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INTRODUÇÃO
A cultura do fumo foi iniciada nos últimos anos do século XIX e teve
como pioneiro Francisco Magalhães que, acolhendo sugestões de um
almocreve de Lagardo-SE, chamado Pedro Viera de Melo que
comerciava nas feiras da então vila de Arapiraca, plantou fumo pela
primeira vez onde cuidava de gado no atual bairro de Cacimbas
(GUEDES, 1978: 11).
Mais tarde essa área sulina foi coberta por canaviais. Para os pequenos lavradores,
produtores de gêneros alimentícios, não havia outra opção senão instalarem-se no interior
onde havia terras livres e o solo era mais propício à cultura dos dois principais gêneros: a
mandioca e o fumo. Então quando se fala do “tabaco de São Miguel”, devemos imaginar
que se trata da região situada mais adentro da capitania, isto é, primeiro a área dos campos
cerrados e das capoeiras e, em seguida, do agreste propriamente dito.
Nessas circunstâncias, não é errado pensar que a cultura do fumo já existia nos
arredores de Arapiraca que pertencia à comarca de Anadia quando foi criada em 1848.
Sem precisar o local exato, Thomaz Espíndola atesta que em 1870 a lavoura era
significativa nesta comarca, citando o fumo como produto de destaque ao lado do algodão
e do açúcar, (ESPÍNDOLA, 2001: 61, 175).
OBJETIVOS
Que os dados como circula em todos os escritos até então publicados no Estado de
Alagoas, são incompletos, o que os tornam inconclusivos. Que o fumo de Arapiraca – leia-
se Limoeiro de Anadia, já fazia sucesso fora do Estado de Alagoas, como se comprova por
documento de uma Exposição Agrícola Nacional que expôs amostras de fumo de rolo
vindo de Limoeiro de Anadia, no ano de 1875, no Rio de Janeiro, e que onde se lê
Limoeiro, leia-se Arapiraca.
O desenrolar desta pesquisa nos trouxe fatos que estavam submersos nos porões do
conhecimento da nossa literatura e que vieram a tona para desmistificar a evolução dessa
cultura e iniciar uma nova era da agricultura alagoana. Que este trabalho seja mais um
veiculo de transmissão e reprodução do conhecimento sobre a cultura do fumo
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A história de uma cidade, uma região e até de um Estado, tais quais Arapiraca, o
Agreste e Alagoas, não se limitam a questões político-administrativas, acrescentadas de
alguns elementos de geografia física, humana ou econômica, de história oral ou cultural,
como a maior parte dos autores fez até agora para o Estado de Alagoas. Estes interagem
para criar a um determinado momento, em determinado lugar, uma situação social e
econômica específica. As variáveis do espaço-tempo devem ser então analisadas levando
em consideração todos esses aspectos. A releitura de obras que pensamos ter sido
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suficientemente exploradas e a análise de outros documentos abrem assim novos caminhos
para a compreensão do mundo em que estamos vivendo.
O maior desafio que está diante dessas populações, e dos poderes que as
representam, reside numa escolha. Há duas opções. Ou se continua deixar o que sempre
aconteceu no passado, isto é, aumentar os desequilíbrios econômicos, as desigualdades
sociais e o meio ambiente insatisfatório. Ou se tenta desviar o curso da história, sem se
deixar iludir pelos passageiros momentos de graça, para um futuro saudável e sustentável
com um planejamento que integre a opinião e a ação de todas as forças da sociedade.
Neste sentido, espero que esse pequeno trabalho venha a contribuir a trazer as
transformações necessárias.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CARVALHO, Cícero Péricles de. Formação histórica de Alagoas. Maceió: Grafitex, sd.
PRADO JUNIOR, Caio. História Econômica do Brasil. 46ª Ed. Rio de Janeiro: Editora
brasiliense, 2004.
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LIMA, Ivan Fernandes. Geografia de Alagoas. (Col. Didática do Brasil, 14), São Paulo:
Editora do Brasil, 1965.