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Brasília, 2020
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria de Educação do Distrito Federal - SEEDF
Subsecretaria de Estado de Educação - SUBEB
Diretoria de Ensino Médio - DIEM
Programa de Apoio à Implementação Base Nacional Comum Curricular - ProBNCC
82 Revisores
83 Giovani Fama de Freitas Morato (Coordenador de Revisão)
84 Alzira Neves Sandoval
85 Bruno Luiz Sousa Clemente
86 Deise Librelotto Scherer
87 Estêvão Campos de Paiva
88 Juscelino Francisco do Nascimento
89 Lígia Carolina Santana Catunda Sardinha
90 Kelly Cristina de Almeida Moreira
91 Luciano Dartora
92 Patrícia de Carvalho Galieta Tomaz
93 Sônia Margarida Ribeiro Guedes
94 Leitores Críticos
95 Ana Júlia Pedreira (UnB), André Vitor Fernandes dos Santos (UnB), Benigna Villas
96 Boas, Domingos Sávio Coelho (UnB), Flávia Motoyama Narita (UnB), Francisco Thiago
97 Silva (UnB), Gilvan Charles Cerqueira de Araújo (SEEDF), Jonas de Lima Sales (UnB),
98 Khalil Portugual (UnB), Luzia de Queiroz Hippolyto (IFB), Magda Verçosa Carvalho
99 Branco Silva (UniCEUB), Maicon Lopes Mesquita (SEEDF), Marcelo Cigales (UnB),
100 Márcia Castilho de Sales (UnB), Marcos Paulo Barbosa (UnB), Maria Susley Pereira
101 (SEEDF), Marília de Queiroz Dias Jácome (UniCEUB), Mateus Gianni Fonseca (IFB),
102 Pollyana dos Santos Silva Costa (SEEDF), Ricardo Festi (UnB), Rodrigo Diego de
103 Souza (UnB), Rosa Amélia Pereira da Silva (IFB), Stefan Klein (UnB).
104 Colaboração na Leitura Crítica:
105 Instituto Reúna
106 Consultor de Gestão, no âmbito do Projeto OEI-CONSED
107 Antonio Rodrigues dos Santos Filho
108 João Lucas Lopes Miacci
109 Colaboradores
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110 Ana Carolina Mendes; Angela Marques Almeida; Bruno Luiz Sousa Clemente; Cilene
111 Rodrigues Carneiro Freitas; Cristiano de Souza Calisto; Daniel Iberê Alves da Silva;
112 David Henrique de Moraes Ribeiro; Edielson da Silva Miranda; Euclides Chacon Neto;
113 Flora Laviola Martins Corrêa; Francisco Gomes de Sá; George Amilton Melo Simões;
114 Getúlio Lins Gomes; James Duílio de Sousa Melo; Jean François de Figueiredo Sirino;
115 Joelma Bomfim da Cruz Campos; Juliane Amorim Oliveira; Leonardo Castro de
116 Carvalho; Luís Gustavo Ferrarini Venturelli; Luiza Paula Araújo de Oliveira; Marcio Mello
117 Nobrega Soares; Marco Antônio Custódio Queiroz; Maria do Rosário Cordeiro Rocha;
118 Mariene Helmer Silva Alves; Marine Souza Lima; Natan Ribeiro Alves; Nelson Fernando
119 Inocêncio da Silva; Ozania Vieira de Freitas; Raissa Bisinoto Matias; Samara Madureira
120 Brito Korb; Tiago Gonzaga Peixoto; Vanessa Nascimento Freitas.
121 Apoio técnico-administrativo
122 Carlos Roberto do Nascimento
123 ÍNDICE
124 ● APRESENTAÇÃO
125 ● 1. HISTÓRICO E BASES LEGAIS DO CURRÍCULO
126 ● 2. DESAFIOS E PERSPECTIVAS CONTEMPORÂNEAS PARA O ENSINO MÉDIO
127 NO DISTRITO FEDERAL
128 ◦ 2.1 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO INTEGRAL
129 ◦ 2.2 COMPETÊNCIAS DO SÉCULO XXI
130 ◦ 2.3 EIXOS TRANSVERSAIS
131 ◦ 2.4 PROTAGONISMO E IDENTIDADES
132 ◦ 2.5 PESQUISA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA
133 ◦ 2.6 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TÉCNICA
134 ● 3. AVALIAÇÃO
135 ● 4. PROJETO DE VIDA
136 ● 5. INTRODUÇÃO À FORMAÇÃO GERAL BÁSICA
137 ◦ LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
138 ▪ OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
139 ◦ MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
140 ▪ OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
141 ◦ CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
142 ▪ OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
143 ◦ CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
144 ▪ OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
145 ● 6. ITINERÁRIOS FORMATIVOS
146 ◦ OBJETIVOS E PRINCÍPIOS
147 ◦ EIXOS ESTRUTURANTES
148 ◦ FORMAS DE OFERTAS DOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS
149 ◦ ESTRUTURA DE OFERTA
150 ◦ PROJETO DE VIDA
151 ◦ ELETIVAS ORIENTADAS
152 ◦ TRILHAS DE APRENDIZAGENS
153 ◦ OBJETIVOS GERAIS DOS ITINERÁRIOS
154 ● 7. ITINERÁRIO DAS ÁREAS
155 ◦ LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
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171 APRESENTAÇÃO
230 Este Currículo lança um olhar atento ao processo avaliativo, centrado numa
231 perspectiva formativa. Busca-se superar antigas concepções de que avaliação é sinônimo
232 de medidas punitivas ou de que ela é a etapa final de um processo de aprendizagem. Nesse
233 sentido, a avaliação permeia todo o processo educativo e reafirma o papel de protagonista
234 para as aprendizagens de todos os partícipes.
257 Em 2017, após aprovação pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), o Ministério
258 da Educação (MEC) homologou a BNCC para as etapas Educação Infantil e Ensino
259 Fundamental. Assim, ao longo de 2018, a SEEDF mobilizou-se para o processo de
260 revisitação do currículo dessas etapas, concluindo o processo em dezembro do mesmo ano
261 (FERREIRA; ABREU; LOUZADA-SILVA, 2020).
262 Por sua vez, a revisitação do Currículo em Movimento para o Ensino Médio, após a
263 homologação da BNCC da referida etapa, teve início em 2019 e considerou as atualizações
264 da legislação vigente, sobretudo o texto da LDB, das DCNEM e dos Referenciais
265 Curriculares para Elaboração de Itinerários Formativos (Portaria nº 1.432/2018), sem perder
266 de vista os princípios basilares da educação expressos na Constituição Federal de 1988:
1 Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
2 Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017, que altera as Leis nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e nº 11.494, de 20 de junho 2007, que regulamenta o
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação, a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio
de 1943, e o Decreto-Lei nº 236, de 28 de fevereiro de 1967; revoga a Lei nº 11.161, de 5 de agosto de
2005; e institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral.
3 Resolução nº 3, de 21 de novembro de 2018, que atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Ensino Médio.
4 Portaria nº 1.432, de 28 de dezembro de 2018, que estabelece os referenciais para elaboração dos
itinerários formativos conforme preveem as Diretrizes Nacionais do Ensino Médio.
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267 Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
268 I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
269 II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a
270 arte e o saber;
271 III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de
272 instituições públicas e privadas de ensino;
273 IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
274 V - valorização dos profissionais do ensino, garantido, na forma da lei, plano
275 de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e
276 ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos,
277 assegurado regime jurídico único para todas as instituições mantidas pela
278 União;
279 VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
280 VII - garantia de padrão de qualidade.
281
282 §manente dos principais atores do cenário da educação no Distrito Federal, houve,
283 no segundo semestre, discussões com as escolas-piloto do Novo Ensino Médio e uma
284 abrangente consulta pública, aberta a toda a população por meio do sítio da SEEDF.
291 Essa terceira versão do Currículo será submetida a segunda consulta pública, a fim
292 de que todos os interessados pela educação no Distrito Federal possam participar e
293 contribuir com a sua construção.
294 Referências
304 DISTRITO FEDERAL. Currículo em Movimento do Distrito Federal: Ensino Médio. 1ª ed.
305 Brasília: SEEDF, GDF, 82 p., 2014.
306 _____. Currículo em Movimento do Distrito Federal: Educação Infantil. 2ª ed. Brasília:
307 SEEDF, GDF, 103 p., 2018.
311
314 Nos modelos educacionais dos séculos anteriores, a posição do estudante estava
315 pautada no acúmulo de conhecimentos, na racionalidade, na escolha de uma carreira para
316 a vida e na disciplina por meio de prescrições e normatizações de comportamentos,
317 atitudes, hábitos e habilidades. Dessa maneira, a educação estava voltada para as
318 questões da organização da sociedade do momento, e não para as questões da
319 singularidade do sujeito.
349 tem um grande envolvimento com as linguagens e narrativas de caráter virtual, acessando
350 e interagindo com as comunidades virtuais disponíveis nas diferentes redes sociais.
351 Nesse contexto, a escola deve buscar caminhos para tornar o aprender mais
352 interessante, visando promover um ensino que possa criar novas conexões entre os
353 saberes dos estudantes, suas expectativas e o conhecimento escolar. Para isso, ela deve
354 adequar suas práticas e estratégias pedagógicas, a fim de superar esses desafios.
355 Referências
386 Na mesma direção, ao preconizar uma educação que atenda aos desafios
387 contemporâneos, a BNCC reconhece que a Educação Básica deve:
399 Nesse sentido, a escola em tempo integral é uma das possibilidades para fomentar
400 a educação integral dos jovens, uma vez que a ampliação da carga horária favorece a
401 flexibilização curricular e o desenvolvimento de habilidades cognitivas e socioemocionais,
402 visando à formação global do estudante. É importante destacar que só faz sentido pensar
403 na ampliação da jornada escolar se for considerada a perspectiva de expansão das
404 oportunidades e situações que promovam aprendizagens significativas e emancipadoras.
406 O século XXI tem sido marcado por intensas mudanças, ocasionadas pelo
407 surgimento frequente de novas tecnologias, as quais criam novas soluções e geram novas
408 necessidades. As informações atingem diversas escalas em intervalos curtos de tempo,
409 impactando de forma substancial como as pessoas interagem com o conhecimento e, por
410 consequência, umas com as outras.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal,
visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e
científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em
diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e
defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos
humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e
global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
434
435 Referências
436 FADEL, C.; BILIAK, M.; TRILLING, B. Educação em quatro dimensões: as competências
437 que os estudantes precisam ter para atingir o sucesso. Trad. Lilian Bacich. São Paulo, SP:
438 Instituto Ayrton Senna, 2016. Disponível em: <http://curriculumredesign.org/wp-
439 content/uploads/Educacao-em-quatro-dimensoes-Portuguese.pdf>. Acesso em
440 08/07/2020.
446 ONU. Organização das Nações Unidas. Transformando Nosso Mundo: a Agenda 2030
447 para o Desenvolvimento Sustentável. 2015. Disponível em:
448 <https://nacoesunidas.org/pos2015/ agenda2030/>
460 da realidade social, dos direitos e das responsabilidades relacionados com a vida pessoal
461 e coletiva, bem como com a afirmação do princípio da participação política (BRASIL, 1997).
462 A característica “transversal” quer justamente apontar para a atuação coletiva e integrada
463 entre e dentro das áreas de conhecimento, por reconhecer que se trata de questões
464 referentes à vida cotidiana e à diversidade característica de uma sociedade tão plural e
465 heterogênea.
497 integradora para o currículo e demonstram a importância das narrativas da população negra
498 e indígena, das mulheres e crianças, da luta camponesa e quilombola, dentre tantas outras
499 historicamente excluídas dos currículos escolares. Ademais, esta Secretaria entende tais
500 eixos como questões perenes e indispensáveis à consolidação da democracia e do Estado
501 de Direito.
533 ● Lei Distrital nº 5.806/2017, que “dispõe sobre a valorização das mulheres e o
534 combate ao machismo na rede pública de ensino do Distrito Federal”;
535 ● Lei nº 6.325, de 10 de julho de 2019, que “institui a Semana Maria da Penha nas
536 Escolas”;
537 ● Lei nº 6.367, de 28 de agosto de 2019, que “dispõe sobre a inclusão do ensino de
538 noções básicas sobre a Lei Maria da Penha como conteúdo transversal do currículo
539 nas escolas públicas do Distrito Federal”.
549 Ainda nesse sentido, conforme a Lei Distrital nº 2.615, de 26 de outubro de 2000,
550 que “determina sanções às práticas discriminatórias em razão da orientação sexual das
551 pessoas”, não se podem menosprezar os atos de agressões, de negligência ou de omissão
552 em violências dirigidas à pessoas LGBTQI+, considerando que qualquer comportamento
553 diferente do que se convenciona como normal e, em especial no que trata da sexualidade,
554 acrescenta maiores empecilhos para a permanência e o alcance do sucesso escolar.
555 Pensando nisso, esta Secretaria de Educação, por meio da Portaria nº 13, de 9 de
556 fevereiro de 2010, determina a inclusão do nome social de travestis e transexuais nos
557 respectivos registros escolares de todas as instituições educacionais da rede pública de
558 ensino do Distrito Federal, em respeito aos direitos civis, à pluralidade e à dignidade,
559 promovendo a inclusão social e os direitos humanos de todos os cidadãos.
568 e de etnias, de línguas, de saberes, de culturas, pelo Estado Democrático de Direito. Nesse
569 sentido, surgiram políticas públicas para a promoção da cidadania, dentre elas a Educação
570 Básica, uma vez que:
579 Mesmo com a publicação da Carta Magna e das legislações decorrentes, diversos
580 segmentos sociais continuam atrelados ao poder hegemônico do colonialismo (QUIJANO,
581 2005), o que afeta a garantia de direitos e o pleno gozo da cidadania. Por isso, buscando
582 um caminho de emancipação dos subalternos, em consonância com a BNCC e fundada na
583 perspectiva do ensino para a diversidade, para o respeito aos direitos humanos e para a
584 cidadania, a nova proposta curricular do Ensino Médio apresenta-se como meio de
585 potencializar os projetos de vida de cada estudante.
687 Os TCT, para além de um conceito, são uma abordagem pedagógica capaz de
688 humanizar as pessoas para os direitos humanos, para a diversidade e para a
689 sustentabilidade, por características éticas, filosóficas, políticas e históricas que permitem
690 a reflexão extemporânea e atualizada da visão de mundo em que os próprios estudantes
691 estão inseridos. Ademais, dialogam com as distintas correntes pedagógicas, as teorias e
692 os conceitos da educação transversalizada, com as abordagens inter, multi e
693 transdisciplinar do currículo. Dessa feita, os TCT devem perpassar os currículos da
694 Educação Básica para o fortalecimento da democracia e da cidadania, uma vez que
695 estabelecem:
713 A fundamentação legal dos temas é estruturada em uma perspectiva que integra
714 direitos e conteúdos nos âmbitos político, social e científico. A “BNCC não deve ser vista
715 como um documento que substitui as orientações contidas nos PCN de 1998, mas, sim,
716 como um documento que orienta o processo de revisão curricular à luz da legislação
717 vigente” (BRASIL, 2019, p. 15). A natureza metodológica da transversalidade é, portanto,
718 um mecanismo de difusão dos TCT por todos os conteúdos, ao invés de centralização
719 desses nos componentes curriculares, pois, dada a importância desses conteúdos, a BNCC
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720 os torna obrigatórios no currículo, empregando, também, como recurso metodológico, três
721 níveis de complexidade: a intra, a trans e a interdisciplinaridade.
5 Resolução CNE/CEB nº 4/2010; Resolução CEDF nº 1/2018; Plano Distrital de Educação (2015-2024),
instituído pela Lei nº 5.499/205; Portaria SEEDF nº 419/2019; Diretrizes Pedagógicas da Educação Básica do
Campo para a Rede Pública de Ensino do Distrito Federal; Parecer CEDF nº 140/2019; Portaria SEEDF nº 224,
de 1º de julho de 2019.
769 Referências
781 ______. Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006, que cria mecanismos para coibir a
782 violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da
783 Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
784 Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e
785 Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência
786 Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal
797 ______. Base Nacional Comum Curricular: Ensino Médio. (Documento homologado pela
798 Portaria n° 1.570, publicada no DOU de 21/12/2017, Seção 1, pág. 146), 2017.
804 CALDART, R. S. Pedagogia do Movimento Sem Terra: escola é mais do que escola. RJ:
805 Vozes, 2004.
806 DISTRITO FEDERAL.. Lei nº 3.833, de 27 de março 2006. Institui a Política de Educação
807 Ambiental do Distrito Federal. Brasília: DODF, 2006.
811 ________. Diretrizes Pedagógicas da Educação Básica do Campo para a Rede Pública
812 de Ensino do DF, aprovada pelo Parecer CEDF nº 140, de 1º de julho de 2019. Brasília,
813 2019.
819 LÖWY, Michael. Crise Ecológica, Crise Capitalista, Crise de Civilização: A Alternativa
820 Ecossocialista. CADERNO CRH, Salvador, v. 26, 67, p. 79-86, Jan./Abr. 2013.
821 PONTUSCHKA, Nídia Nacib, PAGANELLI, Tomoko Lyda, CACETE, Núria Hanglei. Para
822 ensinar e aprender Geografia. São Paulo, Cortez, 2007.
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823 ONU. Organização das Nações Unidas. Transformando Nosso Mundo: a Agenda 2030
824 para o Desenvolvimento Sustentável. 2015. Disponível em:
825 <https://nacoesunidas.org/pos2015/ agenda2030/>.
855 Este Currículo busca contribuir para a formação de pessoas que sejam capazes de
856 lidar com demandas complexas, sejam elas de ordem individual ou coletiva, para o
857 exercício da cidadania e para a inserção no mundo do trabalho. Dessa forma, faz-se
858 necessário um conjunto de conhecimentos, habilidades, valores e atitudes que visem à
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859 promoção do desenvolvimento dos estudantes em suas dimensões intelectual, física, social
860 e cultural.
870 Além dos pressupostos da formação integral e holística para o Ensino Médio, os
871 estudantes devem, também, aprender a gerir suas escolhas, refletindo sobre seus objetivos
872 e aprendendo a planejar, estabelecer metas e realizar, com autoconfiança e determinação,
873 seus projetos de vida; o que possibilita um melhor preparo para o mundo do trabalho.
874 Referências
914 [...] pesquisa é processo que deve aparecer em todo trajeto educativo,
915 como princípio educativo que é, na base de qualquer processo
916 emancipatório. Se educar é sobretudo motivar a criatividade do próprio
917 educando, para que surja o novo mestre, jamais o discípulo, a atitude de
918 pesquisa é parte intrínseca (DEMO, 2006, p. 16).
933 Se o papel do professor é fazer com que nasça o desejo de aprender, sua
934 tarefa é “criar o enigma” ou, mais exatamente, fazer do saber um enigma:
935 comentá-lo ou mostrá-lo suficientemente para que se entreveja seu
936 interesse e sua riqueza, mas calar-se a tempo para suscitar a vontade de
937 desvendá-lo (MEIRIEU, 1998 apud DALARME, 2015, p. 2).
985 Referências
987 BAGNO, M. Pesquisa na escola ‒ o que é, como se faz. 23ª ed. São Paulo: Editora
988 Loyola, 2009.
1001 DEMO, P. Pesquisa: princípio científico e educativo. São Paulo: Cortez, 2006.
1006 MEIRIEU, P. Aprender... Sim, mas como? Tradução de Vanise Pereira Dresch. 7ª ed.
1007 Porto Alegre: Artmed, 1998.
1011 PINZAN, M. E.; LIMA, A. P. Iniciação Científica na Educação Básica: uma possibilidade de
1012 democratização da produção científica. Anais do IX EPCT – Encontro de Produção
1013 Científica e Tecnológica Campo Mourão. 27 a 31 de Outubro de 2014. Disponível em:
1014 <http://www.fecilcam.br/nupem/anais_ix_epct/PDF/TRABALHOS-COMPLETO/Anais-
1015 CH/10.pdf>.
1025 Discutir os desafios atuais da educação, seja como política pública ou como
1026 processo de formação, em especial no que se refere aos jovens, exige necessariamente
1027 aprofundar o olhar sobre a Educação Profissional e Técnica (EPT) e sua organização no
1028 Brasil e no mundo. Para tanto, cabe breve retomada da construção histórica dessa
1029 modalidade de ensino no país, que remonta ao período colonial, quando então o foco eram
1030 as camadas mais pobres e voltado para a mão de obra da produção manufatureira
1031 (GARCIA, 2000, apud SILVA, 2018a).
1037 Emprego (Pronatec), que ampliou a oferta de cursos por meio das redes federal e estaduais
1038 e da parceria com o Sistema S (FERRETI, 1997; BRASIL, 2011).
1039 Apesar dos avanços robustos, em especial no que trata da oferta e do acesso aos
1040 cursos, a EPT ainda encontra dificuldades para se dissociar do forte apelo às camadas
1041 mais desfavorecidas que, em tese, têm mais dificuldade de acesso ao ensino superior.
1042 Assim, a EPT se apresenta mais como um caminho terminativo do processo de formação,
1043 e não como uma etapa dessa formação (SILVA, 2018a).
1061 Nesse sentido, a SEEDF corrobora com a função educativa e social da EPT,
1062 buscando as condições para a formação cidadã, na qual os jovens possam se apropriar de
1063 todo o seu potencial, com especial recorte para as possibilidades de continuidade da
1064 formação, seja aderindo à graduação e aos seus desdobramentos, seja no pleno exercício
1065 da vida profissional, ou melhor ainda, em ambos os aspectos da vida.
1066 Com o advento da Lei nº 13.415/2017, o maior desafio dos sistemas públicos de
1067 ensino recai na necessidade de organizar a oferta de EPT, de modo que a modalidade
1068 passe de fato a integrar a composição do Ensino Médio, deixando de ser mero
1069 complemento ou uma adição a ele, promovendo maior e melhor inclusão e alinhada às
1070 demandas atuais da sociedade (AUR, 2018).
1071 Entretanto, para que a integração do Ensino Médio com a EPT de fato seja
1072 estabelecida, a superação da histórica divisão entre a educação propedêutica e a educação
1073 profissional se impõe como condição imprescindível, ainda que a revisão das práticas
1074 empreendidas nesse sentido indique inúmeras dificuldades nas várias experimentações
1075 estudadas (ARAÚJO et al, 2015).
1076 O fato que precisa ser considerado de forma que a operacionalização da integração
1077 encontre condições para ser efetivada passa pelo que Costa (2012) reforça ao elencar que
1078 o ensino integrado precisa ir além das estratégias de organização de conteúdos escolares,
1079 avançando para a transformação da prática pedagógica, permeada pelos conteúdos éticos-
1080 políticos, ou seja:
1098 Referências
1101 AUR, B. A. Perspectivas da Educação Profissional frente ao Novo Ensino Médio (Lei Nº
1102 13.415/2017). In. ROCHA, M. R. C., SILVA, S. F. C (org.). Anais do III Seminário de
1103 Educação Profissional – Ações, Tendências e Possibilidades da Educação Profissional
1104 no Distrito Federal. Curitiba: CRV, 2018. 158 p.
1105 BRASIL. Lei nº 12.513, de 26 de outubro de 2011. Institui o Programa Nacional de Acesso
1106 ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/
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Subsecretaria de Estado de Educação - SUBEB
Diretoria de Ensino Médio - DIEM
Programa de Apoio à Implementação Base Nacional Comum Curricular - ProBNCC
1122 FERRETTI, C. Formação Profissional e Reforma do Ensino Técnico no Brasil: anos 90.
1123 Educação & Sociedade, CEDES, Campinas, n. 59, ago. 1997.
1134 UNESCO. Educação para a cidadania global: preparando os alunos para os desafios
1135 do setor XXI. Unesco, 2015. Brasília, DF. 44 p. Versão eletrônica -
1136 https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000234311
1137
1138 AVALIAÇÃO
1139 A avaliação configura-se como um dos pilares fundamentais do trabalho pedagógico
1140 da escola e da sala de aula, pois o inicia, oferece subsídios para o seu sucesso no decorrer
1141 do processo e o conclui. Na escola, a avaliação principia-se muito antes do encontro entre
1142 professor e educandos. Avaliação e aprendizagem caminham juntas no processo
1143 educativo. Dessa forma, não há avaliação sem aprendizagem, assim como não há
1144 aprendizagem sem avaliação.
1145 Faz-se necessário compreender que
1146 [...] avaliar é um processo natural que faz parte do repertório das ações dos
1147 seres humanos e está indissociavelmente ligado à busca de todo tipo de
1148 ação que provoque mudanças, mudanças essas que indicam respostas
1149 concretas ao desejo por “algo melhor”. O ato de avaliar tem como foco a
1150 construção dos melhores resultados possíveis. O ser humano
1151 permanentemente avalia em busca de uma melhor qualidade de vida, da
1152 construção de si mesmo e do melhor modo de ser e viver (SANTOS;
1153 GONTIJO, 2018, p. 31).
1154 Villas Boas (2014) utiliza a expressão “avaliação para aprendizagem”, conotação
1155 semântica que condiz com a emergente constituição de uma nova concepção de avaliação,
1156 baseada em processos permanentes de reflexão e comprometida com a aprendizagem e o
1157 desenvolvimento humano dos estudantes. Ademais, “a avaliação para aprendizagem tem
1158 a conotação de movimento, de busca pela aprendizagem, pelo professor e pelos alunos,
1159 enquanto avaliação das aprendizagens se ocupa do processo já ocorrido” (VILLAS BOAS,
1160 2014, p. 68).
1173 [...] a avaliação cumpre, também, função formativa pela qual os professores
1174 analisam, de maneira frequente e interativa, o progresso dos alunos, para
1175 identificar o que eles aprenderam e o que ainda não aprenderam, para que
1176 venham a aprender, e para que reorganizem o trabalho pedagógico. Essa
CURRÍCULO EM MOVIMENTO DO NOVO ENSINO MÉDIO (MINUTA PARA CONSULTA PÚBLICA)
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1188 Nos últimos anos, o Ensino Médio tem passado por inúmeras mudanças, tendo
1189 como marcos legais norteadores a Lei nº 13.415/2017, as DCNEM/2018, a BNCC/2018, os
1190 Referenciais Curriculares para a elaboração dos Itinerários Formativos, de 2018, e a Nota
1191 Técnica nº 2/2019 do Conselho de Educação do Distrito Federal (CEDF).
1213 Na perspectiva de uma concepção de currículo como construto social, fica evidente
1214 que o papel da avaliação é uma ação que se projeta focada sempre no futuro,
1215 comprometida com o sucesso de todos, superando o modelo de avaliação classificatório,
1216 autoritário e excludente por um modelo favorecedor da aprendizagem. Hoffmann (2008)
1217 clarifica tal ação ao realçar que as práticas avaliativas tradicionais detêm-se nos aspectos
1218 comprobatórios de uma etapa vencida pelo estudante, por meio de resultados obtidos no
1219 processo educativo, tecidos por considerações atitudinais que justificam ou explicam o
1220 alcance de tais resultados em determinado espaço de tempo. Assim, a avaliação estrutura-
1221 se no passado, relatando e explicando o presente. O modelo avaliativo tradicional tem como
1222 alvo apenas o estudante.
1223 A implementação do Novo Ensino Médio nas unidades escolares do Distrito Federal
1224 sinaliza uma necessária ressignificação da escola como espaço de convivência e de
1225 relações sociais, de aprendizagens essenciais e de oferta de trajetórias diversificadas.
1226 Nesse sentido, os novos tempos e contornos legais apontam para uma proposta avaliativa
1227 transformadora e possível, demandando que o estudante tome consciência de seu
1228 processo de aprendizagem, sendo protagonista de seu próprio desenvolvimento pessoal e
1229 educativo. Essa prática favorece substancialmente o exercício da metacognição ou da
1230 meta-aprendizagem, transformando-a em instrumento ativo e real de aprendizagem
1231 (DARSIE, 1996).
1263 Por fim, os estudantes de Ensino Médio, para alcançarem determinado aprendizado,
1264 deparam-se com um processo complexo, de cunho pessoal, para o qual os professores e
1265 a escola podem contribuir ao permitir a comunicabilidade, ao situá-los em seu grupo e a
1266 oportunizar que aprendam a respeitar e a fazer-se respeitar. Para tal, é salutar que
1267 professores e escola criem situações em que o estudante deva sentir-se desafiado ou
1268 instigado a participar e questionado pelo jogo do conhecimento, adquirindo o espírito de
1269 pesquisa e o desenvolvimento de capacidades de raciocínio e de autonomia (BRASIL,
1270 1999).
1271 Referências
1274 ______. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº
1275 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Brasília: 2017.
1278 HOFFMAN, J. Avaliar para Promover – As Setas do Caminho. 10ª ed. Porto Alegre/RS:
1279 Mediação, 2008.
1282 SILVA, K. C.; CARVALHO, O. F. Trabalho e Projeto de Vida: competência para a quarta
1283 revolução industrial. Revista Com Censo, v. 6 • n. 4 p. 10-17. 2019.
1286 ______. A Avaliação na Escola. Módulo III, PedEaD, Brasília/DF: Universidade de Brasília,
1287 2007.
1291
1293 Uma das inovações trazidas pela LDB, a partir de 2017, é a necessidade de que os
1294 currículos da Educação Básica ofereçam aos jovens oportunidades de construção de seus
1295 projetos de vida, visando qualificar a sua formação integral.
1296 O projeto de vida, nesse contexto, é apresentado “como estratégia de reflexão sobre
1297 trajetória escolar na construção das dimensões pessoal, cidadã e profissional do estudante”
1298 e deve incidir em sua formação integral (BRASIL, 2018a). Por formação integral, entende-
1299 se que:
1304 Com a instituição da BNCC em 2017 para a Educação Infantil e para o Ensino
1305 Fundamental e, no ano seguinte, para o Ensino Médio, as competências referentes ao
1306 trabalho e ao projeto de vida foram elencadas no rol de competências gerais a serem
1307 desenvolvidas pelos estudantes ao longo de toda a Educação Básica. Tal perspectiva
1308 evidencia o protagonismo estudantil e o destaque no seu projeto de vida:
1339 Por meio do trabalho com o projeto de vida, são realizadas atividades educativas a
1340 respeito do autoconhecimento, do autocuidado, da relação interpessoal, do mundo do
1341 trabalho, das profissões, dos processos de escolhas, de transições e de aprendizagem ao
1342 longo da vida, utilizando-se da aplicação de técnicas de ensino e aprendizagem (SILVA;
1343 CARVALHO, 2019).
1344 Convém destacar que o projeto de vida não trata apenas do processo de escolha
1345 profissional, tampouco está dissociado do mundo produtivo, porque contribui para o
1346 autoconhecimento dos estudantes, sua capacidade de se situar no mundo, reconhecer as
1347 possibilidades e desenvolver competências que permitam fazer escolhas assertivas ao
1348 longo da sua trajetória. O projeto de vida traz significado e preenche com valores a
1349 formação acadêmica dos demais componentes curriculares. Assim, os processos de ensino
1350 e aprendizagem são enriquecidos com o desenvolvimento vocacional e profissional, o que
1351 possibilita aos estudantes refletirem sobre a construção do que almejam para si e para o
1352 seu futuro em todas as dimensões da sua vida (SILVA, CARVALHO, 2019).
1366 Referências
1397 GOLEMAN, D. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que define o que é ser
1398 inteligente. 45. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
1399 MORAN, J. A importância de construir projetos de vida na educação. São Paulo, 2017.
1400 Disponível em: <http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2017/10/vida.pdf>.
1401 Acesso em: 13 ago. 2019.
1404 SILVA, K. C.; CARVALHO, O. F. Trabalho e Projeto de Vida: competência para a quarta
1405 revolução industrial. Revista Com Censo, v. 6 • n. 4 p. 10-17. 2019.
1410 HERNANDEZ, F. Cultura Visual. Mudança educativa e projeto de trabalho. Porto Alegre.
1411 Artmed, 2000.
1422 SILVA, K. C. Educação para a Carreira e Projeto de Vida: confluência das representações
1423 sociais e do habitus estudantil. 2019. 112 f. Dissertação (Mestrado em Educação) –
1424 Faculdade de Educação, Universidade de Brasília, 2019. Disponível em:
1425 <http://repositorio.unb.br/handle/10482/35609>. Acesso em: 20 nov. 2019.
1426 VILLAS BOAS, B.M de F. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico. Campinas, SP:
1427 Papirus, 2006.
1428
1441 Para resolver demandas complexas do dia a dia, exercer a cidadania e atuar no
1442 mundo do trabalho, torna-se imprescindível a perspectiva dialógica entre os saberes. Nessa
1443 perspectiva, a organização curricular parte de grandes áreas do conhecimento, e o trabalho
1444 interdisciplinar ganha efetividade a partir da interação entre os saberes específicos,
1445 ampliando as possibilidades da formação integral do estudante. Assim, a Formação Geral
1446 Básica é composta pelas seguintes áreas do conhecimento: Linguagens e suas
1447 Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas
1448 Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
1449 No Currículo em Movimento do Ensino Médio, as áreas de conhecimento estão
1450 estruturadas em torno de unidades temáticas e objetivos de aprendizagens
1451 interdisciplinares, que instigam e motivam o trabalho docente de forma cooperativa e
1452 dialógica. Busca-se mobilizar e articular, em um mesmo propósito, os conceitos (saberes
1453 e procedimentos), as habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), as atitudes e
1454 os valores das diversas disciplinas que norteiam o processo de ensino e aprendizagem na
1455 construção de conhecimentos que são fundamentais para a formação do estudante. Essa
1456 organização visa a superar fronteiras limitadoras e promover o compartilhamento de
1457 sentido, sem, no entanto, perder a particularidade do saber em cada campo de
1458 conhecimento.
1459
1469 Vale ressaltar que a nomenclatura “Linguagens e suas Tecnologias” está baseada
1470 nas atualizações da multiplicidade de linguagens, semioses e mídias envolvidas na criação
1471 de significação para os textos multimodais contemporâneos e, por outro lado, para a
1472 pluralidade e a diversidade cultural trazidas pelos autores/leitores contemporâneos a essa
1473 criação de significação (ROJO et al. 2013). Ademais, os multiletramentos estão
1474 relacionados com a atual produção dos textos, em seus diversos formatos e modalidades,
1475 e os meios em que eles estão alojados. Sendo assim, os textos mudam seus formatos a
1476 partir da multimodalidade - infográficos, fluxogramas, gráficos etc. (RIBEIRO, 2016) – e os
1477 leitores e produtores de textos também mudam em função da cultura global, que nesse
1478 caso é trazida pelas Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC).
1496 significativas com práticas de linguagem em diferentes mídias (impressa, digital, analógica),
1497 situadas em campos de atuação social diversos”, conforme preceituados na BNCC para o
1498 Ensino Médio (campo da vida social, campo das práticas de estudo e pesquisa, campo
1499 jornalístico-midiático, campo de atuação na vida pública e campo artístico) (BRASIL, 2019,
1500 p. 485). Para tanto, é fundamental que o ambiente escolar incentive a interação dos jovens
1501 com situações-problema nas quais eles precisem tomar decisões lúcidas, críticas,
1502 conscientes e reflexivas, exercitando a defesa de posicionamentos que contribuam para a
1503 formação cidadã e para o desempenho de um papel social dinâmico e colaborativo.
1504 Diante desse desafio, apresenta-se uma área de Linguagens com propensão
1505 interdisciplinar, centrada no desenvolvimento cognitivo e socioemocional dos estudantes e
1506 pautada pela formação de cidadãos conhecedores de seus deveres e direitos, preparados
1507 para a busca do pleno exercício de sua cidadania, com atitudes éticas que possibilitem uma
1508 leitura crítica e transformadora da sociedade.
1509 Assim, a área foi organizada para oferecer aos estudantes práticas pedagógicas
1510 diversificadas, que lhes permitam interagir com discursos multissemióticos (manifestações
1511 visuais, sonoras, verbais e corporais), a fim de que, por meio do exercício da reflexão,
1512 possam desenvolver aprendizagens significativas o bastante para conduzi-los a uma
1513 atuação social consciente, ética, produtiva e sustentável.
1514 Outrossim, a área foi estruturada de modo que o trabalho pedagógico contemple as
1515 mais variadas práticas de linguagens, abrangendo, ainda, gêneros multimidiáticos,
1516 sobretudo aqueles relacionados à produção e difusão de conteúdos digitais, uma vez que
1517 a interação social, por meio de funcionalidades disponibilizadas pela internet, é largamente
1518 presente no cotidiano da sociedade contemporânea. Esse ambiente digital possui cultura
1519 própria e suas práticas linguísticas e comunicativas são elementos relevantes na formação
1520 dos jovens, uma vez que impactam suas vidas. Todavia, devido a um cenário não igualitário
1521 de acesso à internet e às TDIC, deve-se salientar que o trabalho pedagógico também pode
1522 ser oportunizado por intermédio de recursos analógicos, a fim de contemplar os estudantes
1523 que não possuem acesso aos meios digitais.
1560 Esses objetivos gerais dão origem a objetivos específicos, que visam ampliar as
1561 possibilidades de promover uma formação integral e centrada no desenvolvimento de
1562 competências cognitivas e socioemocionais que favoreçam uma atuação autônoma,
1563 protagonista e ética dos estudantes em seu cotidiano. Para tanto, os objetivos específicos
1564 foram agrupados em seis unidades temáticas, elencadas a seguir, cujo propósito é oferecer
1565 diretrizes quanto ao enfoque de formação humana a ser priorizado no planejamento e no
1566 fazer didático em cada semestre letivo:
1573 Além dessas seis unidades temáticas, este Currículo traz a perspectiva de divisão
1574 dos objetivos de aprendizagem específicos de Língua Portuguesa, aproximando-o da
1575 organização presente na BNCC. Tal divisão se deu para que os objetos de conhecimento
1576 referentes ao ensino da língua materna fossem abordados pelos professores especialistas
1577 deste componente curricular, embora na área de Linguagens e suas Tecnologias, existam
1578 objetivos de aprendizagem contendo objetos de conhecimento de Língua Portuguesa
1579 interdisciplinares com os demais componentes curriculares da área.
1580 Para contemplar a formação integral dos estudantes do Ensino Médio, o Currículo
1581 em Movimento vislumbra uma atuação interdisciplinar, integrada, coordenada e
1582 colaborativa das seguintes unidades curriculares:
1600 Dentro do aspecto linguístico, o ensino de língua “corresponde ao saber intuitivo que
1601 todo falante tem de sua própria língua, a qual tem sido chamada de ‘gramática
1602 internalizada’” (ANTUNES, 2007, p. 25). Não se pode, pois, realizar um encurtamento da
1603 língua, desencadeando um preconceito linguístico ainda tão enraizado na cultura brasileira
1604 (FARACO, 2008). A tarefa da escola encontra-se justamente na facilitação da incorporação
1605 do repertório linguístico aos estudantes, a partir de recursos comunicativos que lhes
1606 permitam empregar com segurança os estilos monitorados da língua, que exigem mais
1607 atenção e maior grau de planejamento (BORTONI-RICARDO, 2005).
1628 O ato de ler e escrever está entrelaçado a distintas modalidades de linguagem além
1629 da escrita, como a imagem, a fala e a música. Os multiletramentos, assim, refletem sobre
1630 as mudanças sociais e tecnológicas verificadas na sociedade atual. A escola deve procurar
1631 diversificar os modos como as informações e os conhecimentos são disponibilizados, além
1632 de incentivar um planejamento para a leitura e produção dentro dessa perspectiva
1633 multiletrada, multissemiótica e multimodal (ROJO; MOURA, 2012). O desenvolvimento de
1634 linguagens híbridas envolve, dessa forma, desafios para os leitores e para os agentes que
1635 trabalham com a Língua.
1651 Arte
1652 A Arte compõe este Currículo por meio do estudo e das práticas de manifestações
1653 artísticas e culturais, em suas diversas linguagens - Artes Visuais, Teatro, Música e Dança
1654 –, além de abordar conhecimentos estéticos híbridos, como o Audiovisual, o Cinema, a
1655 Performance e o Circo, reconhecendo a influência dos recursos tecnológicos e digitais nas
1656 produções e recepções artísticas.
1657 Diante das noções possíveis, observa-se que a Arte pode mobilizar conhecimentos
1658 mediante a promoção da sensibilidade, da intuição, da emoção, da poesia, da corporeidade,
1659 da ludicidade e da provocação dos sentidos humanos, considerando, assim, as trocas e os
1660 encontros da experiência estética cultivada em práticas artístico-pedagógicas dos espaços
1661 educativos. Tal movimento pode revigorar o respeito e a reflexão sobre si, o outro e o
1662 mundo, assim como oportunizar uma leitura e releitura da realidade sociocultural, o que
1663 fortalece o sentimento de ser e pertencer diante da fluidez dinâmica, simbólica, imaginária
1664 e compartilhada de estéticas e contextos culturais diversos, em tempos reais, fictícios,
1665 presenciais e virtuais.
1711 Esta unidade curricular integra a área de Linguagens e suas Tecnologias desde a
1712 constituição dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Educação Física, “enquanto
1713 componente da área de linguagens, significa promover atividades didáticas que auxiliem os
1714 estudantes a ler e produzir as manifestações culturais corporais, concebidas como texto e
1715 contextos” (NEIRA; SOUZA JÚNIOR, 2016, p. 9). Assim, concebe-se o corpo como um
1716 texto suscetível à comunicação, leitura e escritura, constituído de vários recursos de
1717 comunicação como vestimentas, ornamentos, marcas, cicatrizes e gestos.
1718 O conjunto de práticas corporais com aspectos lúdicos, como brincadeiras, danças,
1719 jogos, lutas, ginásticas, esportes e atividades de aventura, apresenta particularidades de
1720 formação da linguagem corporal e de valores e sentidos outorgados a elas. Nesse sentido,
1721 espera-se que os estudantes sejam “desafiados a refletir sobre essas práticas,
1722 aprofundando seus conhecimentos sobre as potencialidades e os limites do corpo, a
1723 importância de se assumir um estilo de vida ativo e os componentes do movimento
1724 relacionados à manutenção da saúde” (BRASIL, 2018, p. 484). Uma das características do
1725 componente curricular Educação Física é inserir as práticas corporais entre as práticas
1726 sociais ou formas culturais, de maneira que sejam “sistematizadas, ressignificadas,
1727 hibridizadas e transmitidas de geração a geração em cada grupo cultural” (NUNES, 2016,
1728 p. 9).
1729 Existe uma relação a ser reforçada entre as práticas corporais e o compartilhamento
1730 da paisagem social relacionadas ao contexto histórico em que foram criadas, o que
1731 fortalece a interação entre os grupos sociais nas quais se originaram (NEIRA; SOUZA
1732 JÚNIOR, 2016). Nessa perspectiva, a unidade curricular buscar prover ao estudante
1733 oportunidades de experienciar práticas corporais que podem fazer parte do seu projeto de
1734 vida, com protagonismo pessoal e social, pois, “os gestos, mediante o intercâmbio que
1735 estabelecem com a cultura ao longo da vida, vão conformando um estilo de vida pessoal
1736 de ser, proporcionando um corpo que se identifica pela sua corporeidade” (NUNES, 2016,
1737 p. 9).
1738 Dessa maneira, é primordial que o indivíduo da educação conheça a sua história e
1739 os procedimentos que o relacionam às identidades que esta carrega, promovendo a
1740 identidade e a reflexão. Essa reflexão sobre as vivências contribui para a “formação de
1741 sujeitos que possam analisar e transformar suas práticas corporais, tomando e sustentando
1742 decisões éticas, conscientes e reflexivas em defesa dos direitos humanos e dos valores
1743 democráticos” (BRASIL, 2018, p. 484).
1779 condições para que os estudantes desenvolvam habilidades necessárias para interagir em
1780 contextos socioculturais e no mundo do trabalho.
Objetivos de aprendizagem
LP05FG Diferenciar o texto literário e não-literário a partir do uso das figuras de linguagem, bem
como da sua plurissignificação e manifestação nos diversos contextos culturais, para a construção
de uma perspectiva estética e ética sobre indivíduo, cultura e sociedade.
LP06FG Selecionar, a partir da visão geral dos estilos de época na literatura e músicas de língua
portuguesa, elementos integrantes do contexto cultural de uma época como instrumentos de
socialização da cultura e da recriação subjetiva da realidade de uma sociedade.
LP07FG Aplicar a língua portuguesa como língua materna tendo em vista os diferentes tópicos
gramaticais identitários da norma padrão (ortografia, acentuação, pontuação), mas sem retirar a
perspectiva geradora de significação e integradora da organização do mundo e da própria
identidade segundo a realidade da variação linguística, adaptando a língua a cada situação de
uso sem manifestações do preconceito linguístico e da hipercorreção.
1800
Objetivos de aprendizagem
1801
Objetivos de aprendizagem
LP15FG Relacionar o teatro romântico de Martins Pena com o processo histórico do Brasil e seu
aprimoramento como nação independente, quanto aos seus direitos e garantias fundamentais,
partindo da perspectiva do texto literário como fonte de socialização da cultura e da identidade
brasileira.
1802
Objetivos de aprendizagem
LP17FG Avaliar como obras significativas das literaturas brasiliense, brasileira e de outras
nacionalidades (especialmente a portuguesa, indígena, africana e latino-americana) dialogam
com a questão socioambiental, no intuito de desenhar um repertório crítico-cultural complexo e
harmônico do indivíduo e da sua relação com o meio ambiente.
LP18FG Valorizar, a partir da leitura e descrição de textos diversos, os estilos das seguintes
épocas literárias, intrínsecas aos aspectos do Brasil como um país em ascensão: Realismo,
Naturalismo, Parnasianismo e Simbolismo, como registros histórico-literários do ser humano e
1803
Objetivos de aprendizagem
LP19FG Analisar a relação do eu-social, pelo uso da leitura e do estudo da construção de gêneros
textuais de predominância descritiva, informativa e narrativa (assim como a estrutura e os
elementos da narração), construindo, paulatinamente, o processo identitário sob a ótica das
metodologias ativas e do protagonismo juvenil.
LP20FG Aplicar situações de estudo, procedimentos e estratégias de leitura e escrita (com uso
dos aspectos morfossintáticos e semânticos), escolhidos e adequados aos objetivos e à natureza
do conhecimento proposto, de modo consciente e ativo para a divulgação de estudos específicos.
LP23FG Analisar como ocorre a formação cultural e individual do ser humano e da sociedade,
bem como suas respectivas influências no processo de mudança social, a partir da leitura e
descrição de textos diversos, e de estilos das seguintes épocas literárias: pré-modernismo,
movimentos europeus de vanguarda e Semana da Arte Moderna.
LP24FG Analisar, com o uso de textos literários diversos, a construção da identidade crítica da
classe artística brasileira, de acordo com as características do Modernismo e suas fases (poesia
e prosa) e do Pós-modernismo, e as diversas possibilidades de identidades sociais e individuais,
refletidas na produção artístico-literária de uma época e sua influência na contemporaneidade.
1804
Objetivos de aprendizagem
LP25FG Analisar, em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não-verbais (memes, gifs,
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infográficos, mapas mentais e conceituais, infozines, vlogs e blogs) utilizados com a finalidade de
criar e mudar comportamentos e hábitos, para uma realidade mais ética nas relações
interpessoais físicas e virtuais.
LP27FG Analisar textos de diferentes gêneros do campo jornalístico e midiático, utilizados com a
finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos, a partir do uso de novas tecnologias digitais
de checagem de informação e da web 2.0, para o desenvolvimento de uma atitude analítica e
crítica diante da propagação da informação como mercadoria.
LP28FG Analisar, com o uso de textos literários diversos, a produção, em diferentes plataformas
digitais, da literatura engajada no período de governo militar, da literatura contemporânea e da
Música Popular Brasileira (MPB) e a produção literária contemporânea nos países africanos de
língua portuguesa.
LP29FG Discutir as relações entre o texto literário e o momento de sua produção (mediante suas
diversas concepções filosóficas e estéticas), situando aspectos do contexto histórico;
promovendo, assim, a produção oral e escrita do raciocínio crítico-avaliativo sobre os principais
artistas e suas obras (brasileiros, africanos, europeus), em meios digitais da cultura juvenil.
Objetivos de aprendizagem
LGG04FG Identificar conceitos de visão de mundo e expressão humana por meio das diferentes
linguagens artísticas, verbais e corporais para avaliar diversos modos próprios de ser e pertencer
culturalmente (influências das matrizes indígenas, africanas e europeias na formação da Arte,
Literatura e nas práticas de lazer, brincar e jogar brasileiros).
de respeito às diferenças.
LGG11FG Avaliar a construção das danças folclóricas e populares, seus objetivos, suas intenções
e a contribuição de várias etnias, visando a compreensão da sua evolução e associação com as
danças urbanas contemporâneas, adotando posicionamento contrário a qualquer manifestação
de preconceito, injustiças e desrespeito.
LGG12FG Distinguir os roteiros culturais (normas, valores e práticas sociais) para a utilização de
estratégias verbais e não verbais, na língua estrangeira, adequadas ao intercâmbio de
informações e opiniões, acerca de temas como família, trabalho, lazer, viagens, entre outros.
LGG14FG Avaliar, na língua estudada, diferentes gêneros textuais, verbais e não verbais
(histórias em quadrinhos, textos jornalísticos, memes, ilustrações, anúncios, biografias, clips
musicais), em culturas diversas, propiciando a valorização e a empatia às suas manifestações, a
fim de formar um cidadão ético, crítico, participativo e que respeita a diversidade.
1806
Objetivos de aprendizagem
para apresentações orais adequadas, decidindo por linguagens e recursos expressivos como
componentes para uma comunicação eficaz e criativa.
LGG25FG Examinar sons e entonações específicos da língua estrangeira estudada, por meio de
diálogos, monólogos, músicas, séries, filmes, podcasts, telejornais, a fim de aperfeiçoar a
pronúncia e ampliar o repertório lexical.
1807
Objetivos de aprendizagem
LGG30FG Discutir textos legislativos, oriundos da Constituição Federal, que discorrem sobre os
direitos individuais e coletivos da sociedade, projetando uma participação mais ativa, ética e
consciente dos estudantes.
LGG33FG Interpretar o silêncio como um modo de linguagem dos povos indígenas, africanos e
afro-brasileiros, vivenciando o valor da oralidade em relação às suas expressões estéticas e
culturais (griots, oralitura, mitologia, memória), assim como seu uso e exploração em processos
composicionais e receptivos das diferentes linguagens (artísticas, culturais e desportivas).
LGG34FG Analisar conceitos estéticos por meio da crítica ao “blackface" no cinema, teatro,
televisão, tipologias textuais, composições musicais e corporais, desconstruindo as relações entre
racismo e padrões de estética, assim como a reverberação desse processo no âmbito da Área de
Linguagens e outras formas estéticas híbridas, como o circo e a performance.
LGG42FG Projetar alternativas para dirimir conflitos sociais, oriundos de movimentos migratórios,
buscando fortalecer a empatia quanto à situação dos refugiados ao redor do mundo, utilizando a
língua estudada.
1808
Objetivos de aprendizagem
A ampliação crítica das relações sociais por meio dos estudos das diferentes linguagens
humanas nas plataformas digitais existentes
LGG49FG Analisar a participação cidadã, democrática, humana, sensível, diversa, por meio do
posicionamento crítico das teorias, práticas e relações estéticas da Arte, da Educação Física e
das Línguas Portuguesa e Estrangeiras com as novas tecnologias, o meio ambiente e a
biodiversidade.
LGG51FG Contrastar as ações que envolvem o Brasil e os países que falam a língua estudada,
no tocante a acordos internacionais acerca do meio ambiente, com o objetivo de desenvolver a
consciência e o protagonismo ambiental quanto à preservação em níveis local, regional e global.
1809
Objetivos de aprendizagem
LGG54FG Criar, pelo uso do LinkedIn, Infográficos, Currículo Digital, Blog Profissional, registros
digitais profissionais em diferentes linguagens, no propósito de validar os projetos de vida
alicerçados nas trajetórias de cada indivíduo.
LGG60FG Descobrir coletivos indígenas, negros, latino-americanos e outros grupos étnicos que
fazem uso de diversas expressões artísticas, verbais e desportivas (hip hop, rock, danças
urbanas) para discutir a expressão e manifestação de suas ideias, de forma mútua e intercultural,
por meio das diferentes linguagens e suas tecnologias.
LGG61FG Distinguir as danças e expressões brasileiras das matrizes culturais dos povos
indígenas (cateretê, caiapós, cururu, guajajara, jacundá, boi-bumbá) e africanas e afro-brasileiras
(capoeira, congada, jongo, maracatu, samba de roda), valorizando e praticando seus saberes e
fazeres culturais de formação da identidade artística, linguística e esportiva nacional.
Identificar as práticas yogues, a cultura oriental e suas influências na cultura brasileira, bem como
suas origens históricas e mitológicas para desenvolvimento de um caminho de autoconhecimento,
autocontrole, compreensão e respeito a si mesmo e ao outro.
LGG71FG Construir textos multimidiáticos (blogs, jornais, canais online, revistas digitais) que
divulguem conteúdos de interesse dos estudantes e experiências exitosas nas comunidades
escolar e local, para promover interação entre elas e ampliar a competência comunicacional na
língua estudada.
1810
Objetivos de aprendizagem
A ampliação crítica das relações sociais por meio dos estudos das diferentes linguagens
humanas nas plataformas digitais existentes
LGG73FG Planejar o uso das diversas plataformas de ferramentas digitais, a partir de uma
participação fundamentada e ética, quanto à criação cultural para o engajamento social,
propiciando uma visão crítica do indivíduo.
LGG74FG Apreciar formas contemporâneas de publicidade em contexto digital, bem como peças
de campanhas publicitárias e políticas, debatendo os valores e as representações de situações,
grupos e configurações sociais veiculadas, desconstruindo estereótipos, destacando estratégias
de engajamento e viralização e explicando os mecanismos de persuasão utilizados e os efeitos
de sentido provocados pelas escolhas feitas em termos de elementos e recursos de diferentes
linguagens.
LGG77FG Examinar a relação das diversas produções artísticas, verbais e corporais da Área de
Linguagens com o desenvolvimento digital e tecnológico para interpretar seus contextos sociais,
políticos, históricos e contemporâneos (Semana de Arte Moderna de 1922, antropofagia, arte
moderna e pós-moderna, artistas, poetas, performers, grupos teatrais e musicais brasileiros).
LGG83FG Analisar diferentes gêneros digitais (tradutores online, dicionários virtuais, mensagens
instantâneas) com o objetivo de acessar a informação e ampliar a capacidade de comunicação,
na língua estudada, por meio de ambientes virtuais.
LGG84FG Explorar diferentes plataformas digitais que propiciem o acesso ao acervo artístico-
literário internacional, a fim de ampliar repertório e conhecer expoentes mundiais nos cenários
culturais da língua estudada (música, teatro, literatura, arte).
1811
1812 Referências
1813 ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no
1814 caminho. São Paulo: Parábola Editorial, 2007.
1815 BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF, 2018.
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1817 http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
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1819 BRASIL. Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro
1820 de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as
1821 diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino
1822 a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.. Disponível
1823 em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11645.htm. Acesso em:
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1844 BRASIL. [Lei Darcy Ribeiro (1996)]. LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional:
1845 Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação
1846 nacional. 5ª ed. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação Edições Câmara, 2010.
1847 _____. Orientações Curriculares para o Ensino Médio: Linguagens, Códigos e suas
1848 Tecnologias. Vol. 1. Brasília: MEC/SEB, 2006.
1853 FARACO, Carlos A. Norma culta brasileira: desatando alguns nós. São Paulo: Parábola
1854 Editorial, 2008.
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1863 NUNES, M. L. F. (Org.). Educação Física Cultural: escritas sobre a prática. 1ª ed. Curitiba:
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1868 ROJO, Roxane; MOURA, Eduardo. Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola
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1870 ROJO, Roxane (Org.). Escola conectada: os multiletramentos e as TICs. 1 ed. São Paulo:
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1872 SILVA, Nelson Fernando Inocêncio da. Consciência negra em cartaz. Brasília: Editora
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1874 SILVA, C. da (Org.). Africanidades e Relações Raciais: Insumos para Políticas Públicas
1875 na Área do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas no Brasil. Brasília: Fundação Cultural
1876 Palmares, 2014.
1879 VELOSO, Graça. Os saberes da cena e o recorte da pedagogia do teatro: uma possibilidade
1880 metodológica. In: HARTMANN, Luciana; VELOSO, Graça (Org.). O teatro e suas
1881 pedagogias: práticas e reflexões. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2016.
1882
1916 Nesse trecho, o referido autor lembra da importância de se ensinar aquilo que faz
1917 sentido e é atrativo para o jovem de hoje em dia. Em relação a essa informação, as
1918 Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais
1919 (PCNEM+) da área de Ciências da Natureza, Matemática e Suas Tecnologias afirmam que
1920 o Ensino Médio se modifica de um simples preparatório para o ensino superior, ou
1921 estritamente profissionalizante, para assumir a característica de completar a Educação
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1922 Básica, no que diz respeito a preparar o estudante “para a vida, qualificar para a cidadania
1923 e capacitar para o aprendizado permanente, em eventual prosseguimento dos estudos ou
1924 diretamente no mundo do trabalho” (BRASIL, 2002, p. 8).
1925 Diante desse cenário, o Currículo em Movimento propõe, para a área da
1926 Matemática, a mesma linha de formação apresentada pela BNCC, ou seja, a construção de
1927 uma visão integrada da Matemática, aplicada à realidade, em diferentes contextos
1928 (BRASIL, 2018, p. 471). Sob essa ótica, o estudante passa a ser vislumbrado como sujeito
1929 de sua prática cognitiva, dotado de conhecimento de mundo e de bagagem cultural,
1930 aspectos que impactam sobremaneira o processo de aprendizagem. Portanto, tais
1931 conhecimentos devem ser aproveitados e entrelaçados aos objetivos de aprendizagem
1932 curriculares.
1933 Nesse contexto, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio
1934 estabelecem que:
1942 Sendo assim, este Currículo assume a responsabilidade de firmar todo o potencial
1943 já desenvolvido pelos estudantes no Ensino Fundamental, com o intuito de impulsionar
1944 ações que ampliem o letramento matemático iniciado na etapa anterior. Segundo a BNCC,
1945 “isso significa que novos conhecimentos específicos devem estimular processos mais
1946 elaborados de reflexão e de abstração” (BNCC, 2018, p. 529).
1947 O alcance desse propósito ocorrerá quando os estudantes do Ensino Médio
1948 conseguirem atingir objetivos de aprendizagem que abordem processos de investigação,
1949 de construção de modelos e de resolução de problemas. Contudo, isso só será possível se
1950 os discentes forem estimulados a desenvolver o próprio modo de raciocinar, que está
1951 diretamente ligado a ser capaz de refletir e argumentar, individual e coletivamente;
1952 aprendendo, assim, procedimentos cada vez mais sofisticados.
1953 Desse modo, a metodologia para o ensino da Matemática deve ser centrada no
1954 estudante e, portanto, oferecer-lhe experiências pedagógicas nas quais ele possa refletir
1955 sobre seu próprio desempenho. Por exemplo, verificar se a equação que elaborou em
1956 determinada atividade é adequada ou não, pois essa confirmação estará na própria
1957 Matemática. Ao explicar o que fez, ele se organiza mentalmente, procura ordenar o seu
1958 ponto de vista e pode compartilhá-lo com o colega. Ao discutir, ele é capaz de entender seu
1959 próprio raciocínio enquanto constrói seu conhecimento e relaciona-se com suas estruturas
1960 mentais e com o mundo físico e social.
1961 De acordo com Mora (2003),
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2071 Os objetivos foram escritos a partir das habilidades apresentadas pela BNCC para
2072 a área da Matemática e suas Tecnologias. Assim, alguns objetos de conhecimento,
2073 tradicionalmente trabalhados no Ensino Médio (por exemplo, números complexos), não
2074 estão, explicitamente, contemplados nos objetivos. A organização escolhida não determina
2075 que esses objetos de conhecimento não possam ser trabalhados; pelo contrário, poderão
2076 ser abordados durante os Itinerários Formativos.
2077 Ao analisar os objetivos de aprendizagem que compõem a unidade temática, o leitor
2078 observará que existe uma quantidade diferente deles em cada uma. Isso é devido ao fato
2079 de que há uma relação entre o objeto de conhecimento abordado pelo objetivo e o tema da
2080 unidade. Outro ponto considerado é o nível de complexidade envolvido na abordagem do
2081 objetivo de aprendizagem, o que poderá influenciar na quantidade de horas-aula destinadas
2082 ao desenvolvimento do mesmo.
2083 Em relação à escrita dos objetivos de aprendizagem, vale ressaltar que o referencial
2084 teórico utilizado foi o da Taxonomia de Bloom, a qual estabelece uma ordem com diferentes
2085 níveis cognitivos. Além disso, levou-se em consideração o nível de complexidade dos
2086 objetivos apresentados no Ensino Fundamental, uma vez que o Ensino Médio corresponde
2087 à etapa seguinte e, conforme proposto pela BNCC, sendo esta a última da Educação
2088 Básica, deve se apresentar como uma continuação dos estudos já iniciados na etapa
2089 anterior. A continuidade dos estudos não inviabiliza que, caso haja necessidade, o trabalho
2090 pedagógico possa retornar aos níveis cognitivos já trabalhados anteriormente, visando
2091 sempre a busca pela melhor abordagem para se obter sucesso no desenvolvimento do
2092 objetivo de aprendizagem que esteja em um nível acima.
2093 Os objetivos de aprendizagem perpassam diversos campos da Matemática, de
2094 modo que os saberes matemáticos, do ponto de vista pedagógico e didático, sejam
2095 fundamentados em diferentes bases, assegurando a compreensão de fenômenos do
2096 próprio contexto cultural do indivíduo e das relações interculturais. Assim, a construção dos
2097 objetivos de aprendizagem para a área de Matemática e suas Tecnologias, considerando
2098 os temas de relevância social e os diversos contextos a eles relacionados, confere ao
2099 currículo uma perspectiva integradora e, nesse sentido, sua organização se estabelece em
2100 torno de situações de interesse que permitam a leitura, compreensão e interação da
2101 realidade social.
2102 Em certos momentos, o contexto poderá ser o da própria Matemática. Contudo, é
2103 importante que quando isso ocorrer, os procedimentos estejam inseridos em uma rede de
2104 significados que tenha como foco não apenas o cálculo em si, mas também as relações
2105 que ele permite estabelecer entre os diversos conhecimentos que o estudante já possui. Ao
2106 relacionar a Matemática com os diversos contextos existentes (socioambiental,
2107 sociocultural, político, financeiro, entre outros), destaca-se que em algumas situações, uns
2108 objetivos estarão mais intrinsecamente ligados ao objeto de conhecimento que outros.
2109 É importante lembrar que o processo educativo é uma possibilidade de promover
2110 mudanças. Sendo assim, há um consenso mundial da importância de um trabalho educativo
2111 que aborde os processos ecológicos, as mudanças que o homem vem provocando e as
2112 consequências dessas alterações para a vida na terra. Para D’Ambrosio, “particularmente
2117 [...] seria muito relevante se a escola realmente trouxesse essas questões
2118 socioambientais para serem discutidas nas salas de aulas, através da
2119 utilização de um instrumental matemático, haja vista que desta forma os
2120 alunos poderiam perceber nos conteúdos questões que permeiam a
2121 realidade deles, da comunidade, cidade, país e até do mundo, sendo
2122 reconhecidas e analisadas. (MUNHOZ, 2008, p. 61).
2123 No mundo das informações no qual estamos inseridos, torna-se cada vez mais
2124 precoce o acesso do cidadão a questões sociais e econômicas em que tabelas e gráficos
2125 sintetizam levantamentos e índices são comparados e analisados para defender ideias.
2126 Dessa forma, faz-se necessário que a escola proporcione ao estudante a formação de
2127 conceitos que o auxiliem no exercício de sua cidadania e o torne protagonista de sua
2128 aprendizagem e de transformações sociais.
2129 Uma metodologia que pode auxiliar nesse processo de formação é a de resolução
2130 de problemas, sendo ela uma das estratégias para o desenvolvimento da autonomia e do
2131 protagonismo, especialmente quando são utilizados problemas abertos, isto é, problemas
2132 que admitem diversas possibilidades de respostas, as quais podem ser obtidas por meio
2133 de múltiplos métodos de solução, incluindo-se aqueles criados pelos estudantes no
2134 momento da resolução (SARDUY, 1987). Recomenda-se, também, oportunizar aos
2135 estudantes, além da resolução de problemas, a experiência de formulá-los, possibilitando
2136 assim explorar uma determinada situação ou então aspectos de um problema previamente
2137 conhecido (ENGLISH, 1997).
2138 Entretanto, o emprego dessas estratégias, por si só, não garante uma produção
2139 criativa por parte dos estudantes. Desse modo, é importante ajudá-los a se desfazerem de
2140 possíveis bloqueios emocionais, como, por exemplo, aqueles relacionados ao medo de
2141 errar ou de ser criticado e, também, aos sentimentos de inferioridade e insegurança
2142 (ALENCAR; FLEITH, 2003). Além disso, é de igual importância que seja criado um clima
2143 de sala de aula favorável, o qual permita ao estudante poder desenvolver suas habilidades.
2144 Para isso, o professor buscará apresentar atitudes que fortaleçam os traços de
2145 personalidade do discente, tais como autoconfiança, curiosidade, persistência,
2146 independência de pensamento e coragem para explorar situações novas e lidar com o
2147 desconhecido.
2148 A seguir, são apresentados os objetivos de aprendizagem contemplados em cada
2149 uma das seis Unidades Temáticas da área de Matemática e suas Tecnologias. A
2150 organização dos objetivos dentro da unidade buscou seguir uma ordem hierárquica da
2151 sequência de trabalho com os conteúdos.
NÚMEROS E FUNÇÕES
Objetivos de aprendizagem
MAT01FG Investigar os processos de cálculo de números reais, com foco nas taxas e nos
índices de natureza socioeconômica (Índice de Desenvolvimento Humano, taxas de
inflação, entre outros), para analisar criticamente a realidade e produzir argumentos.
2153
Objetivos de aprendizagem
MAT17FG Identificar polígonos que, de acordo com suas propriedades, podem ser utilizados
para ladrilhamento.
2154
FUNÇÕES
Objetivos de aprendizagem
MAT22FG Resolver e elaborar situações-problema que envolvam grandezas determinadas
pela razão ou pelo produto de outras (velocidade, densidade demográfica, energia elétrica,
entre outros).
MAT28FG Comparar situações-problema que envolvam juros simples com as que envolvam
juros compostos, por meio de representações gráficas ou análise de planilhas, destacando o
crescimento linear ou exponencial de cada caso.
MAT32FG Inferir, por meio da análise de dados, a relação entre as funções exponencial e
logarítmica (conceito de inversão). Por exemplo, em crescimentos exponenciais de
populações em função do tempo, para se detectar o tempo decorrido para que uma situação
atinja uma certa quantidade de indivíduos, é fundamental utilizar o logaritmo para inverter o
processo produzido pela função exponencial.
2155
TRIGONOMETRIA E GEOMETRIA ESPACIAL
Objetivos de aprendizagem
MAT34FG Definir o conceito de razões trigonométricas no triângulo retângulo.
2156
ESTATÍSTICA E PROBABILIDADE
Objetivos de aprendizagem
MAT42FG Interpretar textos descontínuos, como tabelas, gráficos e amostras de pesquisas
estatísticas, divulgados pela mídia, identificando a existência de possíveis elementos que
podem induzir a erros de leitura e interpretação, para ampliar as possibilidades de interação
com informações do cotidiano.
MAT45FG Executar pesquisa amostral sobre tema da realidade social, usando dados
coletados diretamente ou em diferentes fontes, e comunicar os resultados por meio de
relatório contendo tabelas, gráficos e interpretação das medidas de tendência central e das
medidas de dispersão (amplitude e desvio padrão), utilizando ou não recursos tecnológicos.
MAT46FG Resolver e elaborar problemas que envolvam cálculo e interpretação das medidas
de tendência central (média, moda, mediana) e das medidas de dispersão (amplitude,
variância e desvio padrão), em diferentes contextos.
2157
LÓGICA MATEMÁTICA E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
Objetivos de aprendizagem
MAT58FG Utilizar pseudocódigo como linguagem inicial para estruturar um algoritmo que
posteriormente poderá ser formalizado com sintaxe padrão.
2158
2159 Referências
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2211 Fundamental. In: XII Encontro Nacional de Educação Matemática (XII ENEM), 2016, São
2212 Paulo, SP. Anai
2213
2246 Uma vez terminado esse período de formação, o ensino de Ciências da Natureza
2247 deve ter garantido a esse sujeito a capacidade de responder ao desafio de utilizar o que foi
2248 aprendido na vida pós-escolar, como também assimilar novos avanços da CT, de forma
2249 qualificada, interativa, crítica e autônoma. Para que esses objetivos sejam alcançados, é
2250 necessário que o conhecimento vá além de práticas aplicáveis, mas que os estudantes
2251 sejam capazes de reconhecer ideias e conceitos transversais da ciência, sem os quais o
2252 letramento científico não se completa. Lederman (2018) destaca a importância de que os
2253 cidadãos sejam capazes de consumir produtos tecnológicos de maneira informada, usando
2254 esse conhecimento para tomar decisões que deverão basear-se em sua capacidade de dar
2255 sentido às informações que lhes chegam.
2278 A afirmação da biologia como uma ciência autônoma, resultado de uma forma de
2279 pensar própria, pode ser descrita como uma quebra de paradigma, conceito desenvolvido
2280 pelo físico Thomas Kuhn em 1961 e que teve grande influência no pensamento científico
2281 das décadas seguintes. Para Kuhn, um determinado grupo de pesquisadores compartilha
2282 a aceitação de determinado paradigma, o que permite que esse campo de conhecimento
2283 diferencie-se dos demais: “Se o paradigma representa um trabalho que foi completado de
2284 uma vez por todas, que outros problemas deixa para serem resolvidos pelo grupo por ele
2285 unificado?” (KUHN, 2003, p. 43). Kuhn utiliza o termo “revolução” para descrever a
2286 substituição de um paradigma, afirmando que “consideramos revoluções científicas aqueles
2287 episódios de desenvolvimento não-cumulativo, nos quais um paradigma mais antigo é total
2288 ou parcialmente substituído por um novo, incompatível com o anterior” (KUHN, 2003,
2289 p.125). As Ciências da Natureza reúnem, portanto, áreas de conhecimento que se propõem
2290 a explicar os fenômenos naturais a partir de diferentes bases epistemológicas, mas que
2291 convergem em muitos de seus processos metodológicos e recursos de observação,
2292 registro, análise e divulgação.
2299 O consenso sobre a importância do letramento científico não significa que haja
2300 neutralidade no ensino de Ciências, que não está livre de valores, interesses, paixões e
2301 emoções. Delizoicov e Auler (2011) afirmam que a demanda para Ciência e Tecnologia não
2302 está restrita aos padrões definidos pela ciência e, em articulação com o pensamento de
2303 Santos (1977), consideram que a formulação do problema a ser investigado “também tem
2304 algum nível de sintonia com a localização de situações-problema que ocorrem em um
2305 determinado espaço geográfico e em cada momento histórico” (DELIZOICOV; AULER,
2306 2011, p. 266). Dessa maneira, a não-neutralidade da ciência é uma característica comum
2307 às Ciências da Natureza e às Ciências Humanas, e seu reconhecimento é um pressuposto
2308 particularmente importante no processo de construção de um currículo de Educação
2309 Básica. Delizoicov e Auler (2011) destacam, ainda, que:
2310 A demanda para CT ocorre, então, através de uma seleção que direciona
2311 a localização de problemas eleitos para serem investigados. Os critérios
2312 de seleção procuram atender a distintos e conflitivos interesses que são
2313 priorizados num determinado tempo e num determinado espaço, uma vez
2314 que o espaço não é “uma simples tela de fundo inerte e neutro”, segundo
2315 defende Santos (1977). Os critérios implicam, também, valores que
2316 direcionam a seleção de problemas científicos a serem enfrentados
2317 (DELIZOICOV e AULER, 2011, p. 267).
2362 processos anteriores, como a reformulação curricular do Ensino Fundamental. Deve, ainda,
2363 ser resultado de um processo de construção social, participativo, expressando os anseios
2364 de uma parcela da sociedade situada no DF, nesse momento histórico de implementação
2365 da BNCC. Assim sendo, o currículo de Ensino Médio de Ciências da Natureza e suas
2366 Tecnologias foi estruturado tomando como ponto de partida o currículo do Ensino
2367 Fundamental, publicado em 2018. Esse documento incorporou importantes orientações da
2368 BNCC nos Anos Finais, o que inovou ao tratar de fenômenos físicos e químicos já a partir
2369 do 6º ano, uma vez que, até então, apenas os temas relacionados a fenômenos biológicos
2370 eram desenvolvidos ao longo dos três primeiros anos, restando o último ano para os
2371 componentes Física e Química. Nesse novo arranjo, os três componentes curriculares
2372 estão distribuídos ao longo dos quatro Anos Finais do Ensino Fundamental, o que favorece
2373 uma visão mais harmoniosa e integrada da área e das possibilidades tecnológicas a ela
2374 associadas.
2385 Por sua vez, “Vida, Terra e Cosmos” foi proposta como uma articulação de duas das
2386 unidades temáticas do Ensino Fundamental:
2394 Dessa maneira, a unidade temática “Vida, Terra e Cosmos” pode ser desdobrada
2395 nas duas que lhe deram origem, “Vida e Evolução” e “Terra e Universo”, sem qualquer
2396 prejuízo na intencionalidade da proposta da BNCC do Ensino Médio, garantindo-se a
2397 continuidade e coerência entre o currículo de Ciências da Natureza dos Anos Finais do
2398 Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Essa vinculação mostrou uma necessidade para
2399 a organização do currículo e é reforçada no texto da BNCC ao apontar que isso implica, por
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2400 exemplo, considerar modelos mais abrangentes ao explorar algumas aplicações das reações
2401 nucleares, “a fim de explicar processos estelares, datações geológicas e a formação da matéria e
2402 da vida, ou ainda relacionar os ciclos biogeoquímicos ao metabolismo dos seres vivos, ao efeito
2403 estufa e às mudanças climáticas” (BRASIL, 2018, p. 549).
2405 Merecem destaque, ainda, três pressupostos que se articulam com as competências
2406 gerais: a contextualização social, histórica e cultural da Ciência e da Tecnologia (p. 549),
2407 os processos e as práticas de investigação (p. 550) e as linguagens específicas (p. 551),
2408 entendidas como parte do processo de letramento científico necessário a todo indivíduo
2409 (BRASIL, 2018, p. 549-551).
2417 A BNCC do Ensino Médio está organizada a partir de três competências específicas
2418 e 26 habilidades. Trata-se de um número de competências muito reduzido quando
2419 comparado ao das outras áreas do conhecimento dessa etapa da Educação Básica. Isso
2420 também acontece quando se faz a comparação com Ciências da Natureza no Ensino
2421 Fundamental, que foi organizada em oito competências específicas. A Competência
2422 Específica 1 de Ciências da Natureza na BNCC do Ensino Médio trata da análise de
2423 fenômenos naturais e processos tecnológicos, direcionando-os ao aperfeiçoamento de
2424 processos produtivos:
2438 transformações que podem ser descritas e interpretadas, o que deve permitir ao estudante
2439 aprimorar sua capacidade argumentativa e se posicionar de maneira ética e responsável.
2462 Entre as dez habilidades que se relacionam a essa terceira competência específica,
2463 predominam as ações investigativas e de análise crítica, denotando um nível de interação
2464 com os objetos de conhecimento de maior complexidade. Destacam-se os usos das
2465 tecnologias e metodologias, a fim de permitir ao estudante o enfrentamento de situações-
2466 problema a partir do referencial científico, inclusive no aspecto da apresentação,
2467 interpretação e divulgação de informações. As habilidades buscadas incluem a preparação
2468 dos jovens para debates entre diferentes pontos de vista, em particular no campo das
2469 questões sociocientíficas, políticas e econômicas e suas relações com os direitos
2470 individuais e coletivos, meio ambiente, biotecnologia e saúde.
2471 A partir das habilidades de cada uma das competências, foram desenvolvidos
2472 objetivos de aprendizagem, os quais deverão ser alcançados pelos componentes da área.
2473 Tais objetivos formam um contínuo com o currículo do Ensino Fundamental e sua ação é
2474 articulada por verbos de complexidade crescente, de maneira que um mesmo objetivo pode
2475 se repetir em diferentes unidades temáticas, segundo a Taxonomia Revisada de Bloom
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2477 Assim, um determinado tema tratado nos Anos Finais do Ensino Fundamental teve
2478 o grau de complexidade considerado para a definição dos objetivos de aprendizagem do
2479 Ensino Médio. Ou seja, se no 7º ano, o estudante teve que reconhecer uma situação e no
2480 8º teve que explicar, usaremos níveis de maior complexidade no Ensino Médio, como
2481 organizar na primeira unidade temática, comparar na segunda e interpretar na terceira.
2495
MATÉRIA E ENERGIA
Objetivos de aprendizagem
CN04FG Entender que os principais elementos químicos que compõem os seres vivos (CHONPS)
circulam na natureza e integram diferentes organismos por meio de processos metabólicos e
CN05FG Distinguir os níveis de organização dos seres vivos, identificando características das
moléculas orgânicas e inorgânicas, estruturas celulares, tecidos e sistemas que interagem de
forma harmônica para a manutenção da vida de um organismo.
CN06FG Reconhecer os diferentes tipos de radiação eletromagnética, suas fontes e seus efeitos
sobre os seres vivos e o meio ambiente, discutindo os efeitos benéficos das radiações
eletromagnéticas e exemplificando suas aplicações na medicina, indústria, agricultura e na
interpretação do registro geológico e arqueológico.
CN07FG Diferenciar entre sistemas abertos e fechados e suas implicações para a conservação
de energia.
CN08FG Analisar os biomas como fruto de interações entre fatores geográficos, climáticos e
biológicos, com flora e fauna características e grande importância ambiental, social e
biotecnológica.
CN09FG Avaliar criticamente ações humanas que geram poluição, lixo e degradação, prevendo
seus impactos, tanto na qualidade do ar quanto nos ecossistemas terrestres e aquáticos, e buscar
alternativas sustentáveis para essas ações.
2496
VIDA E EVOLUÇÃO
Objetivos de aprendizagem
CN14FG Analisar a atividade dos diferentes sistemas do organismo humano, associando seu
funcionamento regular ou irregular às interações entre suas partes e do organismo com fatores
do seu ambiente.
CN15FG Compreender que a homeostase do corpo humano pode ser auxiliada ou alterada por
relações com outros grupos taxonômicos de seres vivos, como vírus, bactérias, arqueas,
protozoários, algas, fungos, plantas e outros animais.
CN16FG Compreender que uma onda é uma oscilação que é função tanto do tempo como do
espaço, que a luz do Sol é uma composição de frequências visíveis e não visíveis, reconhecendo
que as cores que vemos dependem da frequência da luz incidente e que os fenômenos
ondulatórios estão intimamente relacionados com seu cotidiano.
CN21FG Compreender aspectos básicos de higiene, saneamento e saúde pública para avaliar
situações e promover intervenções relacionadas ao sanitarismo e à prevenção de doenças.
CN22FG Propor ações de educação pela saúde física e mental, em especial para os jovens, em
relação ao uso e abuso de substâncias psicoativas e práticas sexuais de risco.
CN23FG Calcular a solubilidade dos diferentes tipos de materiais, classificando-os por meio da
sua composição e concentração/diluição (g/L, mol/L e porcentagem em massa e volume e suas
conversões).
CN24FG Discutir o impacto dos poluentes e implicações sociais no tratamento dos resíduos
químicos.
CN27FG Compreender que o ser humano e os demais seres vivos são frutos de uma complexa
rede de interações ecológicas, interdependentes por processos alimentares, cooperativos,
competitivos e parasitários.
CN29FG Reconhecer os ácidos de Arrhenius (HCl, HNO3, HNO2, H2CO3, H2SO4 e H2SO3),
classificá-los quanto ao grau de ionização, ao número de hidrogênios ionizáveis e presença de
oxigênio e nomeá-los de acordo com as regras da IUPAC.
CN31FG Formular as reações de neutralização total e parcial entre ácidos e bases de Arrhenius,
identificando como produtos a formação de sais (neutros, ácidos ou básicos) e água.
CN35FG Relacionar os efeitos atmosféricos causados por compostos químicos (CO2, SO2, SO3,
NOx e CFC) com as interferências ambientais como efeito estufa, chuva ácida e depleção da
camada de ozônio.
2497
TERRA E UNIVERSO
Objetivos de aprendizagem
CN36FG Demonstrar domínio do método científico e ser capaz de realizar pesquisas em fontes
diretas, técnicas ou de divulgação científica, aplicar métodos de controle experimental e elaborar
texto de divulgação nos padrões técnico-científicos.
CN37FG Utilizar evidências científicas sobre as características fundamentais comuns dos seres
vivos, seus níveis de organização e suas interações com o ambiente para respaldar argumentos
CN39FG Entender como ocorre a transmissão das características hereditárias ao longo das
gerações e reconhecer argumentos que permitam um posicionamento crítico diante das
aplicações atuais da genética molecular.
CN40FG Compreender que existem diferentes teorias para a origem e evolução da vida, e que a
comunidade científica já refutou a abiogênese.
CN43FG Reconhecer que a comparação do DNA dos seres humanos demonstrou que todos
pertencemos a uma mesma espécie, Homo sapiens, originária da África, com história evolutiva
comum, resultado de processos evolutivos similares aos dos demais seres vivos.
CN50FG Designar a nomenclatura oficial da IUPAC dos álcoois, cetonas, ácidos carboxílicos, éter
e aminas.
CN54FG Discutir o uso dos plásticos em nosso dia a dia, utilizando campos temáticos, tais como
poluição, reciclagem, armazenamento e incineração.
2498
2499 Referências
2505 BRANCO, Alessandra Batista de Godoi; BRANCO, Emerson Pereira; IWASSE, Lilian
2506 Fávaro Alegrâncio; NAGASHIMA, Lucila Akiko. Alfabetização e letramento científico na
2507 BNCC e os desafios para uma educação científica e tecnológica. Revista Valore, v. 3
2508 (Edição Especial), p. 702-713, 2018.
2512 FERRAZ, Ana Paula do Carmo Marcheti; BELHOT, Renato Vairo. Taxonomia de Bloom:
2513 revisão teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição de objetivos
2514 instrucionais. Gest. Prod., v. 17, n. 2, p. 421-431, 2010.
2520 Médio: fundamentos para uma proposta de inserção. In, SANTOS, Fernanda Marsaro;
2521 PINA, Kleber Vieira (Organizadores). A Escola Pública de que precisamos: novas
2522 perspectivas para estudantes e professores. Jundiaí, SP: Paco Editorial, pp. 193-216. 2018.
2523 KUHN, Thomas S. A estrutura das Revoluções Científicas, 8ª edição. São Paulo:
2524 Perspectiva, 2003.
2529 MARCONDES, Maria Eunice Ribeiro. As Ciências da Natureza nas 1ª e 2ª versões da Base
2530 Nacional Comum Curricular. Estudos Avançados. n. 32, v. 94, p. 269-284. 2018.
2531 MAYR, E. Biologia, ciência única: reflexões sobre a autonomia de uma disciplina
2532 científica. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
2533 SANTOS, Milton. Sociedade e espaço: a formação social como teoria e como método.
2534 Boletim Paulista de Geografia. São Paulo: AGB, p. 81-99, 1977.
2535 SILVA, Paulo Fraga. Ensino de bioética no ensino médio – reflexões e desafios para a
2536 formação de professores de ciências e biologia. Revista Brasileira de Bioética, v. 6, n. 1-
2537 4, p. 98-114, 2010.
2538 SESSARON, Lúcia Helena; CARVALHO, Anna Maria Pessoa. Alfabetização Científica: uma
2539 revisão bibliográfica. Investigações em Ensino de Ciências, v. 16, n. 1, p. 59-77, 2011.
2540 Disponível em < https://www.if.ufrgs.br/cref/ojs/index.php/ienci/article/view/246>, Acesso 29
2541 jul. 2020.
2542
2582 juízos universais que permitem a compreensão dessa realidade em todas as suas
2583 dimensões” (GASPARIN, 2005: p.7).
2584
2585 Um olhar uno e múltiplo nas Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
2586 Em uma perspectiva pedagógica das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, as
2587 aprendizagens essenciais não podem jamais ser tomadas como mínimas, tampouco
2588 simples, pois são perpassadas por inúmeras relações e dimensões, as quais
2589 frequentemente demandam dos professores da área uma postura não apenas atenta e
2590 crítica mas, também, construtiva. Frequentemente, é preciso trabalhar com os estudantes
2591 como as coisas se tornaram o que são e que, nessa mesma lógica, sempre podem se
2592 transformar e vir a ser diferentes. Essa perspectiva, portanto,
2593 [...] perpassa todo o trabalho docente-discente, estruturando e
2594 desenvolvendo o processo de construção do conhecimento escolar, tanto
2595 no que se refere à nova forma do professor estudar e preparar os
2596 conteúdos e elaborar e executar seu projeto de ensino, como às
2597 respectivas ações dos alunos. A nova metodologia de ensino-
2598 aprendizagem expressa a totalidade do processo pedagógico, dando-lhe
2599 centro e direção na construção e reconstrução do conhecimento. Ela dá
2600 unidade a todos os elementos que compõem o processo educativo escolar
2601 (GASPARIN, 2005: p.5).
2602 A partir dessa lógica, as aprendizagens essenciais da área de Ciências Humanas e
2603 Sociais Aplicadas estão reunidas em três unidades temáticas, por meio das quais o trabalho
2604 docente atento, crítico e construtivo deve se nortear a fim de produzir a mediação
2605 pedagógica junto aos estudantes e desenvolver os passos necessários para ultrapassar o
2606 senso comum particular e chegar a conceitos rigorosos. São elas:
2607 I. Ser Humano, Conhecimento e Cultura - Destinada à apresentação e à
2608 compreensão dos seres humanos em suas relações consigo mesmos e com os
2609 outros enquanto indivíduos que, mesmo sendo partes da natureza, constituem seres
2610 organizados em sociedades e perpassam o comportamento estático, relacionando-
2611 se simbolicamente com o mundo. Pretende-se o aprofundamento dos fundamentos
2612 teórico-metodológicos das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas como área do
2613 conhecimento e, também, de como os diferentes componentes curriculares podem
2614 dialogar e contribuir para a constituição formativa do estudante, de modo integral,
2615 complexo, reflexivo e propositivo.
2616 II. Natureza, Trabalho e Tecnologia - Por meio da intersecção dos diferentes
2617 elementos constituintes das práticas produtivas e de consumo, o foco desta unidade
2618 consiste na problematização e na compreensão das interrelações e associações
2619 entre os recursos naturais e os diferentes contextos políticos e econômicos. Esses
2620 recortes sociais, históricos, geográficos e filosóficos também são entremeados pelos
2621 avanços de técnicas e tecnologias, pela desigualdade social, pela insustentabilidade
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2700 Tal como apontado por Gasparin (2005), a postura que necessária ao trabalho
2701 pedagógico na sala de aula - a qual precisa permear as três unidades temáticas da
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2702 Formação Geral Básica - deve partir da prática social dos estudantes pois esta, desde as
2703 perspectivas dialética e complexa, relaciona-se à totalidade de como os homens se
2704 compreendem e se organizam para produzir, reproduzir e conduzir suas vidas. Nessa
2705 postura, a realidade deve ser considerada para além de simples combinação de diversos
2706 elementos que estão interligados, suscitando procedimentos e ações que necessitam de
2707 atenção para “[...] detectar que questões precisam ser resolvidas no âmbito da prática social
2708 e, em consequência, quais conhecimentos serão necessários dominar” (SAVIANI 2000, p.
2709 80).
2710 A tomada de ação da prática pedagógica considera a apropriação dos instrumentos
2711 culturais eficientes para a compreensão dos fenômenos postos em questão, que não se
2712 mostram simples e, consequentemente, alargam a complexidade e aprovisionam novas
2713 respostas aos problemas colocados. A partir desse contexto, o processo educativo realiza
2714 a mediação da análise, a passagem da síncrese à síntese; dessa maneira, é manifesta nos
2715 estudantes a capacidade de expressar outras compreensões dos objetos anteriormente
2716 dados – estágio culminante do processo educativo, quando o estudante apreende o
2717 fenômeno com maior profundidade.
2718 A partir desses estágios, o estudante problematiza a prática social e evolui, tendo
2719 compreensão melhorada dos fenômenos em sua totalidade, podendo posicionar-se de
2720 forma concreta. Assim, desde o diagnóstico inicial até o feedback para os estudantes,
2721 incluindo o planejamento didático, as ações pedagógicas e os processos avaliativos, em
2722 cada unidade temática, é preciso apresentar “conteúdos [que] sejam integrados e aplicados
2723 teórica e praticamente no dia-a-dia do educando [...]. Essa nova postura implica trabalhar
2724 os conteúdos de forma contextualizada em todas as áreas do conhecimento” (GASPARIN,
2725 2005: p.2). Dessa forma, propõe-se um processo educativo que busque fortalecer o
2726 trabalho coletivo e plural na escola, bem como que possibilite a compreensão, a reflexão
2727 crítica e a intervenção na realidade, formando autores conscientes de suas relações sociais.
2728 Todavia, além da postura pedagógico-crítica, considera-se necessário associar uma
2729 outra, pós-crítica, que busca precisamente compreender e caracterizar as Ciências
2730 Humanas e Sociais Aplicadas enquanto espaço de articulações. Essa postura abre-se
2731 para o contingente e o indeterminado, enfim, para as incertezas que nenhum ponto de vista
2732 disciplinar consegue abarcar completamente. Trata-se de uma atitude de reconhecimento
2733 da incompletude de cada componente curricular e, ao mesmo tempo, de procurar contribuir
2734 para conectar as redes de saberes que possibilitam expandir a formação dos estudantes.
2735 Nessa perspectiva, a singularidade do componente curricular de Filosofia se
2736 apresenta como forma de pensamento organizado que dá ao estudante oportunidade de
2737 desenvolver um pensamento crítico de forma conceitual. A Filosofia se depara com os fatos
2738 dados, explora o que já se passou e enseja o que ainda virá. O mundo dado, desde as
2739 sociedades antigas até as atuais, sempre traz desafios e exige análise hermenêutica,
2740 semiótica e estética da Natureza e do Ser. A disciplina pretende articular e movimentar os
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2741 conhecimentos e as hipóteses sobre o mundo e suas transformações por meio do próprio
2742 pensamento, identificando e formulando problemas. Nesse contexto, a Filosofia é
2743 problematizadora, ajuda a aparar as arestas do conhecimento e propõe respostas que, por
2744 sua vez, podem levar a outras questões, alargando a consciência que o homem tem de si
2745 e do mundo.
2746 A Filosofia cria uma ponte entre a discussão em sala de aula e a vida cotidiana por
2747 apresentar uma identidade questionadora e propositiva. Uma das propostas desse
2748 componente é ultrapassar as fronteiras teóricas dos conteúdos para se tornar prática social
2749 dos estudantes. Nessa esteira, a professora Marilena Chauí (2010, p.3) ressalta que “dos
2750 primórdios do homo sapiens até as primeiras organizações humanas, cada atitude
2751 individual ou coletiva, cada fenômeno físico ou avanço técnico, cada nova percepção dos
2752 meandros da alma humana foi entremeada por ações passíveis de análise filosófica”.
2753 A transversalidade da Filosofia ajuda no desenvolvimento de uma proposta de
2754 ensino mais inclusiva e interdisciplinar. Assim sendo, a prática dessa disciplina contribui
2755 com a formação de futuros cidadãos críticos e participativos. Buscar um diálogo entre as
2756 teorias filosóficas e a prática social dos estudantes do Ensino Médio se apresenta como
2757 uma tarefa desafiadora. Uma ferramenta de auxílio para esse desafio, ultrapassando a
2758 apresentação de seus conteúdos, é a disposição da disciplina em se comunicar com os
2759 outros componentes curriculares, dando ao estudante habilidades para compreender as
2760 interligações conceituais e temporais entre as ciências. Todavia, não se trata somente de
2761 a Filosofia estar a serviço ou em função das outras disciplinas, visto que o ambiente de
2762 exercício desse componente curricular é um espaço de articulação de conhecimentos. Em
2763 outras palavras, a Filosofia busca pensar e repensar os conceitos e seus desdobramentos,
2764 de forma autônoma e crítica, a fim de valorizar e construir um conhecimento da alteridade,
2765 ou seja, considerar outras possibilidades para além das diversidades postas.
2766 Por sua vez, o espaço geográfico é formado pela tessitura concreta e abstrata que
2767 o ser humano nele estabelece, significa, modifica e recria, de forma constante, histórica,
2768 cultural e dialética. “Geo-grafar” é, dessa maneira, dar ao mundo a marca de uma
2769 sociedade, um indivíduo, passível de uma constatação analítica em recortes situacionais,
2770 temporais e espacialmente definidos para com a Geografia escolar e os novos horizontes
2771 nos campos ambiental e sustentável, superando as dicotomias epistemológicas entre as
2772 áreas Física e Humana da ciência geográfica. Diante disso, para que seja possível a leitura
2773 dessa grafia, é preciso considerá-la em sua multíplice composição por imensuráveis
2774 singularidades, alicerçando os desafios para além de seus limites como componente
2775 curricular (CAVALCANTI, 2010; MOREIRA, 2008; SANTOMÉ, 1998; STRAFORINI, 2018).
2776 A Geografia escolar tem, desse modo, a finalidade de possibilitar que o estudante
2777 adquira os instrumentos cognitivos, reflexivos, experienciais e de contextualização para
2778 compreender as diferentes escalas do espaço geográfico, como indivíduo ou sociedade,
2779 desde a sua comunidade local, regional e global. Por meio da compreensão do elo
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2857 educar, e colabora, junto aos demais componentes da área, para a formação de jovens que
2858 se afirmam como seres que pensam, tomam atitudes e transformam a sua vida e o mundo
2859 que os cerca.
2860 Espera-se que os professores da área possam construir um sentido partilhado por
2861 meio dos objetivos de aprendizagem propostos (aquilo que se considera essencial
2862 aprender), de modo a contribuírem com seus pontos de vista durante o processo de
2863 elaboração e consolidação dos objetos de conhecimento. Ao mesmo tempo, busca-se, para
2864 além de evidenciar como cada componente curricular pode contribuir para a superação das
2865 divisas, acentuar a perspectiva do encontro com o diverso, qual seja, da área enquanto
2866 espaço para articulações de singularidades.
2867 Ao considerar as multiplicidades e polivalências das aprendizagens, reconhece-se
2868 a complexidade inerente à prática pedagógica, a qual demanda a abertura às contingências
2869 e heterogeneidades, uma autocrítica permanente, bem como o fortalecimento da
2870 reflexividade dos docentes da área (MIGLIEVICH-RIBEIRO, 2020). Nesse sentido, torna-
2871 se premente uma formação inicial e continuada que proponha aos professores, atuais e
2872 futuros, os movimentos de desterritorializar e reterritorializar intencionalmente os saberes,
2873 as habilidades, as atitudes e os valores das disciplinas como um exercício habitual e
2874 coletivo na construção dos objetos de conhecimento dentro de cada unidade temática do
2875 currículo. Essa construção deve ter em conta a pluralidade de epistemologias disponíveis
2876 aos docentes das Ciências Humanas e as objetividades e as subjetividades nômades
2877 presentes, também virtualmente, na relação professor-estudante.
2878 Consequentemente, o que se almeja é que os professores ultrapassem as “linhas
2879 modelares” que estabilizam os objetos de conhecimento a partir de enquadramentos
2880 determinados, para percorrerem as “linhas de fuga” destes objetos - onde ocorrem os
2881 microdevires que os flexibilizam, desviam ou desestabilizam (DELEUZE, 2000) -, as quais
2882 podem, dessa maneira, apontar para a diversidade da rede de saberes e para a
2883 multiplicidade de percursos possíveis aos estudantes no Itinerário Formativo de Ciências
2884 Humanas e Sociais Aplicadas.
CHSA12FG Compreender a importância e os desdobramentos das práticas sociais, bem como seu
papel na produção, significação e ressignificação dos discursos e valores históricos, filosóficos,
geográficos e sociológicos.
CHSA18FG Analisar a cultura material e imaterial dos grupos humanos para a compreensão da
construção de identidades em seu processo de formação e desenvolvimento histórico e geográfico.
CHSA24FG Identificar ações individuais e coletivas que promovam uma sociedade com justiça
social e respeito à diversidade, à identidade e à diferença.
CHSA25FG Comparar as diferentes visões de mundo, urbanas e rurais, em suas interseções entre
os aspectos simbólicos e concretos de construção das identidades socioculturais.
CHSA26FG Reconhecer os significados de território, fronteira e vazio espacial, bem como sua
influência geopolítica em diferentes contextos e escalas, no âmbito geográfico, sociocultural e
histórico.
2886
NATUREZA, TRABALHO E TECNOLOGIA
Objetivos de aprendizagem
CHSA28FG Compreender as características do modo de produção industrial, em suas diferentes
manifestações político-ideológicas, considerando as crises inerentes aos processos de produção,
circulação e consumo, bem como seus modos de reagir e aperfeiçoar-se.
CHSA38FG Propor ações que promovam sustentabilidade, saúde coletiva, segurança alimentar,
cidadania ambiental e protagonismo social na transformação de valores e práticas em relação ao
meio ambiente.
CHSA41FG Comparar modelos produtivos e usos de recursos naturais, em escala local, regional,
nacional e global, observando as especificidades culturais e suas relações com os modos de
produção e consumo.
CHSA50FG Entender as formas de linguagens, por meio das tecnologias de interação social e
seus desdobramentos nas formas de pensamento e sociabilidade, na construção do indivíduo e da
sociedade contemporâneos.
CHSA52FG Discutir a genealogia das várias vertentes do conhecimento a partir das quais o sujeito
constrói a realidade material e propõe outra imaterial.
2887
POLÍTICA, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS
Objetivos de aprendizagem
CHSA53FG Reconhecer as formas de organização das relações de poder e resistência, em micro
e macro escala, nas diferentes sociedades ao longo da história.
CHSA56FG Debater o papel dos organismos, blocos e acordos internacionais nas relações
geopolíticas e financeiras mundiais e suas implicações territoriais, sociais, históricas e culturais
para as populações locais e para os diferentes países.
CHSA57FG Examinar o papel geopolítico dos diferentes agentes sociais nos conflitos étnicos e
territoriais nacionais e internacionais no contexto global contemporâneo.
CHSA65FG Discutir os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos e suas relações
com os contextos local, nacional e internacional.
CHSA66FG Compreender os Direitos Humanos a partir das lutas cotidianas pela dignidade
humana, inscritas nas práticas sociais, históricas e geográficas de indivíduos e coletividades.
CHSA68FG Compreender as conquistas democráticas a partir dos conflitos sociais e das lutas
populares, em contextos históricos e geográficos distintos, bem como as possibilidades de uma
atuação social consciente e protagonista.
2888
2889 Referências
2890 ANTISERI, Dario; REALE, Giovanni. Filosofia - Idade Contemporânea. Vol. 3. São Paulo:
2891 Editora Paulus, 2018.
2892 BARROS, José D'Assunção. Sobre a noção de Paradigma e seu uso nas Ciências
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2894 444, 2010.
2895 BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós-modernidade. Trad. Mauro Gama, Cláudia
2896 Martinelli Gama. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998.
2897 BERNSTEIN, Basil. A estruturação do discurso pedagógico: classe, código, controle.
2898 Petrópolis: Vozes, 1996.
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2901 BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: Ensino Médio. Brasília. MEC/Secretaria de
2902 Educação Básica, 2018a.
2903 ______. Resolução Nº 3. Brasília, 21 de Novembro de 2018. Atualiza as Diretrizes
2904 Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. 2018b.
2905 ______. Portaria Nº 1.432. Brasília, 28 de dezembro de 2018. Estabelece os referenciais
2906 para elaboração dos itinerários formativos conforme preveem as Diretrizes Nacionais do
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2908 BRUNETTA, A. A. (Org.) ; BODART, Cristiano (Org.) ; CIGALES, M. P. (Org.) . Dicionário
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2998
2999
3010 As alterações nas DCNEM e na LDB, bem como a publicação da BNCC para o
3011 Ensino Médio e dos referenciais para a elaboração dos Itinerários Formativos, promoveram
3012 mudanças na última etapa da Educação Básica, na qual o currículo passa a ser composto
3013 por duas partes indissociáveis:
3026 Segundo o art. 5º das DCNEM, o Ensino Médio será orientado pela diversificação
3027 da oferta, de forma a possibilitar aos estudantes múltiplas trajetórias e a articulação dos
3028 saberes com o contexto histórico, econômico, social, científico, ambiental, cultural, local e
3029 do mundo do trabalho, em todas as suas modalidades e formas de organização e oferta,
3030 além de ser orientado pelos princípios gerais estabelecidos para a educação nacional no
3031 art. 206 da Constituição Federal e no art. 3º da LDB.
3032 Em vista disso, é possível observar que os Itinerários Formativos constituem a parte
3033 flexível do currículo do Ensino Médio, a partir dos quais os estudantes poderão, de forma
3034 orientada, escolher, a cada período letivo, um conjunto de unidades curriculares conforme
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3035 seus interesses, suas necessidades pedagógicas, suas aptidões e seus objetivos, para a
3036 ampliação das aprendizagens nas áreas do conhecimento e/ou na Educação Profissional
3037 Técnica, a fim de garantir a apropriação dos temas transversais e o uso de metodologias
3038 que favoreçam o protagonismo estudantil, a resolução de demandas complexas da vida
3039 cotidiana e o exercício da cidadania.
3040 Os Itinerários Formativos devem estar articulados com a Formação Geral Básica,
3041 fomentando, em conjunto, estratégias pedagógicas que promovam a análise, a reflexão
3042 crítica e a problematização, conectando experiências educativas com a realidade do
3043 estudante, estimulando a capacidade de aprender a aprender, por meio da leitura, da
3044 produção escrita e da articulação entre teoria e prática. Tais itinerários devem ,também,
3045 estimular o convívio e o acolhimento à diversidade, de maneira a promover a formação
3046 pessoal, profissional e cidadã.
3055 De acordo com o art. 12 das DCNEM, a partir das áreas do conhecimento e da
3056 formação técnica e profissional, os Itinerários Formativos devem ser organizados seguindo
3057 o contexto local e as possibilidades de oferta da unidade escolar, considerando:
3099 A oferta dos Itinerários Formativos deve estar ainda em consonância com as metas
3100 e estratégias do Plano Distrital de Educação (PDE) e com outras políticas educacionais
3101 instituídas no Distrito Federal.
3119
3120
3121
3122 Cada eixo estruturante dos Itinerários Formativos traz intencionalidades
3123 pedagógicas próprias e integradas aos demais.
3153
3154 Formas de Ofertas dos Itinerários Formativos
3167 A nova organização curricular do Ensino Médio, composta pela Formação Geral
3168 Básica e pelos Itinerários Formativos, deve permitir a cada estudante dirigir suas
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3169 aprendizagens em diferentes ritmos, dentro dos arranjos escolhidos. Assim, por meio de
3170 avaliações formativas, as unidades curriculares devem proporcionar aos estudantes
3171 situações de reflexão, orientação, aprofundamento das aprendizagens e, conforme a
3172 necessidade, o acompanhamento das aprendizagens.
3178
3179
3180 A complexidade dos Itinerários Formativos e o fato de serem tipos de oferta inéditos
3181 exigem uma articulação própria. Assim, o Projeto de Vida, as eletivas orientadas e as trilhas
3182 de aprendizagem serão detalhadas por meio de documentos próprios. Dessa forma,
3183 garante-se ao Currículo, como um todo, uma estrutura permanente e desenvolvem-se, em
3184 documentos complementares, aspectos curriculares que exigem maior flexibilidade e
3185 atualização periódica.
3187 Os jovens do Ensino Médio vivenciam transições que tornam essa etapa escolar
3188 especialmente crítica para eles. Nesse momento da vida, em que estão definindo a sua,
3189 precisam estabelecer uma identidade e desejam fazer alguma diferença no mundo, é
3190 necessário proporcionar-lhes situações de reflexão sobre seus projetos de vida, de forma a
3191 abrir-lhes novas perspectivas de formação, a fim de torná-la integral de maneira concreta.
3226 A reflexão sobre o próprio projeto de vida possibilita aos estudantes encontrarem
3227 um propósito para os estudos no Ensino Médio e construirem seu percurso para a vida
3228 adulta. Nesse sentido, é importante a orientação profissional e socioemocional dos
3229 estudantes, para que eles desenvolvam o processo de autoconhecimento. Não se pretende
3230 definir a profissão ou a área de formação precocemente, mas sim, iniciar essa reflexão,
3231 para que, no momento necessário, a tomada dessa decisão seja mais acertada.
3241 A unidade curricular abre espaço para que sejam realizadas diversas estratégias de
3242 orientação para o prosseguimento dos estudos após a conclusão do Ensino Médio, tendo
3243 como exemplos:
3248 A unidade curricular Projeto de Vida será ofertada a todos os estudantes e ao longo
3249 de todo o Ensino Médio. Assim, o estudante será constantemente orientado a elaborar e
3250 rever seu plano de curso, o que possibilitará mais autonomia, protagonismo e
3251 responsabilidade em suas escolhas.
3253 As Eletivas Orientadas são unidades curriculares de duração semestral, com carga
3254 horária definida conforme a intencionalidade pedagógica, nas quais os estudantes serão
3255 matriculados de acordo com suas escolhas, porém de maneira orientada.
3256 Essas unidades serão disponibilizadas aos estudantes ao longo de todo o Ensino
3257 Médio, a partir de um catálogo construído pelas unidades escolares e aprovado pela
3258 SEEDF, possibilitando a utilização de diversas estratégias pedagógicas, respeitando o
3259 interesse dos estudantes, assim como a autonomia da unidade escolar, segundo sua
3260 capacidade de oferta.
3280 O estudante indicará as unidades Eletivas Orientadas que pretende cursar, as quais
3281 poderão ser ofertadas no formato de projetos, oficinas, clubes, monitorias, núcleo de
3282 estudos, incubadoras, estágios, entre outras. As unidades Eletivas Orientadas poderão
3283 trabalhar os mais diversos tipos de temáticas, como aquelas destinadas à cultura, ao
3284 esporte, à tecnologia, à interdisciplinaridade, às práticas interventivas, voluntárias, sociais,
3285 científicas e, até mesmo, olimpíadas do conhecimento.
3287 As Trilhas de Aprendizagem são compostas por uma sequência de quatro unidades
3288 curriculares e possuem a duração total de quatro semestres, cursadas a partir do terceiro,
3289 que possibilitarão o aprofundamento progressivo das aprendizagens em uma área do
3292 Assim como nas unidades Eletivas Orientadas, as Trilhas de Aprendizagens podem
3293 utilizar diversas estratégias pedagógicas (oficinas, projetos, práticas, núcleos de estudo).
3294 No entanto, necessariamente, cada unidade deve ser focada em um eixo estruturante, de
3295 modo que, ao final do Ensino Médio, o estudante tenha percorrido os quatro eixos.
3302 As trilhas são de livre escolha do estudante, mas ele deverá se matricular em ao
3303 menos uma delas, no 3º semestre, consoante seu planejamento de estudos. Ele poderá
3304 percorrer mais de uma trilha de aprendizagem concomitantemente, desde que haja
3305 disponibilidade de carga horária. Poderá, ainda, mudar de trilha até o 4º semestre, visto que
3306 todas as trilhas, das áreas de conhecimento, oferecidas na unidade escolar, percorrerão os
3307 quatro Eixos Estruturantes e sempre na mesma sequência:
3312
3315
3316 Fonte: GPPEM/DIEM/SUBEB
3317
3318 A fixação de uma sequência para os eixos permite que eles estruturem os Itinerários
3319 Formativos de maneira que um estudante possa migrar de uma Trilha para outra ou
3320 transferir-se de escola sem que sofra prejuízos de continuidade pedagógica. Ao estabelecer
3321 objetivos pedagógicos comuns para cada eixo e organizá-los em uma sequência única,
3322 garante-se ao estudante o aproveitamento das atividades cursadas anteriormente. Isso
3323 reforça a necessidade de articulação para a oferta de Trilhas de Aprendizagem dentro de
3324 uma mesma unidade escolar e a observação das orientações desse Currículo.
3336
PROCESSOS CRIATIVOS
Objetivos de aprendizagem
IFG04 Compreender a relevância do diálogo qualificado para a solução de conflitos
socioambientais e construção de alternativas democráticas que valorizem as identidades, as
diversidades e os direitos humanos.
IFG05 Aplicar a criatividade, o conhecimento cientìfico e a capacidade de argumentação para
promover o respeito à dignidade humana e buscar soluções consensuadas na defesa da
diversidade, no combate ao preconceito e para construção da cultura da paz.
IFG06 Criar e desenvolver propostas materiais e imateriais para o fortalecimento do diálogo, da
solidariedade, do respeito aos valores humanos no fortalecimento da diversidade sociocultural e
ambiental.
3337
MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO SOCIOCULTURAL
Objetivos de aprendizagem
IFG07 Compreender a relevância do diálogo qualificado para a solução de conflitos
socioambientais e construção de alternativas democráticas que valorizem as identidades, as
diversidades e os direitos humanos.
IFG08 Aplicar a criatividade, o conhecimento cientìfico e a capacidade de argumentação para
promover o respeito à dignidade humana e buscar soluções consensuadas na defesa da
diversidade, no combate ao preconceito e para construção da cultura da paz.
IFG09 Criar e desenvolver propostas materiais e imateriais para o fortalecimento do diálogo, da
solidariedade, do respeito aos valores humanos no fortalecimento da diversidade sociocultural e
ambiental.
3338
EMPREENDEDORISMO
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Objetivos de aprendizagem
IFG010 Compreender a ação empreendedora como um campo de aplicação do conhecimentos
teóricos e práticos, de criatividade e de diálogo para o desenvolvimento da confiança, da
proatividade e do autoconhecimento.
IFG011 Aplicar o autoconhecimento, o planejamento e a organização para fortalecer a empatia, o
espírito de colaboração e a integração da vida escolar ao mundo do trabalho.
IFG012 Planejar e desenvolver o seu projeto de vida, valorizando a diversidade de saberes e as
vivências culturais para a tomada de decisões com escolhas alinhadas ao exercício da cidadania,
durante e além do período escolar.
3339
3340 Referências
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3348 Educação Básica no Distrito Federal. Codeplan. Dez/13.
3353 BRASIL. Emenda Constitucional nº 95, de 15 de dezembro de 2016. Altera o ato das
3354 disposições constitucionais transitórias para instituir o Novo Regime Fiscal, e dá outras
3355 providências. Presidência da República, Casa Civil. 2016a.
3356 BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Plano
3357 Nacional de Educação PNE 2014-2024: Linha de Base – Brasília, DF: Inep, 2015.
3372 DISTRITO FEDERAL. Lei nº 5.499, de 14 de julho de 2015. Aprova o Plano Distrital de
3373 Educação – PDE e dá outras providências. 2015.
3374 DISTRITO FEDERAL. Lei n° 5.105, de 03 de maio de 2013. Plano de Carreira do Magistério
3375 Público do Distrito Federal.
3382 FICHTNER, Bernd. Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) como prática cultural
3383 de adolescentes e jovens: uma perspectiva filosófica e epistemológica. In: SOUSA, Carlos
3384 Angelo de Menezes (Org.) et al. Juventude e Tecnologias: Sociabilidades e
3385 Aprendizagens. Brasília: Liber Livro, 2015.
3386 HARGREAVES, Andy et al. Aprendendo a Mudar: o ensino para além dos conteúdos e da
3387 padronização. Porto Alegre: Artmed, 2002
3388 SIMÕES, George Amilton Melo; DARTORA, Luciano; DEUS, Luís Paulo Aguiar. Análise
3389 dos modelos de reorganização do tempo-espaço escolar para o Ensino Médio e da
3390 Semestralidade no Distrito Federal. ComCenso Cadernos RCC#11, v. 4, n. 4, p. 157-165.
3391 2017.
3392 WELLER, Wivian. Jovens no Ensino Médio: Projetos de Vida e Perspectivas de Futuro. In:
3393 DAYRELL, Juarez; CARRANO, Paulo; MAIA, Carla Linhares (Orgs.). Juventude e Ensino
3394 Médio: sujeitos e currículos em diálogo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014. p.135-154.
3395
3396 Leituras recomendadas:
3400 HERNANDEZ, F. Cultura Visual. Mudança educativa e projeto de trabalho. Porto Alegre.
3401 Artmed, 2000.
3412 SILVA, K. C. Educação para a Carreira e Projeto de Vida: confluência das representações
3413 sociais e do habitus estudantil. 2019. 112 f. Dissertação (Mestrado em Educação) –
3414 Faculdade de Educação, Universidade de Brasília, 2019. Disponível em:
3415 <http://repositorio.unb.br/handle/10482/35609>. Acesso em: 20 nov. 2019.
3416 VILLAS BOAS, B.M de F. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico. Campinas, SP:
3417 Papirus, 2006.
3418
3419
3427 Uma das finalidades atribuídas ao Ensino Médio é propiciar ao jovem uma formação
3428 humana, ética, estética e sustentável, a partir da promoção da autonomia intelectual e do
3429 pensamento crítico, a fim de prepará-lo tanto para o mundo do trabalho quanto para o
3430 desenvolvimento de competências referentes à continuidade de seu aprendizado (LDB,
3431 1996).
3432 Para o alcance de tais objetivos, além da Formação Geral Básica, deve ser ofertado
3433 um percurso flexível que procure atender às necessidades e expectativas dos estudantes,
3434 fortalecendo seu interesse, engajamento e protagonismo, tencionando garantir sua
3435 permanência e aprendizagem na escola. Também deve ser assegurado o desenvolvimento
3436 de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores capazes de formar as novas gerações
3437 para lidar com desafios pessoais, profissionais, sociais, culturais e ambientais do presente
3438 e do futuro, considerando a intensidade e velocidade das transformações que marcam as
3439 sociedades contemporâneas.
3472 Tendo como base os eixos estruturantes dos Itinerários Formativos, é premente
3473 buscar o entendimento de como este percurso apresentado ao estudante, circunspecto em
3474 uma sociedade cada vez mais dinâmica e conectada, possibilitará um aprofundamento dos
3475 conhecimentos apreendidos na Formação Geral Básica e, consequentemente, permitirá a
3476 produção de saberes destinados à intervenção socioeconômica e ao empreendedorismo
3477 próprios de uma comunidade integrada. Nessa esteira de formação, as Linguagens
3478 possuem papel eminente, posto que integralizam o estudante como um ser plural e
3479 consciente de seu papel social.
INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
Objetivos de aprendizagem
LGG02IF Utilizar informações acerca da língua pátria e/ou de língua estrangeira, abrangendo as
respectivas produções literárias, artísticas e corporais, bem como a multiplicidade de
manifestações sociais que emergem de grupos culturais diversos, a fim de elaborar argumentos
3516
PROCESSOS CRIATIVOS
Objetivos de aprendizagem
3517
Objetivos de aprendizagem
LGG07IF Interpretar desafios socioculturais e ambientais cuja superação possa ocorrer por meio
de intervenções centradas em práticas que valorizem a diversidade de manifestações culturais e
sociais; delineando soluções capazes de contribuir com a qualidade de vida da comunidade e a
preservação do meio ambiente.
LGG08IF Organizar repertório individual sobre as diversas linguagens, por meio de estratégias
de mediação e intervenção sobre questões de ordem sociocultural, aprimorando as relações da
vida em sociedade, as possibilidades de fruição cultural coletiva e o respeito à diversidade e ao
meio ambiente.
3518
EMPREENDEDORISMO
Objetivos de aprendizagem
LGG10IF Entender de que forma o repertório pessoal acerca das diversas linguagens pode
contribuir com a materialização de projetos de interesse individual e/ou coletivo, desenvolvendo
estratégias éticas e sustentáveis para concretizá-los.
LGG11IF Organizar repertório pessoal acerca das diversas linguagens, favorecendo a escolha de
conhecimentos que contribuam para o planejamento de iniciativas e/ou empreendimentos de
interesse individual e/ou coletivo; fomentando a participação juvenil e a iniciativa empreendedora.
3519
3520 Referências
3526
3527
3640 instruir os alunos e exercitá-los no uso desse conhecimento” (GUILFORD, 1979 apud
3641 ALENCAR; FLEITH, 2003, p.31).
3642 Mais especificamente na área de Matemática, a criatividade ainda é um campo em
3643 ascensão no Brasil. Assim como não há um consenso para o conceito, o mesmo ocorre
3644 com a criatividade em Matemática. Todavia, há trabalhos que já apresentam uma definição
3645 para o termo. Gontijo (2007), por exemplo, após amplo estudo em trabalhos acerca do tema,
3646 definiu a criatividade em Matemática como
3647 a capacidade de apresentar inúmeras possibilidades de soluções
3648 apropriadas para uma situação-problema, de modo que estas
3649 focalizem aspectos distintos do problema e/ou formas diferenciadas
3650 de solucioná-lo, especialmente formas incomuns (originalidade)
3651 tanto em situações que requeiram a resolução e elaboração de
3652 problemas como em situações que solicitem a classificação ou
3653 organização de objetos e/ou elementos matemáticos em função de
3654 suas propriedades e atributos, seja textualmente, numericamente,
3655 graficamente ou na forma de sequência de ações (GONTIJO, 2007,
3656 p. 37).
3657 Para o processo criativo em Matemática, devem ser considerados os seguintes
3658 elementos constituintes: aspectos cognitivos (conhecimento, aprendizagem e percepção),
3659 aspectos intrapessoais (personalidade e motivação) e os aspectos de ordem social e
3660 cultural. Para Gontijo (2007), a fluência, a flexibilidade e a originalidade são variáveis
3661 também presentes na produção criativa em Matemática.
3662 A escola precisa oferecer condições para que habilidades e características que
3663 exercem influência sobre o processo criativo possam ser potencializadas. Para isso, faz-se
3664 necessário que a sala de aula seja um ambiente propício para o desenvolvimento criativo.
3665 Gontijo (2007a) apresenta como características que favorecem a criatividade no ambiente
3666 escolar
3667 a realização de atividades centradas nos interesses dos estudantes;
3668 alto nível de interação entre professor e alunos e entre alunos;
3669 planejamentos menos estruturados; exposição de várias estratégias
3670 de aprendizagem, permitindo aos estudantes escolher a sua própria
3671 estratégia e participação ativa nas atividades propostas (GONTIJO,
3672 2007a, p. 487).
3673 Fleith (2002) apresenta algumas sugestões de estratégias a serem assumidas pelo
3674 professor para que se favoreça o processo criativo:
3675 (a) dar ao aluno oportunidades de escolha (...);
3676 (b) ajudar o aluno a lidar com o erro (...);
3677 (c) valorizar produtos e ideias criativas;
INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
Objetivos de aprendizagem
MAT01IF Investigar situações-problema, selecionando os conhecimentos matemáticos relevantes
e elaborando modelos para sua representação.
MAT02IF Testar hipóteses levantadas de variáveis que interferem na explicação ou na resolução
de uma situação-problema, avaliando a adequação da linguagem de determinado modelo
matemático, em termos de possíveis limitações, eficiência e possibilidades de generalização.
MAT03IF Sistematizar informações, com base em estudos e/ou pesquisas, sobre a contribuição
matemática na explicação de fenômenos de natureza científica, social, profissional, cultural, de
processos tecnológicos, reconhecendo pontos de vista diversos para posicionar-se com
argumentação consistente, fazendo uso de diferentes mídias para a apresentação de conclusões.
3791
PROCESSOS CRIATIVOS
Objetivos de aprendizagem
MAT04IF Reconhecer conceitos matemáticos, por meio de fruição, vivências e reflexão crítica, que
têm relação com produtos e/ou processos criativos, a fim de compreender a contribuição da
Matemática para a resolução de problemas sociais e para o desenvolvimento de processos
tecnológicos.
MAT05IF Selecionar intencionalmente recursos relacionados ao conhecimento matemático, de
modo a comunicar com precisão suas ações, reflexões, constatações, interpretações, bem como
seus argumentos para resolver situações-problema de natureza diversa.
MAT06IF Propor novas abordagens e estratégias para o enfrentamento de situações reais, de
forma ética, criativa e inovadora, utilizando conhecimentos matemáticos associados ao domínio de
operações e relações simbólicas e formais.
3792
MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO SOCIOCULTURAL
Objetivos de aprendizagem
MAT07IF Identificar questões socioculturais e ambientais que utilizem conhecimentos e
habilidades matemáticas como subsídio para a tomada de decisões.
MAT08IF Mobilizar conhecimentos e recursos matemáticos para propor ações individuais e/ou
coletivas de mediação e intervenção sobre problemas socioculturais e ambientais.
MAT09IF Propor estratégias de mediação e intervenção na solução de problemas de natureza
sociocultural e ambiental que tenham relação com a Matemática, utilizando recursos e
conhecimentos matemáticos.
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3793
EMPREENDEDORISMO
Objetivos de aprendizagem
MAT10IF Selecionar conhecimentos e recursos matemáticos para desenvolver um projeto pessoal
ou um empreendimento produtivo.
MAT11IF Desenvolver projetos (pessoais e/ou produtivos) articulados com o projeto de vida,
utilizando conhecimentos matemáticos.
MAT12IF Avaliar as diversas formas de relação entre os conhecimentos e recursos da Matemática,
e a influência desses para concretizar projetos pessoais ou produtivos, levando em consideração
as tecnologias e os impactos socioambientais.
3794
3795 Referências
3797 ABRANTES, Paulo P. et. al. (Eds.). Investigações matemáticas na aula e no currículo.
3798 Lisboa: APM e Projecto MPT, 1999.
3811 MANN, Eric. L. Creativity: the essence of Mathematics. Journal for the Education of the
3812 Gifted. Vol. 30, nº 2, 2006.
3817 PONTE, João P. da; BROCARDO, Joana; OLIVEIRA, Hélia. Investigações Matemáticas
3818 na Sala de Aula. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.
3819
3820
3853 A escola deve estar comprometida com uma educação em que os alunos
3854 aprendam a estabelecer suas próprias metas, com consciência do que
3855 estão fazendo ultrapassando seus próprios limites, sem competição,
3856 assumindo uma postura ética (BRASIL, 2013, p. 50).
3862 Assim, encontramos, já na Introdução da BNCC, uma clara vinculação com a defesa
3863 dos Direitos Humanos e do desenvolvimento sustentável. Há, portanto, na BNCC, a
3864 proposta explícita de que suas competências sejam desenvolvidas em sintonia com esses
3865 dois conceitos fundantes dos princípios éticos referidos ao longo do texto: a defesa dos
3866 direitos da pessoa humana e a proteção das gerações presentes e futuras, a partir de
3867 políticas públicas e atitudes individuais que privilegiem o uso sustentável dos recursos
3868 naturais do planeta. A vinculação da BNCC e, consequentemente, do currículo das escolas
3869 públicas do Distrito Federal, aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável aponta para
3870 uma década em que a educação básica terá como referência um conjunto de metas
3871 socioambientais que abrange todas as formas de relação do homem com o planeta, bem
3872 como busca superar os principais desafios para a formação de cidadãos comprometidos
3873 com um modo novo de se relacionarem uns com os outros e com os recursos naturais.
3887 Tais objetivos guardam estreita relação com os objetivos da Agenda 2030 para o
3888 Desenvolvimento Sustentável (ONU, 2015), o que permite uma articulação ampla entre os
3889 dois documentos. A Agenda 2030 está comprometida em “promover a compreensão
3890 intercultural, a tolerância, o respeito mútuo e uma ética de cidadania global e
3891 responsabilidade compartilhada”, entre outros compromissos (ONU, 2015, p.12). Os
3892 objetivos da Agenda 2030 conectam-se com outras iniciativas voltadas para mudança
3893 cultural necessária no enfrentamento da grave crise ambiental por que passa o planeta,
3894 como por exemplo, o desenvolvimento de valores éticos no trato com o meio ambiente
3895 (UNESCO, 2005; JÁCOME; LOUZADA-SILVA, 2018; FISHER; MARTINS, 2019).
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3904 Muitos dos objetivos da Agenda 2030 servem de inspiração para a proposição de
3905 ações de organização dos Itinerários Formativos, o que está em sintonia com os
3906 fundamentos da própria BNCC. O Objetivo 4 da Agenda 2030, que trata especificamente
3907 da educação, propõe “assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e
3908 promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos”. Entre as
3909 ações propostas, o item 4.3 trata como garantia “a igualdade de acesso para todos os
3910 homens e mulheres à educação técnica, profissional e superior de qualidade”, e é
3911 complementado pelo item 4.4, que propõe “aumentar substancialmente o número de jovens
3912 e adultos que tenham habilidades relevantes, inclusive competências técnicas e
3913 profissionais, para emprego, trabalho decente e empreendedorismo” (ONU, 2015, p. 23).
3914 Esses dois itens têm relação direta com os eixos estruturantes dos Itinerários Formativos
3915 de mediação e Intervenção Sociocultural e, também, de empreendedorismo. Em outro
3916 exemplo, o item 4.7 reúne aspectos dos quatro eixos estruturantes. Ou seja, além dos já
3917 citados, aponta, também, para a investigação Científica e os Processos Criativos:
3933 jovens como sujeitos críticos, referindo-se às finalidades dessa etapa de formação na
3934 contemporaneidade como “o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo
3935 a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico”
3936 (BRASIL, 2018, p. 464). A formação do estudante é vinculada à construção de uma
3937 sociedade mais justa, inclusiva, sustentável e solidária, em que a escola acolhe as
3938 juventudes; permitindo ao estudante o autoconhecimento físico, emocional e social, a
3939 compreensão da nação brasileira como uma sociedade multiétnica e multicultural, em que
3940 o diálogo deve ser promovido como caminho para a solução não violenta de conflitos, o
3941 combate a estereótipos e discriminações, com a valorização da participação política e social
3942 dos jovens (BRASIL, 2018, p. 466-467). Também, ao tratar de sua relação com o currículo,
3943 a BNCC destaca a ética como uma das dimensões da formação e o desenvolvimento
3944 humano global:
3967 No Projeto de Vida, o estudante terá um espaço para reflexão sobre suas
3968 características pessoais, perspectivas futuras, o que poderá ajudá-lo a selecionar quais
3969 outras Unidades Curriculares pretende fazer. Nas Eletivas Orientadas os estudantes
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3970 poderão aprofundar conteúdos, temas e aprendizagens que já foram tratados na Formação
3971 Geral Básica. Considerando essas ofertas adicionais, o professor pode delimitar quais são
3972 os aspectos e informações mais fundamentais, que deverão ser trabalhados na Formação
3973 Geral Básica, e quais são os tópicos mais avançados, a serem explorados nas eletivas de
3974 aprofundamento. Em Biologia, o professor pode estabelecer como conteúdos fundamentais
3975 características dos seres vivos, biologia celular e divisão celular, deixando aspectos
3976 moleculares e enzimáticos específicos da biologia molecular, bioquímica e bioenergética
3977 para uma eletiva de aprofundamento de biologia das moléculas e das células.
3992 A opção de organização dos Eixos Estruturantes dos Itinerários Formativos foi por
3993 fixá-los em uma sequência a partir do 3º semestre: Iniciação Científica no 3º semestre,
3994 Processos Criativos no 4º, Mediação e Intervenção Sociocultural no 5º e
3995 Empreendedorismo no 6º. Isso permite um avanço gradual de processos cognitivos e,
3996 também, que o estudante mude e opção de trilha, caso deseje, migrando de uma para outra
3997 sem sofrer prejuízos. Da mesma forma, garante que aqueles que se transferirem de uma
3998 unidade escolar para outra aproveitem o que desenvolveram na primeira e deem
3999 continuidade na segunda.
4025 A proposta das Trilhas de Aprendizagem possui grande potencial para viabilizar a
4026 integração dos professores de uma área, já que qualquer um deles poderia desenvolver as
4027 seções da trilha, independentemente da sua área de formação. Além disso, também
4028 possibilita a integração entre professores de diferentes Áreas do Conhecimento. Por
4029 exemplo, em uma Trilha de Aprendizagem sobre Astronomia, professores de física e de
4030 geografia poderiam integrar os objetivos das suas duas áreas para um mesmo Eixo
4031 Estruturante ao longo dos semestres. Num sistema de revezamento, o professor de física
4032 poderia iniciar no 3º semestre com uma introdução à astronomia; o professor de geografia
4033 poderia trabalhar cartografia e a geografia física no 4º semestre; no 5º semestre o professor
4034 de física retornaria com astronáutica, foguetes, combustíveis e os avanços tecnológicos
4035 decorrentes das pesquisas espaciais; e finalmente o professor de geografia exploraria a
4036 corrida espacial, geopolítica e a atual situação de cooperação internacional nas pesquisas
4037 e Estação Espacial Internacional.
4044 Itinerários Formativos do Novo Ensino Médio, publicação da SEEDF que organizou projetos
4045 em andamento nas escolas e que deverá ser atualizada periodicamente.
4081 não utilitarista da ciência pelos estudantes, na medida em que são abundantes os exemplos
4082 de desenvolvimento científico e tecnológico derivados de pesquisa básica. A pesquisa que
4083 está baseada em uma ou mais realizações científicas passadas foi denominada por
4084 Thomas Kuhn em A Estrutura das Revoluções Científicas como “ciência normal” (KUHN,
4085 2003, p. 29). Isso leva ao conceito de “pesquisa normal”, sobre a qual o autor expressa-se
4086 da seguinte maneira:
4087 A pesquisa normal, que é cumulativa, deve seu sucesso à habilidade dos cientistas
4088 para selecionar regularmente fenômenos que podem ser solucionados
4089 através de técnicas conceituais e instrumentais semelhantes às existentes.
4090 (É por isso que uma preocupação excessiva com problemas úteis, sem levar
4091 em consideração sua relação com os conhecimentos e técnicas existentes,
4092 pode facilmente inibir o desenvolvimento científico.) (KUHN, 2003, p. 130).
4093 A Investigação Científica é uma das atividades humanas que mais exige capacidade
4094 de soluções criativas e inéditas, seja na observação, na análise, na interpretação, ou nas
4095 demais etapas da pesquisa. Assim sendo, cabe também à educação básica expressar a
4096 investigação científica como um processo altamente criativo, ampliando os horizontes do
4097 estudante no entendimento do que é criatividade.
4113 O papel dos ácidos nucleicos começava a ser melhor entendido, mas a estrutura do
4114 DNA permanecia desconhecida, o que movimentava grupos de pesquisa em um esforço
4115 colaborativo multidisciplinar. Em 1952, Rosalind Franklin, uma química especialista em
4116 uma técnica conhecida com cristalografia de raios-x, obteve imagens da molécula DNA.
4117 Uma dessas imagens, a “fotografia 51”, foi analisada e interpretada por James Watson
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4118 como uma estrutura helicoidal. Watson e seu colega Francis Crick descreveram, em 1953,
4119 o modelo estrutural para o DNA em dupla hélice, que se tornou uma das imagens mais
4120 icônicas desde então, o que permitiu um grande avanço científico e tecnológico. A
4121 capacidade de interpretar a “fotografia 51” como uma hélice, reunir o conhecimento
4122 molecular disponível e chegar a um modelo válido ainda hoje é, sem dúvida, uma expressão
4123 de criatividade científica da maior relevância. Mas há outras possibilidades a serem
4124 exploradas, como o caráter multidisciplinar e coletivo, nem sempre reconhecido, de como
4125 se dão os avanços do conhecimento.
4126 A determinação do modelo estrutural do DNA não foi o resultado do trabalho de uma
4127 dupla de cientistas, mas de um coletivo de pesquisadores atuando em diferentes grupos de
4128 pesquisa e que compartilhavam seus resultados por meio de publicações científicas,
4129 participação em congresso e debates. Formava o que Ludwik Fleck chamou de coletivo de
4130 pensamento a “comunidade das pessoas que trocam pensamentos ou se encontram numa
4131 situação de influência recíproca de pensamento (...)”. (FLECK, 2010, p. 82). Sobre esse
4132 momento histórico e a natureza coletiva do trabalho científico, Scheid, Ferrari e Delizoicov
4133 (2005) expressaram-se da seguinte maneira:
4141 É fundamental para o entendimento do papel da Ciência e dos processos que levam
4142 aos avanços no conhecimento científico que os estudantes enxerguem esse campo de
4143 atividade humana como um fazer coletivo, compartilhado e resultado de um acúmulo de
4144 informações que são parte do patrimônio cultural comum da humanidade. A criatividade na
4145 Ciência não é uma manifestação individual de um gênio diferenciado, mas a capacidade de
4146 se encontrar soluções inéditas a partir do conhecimento compartilhado por todos e de
4147 protocolos de pesquisa bem estruturados. Ao contrário, a Ciência como um fazer humano
4148 tem implicações históricas, sociais, ambientais e éticas, e só se torna possível pela ação
4149 coletiva e o compartilhamento de informações.
4155 grande impacto sobre as pessoas e as sociedades. Por ser uma atividade humana,
4156 promovida dentro dos balizamentos socioculturais e econômicos próprios da sociedade em
4157 que se desenvolve, é inevitável que a Ciência reflita as contradições e os conflitos dessa
4158 sociedade. Assim, se um determinado grupo social é sub- representado em uma sociedade,
4159 essa sub-representação pode também refletir-se no campo da Ciência por ela produzida.
4160 Como exemplo, uma questão fundamental para a educação básica é a perspectiva de
4161 oportunidades que se abrem para os estudantes. A identificação pessoal com determinada
4162 atividade é determinante para as escolhas profissionais, o que é particularmente relevante
4163 quando consideramos a participação das mulheres na produção científica e tecnológica. Se
4164 uma jovem não se vê representada em uma atividade profissional, qual a chance de que
4165 escolha esta carreira?
4190 A escola, como parte da educação formal, tem papel fundamental na promoção de
4191 uma educação científica para todos – homens e mulheres – que os tornem
4192 capazes de enfrentar os desafios impostos pelo sistema
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4207 Empreendedorismo
4230 mas esse reconhecimento não afasta divergências (MUYLDER; DIAS; OLIVEIRA, 2013).
4260 O ensino de Ciências enfrenta desafios históricos que passam pela formação inicial
4261 e continuada dos docentes, a disponibilidade de equipamentos e insumos nas escolas, o
4262 acesso ao material didático e o crescimento cumulativo de componentes curriculares a
4263 serem tratados. O ensino médio é definido como etapa de aprofundamento dos
4264 conhecimentos adquiridos na educação fundamental e sofreu uma profunda transformação
4265 ao deixar de ser organizado por componente curricular, passando por um arranjo por áreas
4266 de conhecimento, com a publicação da BNCC (BRASIL, 1996; 2018). Esse desafio torna a
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4267 construção do currículo do ensino médio uma tarefa que deve privilegiar a integração
4268 interdisciplinar, radicalizando a integração dos componentes curricular dentro e entre as
4269 áreas.
4274
INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
Objetivos de aprendizagem
CN01IF Reconhecer a Ciência como uma atividade humana coletiva, historicamente construída e
fundamentada em métodos estruturados, cujo objetivo é a compreensão do ordenamento e
funcionamento da natureza.
4275
PROCESSOS CRIATIVOS
Objetivos de aprendizagem
CN06IF Projetar e aplicar soluções para problemas reais, considerando os contextos ambientais,
éticos e socioculturais, identificando seus impactos e prevendo desdobramentos.
4276
Objetivos de aprendizagem
4277
EMPREENDEDORISMO
Objetivos de aprendizagem
4278
4279
4280 Referências
4281 BOLZANI, Vanderlan da Silva. Mulheres na ciência: por que ainda somos tão poucas? Ciência
4282 e Cultura, v. 69, p. 56-59, 2017.
4283 BRASIL. Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. Plano Nacional de Educação
4284 em Direitos Humanos / Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. – Brasília:
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4302 CUNHA, Marcia Borin; PERES, Olga Maria Ritter; GIORDAN, Marcelo; BERTOLDO, Raquel
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4306 DIAS, Bruno Francisco Batista; MARIANO, Sandra Regina Holanda. Educação empreendedora
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4327 MUYLDER, Cristiana Fernandes; DIAS, Alexandre Teixeira; OLIVEIRA, Luiz Cláudio. Is it
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4330 ONU. Organização das Nações Unidas. Transformando Nosso Mundo: a Agenda 2030 para
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4345 MARTINS, Nathália Ferraz Alonso. Análise da participação das mulheres na ciência: um estudo
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4347 1, p.37-62, jan./abr. 2019.
4348
4349
4388 Isto posto, o Itinerário Formativo das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas propõe
4389 ressignificar a formação dos estudantes a partir da multiplicidade e da singularidade de
4390 suas experiências. Uma vez que os diferentes percursos ao longo do Ensino Médio poderão
4391 ser delineados por eles, torna-se fundamental reconhecer suas perspectivas, expectativas
4392 e demandas para, em articulação com as famílias, o mundo do trabalho, a universidade e
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4448 [...] há muitas juventudes [o que] implica organizar uma escola que
4449 acolha as diversidades, promovendo, de modo intencional e
4450 permanente, o respeito à pessoa humana e aos seus direitos. E
4451 mais, que garanta aos estudantes ser protagonistas de seu próprio
4452 processo de escolarização, reconhecendo-os como interlocutores
4453 legítimos sobre currículo, ensino e aprendizagem (BRASIL, 2018,
4454 p. 263).
4455 É necessário assegurar ao estudante uma formação plural que lhe permita
4456 desenvolver seu projeto de vida em sintonia com seu percurso histórico-cultural, tanto no
4457 que diz respeito “ao estudo e ao trabalho como também no que concerne às escolhas de
4458 estilos de vida saudáveis, sustentáveis e éticos” (BRASIL, 2018, p. 463). Para tanto, se faz
4459 decisiva a proposição de Eixos Estruturantes para definir as linhas de articulação entre os
4460 componentes curriculares e das quais devem derivar os objetivos de aprendizagem do
4461 Itinerário Formativo de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
4470 Para este eixo estruturante, a área deve oportunizar aos estudantes situações de
4471 aprendizagem voltadas para o desenvolvimento de posturas analítica e sintética,
4472 incentivando o ato crítico. Propõe-se, nesse sentido, que a investigação da realidade e das
4473 ideias leve à compreensão de suas relações, processos e essências. Portanto, parte uma
4474 perspectiva mais ampla, em que a investigação sempre está presente na vida do ser
4475 humano e, no decorrer do tempo histórico, estimula diferentes ações que, por diversas
4476 vezes, se reinauguram para responder às inquietações de cada período e recorte espacial.
4486 No eixo estruturante dos Processos Criativos, o Itinerário de Ciências Humanas tem
4487 como ponto de partida o cotidiano dos estudantes, de suas vivências individuais e coletivas,
4488 para sensibilizá-los quanto às possibilidades de busca contínua de soluções inovadoras e
4489 criativas para a ampliação de suas visões de mundo e capacidades de transformação
4490 social. Nesse contexto, propõe um aprofundamento nos múltiplos discursos e em práticas
4491 construtoras da realidade social, em seus diferentes contextos, fluxos, disputas e
4492 mudanças.
4504 Portanto, o perfil transversal do eixo permite a conjunção dos componentes da área
4505 de Ciências Humanas para o estudo das relações entre linguagem, sociedade e natureza,
4506 visando à transformação das realidades, levando os estudantes a compreender os
4507 processo históricos e seus contextos, tornando importante o desenvolvimento de reflexões
4508 e ações práticas. Nesse sentido, permitir-se-á a construção de conhecimentos
4509 fundamentais e mais adequados ao entendimento do mundo e da sociedade atual, bem
4510 como da sociedade que se pretende construir.
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4527 Para isso, deve apresentar situações-problema (locais, regionais ou globais) a partir
4528 das quais os estudantes possam compreender e investigar os elementos da dinâmica social
4529 em questão, a fim de organizarem a ação coletiva, mobilizando competências e habilidades
4530 para promover o reconhecimento e o respeito às diversidades, aos valores éticos, bem
4531 como aos sentimentos, pensamentos e ações individuais e coletivas em favor da cidadania,
4532 da dignidade humana e de uma outra globalização.
4541 Empreendedorismo
4574
INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
Objetivos de aprendizagem
CHSAIF02 Testar, a partir de dados investigados em âmbito local, regional, nacional e/ou global,
procedimentos e linguagens adequados à pesquisa científica com vistas à (re)formulação de
conhecimentos, apresentando conclusões práticas e/ou teóricas, com a utilização de diferentes
mídias.
4575
PROCESSOS CRIATIVOS
Objetivos de aprendizagem
4576
Objetivos de aprendizagem
CHSAIF09 Propor ações de mediação e intervenção sobre questões adversas envolvidas na vida
pública e cotidiana, por meio de projetos contributivos à construção de um espaço de convivência
democrática e respeitosa dos direitos e da dignidade humana.
4577
EMPREENDEDORISMO
Objetivos de aprendizagem
4578
4579 Referências
4580 BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: Ensino Médio. Brasília: MEC/Secretaria de
4581 Educação Básica, 2018.
4592 LIMA, Jacob Carlos. Participação, empreendedorismo e autogestão: uma nova cultura
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