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E ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA
COM FENDA ORAL
PROJETO CRÂNIO-FACE BRASIL
MACEIÓ/AL, 2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
Reitora
Maria Valéria Costa Correia
Vice-reitor
José Vieira da Cruz
Diretor da Edufal
Osvaldo Batista Acioly Maciel
Inclui bibliografia.
ISBN: 978-85-5913-043-0.
CDU: 613.287.1(035)
Colaboradores:
Amanda Gabriela Rosendo de Barros
Ana Karolina Maia de Andrade
Gisele de Melo Brito
Acadêmicas do curso de Medicina, Faculdade de Medicina/Programa
Institucional de Iniciação Científica (PIBIC), Universidade Federal de
Alagoas (UFAL). Maceió-AL.
Apoio técnico:
Profa. Dra. Roberta Mazzariol Volpe Aquino
Bióloga, especialista em informática médica. Integrante do Projeto
Crânio-Face Brasil desde 2013. Campinas-SP.
Revisão:
Profa. Dra. Isabella Lopes Monlleó e Profa. Dra. Vera Lucia Gil-da-Silva-Lopes
Apoio:
FAPEAL: Programa de Pesquisas para o SUS - PPSUS (Processos #
60030 000707/2013 e 60030 000856/2016).
FAPESP: Auxílio regular à pesquisa (processo # 2003/08959-3) e
Programa de Pesquisas para o SUS - PPSUS (processo #2012/51799-6)
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO................................................................................. 9
O QUE É FENDA ORAL? .................................................................. 11
O QUE CAUSA A FENDA ORAL? ....................................................... 13
COMO PREVENIR AS FENDAS ORAIS? ............................................. 13
ANTES DA GRAVIDEZ (PERÍODO PRÉ-CONCEPCIONAL) ............. 13
DURANTE A GRAVIDEZ................................................................ 14
QUAIS SÃO OS RISCOS E COMPLICAÇÕES PARA ALGUÉM QUE
NASCE COM FENDA ORAL? ............................................................. 15
COMO DEVE SER O ACOMPANHAMENTO DA CRIANÇA COM
FENDA ORAL? ................................................................................. 15
COMO ALIMENTAR A CRIANÇA COM FENDA ORAL? ........................ 20
COMO ALIMENTAR A CRIANÇA COM FENDA ORAL NO SEIO? .......... 25
BEBÊS COM FENDA DO LÁBIO.................................................... 25
BEBÊS COM FENDA DO PALATO................................................. 30
BEBÊS COM FENDA DO LÁBIO E DO PALATO.............................. 30
O QUE FAZER QUANDO O ALEITAMENTO AO SEIO NÃO É
POSSÍVEL OU É INSUFICIENTE? ....................................................... 30
COMO ALIMENTAR A CRIANÇA COM FENDA ORAL USANDO
MAMADEIRA? .................................................................................. 33
TIPOS DE MAMADEIRAS E BICOS............................................... 33
POSIÇÃO E TÉCNICA PARA ALIMENTAÇÃO COM MAMADEIRA.... 35
COMO REALIZAR A HIGIENE BUCAL DA CRIANÇA COM FENDA
LABIOPALATAL? .............................................................................. 36
ONDE ENCONTRAR MAIS INFORMAÇÕES E SUPORTE? ................... 36
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Isabella Lopes Monlleó | Lívia Gobby Amstalden Mendes | Vera Lucia Gil-da-Silva-Lopes
APRESENTAÇÃO
Os autores
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PROJETO CRÂNIO-FACE BRASIL
MANUAL DE CUIDADOS DE SAÚDE E ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA COM FENDA ORAL
DURANTE A GRAVIDEZ:
• Aconselhar abstenção de cigarros e bebidas alcoólicas e
consumo de drogas ilícitas em qualquer quantidade.
• Controlar doenças crônicas ou doenças desenvolvidas durante
a gestação, especialmente diabetes e obesidade.
• Corrigir o baixo peso e deficiências nutricionais, especialmente
relacionadas ao ácido fólico que deve ser usado no período de
três meses antes até três meses depois do início da gravidez
conforme orientado acima.
• Aconselhar medidas de proteção contra infecções virais (como
rubéola) e orientar sobre riscos da automedicação, da exposição
a solventes e pesticidas de uso agrícola como medida geral de
proteção contra malformações congênitas no bebê.
• Evitar, principalmente, medicamentos a base de ácido retinóico
usado em tratamentos dermatológicos, ácido valpróico e
fenitoína usados para controle de crises convulsivas como parte
do tratamento de epilepsia. Essas medidas deverão ser decididas
pelo médico assistente, dermatologista e neurologista.
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PROJETO CRÂNIO-FACE BRASIL
MANUAL DE CUIDADOS DE SAÚDE E ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA COM FENDA ORAL
podem indicar que o furo do bico está muito grande ou que o bebê ainda
não tem controle adequado do leite na boca.
A utilização de placas obturadoras do palato durante a
alimentação da criança é ainda assunto controverso, motivo pelo qual
não será abordado nesse manual. De todo modo, adverte-se que seu
uso em crianças com retrognatia, micrognatia ou glossoptose pode
envolver risco de oclusão da passagem aérea.
Amstalden-Mendes LG, Xavier AC, Antunes DK, Ferreira AC, Tonocchi R, Fett-
Conte AC, Silva RN, Leirião VH, Caramori LP, Magna LA, Gil-da-Silva-Lopes
VL. Time of diagnosis of oral clefts: a multicenter study.J Pediatr (Rio J).
2011 May-Jun 8;87(3):225-30. doi: doi:10.2223/JPED.2084.
Landa GG & Frenández MCP. Guía de las fissuras labiopalatinas. Una patologia
crónica. ASPANIF e Gobierno Vasco,2011.
Leslie EJ and Marazita M. Genetics of cleft lip and cleft palate. American
Journal of Medical Genetics Part C (Seminars in Medical Genetics)
2013;163C:246–258.
Marazita M. The evolution of Human genetic studies of cleft lip and palate.
Annu Rev Genomics Hum Genet. 2012;13:263–283.
Monlleó IL, Fontes MIB, Ribeiro EM, de Souza J, Leal GF, Félix TM, Fett-Conte
AC, Bueno BH, Magna LA, Mossey PA, Gil-da Silva-Lopes V. Implementing
the Brazilian Database on orofacial clefts. Plast Surg Int. 2013;2013:641570.
doi: 10.1155/2013/641570.
Setó-Savia N and Stainer P. Genetics of cleft lip and/or cleft palate: association
with other common anomalies. European Journal of Medical Genetics 2014;
57(8):381-393.
Wyszynski D. [Ed]. Cleft Lip and Palate: from origin to treatment. Oxford,
2002.
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PROJETO CRÂNIO-FACE BRASIL
MANUAL DE CUIDADOS DE SAÚDE E ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA COM FENDA ORAL
REGIÃO NORDESTE: 05
1. Serviço de Genética Clínica do Hospital Universitário Prof.
Alberto Antunes - HUPAA/UFAL (Maceió-AL). Responsável:
Dra. Isabella Monlleó
2. Setor de Genética Médica, Centro de Ciências da
Saúde, Núcleo de Saúde Materno-Infantil e do
Adolescente, Universidade Estadual de Ciências da Saúde
de Alagoas (Maceió-AL). Responsável: Dr. Marshall Italo
Barros Fontes
3. CADEFI - Centro de Atenção aos Defeitos da Face ,
Instituto Materno Infantil de Pernambuco – IMIP (Recife-
PE). Responsável: Dr. Rui Pereira
4. Hospital Infantil Albert Sabin – HIAS (Fortaleza-
CE). Responsável: Dra. Erlane Marques Ribeiro
5. Hospital Onofre Lopes - HUOL – UFRN (Natal-RN).
Responsável: Dra. Adriana Augusto de Rezende
REGIÃO SUDESTE: 02
1. Ambulatório de Dismorfologia Craniofacial, Serviço de
Genética Clínica – Depto. de Genética Médica da FCM/
UNICAMP (Campinas-SP). Responsável: Dra. Vera Lúcia Gil
da Silva Lopes
2. Serviço de Genética da Faculdade de Medicina de São
José do Rio Preto – Hospital de Base – FAMERP (São José
do Rio Preto-SP). Responsável: Dra. Agnes Cristina Fett
Conte
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Isabella Lopes Monlleó | Lívia Gobby Amstalden Mendes | Vera Lucia Gil-da-Silva-Lopes
REGIÃO SUL: 03
1. Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de
Porto Alegre - HCPA (Porto Alegre-RS). Responsável: Dra.
Têmis Maria Félix
2. Centrinho Prefeito Luiz Gomes (Joinville -
SC). Responsável: Dra. Ana Caroline Xavier
3. Centro de Referência nas Deformidades Craniofaciais
congênitas - CAIF/AFISSUR (Curitiba-PR) Responsável: Dra.
Rita Tonocchi
REGIÃO NORTE: 01
Unidade UF Município
Hospital de Araguaína TO Araguaína
REGIÃO NORDESTE: 04
Unidade UF Município
Centro de Atenção aos Defeitos da Face (CADEFI)/IMP PE Recife
Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS) CE Fortaleza
Serviço Integrado de Lesões Lábio-palatais / SPCC/ Hos-
PI Teresina
pital São Marcos
Associação Obras Sociais Irmã Dulce (Centrinho Salvador) BA Salvador
REGIÃO CENTRO-OESTE: 03
Unidade UF Município
HGU- Associação de proteção à maternidade e infância
MT Cuiabá
(13/10/2008)
Associação das Pioneiras Sociais SARAH DF Brasília
Fundação para Estudo e Tratamento das Deformidades
MS Campo Grande
Crânio-Faciais
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MANUAL DE CUIDADOS DE SAÚDE E ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA COM FENDA ORAL
REGIÃO SUDESTE: 12
Unidade UF Município
Centro Pró-sorriso/Universidade de Alfenas (Centrinho
MG Alfenas
Alfenas)
Hospital da Baleia MG Belo Horizonte
Centro de Tratamento de Fissurados Lábio-palatais (CE-
RJ Rio de Janeiro
FIL)/H. M. N. S. do Loreto
Santa Casa de Misericórdia de Araraquara SP Araraquara
Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (Cen-
SP Bauru
trinho Bauru)
Hospital SOBRAPAR: Sociedade Brasileira de Pesquisa e
SP Campinas
Assistência para Reabilitação Craniofacial
Irmandade Santa Casa de Misericórdia SP Piracicaba
HC/Fundação de Medicina MEC/MPAS SP São Paulo
Fundação para o Estudo e Tratamento de Deformidades São Bernardo do
SP
Crânio-faciais (FUNCRAF) Campo
Universidade Federal de São Paulo/Hospital São Paulo SP São Paulo
Hospital de Base de São José do Rio Preto SP São José do Rio Preto
Fundação para o Estudo e Tratamento das Deformidades
SP Itapetiningua
Crânio-faciais (FUNCRAF)
REGIÃO SUL: 08
Unidade UF Município
Centro de Referência nas Deformidades Craniofaciais
PR Curitiba
Congênitas - CAIF/AFISSUR
Centrinho Prefeito Luiz Gomes/ Hospital Regional Hans
SC Joinville
Dieter Schimidt
Associação para Recuperação Lesões Lábio-palatais
SC Florianópolis
(ARLELP)/Hospital Infantil Joana Gusmão
Hospital Universitário da ULBRA RS Canoas
Hospital do Circulo Operário Caxiense RS Caxias do Sul
FUNDEF – Fundação para Reabilitação das Deformidades
RS Lajeado
Crânio-Faciais
Hospital da Criança Conceição/Grupo Hospitalar Conceição RS Porto Alegre
CAUSAS AMBIENTAIS
Principais características clínicas associadas
Síndrome
à fenda oral
CAUSAS CROMOSÔMICAS
Principais características clínicas
Síndrome Tipo de alteração
associadas à fenda oral
Dismorfias craniofaciais
Hipoplasia das paratireoides
Hipoplasia ou aplasia do timo
Deleção do 22q11.2 /
Hipocalcemia Deleção 22q11.2
DiGeorge /
Malformações cardíacas
Velocardiofacial
Deficiência intelectual
Distúrbios do comportamento
Distúrbios psiquiátricos
Deficiência de crescimento pré e pós-
natal
Deleção 4p / Deficiência de desenvolvimento
Deleção 4p16.3
Wolf-Hirschhorn Dismorfias craniofaciais
Malformações cardíacas
Deficiência intelectual
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CAUSAS GÊNICAS
Principais características clínicas Mecanismo de
Síndrome
associadas à fenda oral herança
Craniossinostose
Autossômico
Apert Hipoplasia maxilar
Dominante
Sindactilia de mãos e pés
Coloboma do olho
Atresia de coanas
Defeito cardíaco
Autossômico
CHARGE Atresia de esôfago / Fístula traqueo-esofágica
Dominante
Microcefalia
Malformações de orelha e/ou surdez
Deficiência intelectual
Dismorfismo facial
Sobrancelha arqueada
Sinofre
Autossômico
Cornelia de Lange Narinas antevertidas
Dominante
Lábios finos com filtro longo
Defeitos de redução de membros
Deficiência intelectual
Craniossinostose
Alterações faciais secundárias
Autossômico
Crouzon Hipertelorismo
Dominante
Exoftalmia
Prognatismo mandibular
Ectrodactilia
Sindactilia
Ectrodactilia- Anodontia
Autossômico
displasia Malformação de ducto lacrimal
Dominante
ectodérmica (EEC) Hipoplasia maxilar
Polissindactilia
Xerodermia
Hipogonadismo hipogonadotrófico, micropênis
Ligado ao X
Kallmann Anosmia/hiposmia
recessivo
Sincinesia bimanual
Microcefalia
Lisencefalia
Mandíbula pequena Autossômico
Miller-Dieker
Déficit de crescimento e motor Dominante
Disfagia
Postura decorticada e descerebrada
Hipertelorismo
Autossômico
Telecanto
Dominante
Dificuldade de deglutição
Optiz G/BBB ou
Defeitos geniturinários
Ligado ao X
Deficiência intelectual
recessivo
Defeitos cardíacos congênitos
Adaptado de Leslie and Marazita (2013).
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