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SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo

10º Encontro Nacional de Jovens Pesquisadores em Jornalismo (JPJOR)


3 a 6 de Novembro de 2020
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Velhas práticas, novos tempos: o jornalismo declaratório


nas checagens de fatos do Fato ou Fake, do G1

Karina Stein de Luca Gonçalves 1


Orientadora: Tamires Ferreira Coêlho²

Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar as checagens realizadas pela editoria Fato ou
Fake, do site G1, sobre duas notícias falsas relacionadas ao atentado ocorrido em 2018 contra o
então candidato à presidência Jair Bolsonaro e refletir sobre o uso do jornalismo declaratório no
texto das checagens. A metodologia usada foi uma combinação entre as análises de conteúdo e
análise de cobertura jornalística, que puderam contemplar tanto o estudo dos elementos utiliza-
dos nas postagens quanto a observação dos caminhos percorridos pelos checadores. Aproveita-
mos para fazer uma breve introdução aos conceitos de fake news e à metodologia do fact-
checking, além de refletir tanto sobre os vícios laborais que estão intrínsecos no fazer jornalísti-
co quanto como o modelo atual de trabalho prejudica a qualidade da informação.

Palavras-chave: fake news; checagem de fatos; jornalismo declaratório; eleições 2018; G1.

1. Introdução
Este trabalho é fruto de uma pesquisa mais abrangente cujo objetivo foi fazer
uma análise de conteúdo das checagens dos sites G1 e Agência Lupa sobre dois temas
que dominaram a produção de fake news durante as eleições de 2018: o suposto kit gay
criado por Fernando Haddad e o atentado sofrido por Jair Bolsonaro. O objetivo especí-

1
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT), membro do grupo de pesquisa CICLO – Comunicação, Política e Cidadania. E-mail:
karinasteinlg@gmail.com
² Professora do curso de Jornalismo e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade
Federal de Mato Grosso (UFMT), Doutora em Comunicação pela Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), vice coordenadora do grupo de pesquisa CICLO – Comunicação, Política e Cidadania. E-mail:
tamiresfcoelho@gmail.com

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fico deste texto é refletir sobre a impregnação do vício do jornalismo declaratório nas
atividades de checagem. Neste artigo nosso olhar será voltado exclusivamente para duas
notícias falsas checadas pelo G1 sobre a tentativa de assassinato contra Bolsonaro.
A pesquisa foi realizada a partir da combinação de dois tipos de métodos de in-
vestigação. O primeiro foi a análise de conteúdo (BARDIN, 2011), a partir da qual pu-
demos observar os elementos textuais e imagéticos presentes nas publicações e foi pos-
sível compreender as particularidades, padrões, tendências, estruturas e sentidos ocultos
no texto, fazendo um movimento duplo de categorização e de interpretação dos dados.
Alguns pontos trabalhados na análise foram o uso de elementos audiovisuais e imagéti-
cos na composição das checagens; a maneira como as fake news foram classificadas; a
utilização de recursos de edição e de ferramentas próprias do jornalismo digital – como
o uso de hiperlinks e a incorporação de mídias e de arquivos no corpo das matérias; o
uso de dados oficiais e a consulta de fontes especializadas. A segunda metodologia em-
pregada foi a análise de cobertura jornalística, que visa identificar e examinar os movi-
mentos realizados pelo jornalista durante o processo de apuração e produção do texto
informativo (SILVA; MAIA, 2011). O recorte temporal desta análise foi feito baseado
no calendário eleitoral determinado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

2. Fake news e os distúrbios comunicacionais


O termo fake news é novo para os padrões da língua inglesa. De acordo com a
editora Merriam-Webster (FALLON, 2017), ele surgiu no final do século XIX. Segundo
a editora, isso se deve pelo fato de que a palavra fake era pouco usada como adjetivo na
época. No lugar dela, o termo false era utilizado para designar algo que era falso, inve-
rídico.
No entanto, as notícias falsas sempre existiram sob a alcunha de boatos. Menti-
ras e desinformação são transmitidas de diversas maneiras. Entretanto, a conjuntura em
que o termo fake news se popularizou a partir de 2016 deixou os veículos de comunica-
ção e a sociedade em alerta. Segundo reportagem do site da emissora BBC, Hillary
Clinton condenou o que ela chamou de “epidemia de notícias falsas e propaganda enga-
nosa” que tomou conta da internet em meados de 2016 (BBC, 2018).

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Antes de tomar posse, o então eleito presidente dos Estados Unidos Donald
Trump tomou para si o termo. Seja em discursos ou em incontáveis postagens no Twit-
ter, foi na “boca” de Trump que a expressão fake news se popularizou e foi utilizada de
forma distorcida. Para Trump, qualquer notícia que não concorde com sua visão de
mundo ou conteste algo que ele fez é considerada fake news. Com sua popularização, o
termo fake news de uma certa forma se tornou um jargão do jornalismo, sendo usado
tanto por profissionais da área quanto por outros líderes, políticos, chefes de estado e
pessoas comuns.
A explosão das notícias falsas trouxe um problema que afetou diretamente a
construção da opinião pública. Diversas pessoas acreditaram – e ainda acreditam – que
notícias falsas são verdade, seja porque foram passadas por alguém de confiança ou
lidas nas redes. Quando confrontadas com os fatos que contradizem aquilo que foi espa-
lhado de maneira errada, elas preferem negar a realidade e apenas se agarrar em suas
convicções. Esse fenômeno se relaciona ao que é conhecido como pós-verdade e o ter-
mo foi escolhido como a palavra do ano pela Oxford Dictionaries, departamento da
Universidade de Oxford (OXFORD DICTIONARIES, 2016).
Não demorou muito para tanto a expressão quanto os conceitos mais recentes de
notícia falsa e pós-verdade chegarem ao Brasil. Assim como teve grande impacto nas
eleições presidenciais nos Estados Unidos e na imprensa americana, a propagação de
informações falsas tem seus efeitos em âmbito nacional. Em um momento de crise polí-
tica e de eleições presidenciais, a imprensa brasileira fica em alerta para que os boatos
não tomem proporções maiores como aconteceu nos Estados Unidos.
Apesar do fenômeno das fake news ser relativamente novo e das definições den-
tro da literatura especializada ainda estarem sendo construídas, principalmente pelo fato
de estarmos vivendo atualmente o boom da disseminação das notícias falsas, alguns
autores vão apontar que notícias falsas são divulgadas propositalmente há muito tempo,
porém, sob uma denominação diferente. Darnton (apud MENEZES, 2018) defende que
fake news sempre existiram e que o “equivalente aos pequenos textos venenosos e
tweets atuais podem ser encontrados em vários períodos da história”.
Para entender as fake news dentro do contexto da internet e do jornalismo digi-
tal, vamos buscar um pouco mais atrás um fenômeno que nasceu no ambiente online.

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Antes das notícias falsas serem propagadas e do termo ser usado com frequência, o pro-
blema eram os hoaxes. Hoax é uma expressão da língua inglesa – que pode ser traduzida
como ‘embuste’ ou ‘engano’ – que define uma farsa ou boato criado propositalmente de
uma forma que leva as pessoas acreditarem que algo falso é real. A principal caracterís-
tica de um hoax, segundo Wendt e Nogueira Jorge (2013), é o apelo emocional e urgen-
te das mensagens compartilhadas, que são moldadas para chocar e se aproximar da rea-
lidade do leitor.
Devido à circulação dos hoaxes ter como ambiente original a internet, coube aos
seus próprios usuários combatê-los. Da mesma forma que blogs, fóruns e sites de ori-
gem duvidosa surgiam para espalhar esse tipo de boato, a responsabilidade de desmas-
cará-lo ficou neste mesmo ecossistema digital. No Brasil, blogs como o E-Farsas e Boa-
tos.org surgiram para tentar desvendar os textos, imagens e materiais audiovisuais que
rodavam as caixas de e-mail e discussões nas redes sociais. Sites como esses podem ser
considerados os precursores da checagem de fatos no Brasil, área do jornalismo que tem
metodologia própria e surgiu nos Estados Unidos em meados da década de 1990. Mes-
mo sem perceber, os blogs que desvendavam fotos falsas de fantasmas no início dos
anos 2000 faziam um movimento semelhante a estudiosos na academia em uma escala
um pouco diferente.
Nesta primeira leitura, a descrição de hoax de uma certa forma contempla vários
pontos das fake news atuais. Entretanto, a utilização do termo de forma banal dificulta a
definição e categorização do que efetivamente é notícia falsa ou não.

Pessoas que mentem a todo tempo cooptaram a expressão fake news. Nós de-
veríamos deixá-los com ela e usar a linguagem correta, como informação er-
rada, desinformação, mentiras, erros e outras coisas que são aplicadas à in-
formação que está errada de alguma forma (GILLMOR, ano apud MENE-
ZES, 2018, p.4).

A banalização das fake news também vem do fato de que atores sociais e políti-
cos utilizam o termo para definir um veículo ou profissional de imprensa que suposta-
mente é contrário aos seus princípios e ideais. Segundo Derakhshan e Wardle (2017, p.
6), “o termo fake news tem sido utilizado como uma arma para descredibilizar a mídia e
minar a liberdade de imprensa”.

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Derakhshan e Wardle (2017), com o objetivo de entender e visualizar melhor a


complexidade das fake news, listaram sete categorias de distúrbios comunicacionais, são
elas: sátira ou paródia; conteúdo enganoso; conteúdo impostor; conteúdo fabricado;
falsa conexão; falso contexto e conteúdo manipulado.
As fakes news são tratadas por Derakhshan e Wardle (2017, p.8) como um
“transtorno de informação”, que eles separam em três diferentes tipos: informação erra-
da, má informação e desinformação. Este último seria uma união dos dois primeiros
tipos.
A informação errada (mis-information) é definida como “informações falsas,
mas não criadas com a intenção de causar danos” (2017, p. 9), como um erro de apura-
ção ou tradução, por exemplo. Já a má informação (mal-information) seria composta por
“informações baseadas na realidade usadas para causar danos a uma pessoa, organiza-
ção ou país” (2017, p. 9). Eles dão como exemplo o de vazamento de dados pessoais ou
de imagens comprometedoras, como fotos nuas e vídeos de sexo, por exemplo. Já a de-
sinformação (dis-information) tem como base “informações falsas e deliberadamente
criadas para prejudicar uma pessoa, grupo social, organização ou país” (2017, p. 9).

3. Checagem de fatos e o Fato ou Fake, do G1


Para analisar o trabalho de checagem do G1, é preciso compreender o conceito
de fact-checking e como funciona a estrutura do site. De acordo com o site Aos Fatos
(2019), a checagem de fatos pode ser definida como “um método jornalístico por meio
do qual é possível certificar se a informação apurada foi obtida por meio de fontes con-
fiáveis e, então, avaliar se é verdadeira ou falsa, se é sustentável ou não”.
Já o First Draft (2017), conforme citado por Prado e Morais (2018, p. 3), apre-
senta um cenário com três eixos de trabalho, que eventualmente se cruzam. A checagem
de fatos (fact-checking) seria a ação de atestar o grau de autenticidade da declaração de
alguma figura de destaque na sociedade utilizando dados colhidos em fontes oficiais ou
de especialistas – utilizada majoritariamente com discursos políticos; a segunda linha
seria a da verificação (verification), que teria como objeto principal examinar se uma
foto ou um vídeo foram adulterados digitalmente ou se aqueles arquivos são reais; o
terceiro elemento seria a desmistificação (debunking), que seria resultado do casamento

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dos dois anteriores e teria como finalidade “analisar o grau de veracidade de um conteú-
do que foi fabricado por fontes anônimas ou não oficiais. Por exemplo, um boato que
surge em redes sociais ou no WhatsApp” (PRADO; MORAIS, 2018, p. 3).
A iniciativa de checar informações dentro destes parâmetros nasceu durante a
corrida eleitoral para a presidência dos Estados Unidos, em 1991. Durante as eleições, o
jornalista Brooks Jackson, da CNN, teve a missão de verificar se o que os candidatos
diziam nas propagandas eleitorais na televisão era verdade ou não. A partir de então foi
criada o AdPolice, primeiro projeto de checagem de propaganda eleitoral (LUPA,
2015).
No Brasil, o fact-checking chegou de forma tímida aos veículos de comunicação.
As primeiras iniciativas do tipo no país foram executadas durante as eleições presiden-
ciais de 2010, dentro da editoria de Política do jornal Folha de S. Paulo (AOS FATOS,
2019). Durante a cobertura do período, o portal do jornal contava com as seções deno-
minadas ‘Mentirômetro’ e ‘Promessômetro’. O objetivo era verificar se as falas ditas
pelos candidatos eram precisas o suficiente ou tinham algum tipo de distorção, além de
conferir se as promessas feitas durante a campanha estavam dentro da realidade e teriam
condições de ser executadas durante o mandato de quatro anos. Outras iniciativas pon-
tuais surgiram durante as eleições de 2014, como o blog ‘Preto no Branco’, do jornal O
Globo, e o ‘Truco’, seção criada dentro do site da Agência Pública, porém tiveram as
atividades interrompidas ao final do período eleitoral (AOS FATOS, 2019). Em 2015,
dois dos principais sites de checagem de fatos no Brasil iniciaram suas atividades – o
site Aos Fatos e a Agência Lupa. De acordo com o site Aos Fatos, suas atividades tive-
ram início em julho de 2015 e eles se declaram como a “primeira plataforma brasileira a
checar sistematicamente o discurso público” (AOS FATOS, 2019). Já a Agência Lupa
declara que seu plano de negócios começou a ser formulado em fevereiro do mesmo ano
e atuação da redação começou em novembro de 2015 (LUPA, 2019). Em seu slogan, a
Lupa se apresenta como a primeira agência de checagem de fatos do Brasil.
Cada plataforma de checagem cria sua própria metodologia inspirada no manual
de boas práticas da International Fact-Checking Network (IFCN), rede mundial de che-
cadores que está ligada ao Poynter Institute, dos Estados Unidos. Os dois sites brasilei-
ros citados anteriormente são verificados e registrados na rede internacional.

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No Grupo Globo, a editoria Fato ou Fake foi criada em 30 de julho de 2018,


dentro do site G1, principal portal de notícias do conglomerado. De acordo com a maté-
ria publicada no dia do lançamento, o objetivo da seção é “alertar os brasileiros sobre
conteúdos duvidosos disseminados na internet ou pelo celular” (G1, 2018a). A apuração
é feita por equipes de diversos veículos do grupo, como os jornais O Globo, Extra e
Valor Econômico, a rádio CBN, a revista Época e os canais de televisão GloboNews e
Rede Globo. A Fato ou Fake não é uma editoria exclusiva do G1, estando presente tam-
bém nos sites dos veículos citados anteriormente. Por ser um braço que nasceu dentro
do portal, escolhi analisar as apurações que aparecem dentro da editoria no G1.

4. As fake news relacionadas à facada


As eleições de 2018 ganharam um capítulo inesperado na tarde do dia 06 de se-
tembro. Durante um ato na cidade de Juiz de Fora, interior do estado de Minas Gerais, o
então candidato Jair Bolsonaro sofreu um atentado. Enquanto cumpria a agenda normal
de campanha, que incluía no roteiro “caminhadas no meio dos apoiadores, selfies e inte-
ração com crianças e adolescentes simulando armas com as mãos”, (ESTADÃO, 2019),
Bolsonaro acenava para a multidão no centro da cidade, no calçadão da Rua Halfeld,
sobre ombros de cabos eleitorais. Foi neste momento que o então candidato levou uma
facada no abdômen, efetuada por um homem de casaco preto que, momentos mais tarde,
foi identificado como Adélio Bispo de Oliveira. O homem de 40 anos usou uma faca
longa de cozinha para atingir o candidato com a intenção de matá-lo.
A ação de socorro foi rápida e ele foi levado em um dos carros usados pela sua
equipe durante a campanha para a Santa Casa de Misericórdia, que era a unidade de
saúde mais próxima. Adélio foi preso pela Polícia Militar e prestou depoimento no
mesmo dia. Além de outras declarações, Adélio confessou o crime, afirmou que agiu
sozinho e que o ataque teria sido feito “a mando de Deus” (G1, 2018b). Em entrevista
ao G1 Minas Gerais, policiais que acompanharam o depoimento classificaram as falas
dele como de uma “pessoa conturbada”.
Bolsonaro passou dias internado depois do ataque e precisou passar por uma
cirurgia. Uma das intervenções que tiveram que ser feitas foi uma colostomia, quando
uma bolsa é presa no abdômen e ligada ao intestino grosso para recolher as fezes do

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paciente. A gravidade da situação obrigou Bolsonaro a cancelar eventos de campanha


presencial e a permanecer em repouso completo por, no mínimo, um mês.
O furor causado pelo acontecimento levou à mobilização massiva de todos os
veículos de comunicação que trabalhavam naquela tarde de 06 de setembro. O G1 se-
guiu com sua cobertura jornalística tradicional do ocorrido. Na editoria Fato ou Fake,
duas checagens sobre o período chamaram a atenção e se tornaram objetos principais
dessa pesquisa. A primeira checagem no G1 ligada à facada foi publicada no dia 20 de
setembro de 2018, que trata sobre um áudio atribuído ao então candidato Jair Bolsonaro
e ao seu filho Eduardo Bolsonaro. A gravação seria de uma conversa entre os dois en-
quanto Jair ainda estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e o con-
teúdo do diálogo daria a entender que o atentado teria sido armado e toda a situação
seria uma simples encenação. O G1 classificou o áudio como fake.
O texto da checagem começa dizendo que o áudio havia sido compartilhado di-
versas vezes pelas redes sociais e “no celular”, não especificando em qual aplicativo
exatamente esse arquivo circulou. O G1 afirma que, no falso áudio, uma pessoa imitou a
voz de Bolsonaro. Em seguida, o site traz uma informação da assessoria do Hospital
Albert Einstein que confirma que a gravação é falsa. O texto cita ainda os boletins mé-
dicos emitidos pela unidade, que afirmaram que o então candidato chegou em estado
grave no hospital no dia 07 de setembro. Logo abaixo, eles apresentam a etiqueta com a
palavra fake e, em seguida, um parágrafo citando os pronunciamentos feitos por dois
dos filhos de Bolsonaro. Os filhos do candidato afirmaram que o áudio era falso através
de seus perfis no Twitter. As postagens incorporadas no texto são quebradas por uma
publicidade do site.

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Figura 1 - Captura de tela da matéria “É #FAKE áudio que mostra Bolsonaro gritando em hospital”.

Fonte: Reprodução do site G1 (2019).

A checagem segue descrevendo o áudio e o que é dito nele. De acordo com o


G1, a pessoa que se passou por Bolsonaro reclamou do candidato a vice-presidente da
chapa, General Hamilton Mourão, “xingou” uma enfermeira e se queixou da situação
médica supostamente encenada. O segundo elemento da gravação, que se passou por
Eduardo Bolsonaro, apenas repetia “calma!” inúmeras vezes. Por fim, uma captura de
tela é apresentada ao leitor, onde podemos ver um player de vídeo e as fotos de Jair e de
Eduardo sobre uma representação gráfica de ondas sonoras, e o texto do diálogo repro-
duzido. Em nenhum momento do texto o áudio na íntegra – nem mesmo o vídeo repre-
sentado pela captura de tela ao final – é apresentado ao leitor. O único contato que ti-
vemos com o conteúdo da gravação foi através da transcrição dele no meio do texto da
checagem. Quem não ouviu o áudio anteriormente e só leu a checagem do G1 ficou sem
saber como era a gravação. O site não procurou um perito criminal especializado em
áudio para saber em quais pontos há inconsistência na gravação e para fazer uma com-
paração entre a voz real de Bolsonaro e a voz do áudio.
Por não terem descoberto quem foi o autor da gravação classificada como falsa,
a situação abriu brechas para que outras notícias falsas fossem criadas a partir deste

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mesmo áudio. Em 28 de setembro de 2018, o Fato ou Fake checou uma postagem com-
partilhada pelas redes sociais que afirmava que o humorista Marcelo Adnet teria imitado
Bolsonaro na gravação que havia viralizado oito dias antes. A informação foi conside-
rada falsa pelo site, que colocou a etiqueta com a palavra fake logo depois do lide. A
checagem segue citando uma postagem que Adnet fez em seu perfil no Twitter, onde
condenou a perseguição que estava sofrendo e afirmou que a acusação feita contra ele
era falsa.

Figura 2 - Captura de tela da matéria “É #FAKE que Marcelo Adnet gravou áudio de Bolsona-
ro gritando em hospital”

Fonte: Reprodução do site G1 (2019).

A checagem logo apresenta a postagem que acusa o humorista de ter forjado o


áudio, que consiste em uma foto de Adnet com seu nome escrito abaixo e o texto em
branco dizendo que o ator era uma vergonha e o xingando de “comediante lixo”, entre
outros insultos. A imagem é apresentada para o leitor com o carimbo de fake em cima,
podendo ser vista na íntegra logo abaixo. O texto contextualiza o leitor do motivo pelo
qual o nome do ator foi envolvido na notícia falsa sobre o áudio. Durante o período elei-
toral de 2018, Adnet fez o quadro ‘Tutorial dos Candidatos’, para o site do jornal O
Globo, onde ele fez imitações de todos os candidatos à presidência e ao governo do es-
tado do Rio de Janeiro (G1, 2018c). Jair Bolsonaro estava entre as imitações feitas por

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ele e, logo depois de o áudio viralizar, o humorista começou a ser associado à gravação
e ameaçado por supostamente forjar o áudio. O texto segue ainda transcrevendo a publi-
cação de Adnet no Twitter e colocando, logo depois, a postagem incorporada, onde po-
demos ver a imagem na íntegra. Ao final, o G1 cita a primeira checagem feita pelo site
sobre o áudio atribuído a Jair e Eduardo Bolsonaro. Novamente, não foi feita nenhuma
apresentação ou análise do arquivo citado para que pudesse ser mostrado que Marcelo
Adnet não gravou o diálogo.

5. O jornalismo declaratório dentro das checagens


Analisamos que um dos maiores defeitos do jornalismo brasileiro atualmente é
se fiar quase que completamente no jornalismo declaratório. Citando um ditado que é
popular entre os colegas repórteres, “se uma pessoa diz que chove e outra pessoa diz
que não, seu papel como jornalista não é dar voz a ambas. É abrir a janela e ver se está
chovendo”. Analisando as checagens do G1, pudemos notar que ele não abriu sua janela
suficientemente e tampouco olhou para fora com tanta frequência quanto imagináva-
mos.
Quando nos deparamos com a metodologia da checagem de fatos, sabendo de
seu conceito mais abrangente, supomos que seja preciso haver um movimento para além
de perguntar para as partes envolvidas se aquilo é verdade ou não, quando o tema che-
cado em questão pede esse tipo de ação. Isso ficou claro nas checagens envolvendo o
suposto áudio atribuído a Bolsonaro e a Adnet. Durante a análise chamamos atenção ao
fato de que a gravação não foi submetida a uma avaliação de um perito especializado
em áudio. A consulta de peritos criminais é feita constantemente em investigações for-
mais feitas pela polícia, mas os jornalistas podem – e devem – consultar estes profissio-
nais, como no caso do escândalo da JBS, quando o empresário Joesley Batista gravou
uma conversa com o então presidente Michel Temer, em que eles tratavam sobre paga-
mentos de propina (O GLOBO, 2017). A checagem do áudio feito pelo G1 teve como
base principal declarações de assessoria e de pessoas envolvidas, sem nenhuma evidên-
cia concreta ou técnica sobre o tema que foi checado. É óbvio que alguém que tem seu
nome envolvido em uma situação comprometedora vai negar sua participação. Pode ter
sido ingenuidade, falta de equipe, falta de estudo da metodologia ou falta de tempo para

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executar as checagens, mas os jornalistas que basearam seus textos apenas em notas e
declarações de redes sociais passaram a ideia de que todos esses itens influenciam o
processo de checagem.
A confiança exacerbada do jornalista em seu entrevistado ou fonte pode levar a
episódios constrangedores para a classe jornalística, como no caso envolvendo a empre-
sária Bel Pesce. Jovem, empreendedora e bem-sucedida, Bel teve carreira nos Estados
Unidos, onde se formou no Massachusetts Institute of Technology (MIT), e participou
de alguns estágios pontuais em grandes empresas, como a Google e a Microsoft, além
de ter passado por algumas start-ups de tecnologia. Chegando ao Brasil, seu currículo
invejável chamou a atenção de pessoas ligadas ao ramo do empreendedorismo e marke-
ting, o que a fez ganhar notoriedade no ramo e a começar a participar de palestras, es-
crever livros, dar entrevistas e ir a eventos. Um dia, mais precisamente em agosto de
2016, a chamada ‘Menina do Vale’ virou centro de um verdadeiro festival de exposição.
Depois de não conseguir avançar com um projeto que tinha como objetivo abrir uma
hamburgueria com recursos de financiamento coletivo, Bel Pesce foi “desmascarada”
pelo blogueiro brasileiro Izzy Nobre (ÉPOCA, 2016). Depois de fazer um vídeo criti-
cando a iniciativa de Pesce e seus amigos de abrir um estabelecimento comercial com
dinheiro de doações, Nobre recebeu ataques de fãs da empreendedora. Mas, entre os
xingamentos, alguns de seus seguidores começaram a acusar Pesce de inflar seu currícu-
lo. Foi aí então que Nobre, há três anos, fez uma checagem de fatos independente sobre
a carreira da empresária.
Em seu texto, publicado originalmente no blog Hoje é Um Bom Dia, Nobre
(2016) começou a destrinchar o currículo de Pesce:

Incerto de qual dessas versões de Bel Pesce seria mais fiel à realidade (e já
antecipando que a verdade estaria mais ou menos na intersecção das duas, o
que é geralmente o caso), fiz o que fui ensinado a fazer dois mil anos atrás
nas minhas aulas de Metodologia Científica na UFMA — observei sistemati-
camente, verifiquei a veracidade dos fatos propostos, e elaborei uma hipótese
passiva da revisão por pares. (NOBRE, 2016).

Ele continua o texto - extremamente longo e rico em detalhes - esmiuçando cada


ponto do currículo de Pesce, que diversos veículos de comunicação citaram nas reporta-

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gens que fizeram com ela e que na época não se preocuparam em verificar se era real ou
não.
Oliveira (2019) afirma que quando um veículo de comunicação toma a declara-
ção de alguém como fato jornalístico ele cria uma “anomalia”, pois a “fonte declaratória
publicada [...] influencia na tomada de decisões e desestrutura planejamentos públicos
ou servem de ferramenta a interesses nem sempre públicos. Coloca a opinião pública
contra ou a favor de uma determinada causa social, privada ou pública” (OLIVEIRA,
2019). Ele considera que, quando as declarações são o principal eixo dos textos jornalís-
ticos, sem as devidas apurações acompanhando-as no texto, é sinal de que os veículos se
tornam um palco para a propaganda dos entrevistados, como no caso de Bel Pesce.
Um dos pontos destacados por Oliveira para tentar justificar a prática de jorna-
lismo declaratório nas redações é a velocidade com que os profissionais têm que produ-
zir os materiais que serão publicados:

É válido analisar que o jornalismo declaratório aflora quando os jornalistas e


veículos de comunicação não têm informações ou tempo suficientes para uma
apuração mais criteriosa. Logo, é mais rápido e prático “fechar” a matéria
com fontes oficiais e declarações de personalidades públicas. O risco é publi-
car inverdades e servir como instrumento ideológico ou de manobra política e
privada. (OLIVEIRA, 2019).

A discussão da prática de jornalismo declaratório é algo que permeia o cotidiano


de redações que cobrem as notícias diariamente, porém, pudemos notar durante as análi-
ses que essa é uma prática que continua presente também na rotina das checagens de
fatos do G1. No caso do portal de notícias da Globo, o Fato ou Fake é uma iniciativa de
checagem que reúne repórteres de vários veículos do grupo que não trabalham exclusi-
vamente com checagem. Levando em conta esse aspecto, é compreensível que alguns
hábitos do texto jornalístico tradicional se repitam nas checagens. Existem especificida-
des em relação à Agência Lupa, que é um site criado especificamente para se dedicar ao
fact-checking, na qual os traços de jornalismo declaratório ainda aparecem, mas em me-
nor quantidade.

6. Considerações finais

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Quando a pesquisa que deu origem a este artigo foi iniciada, tínhamos em mente
que a checagem de fatos estava sendo usada pelo jornalismo brasileiro como ferramenta
para tomar para si novamente o título de estabilizador do debate público e para limpar
sua reputação, que vem sofrendo com a crise de credibilidade e sendo manchada ao pas-
sar dos anos com a falta de precisão de alguns profissionais na execução do trabalho.
Houve uma suposição de que o fact-checking estava sendo praticado de maneira dife-
rente e que os problemas vistos na cobertura jornalística tradicional pudessem não ser
incorporados às práticas de checagem, porém, não foi exatamente aquilo que verifica-
mos nas análises.
Considerando os conceitos de desinformação e má-informação apresentados, as
fake news analisadas se relacionam a esses distúrbios comunicacionais, de modo a cau-
sar algum tipo de dano à imagem e à reputação de pessoas (Jair Bolsonaro e Marcelo
Adnet). Além da característica de uso de imagens de impacto, percebemos que há uma
construção das mentiras para consumo rápido e para que apresentem “provas” inquesti-
onáveis. De fato, as fake news por si só trazem mais elementos aparentemente credíveis
e comprováveis para quem as consome do que as situações de checagem analisadas nes-
te texto: a base no jornalismo declaratório faz com que a proposta seja empobrecida,
além de se limitar a informações que podem ser facilmente questionadas e desconstruí-
das. Para entrar no confronto e ter condições de competir com todo um sistema de vei-
culação de desinformação que envolve vínculos afetivos e convicções pessoais, é neces-
sário que o jornalismo se cerque de mais ferramentas, de uma checagem mais cuidadosa
e sobre a qual não pairem dúvidas, resgatando práticas investigativas que não são possí-
veis nas rotinas produtivas precarizadas.
Como o jornalismo quer legitimar seu papel na sociedade como uma instituição
crível se ele continua cometendo os mesmos erros em uma plataforma e/ou proposta
diferente? Em nossa concepção isso se torna mais grave ainda quando temos um grande
volume de informações verdadeiras e falsas circulando em alta velocidade pelas mídias
tradicionais e digitais. Fica claro que a batalha contra as notícias falsas tem que ser tra-
vada no campo da quantidade, além do campo da qualidade. Não é como se o bom jor-
nalismo não existisse mais, mas a impressão é de que ele está escondido sob a montanha
de hard news escritas todos os dias.

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Alguns problemas pontuais foram abordados no decorrer das análises, mas des-
tacamos a não utilização da estrutura organizacional do G1. Apesar da editoria Fato ou
Fake ter nascido com o intuito de ser uma seção comum entre os veículos do Grupo
Globo, não foi possível perceber, por exemplo, a interação entre redações para a conclu-
são de uma checagem. De que vale propor uma iniciativa integrada entre veículos se ela
mesma não cumpre com essa proposta? Presume-se que, por ter sido o primeiro ano do
projeto dentro do grupo, há ainda arestas a serem aparadas no modo de atuação da che-
cagem de fatos, mas a experiência que eles têm em se conectar com outras localidades
vinda da cobertura jornalística tradicional poderia ter falado mais alto.

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