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Decreto 7.508/11 - O que cai em prova!

Este decreto regulamenta a Lei Orgânica da Saúde (8.080/90) – grande marco da legislação
aplicada ao SUS e tema constante em concursos e seleções.

O Decreto 7.508/11 regulamenta a Lei Orgânica da Saúde – 8.080/90. Conforme já


estabelecido na Lei supracitada, o SUS deve ser organizado de forma regionalizada e hierarquizada.
O Decreto 7508/2011 cria as Regiões de Saúde, que reitera a regionalização com princípio
organizativo do SUS. Cada região deve oferecer serviços de atenção primária, urgência e
emergência, atenção psicossocial, atenção ambulatorial especializada e hospitalar e, por fim,
vigilância em saúde.
Em relação à hierarquização, o Decreto estabelece que as portas de entrada do SUS, pelas
quais os pacientes podem ter acesso aos serviços de saúde, são: de atenção primária; de atenção de
urgência e emergência; de atenção psicossocial e, ainda, especiais de acesso aberto.
O Decreto também define quais são os serviços de saúde que estão disponíveis no SUS para
o atendimento integral dos usuários, através da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde –
RENASES, que deve ser atualizada a cada dois anos.
A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) também é citada no
documento, que será acompanhada do Formulário Terapêutico Nacional, como forma de subsidiar a
prescrição, a dispensação e o uso dos seus medicamentos.
A Assistência Farmacêutica também é alvo da regulamentação, que define sobre o acesso
universal e igualitário à Assistência Farmacêutica, pressupondo que:
− O usuário deve estar assistido por ações e serviços de saúde do SUS;
− O medicamento deve ter sido prescrito por profissional de saúde, no exercício regular de
suas funções no SUS;
− A prescrição deve estar em conformidade com a RENAME e os Protocolos Clínicos e
Diretrizes Terapêuticas ou com a relação específica complementar estadual, distrital ou
municipal de medicamentos;
− A dispensação deve ter ocorrido em unidades indicadas pela direção do SUS.

Decreto 7.508/11 e o que cai em provas:


“Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do
Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação
Interfederativa, e dá outras providências. ”

Em seu artigo 1º encontraremos a repetição da disposição inicial:

“Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a
organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e
a articulação interfederativa. ”

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Chegamos ao artigo mais cobrado em concursos e seleções – o artigo segundo. Mas
qual o motivo? Ele traz em seu texto conceitos novos e as bancas têm um “relacionamento
íntimo” com novos conceitos, vejamos:
“Art. 2o Para efeito deste Decreto, considera-se:
I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios
limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de
comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a
organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde;

II -Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo de colaboração firmado entre entes
federativos com a finalidade de organizar e integrar as ações e serviços de saúde na rede
regionalizada e hierarquizada, com definição de responsabilidades, indicadores e metas de saúde,
critérios de avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão disponibilizados, forma de
controle e fiscalização de sua execução e demais elementos necessários à implementação integrada
das ações e serviços de saúde;
III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saúde do usuário no SUS;
A definição das portas de entrada do sistema é um dos maiores avanços para a organização do
sistema. O SUS não é uma porta aberta, desorganizada, mas sim um sistema de saúde que se
organiza por níveis de complexidade (densidade tecnológica), conforme determina a Constituição.
Sendo o SUS um sistema hierarquizado por níveis de complexidade dos serviços de saúde,
importante impor ao acesso aos serviços este mesmo sentido de ordem.
As portas de entrada do Sistema pelo Decreto 7.508, são:

1. A atenção primária, principal porta e ordenadora aos demais níveis de complexidade;


2. A urgência e emergência;
3. A saúde mental e seus serviços como o CAPS – Centro de Atenção Psicossocial;
4. Os serviços especiais de acesso aberto, como os centro de referência de AIDS, a saúde do
trabalhador e outros que atendam necessidades específicas do cidadão objeto de serviços
próprios.
Ao definir portas de entrada, o sistema avança na sua organização impondo o acesso
igualitário, não sendo permitido, sob pena de se quebrar o princípio da isonomia, que pessoas
possam adentrar ao sistema sem respeito aos seus regramentos. Daí o Decreto ter definido que o
acesso ordenado deve ainda considerar a gravidade do risco do paciente e a ordem cronológica de
sua chegada ao serviço (como a lista única dos transplantes). Desse modo fica clara que a atenção à
saúde respeitará a gravidade do dano, a ordem cronológica de chegada e as portas de entrada do
sistema (ANDRADE,2011).

IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação consensual entre os entes federativos para


definição das regras da gestão compartilhada do SUS;

V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e


serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade
instalada existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do
sistema;
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VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de
complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde;

VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde específicos para o atendimento da
pessoa que, em razão de agravo ou de situação laboral, necessita de atendimento especial; e

VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que estabelece: critérios para o
diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e
demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de
controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem
seguidos pelos gestores do SUS.

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