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Produção de texto- Enem

Riscos da difusão de notícias falsas nos meios midiáticos

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos
ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade
escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Riscos da difusão de notícias
falsas nos meios didiáticos”, apresentando proposta de intervenção que respeite os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto 1
Dicionário Oxford dedica sua palavra do ano, ‘pós-verdade’, a Trump e Brexit

No debate político, o importante não é a verdade, mas ganhar a discussão

Post-truth (pós-verdade): relativo ou referente a circunstâncias nas quais os


fatos objetivos são menos influentes na opinião pública do que as emoções e as
crenças pessoais.
Esta é a palavra do ano para o Dicionário Oxford, que constatou que o seu uso
cresceu no “contexto do referendo britânico sobre a União Europeia e nas eleições
presidenciais dos Estados Unidos”, até converter-se em um termo comum nas
análises políticas.
Segundo o Oxford, o termo foi utilizado pela primeira vez em um artigo
de Steve Tsich, publicado em 1992 na revista The Nation, no qual ele falava sobre a
primeira Guerra do Golfo. Tsich lamentava que “nós, como povo livre, decidimos
livremente que queremos viver em uma espécie de mundo da pós-verdade”, ou seja,
um mundo no qual a verdade não é mais tão importante ou relevante.
O Oxford cita um artigo do Independent, publicado antes das eleições
americanas, que afirma que, depois das eleições, passamos a viver na sociedade da
pós-verdade: “A verdade desvalorizou-se tanto que passou de ideal ao debate político
a uma moeda sem valor”. Outro texto, do The Economist, com o título “A arte da
mentira”, diz que “Trump é o principal expoente da política da pós-verdade, que se
baseia em frases que ‘passam a sensação de serem verdadeiras’, mas que não têm
nenhuma base real”.
(...)
Na discussão política, não se leva em conta a realidade, mas se escolhem
ideias e se buscam os argumentos que melhor as defendam. Tanto faz que eles
tenham sido negados anteriormente: uma vez que se diz alguma coisa, mantém-se até
o fim. Vale lembrar que não estamos falando de opiniões ou interpretações, mas de
discursos que se apresentam como relatos de fatos. Como, por exemplo, que Obama
fundou o Estado Islâmico. No pior dos casos, sempre é possível dizer que era
sarcasmo. E, em seguida, acrescentar: “Mas nem tanto”.
Esse comportamento não se limita às campanhas eleitorais. Trump segue com
o mesmo tom. Por exemplo, no domingo, publicou um tuíte no qual dizia que o New
York Times estava perdendo seguidores por causa da cobertura equivocada da sua
campanha.

O jornal respondeu em outro tuíte, no qual dizia que estava acontecendo


exatamente o contrário: as assinaturas estavam crescendo. De onde Trump havia
tirado essa informação? Não importa: ele já a havia considerado digna de ser
compartilhada em um tuíte porque correspondia com sua visão da realidade, ou, pelo
menos, com a visão que quer que os demais tenham.

Disponível:https://brasil.elpais.com/brasil/2016/11/16/internacional/1479308638_931299.html acesso: 22/09/2017

Texto 3

Para pré-adolescentes e pré-universitários, só existe a pós-verdade

João Pereira Coutinho

Um amigo contava-me há tempos que tivera uma conversa séria com o filho
pré-adolescente. Sobre a internet. Sobre os perigos da internet.

Não, o problema não estava em sites pouco frequentáveis. Estava na


informação "inofensiva" de sites igualmente "inofensivos". O filho acreditava em tudo
que lia na tela. Se estava na rede e se alguém tivera o poder de entrar nessa rede, os
fatos só podiam ser verdadeiros.
O pai explicou-lhe que não. As falsidades abundam. Era preciso confirmar –
uma vez, duas, três– aquilo que lemos. Os livros são mais fiáveis do que a internet,
disse ele. E, mesmo na internet, há sites "oficiais" (de organizações, mídia etc.) que
não podem ser confundidos com blogs. A maioria, pelo menos.

O filho escutou e não queria acreditar. Nem a Wikipédia era de confiança?

Falamos de um pré-adolescente, repito. Nos pré-universitários, a questão é


outra: leio no "Washington Post" que um dos esforços do Newseum de Washington –
instituto que defende a liberdade de expressão– tem sido ensinar que nem tudo são
"fake news".

Os pré-universitários cresceram com essa perversa expressão. Moral da


história? Se tudo é "fake", não há nada em que acreditar. Ou, pior, é possível acreditar
em qualquer coisa, consoante o gosto e o momento: a verdade não passa de uma
quimera. (...) Para pré-adolescentes e pré-universitários, só existe a pós-verdade.

Confesso que o paradoxo não me espanta. Digo mais: a história do


conhecimento humano sempre se fez contra o dogma, por um lado, e a falsidade, por

outro.

O melhor dos exemplos está em Sócrates, o filósofo da Atenas gloriosa do


século 5 a.C. (...)

De um lado, a opinião estabelecida, o fato inquestionado, o rumor doutoral –


sombras de conhecimento que encontramos disseminadas pela internet e que
conferem às multidões uma intolerância que não teria espantado o filósofo.

Do outro, o relativismo cognitivo, a descrença na verdade, a conduta amoral de


quem pensa que tudo é "construção" e "manipulação" –em suma, a cartilha dos
sofistas que enxameavam Atenas, ensinando a retórica e a arte da persuasão a jovens
ricos e politicamente ambiciosos.

Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/2017/09/1917630-para-pre-adolescentes-e-pre-


universitarios-so-existe-a-pos-verdade.shtml. Acesso: 22/09/2017

Texto 3
Unicamp desmente boato sobre grande tempestade em Campinas
NOTA DE ESCLARECIMENTO
A Unicamp vem a público para desmentir boato que circula pelas redes sociais e
aplicativos de mensagens “informando” que a Universidade previu a ocorrência de
uma tempestade sem precedentes, em Campinas, para o final de janeiro ou começo
de fevereiro. A Unicamp lamenta que rumores dessa natureza, totalmente desprovidos
de veracidade, estejam sendo reproduzidos, causando apreensão entre a população.
Lamenta, ainda, que o nome da instituição tenha sido irresponsavelmente envolvido
nesse tipo de mensagem.
O professor Hilton Silveira Pinto, ex-diretor e atual pesquisador convidado do Centro
de Pesquisas Meteorológicas e Aplicadas à Agricultura (Cepagri), esclarece que
qualquer previsão sobre chuvas que supere cinco dias “ou é especulação ou má fé”.
“Nós não temos condições de fazer previsões com 20 dias antecedência. Se
tivéssemos, seria uma maravilha, pois obteríamos muitos ganhos na agricultura”,
afirma.
                                                         ASSESSORIA DE IMPRENSA
                                                       Campinas, 12 de janeiro de 2017

Texto 4
Que tal mandar este post para aquele grupo de WhatsApp?
Existem sites especializados em investigar e desmentir boatos. Dar uma olhada neles é
um jeito de não cair nas notícias falsas da rede. Quando se tratar de "notícias" sobre
aprovação de leis ou atos do governo, vale a pena sempre conferir nos sites oficiais.
O importante é checar sempre.

Disponível:
https://www.facebook.com/SenadoFederal/photos/a.176982505650946.49197.150311598318037/15201256413366
19/?type=3&theater. Acesso: 29/09/2017

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