PROF.
GILBERTO SANTOS JR
ELETROSTÁTICA I
CARGAS ELÉTRICAS
Eletrostática e a parte da física que estuda
as diversas situações de cargas elétricas em equi-
líbrio e os fenômenos que advêm dessas situa-
ções.
Pente de plástico atraindo pequenos fragmentos de papel após ser
atritado nos cabelos de uma pessoa.
Você já atritou um pente de plástico nos
cabelos e observou que ele atraiu pequenos frag-
mentos de papel? Já reparou que depois de desli-
gar a TV a tela do aparelho atrai intensamente os
pelos de seu braço? Esses fatos se devem à eletri-
zação do pente e da tela da TV. Quando perdem
elétrons, esses corpos adquirem carga elétrica
positiva e quando ganham elétrons ganham carga
elétrica negativa.
1. INTRODUÇÃO
A história da eletricidade inicia-se no século
VI a.C. com uma descoberta feita pelo matemático
e filósofo Tales de Mileto (640-546 a.C.), um dos
sete sábios da Grécia antiga. Ele observou que o
atrito entre uma resina fóssil (o âmbar) e um teci-
do ou pele de animal produzia na resina a proprie-
dade de atrair pequenos pedaços de palha e pe-
quenas penas de aves. Como em grego a palavra
para designar âmbar é élektron, dela vieram as
palavras elétron e eletricidade.
Essa atração, estranha propriedade do âmbar (elektron, em grego) foi a origem de
uma nova área da Física – a eletricidade. O âmbar é uma espécie de seiva vegetal
petrificada.
Mais de vinte séculos depois, no final do
século XVI, Willian Gilbert (1540-1603), médico
da rainha Elizabeth I, da Inglaterra, realizando
experimentos, descobriu que a propriedade do
âmbar tinha em outros materiais. Gilbert fazia
clara distinção entre a atração exercida por mate-
riais eletrizados por atrito e a atração exercida por
ímãs. Propôs um modelo cuja Terra se comportava
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com um grande ímã. Hoje sabemos que as agu-
lhas das bússolas se orientam na direção norte-sul
por causa dos polos magnéticos do planeta.
Por volta de 1729, o inglês Stephen Gray
(1666-1736) descobriu que a propriedade de atra-
ir ou repelir poderia ser transferida de um corpo
para o outro mediante de contato. Até então,
acreditava-se que somente por meio de atrito con-
seguia-se tal propriedade. Nessa época, Charles
François Du Fay (1698-1739) realizou um expe-
rimento em que atraia uma fina folha de ouro.
Em 1747, o político e cientista norte-
americano Benjamim Franklin (1706-1790),
inventou o para-raios, propôs uma teoria que con-
siderava a carga elétrica um único fluido que pu-
desse ser transferido de um corpo para o outro.
Segundo propôs, o corpo que perdesse esse fluido
ficava com falta de carga elétrica (negativo), e o
que recebia, com excesso de carga elétrica (positi-
vo). Hoje sabemos que os elétrons é que são
transferidos. Um corpo com “excesso” de elétrons
está eletrizado negativamente e um corpo com
“falta” de elétrons encontra-se eletrizado positi-
vamente.
2. NOÇÃO DE CARGA ELÉTRICA
Como sabemos no núcleo de um átomo
encontramos partículas denominadas prótons e
nêutrons. Ao redor do núcleo, na região chamada
eletrosfera, movem-se outras partículas, deno-
minadas elétrons.
As massas de um próton e de um nêutron
são praticamente iguais. A massa de um elétron,
 m
p 
porém, é muito menor  me  .
 1836 
Se um próton, um nêutron e um elétron
passarem entre os polos de um ímã em forma de
U, como sugere a figura a seguir, constataremos
que o próton desviara para cima, o elétron desvia-
ra para baixo e o nêutron não sofrerá desvio (o
motivo dos desvios é objeto de estudo do Eletro-
magnetismo).

Esse resultado revela que os prótons e os
elétrons têm algumas propriedades que os nêu-
trons não têm. Essa propriedade foi denominada
carga elétrica, e convencionou-se considerar
positiva a carga elétrica do próton e negativa a
carga elétrica do elétron. Entretanto, em valor
absoluto, as cargas elétricas do próton e do elé-
tron são iguais. Esse valor absoluto é denominado
carga elétrica elementar e simbolizado por e.
Recebe o nome de elementar porque é a menor
quantidade de carga que podemos encontrar iso-
lada na natureza.
A unidade de carga elétrica no SI é o cou-
lomb (C), em homenagem ao físico francês Char-
les-Augustin de Coulomb1 (1736-1806).
Comparada com a unidade coulomb, a car-
ga elétrica é extremamente pequena. O valor de e,
determinado experimentalmente pela primeira vez
pelo físico norte-americano Robert Andrews Mil-
likan (1868-1953), é:
e = 1,6 ∙ 10-19 C
Temos, então:
Carga elétrica do próton = + e = + 1,6 ∙ 10-19 C
Carga elétrica do elétron = - e = - 1,6 ∙ 10-19 C
Carga elétrica do nêutron = 0
Existem representações de quantidades
muito menores que 1 coulomb, são os seus sub-
múltiplos, veja a tabela abaixo:
Submúltiplo Símbolo Valor
milicoulomb mC 10-3 C
microcoulomb μC 10-6 C
nanocoulomb nC 10-9 C
picocoulomb 10-12 C
pC
3. CORPO ELETRICAMENTE NEUTRO OU
CORPO ELETRIZADO
Um corpo apresenta-se neutro quando a
quantidade de prótons e elétrons é igual, ou seja,
a soma algébrica de todas as cargas é igual a ze-
ro.
Quando o número de prótons é diferente do
número de elétrons, segue:
• N° prótons > n° elétrons → corpo eletrizado
positivamente;
• Nº prótons < n° elétrons → corpo eletrizado
negativamente.
Os dois casos citados acima são, por exem-
plo, casos de íons, isto é, um átomo que perdeu
ou ganhou elétrons.
Observe o esquema a seguir:
Corpo eletrizado positivamente:
Há mais prótons que elétrons.
Corpo eletrizado negativamente:
Há mais elétrons que prótons.
Corpo eletricamente neutro:
Para cada próton existe um elétron.
Podemos dizer, então, que eletrizar um
corpo significa tornar diferentes suas quantidades
de prótons e elétrons. No cotidiano, isso é feito
por fornecimento ou extração de elétrons, uma
vez que alterações no núcleo só podem ser produ-
zidas em equipamentos altamente sofisticados: os
aceleradores de partículas.
4. Quantização da carga elétrica
A carga elétrica de um corpo é quantiza-
da, isto é, ela sempre é um múltiplo inteiro da
carga elementar. Isso é verdade porque um corpo,
ao ser eletrizado, recebe ou perde um número
inteiro de elétrons.
Por exemplo, um corpo pode ter uma carga
igual a 6 ⋅ e = 6 ⋅ 1,6 . 10-19 C = 9,6 . 10-19 C.
De um modo geral, representando por Q a
carga elétrica de um corpo eletrizado qualquer,
temos:
Q = ne (n = 1, 2, 3, ...)
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1) Determine o número de elétrons que deverá
ser fornecido a um condutor metálico, inicialmente
neutro, para que fique eletrizado com carga elétri-
ca Q = -1,0 C. (Dado: carga elementar e = 1,6 ⋅
10-19 C)

2) Determine a carga elétrica de um condutor

1
Charles-Augusto de Coulomb nasceu em 1730, em Angoulême, que, estando inicialmente neutro, perdeu
França. Formado em Engenharia Militar. Em 1977, estudando magne-
tismo terrestre, inventou a balança de torção. Em 1779, publicou estudo 5,0 ⋅ 1013 elétrons. (Dado: carga elementar e =
sobre as leis do atrito, foi premiado pela Academia de Ciências de Paris. 1,6 ⋅ 10-19 C)
Em 1781 e 1791 produziu mais sete importantes trabalhos sobre eletri-
cidade e magnetismo. Em 1785, estabeleceu a relação entre a força
eletrostática e o inverso do quadrado da distância entre as cargas, que
recebeu o nome de Lei de Coulomb.
2

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3) Um corpo, de material condutor de eletricida-
de, possui 9 ⋅ 1018 prótons e 4 ⋅ 1018 elétrons.
Sendo a carga elementar igual a 1,6 ⋅ 10-19 C,
responda às questões.
a) Esse corpo estará eletrizado positivamente ou
negativamente?
b) Qual o valor da carga elétrica encontrada nesse
corpo?
Partindo desse fato, pode-se enunciar o
Princípio da atração e da repulsão da seguinte
forma:
Partículas eletrizadas com cargas de sinais
iguais se repelem, enquanto as eletrizadas com
cargas de sinais opostos se atraem.
Esquematicamente:

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
4)(U.E. Londrina) Uma partícula está eletrizada
positivamente com uma carga elétrica de 4,0 ⋅ 10-
15
C. Como o módulo da carga do elétron é 1,6 ⋅
10-19 C, essa partícula:
(a) ganhou 2,5 ⋅ 104 elétrons.
(b) perdeu 2,5 ⋅ 104 elétrons.
(c) ganhou 4,0 ⋅ 104 elétrons.
(d) perdeu 6,4 ⋅ 104 elétrons.
(e) ganhou 6,4 ⋅ 104 elétrons.

5) Um corpo está eletrizado com uma carga elé-

EXERCÍCIO PROPOSTO
trica de –10 μC. Nessas condições, podemos afir- 8) Em uma aula experimental, realizada em labo-
mar que: ratório, um professor colocou duas partículas ele-
trizadas com cargas Q1 e Q2 a uma pequena dis-
I. Ele possui somente carga negativa.
tância. Como resultado, os alunos observaram que
II. Ele possui, aproximadamente, 6 ⋅ 1013 elé- as partículas se atraiam. O professor fez, então,
trons em excesso. dois questionamentos:
III. Esse corpo certamente cedeu prótons (carga a) O que se pode afirmar sobre os sinais de Q1 e
positiva). Q2?
(a) Somente a afirmativa I é correta. b) A carga Q1 é repelida por uma terceira carga,
(b) Somente a afirmativa II é correta. Q3 positiva. Qual é o sinal de Q2?
(c) Somente a afirmativa III é correta.
(d) Somente a afirmativa I e II são corretas. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
(e) Somente a afirmativa II e III são corretas. 9) Três esferas de isopor, M, N e P, estão
suspensas por fios isolantes. Quando se apro-
6) Um corpo possui 5 ∙ 1019 prótons e 4 ∙ 1019 xima N de P, nota-se uma repulsão entre es-
elétrons. Considerando a carga elementar igual a sas esferas; quando se aproxima N de M, no-
1,6 ∙ 10-19 C, este corpo está:
ta-se uma atração. Das possibilidades apon-
(a) carregado com 1,6 C, pois ganhou prótons.
(b) neutro.
tadas na tabela, quais são compatíveis com
(c) carregado com 1,6 C, pois perdeu elétrons. as observações?
(d) carregado com -1 ∙ 10-19 C, pois ganhou elé- Cargas
Possibilidades M N P
trons.
1ª + + -
(e) carregado com 1 ∙ 10-19 C, pois perdeu elé-
2ª - - +
trons.
3ª Zero - Zero
4ª - + +
7) Um átomo de cálcio perde dois elétrons para
5ª + - -
dois átomos de cloro; um elétron para cada átomo
de cloro. Forma-se, assim, o composto iônico Ca++ (a) 1ª e 3ª (c) 3ª e 5ª (e) 1ª e 2ª
C-2 (cloreto de cálcio). Calcule, em coulomb, a (b) 2ª e 4ª (d) 4ª e 5ª
carga de cada íon (Dado: e = 1,6 ⋅ 10-19 C)
10) Três esferas P, Q e R estão eletrizadas. Sa-
a) Ca++ b) C- be-se que P atrai Q e que Q repele R. Pode-se
afirmar que:
5. PRINCÍPIO DA ELETROSTÁTICA (a) P e Q estão carregadas positivamente.
5.1 Princípio da atração e da repulsão (b) P e Q estão carregadas negativamente.
Experimentalmente, ao serem aproximadas (c) P repele R.
duas partículas eletrizadas com cargas elétricas de (d) Q e R têm cargas de sinais diferentes.
mesmo sinal, verifica-se que ocorre uma repulsão (e) P e R têm cargas de sinais diferentes.
entre elas. Se essas partículas tiverem cargas elé-
tricas de sinais opostos, ocorrerá uma atração
entre elas.

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6. CONDUTORES E ISOLANTES ELÉTRI-
COS
Em alguns corpos, podemos encontrar por-
tadores de cargas elétricas com grande liberdade
de movimentação. Esses corpos são denominados
condutores elétricos. Nos demais, essa liberda-
de de movimentação praticamente não existe;
esses corpos são denominados isolantes elétri-
cos ou dielétricos.
Um material é chamado condutor elétrico
quando há nele grandes quantidades de porta-
dores de carga elétrica que podem se movimen-
tar com grande facilidade. Caso contrário, ele
será denominado isolante elétrico.
Tanto um condutor como um isolante po-
dem ser eletrizados. É importante observar, po-
rém, que, no isolante, a carga elétrica em excesso
permanece exclusivamente no local onde se deu o
processo de eletrização, enquanto no condutor
essa carga busca uma situação de equilíbrio, dis-
tribuindo-se em sua superfície externa.
Em condutores eletrizados, as cargas elétricas distribuem-se na superfície externa.
Por enquanto, pode-se dizer que isso ocorre devido à repulsão entre as cargas elétri-
cas de mesmo sinal, que buscam maior distanciamento entre si.
Os metais, a grafita, os gases ionizados e
as soluções eletrolíticas são exemplos de condu-
tores elétricos.
O ar, o vidro, a borracha, a porcelana, os
plásticos, o algodão, a seda, a lã, as resinas, a
água pura, o enxofre e a ebonite são exemplos de
isolantes elétricos.
Tanto os condutores como os isolantes po-
dem ser encontrados nos estados sólido, líquido
ou gasoso.
Em relação aos portadores de cargas elétri-
cas que podem se movimentar com grande facili-
dade, os condutores classificam-se nos três casos:
6.1 Condutores de primeira espécie
São aqueles nos quais os portadores mó-
veis os são elétrons livres (embora a existência de
elétrons livres só possa ser explicada pela física
quântica). Pode se dizer, de um modo mais sim-
ples, que esses elétrons têm grande liberdade de
movimentação por estarem muito afastados dos
núcleos dos átomos do fazem parte.
O fio de cobre largamente utilizado nas instalações elétricas é um condutor e a capa
que o envolve é um isolante.
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6.2 Condutores de segunda espécie
Nos condutores de segunda espécie, os
portadores móveis são íons positivos e íons ne-
gativos, isto é, átomos (ou grupo de átomos)
que, por terem perdido ou recebido elétrons pas-
sam a ter o número de prótons diferentes do nú-
mero de elétrons.
A solução de cloreto de sódio (sal de
cozinha) é condutora. Nos fios
movimentam-se elétrons e na solução
aquosa íons.
6.3 Condutores de terceira espécie
Nos condutores de terceira espécie, os por-
tadores de cargas podem ser íons positivos, íons
negativos e elétrons livres. Isso ocorre nos ga-
ses ionizados.
A tensão elétrica aplicada entre as extremidades da lãmpada fluorescente ioniza o gás
existente em seu interior, tornando-o condutor.
7. PROCESSO DE ELETRIZAÇÃO
Como vimos um corpo estará eletrizado
quando possui mais elétrons do que prótons ou
mais prótons do que elétrons. Um corpo neutro
tem número igual de elétrons e prótons. Assim,
para eletrizá-lo negativamente basta fornecer elé-
trons a ele. Por outo lado, para adquirir carga po-
sitiva o corpo neutro deve perder elétrons, fiando
com mais prótons do que elétrons.
Denomina-se eletrização o fenômeno pelo qual
um corpo neutro passa a eletrizado devido à
alteração no número de elétrons.
Os processos mais comuns de eletrização
são descritos a seguir.
7.1 Eletrização por atrito
Esse é o primeiro método de eletrização de
que temos conhecimento. Como vimos, no Tópico
1, quando Tales de Mileto observou que o âmbar
ao ser atritado com tecido ou pele de animal ad-
quiria a propriedade de atrair pequenos pedaços
de palha.
Experimentalmente, comprova-se que, ao
atritar entre si dois corpos neutros de materiais
diferentes, um deles recebe elétrons do outro fi-
cando eletrizado com carga negativa, enquanto o
outro - que perdeu elétrons – adquire carga posi-
tiva.
Exemplo: Ao se atritar seda com um bastão de 7.2 Eletrização por contato
vidro: Quando dois ou mais corpos condutores são
colocados em contato, estando pelo menos um
deles eletrizado, observa-se uma redistribuição de
carga elétrica pelas suas superfícies externas.
Exemplo: Considere dois condutores A e B, es-
tando A neutro e B eletrizado negativamente, ob-
serve esquema abaixo:

Constata-se que o vidro passa a apresentar

carga positiva e a seda carga negativa.
Observação: Os corpos atritados adquirem cargas
de mesmo módulo e sinais opostos.

EXERCÍCIO PROPOSTO
11) Durante uma aula de física, uma aluna de
longos cabelos começa a penteá-los usando pente
de plástico. Após passar o pente pelos cabelos,
nota que ela atrai pequenos pedaços de papel que
se encontram sobre sua carteira. Admirada, ela
pergunta ao professor qual a explicação para tal Observa-se que a carga elétrica de B se
fato. O professor pede que os demais alunos se distribui pela superfície total.
manifestem. Cinco deles deram respostas diferen- Observação:
tes, qual acertou a explicação? • O corpo neutro adquire carga de mesmo sinal
Aluno A – O pente é um bom condutor elétrico. da carga do corpo inicialmente eletrizado.
Aluna B – O papel é um bom condutor elétrico. • A soma das cargas elétricas deve ser a mesma
Aluno C – Os pedaços de papel já estavam eletri- antes, durante e depois do contato.
zados. • A quantidade de carga elétrica existente em
Aluna D – O pente ficou eletrizado pelo cabelo. cada um dos condutores no final do processo
Aluno E – Entre o pente e os pedaços de papel depende da forma e das dimensões deles.
ocorre atração gravitacional. Considere o caso particular de esferas condu-
toras de mesmo raio.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
13) Dois corpos A e B de materiais diferentes,
inicialmente neutros e isolados de outros corpos,
são atritados entre si. Após atrito, observamos
que:
(a) um fica eletrizado positivamente e o outro
continua neutro.
(b) um fica eletrizado negativamente e o outro
continua neutro. Nessas esferas, a redistribuição é feita de
(c) ambos ficam eletrizados negativamente. tal forma que temos, no final, cargas iguais em
(d) ambos ficam eletrizados positivamente. cada uma delas.
(e) um fica eletrizado negativamente e o outro,
positivamente. EXERCÍCIOS PROPOSTOS
13) Três pequenas esferas condutoras M, N e P,
12)(UFSE) Um pedaço de papel higiênico e uma idênticas estão eletrizadas com cargas +6q, +q e
régua de plástico estão eletricamente neutros. A –4q, respectivamente. Uma quarta esfera, Z,
régua de plástico é, então, friccionada no papel iguais as anteriores, encontra-se neutra. Determi-
higiênico. Após o atrito, deve-se esperar que: ne a carga elétrica adquirida pela esfera Z, após
(a) somente a régua fique eletrizada. contatos sucessivos com M, N e P, nessa ordem.
(b) somente o papel fique eletrizado.
(c) ambos fiquem eletrizados com cargas de 14) Três pequenas esferas metálicas A, B e C
mesmo sinal e mesmo valor absoluto. idênticas estão eletrizadas com cargas +3q, -2q e
(d) ambos fiquem eletrizados com cargas de si- +5q, respectivamente. Determine a carga de cada
nais contrários e mesmo valor absoluto. uma após um contato simultâneo entre as três.
(e) a carga elétrica do papel seja muito maior que
a carga elétrica da régua.

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7.2.1 Condutores em contato com a Terra
Sempre que um condutor solitário ele-
trizado é colocado em contato com Terra, ele
neutraliza. Caso o condutor tenha excesso de
elétrons, estes irão para a Terra. No caso de
excesso de prótons - falta de elétrons – estes
subirão da Terra para neutralizá-lo, observe
esquema abaixo:
Assim, pode-se dizer que todo condutor eletrizado
se “descarrega” ao ser ligado à Terra.
7.3 Eletrização por indução eletrostática
No processo de indução não há contato
direto entre corpos. Basta aproximar um corpo
carregado, o indutor, do corpo neutro a ser car-
regado, o induzido, que estar ligado temporaria-
mente à Terra ou a um corpo maior que lhe forne-
ça elétrons ou que dele os receba, em fluxo provo-
cado pela presença do indutor. O induzido apenas
se mantém eletricamente polarizado enquanto o
indutor estiver presente. Observe o esquema:
1) Aproximar o indutor (eletrizado) do induzido
(neutro):
2) Na presença do indutor provoca a separação
das cargas do induzido, que fica polarizado:
3) O induzido ligado a Terra, escoam elétrons
para Terra:
4) Desligado o induzido da Terra e afastado o in-
dutor
Observe que, após o processo, o induzido
fica com cargas elétricas opostas às do indutor.
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Se o indutor estivesse eletrizado com carga
positiva, após o procedimento descrito, a carga
adquirida pelo induzido seria negativa:
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
15)(Fuvest-SP) Três esferas metálicas iguais, A,
B e C, estão apoiadas em suportes isolantes, ten-
do a esfera A carga elétrica negativa. Próximas a
ela, as esferas B e C estão em contato entre si,
sendo que C está ligada à Terra por um fio condu-
tor, como na figura.
A partir dessa configuração, o fio é retirado e, em
seguida, a esfera A é levada para muito longe.
Finalmente, as esferas B e C são afastadas uma
da outra. Após esses procedimentos, as cargas
das três esferas satisfazem as relações:
a) QA < 0, QB > 0, QC > 0.
b) QA < 0, QB = 0, QC = 0.
c) QA = 0, QB < 0, QC < 0.
d) QA > 0, QB > 0, QC = 0.
e) QA > 0, QB < 0, QC > 0.
16)(FGV-SP) Duas esferas metálicas neutras e
idênticas, A e B, estão encostadas uma Na outra e
apoiada em suportes isolantes (figura 1). Aproxi-
me da das esferas um bastão carregado positiva-
mente sem, no entanto, deixar que ele toque nas
esferas (figura 2). As esferas são afastadas uma
da outra, mantendo-se sempre o bastão próximo
da esfera B (figura 3). Afaste, então, o bastão
eletrizado das esferas (figura 4). Na situação final
(figura 4) é correto afirmar que:
(a) somente a régua fique eletrizada.
(b) somente o papel fique eletrizado.
(c) ambos fiquem eletrizados com cargas de
mesmo sinal e mesmo valor absoluto.
(d) ambos fiquem eletrizados com cargas de si-
nais contrários e mesmo valor absoluto.
(e) a carga elétrica do papel seja muito maior que
a carga elétrica da régua.
6
17) Uma máquina bastante apreciada pelos visi-
tantes de uma feira de ciências é o famoso gera-
dor Van der Graaff, que faz com que os cabelos
das pessoas, que toquem o bulbo superior do
aparelho, fiquem “em pé”, desde que a pessoas
estejam isoladas eletri-
camente. Sobre essa
máquina, em sua versão
mais simples, sem fonte
de alta tensão, é correto EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
afirmar que: 18) Uma pequena esfera de isopor B, pintada
a) os cabelos ficam “em pé” porque as cargas elé- com tinta metalizada, é atraída por outra esfera
tricas geradas pela máquina são transferidas para maior A, também metalizada. Tanto A como B
as pontas dos cabelos da pessoa que a toca, o que estão eletricamente isoladas.
provoca repulsão mútua entre os fios, pois todos
estão carregados com o mesmo tipo de carga elé-
trica.
b) os cabelos ficam “em pé” porque são atraídos
pela ionosfera, que está carregada com carga
oposta à dos cabelos. Este ensaio permite afirmar que:
c) o princípio de funcionamento da máquina é a (a) A pode estar neutra.
eletrização por indução. (b) B possui carga positiva.
d) devido à sua pequena massa, e, portanto, sua (c) As cargas elétricas de A e B são de sinais
baixa mobilidade, as cargas elétricas transferidas opostos.
na eletrização por atrito são sempre os prótons. (d) A possui carga positiva.
e) devido à sua pequena massa, e, portanto, sua (e) não pode estar neutra.
alta mobilidade, as cargas elétricas transferidas na
eletrização por atrito são sempre os nêutrons. 19) A figura representa um eletroscópio de fo-
lhas, inicialmente descarregados.
7.4 Eletroscópios
São aparelhos que indicam se um corpo
está ou não eletrizados.
Os dois tipos de eletroscópio mais comuns
são:
a) Pêndulo Eletrostático: é composto por uma A esfera E, o suporte S e as folhas F são
esfera condutora neutra, bastante leve, e suspen- metálicos. Inicialmente, o eletroscópio está des-
sa por um fio isolante. carregado. Uma esfera metálica, positivamente
Funcionamento: Se a esfera estiver neutra será carregada, é aproximada, sem encostar, da esfera
atraída por qualquer corpo eletrizado que dela de do eletroscópio. Em qual das seguintes alternati-
aproximar, conforme figura abaixo. Isso ocorre vas melhor se representa a configuração das fo-
porque a presença do corpo eletrizado polariza lhas do eletroscópio, e suas cargas, enquanto a
eletricamente a esfera. O corpo e o lado da esfera esfera positiva estiver perto de sua esfera?
voltado para ele têm cargas elétricas opostas, por
(a) (c) (e)
isso a esfera é atraída.

→ (b) (d)

b) Eletroscópio de folhas: é composto por uma

esfera metálica neutra ligada a uma haste metáli-
ca e duas folhas metálicas também neutras.
Funcionamento: Ao aproximar um corpo da esfe-
ra metálica neutra do eletroscópio, se as folhas
metálicas, no interior do eletroscópio, se repelirem
é porque o corpo aproximado está eletrizado, veja
figura abaixo; caso contrário estará neutro.

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20) O eletroscópio desta questão é o mesmo da
anterior. Uma esfera metálica, positivamente car-
regada, encosta na esfera do eletroscópio e, em
seguida, é afastada. Qual das seguintes alternati-
vas melhor representa a configuração das folhas
do eletroscópio, e suas cargas, depois que isto
acontece?
(a) (c) (e)
(b) (d)
8. Lei de Coulomb
Foi o francês Charles Augustin de Coulomb
quem formulou, em 1785, a lei matemática que
rege as interações entre partículas eletrizadas.
Usando um modelo newtoniano, ele estabeleceu
que a interação eletrostática entre essas partículas
manifestava se por meio de forças de atração e
repulsão, dependendo dos sinais das cargas.
O enunciado da lei de Coulomb pode ser
apresentado da seguinte forma:
As forças de interação entre duas partículas ele-
trizadas possuem intensidades iguais e são
sempre dirigidas segundo o seguimento da reta
que as une. Suas intensidades são diretamente
proporcionais ao módulo do produto das cargas
e inversamente proporcionais ao quadrado da
distância entre as partículas.
Considere duas partículas eletrizadas com
cargas Q e q, a uma distância d uma da outra. De
acordo com a Lei de Coulomb, a intensidade da
força de interação eletrostática (atração ou repul-
são) entre as cargas é calculada por:
| Qq |
Fe = K
d2
em que k é uma constante de proporcionalidade.
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Representação gráfica de Fe em função de d.
O valor de K, denominada constante ele-
trostática, depende do meio em que as cargas se
encontram. Como em nosso estudo o meio consi-
derado é o vácuo, nesse meio temos:
K ≅ 9,0 ⋅ 109 Nm2c-2
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
21) Determine o módulo da força de interação
entre duas partículas eletrizadas com +4,0 C e
-3,0 C, estando elas no vácuo à distância de 6,0
cm uma da outra (Dado: constante eletrostática
do vácuo K = 9,0 ⋅ 109 Nm2/ C2)
22) Na figura a seguir estão representadas duas
partículas de cargas de mesmo sinal, cujos valores
são q1 = 3,0 μC e q2 = 4,0 μC, separadas no vá-
cuo por uma distância d = 3,0 m. (Dado: K = 9,0
⋅ 109 Nm2/ C2)
a) Qual o módulo da força de interação elétrica
entre essas partículas?
b) E se a distância for reduzida para 0,30 m?
23) Calcule a distância entre duas partículas de
cargas q1 = 4,5 nC e q2 = 12 nC sabendo que
elas se atraem com uma força de intensidade de
F = 540 μN. (Dado: K = 9,0 ⋅ 109 Nm2/C2)
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
15) Duas pequenas esferas metálicas, A e B, são
colocadas de tal forma que ficam separadas a uma
distância d. Elas possuem cargas elétricas diferen-
tes e de sinais opostos. Nas alternativas a seguir
são representadas as forças de atração entre elas.
Qual das alternativas representa corretamente
essas forças?
(a) (d)
(b) (e)
(c)
24) Duas partículas de cargas q1 e q2, de sinais
opostos, separadas pela distância d, atraem-se
com força de intensidade F = 0,18 N. Qual será a
intensidade da força de atração entre essas partí-
culas se:
a) a distância d’ entre elas tornar-se três vezes
maior?
b) o valor da carga de cada partícula reduzir-se à me-
tade, mantendo-se inalterada a distância inicial (d)?

25)(UFRGS) O módulo da força eletrostática en-

tre duas cargas elétricas elementares − considera-
das puntiformes e separadas pela distância nucle-
ar típica de 10-15 m − é 2,30 ⋅ 102 N. Qual é o
valor aproximado da carga elementar? (Constante
eletrostática k = 9 ⋅ 109 N ⋅ m2/C2)
a) 2,56 ⋅ 10-38 C d) 3,20 ⋅ 10-19 C
b) 2,56 ⋅ 10-20 C e) 1,60 ⋅ 10-10 C
c) 1,60 ⋅ 10-19 C

“A perseverança alimenta a esperança.”

Apostila atualizada em 10/1/2022
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Referências
BISCUOLA, G.J.; BOAS, N.V.; DOCA, R.H. Física 3: Eletricidade –
Física Moderna – Análise Dimensional. 2. ed. São Paulo: Saraiva,
2013, v.3.
CARRON, W.; OSVALDO G. Física. São Paulo: Moderna, 1999,
v.único. (Coleção base).
GASPAR, A. Compreendendo a Física: eletromagnetismo e física
moderna. 1. ed. São Paulo: Ática, 2012, v.3 (Ensino Médio)
GASPAR, A. Física. 1. ed. São Paulo: Ática, 2005, v.único.
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