1. EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-GONADAL Este eixo age da seguinte maneira: Quando há pouca testosterona na corrente sanguínea, o hipotálamo percebe essa queda, e assim vai liberar mais GNRH (hormônio liberador de gonadotrofina). O GNRH vai agir na adenohipófise, estimulando-a a liberar os hormônios LH e FSH. Estes hormônios caem na corrente sanguínea, e chegam até os testículos, onde será estimulada a produção de testosterona. Quando aumenta a concentração de testosterona, esse aumento vai fazer com que ocorra um feedback negativo de alça longa, ou seja, a alta concentração de testosterona é percebida pelo hipotálamo que irá liberar menos GNRH para agir na adenohipófise. A adenohipófise por sua vez liberará menos LH, e FSH e vai diminuir a produção de testosterona. Além disso, a célula de Sertoli libera o hormônio INIBINA que irá agir na adenohipófise, inibindo a liberação de mais FSH. 2. HORMÔNIO LH Age se ligando aos receptores da célula de Leydig Estimula essa célula a produzir segundo mensageiro, e após alguns processos produzir a testosterona. 3. HORMÔNIO FSH Age se ligando aos receptores da célula de Sertoli. Estimula essa célula a produzir segundo mensageiro, e após alguns processos, produzir substâncias que irão nutrir a espermatogônia, e a produzir o ABP (Proteína ligante de androgênio). 4. CÉLULAS DO TESTÍCULO Espermatogônias: Vão se tornar os espermatozoides. Célula de Leydig: Onde age o LH, e produz testosterona. Célula de Sertoli: Onde age o FSH, e ela produz substâncias que nutrem a espermatogônia, e produz ABP – Proteína ligante de androgênio. 5. DIFERENCIAÇÃO DO EMBRIÃO Ocorre na 7º semana de vida intrauterina. O cromossomo Y faz com que a crista genital produza “testosterona”, e essa testosterona será responsável pela diferenciação do embrião. Quando o testículo se forma pela diferenciação, suas próprias células de Leydig vão passar a produzir a testosterona. Mas para que as células de Leydig produzam a testosterona, elas devem ser estimuladas pela GONADOTROFINA CORIÔNICA (Hormônio de mesma fórmula do LH) que é produzida pela placenta. Quando a criança nasce, essa gonadotrofina coriônica para de estimular, e a produção de testosterona cessa até por volta dos 12 anos. 6. TESTOSTERONA É um hormônio esteroide, e por isso consegue atravessar a membrana lipídica para se ligar ao seu receptor no citoplasma das células alvo. Começa a ser produzida na vida fora do útero por volta dos 12 anos, tendo seu pico até os 45 anos. É produzida pela célula de Leydig, e através da ABP vai se ligar a espermatogônia (pois ela não possui receptores de testosterona), e assim vai estimular essa célula a amadurecer e se tornar o espermatozoide. Sua forma ativa é a DIIDROTESTOSTERONA. Essa testosterona é transportada na corrente sanguínea pela proteína transportadora de androgênio, e quando chega a uma célula onde deve agir, se desliga da proteína, passa pela membrana celular (lembrar que é hormônio esteroide) e vai se ligar ao seu receptor. Maria Beatriz Machado
Além disso, é responsável pelos caracteres sexuais masculinos primários e secundários.
Primários: Orgãos genitais, e fertilidade. Secundários: Pêlos, mais colágeno, acne, voz grossa, músculos mais desenvolvidos. OBS: Algumas células do corpo não possuem receptores para a testosterona, mas sim para a sua forma ativa, a diidrotestosterona. O que ocorre vai ser que a testosterona vai entrar no citoplasma da célula, e nesse citoplasma vai ser transformada em diidrotestosterona por meio da ação da ENZIMA 5-ALFA REDUTASE. OBS: Algumas células como as células ósseas, não possuem receptores para testosterona, somente para o estrogênio. O que ocorre vai ser que a testosterona vai ser transformada no citoplasma dessas células em estrogênio, por meio da ação da ENZIMA AROMATASE. 7. CASOS CLÍNICOS. 7.1. INFERTILIDADE PELA APLICAÇÃO DE TESTOSTERONA Quando a pessoa faz uso de aplicações de testosterona, essa grande concentração do hormônio na corrente sanguínea vai inibir o hipotálamo de liberar o GNRH. Sem o GNRH a adenohipófise não será estimulada, e não vai liberar LH e FSH. Sem o FSH, a célula de Sertoli não irá produzir substâncias que nutrem as espermatogônias, e também não produzirá a ABP. Sem a ABP, a testosterona não se liga a espermatogônia, assim ela não irá amadurecer se tornando espermatozoide, e a pessoa se torna infértil. 7.2. APLASIA GERMINAL (GERMINATIVA) Níveis de FSH aumentados, e níveis de LH normais. Causa infertilidade. Não possui células germinativas. 7.3. CASTRAÇÃO FUNCIONAL PRÉ PUBERAL Falência testicular. Não produz testosterona pelo testículo, e isso faz com que a adenohipófise seja muito estimulada a liberar LH e FSH, tendo assim níveis muito altos desses hormônios. Também não produz espermatozoides pois a testosterona não está presente para a maturação das espermatogônias. O tratamento é a reposição hormonal de testosterona. 7.4. EUNUCOIDISMO HIPOGONADOTRÓFICO Ocorre quando o hipotálamo não secreta quantidades suficientes de GNRH. Esse GNRH não vai agir corretamente sobre a adenohipófise e ela vai liberar quantidades insuficientes de LH e FSH. Com baixos níveis de LH, vai ser produzida pouca testosterona. E com baixos níveis de FSH não vai produzir muita substância para nutrir a espermatogônia, e não vai produzir ABP para ligar a testosterona na espermatogônia, causando infertilidade, pois ela não se torna espermatozoide. A falta de produção de testosterona também vai fazer com que os órgãos masculinos fiquem infantilizados.