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SISTEMA

ESQUELÉTICO
VOLUME II

Direitos cedidos para publicação à Liga Acadêmica de Anatomia Haroldo Diniz – LAAHD (2020)
SISTEMA ESQUELÉTICO 1

SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO AO SISTEMA ESQUELÉTICO, 1
Funções do Sistema Esquelético, 1
Composições do Tecido Ósseo, 2
ANATOMIA ÓSSEA, 4
Membranas de Revestimento, 4
Tipos de Tecido Ósseo, 5
Vascularização dos Ossos, 6
CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS, 8
ESQUELETO AXIAL, 13
Ossos da Cabeça, 13
Ossos do Neurocrânio, 15
Ossos do Viscerocrânio, 20
Vértebras, 25
Ossos do Tórax, 30
Esterno, 31
Costelas, 32
ESQUELETO APENDICULAR, 35
Membros Superiores, 35
Ossos do Cíngulo, 35
Osso do Braço, 38
Ossos do Antebraço, 39
Ossos da Mão, 41
Membros Inferiores, 42
Osso do Cíngulo, 43
Osso da Coxa, 43
Osso do Joelho, 44
Ossos da Perna, 45
Ossos do Pé, 46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, 48

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APOSTILAS DE ANATOMIA
HUMANA

A anatomia humana é uma ciência que estuda o corpo e suas continuações, sendo ela a
base para formação dos acadêmicos da área da saúde. Dessa maneira, diante do confinamento
que estamos vivenciando devido ao novo COVID-19, nós da Liga Académica de Anatomia
Haroldo Diniz tomamos a iniciativa de criar apostilas completas e com uma linguagem clara e
acessível que pudessem auxiliar nos estudos e na compreensão dos conceitos essenciais da
Anatomia. Esperamos que esse conteúdo possibilite uma aprendizagem significativa para vocês.

Apostila confeccionada pelos membros:


Nathália Myllene e
Viviane Dantas.

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INTRODUÇÃO AO SISTEMA
ESQUELÉTICO

O
s ossos são órgãos esbranquiçados, muito duros, que se unindo aos outros, por
intermédio das junturas ou articulações constituem o esqueleto. É uma forma
especializada de tecido conjuntivo cuja principal característica é a mineralização (cálcio) de sua
matriz óssea (fibras colágenas e proteoglicanas).
O osso é um tecido vivo, complexo e dinâmico. Uma forma sólida de tecido conjuntivo,
altamente especializado e o principal tecido de apoio do corpo. O tecido ósseo participa de um
contínuo processo de remodelamento dinâmico, produzindo osso novo e degradando osso velho.
O esqueleto adulto possui 206 ossos segundo o padrão anatômico, mas a contagem pode
variar de acordo com alguns fatores, como por exemplo: Idade; crianças apresentam ossos mais
divididos enquanto adultos já possuem uma ossificação completa; Fatores individuais; ossos
extras ou supranumerários como também ossos heterotópicos.

FUNÇÃO DO SISTEMA ESQUELÉTICO

Além de atuar como arcabouço estrutural para todo o corpo e servir de proteção para
órgãos internos e outras estruturas moles contra choques mecânico, o esqueleto ainda tem função
de:
• Assistência ao movimento: Fixação dos músculos aos ossos. Quando os músculos
se contraem, tracionam os ossos para produzir o movimento. (Fig.1)
• Homeostasia mineral (liberação e armazenamento): O tecido ósseo armazena
diversos minerais e de acordo com a necessidade do corpo esses minerais são estocados e
liberados na corrente sanguínea.
• Produção das células sanguíneas: As micro cavidades criadas pela estrutura do
osso esponjoso permite a presença de medula óssea vermelha (Fig.2).

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• Armazenamento de triglicerídeos: Nos ossos longos, existe uma estrutura


denominada cavidade medular que abriga a medula óssea amarela (Fig.2) (serve como energia
química em potencial).

Fig. 1 - Estruturas sustentadas pelos ossos Fig. 2 - Estrutura do osso

COMPOSIÇÃO DO TECIDO ÓSSEO

O tecido ósseo é um tipo de tecido conjuntivo especializado, composto de vários tipos de


células que dão flexibilidade e força ao osso juntamente com a substância fundamental,
característica do TCD (Tecido Conjuntivo Denso).
Dentre essas células do tecido ósseo (Fig.3) (Fig.4), 3 podem ser consideradas principais,
são elas:
• Osteoblastos: células que sintetizam e secretam substância fundamental, além de
participar da mineralização desta. São abundantes em áreas de metabolismo elevado, tais como
debaixo do periósteo e as margens da cavidade medular.
• Osteócitos: células derivadas de osteoblastos, que se encontram rodeadas de
substância fundamental por ela secretada. São encontradas no interior da matriz óssea e são
responsáveis por manter o tecido ósseo saudável.
• Osteoclastos: células multinucleares responsáveis por decompor o tecido ósseo
(processo de reabsorção), liberando cálcio, magnésio e outros minerais para o sangue. São
importantes no crescimento, moldagem e reparo do osso.

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Fig. 3 - Células do tecido ósseo Fig.4 - Lâmina histológica de tecido ósseo

A matriz óssea tem 50% de seu peso composto por matéria inorgânica, os íons mais
encontrados são o fosfato e o cálcio que formam cristais com estrutura de hidroxiapatita. Há
também magnésio, potássio, sódio e citrato em menos quantidades. A porção orgânica da matriz
óssea é composta por 95% de fibras colágenas, constituídas de colágeno tipo I e por pequena
quantidade de proteoglicanos e glicoproteínas.
A associação de hidroxiapatita com fibras colágenas é responsável pela dureza e
resistência do tecido ósseo. Quando se remove o cálcio dessa equação, o osso mantém sua forma,
mas fica tão flexível quanto um tendão. E quando se remove o colágeno, como depois do osso
ser incinerado, ele também mantém a forma, mas fica tão quebradiço que dificilmente pode ser
manipulado sem se partir.

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ANATOMIA ÓSSEA

MEMBRANAS DE REVESTIMENTO

O
s ossos são revestidos nas superfícies interna e externa por membranas conjuntivas
denominadas endósteo e periósteo (Fig.5) (Fig.6), que promovem nutrição do tecido
ósseo e possuem células osteoprogenitoras, importantes para o crescimento e reparação óssea.
No periósteo podem ser distinguidas uma camada superficial e outra profunda:
• Camada superficial: Possui maior espessura e reveste todo o osso com exceção das
epífises, composto majoritariamente por fibroblastos e fibras colágenas. Serve como ponto de
inserção para ligamentos e tendões.
• Camada profunda: Possui menor espessura e vascularização, composta por células
osteoprogenitoras que se diferenciam em osteoblastos. Auxiliam na nutrição e na osteogênese.
Já o endósteo, encontra-se revestindo a cavidade medular e as cavidades dos ossos
esponjosos, é constituído por uma camada de células osteogênicas achatas. Está relacionado a
osteogênese e hematopoiese.

Fig. 5 - Estruturas ósseas ampliadas Fig. 6 - Periósteo e endósteo

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TIPOS DE TECIDO ÓSSEO

Histologicamente, existem dois tipos de tecido ósseo: primário (imaturo) e


secundário (maduro ou lamelar). Os dois tipos possuem as mesmas células e os mesmo
constituintes da matriz.
• Primário: apresenta fibras colágenas dispostas em várias direções, sem organização
definida, tem menos quantidade de minerais e maior proporção de osteócitos. Encontra-se pouco
presente em adultos, persistindo apenas próximo às estruturas dos ossos do crânio e nos alvéolos
dentários.
• Secundário: é a variedade geralmente encontrada no adulto. Sua principal
característica é possuir fibras colágenas organizadas em lamelas que, ficam paralelas umas às
outras, ou se dispõem em camadas concêntricas em torno de canais com vasos formando os
Sistemas de Havers.

Macroscopicamente, também existem duas divisões, que apresentam o mesmo tipo de


célula e de substância intracelular, mudando apenas entre si a disposição de seus elementos e a
quantidade de espaços medulares (Fig.7) (Fig.8).
• Osso esponjoso: apresenta espaços medulares mais amplos, dando um aspecto
poroso ao tecido. Esses espaços possuem formas de grade e fazem com quem seu peso seja
menor, também é nesse espaço que se encontra medula óssea. Encontrados na parte interna da
diáfise e nas epífises.
• Osso compacto: praticamente não apresenta espaços medulares, existindo, no
entanto, um conjunto de canais que são percorridos por nervos e vasos sanguíneos: canais de
Volkmann e canais de Havers. Encontrados nas partes mais superficiais dos ossos.

Fig. 7 - Representação do osso esponjoso e


compacto.

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Fig. 8 - Imagem ampliada da diferença entre


osso compacto e esponjoso.

VASCULARIZAÇÃO DOS OSSOS

O osso conta com uma abundante irrigação sanguínea, pois necessita de uma constante
assimilação de elementos nutritivos e minerais, sendo por isso que a superfície de cada osso é
irrigada pelas artérias periósticas, que percorrem o periósteo, a membrana mais exterior.
Por outro lado, a parte interior dos ossos encontra-se irrigada por uma ou várias artérias
nutritivas, que penetram no osso e o subdividem em inúmeras ramificações finas que sulcam os
canais dos sistemas de Havers, proporcionando elementos nutritivos e minerais a todas e a cada
uma das células.
• O Canal de Havers (Fig.9) percorrem o osso longitudinalmente e podem
intercomunicar-se por projeções laterais. Em cortes transversais, percebe-se que ao redor de cada
canal de Havers existem várias lamelas concêntricas de substância intercelular e de células
ósseas. Cada conjunto deste, formado pelo canal central de Havers e por lamelas concêntricas, é
chamado de Sistema de Havers ou Sistema haversiano.

• Os canais de Volkmann (Fig.10) começam na superfície externa ou interna do osso,


possuindo uma trajetória transversal. Esses canais fazem a comunicação entre os canais de
Havers. Os canais de Volkmann não apresentam lamelas concêntricas.

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Fig. 9 - Sistema de Havers

Fig. 10 - Canais de Havers e de Volkmann dentro dos ossos

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CLASSIFICAÇÕES DOS OSSOS

O
s ossos são classificados principalmente quanto ao seu formato, considerando a relação
e predominância entre suas dimensões (comprimento, largura e espessura). Dessa
forma, são classificados os seguintes grupos:
• Ossos longos: nesses ossos há predominância do comprimento em relação às outras
dimensões. Os ossos longos são compostos por três partes: um corpo contendo a cavidade
medular no seu interior e duas extremidades dilatadas chamadas de epífises (proximal e distal).
Os ossos desse grupo são: clavícula; úmero (Fig.11); rádio; ulna; ossos metacarpais; falanges dos
membros superiores; fêmur (Fig. 12); tíbia; fíbula; ossos metatarsais e falanges dos membros
inferiores.

Fig. 11 - Úmero (Face Posterior e Face Anterior)

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Fig. 12 - Osso do fêmur (Face anterior e Face


Posterior)

• Ossos curtos: são ossos de formato semelhante a um cubo, ou seja, existe um


equilíbrio entre as suas dimensões. Os ossos curtos são encontrados em apenas dois lugares do
esqueleto humano, no carpo (Fig. 13) e no tarso (Fig.14). Dessa forma, são representantes desse
grupo: escafoide, semilunar, piramidal, pisiforme, trapézio, trapezóide, capitato, hamato,
calcâneo, tálus, navicular, cubóide, cuneiforme medial, cuneiforme lateral , e cuneiforme
intermédio.

Fig. 13 - Ossos do carpo e metacarpo Fig. 14 - Ossos do tarso e metatarso


• Ossos planos: são ossos muito delgados que geralmente apresentam funções
protetoras. Nos ossos planos, há predominância do comprimento e largura em relação à

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espessura. Apresentam osso esponjoso envolvido por duas lâminas de osso compacto.
Encontramos esses ossos na calvária craniana (ossos frontal, parietais (Fig.15) e occipital) e nos
cíngulos do esqueleto apendicular (escápula (Fig.16) e osso do quadril).

Fig. 15 - Osso parietal Fig. 16 - Escápula

Alguns ossos do esqueleto humano, em virtude de suas peculiaridades morfológicas e


complexidades funcionais, não podem ser classificados de acordo com seu formato como os
citados acima. Desse modo, existem outros grupos.

• Ossos irregulares: apresentam diferentes formatos e estruturas complexas em razão


das exigências funcionais dos ossos desse grupo. São componentes desse grupo: ossos do
viscerocrânio (vômer, mandíbula, nasais, maxilas, zigomáticos, conchas nasais inferiores,
lacrimais e palatinos), ossos do neurocrânio (etmoide, esfenoide e temporais), ossículos da orelha
média (martelo, bigorna e estribo), osso hioide (Fig.17) e coluna vertebral (vértebras cervicais,
torácicas e lombares, sacro e cóccix) (Fig.18).

Fig. 17 - Osso hioide.

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Fig. 18 - Vértebras.

• Ossos pneumáticos: apresentam cavidades no seu interior, denominadas de seio


(Fig.19) (Fig.20), que são revestidas por mucosa e contém ar no seu interior. Esses ossos mantêm
relação com a cavidade nasal, exceto o osso temporal que se comunica com a orelha média. São
eles: o frontal, as maxilas, etmóide, esfenoide e os ossos temporais.

Fig. 19 - Seio esfenoidal Fig. 20 - Seios da face

• Ossos alongados: assim como os ossos longos apresentam predomínio do


comprimento sobre as outras dimensões, porém não apresentam canal medular e são achatados.
Os representantes desse grupo são as costelas (Fig.21) e o esterno (Fig.22).

Fig. 21 – Costelas Fig. 22 – Osso Estesno

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• Ossos sesamoides: tem forma semelhante a uma semente e se desenvolvem em


alguns tendões ou da cápsula de uma articulação sinovial. Com exceção da patela, os outros
ossos são extranumerários encontrados no esqueleto apendicular, em especial no metacarpo e
metatarso.

Fig. 23 - Osso da patela

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ESQUELETO AXIAL

O
esqueleto axial consiste em um conjunto de 80 ossos, composto por três partes: a
cabeça, a caixa torácica e a coluna vertebral. Ele recebe esse nome pois os ossos
encontram-se no eixo da linha média. O esqueleto axial também é caracterizado pela função de
sustentação do corpo.

OSSOS DA CABEÇA

O esqueleto da cabeça é dividido em crânio e face, essas características estruturais


justificam a divisão do crânio em neurocrânio ou crânio cerebral, e viscerocrânio, ou crânio
facial (Fig.24). Em termos gerais o esqueleto da cabeça aloja o encéfalo e as meninges, ligadas
ao canal vertebral através do forame magno, assim como os órgãos dos sentidos e as partes
iniciais das vias respiratórias e digestivas. Dessa forma, a principal função dos ossos do crânio é
proteger o encefalo e os órgãos do sentido.

Fig. 24 - Neurocrânio e Viscerocrânio desarticulados

O segmento inferior, ou base do crânio, articula-se anteriormente com os ossos da face e,


no centro, com a primeira vértebra cervical (atlas). No total o crânio é composto por 22 ossos (8
pares e 6 impares) sendo 8 ossos articulados formando o neurocrânio e 14 ossos que articulados
formam o viscerocrânio.

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NEUROCRÂNIO VISCEROCRÂNIO
FRONTAL (1) MANDIBULA (1)
OCCIPTAL (1) VÔMER (1)
ESFENOIDE (1) NASAL (2)
ETMOIDE (1) LACRIMAL (2)
PARIETAL (2) ZIGOMÁTICO (2)
TEMPORAL (2) CONCHA NASAL INFERIOR (2)

PALATINO (2)

MAXILA (2)

Quadro 1 - Ossos do neurocrânio e viscerocrânio.

O crânio ainda pode ser dividido em porções:


• Calvária: porção superior do crânio (Fig.25) (Fig.26);

Fig. 25 - Calvaria vista superior Fig. 26 – Calvaria vista interior

• Base do crânio: porção inferior do crânio (Fig.27);

Fig. 27 - Base do crânio

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• Cavidade do crânio: o interior do crânio (Fig.28);

Fig. 28 - Cavidade do crânio

A cavidade do crânio pode ser dividida em 3 fossas (Fig.29): Anterior, formada pelos
ossos frontal e etmoide; Média, formada pelos ossos temporal e esfenoide; Posterior, formada
pelo osso occipital.

Fig. 29 - Fossas do crânio

Cada osso do crânio apresenta características próprias chamadas de acidentes anatômicos


que podem ter relação com a sua formação, função ou estrutura a qual está relacionado. Esses
acidentes podem ser saliências, como processos ou cristas, aberturas, como forames e canais, ou
podem ser reentrâncias, como sulcos e incisuras.

NEUROCRÂNIO

É formado pela a articulação dos 2/3 superiores do crânio. Recebe esse nome, pois os oito
ossos que o compõe formam a cavidade craniana que aloja o encéfalo e suas estruturas. As
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estruturas ósseas articulam-se entre si por meio de suturas, que mantêm os ossos firmemente
unidos.

✓ OSSO FRONTAL

O osso frontal (Fig.30) (Fig.31) é um osso impar que cria a curvatura lisa da fronte e
protege o lobo frontal do cérebro, principalmente as terminações nervosas do nervo olfatório.
Como o osso frontal é o osso mais anterior no neurocrânio, ele é limitado tanto pelos ossos
adjacentes do neurocrânio quanto pelos ossos mais superiores do viscerocrânio. Também possui
em sua parte de escama o seio paranasal.
Articula-se posteriormente com os ossos parietais por meio da sutura coronal,
lateralmente articula-se com o osso zigomático através da sutura frontozigomática e medialmente
com os dois ossos nasais por meio da sutura frontonasal. O osso frontal ainda articula-se com a
maxila e o esfenoide para formar a parede medial e interior da órbita.

Fig. 30 - Face externa do Frontal Fig. 31 - Face interna do Frontal

✓ OSSOS PARIETAIS

Os ossos parietais (Fig.32) (Fig.33) são situados na alta convexidade do crânio, e formam
o teto sobre parte da fossa anterior, toda a fossa média e parte da fossa posterior do crânio, além
de formar a maior parte da calvária ( parte superior e lateral ).
Enquanto eles estão ancorados ao osso frontal anteriormente, eles também se
articulam um no outro na linha média, através da sutura sagital. Anterolateralmente, eles se
conectam com o osso esfenoide, através da sutura esfenoparietal, e posterolateralmente ao osso
temporal através da sutura escamosa. Posteriormente, o osso occipital limita os ossos parietais
através da sutura lambdoide e o lambda.

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Fig. 32 - Face externa do Parietal Fig. 33 - Face interna do parietal

✓ OSSO OCCIPITAL

O occipital (Fig.34) (Fig.35) é mais um dos ossos impares do crânio e está localizado na
porção mais posterosuperior do neurocrânio. Ele cria o domo arredondado da cabeça na nuca, e
cobre o cerebelo e o tronco encefálico em uma cápsula óssea. Além de se articular superiormente
com os ossos parietais, sua borda anteroinferior se articula com as asas menores do osso
esfenoide e lateralmente com o osso temporal. As suturas são chamadas sutura esfeno-occipital e
sutura petro-occipital, respectivamente. Apresenta uma abertura que permite a ligação do tronco
encefálico com a medula e possui acidentes anatômicos que permitem a fixação de músculos e
ligamentos que sustentam a cabeça ao pescoço.

Fig. 34 - Vista inferior do osso occipital Fig. 35 - Vista interna do osso occipital

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✓ OSSOS TEMPORAIS

O par de ossos temporais (Fig.36) (Fig.37) ajuda a formar a base e a fossa média do
crânio, assim como as paredes laterais. Tem a principal função de abrigar os órgãos auditivos e
vestibulares. É dividido em 4 partes que se relacionam com as suas características estruturais.
Além de abrigar os órgãos, apresenta estruturas importantes para a articulação
temporomandibular e fixação de músculos relacionados à mastigação. Como já citado, os ossos
temporais articulam-se superiormente com os ossos parietais, posteriormente com o osso
occipital, anteriormente e inferiormente com o osso esfenoide e ainda possui um processo que
permite a articulação com o osso zigomático.

Fig. 36 - Face externa do Temporal Fig. 37 - Face interna do Temporal

✓ OSSO ESFENOIDE

O osso esfenoide (Fig.38) (Fig.39) é um osso ímpar que compõe a maior parte da porção
média do crânio. A sua localização permite articular-se com quase todos os ossos do neurocrânio,
com exceção do osso occipital. Contém no interior do seu corpo o seio esfenoidal e na parte
superior a sela túrcica que abriga a glândula hipófise. Articula-se anteriormente com a placa
cribriforme através da sutura esfenoetmoidal, e com o osso frontal anterolateralmente, através da
sutura esfenofrontal. Na face externa, podemos vê-lo na parte lateral do crânio conectando-se
aos ossos parietais e temporais, e também, na órbita formando a parede interna.

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Fig. 38 - Vista posterior do Fig. 39 - Vista superior da cavidade


Esfenoide desarticulado. craniana evidenciando o Esfenoide

✓ OSSO ETMOIDE

É um osso poroso (Fig.40) (Fig.41) (Fig.42) que forma a maior porção da parte média da
face. Ajuda a formar a órbita, a cavidade nasal, o septo nasal, e a fossa anterior do crânio. As
conchas nasais superiores e medias são estruturas formadas por seus labirintos etmoidais.
Também possui seios paranasais nas estruturas de massa lateral.
Como se localiza bem no centro do crânio entra em contato com outros 15 ossos, tanto do
neuro como do viscerocrânio, mas seus limites mais importantes acontecem anteriormente com o
osso forntal, posteriormente com o osso esfenoide e inferiormente articula-se com o osso vômer
formando o septo nasal e com a concha nasal inferior formando a parede medial da cavidade
nasal.

Fig. 40 - Vista superior do Etmoide Fig. 41 - Vista lateral do Etmoide

Fig. 42 - Localização do Etmoide no crânio

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VISCEROCRÂNIO

O viscerocrânio é formado por 14 ossos, 13 fixos e 1 móvel (mandíbula), que articulam-


se e formam um bloco sólido que, por sua vez, se articula com o terço anterior da base do crânio.
Além de formar o esqueleto da face, ainda abriga as primeiras estruturas do sistema digestório e
do sistema respiratório, além de sustentar os órgãos do sentido.

✓ OSSOS NASAIS

São ossos pares que se encontram na face e criam o contorno inicial do nariz, formando a
margem superior da abertura piriforme. Os ossos nasais (Fig.43) (Fig.44) se encontram na linha
média formando a sutura internasal, se articulam superiormente com o osso frontal através da
sutura frontonasal, lateralmente com a maxila através das suturas nasomaxilares e internamente
com o osso etmoide.
Além da articulação com ossos, a parte inferior da face externa desses ossos também se
articula com as cartilagens nasais e com a cartilagem septal para formar o esqueleto
osteocartilaginoso do nariz.

Fig. 43 - Localização do osso Nasal na face. Fig.44 - Relação dos ossos nasais
com as cartilagens.

✓ OSSOS LACRIMAIS

São ossos pares (Fig.45) (Fig.46), pequenos e retangulares, muito finos e frágeis. Sua
face externa forma uma pequena porção da parede medial da órbita enquanto sua face interna
forma parte da parede lateral da cavidade nasal. Articula-se com a maxila dentro da órbita,
formando um sulco que desemboca no saco lacrimal, com o osso etmoide posteriormente, com o
osso frontal superiormente e concha nasal inferior inferiormente.

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Fig. 45 - Localização do osso lacrimal na órbita Fig. 46 - Localização do osso


lacrimal na cavidade nasal
✓ OSSOS ZIGOMÁTICOS

Ossos pares (Fig.47) (Fig.48) que formam a maior parte do esqueleto da bochecha, mais
precisamente a proeminência da maçã do rosto. Um de seus processos se liga ao osso temporal
formando um arco entre o víscero e o neurocrânio, além disso, serve de fixação para um dos
músculos mais importante da mastigação, o masseter.
Articula-se com o osso frontal ajudando a formar a parede lateral da órbita e com a
maxila para formar o assoalho, também dentro da órbita conecta-se ao osso esfenoide que está
localizado na parede interna. Além disso, como já citados, se liga ao osso temporal formando o
arco zigomático.

Fig. 47 - Localização do osso Zigomático na face Fig. 48 - Face externa do osso Zigomático

✓ OSSO VÔMER

O vômer (Fig.49) (Fig.50) é um osso singular que forma a parte inferior do septo nasal, se
forma a partir da linha média do viscerocrânio e cria a divisão entre os dois lados simétricos da
cavidade nasal. Para ser preciso, forma o aspecto posterior e inferior do septo entre o
osso etmóide anterosuperiormente e o palatino, posteroinferiormente. Além disso, liga-se

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a maxila anteriormente e inferiormente, e ao osso esfenóide posteriormente formando a única


articulação do tipo esquindelese do crânio. Além das articulações ósseas também se liga a
cartilagem nasal anteriormente, para formar o esqueleto osteocartilaginoso do nariz.

Fig. 49 - Vista lateral do osso Vômer Fig. 50 - Localização do crânio dentro da cavidade nasal

✓ CONCHA NASAL INFERIOR

A concha nasal inferior (Fig.51) (Fig.52) é a mais caudal das três conchas nasais.
Enquanto as conchas superior e média formam parte da placa perpendicular do osso etmoide, a
concha nasal inferior é uma estrutura óssea individual. Estende-se como uma lâmina curva que
se localiza na parede lateral da cavidade nasal. Articula-se com o osso da maxila e com a lâmina
perpendicular dos ossos palatinos, com o osso lacrimal e com o etmóide, todos esses presentes da
cavidade nasal.

Fig. 51 - Localização da Concha Fig. 52 - Face externa e interna da


nasal inferior na cavidade nasal concha nasal inferior

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✓ OSSO PALATINO

O osso palatino é um osso par em forma de L, sua parte horizontal, juntamente com o
osso palatino contralateral, forma a porção posterior do palato duro, na cavidade oral, e o
assoalho da cavidade nasal. A parte perpendicular contribui para formar a parede lateral da
cavidade nasal, e também contribui ligeiramente para formar o assoalho da órbita.
Articula-se na linha média com o osso palatino contralateral através da sutura palatina
media e articula-se com os ossos maxilares através da sutura palatina transversa, com o osso
etmoide, o osso esfenoide e com a concha nasal inferior. (Fig.53) (Fig.54)

Fig. 53 - Localização do Palatino no crânio Fig. 54 - Vista posterior do osso Palatino

✓ OSSOS MAXILARES

As maxilas (Fig.55) (Fig.56) compõem a maior parte do esqueleto da face, e também se


relacionam aos outros ossos ajudando a formar o teto da cavidade oral, o assoalho da cavidade
nasal e o assoalho da cavidade ocular. Além disso, também contém no seu corpo o seio paranasal
maxilar, muito relacionado às infecções respiratórias, e dão sustentação para o arco dentário
superior.
A maxila se articula com vários ossos: superiormente com o osso
frontal, posteriormente com o osso esfenoide, com o palatino e o lacrimal, medialmente com o
osso nasal, o vômer e a concha nasal inferior, e lateralmente com o osso zigomático.

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Fig. 55 - Vista lateral externa da Maxila Fig. 56 - Localização das Maxilas no crânio
externa e internamente

✓ OSSO DA MANDÍBULA

A mandíbula (Fig.57) (Fig.58) é um osso impar, longo e compõe a única articulação


móvel do crânio, a articulação temporomandibular, sendo o único osso em todo o crânio que não
se articula com os ossos adjacentes através de suturas. Tem um formato de ferradura e suas duas
extremidades são articuladas. Serve de inserção para a maioria dos músculos da mastigação e
músculos suprahióideos. Além disso, serve de sustentação para todo o arco dentário inferior.
Esse osso articula-se, através dos dentes, com a maxila, quando a boca se encontra
fechada. Ele também se articula com o neurocrânio através do osso temporal, formando a
articulação temporomandibular (ATM).

Fig. 57 - Vista anterior da Mandíbula Fig. 58 - Vista lateral da Mandíbula

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Fig. 59 - Vista lateral da Articulação temporomandibular.

VÉRTEBRAS

A coluna vertebral se estende do crânio até a pelve, formando o eixo central do corpo.
Seus componentes ósseos, as vértebras, fazem parte do esqueleto axial e se encontram unidos
através dos discos intervertebrais e ligamentos. Dentre as várias funções desempenhadas pela
coluna vertebral, se destacam:
• Proteção da medula espinal e nervos espinais;
• Sustentação do peso corporal;
• Importância para a postura e locomoção;
• Fixação para vários músculos.

Quando observada no plano sagital, esse segmento do esqueleto não é retilíneo no


sentindo anteroposterior. A coluna vertebral apresenta quatro curvaturas fisiológicas chamadas
cifoses e lordoses (Fig.60), são elas:
• Lordose cervical: curvatura secundária que a criança adquire por causa do peso da
cabeça.
• Cifose torácica e sacral: são curvaturas primárias existentes no feto.
• Lordose lombar: curvatura secundária quando a criança fica em posição ereta.
Essas curvaturas podem se tornar patológicas quando acentuadas.

Divisão da coluna vertebral em cinco regiões (Fig.61):


• Cervical (7 vértebras isoladas)
• Torácica (12 vértebras isoladas)
• Lombar (5 vértebras isoladas)
• Sacro (5 vértebras fundidas)

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• Coccígea (3-5 vértebras fundidas)

Fig. 60 - Regiões da coluna vertebral Fig. 61 - Curvaturas fisiológicas da coluna

✓ ESTRUTURA GERAL DAS VÉRTEBRAS

No adulto existem 32 a 34 vértebras que se sobrepõem. Algumas características das


vértebras variam de acordo com a região ou até dentro da mesma região, porém considera-se
uma estrutura basicamente igual. A vértebra típica (Fig.62) consiste em três elementos: corpo
vertebral, arco vertebral e sete processos.

Fig. 62 - Vértebra típica

• Corpo vertebral: é a porção anterior e mais volumosa do osso que atribui resistência à
coluna vertebral. O corpo vertebral se torna progressivamente maior nas vértebras
inferiores, devido a maior sobrecarga. É formado por osso esponjoso vascularizado
circundado por uma fina camada de osso compacto.

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➔ Epífise anular
➔ Faces intervertebrais superior e inferior

• Arco vertebral: corresponde a parte posterior ao corpo vertebral, sendo constituído de


pedículos e lâminas (direitos e esquerdos). Os pedículos são cilíndricos e curtos,
enquanto as lâminas são largas e planas.
➔ Incisuras vertebrais superiores e inferiores: são encontradas acima e abaixo de
cada pedículo, respectivamente.
➔ Forames intervertebrais: formado pela junção da incisura vertebral superior com a
incisura vertebral inferior das vértebras adjacentes e os discos que as unem. São
locais por onde os nervos espinhais saem.

• Forame vertebral: formado pela face posterior do corpo vertebral e o arco vertebral. A
união dos forames vertebrais ao longo da coluna vertebral se dá o nome de canal
vertebral, que abriga a medula espinal junto com suas meninges.

• Processos vertebrais: são sete protuberâncias ósseas que se originam do arco vertebral.
➔ Processo espinhoso: projeção mediana que se estende posteriormente de cada arco
vertebral.
➔ Processos transversos: são em número de dois, estende-se posterolateralmente do
local de junção dos pedículos com as laminas.
➔ Processos articulares: são em número de quatro, dois superiores e dois inferiores
com suas respectivas faces articulares (superior e inferior) que serve para a
articulação entre as vértebras.

✓ CARACTERÍSTICAS REGIONAIS DAS VÉRTEBRAS

Apesar das vértebras possuírem características morfológicas semelhantes, a maioria das


vértebras apresentam aspectos que as diferenciam como pertencente de determinada região da
coluna vertebral.
• Vértebra cervical (Fig.63): no total são sete vértebras cervicais que formam o
esqueleto do pescoço. São as menores vértebras, pois suportam menos peso quando comparada
com as outras. Suas características são: corpo vertebral pequeno e presença de uma elevação
chamada de único do corpo vertebral, forame transversal grande e triangular, processo espinhoso
curto e bifurcado e os processos articulares estão dispostos na horizontal.
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➔ Forame transversário: presente no processo transverso para a passagem da artéria


vertebral.
➔ Tubérculo anterior e posterior: protuberâncias também presentes no processo
transverso.
➔ Sulco do nervo espinal: local entre os tubérculos para a passagem dos nervos espinais
cervicais.

Fig. 63 - Vértebra cervical

• Atlas (C1) (Fig.64): primeira vértebra cervical. Chamada de vértebra atípica, pois
não apresenta corpo e processo espinhoso. Possui um par de massas laterais que estão no lugar
do corpo, conectadas por um arco anterior curto e um arco posterior longo cada um com seu
tubérculo (anterior e posterior). Além disso, apresentam faces articulares superiores que se
articulam com os côndilos occipitais e faces articulares inferiores que se articulam com a áxis
(C2) e sulco da artéria vertebral no arco posterior.

• Áxis (C2) (Fig.65): é a segunda vértebra cervical. Também considerada atípica, pois
apresenta características que a distingue, como o dente da áxis que se projeta para cima a partir
do corpo, servindo como um ponto para a rotação da cabeça. Apresenta também faces articulares
superiores e inferiores e ápice do dente.

• Vértebra proeminente (C7): processo espinhoso longo e não bifurcado.

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Fig. 64 - Atlas (C1)

Fig. 65 - Áxis (C2)

• Vértebra torácica (Fig.66): existem sete vértebras torácicas onde as costelas se fixam,
oferendo suporte a cavidade torácica. A característica única dessas vértebras é a presença
de fóveas costais (superior e inferior) para a articulação com as costelas. Além disso, a
vértebra torácica possui corpo vertebral em forma de coração, forame vertebral circular e
estreito, processos transversos longos e fortes, processo espinhoso longo e inclinado para
baixo e as faces articulares dispostas no plano frontal.

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Fig. 66 - Vértebra torácica

• Vértebra lombar (Fig.67): são cinco vértebras lombares que servem como suporte para
a cavidade abdominal. O corpo vertebral dessas vértebras é grande, pois suportam o peso
do corpo. O forame vertebral é triangular, os processos transversos (costiforme) são
longos e delgados e o processo espinhoso é curto. Na parte posterior dos processos
transversos encontra-se o processo acessório, e na parte posterior dos processos
articulares superiores há os processos mamilares, ambos servem para a fixação de
músculos.

Fig. 67 - Vértebra lombar.

OSSOS DO TÓRAX

O esqueleto da parede torácica é composto pelo osso esterno, costelas e as vértebras


torácicas, cuja principal função é proteger as vísceras torácicas e alguns órgãos abdominais e
ajudar no processo da respiração (Fig.68) (Fig.69).

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Fig. 68 - Parede torácica. Fig. 69 - Ossos do tórax.

✓ OSSO ESTERNO

O esterno (Fig.70) é um osso ímpar e mediano, localizado na parte anterior do tórax,


sendo classificado como plano e alongado. Ele é composto por três partes: manúbrio, corpo e
processo xifóide. Esse osso apresenta uma face anterior, face posterior e margens laterais (direita
e esquerda).
• Manúbrio: porção superior mais larga e espessa do esterno.
➢ Incisura jugular: depressão situada medialmente na margem superior do manúbrio.
➢ Incisura clavicular: depressões localizadas a cada lado da incisura jugular, para
articulação com a clavícula.
➢ Sincondrose da primeira costela: local onde a cartilagem costal da primeira costela se
fixa.
➢ Sínfise manubriesternal: articulação entre o manúbrio e corpo do esterno.
➢ Ângulo do esterno: saliência formada pela junção do manúbrio com o corpo do
esterno.

• Corpo: é longo e estreito, situado em nível de T5 e T9.


➢ Incisuras costais: presentes nas margens laterais do corpo que serve como meio de
fixação da segunda a sétima costela.
➢ Sínfise xifoesternal: articulação entre o corpo e o processo xifoide.

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• Processo xifóide: extremidade inferior, fina e alongada do esterno. Situado em nível de


T10 (10O vértebra torácica), sendo cartilaginoso em jovens e mais ou menos ossificado
em adultos acima de 40 anos.

Fig. 70 - Osso esterno.

✓ COSTELAS

Existem doze pares de costelas, que formam a maior parte da caixa torácica, se
estendendo das vértebras torácicas até o osso esterno. As costelas são ossos alongados e curvos
que fazem parte do esqueleto axial. De acordo com a relação com o osso esterno, as costelas são
classificadas em três tipos (Fig.71):
• Costelas verdadeiras: os sete primeiros pares de costelas. São assim chamadas por se
fixarem diretamente no osso esterno, através das suas próprias cartilagens costais.
• Costelas falsas: oitavo, nono e décimo pares de costelas. Articulam-se indiretamente ao
osso esterno, pois suas cartilagens se unem à cartilagem costal do sétimo par de costela.
• Costelas flutuantes: são os dois últimos pares de costelas. Não existe conexão, direta ou
indireta, dessas costelas com o esterno ou com outras costelas, assim elas terminam na
musculatura abdominal posterior.

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Fig. 71 - Classificação das costelas.

✓ CARACTERÍSTICAS DAS COSTELAS TÍPICAS


• Cabeça da costela: apresenta duas faces articulares, sendo uma face para articular
com o corpo da vértebra de número correspondente e outra face para a vértebra acima
dela, essas faces são separadas pela crista da cabeça da costela.
• Colo da costela: parte estreita, responsável pela união da cabeça ao corpo através do
tubérculo.
• Tubérculo da costela: saliência articular para o processo transverso da vértebra
correspondente. Localizado na união do colo com o corpo da costela.
• Corpo da costela: é fino, plano, curvo e achatado transversalmente. Apresenta dois
acidentes anatômicos: o ângulo da costela e sulco da costela, que está localizado na
face interna e oferece proteção para o nevo e vasos intercostais. (Fig.72)

✓ CARACTERÍSTICAS DAS COSTELAS ATÍPICAS


• Primeira costela: é a costela mais larga, curta e horizontal das costelas verdadeiras.
Apresenta uma face articular na cabeça para articular-se com T1 e dois sulcos
transversais para os vasos subclávios. Na face superior apresenta o tubérculo para o
músculo escaleno (fixação do músculo escaleno anterior).

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• Segunda costela: é fina e mais longa que a primeira costela. Apresenta uma área rugosa
para na face superior, chamada de tuberosidade do músculo serrátil anterior, servindo
como ponto de origem desse músculo.
• Costelas 5,6 e 7: apresentam uma única face articular na cabeça, se articulando com
apenas uma vértebra.
• Costelas 11 e 12: ausência de colo e tubérculo são costelas curtas.

Fig. 72 - Vértebras atípicas

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ESQUELETO APENDICULAR

O
esqueleto apendicular reúne os ossos dos membros superiores, inferiores e os elementos
de apoio, denominado cíngulos, que os conectam ao tronco. A estrutura formada
pelo esqueleto apendicular auxilia na sustentação e na movimentação do corpo.

MEMBROS SUPERIORES

O esqueleto dos membros superiores (Fig.73) é formado por 64 ossos e possui uma parte
fixa denominada cíngulo e uma parte livre. O cíngulo do membro superior é formado pela
escápula e clavícula, ossos responsáveis pela união da parte livre do esqueleto apendicular com o
esqueleto axial. A parte livre é formada por três segmentos: o braço (osso úmero), o antebraço
(rádio e ulna) e a mão (ossos do carpo, metacarpo e falanges).

Fig. 73 - Ossos do membro superior

OSSOS DO CÍNGULO
✓ CLAVÍCULA

É um osso par, longo e de formato cilíndrico ligeiramente curvo que ocupa uma posição
anterior e superior no tórax. Articula-se com o osso esterno medialmente e com a escápula
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lateralmente. A clavícula possui duas faces, uma superior lisa (Fig.74) e uma inferior áspera
(Fig.75), e duas margens (anterior e posterior).
• Corpo da clavícula: parte alongada que fica entre as extremidades esternal e
acromial.
• Extremidade esternal: extremidade da clavícula voltada para a medial, que se
articula com o manúbrio do esterno.
• Extremidade acromial: extremidade medial da clavícula, que se articula com o
acrômio.
• Tubérculo conoide: saliência próxima à extremidade acromial, local de fixação do
ligamento conoide.
• Linha trapezóidea: fixação do ligamento trapezoide.
• Sulco do músculo subclávio: depressão no terço medial do corpo da clavícula, local
para fixação do músculo subclávio.
• Impressão do ligamento costoclavicular: recebe o ligamento costoclavicular (une a
primeira costela à clavícula).

Fig. 74 - Vista superior da clavícula

Fig. 75 - Vista inferior da clavícula

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✓ ESCÁPULA

Osso par, plano e com formato triangular e achatado, está localizado superior e
posteriormente no tórax. Articula-se com a clavícula lateralmente e com o úmero inferiormente
(articulação do ombro). A escápula possui duas faces (anterior e costal), três margens (medial,
lateral e superior) e três ângulos (superior, lateral e inferior) (Fig.76) (Fig.77) (Fig.78).
• Espinha da escápula: eminência na face costal da escápula que separa duas fossas, uma
superior (fossa supraespinal) e uma inferior (fossa infraespinal).
• Fossa supraespinal: depressão na face costal onde fica o músculo supraespinal.
• Fossa infraespinal: depressão na face costal onde está localizado o músculo
supraespinal.
• Fossa subescapular: depressão na face anterior onde se fixa o músculo subescapular.
• Corpo da escápula: triangular e fino.
• Acrômio: proeminência achatada presente na face costal da escápula, contínua com a
espinha da escápula.
• Cavidade glenoidal: pequena depressão oval na escápula que se articula com a cabeça
do úmero na articulação do ombro.
• Processo coracoide: elevação situada acima da cavidade glenoidal.
• Incisuta da escápula: escavação presente na parte superior da escápula.

Fig. 76 - Vista posterior da escápula


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Fig. 77 - Vista anterior da escápula Fig. 78 - Vista lateral da escápula

OSSO DO BRAÇO
✓ ÚMERO
Em número de dois, um de cada lado do corpo, o úmero (Fig.79) é o maior osso do
membro superior e o único osso do braço. É classificado como um osso longo, possuindo duas
extremidades dilatadas denominadas de epífises, uma proximal e outra distal, que se articulam
com a cavidade glenoidal e com rádio e ulna, respectivamente. As epífises estão ligadas por uma
parte alongada chamada de corpo do úmero.
Extremidade proximal: cabeça do úmero (articula-se com a escápula na articulação do
ombro).
• Colo anatômico: sulco de que limita a cabeça.
• Colo cirúrgico: parte estreita que une o corpo a extremidade proximal.
• Tubérculo maior: protuberância presente da margem lateral do úmero.
• Tubérculo menor: protuberância que se projeta na porção anterior do osso.
• Sulco intertubercular: depressão entre os dois tubérculos.
• Corpo do úmero: apresenta faces e margens.
• Tuberosidade para o músculo deltoide: local de fixação do músculo de mesmo nome.
• Sulco do nervo radial: depressão oblíqua na parte posterior do osso onde passa nervo
radial.
• Cristas supraepicondilares medial e lateral
• Epicôndilos medial e lateral
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Extremidade distal: articula-se com os ossos do antebraço na articulação do cotovelo.


• Côndilo do úmero: inclui capítulo (lateral), tróclea (medial), e fossas coronoidea
(anterior), do olecrano (posterior) e radial.

Fig. 79 - Osso do úmero (Face Anterior e Face Posterior)

OSSOS DO ANTEBRAÇO
✓ RÁDIO

Osso longo e par localizado lateralmente no antebraço (Fig.80).


• Extremidade proximal: cabeça do rádio (articulação com o úmero e com a ulna).
➢ Colo do rádio: compressão distal à cabeça do rádio.
➢ Tuberosidade do rádio: protuberância situada medialmente.
• Corpo do radio: possui face e margens
• Extremidade distal: articula-se com ossos do carpo;
➢ Incisura ulnar: concavidade que acomoda a cabeça da ulna.

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➢ Processo estiloide do rádio

Fig. 80 - Rádio.

✓ ULNA

Osso par, medial e mais longo do que o rádio, responsável por estabilizar o antebraço
(Fig.81).
• Extremidade proximal: assemelha-se a uma chave inglesa.
➢ Olécrano
➢ Processo coronoide
➢ Incisura troclear
➢ Tuberosidade da ulna: elevação situada inferiormente ao processo coronoide.

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➢ Incisura radial
• Corpo da ulna: possui margens e faces
➢ Crista do musculo supinador
• Extremidade distal: cabeça da ulna
➢ Processo estiloide da ulna

Fig. 81 - Ulna

OSSOS DA MÃO
✓ CARPO

É formado por oito ossos pequenos classificados como curtos que estão dispotos em duas
fileiras, proximal e distal. Os ossos carpais garantem flexibilidade ao punho, ampliando o
movimento da articulação do punho.
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• Fileira proximal: escafóide, semilunar, piramidal e pisiforme.


• Fileira distal: trapézio, trapezóide, capitato e hamato.

✓ METACARPO

Forma o esqueleto da palma da mão (Fig.82). Existem cinco ossos metacarpais em cada
mão e cada osso apresenta base (proximal), corpo e cabeça (distal).

✓ FALANGES

Com exceção do polegar (falanges proximal e distal), cada dedo apresenta três falanges:
proximal, média e distal. Cada falange apresenta base proximal, corpo e cabeça distal.

Fig. 82 - Esqueleto da mão.

MEMBROS INFERIORES

Os membros inferiores fazem parte da classificação do esqueleto apendicular. Tem função


de sustentação do peso corporal, locomoção, e consegue manter o equilíbrio do corpo em
repouso e em movimento. Os membros inferiores são conectados ao tronco pelo cíngulo do
membro inferior (ossos do quadril )
Os membros inferiores podem ser divididos em 5 segmentos para facilitar o estudo:
• Cintura pélvica: Osso do quadril
• Coxa: Osso do fêmur
• Joelho: Osso da patela

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• Perna: Ossos da tíbia e fíbula


• Pé: Ossos do tarso, metatarso e falanges
Todos os ossos do membro inferior e suas estruturas são adaptados anatomicamente para o
suporte do peso corporal em diferentes tipos de situações.

✓ OSSO DO QUADRIL (OSSO DO CÍNGULO)

É um osso par, grande, chato e irregular formado pela união de três ossos: o ílio, o ísquio
e o púbis. Esses três ossos se unem em uma grande cavidade articular, o acetábulo. A união dos
dois ossos ilíacos (direito e esquerdo) com o sacro formam a pelve (Fig.83) (Fig.84).
O ílio é superior e constitui a maior parte do osso do quadril, é dividido em duas partes
pela linha arqueada em asa e corpo. O ísquio forma a parte inferior e posterior do quadril, é
divido para o estudo em corpo e ramo. O púbis é menor e a mais anterior porção do quadril, é
dividido em corpo e dois ramos, um inferior e outro superior.

Fig. 83 - Vista frontal do osso do quadril Fig. 84 - Vista lateral do osso do quadril

✓ OSSO DO FÊMUR (OSSO DA COXA)

É um osso longo, o maior e mais forte do corpo humano (Fig.85) (Fig.86) (Fig.87). É
ligeiramente encurvado, estando sua convexidade voltada ventralmente. Possui uma diáfise e
duas epífises uma proximal que articula-se com o osso do quadril e uma distal que se articula
com os ossos da perna. É na coxa que estão inseridos os músculos mais fortes relacionados a
movimentação do corpo assim como as articulações do quadril e do joelho que permitem o
amplo movimento. O fêmur apresenta em suas duas extremidades acidentes anatômicos que
facilitam o encaixe ósseo, em sua epífise proximal apresenta a cabeça do fêmur que permite o
encaixe com o ísquio, já na sua epífise distal possui côndilos que auxiliam na junção com a tíbia.
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Fig. 85 - Vista anterior e posterior do fêmur Fig. 86 - Evidênciação da cabeça do fêmur

Fig. 87 - Evidênciação do côndilo do fêmur

✓ OSSO DA PATELA (OSSO DO JOELHO)

É um osso chato, arredondado e triangular formando uma base e um ápice (Fig.88).


Localiza-se no interior do tendão do quadríceps femoral, por isso é classificado com osso
sesamoide, pois surge dentro de um tendão devido ao atrito durante o movimento. A articulação
do joelho é formada pela interação de três ossos: fêmur, tíbia e patela. A articulação do joelho é
uma articulação em dobradiça, capaz de realizar principalmente flexão e extensão, mas também
um pequeno grau de rotação (Fig.89).

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Fig. 89 - Relação da patela com


Fig. 88 - Vista anterior e posterior
outros ossos do membro inferior.

OSSOS DA PERNA
✓ OSSO DA TÍBIA

É um osso longo situado do lado medial da perna é mais robusto que a fíbula por isso
consegue suportar mais o peso do corpo (Fig.90). Sua extremidade superior é ampla e funciona
como uma base para a articulação do fêmur, recebendo o nome de platô tibial. Já a sua
extremidade distal é menor e ligeiramente escavada para formar a articulação do tornozelo.

Fig. 90 - Osso da Tíbia em vista anterior, lateral e posterior, respectivamente.

✓ OSSO DA FÍBULA

É um osso longo, muito menos volumoso que a tíbia com a qual se articula proximal e
distalmente (Fig.91) (Fig.92). Em sua epífise proximal possui acidentes anatômicos que

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proporcionam a sua articulação com a extremidade superior da tíbia, como a faceta oval e a face
articular da cabeça da fíbula.

Fig. 91 - Osso da Fíbula em vista Fig. 92 - Osso da Tíbia e Fíbula


anterior e posterior. articulado.

OSSOS DO PÉ

Anatomicamente, os ossos do pé (Fig.93) (Fig.94) se organizam em dois arcos. Esse


formato estrutural permite ao pé a sustentação do peso do corpo, bem como fornecer alavanca
para realizar as fases da deambulação. Estes arcos não são rígidos, necessitando de mobilidade
conforme o peso se distribui durante o movimento, auxiliando assim a realizar o movimento de
forma funcional e absorver o impacto durante os movimentos. Esses arcos são denominados:

• Arco longitudinal: se forma a partir do calcâneo percorrendo pela base do tálus,


cuneiformes até a extremidade distal dos ossos metatarsais. Ele consiste de uma parte
medial (interna) e uma lateral (externa)

• Arco transverso: forma-se basicamente pelo osso navicular, os três cuneiformes e as


extremidades dos cinco ossos metatarsais.

✓ OSSOS DO TARSO

Os ossos do tarso são em numero de sete e encontram-se distribuídos em duas fileiras.

• Fileira proximal: calcâneo e tálus

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• Fileira distal: cubóide, navicular e três cuneiformes (cuneiforme medial, intermedio e


lateral).
O tálus é o único osso do pé que se articula de forma direta com a tíbia e fíbula, é envolvido
pelo maléolo lateral da fíbula e pelo maléolo medial da tíbia. Já o osso calcâneo, se caracteriza
por ser o osso mais forte de toda a estrutura do pé.

✓ OSSOS DO METATARSO
Já o grupo do metatarso se constitui por cinco ossos metatarsais, numerados de I a V da
posição medial para lateral. São compostos basicamente por uma estrutura denominada base
proximal, corpo médio e cabeça distal, e se assemelham bastante aos metacarpos, ossos da mão.

• O I metatarso se articulará com o osso cuneiforme medial; sendo este de característica


mais espessa;

• O II metatarso se articulará com o osso cuneiforme intermédio e medial;

• O III metatarso se articulará com o osso cuneiforme lateral;

• O IV e V metatarsos se articularão com o osso cuboide;

✓ OSSOS DA FALANGE

Nas falanges, percebemos novamente uma breve semelhança com as falanges da mão,
tanto em número quanto em forma estrutural. Cada falange consiste em uma base proximal,
corpo médio e cabeça distal. Apenas o hálux se diferencia com duas falanges grandes e pesadas,
enquanto as demais possuem três falanges cada uma (denominadas, proximal, média e distal).

Fig. 93 - Vista superior e inferior dos ossos do pé. Fig. 94 - Vista lateral dos ossos do pé.

Direitos cedidos para publicação à Liga Acadêmica de Anatomia Haroldo Diniz – LAAHD (2020)
SISTEMA ESQUELÉTICO 48

REFERÊNCIAS
ALVES, Nilton; CÂNDIDO, Paulo L.. Anatomia para o Curso de Odontologia Geral e
Específica. 4. ed. São Paulo: Guanabara, 2016. 324 p.

DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia Básica dos Sistemas Orgânicos. Rio de Janeiro:
Atheneu, 1983.

MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia Humana. 6. ed. Porto


Alegre: Artmed, 2009.

MOORE, Keith L. Embriologia Clínica. 3. ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1984.

VAN DE GRAAFF, Kent M. Anatomia Humana. 6. ed. São Paulo: Manole, 2003.

TORTORA, GERARD J. Princípios de Anatomia Humana. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2007.

Direitos cedidos para publicação à Liga Acadêmica de Anatomia Haroldo Diniz – LAAHD (2020)

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