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NOTA DE ESCLARECIMENTO
Foi divulgada na tarde de hoje (09/01/2023) Nota Oficial expedida pela Confederação da
Maçonaria Simbólica do Brasil – CMSB, firmada por 25 (vinte e cinco) das 27 (vinte e sete) das
suas associadas.
A Grande Loja Maçônica do Estado do Ceará, através do seu Grão-Mestre, optou por não
subscrever o documento pelas razões que passa a expor:
Todos nós, seguramente, somos contra a invasão e depredação de bens públicos e de outras
formas de violência.
Entretanto, não aprovamos também o comportamento dos representantes dos três poderes da
República diante desse quadro que parece agravar a cada dia.
Não identificamos, até o presente momento, nenhum ato de violência praticado por qualquer
um dos nossos Irmãos, nem mesmo por aqueles que passaram dias e noites diante do Quartel
do Exército aqui em Fortaleza.
Nossa conduta, desde o início dessa interminável contenda, tem sido a de neutralidade.
Observação atenta, equidistante dos extremos, para manter a isenção na leitura dos cenários e
na adoção de condutas e decisões que envolvam a nossa Ordem.
Os excessos, de parte a parte, não contribuem para a pacificação tão necessária ao nosso País
neste momento.
Manifestações públicas exaradas no calor dos acontecimentos, antes mesmo da apuração dos
fatos pelas autoridades competentes, carregam consigo grave risco de cometer equívocos ou
serem interpretadas com viés diverso do pretendido pelos subscritores.
Consideramos temerária, portanto, a subscrição de um documento que se reporta a um único
fato, por mais grave que ele seja (e foi muito grave), mas que não aborda as demais questões
no complexo contexto que vem sendo construído há meses em nosso País.
Não devemos investir naquilo que nos separa, mas buscar sempre a nossa união, com respeito
e tolerância. Todos sabemos, e a sociedade também, que a maçonaria pugna pela não violência,
pela tolerância, pela democracia e pela paz.
Não subscrevemos a Nota, também, porque não concordamos com a generalização que a mídia
e os demais atores têm feito, denominando a todos os manifestantes (não apenas os
delinquentes invasores, cujas identidades ainda estão sendo apuradas), como “golpistas” e,
agora, como “terroristas”.
As autoridades dos três poderes da República, a meu ver, estão na contramão para a
estabilização da situação.
O Poder Judiciário (Suprema Corte) foi inundado por um mar de desconfianças em razão de suas
próprias contradições e até pelo pouco zelo de alguns de seus membros para com a liturgia que
sempre marcou aquele importantíssimo Órgão.
O Poder Executivo, a quem cabe a tarefa de governar para todos, parece estar mais preocupado
em instigar e disseminar o discurso de ódio e das perseguições.
As notas públicas, quando muito, aquecem ainda mais o que já está fervendo.
Estamos dispostos, isso sim, a discutir com maior profundidade as questões e, quem sabe,
alinharmos condutas para pacificar o País a partir da pacificação em nosso próprio meio.
Grão-Mestre