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Serviço Público Federal

Ministério da Educação
Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul

Residente: Elen Maciel Sales


Curso: Letras Português-Inglês
Módulo 01 (2023.1)
FICHA DE LEITURA

LIMA, Maria Socorro Lucena. REFLEXÕES SOBRE O ESTÁGIO/ PRÁTICA DE ENSINO


NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES. Revista Diálogo Educacional, Paraná, v. 8, n. 23, p. 195-
205, jan./abr. 2008.
SÍNTESE DO TEXTO

O texto trata-se de um artigo produzido pela professora e pesquisadora Maria Socorro


Luceno Lima, publicado pela Revista Diálogo Educacional em 2008. O artigo apresenta
algumas reflexões que norteiam entre o “escrito” e “vivido” durante a prática do estágio e o
ensino da disciplina nos cursos para a formação de professores. O referido texto é pautado
nos seguintes pontos: Um convite à reflexão sobre o contexto; Universidade e escola:
diferentes culturas que se encontram na prática de ensino/ estágio supervisionado; Ensinar e
aprender a profissão docente; Lições do estágio/prática de ensino; e Somos sempre
estagiários da vida.

A autora enfatiza a importância do estágio como ponto fundamental na identificação com


a profissão docente. Sendo assim, ela inicia seu primeiro ponto voltando-se para o contexto
em que são criados novos paradigmas de ensino, envolvendo a criação de novas
responsabilidades num plano individual e social no processo educativo. Isto quer dizer que,
as mudanças sociais influenciam diretamente na formação profissional do professor, sendo
preciso a implementação de políticas educacionais que amenizem os problemas e as
contradições gerados pela globalização. Diante desse panorama, Lima (2008) compreende
que investigar e analisar as atividades de Estágio/Práticas de Ensino deve ser primordial,
uma vez que, nessa fase o espaço deve ser de reflexão a respeito de como essas vivências
contribuem para a construção identitária no processo de formação do professor, numa fase
de mudanças frequentes.

O segundo passo, traz as reflexões sobre os desafios e contradições resultantes da


aproximação entre Universidade x Escola no processo de formação de professores. Num
primeiro instante, são encontradas realidades totalmente opostas, por isso, acaba gerando
conflitos na prática do estágio já que o acadêmico se encontra numa linha de pressão diante
das exigências propostas pelo professor e a busca pela aprovação.

Para falar das lições e aprendizagens dessa passagem do estagiário, Lima vai recorrer aos
conceitos de campo, de habitus e de cultura docente. O campo como um espaço social com
estrutura própria, sendo este espaço o local de encontro e interação de diferentes culturas
entre alunos, formadores e estagiários. A ideia de habitus associada ao movimento de
interiorização de estruturas exteriores, ou seja, o estagiário vai conviver com os esquemas e
maneiras que estão incorporadas em determinado ambiente. Lima (2008) aponta que a
cultura vivenciada é trazida para a escola e entra em confronto com o conhecimento formal
trazido pelo currículo, sendo assim, as contradições são percebidas dentro da sala de aula
quando há o embate entre os conhecimentos das disciplinas, do currículo e das culturas
vivenciadas por alunos e professores.

No terceiro ponto, a autora vai refletir acerca da prática docente e seu papel na sociedade
em momentos atuais. O momento de identificação com a profissão pode acontecer durante a
realização das atividades que os formadores e formandos desenvolvem, pois nesse
momento, cria-se novas ideias, valores, metodologias que refletem na maneira de ensinar e
aprender. O professor de Estágio desenvolve as atividades e orienta, enquanto o estagiário
absorve todas as oportunidades para observar as possibilidades de ensino, ao invés de dar
mais atenção às frustrações. Lima (2008) aponta que o período de estágio, por mais que seja
transitório, torna-se um ato de conquista e negociação sobre as aprendizagens profissionais,
nesse caso, a parceria entre universidade e escola, orientador e estagiário, contribui para o
desenvolvimento pessoal e profissional do futuro docente.

O quarto ponto traz alguns reflexos sobre as lições que o estágio pode proporcionar, bem
como, um passo significativo para a construção de identidade profissional. Este processo
deve ser parte da postura metodológica de orientadores e alunos. No entanto, saber onde a
escola está situada e como funciona seus arredores, refletir sobre o que significa o momento
de entrada no ambiente de estágio, ter acesso ao sistema político, se aprofundar nos
conhecimentos práticos e teóricos sobre a escola e entender a importância do contato com a
realidade dentro da escola. Na visão da autora, todos esses levantamentos colaboram para
um estudo comparativo de compreensão crítica e reflexiva da realidade.

Nas considerações da autora, ela levanta seu último ponto de reflexão: “Somos sempre
estagiários”. Uma maneira de dizer que sempre haverá dúvidas e desafios que vão surgindo
na nossa vida, por mais que a disciplina de Estágio seja passageira, estamos sempre
aprendendo com as nossas vivências, seja dentro das instituições ou fora delas, todo esse
processo faz parte da formação docente.

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