forma suspeita”.
circunstâncias"; essas alegações foram desmascaradas por
organizações de verificação de fatos, como Snopes.com. Neste
artigo, o uso de adjetivos carregados de valor em frases não
atribuídas a nenhuma fonte inclui explicitamente julgamentos
pessoais do autor. Inclusão implícita de opinião, como a escolha
de fontes específicas em detrimento de outras, portanto, não é
capturado nesta variável. Isso também foi codificado como uma
variável nominal binária (opinião presente/opinião ausente), com
uma pontuação de confiabilidade intercodificador aceitável (
Krippendorf's  =0,87).
4. Descobertas
4.1. Valores de notícias
RQ1 perguntou qual a porcentagem de artigos publicados por
sites de notícias falsas que continham os valores de notícias de
a) oportunidade, b) negatividade, c) destaque e d) impacto. A
análise mostrou que 98,6% dos artigos analisados incluíam o
114
valor-notícia de pontualidade; 89,2% incluíram o valor
noticioso da negatividade; 79,7% incluíram o valor noticioso
de destaque; mas apenas 32% incluíram o valor da notícia de
impacto. Em comparação, um estudo anterior que analisou o
conteúdo deO jornal New York Times(Tandoc, 2018), cuja
estrutura adotamos para este estudo, descobriu que a
maioria de seus artigos de notícias incluía os valores de
notícias de atualidade (72,7%), negatividade (74,5%),
proeminência (64,2%) e impacto (59%). ). Portanto, em
termos de valores de notícias de atualidade, negatividade e
4.3. Formato de notícias
O RQ3 perguntou sobre o formato de notícias mais usado pelos
sites de notícias falsas. A análise constatou que 98,8% dos
artigos analisados utilizaram o formato de pirâmide invertida
(ver Tabela 3). Em comparação, Tandoc (2018) constatou que
70,8% das notícias publicadas porO jornal New York Times
Pirâmide invertida usada.
Tabela 3.Formato de notícias.

proeminência, artigos de sites de notícias falsas parecem

Formatar Percentagem
imitar artigos de notícias reais (ver Tabela 1). No entanto, a
maioria das matérias analisadas não tem valor noticioso de Pirâmide invertida 98,8
impacto, focando em coisas triviais, como uma fake news Lista .4
relatando que uma mulher foi hospitalizada após ser Cronologia .1
espancada com dildos. Narrativa .7

Tabela 1.Valores de notícias (%).

4.4. Objetividade
Sim Não
pontualidade 98,6 1.4 Por fim, o RQ4 perguntou qual a porcentagem das matérias
Negatividade 89.2 10.8 publicadas por sites de notícias falsas que aderiram ao padrão
Proeminência 79,7 20.3 de objetividade ao excluir qualquer opinião pessoal do autor. A
Impacto 32.3 67,7 análise constatou que apenas 35,7% dos artigos analisados
excluíram a opinião pessoal, enquanto a maioria, ou 64,3%,
incluiu a opinião pessoal do autor ou autores (ver Tabela 4). Por
4.2. Tópico de notícias exemplo, um artigo trivial de notícias falsas que afirmava que o
rapper Jay-Z foi pego “transformado” por passageiros em um voo
RQ2 perguntou sobre quais tópicos são mais da United Airlines incluía referências a como a companhia aérea
frequentemente escritos por sites de notícias falsas. A estava desesperada para evitar outro escândalo e tomou
análise constatou que 51,6% dos artigos analisados eram medidas para encobrir o incidente. Tal comentário não foi
sobre governo ou política (ver Tabela 2). Segue-se o crime ou atribuído a nenhuma fonte. Por outro lado, uma análise de
terrorismo (19,5%) e a ciência, saúde ou tecnologia (10,3%). conteúdo de artigos de notícias publicados porO jornal New York
Em comparação, entre os tópicos mais comuns relatados por Timesconstatou que 75,8% de seus artigos excluíam opiniões de
O jornal New York Timescom base em estudo anterior foram jornalistas (Tandoc, 2018).
governo ou política (31,6%); crime ou terrorismo (27,1%); e
ciência, saúde ou tecnologia (8,2%; Tandoc, 2018). No Tabela 4.Objetividade.
entanto, muitas das histórias políticas ou relacionadas a
Presença de Opinião Percentagem
crimes que analisamos enfocavam questões triviais,
potencialmente destinadas a atiçar a polarização política em Não 35,7
vez de disseminar informações importantes. Por exemplo, Sim 64,3
uma notícia falsa informou que um e-mail vazado revelou
que “Michelle Obama admite que odeia Hillary Clinton”.
5. Discussão
Embora esta seja considerada uma história sobre política, é
um 'assunto' que não envolve ou afeta a população.
Este estudo se propôs a explorar até que ponto o conteúdo de
notícias falsas imita as convenções das notícias tradicionais,
Mesa 2.Tópico de notícias.
'reais'. Onde estudos anteriores se concentraram na 'falsidade'
Tema Percentagem das notícias falsas, este estudo se concentrou em sua 'novidade'.
Guiado por estudos anteriores que mapearam marcadores de
Governo/Política 51.6
notícias tradicionais, este estudo analisou artigos publicados por
Crime/Terrorismo 19.5
sites de notícias falsas com base em valores de notícias, tópico,
Ciência/Saúde/Tecnologia 10.3
formato e objetividade. O estudo constatou que, em termos de
Esportes/Entretenimento/Artes 6.9
valores, tópicos e formatos de notícias, os artigos analisados se
Acidentes/Desastres 3.7
parecem muito com as notícias tradicionais. A maioria dos
Economia/Negócios 2.5
artigos que estudamos incluía os valores noticiosos de
Serviços públicos 1.6
atualidade, negatividade e proeminência; eram sobre governo e
Religião/Igrejas 1,5
política; e foram escritos em formato de pirâmide invertida. No
Ambiente/Mudanças Climáticas 1.1
entanto, um ponto de partida está em

Mídia e Comunicação, 2021, Volume 9, Edição 1, Páginas 110–119 115

termos de objetividade, operacionalizada como a ausência
de opinião pessoal do autor. A análise constatou que a
maioria dos artigos continha a opinião pessoal de seu autor
ou autores. O valor noticioso do impacto também não foi
muito comum entre os sites de notícias falsas, que parecem
se concentrar muito em inventar histórias triviais.
5.1. Implicações
Ao identificar as características de conteúdo comuns em
histórias publicadas por sites de notícias falsas, este estudo
forneceu dados empíricos para informar o que pode ter sido
presumido anteriormente. Nossas descobertas, em geral,
sugerem que os produtores de notícias falsasimitar as
convenções das notícias tradicionais. Essa imitação suga a
autoridade epistêmica do jornalismo para fins enganosos. Dito
de outra forma, para os produtores de notícias falsas, as notícias
são simplesmente os meios, mas o engano é o fim. No geral, isso
reforça a associação entre rotinas jornalísticas e convenções de
conteúdo e autoridade epistêmica do jornalismo. Ao imitar essas
convenções de conteúdo, desde estilo e formato de redação até
valores de notícias, os produtores de notícias falsas exploram a
posição social do jornalismo. Isso dá suporte à suposição de que
notícias falsas, como uma forma específica de tentativas
deliberadas de desinformação, referem-se a artigos desprovidos
de base factualdeliberadamente embalado para parecer notícia
para enganar.
As descobertas deste estudo ajudam a iluminar quais características
de conteúdo de notícias reais os produtores de notícias falsas estão se
apropriando para dar a seus resultados uma aparência de veracidade ou
mesmo legitimidade. Uma motivação ideológica subjacente, como semear
desconfiança em uma investigação do governo sobre um tiroteio em
massa, pode ser propagada mesmo na ausência de fatos, pois os
produtores de notícias falsas podem empacotar uma alegação falsa (por
exemplo, mortes suspeitas de testemunhas que sinalizam um
acobertamento) apoiar a sua motivação subjacente (por exemplo, semear
a desconfiança no governo) com características de conteúdo associadas a
notícias reais (por exemplo, referência a um acontecimento oportuno, foco
num aspeto negativo, ligação a um tema de destaque, utilização de
pirâmide invertida, entre outras) para transformar uma narrativa falsa em
uma que se pareça com uma notícia real e legítima. Empregados de forma
regular, tanto para artigos completamente falsos quanto para artigos
reais, mas incompletos ou sensacionalistas, a apropriação de
características de conteúdo de notícias reais pode potencialmente dar a
um site um manto de legitimidade, pelo menos para aqueles leitores que
seus artigos são capazes de enganar. Assim, a 'notícia' das notícias falsas
ajuda não apenas artigos específicos de notícias falsas a enganar, mas
também potencialmente os sites e contas de mídia social que os publicam
regularmente.
No entanto, a análise também revelou algumas áreas de
divergência, sendo a mais notável em termos de objetividade.
Este estudo constatou que a maioria dos artigos analisados
incluiu a opinião de seu autor ou autores. Pode ser que o
ausênciade objetividade explica por que as notícias falsas são
tão potentes. Ao apelar explicitamente para as predisposições
existentes dos leitores por meio da inclusão de opiniões
semelhantes do autor ou autores, as notícias falsas
Mídia e Comunicação, 2021, Volume 9, Edição 1, Páginas 110–119
Os códigos aumentam sua ressonância, legitimidade e credibilidade
entre um grupo de leitores, um fenômeno conhecido como viés de
confirmação (Taber & Lodge, 2006). Isso também pode refletir a
proeminência dos comentários e comentários partidários no cenário
da mídia (ver, por exemplo, Levendusky, 2013) e a aceitação da
opinião como um valor noticioso. Em seu estudo sobre o que os
jovens adultos consideram notícias, Armstrong, McAdams e Cain
(2015) descobriram que “os consumidores podem esperar – e até
mesmo buscar notícias subjetivas e carregadas de opinião para
ajudá-los a entender eventos proeminentes, impactantes e
controversos e questões” (p. 95). Dadas essas condições, pode ser
que os produtores de notícias falsas estejam cientes das mudanças
na forma como o jornalismo está sendo produzido, recebido e
avaliado e estejam tirando proveito dessas mudanças.
De particular interesse é a constatação de que os
artigos que estudamos usaram o estilo de prosa da
pirâmide invertida enquanto se afastavam da norma
da objetividade, já que os dois têm sido tipicamente
tratados como congruentes (Thomson et al., 2008;
Vos, 2002). Istopoderiapode ser que a associação
entre os dois esteja enfraquecendo, embora esteja
além do escopo deste estudo estabelecer isso com
certeza empírica. Uma explicação plausível pode estar
na intenção dos produtores de notícias falsas, que
podem ter observado que a pirâmide invertida
continua prevalecente como uma forma 'padrão' de
organizar a apresentação de notícias, enquanto a
norma de objetividade pode ser menos saliente para
o objetivo de aprofundar atitudes partidárias em
populações-alvo. Outra explicação pode estar na
natureza da amostra, que se concentrou em artigos
de sites de notícias falsas nos EUA, um país
caracterizado pela crescente polarização política,
declínio da confiança no jornalismo de linhas
partidárias e proeminência de conteúdo de mídia
opinativo e partidário (Newman , & Fletcher, Schulz,
Andı, & Nielsen, 2020).
Fake news é um termo problemático, e pode-se argumentar
que persistir em seu uso – em outras palavras, atribuir tal
conteúdo como “notícia” para começar – equivocadamente o
atribui legitimidade. O fato de o termo ter sido adotado por
políticos para descrever reportagens desfavoráveis (Lischka,
2019) torna esse terreno ainda mais complicado. No entanto,
continua valendo a pena examinar até que ponto aqueles que
transmitem informações enganosas como notícias imitam as
convenções de notícias reais para fins enganosos. Isso fornece
mais precisão na determinação de como as notícias falsas se
aproximam da 'novidade' no conteúdo, se não na ética.
5.2. Limitações e Direções para Pesquisas Futuras
Os achados deste estudo devem ser entendidos no contexto
de várias limitações. Com certeza, uma análise de conteúdo
só pode analisar o conteúdo manifesto e não as motivações
e rotinas por trás dos padrões de conteúdo. Estudos futuros
devem olhar para as práticas que levam ao conteúdo
116
padrões que este estudo descobriu. Se notícias falsas
parecem notícias reais, quais rotinas os produtores de
notícias falsas seguem para construir saídas de notícias
falsas e como essas rotinas se comparam às dos jornalistas?
Concedido, perseguir tal linha de pesquisa pode estar
repleto de desafios práticos.
Embora as listas de sites de notícias falsas que usamos
para amostragem sejam abrangentes, elas não são
exaustivas, pois os sites de notícias falsas vêm e vão.
Portanto, nossas descobertas não podem ser generalizadas
para toda a população de notícias falsas nos EUA; no
máximo, nossas descobertas representam os sites de
notícias falsas nas listas que usamos no momento da coleta
de dados. É possível que as notícias falsas tenham evoluído
desde então, e estudos futuros podem se basear em nossas
descobertas para continuar rastreando como as notícias
falsas evoluem. , que descobriu que esses sites não publicam
exclusivamente falsidades, mas também relatos verdadeiros.
Nosso estudo, no entanto, concentrou-se em examinar o uso
de convenções jornalísticas, em vez de confiar nos fatos em
si.
Por fim, nos concentramos em artigos publicados por sites
de notícias falsas identificados nos EUA e devemos ter cuidado
ao sugerir que o que pertence a um contexto pertence a outro,
dadas as diferenças nos contextos políticos e de mídia entre os
sistemas. As notícias falsas são um problema global, sendo
importante estudá-las em outros contextos nacionais. Se
notícias falsas empacotam informações falsas para parecerem
notícias reais, como elas se parecem em contextos de mídia cuja
forma e conteúdo são diferentes do jornalismo americano?
Apesar dessas limitações, esperamos que nossas descobertas
contribuam para uma compreensão mais sutil das notícias falsas. As
descobertas deste estudo atual não apenas fornecem suporte
empírico para a suposição de que notícias falsas imitam notícias reais
para sugar a legitimidade e autoridade social do jornalismo, mas
também levantam questões para estudos futuros. Por exemplo, uma
descoberta interessante é que, depois da política e do crime, os
temas ciência, tecnologia e saúde são os terceiros assuntos mais
frequentes de notícias falsas. Isso tem implicações sobre como o
público entende, ou não entende, questões já complexas, mas
importantes, envolvidas em ciência, tecnologia e saúde (como
mudanças climáticas, vacinas e remédios contra a Covid-19). Além
disso, como este estudo mostrou como as notícias falsas são
semelhantes às notícias reais no que diz respeito à estrutura do
conteúdo, tais características de conteúdo não são mais suficientes
como demarcações entre notícias reais e falsas. Eles não devem mais
ser considerados indícios de autenticidade. Na verdade, esses
marcadores de conteúdo são o que os produtores de notícias falsas
explorarpara enganar os leitores. Por exemplo, citar personalidades
proeminentes há muito tempo é associado à noticiabilidade, mas não
deve ser usado como uma medida automática de verdade ou
indicador de confiabilidade, uma vez que notícias falsas também
podem atribuir citações inventadas a pessoas reais. A noticiabilidade
como conceito deve ser revisitada e seu valor heurístico para
jornalistas e audiências questionado. Estudos futuros devem explorar
como notícias reais podem se distinguir de notícias falsas e
Mídia e Comunicação, 2021, Volume 9, Edição 1, Páginas 110–119
como seus resultados podem ser comunicados aos leitores para
equipá-los com habilidades para distinguir o que é real do que é
falso e valorizar o primeiro sobre o segundo.
Agradecimentos
Os autores agradecem o trabalho dos codificadores de dados. O
trabalho do primeiro autor neste projeto também foi financiado por
uma Bolsa Acadêmica de Nível 1 do Ministério da Educação de
Cingapura.
Conflito de interesses
Os autores declaram não haver conflito de interesses.
Referências
Allcott, H., & Gentzkow, M. (2017). Redes sociais e fake
novidades nas eleições de 2016.Jornal de Perspectivas
Econômicas,31(2), 211–236.
Armstrong, CL, McAdams, MJ, & Cain, J. (2015).
O que é notícia? O público pode ter suas próprias ideias.
Revista Atlântica de Comunicação,23(2), 81–98. Baym, G.
(2005). The Daily Show: integração discursiva
e a reinvenção do jornalismo político.
Comunicação Política,22(3), 259–276.
Becker, L. (2009). Emprego. Em CH Sterling (Ed.),
enciclopédia de jornalismo(pp. 514–519). Thousand
Oaks, CA: Sábio.
Becker, L., Lowrey, W., Claussen, D., & Anderson, W.
(2000). Por que a batida continua?Diário de
pesquisa de jornal,21(4), 2–16.
Borden, SL, & Tew, C. (2007). O papel do jornalista e
a atuação do jornalismo: lições éticas das notícias
“fake” (sério).Jornal de Ética da Mídia de Massa, 22
(4), 300–314.
Cadman, K., & Galvin, JP (2019). Enxerto versus hospedeiro
doença: uma análise da atividade e engajamento na
Internet e nas redes sociais.Biologia do Transplante de
Sangue e Medula,25(3), 81-82.
Carlson, M. (2017).Autoridade jornalística: legitimando
notícias na era digital. Nova York, NY: Columbia
University Press.
Carlson, M. (2018). Facebook nas notícias: mídias sociais,
jornalismo e responsabilidade pública após a
controvérsia dos Trending Topics de 2016.jornalismo
digital, 6(1), 4–20.
Carlson, M. (2020). Fake news como moral informacional
pânico: o desvio simbólico das mídias sociais durante as eleições
presidenciais de 2016 nos Estados Unidos.Informação,
Comunicação e Sociedade,23(3), 374–388. Dick, M. (2011).
Otimização de mecanismos de busca nas notícias do Reino Unido
Produção.prática jornalística,5(4), 462-477. Verificação de fato.
(2017). Diretório de desinformação.Verificação de fato.
Recuperado dehttps://www.factcheck.org/2017/07/
websites-post-fake-satirical-stories
Fedler, F. (1989).boatos da mídia. Ames, IA: Iowa State University
Verity Press.
117
Fedler, F., Bender, JR, Davenport, LD, & Drager, MW
(2001).Reportagem para a mídia(7ª ed.). San Diego,
CA: Harcourt College.
Finneman, T., & Thomas, RJ (2018). Uma família de falsos
capuzes: Decepção, boatos da mídia e notícias falsas.
Diário de pesquisa de jornal,39(3), 350–361. García-
Perdomo, V., Salaverría, R., Kilgo, DK, & Harlow,
S. (2018). Compartilhar ou não compartilhar: a influência de
valores e tópicos de notícias em conteúdo popular de mídia
social nos Estados Unidos, Brasil e Argentina.Estudos de
Jornalismo,19(8), 1180–1201.
Gottfried, J., & Shearer, E. (2016). Uso de notícias em
plataformas de mídia social 2016.Centro de Pesquisa
Pew. Recuperado dehttps://www.journalism.org/2016/
26/05/news-use-across-social-media-platforms-2016
Haciyakupoglu, G., Hui, JY, Suguna, VS, Leong, D.,
& Rahman, MFBA (2018).Combatendo notícias falsas:
uma pesquisa sobre iniciativas globais recentes.
Singapura: S. Rajaratnam School of International Studies
– Nanyang Technological University. Recuperado de
https://www.think-asia.org/handle/11540/8063 Haigh,
M., Haigh, T., & Kozak, NI (2018). Parando falso
notícias: As práticas de trabalho da contrapropaganda
ponto a ponto.Estudos de Jornalismo,19(14), 2062–2087.
Harcup, T. (2015).Princípios e prática do jornalismo.
Thousand Oaks, CA: Sábio.
Harcup, T., & O'Neill, D. (2017). O que é notícia? Notícias
valores revisitados (novamente).Estudos de Jornalismo,18(12),
1470-1488.
Harrison, J. (2006).Notícias. Nova York, NY: Routledge.
Johnson, BG e Kelling, K. (2018). Colocando Facebook:
'Tendências', 'Napalm Girl', 'notícias falsas' e trabalho de
fronteira jornalística.prática jornalística,12(7), 817-833.
Johnston, J. & Graham, C. (2012). O novo, velho jornal-
ismo: a escrita narrativa em jornais contemporâneos.
Estudos de Jornalismo,13(4), 517-533.
Katsirea, I. (2018). 'Fake news': reconsiderando o valor
de expressão falsa em face da incerteza regulatória.
Revista de Direito da Mídia,10(2), 159–188. Kershner,
JW (2005).Os elementos da redação de notícias.
Boston, MA: Pearson Allyn e Bacon.
Kilgo, DK, Lough, K., & Riedl, MJ (2020). Emocional
apelos e valores-notícia como fatores de compartilhamento
na cobertura do desafio do balde de gelo.jornalismo digital,
8(2), 267–286.
Lawrence, RG, Molyneux, L., Coddington, M., & Holton,
A. (2014). Convenções de tweeting: uso do Twitter por
jornalistas políticos para cobrir a campanha presidencial
de 2012.Estudos de Jornalismo,15(6), 789–806. Lazer,
DMJ, Baum, MA, Benkler, Y., Berinsky, A.
J., Greenhill, KM, Menczer, F., . . . Zittrain, JL (2018).
A ciência das notícias falsas.Ciência,359(6380),
1094–1096.
Levendusky, M. (2013).Como a mídia partidária polariza
América. Chicago, IL: University of Chicago Press.
Lewandowsky, S., Ecker, UKH, & Cook, J. (2017).
Além da desinformação: compreender e lidar
Mídia e Comunicação, 2021, Volume 9, Edição 1, Páginas 110–119
com a era da “pós-verdade”.Jornal de Pesquisa Aplicada
em Memória e Cognição,6(4), 353–369.
Lischka, JA (2019). Uma medalha de honra? como o novo
O York Times desacredita as acusações de notícias falsas do
presidente Trump.Estudos de Jornalismo,20(2), 287–304.
Magin, M. & Maurer, P. (2019). Bata o jornalismo e
comunicando. Em JF Nussbaum (Ed.),Enciclopédia de
pesquisa de comunicação de Oxford. Recuperado de
https://doi.org/10.1093/acrefore/9780190228613.
013.905
Maguire, M. (2014).Relatórios avançados: habilidades essenciais
para o jornalismo do século 21. Nova York, NY: Routledge.
McGonagle, T. (2017). 'Notícias falsas': falsos medos de con-
cernes.Holanda Trimestral de Direitos Humanos,35(4),
203–209.
Molyneux, L. (2015). O que os jornalistas retuitam: opinião,
humor e desenvolvimento de marca no Twitter.
Jornalismo,16(7), 920–935.
Mourão, RR, & Robertson, CT (2019). notícias falsas como
integração discursiva: Uma análise de sites que publicam
informações falsas, enganosas, hiperpartidárias e
sensacionalistas.Estudos de Jornalismo,20(14), 2077–2095.
Newman, N., & Fletcher, R., Schulz, A., Andı, S., & Nielsen,
RK (2020).Relatório de notícias digitais do Instituto
Reuters 2020. Oxford: Instituto Reuters para o Estudo do
Jornalismo. Recuperado dehttps://reutersinstitute.
policy.ox.ac.uk/sites/default/files/2020-06/
DNR_2020_FINAL.pdf
Nyhan, B., & Reifler, J. (2010). Quando as correções falham:
A persistência de equívocos políticos.
Comportamento político,32(2), 303–330.
Oliver, JE, & Wood, TJ (2014). Teorias da conspiração e
o(s) estilo(s) paranóico(s) da opinião de massa.Jornal
Americano de Ciência Política,58(4), 952–966. PolitiFact.
(2017, 20 de abril). Guia do PolitiFact para notícias falsas
sites e o que eles vendem.PolitiFact. Recuperado
dehttps://www.politifact.com/article/2017/apr/ 20/
politifacts-guide-fake-news-websites-and-
whatthey
Richardson, B. (2007).O processo de redação da notícia: de
informação para história. Boston, MA: Pearson. Ryan, M.
(2001). Ética jornalística, objetividade, existência
jornalismo social, epistemologia de ponto de vista e
jornalismo público.Jornal de Ética da Mídia de Massa,16
(1), 3–22.
Schierhorn, AB, Endres, FF, & Schierhorn, C. (2001).
As equipes de redação tiveram um rápido crescimento na
década de 1990. Diário de pesquisa de jornal,22(3), 2–15.
Schudson, M. (1978).Descobrindo a notícia: uma história social
história dos jornais americanos. Nova York, NY: Livros
Básicos.
Schudson, M. (2018). Notícias. Em TP Vos & F. Hanusch
(eds.),A enciclopédia internacional de estudos de
jornalismo(pp. 999–1005). Hoboken, NJ: John Wiley &
Sons.
Schultz, I. (2007). A intuição jornalística: Jornalismo
doxa, habitus noticioso e valores noticiosos ortodoxos.
prática jornalística,1(2), 190–207.
118
Shoemaker, PJ, & Reese, SD (2014).Mediando o ciência ical. Recuperado dehttp://eprints.lse.ac.uk/
mensagem no século 21: uma perspectiva da sociologia 73015
da mídia(3ª ed.). Nova York, NY: Routledge. Silverman, C. Tandoc, EC (2018). Cinco maneiras pelas quais o BuzzFeed está preservando (ou

(2016, 30 de dezembro). Aqui estão 50 de transformando) o campo jornalístico.Jornalismo,19(2),

os maiores sucessos de notícias falsas no Facebook a
partir de 2016.BuzzFeed News. Recuperado dehttps://
www. buzzfeednews.com/article/craigsilverman/top-
fakenews-of-2016
Sjøvaag, H. (2015). Hard news/soft news: a hierarquia
gêneros e os limites da profissão. Em M. Carlson &
SC Lewis (Eds.),Fronteiras do jornalismo:
profissionalismo, práticas e participação (págs.
101–117). Nova York, NY: Routledge. Sommariva,
S., Vamos, C., Mantzarlis, A., Đào, LUL,
& Martinez Tyson, D. (2018). Espalhando notícias (falsas):
explorando mensagens de saúde nas mídias sociais e as
implicações para os profissionais de saúde usando um
estudo de caso.Jornal Americano de Educação em Saúde,49(
4), 246-255.
Subramanian, S. (2017, 2 de fevereiro). Dentro do Mace-
complexo de notícias falsas de Donian.Com fio. Recuperado
de https://www.wired.com/2017/02/veles-macedoniafake-
news
Sundar, SS (2008). O modelo MAIN: uma heurística
abordagem para entender os efeitos da tecnologia sobre
a credibilidade. Em M. J. Metzger & AJ Flanagin (Eds.),
Mídia digital, juventude e credibilidade(pp. 73–100).
Cambridge, MA: The MIT Press.
Taber, CS, & Lodge, M. (2006). Ceticismo motivado em
a avaliação de convicções políticas.Jornal Americano
de Ciência Política,50(3), 755–769.
Tambini, D. (2017).Fake news: respostas de políticas públicas.
Londres: The London School of Economics and Polit-
200–216.
Tandoc, CE (2019). Os fatos das fake news: uma pesquisa
análise.Bússola de Sociologia,13(9), 1–9.
Tandoc, EC, Lim, ZW, & Ling, R. (2018). Definindo
'notícias falsas': uma tipologia de definições acadêmicas.
jornalismo digital,6(2), 137–153.
Tandoc, EC, & Thomas, RJ (2017). Leitores valorizam obje-
tividade sobre a transparência.Diário de pesquisa de
jornal,38(1), 32-45.
Tomás, RJ (2018). Jornalismo de defesa. Em TP Vos
(ed.),Jornalismo(pp. 391–413). Berlim: Walter de
Gruyter.
Thomson, EA, White, PRR, & Kitley, P. (2008).
Relato de 'objetividade' e 'notícias difíceis' entre
culturas: comparando o noticiário no jornalismo
inglês, francês, japonês e indonésio.Estudos de
Jornalismo,9(2), 212–228.
Tong, J. (2018). Legitimidade jornalística revisitada: colapso
ou renascimento na era digital?jornalismo digital,6(2),
256–273.
Vos, TP (2002). Estrutura e estilo da redação jornalística. Em W.
D. Sloan & LM Parcell (Eds.),Jornalismo americano:
história, princípios, práticas(pp. 296–305). Jefferson,
NC: McFarland & Co.
Waszak, PM, Kasprzycka-Waszak, W., & Kubanek, A.
(2018). A disseminação de notícias médicas falsas nas mídias
sociais: o estudo quantitativo piloto.Política e Tecnologia de
Saúde,7(2), 115–118.

sobre os autores

Edson C. Tandoc Jr.(PhD) é professor associado da Wee KimWee School of Communication and Information da
Nanyang Technological University, Cingapura. Seus estudos se concentraram no impacto das funções jornalísticas,
novas tecnologias e feedback do público no processo de controle de notícias. Ele também analisou como os leitores
entendem os incidentes críticos no jornalismo e participam da reconsideração das normas jornalísticas; e como a
mudança nos padrões de consumo de notícias facilita a disseminação de notícias falsas.

Ryan J. Thomas(PhD) é Professor Associado de Estudos de Jornalismo na Escola de Jornalismo de Missouri

na Universidade de Missouri. Seu programa de pesquisa aborda a interseção da ética do jornalismo e da
sociologia das notícias, com foco no jornalismo em meio a processos de mudança: as forças que moldam o
jornalismo, como os jornalistas as compreendem e como essas mudanças afetam as obrigações
institucionais do jornalismo e seu papel na vida pública.

Lauren Bishoptrabalha noGrants Pass Daily Courierem Oregon como repórter da prefeitura. Ela se formou
na University of Missouri em 2020 com bacharelado em jornalismo e bacharelado em artes em ciência
política.

Mídia e Comunicação, 2021, Volume 9, Edição 1, Páginas 110–119 119