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A cultura do fumo
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na Bahia:
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baiana
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medidas com o objetivo de deter a se expandiu para outros Estados do cial agrícola para a produção
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expansão e consumo do tabaco no Nordeste. A Bahia coloca-se como de tabaco das variedades Brasil-
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visita o cenário da cultura do fumo participando, na safra 2005, com Sumatra, originário da Indonésia
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Convenção-Quadro e suas possíveis cluídos os fumos Virgínia, Burley e o Virgínia, recentemente intro-
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conseqüências para o Brasil e, em Comum para fabricação de cigarros, duzido na região denominada
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especial, para a região fumageira do o Oriental para a fabricação de fu- “Mata-Norte”, pela Companhia Sou-
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*Engenheiro Agrônomo, Pós-graduado em Economia Baiana pela Universidade Salvador – UNIFACS, Especialista em Políticas Públicas pela
Universidade Cândido Mendes, Diretor de Política e Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária – SEAGRI;
e-mail: jcarvalhal@seagri.ba.gov.br
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Feira de Santana, Cruz das Almas e investiu, ainda mais, em pesquisas Diferentemente dos principais
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Alagoinhas, cada qual com distintas com o fito de desenvolver e distribuir produtos do agronegócio, o tabaco
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A despeito das crises enfrenta- Em 2005, a safra baiana de fumo culturas, a partir da combinação: fu-
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nas décadas passadas, motivadas superior à safra do ano passado. Levantamento das propriedades
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principalmente pela falta de qua- A área plantada foi incrementada em de fumicultores no Estado da Bahia
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mercado externo e, conseqüente- 2004, para 12.092 ha, em 2005. A res possuem área inferior a cinco
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mente, na desmotivação, por parte do produtividade média subiu 4,3 %, hectares e 0,03 % com área supe-
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produtor, uma vez que a remune- passando de 893 kg/ha para 931
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ração obtida pela safra produzida, kg/ha (Gráfico 2). observado no Gráfico 3. Dentro do
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1 % do valor d as exportações,
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atingindo US$ 16.699 milhões,
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naquele ano (Gráfico 5).
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A maior parte do fumo baiano
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é exportada em forma de folhas,
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apesar de existirem mais de sete
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indústrias tradicionais de charutos e
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cigarrilhas na mais importante região
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de produção do Estado, localizada
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no Recôncavo, e denominada
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“Mata-Fina”. Outro fato importante
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é que as exportações baianas
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englobam produções do Estado de
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Alagoas, que têm, em Salvador, seu
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principal porto de exportação.
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Os principais países de destino
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do fumo baiano, em 2004, foram os
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Países Baixos adquirindo 20 % do
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total exportado, seguidos da
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Indonésia (15 %), Alemanha (13 %),
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Bélgica (9 %), República Domi -
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sistema de produção, o fumo tem mostra o comportamento dos pre- nicana e Portugal (5 %), Suíça e
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participado com aproximadamente ços do fumo nas últimas safras, na
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Reino Unido (4 %), e EUA (2 %), o
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21 % da área cultivada, área média Bahia. que totalizou US$ 16,6 milhões
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de 1,72 ha. A exploração é feita (Gráfico 6).
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pelo proprietário diretamente, ainda
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No que se refere às exportações
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Na Bahia, somente na produção da área cultivada no Estado, buiu, em 2004, com US$ 335.531,
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primária, essa atividade ocupa a mão- estimada em quatro milhões de ou seja, 74 % dos charutos e cigar-
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quais quatro mil no sistema integrado ocuparam, em 2004, o 9º lugar perspectiva de supe-rar em muito
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com as grandes firmas produtoras e na pauta das exportações do agro- esse valor (Gráfico 7).
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Em Genebra, o fumo foi escolhido
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para mostrar poder e autoridade
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em defesa da Saúde. No Brasil, o
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Foto: Silvio Ávila - Editora Gazeta Santa Cruz
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Quadro
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O tabagismo é considerado pela população feminina, nos países execução um conjunto de medidas
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Organização Mundial da Saúde desenvolvidos a participação das com o objetivo de deter a expansão
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evitável em todo o mundo. A OMS dos homens e 24 % das mulheres através da adoção de providências
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estima que um terço da população têm o comportamento de fumar. No relacionadas à propaganda e pa-
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mundial adulta, isto é, 1,2 bilhão Brasil os fumantes correspondem a trocínio, à política de impostos e
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de pessoas, entre as quais 200 mi- 16,7 % da população, ou seja, 30,2 preços, à rotulagem, ao comércio
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lhões de mulheres, sejam fumantes. milhões. O Quadro 3 ilustra o con- ilícito e ao tabagismo passivo, dentre
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Pesquisas comprovam que apro- sumo de cigarros e charutos no Brasil. outras medidas.
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nacionais e locais para o controle do
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tabaco de nenhum país. Ele as
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complementa e fortalece. Para entrar
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em vigor, esse Tratado precisa ser
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ratificado por, no mínimo, 40 países.
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Paralelamente ao processo de
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assinatura e ratificação do texto da
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Convenção, acordos mais específicos
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– os Protocolos – poderão ser
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negociados para suplementar e apoiar
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o Tratado. Os protocolos representam
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obrigações específicas substantivas ○
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que definirão de forma mais detalha-
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da as regras de implementação de
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objetivos gerais do texto da Convenção.
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Dentre as obrigações e medidas
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contidas na Convenção-Quadro para
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o Controle do Tabaco, pode -se citar:
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substituição da cultura do tabaco;
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elaboração e atualização de polí-
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ticas de controle de tabaco, em
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conformidade com a Convenção e
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seus Protocolos; proteção das
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políticas nacionais contra os in-
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teresses da indústria do tabaco;
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aplicação de políticas tributárias e de
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preços com vistas a redução do
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implementação de programas de
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Considerações
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finais
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Apesar das discussões acaloradas
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e da realização de Audiências
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Públicas, em Irati, no Paraná,
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Camaquã, no Rio Grande do Sul,
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Florianópolis, em Santa Catarina, e
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Cruz das Almas, na Bahia, que
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antecederam a ratificação do Brasil a
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Convenção-Quadro, que prega a
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redução da demanda e oferta de
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tabaco no mundo, o que na prática
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significa o fim da fumicultura
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brasileira e da secular atividade
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charuteira no Estado da Bahia, ficam
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as seguintes reflexões:
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• Com a ratificação do Brasil ao
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Tratado Internacional, elaborado
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pela Organização Mundial de
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Saúde – OMS – Convenção-
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Quadro – o país está dando um
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“tiro no próprio pé”. O tabaco é
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exportação do agribusiness
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ou 4% das exportações do
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bilhão.
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tura brasileira faturou, em 2004, risco, portanto deve ser tratado e Maragojipe virou a “Cidade dos
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segundo dados da Receita decidido por adultos. Um dos países Aposentados”. Não há emprego
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Federal, R$ 13,9 bilhões, dos onde se fuma mais – sobretudo entre para os jovens. O município vive
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quais R$ 6,5 bilhões em tributos homens – é o Japão, o qual, segundo praticamente do Fundo de Parti-
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para o governo, R$ 3,6 bilhões a OMS, possui o menor nível de cipação dos Municípios e o povo
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para o produtor, R$ 2,9 bilhões doenças cardíacas e respiratórias do
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sobrevive da mariscagem do man-
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para a indústria e R$ 824 mundo. Nos Estados Unidos, o gue.
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milhões para o setor varejista. número de fumantes vem decres- Com a Ratificação do Brasil a
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• cabe salientar que do total de cendo e paradoxalmente as doenças Convenção-Quadro, o país está
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tabaco produzido no país, em coronárias continuam crescendo. abrindo mão da confortável situa-
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2004, aproximadamente 870 mil ○
Apesar dos riscos envolvidos no ato
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○ ção de maior exportador de fumo
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toneladas, 65 % foram exporta- de fumar, outros fatores devem ser para importador, pois os fumantes
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dos, ou seja, 564 mil toneladas. considerados antes de afirmar que continuarão a viver no país. Estamos
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• diante do acordo firmado, o o fumo sozinho faz mal à saúde.
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exportando os empregos gerados na
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país se compromete a reduzir Hoje, aproximadamente dois terços lavoura, na indústria e no comércio.
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paulatinamente sua produção, da população mundial não são
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Deixaremos de arrecadar os im-
gerando risco para pequenos fumantes.
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postos, tão necessários para movi-
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produtores. Importante men- Em recente reunião da Cúpula mentar a pesada máquina estatal.
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cionar que no relatório apre- dos Setores de Saúde de diversos
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Enfim, estamos entregando a “ga-
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sentado no Senado consta países desenvolvidos, entre eles os linha de ovos de ouro” para os con-
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apenas a sinalização por parte Estados Unidos da América, foi correntes.
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do Governo Federal em lançar, revelado que, estatisticamente, os
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com recursos do PRONAF, um efeitos maléficos do fumo figuram
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“Programa de Apoio à Diver- entre as suas menores prioridades,
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REFERÊNCIAS
sificação Produtiva das Áreas ou seja, o fumo se situa entre os
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Cultivadas com Fumo”. cinco fatores de menor prioridade ANUÁRIO BRASILEIRO DO FUMO 2004.
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• destacamos que na principal no contexto da saúde mundial. Santa Cruz do Sul: Gazeta, 2004. 160p.
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nhecidas: a EMBRAPA e a Escola entre os maiores riscos de saúde BAHIA. Governo do Estado. Programa de
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possam substituir a lavoura do Portanto, essa não é uma disputa FORMENTI, L. País hesita em ratificar tratado
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fumo, sem que haja grande entre a saúde e a economia. O que antifumo. Estado de São Paulo, São Paulo, 18/
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avanços alcançados pelo Mi- é responsável pelo sustento de mais em 09 set. 2005.
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Federal se comprometa a ofere- mais velha, a Suerdieck, criada POR QUE aprovar a Convenção-Quadro para
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pela reconversão da cultura. A e posteriormente transferida para www.inca.gov.br. Acesso em 09 set. 2005.
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dicionalmente, pelos agriculto- muitos anos, foi a base de um TABAGISMO. INCA. Disponível em:
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