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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL


COORDENADORIA INSTITUCIONAL DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INSTITUTO DE GEOGRAFIA, DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE
GEOGRAFIA LICENCIATURA EAD

TEREZA FERREIRA DA SILVA

A Formação Histórica de Alagoas

Maceió-AL
2018
TEREZA FERREIRA DA SILVA

A Formação Histórica de Alagoas

Trabalho de pesquisa realizado na


disciplina Geografia do Estado de
Alagoas do curso Geografia Licenciatura
EAD, na Universidade Federal de
Alagoas, Universidade Aberta do Brasil,
Coordenadoria Institucional de
Educação a Distância, no Instituto de
Geografia, Desenvolvimento e Meio
Ambiente, como requisito para obtenção
de nota.
Orientação: Professor Me. Júlio César
Oliveira de Souza.

Maceió-AL

2018
A Formação Histórica de Alagoas

De acordo com o vídeo o acervo para pesquisa, a documentação a forma como a


documentação da história de Alagoas foi guardada, também a forma como foi escrita á
história, é extremamente defeituosa. E que os historiadores que escreveram a história de
alagoas de um modo geral estavam vinculado a um pequeno grupo  de pessoas que
controlavam as políticas sociais e econômicas em benefício de interesses próprios.
Também as autoridades provinciais e depois aos republicanos.

Ainda de acordo com o video, nesse período no Brasil Imperial em Alagoas,eles


teriam que contar uma história que justificasse a escravidão naquele momento, também
porque foram financiados pelo estado para justificar uma alagoas antidemocrática,
oligarquica. E que os autores que escreveram a história de alagoas tinham pavor ao
povo, ou seja, pavor a multidão, e que isso é demonstrado através da sua escrita.

O vídeo mostra também que Alagoas antes de ser Alagoas não era algo de
estrutura própria e politicamente organizada, mas um processo de construção de espaço
que foi se forjando desde o início da colonização.

Alagoas vai surgindo ao sul de Pernambuco, e esse processo vai se


configurando, aos poucos vai formando uma identidade geográfica espacial e social. E
que mesmo com a comarca de 1711 , não quer dizer que Alagoas estivesse formada, e
que, a cem anos depois estivesse emacipada de pernambuco. O que acontece, é que,
quem escreve a história de alagoas mais antiga, escreve do ponto de vista de quem tem
certeza que Alagoas seria o que é hoje.

Para que acontecesse o processo de constituição do Estado de Alagoas surgiu


três núcleos de povoamento que serviu de porta para a entrada do resto do território,
começando de Porto calvo, Santa madalena da lagoa do Sul e penedo, mas do ponto de
vista de quem morava em Alagoas do Sul, que era o sul de Pernambuco, esta cidade era
o centro. Mesmo Alagoas ainda não existindo territorialmente, a política dos três espaço
de povoamento iniciou -se do processo de ocupação e colonização contínua do Sul de
Pernambuco, que depois de algum tempo forma a província do Estado de Alagoas e que
os rios e os riachos foram importantes para entrar no território alagoano. A partir daí da-
se o processo de ocupação que se predomina através de três vertentes: a monocultura da
cana de açúcar e do trabalho escravo voltado para o mercado externo, ajudando a
entender e se constituir a essência alagoana, onde o litoral e uma parte da mata norte
tem um traço canavieiro e oligárquico muito forte.

Também teve a chamada guerra santa da igreja católica, contra os índios caeteis,
onde eles mataram o Bispo Sardinha e isso serviu de desculpa para a igreja matar todos
os índios caetéis

O vídeo também mostra que até o final do século XIX, enquanto D. Pedro I e D.
Pedro II estavam no comando do império brasileiro, Calabar que se aliou aos
holandeses, é considerado um traidor. Mas no final do mesmo século, quando o Brasil
deixa de ser Império e passa a ser República com Marechal Deodoro da Fonseca , tem-
se a necessidade de construir uma história que remeta ao passado e encontre quais
seriam os herois dessa nova nacionalidade brasileira. Porque para sair de um lado para o
outro era optar por um projeto de colonização mais moderna, e a Holanda naquele
momento se configurava uma das principais praças capitalistas da Europa, porque o
projeto holandes era mais progressista e mais capitalista, e que naquele momento era
considerado moderno para a sociedade colonial.

Os dois autores que abandonam a idéia de Calabar traidor, para colocá-lo como
heroi dessa civilização alagoana foram: Jaime de Altavila e Craveiro Costa que já
escreveram no século XX, são autores de uma Alagoas Republicana, que quer
aprofundar os traços da sociedade capitalista. Então seria importante configurar Calabar,
não como traídor, mas como heroi.

Também fala sobre o Quilombo dos Palmares, onde mostra os mucambos, que
foi o maior Quilombo das Américas e geram alguns aspectos que vão diminuir a
resistência que os escravos sempre fizeram dos 350 a 400 anos de escravidão. Outras
formas de resistência foram os pequenos Quilombos que existiram durante o século
XVIII E XIX que foram ofuscados devido ao Quilombo dos Palmares. Porque com o
Quilombo dos Palmares foi construído um verdadeiro arsenal de guerra, mas também
se levantou um verdadeiro estado militarizado para destruir aquela experiência
Quilombola.Esse processo termina ganhando fôlego no final do século XVIII e entre
1795 acontece o processo de extinção do Quilombo dos Palmares. Após a morte de
Zimbi os principais Mucambos foram dispersados pelas investidas da Corôa Portuguesa
contra os ajuntamentos de escravos foragidos e, também a resistência deles ao serem
recapturados e voltarem para a escravidão nas sensalas.

No início do século XVIII em 1711, quando é formalmente criada a comarca de


Alagoas, que já seria uma primeira configuração administrativa para denotar, ou
destacar o Sul de Pernambuco de maneira diferente, a Comarca dá uma configuração
jurídica mais forte para que as autoridades da região perseguissem com mais zelo a
esses grupos sociais que não se conformassem a ordem colonial que estava sendo
imposta.

A Emancipação Política de Alagoas é um processo de longo prazo que começa


por volta de meados do século XVIII, 1750, 1760 e não se completa até 1844, cem anos
depois. Nesse processo inteiro de configuração autônoma de uma Comarca e depois
Província de Alagoas no ano de 1817 foi um marco como um ponto importante, porque
é apartir daí que um Álvará Régio dá aparato Jurídico a essa emancipação.

Existem algumas imterpretações sobre 1817. As duas principais são duas: A


primeira diz que existia um processo de evolução social e econômica que
inevitavelmente geraria essa emancipação política de Alagoas. A segunda diz que isso
não era algo necessário, mas que na verdade em 1817, se a emancipação política de
Alagoas se configurava como uma espécie de prêmio que a corôa estava dando aos
habitantes do Sul de Pernambuco por terem se posicionado do lado da corôa, contra os
revolucionários pernambucanos de 1817. Elas partem do pressuposto de que Alagoas no
século XIX se destaca o movimento dos Cabanas, que acontece no Sul de Pernambuco e
o norte de Alagoas, pegando o litoral a mata e um pouco do agreste. Essa revolta
acontece no final de 1820 e no final de 1830, alguns autores dizem que durou até 1840
nos conflitos que vão acontecer entre lisos e cabeludos.

No vídeo também mostra que Dirceu Lindoso no seu livro Ultopia Armada fala
sobre um silêncio que existiu em cima dos Cabanas, que era imposto pelas elites
letradas do século XIX, imposto pela historiografia do silêncio,ou seja, a historiografia
que não queria fazer aparecer o escravo o rebelde, o papamel, o citiante, o pequeno
agricultor; tudo que cheirasse a cor era silenciado e, que no primeiro momento os
Cabanas são derrotados enquanto movimentos sociais, pelas forças militares da
província.
Num segundo momento são vencidos na batalha da memória, porque sua fala é
destorcida pela documentação feita pelos algoes. Então essa historiografia foi escrita de
acordo com o ponto de vista dos algoes,ou seja, dos vencedores. Que silencia num
primeiro momento a história dos Cabanas, mostra ainda que desde o início até o final do
século XIX, ve-se um decrescimo da mão de obra escrava fazendo com que apareça
outra forma de trabalho operário, que surgiu depois das lutas abolicionistas. Isso vai
mostrar que vai haver várias outras formas de trabalho no período, não necessáriamente
trabalhos jurídicos livres. Outras formas de aranjos vão se sobrepor e vão ser superior a
escravidão, a partir do século XIX, as que não se configuraram mercado de trabalho
livre. Onde se percebe diversas imposições e coesões e violência em cima dos
trabalhadores, mesmo depois mesmo depois do fim da escravidão. É em função disso
que se percebe uma consciência operária forjada pelos trabalhadores a partir das lutas
que remetem ao finalda escravidão com o abolicionismo e o republicanismo.

Nesse processo histórico de 1897-1898, 1902-1905, ve-se um conjunto de


manifestações de comícios de surgimento de associações de operários de artistas e
artesões que se configuraram de movimento operário. Esse movimento é duramente
combatido pelas oligarquias do período, em particular no momento que vai surgir um
imaginário em torno do início da República Alagoana como sendo Marechais, a partir
de uma certa coincidência ao fato dos dois primeiros presidentes da República do Brasil
serem alagoanos, Marechal Deodoro da Fonseca e Marechal Floriano Peixoto. Eles
eram alagoanos a muito tempo fora da sua Pátria local.

Alagoas era governada pelas elites locais, isto é um governo oligárquico e anti-
popular. Durante esse período o que tinha significação popular era perseguido, como
por exemplo, os terreiros de xangô e todos os tipos de manifestação afros sofriam
violência principalmente os existentes em Maceió.

Essas perseguições de certo modo vão favorecer a queda da oligarquia das elites
que em 1912 teve um declínio dando espaço para o surgimento da oligarquia liderado
por Clodoaldo da Fonseca e Fernandes Lima.

Entre os anos de 1916 a 1920, outros também se engajaram nas lutas e


manifestações contra as oligarquias das elites. Otávio Brandão e Antônio Bernardes
Canela que eram intelectuais de perfil anarquista que não conseguiam aceitar as
injustiças da sociedade Alagoana. Juntos montaram um jornal na cidade de Viçosa
intitulado A Tribuna do Povo. Em seguida vieram para Maceió e publicaram o jornal A
Semana Social. Jornal operário de postura anarquista.

Em 1919 a classe operária e os movimentos anarquistas são perseguidos e


violentamente oprimidos enfraquecendo a luta. A elite chegou a cancelar a publicação
do jornal liderado por Canelas e Otávio Brandão onde os mesmo foram perseguidos e
teve que sair do estado às pressas. Foram ameaçados podendo ser presos ou até mesmo
mortos.

No período de 1945 e 1947 a organização do partido comunista no estado de


Alagoas foi composto por três representantes mas foi considerada ilegal em todo
território brasileiro.

Em seguida houve uma intervenção em todo o país e em Alagoas a participação


da família Góes Monteiro foi muito importante nesse processo revolucionário no estado
de Alagoas.

O governo Muniz Falcão se caracterizou como o governo mais esquerdista que


houve no estado de Alagoas, pois, feria os interesses da oligarquia Alagoana tendo
como consequências o impchetman de Muniz Falcão. O estado de Alagoas foi
considerado um lugar onde a violência imperava. Em destaque as práticas coronelistas
que favoreceram o atraso da nossa sociedade.

No final do séc. XIX até aproximadamente a década de trinta com a


modernização da agro indústria surgiram as Usinas e propostas avançada do
capitalismo se configurando na indústria têxtil alagoana, principalmente em Fernão
Velho com a fábrica de tecidos Carmem.

O estado de Alagoas foi muito importante para que o Golpe Militar desse certo
no nordeste principalmente pelo conservadorismo que existia nas elites alagoanas.

Surgimento da Ação popular articulou uma guerrilha no sertão, entre militantes


da esquerda armada, sindicalismo rural e agrupamentos indígenas. Em Alagoas houve
resistência ao golpe e a ditadura militar que durou até 1985.
Freitas Neto foi uma das lideranças que participou do processo de rearticulação
do PDT e do partido comunista liderado por Jaime Miranda que foi preso e torturado
durante a ditadura militar que vai perdurar até 1990.

Durante toda essa articulação surge a figura de Fernando Color de Melo, caçador
dos Marajás imagem essa construída pela mídia Nacional.

Divaldo Suruagy e Guilherme Palmeira, governadores que se revezaram no


poder durante muitos anos e essa etapa da política Alagoana foi marcado por um
processo de mobilização popular que se deu em 17 de julho de 1997. E esse processo de
mobilização comporta alegria, resistência, violência, autoritarismo e muita coragem e
vontade de lutar por nossos direitos, sujeitos dispostos a fazer parte da construção da
história de Alagoas.
REFERÊNCIAS:

ALAGOAS, NOSSA TERRA.DVD1-H –Disponível


em>https://www.youtube.com/watch?v=5eJTiMQuuNo.ACESSO EM>27/04/2018

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