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Mesa de Júri
O Presidente
O Supervisor
O Oponente
DEDICATÓRIA...............................................................................................................................v
EPÍGRAFE......................................................................................................................................vi
AGRADECIMENTOS...................................................................................................................vii
ABREVIATURAS E SIGLAS.....................................................................................................viii
RESUMO.........................................................................................................................................x
ABSTRACT....................................................................................................................................xi
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO...................................................................................................12
1.2 Contextualização......................................................................................................................13
1.3. Problemática............................................................................................................................16
1.4. Justificativa..............................................................................................................................18
1.5. Objectivos................................................................................................................................18
2. Quadro Conceptual.....................................................................................................................20
2.1. eficácia.....................................................................................................................................20
2.2. Administração de terras...........................................................................................................20
3. Tipo de Pesquisa.........................................................................................................................32
3.1. Quanto à Natureza...................................................................................................................32
3.4. Universo..................................................................................................................................33
5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES................................................................................48
5.1. Conclusão................................................................................................................................48
5.2. Recomendações.......................................................................................................................49
5. 3. Referências Bibliográficas......................................................................................................50
Apêndices.......................................................................................................................................52
Anexo 4. credencial........................................................................................................................57
DECLARAÇÃO DE HONRA
Declaro por minha honra que o presente trabalho de fim de curso nunca foi apresentado
na sua essência para a obtenção de qualquer grau e que mesmo constitui-o resultado da minha
investigação pessoal, estando citadas, no texto e na bibliografia todas as fontes utilizadas para a
sua concepcão.
A Licencianda
i
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais (Jaime e Marta), ao meu Esposo (Adérito Cau); ao
meu filho (Akin Celestino) minhas fontes de expiração, com muito amor e ternura, vocês são os
meus heróis! aos meus irmãos (Ivete e Geraldo), que vos sirva de inspiração
v
EPÍGRAFE
v
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus padrinhos (Alexandre e Anatércia) pelo apoio incondicional. Por fim,
manifesto a minha gratidão ao Conselho municipal da Matola, em especial ao Director da VPTU
Aurélio Elias Salomão o, aos técnicos, assim como os munícipes desta urbe, sem os quais não
teria dados suficientes para levar a cabo a pesquisa e produzir conclusões.
v
ABREVIATURAS E SIGLAS
BM Banco Mundial
v
ÍNDICE DE QUADROS, FIGURAS E GRÁFICOS
Tabela 2. Sobre o processo de registo e regularização por parte dos proprietários de terra ou
habitação no Município da Matola 39
i
RESUMO
Com base nas entrevistas efetuadas o estudo constatou que a pesar os esforços que têm
sido implementados pelo Conselho Municipal da Cidade da Matola como por exemplo as
presidências sem parede e informatização do processo, esses esforços não têm sortido feitos na
medida que o processo continua sendo moroso quer por falta de técnicos especializados, de
recursos por parte do conselho Municipal da Cidade da Matola e pela excessiva burocracia do
próprio procedimento, o que abre espaço para ocorrência de práticas corruptas por forma a
acelerar o processo de aquisição do DUAT.
x
ABSTRACT
The Land is a universal means of creating wealth and well-being for society in the world
in general and in Mozambique in particular, its formal access has been the focal point of debate
by all actors in Mozambican society. The present study aimed to analyze the effectiveness of
the administrative procedure in the acquisition of DUATs in the municipal council of the Matola
City. Where we intended to answer the following starting question: what are the constraints faced
by the administration of the municipality of Matola that contribute to the ineffectiveness of the
process of acquiring DUATs?
Through a qualitative approach and resorting to non-probabilistic sampling techniques for
accessibility, 4 elements were interviewed namely: One Director of the Territorial Planning and
Urbanization Council. 1 citizen of the municipal administrative post of Matola headquarters, 1
citizen of the municipal administrative post of Machava and 1 citizen of the administrative post
of Infulene. Based on the interviews carried out, the study found that despite the efforts that have
been implemented by the Municipal Council of the City of Matola, such as the presidencies
without walls and the informatization of the Process, these efforts have not been made as the
process continues to be lengthy. either because of the lack of specialized technicians, lack of
resources on the part of the Municipal Council of the City of Matola and the excessive
bureaucracy of the procedure itself, which opens space for the occurrence of corrupt practices for
accelerate the process of acquiring the DUAT.
Keywords: Land access, DUAT, the constraints to acquisition the DUAT in the municipality of
Matola.
x
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO
1
CUMBE, R.A (2016). Modelo De Implementação De Cadastros Territoriais Multifinalitários Urbanos Em
Moçambique. Dissertação apresentada à Universidade Federal de Pernambuco como parte dos requisitos
para obtenção do título de mestre em Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação.
1
No segundo capítulo, consta a revisão da literatura assim como, a definição de alguns
termos, considerados essencial para a compreensão do tema em questão. No terceiro capítulo
consta de forma resumida os procedimentos metodológicos usados para consumação da
Monografia. No quarto capítulo apresenta os resultados da pesquisa e por último consta a
conclusão e as recomendações.
A pesquisa foi realizada no Município da Matola a escolha deste município deu-se por se
verificar segundo o censo populacional de 2017 que o Município Matola apresenta um
crescimento acelerado demográfico e de infraestruturas urbanas de 142.976, infraestruturas de
habitação e serviços acima da cidade do Maputo2. O que faz com que haja maior pressão na
procura e aquisição o de parcela de terra seja ela para habitação ou para fins comercias por parte
dos cidadãos nacionais assim como estrangeiros.
1.2 Contextualização
1
2
INE 2017; IV Recenseamento Geral da População e Habitação: Divulgação de Resultados Preliminares.
1
social, jurídica, econômica e técnica, onde gestores do espaço fundiário e administradores devem
trabalhar (FERNADES & REYDON 2017. p, 19).3
Apesar do ideal de “libertação da terra e dos homens”, não houve em Moçambique pós-
independência, como referiu NORTON (2005 Apud MANDAMULE, 2017, p 47), uma
redistribuição justa da terra pelas famílias rurais. Pelo contrário, assistiu-se a uma “dependência
da trajetória” marcada pela reprodução das práticas administrativas das antigas potências
coloniais, transformação das propriedades agrícolas privadas em Machambas estatais,
socialização do campo
3
FERNANDES, V. B; REYDON, B. P. (2017). A governança de terras e o desenvolvimento econômico. In.
Governança de TERRAS: DA TEORIA À REALIDADE BRASILEIRA. Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e a Agricultura (FAO) Brasília, 2017.
1
4
ALFREDO, B. (2009) “Alguns aspectos do regime jurídico da posse do direito de uso e aproveitamento da terra e
os conflitos emergentes em Moçambique”.
1
nas cooperativas e aldeias comunais, e confiscação das terras dos camponeses e pequenos
produtores privados5
Nestes termos verifica-se que questão de gestão da terra já preocupava o governo que
emergia logo após a independência, como consequência foi a aprovação da primeira lei de Terras,
aprovada em 1979 (LEI Nº 6/79 de 3 de JULHO) que em decorrência da constituição de 1975,
igualmente consagrava a propriedade estatal sobre as terras. Uma legislação suplementar é
aprovada em 1987 (DECRETO Nº 16/87 de 15 de JULHO) que determina que a terra não pode
ser vendida.
Segundo SOUSA (2011), a institucionalização das autarquias visava garantir uma maior
participação dos cidadãos na busca de soluções dos seus próprios problemas, além de garantir
uma maior interação entre os dirigentes com a população. Em caso específico da gestão de terras,
visava garantir uma gestão mais eficiente, participativa e mais célere dos processos. Não
obstante, colocam-se às entidades autárquicas vários desafios e problemas arrolados na presente
pesquisa no que diz respeito a gestão de terras.
5
MANDAMULE, U. A. (2017). DISCURSOS SOBRE O REGIME DE PROPRIEDADE DA TERRA EM
MOÇAMBIQUE. REVISTA NERA – ANO 20, Nº. 38 - Dossiê 2017 - ISSN: 1806-6755
1
Dentre várias atribuições, que estabelece as condições de acesso, uso e aproveitamento da
terra entre os cidadãos nacionais e estrageiros da autarquia local, destaca-se a urbanização,
construção e habitação (Cap. I, art.6, n.ᴼ 1, alínea h). No mesmo ano em que é aprovada a lei das
autarquias locais, é aprovada a lei de terras (Lei n.ᴼ 19/97, de 1 de Outubro), que destaca a
introdução das competências das autarquias no quadro da gestão de terra, descritas no Capítulo I,
artigo 23, pressupondo que:
1.3. Problemática
Entretanto, no que concerne na o acesso e a posse de terra, a legislação nacional prevê três
formas de acesso e posse: i) havendo reconhecimento de ocupação segundo as normas e práticas
costumeiras; ii) por ocupação de boa-fé num período de pelo menos dez anos; e, iii) através da
autorização pelo Estado mediante a um pedido expresso (CAPAINA, 2021 p.6).
1
Os sujeitos que se encontrem nas duas primeiras formas de acesso e posse podem solicitar
a titulação legal. Nos três casos, o processo de titulação do direito do uso e aproveitamento inclui
o parecer das autoridades administrativas locais, precedido de consulta às comunidades, para
efeitos de confirmação de que a área está livre e não tem ocupantes6.
Segundo LAHIFF (2007 Apud CAPAINA, 2021, p. 7), estas três formas proporcionam
um direito similar sobre o uso e aproveitamento da terra, embora os direitos por ocupação
habitual e de boa-fé são perpétuos, enquanto os direitos obtidos através da solicitação ao Estado
se estabelecem por um período de 50 anos.
Nos municípios que tenham serviços de cadastro, compete aos respectivos Presidentes,
através dos respectivos serviços de cadastro, autorizar pedidos de uso e aproveitamento. Nos
distritos, os Serviços Distritais de Planificação e Infraestruturas (SDPIs) são a entidade
responsável pelas tarefas de elaboração dos planos anuais sobre a disponibilidade de terras,
atribuição e actualização do mapeamento dos DUATs. Com a visão de contribuir para a melhoria
da vida da população no âmbito socioeconómico de forma sustentável, os SDPIs têm como uma
das suas missões garantir a tramitação processual para a emissão de DUATs e assegurar a gestão
sustentável e transparente dos recursos naturais, nomeadamente da terra7.
6
Número 3 do artigo 13 da Lei nº 19/97, de 1 de outubro.
7
CAPAINA, N. (2021). PROCESSOS ADMINISTRATIVOS E PRÁTICAS NA TITULAÇÃO DA TERRA EM
MOÇAMBIQUE: O CASO DOS MUNICÍPIOS DE MAPUTO E MATOLA. OBSERVADOR RURAL (OMR)
Org. Maputo
1
1.4. Justificativa
Nos últimos tempos tem se registado uma crescente procura de terra para vários fins
(produtivos e não produtivos) cresce de forma galopante, o mercado informal de terras, levando a
necessidade de maior segurança legal dos usuários, através da autorização formal, que deveria
funcionar como prova documental para posse segura.
A apresentação do título de DUAT pode conferir ao seu titular legítimos poderes e uso,
até mesmo para transacionar a parcela de terra em causa. Nessa perspectiva abordar sobre o tema
em questão é de extrema importância na medida em que por um lado justificar-se-á pela
actualidade do tema, pois vimos em Julho de 2020, o presidente da república de Moçambique,
Filipe jacinto Nhusy, lançou a auscultação pública para a revisão da politica de terra em
Moçambique, que culminara com a revisão da lei n 19/97 de 1de Outubro lei de terras e de mais
legislações que regulam o processo de gestão de terra no pais. E por outra poderá contribuir numa
melhor perceção da complexidade do processo acesso e posse de terra em Moçambique e em
particular no município da Matola.
1.5. Objectivos
2
1.6. Questões de Pesquisa
2
CAPÍTULO II. REVISÃO DA LITERATURA
2. Quadro Conceptual
2.1. eficácia
Segundo ANDRÉ (1993 apud ALCANTARA, 2010, p. 29) “é o grau em que as metas,
entendidas como atributos mensuráveis de objetivos, para um dado período de tempo, foram
efetivamente atingidas. É o grau no qual uma empresa alcança um objetivo estipulado, como, por
exemplo, melhoria na qualidade, lucros maiores e aumento na participação no mercado”.
RICHARD BOYLE (1989, p. 20) “considera que para avaliar eficácia é necessário definir
claramente os objetivos da organização. No setor público, para este autor, devem participar
políticos, o corpo técnico-burocrático e a população”.
2
Tais instituições desenvolvem princípios para a gestão sobre a terra em todas as partes do
mundo de forma mais ou menos consciente e integrada. As instituições e as regras que incidem
sobre o uso e a propriedade da terra geram entraves e soluções para um melhor ou pior uso do
solo para os devidos fins, definindo o caráter da governança fundiária em um determinado
território (REYDON et all, 2017).
TJIA (2014 apud, CUMBE,2016, p.30 ) afirma que a Administração de Terras incide
sobre a relação entre as pessoas e a terra. Cada país possui uma realidade própria, a maneira
como essa relação (pessoa-terra) ocorre depende de fatores, como o modo de utilização, a
avaliação e o desenvolvimento da terra. O relacionamento pessoa-terra pode ser legal, como no
caso de registro de propriedade da terra, mas também pode ser de fato, no caso da posse da terra.
Normalmente, na relação jurídica, a propriedade é inscrita em um sistema de registro de título.
Entretanto a forma de pensar sobre a terra é variável e difere-se a maneira como outras
pessoas ou comunidades pensam. Essas formas de pensar sobre a terra começam desde a análise
social até a paisagem local existente, visto que os conceitos de uma comunidade sobre a terra são
obtidos à medida que possam atender ao seu estilo ou às necessidades do presente, estando
sempre em mudança e tornando a compreensão dos diferentes conceitos sobre a terra em desafio
para os desenvolvedores de sistemas de administração de terras.
2
Tabela. 1: Sobre os principais conceitos da terra
2
Uma mercadoria formada em mercados de terra simples.
“Desagregado”, a terra como novo conceito de alargar as
oportunidades comerciais. Tais interesses são ilimitados por
Terra como uma mercadoria parâmetros espaciais que multiplicam interesses fora da terra por
meio de commodities negociáveis de maneira dissociada, por
exemplo, água mineral. Um sistema de aceleração de riqueza e
crescimento econômico
Para Glenn e Johnson (2005, p.7) define o termo terra como qualquer tipo de propriedade
imóvel, engloba a terra e todos os anexos permanentes nela localizados, tais como construções,
florestas e estradas.
Entretanto, o conceito de Glenn e Johnson não pode ser aplicado para o nosso estudo, na
medida em que no sistema de administraçao de terra em Moçambique so as pessoas singulares
podem possuir construções, mas nunca a terra onde as construções estão localizadas, uma vez que
esta é propriedade do Estado.
Assim sendo, a definiçao usado nesse estudo é a terra como a superfície e a área sobre a
qual a vida tem lugar fixo e quantidade. Não pode ser destruída ou aumentada. Inclui toda a
superfície da Terra, espaço cúbico, espaço aéreo, espaço subterrâneo, minerais associados e
gases.
2
2.4. Teoria sobres administraçao de terras
As teorias sobre a gestão e administração da terra estavam bipolarizadas, até meados dos
anos 1980, entre a teoria da colectivização (bem comum) e a teoria dos direitos de propriedade e
sua variante evolucionista (NEGRÂO, 2011, p. 11).
Várias são as acepções que a expressão “bem comum” pode assumir, indo desde o
conjunto de elementos oferecidos naturalmente a todos os seres humanos, ou seja, a terra, a água,
os minerais, rios, mares, vento, sol, clima, atmosfera, biodiversidade, entre outros, (FLAHAULT,
2011), às simples relações sociais (materiais ou imateriais) que se estabelecem sobre aqueles
recursos (LIPIETZ, 2010).
Várias são as acepções que a expressão “bem comum” pode assumir, indo desde o
conjunto de elementos oferecidos naturalmente a todos os seres humanos, ou seja, a terra, a água,
os minerais, rios, mares, vento, sol, clima, atmosfera, biodiversidade, entre outros, (FLAHAULT,
2011), às simples relações sociais (materiais ou imateriais) que se estabelecem sobre aqueles
recursos (LIPIETZ, 2010, apud, MANDAMULE, 2017, p. 43 ).
Esta teoria foi popularizado pelo economista Garrent Gradin no seu famoso artigo de
1968, em que argumente que as pessoas que compartilham uma terra num regime comunal
invevitavelmente irao sobercarregá-las (HARDIN, 1968, p. 124-1248). Partindo do exemplo de
um campo de pastagem aberto ao uso de todos, Hardin explica que daquele somente se poderá
esperar que cada pastor procure aumentar a área ocupada pelo seu rebanho, sem se importar com
as áreas ocupadas pelos outros usuários. A conclusão a que chega Hardin no seu artigo é que,
tendo em conta a natureza limitada do mundo (recursos), o livre uso dos bens comuns conduz
à ruína de
2
todos, na medida em que, cada indivíduo procura, de maneira desmedida e ilimitada, aumentar os
seus recursos, antes que os outros façam o mesmo8.
Contudo, alguns críticos se opõem tanto à ideia da tragédia dos bens comuns tachando de
modelo irrealistas. Ressaltando que na vida real, os membros de uma comunidade desenvolvem
uma confi ança social recíproca, colaboram e solucionam problemas, pesquisadores dos bens
comuns, em particular aqueles relacionados com a Associação Internacional para o Estudo dos
Bens Comuns (International Association for the study of the commons, IASC) citam centenas de
sistemas de gestão coletiva de recursos comuns em funcionamento, especialmente nas nações em
desenvolvimento, o que revela que o cenário abstrato de Garret Hardin é empiricamente errôneo
(BOLLIER, 2008,p. 34).
8
Mandamule, U. A. (2017). DISCURSOS SOBRE O REGIME DE PROPRIEDADE DA TERRA EM
MOÇAMBIQUE. Observatório do Meio Rural (OMR) - Maputo, Moçambique, p.43.
9
OSTROM, Elinor. El gobierno de los bienes comunes: la evolución de las instituciones de acción colectiva. 1,
2000, p. 41-46.
2
2.4.2. Teoria evolucionária dos direitos de propriedade
Esta teoria tinha a terra e os serviços como mercadorias cuja alocação dependia da oferta
e da procura, ou seja, do mercado. Quanto menor fosse a interferência do Estado na alocação da
terra e mais livre fosse a determinação dos preços de venda e de compra da terra e da habitação,
mais perfeita seria a actuação do mercado e, consequentemente, os benefícios do munícipe. Ao
Estado competia elaborar o plano urbanístico e zelar pelo cumprimento das normas na sua
implementação (BALCHIN E KIEVE, 1977 apud, NEGRAO, 2011, P. 6).
Duas outras correntes dedicaram-se à análise do estatuto e valor da terra. São elas a teoria
de inovação institucional e as abordagens neo-institucionalistas para quem a criação da
propriedade privada da terra (transformação da terra em um bem comercializável) é resultado de
um processo histórico que não resulta da simples evolução dos regimes de posse de terra
locais (MANDAMULE, 2017).
Estas abordagens reconhecem a existência de diferentes modos de apropriação e de gestão
dos recursos e defendem a constituição de instâncias legítimas aos olhos das populações e
reconhecidas pelo Estado, encarregues de definir os direitos de cada um e arbitrar os conflitos,
mesmo se em certos casos isto pode ser acompanhado por outras formas de arranjos, de tipo
clientelistas ou patrimoniais (LAVIGNE-DELVILLE, 1998, p. 35).
2
2.5. Procedimentos de acesso a terra e o Duat nas áreas autarcizadas em Moçambiue
A posse da terra em Moçambique é regulada por duas correntes: (i) sistema legal em que
o direito é acompanhado por provas documentais; e (ii) sistemas tradicionais de ocupação da terra
em que, o direito sobre a terra é reconhecido pelas lideranças comunitárias sem escritura de prova
da posse. Todas as modalidades do acesso a terra estão estabelecidas na Lei de Terras 19/97, de 1
de Outubro.
2
ordenamento.
3
Para além das modalidades acima mencionadas, o direito de uso e aproveitamento da terra
pode ser adquirido, essencialmente, por transferência de direitos entre os vivos ou por mortis
causa mediante a autorização das entidades competentes. Em contrapartida, o Estado também
pode cessar um DUAT para implantação de bens de interesse público (MOÇAMBIQUE, 2013).
Administrador do Distrito
O presidente do
Conselho Municipal
Gestao
Lei de terra
19/97
Negociaçao particular
Deferimento de pedido
Hasta Pública Boa fé Sorteio
3
Para esta forma de aquisição, os pedidos para a atribuição do DUAT, são feitos pelos
requerentes por via de requerimento modelo , endereçado ao órgão Autárquico competentes, onde
o talhão requerido se localiza. No momento da submissão do pedido (com base no artigo 40 do
RSU), o requerente deve anexar ao pedido os seguintes documentos:
i. Documento de identificação do requerente, se for pessoa singular, e estatutos, no caso
de se tratar de uma pessoa colectiva;
ii. Declaração do bairro de residência;
iii. Cópia da senha do Imposto Pessoal Autárquico;
iv. Cópia do NUIT;
v. Indicação do empreendimento a realizar pelo requerente e;
vi. Memória descritiva, que pode ser disponibilizada pelo respectivo órgão autárquico.
Esta autorização provisória poderá ser prorrogada por duas vezes, como referido nas
posturas do DUAT da cidade de Maputo. Na posse da autorização provisória, o titular deverá,
posteriormente, requerer ao órgão municipal competente a licença de construção, consoante
decreto nº2/2004 de 31 de Março. Caso o titular do DUAT não consiga realizar as obras no prazo
de dois anos, este poderá solicitar a prorrogação do prazo da licença de construção para a
conclusão das obras por um ano, renovável anualmente por igual período.
Pode ser emitida a certidão de benfeitorias desde que estejam edificados no talhão trinta
por cento da obra. Concluídas as obras, o titular do DUAT deverá requerer ao órgão municipal
competente uma vistoria ao terreno para verificação da realização do empreendimento proposto.
3
Depois disto pode avançar-se para a autorização definitiva do uso e aproveitamento da
terra e emitido o respectivo título de DUAT. De forma sistemática, no contexto de deferimento de
atribuição para pedido do DUAT e licença de construção, até à obtenção do título de DUAT,
devem-se seguir os seguintes passos da Figura 2.
Pedido do DUAT
Licença de construçao
Certidao de Benfeitorias
Licença de utilizaçao
Vistoria do talhao DUAT
Fonte: Autora, 2023, com base nos dados do Guiao de gestao de terras urbanas
10
O plano pormenor é que define com detalhe a tipologia da ocupação das áreas urbanas, definindo a concepção do
espaço, os usos do solo e as condições das edificações, o traçado das vias de circulação, etc.
3
Observados os requisitos impostos, o ocupante pode iniciar o processo de titulação do
DUAT que deve ter, nos termos do nº 1 do artigo 40 do RSU, os seguintes documentos:
Documento de identificação do requerente; Esboço de localização do terreno; Indicação do
empreendimento a realizar pelo requerente, caso o ocupante não tenha realizado nenhuma
obra/construção no
talhão; Memória descritiva que pode ser disponibilizada pelo respectivo órgão autárquico.
Demarcao
Laçamento na base cadastral
Processo legal
Notificação do reqrente
3
Capítulo III. METODOLOGIA
Este capítulo define o tipo de pesquisa e metodologia que usada para elaboração da
Monografia. Aqui são apresentados os procedimentos e abordagens metodológicas usadas na
elaboração da Monografia, bem como, as técnicas que foram usadas no processo e recolha de
dados.
3. Tipo de Pesquisa
Quanto a abordagem efetuou-se uma pesquisa do tipo qualitativa que segundo GIL (2008,
p. 207), considera que nesse tipo de abordagem “existe uma relação entre o mundo e o sujeito que
não pode ser traduzida em números (…) o pesquisador tende de analisar seus dados
indutivamente”. A pesquisa qualitativa em relação ao tema permitiu ao pesquisador estabelecer a
interação directa com os participantes, extrair dados através da observação direta do local
escolhido para o estudo. entretanto, uso desse tipo de pesquisa não nos impossibilitou uso de
dados estáticos por forma a consubstanciar as narrativas aqui apresentadas.
Quanto à natureza a pesquisa classifica-se como sendo básica, que na ótica de JUNG
(2004), a pesquisa básica consiste em entender, descrever e explicar os fenómenos da natureza
Objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática
prevista. Envolve verdades e interesses universais.
3
Em pesquisas descritivas, os factos são observados, registados, analisados, classificados e
explanados, sem que o pesquisador interfira sobre eles, ou seja, os fenômenos do mundo físico e
humano são estudados, mas não são manipulados pelo pesquisador.
3.4. Universo
Segundo GILL (2008), fala que o universo é o conjunto de elementos que possuem as
características que serão objeto do estudo, e a amostra, é uma parte do universo escolhido
selecionada a partir de um critério de representatividade.
As pesquisas nas ciências sociais abrangem um universo tão grande, sendo impossível
considerar todo o universo ou população - conjunto de seres animados ou inanimados que
apresentam pelo menos uma característica em comum (MARCONI E LAKATOS, 2003:223).
Assim sendo, trabalha-se com uma amostra, que é uma parte dos elementos que compõem o
universo, esperando que ela represente essa população (universo) que se pretende estudar
(PRODANOV & FREITAS, 2013).
3
(Diretor técnico de infraestrutura e urbanização) 3 e três munícipes oriundos dos diferentes potos
administrativos existentes.
Entretanto, com vista a segurar os objetivos a atingir no presente trabalho, foi usada a
técnica triangulação de dados, significa coletar dados em diferentes períodos e de fontes distintas
de modo a obter uma descrição mais rica e detalhada dos fenômenos. Faz-se a triangulação dos
métodos de coletas de dados em pesquisas qualitativas e quantitativas, através da combinação da
técnica de pesquisa bibliográfica, analise documental e entrevistas semiestruturadas (DENZIN,
1978).
Para Análise e interpretação dos dados utilizou-se a técnica de Triangulação para análise
das informações coletadas. Nesse sentido, a técnica prevê três momentos distintos que se
articulam dialeticamente, favorecendo uma perceção de totalidade acerca do objeto de estudo e a
unidade entre os aspetos teóricos e empíricos, sendo essa articulação a responsável por imprimir
o caráter de cientificidade ao estudo (MINAZO, 2010). Nesta perspectiva Marcondes e Brisola
(2014) diz que:
3
A triangulação surge como forma de amenizar problemas de credibilidade em pesquisas,
ao adotar como estratégia de investigação, múltiplas visadas e métodos de obtenção de
informações esses três processos podem ser analisados na figura abaixo:
Dados Empiricos
Articulação
Análise da Conjuntu ra
Dialogo com os Autores
Fonte:
Marcondes e Brisola (2014).
O capítulo a seguir destina-se à análise e interpretação dos resultados, onde irão ser
revelados os resultados da pesquisa, descrevendo os constrangimentos administrativos da posso
formal de terra no Município da Matola.
4
CAPITULO IV: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
A este, é também limitado pela cidade de Maputo e a Noroeste, faz fronteira com o
distrito de Marracuene. Com o processo de democratização do país, e através do Decreto-lei 2/97
de 18 de fevereiro, abriram-se as portas para a restauração do estatuto municipal, confirmado
pelas primeiras eleições autárquicas, realizadas a 30 de junho de 1998. Na sequência destas
eleições foram instalados os novos órgãos de poder local, nomeadamente a assembleia municipal,
o conselho municipal e um presidente do conselho municipal. Foi neste período que inicia
um grande crescimento urbano e a implementação do seu plano de estrutura urbano - PEU, pelo
conselho municipal, iniciou em 2010, com duração de 10 anos.
No que tange aos moldes de acesso a terra, NEGRÃO (2010, p. 22), afirma que ʺembora a
terra, na República de Moçambique, seja propriedade do Estado, este tem o papel de adjudicador
exclusivo da terra. A LT (lei n.ᵒ 19/97) prevê que, a transmissão dos direitos de uso e
aproveitamento de terra, consequentemente o acesso à terra, possa ser feita por quatro vias
distintasʺ:
4
comunitários e chefes dos bairros foi cada vez mais se diluindo com a individualização da terra
pelos antigos moradores13.
Maior parte dos interessados pelas terras no município da matola são oriundos da cidade
de Maputo, Matola, da província da Zambézia e Sofala, e com rendimentos que vão desde o mais
baixo até ao mais alto. a maior parte destes compradores, compra a terra para construção de
residências unifamiliares, outros a adquirem com visão de investimento, esperando que o
processo de urbanização se intensifique e agregue ou acrescente valor a terra e a possam vender a
valores mais elevados.
Aliado a isto, verifica-se que maior parte das parcelas é vendida sem qualquer valoração
em termos de benfeitorias e, por outro lado, a negociação assume um caráter informal ou mesmo
clandestino, evidente principalmente quando surge uma dupla venda da mesma parcela 14
. A
transição monetária efetuada entre o vendedor e comprador é muito instável, razão pela qual em
alguns vezes os vendedores revendem as mesmas parcelas que já tinham vendido a outros
compradores15.
13
ADAMO, op. cit., p. 19.
14
MUCHACONA, Jorge. (2019) A simbologia de conflitos de terra na história de um povo: Monapo – Moçambique
(XIX – XXI). Revista Nordestina de História do Brasil, Cachoeira, v. 2, n. 3, jul./dez. 2019.
15
ADAMO, M. A, (2003) “Mercado de terras nas áreas urbanas e sua implicação na ocupação e uso da terra: estudo
de caso da área periurbana da cidade da Matola”, UEM, p. 39.
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Nessa perspectiva, os intermediários faziam o negócio à parte com supostos interessados
pela terra (na maioria dos casos, para a construção de residências unifamiliares), cobrando
valores muito acima dos simbólicos exigidos pelos nativos. Os recém-chegados eram
apresentados pelos intermediários como supostos familiares próximos (como filho, sobrinho,
neto, etc.), e os nativos, por sua vez, pela proximidade e confiança que possuíam para com os
intermediários sediam terra para supostos filhos, sobrinhos, netos destes últimos, assim, o
negócio era efetuado de forma indireta beneficiando aos intermediários.
O essencial nesse processo é a aquisição de maior valor de venda, quanto maior for a
proposta de compra maior é a possibilidade de o comprador conseguir a compra. portanto, a
progressiva valorização da terra despertada pelo processo de urbanização no município da
Matola, fez com que os preços pela terra neste município variam entre 250 000 MT à 5500 000
MT, para um terreno com dimensões de 15/30, 20/40 e 25/50. Preços este podem aumentar em
função de factores tais como: aproximação do espeço em áreas urbanas, existência de corrente
elétrica, agua e de infraestruturas básicas (escola, posto de saúde e posto policial etc.…).
“Aqui aterra custa muito caro, na altura eu comprei o meu espeço 20/40 a
2.00.000,00Mts, paguei em três prestações, e actualmente os terrenos variam entre
230.000.00 a 5500.000,00 Mts, pois o preço aumento enfunação da localização do
espeço e o tamanho do mesmo”.
Nessa, a Lei de Terra (lei nº 19/97), no seu artigo 23 preconiza que, compete aos
Presidentes dos Conselhos Municipais e de Povoações e aos Administradores do Distrito, nos
locais onde não
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existam órgãos municipais, autorizar pedidos de uso e aproveitamento de terra nas áreas cobertas
por planos de urbanização e desde que tenham serviços públicos de cadastro.
Esta forma de acesso à terra tem sido é problemática, pelo que, o processo de aquisição da
terra através deste molde de acesso tem sido muito moroso. A concessão de terra pelo Conselho
Municipal resulta do despacho do pedido de concessão de uma parcela, mediante a apresentação
de um plano de exploração. O que até certo ponto, repele maior parte dos que procuram parcela
no município, levando-os a efetuar contactos com os antigos moradores que os vendem as
parcelas que necessitam (ADAMO, 2003).
De um modo geral, no Município da Matola a terra pode ser adquirida por meio da
concessão do município ou compra com os naturais ou com alguém que tenha adquirido e que
esteja a vender. O acesso à terra via município é demorado, mas vantajoso uma vez que o
município atribui terrenos em espaços parcelados (ordenados), com arruamento, embora muitas
vezes com falta ou escassez de infraestrutura e equipamentos urbanos. Na atribuição de terrenos,
o município leva em consideração os tipos de uso (residencial, social, comercial, industrial ou
agropecuário)16.
Quanto aos terrenos atribuídos para habitação particular, sua regularização é autorizada
pela Vereação de Planeamento Territorial e Urbanização (VPTU); já a dos terrenos para a
implantação dos restruturas para fins comerciais e outros usos é autorizada pelo presidente do
município. A demora no acesso por meio do município faz com que muitos cidadãos adquiram
terrenos de formas consideradas ilegais, sem a observância de critérios de parcelamento,
ocasionando a não reserva de áreas para a implantação de infraestrutura e equipamentos urbanos
necessários à população (RIBEIRO, 2022, p.9).
Os títulos formais de terra podem ser adquiridos no município da Matola de três maneiras
distintas: a) através da ocupação de “boa-fé”, se a pessoa tiver vivido no terreno por mais de 10
anos, onde passa a ser considerado ocupante legal; b) através do “acesso costumeiro”, onde se
pode registar a terra que tradicionalmente ocupara, fora de áreas de habitação, sendo a cláusula
mais
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16
Ribeiro, Ester Tomás Natal (2022) Espaços residenciais fechados: o acesso diferenciado e desigual à terra na
cidade da Matola, em Moçambique. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892. geousp.2022.192614.pt
acedido aos 08 de março de 2023.
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relevante nas zonas rurais; e c) através do registo do “terreno abandonado”, onde indivíduos ou
corporações podem requerer de forma direta ao município ou Estado o registo de título para
ocupação e uso de terrenos abandonados. A Certidão do título é emitida pelas secretarias de
cadastros estatais ou municipais após vistoria ao terreno, destacando-se a ocupação de Boa - Fé e
o Diferimento de um Pedido como as mais comuns.
Tabela 2. Sobre o processo de registo e regularização por parte dos proprietários de terra
ou habitação no Município da Matola
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O processo de massificação, obedece um caráter político-administrativo, pois é feito em “Presidências sem Paredes”.
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Isto é, o Presidente do Conselho Municipal interage diretamente com os munícipes.
4
aproveitamento de terra - DUAT neste período. Como evidencia gráfico abaixo sobre a evolução
de emissão de DUATs no município da matola.
25000
20000
15000
10000
5000
0 Ficha DUAT Ficha DUAT Ficha DUAT Ficha DUAT Ficha DUAT
S S S S S
2015-2016 2019 2020 2021 2022
PAMS 2110 1250 1100 765 496 1701 1035 502 669
PAMM 10437 975 900 1911 1318 3105 1118 1115 1260
PAMI 11022 1300 1099 829 547 2295 1043 1720 918
Total 23569 3525 3099 3505 2361 7101 3196 3337 2847
O gráfico acima mostra que de 2020-2022 uma redução por da emissão de DUATs por
parte do conselho municipal da cidade da Matola, este factos pode ser justificado por um lodo
pelo fato do país, e em particular o município da matola ter sido afetado pela a pandemia de
COVID-19, Que obrigou a implantação de medidas restritivas, o impossibilitou a alguns técnicos
de fazerem visitas a parcela de terra requeridas pelos munícipes para o processo de regularização.
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Entretanto, o procedimento mais comum de atribuição do DUAT no município da Matola
é por deferimento e por ocupação de boa-fé. Onde por forma a evitar o duplo registo o processo
começa do bairro com o preenchimento da ficha de pedido de regularização, elaborada em 2010
permite que o processo inicia junto as estruturas do bairro, através do “chefe de quarteirão” e um
visto do secretário de bairro, que legitimam a autenticidade da propriedade e do estágio em que se
encontra.
Este processo sendo de base, o seu procedimento difere de acordo com as condições de
cada bairro, pois verifica-se uma harmonia nas áreas urbanizadas. Nos bairros ainda rurais ou
periurbanos, com uma influência da estrutura tradicional, verificam-se conflito entre esta
estrutura e o secretário de bairro, na cobrança das taxas pela legitimação da autenticidade da
propriedade, pois o decreto 15/2000, de 20 de Junho, que estabelece as formas de articulação dos
órgãos locais do Estado com as autoridades comunitárias, legitima a existência das duas
estruturas, sem que exista subordinação entre elas.
Neste processo o posto administrativo, segundo o seu estatuto orgânico, tem a função de
fiscalizar o uso do solo e o processo de edificações e construções; receber projetos e formar
processos de urbanização; verificar e aprovar projetos; verificar e emitir pareceres de informação
prévia; emitir licenças de construção; verificar e emitir autorização de obras de sexta categoria;
fiscalizar obras de construção civil e todas as obras em curso no território sob sua jurisdição;
fiscalizar o processo de regularizações; fiscalizar a prorrogação do direito de uso e
aproveitamento de terra - DUAT; verificar e emitir pareceres em casos de conflitos de âmbito
local; verificar e confirmar os números de terrenos; efetuar medições e vistorias.
A direção de construção e urbanização, após o reconhecimento da informação prestada ao
nível do bairro e posto administrativo, submete o requerimento ao presidente do conselho
municipal, que procede a autorização, isto é, atribui formalmente o direito de uso e
aproveitamento
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de terra. Como no afirma o nosso entrevistado o Sr. Aurelio Director do departamento de
planeamento territorial Urbano, salienta que:
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“ Existem vários factores que interferem na eficácia do processo de atribuição
do DUATS dentre este podemos destacar os seguintes : Irregularidades detetada s faz
com que o processo leve mais tempo; aumento da demanda, pois dificulta o trabalho
são muitos DUATS para poucos técnicos; Factor transporte ( mobilidade) ainda não é
eficiente, os munícipes não pagam imposto isso faz com que o município não tenha
recursos e assim os técnicos se descolarem ao terreno para ver/ tirar dados; Verificação
minuciosa no cadastro esse factor, isso faz com que o processo demore pois em caso de
não atenção pode gerar conflito haver situação de dois munícipes terem DUAT do
mesmo espaço; Não informatização num processo digital para o processo ser célere``.
Um outro factor não menos importante e vale a pena salientar é a forma como os
burocratas ao nível da rua implementam as politicas publicas, no que tange ao acesso do DUAT,
temos como por exemplo os burocratas ao nível de rua ( os secretários dos bairros, chefe dos
quarteirão, os técnicos de ligados a érea de cadastro do solo urbanos) e que este para elem de
efetivaram as politicas do Estado. Na medida em que são responsáveis por executar as políticas
no contato com os cidadãos, esses profissionais acabam, ao mesmo tempo, personificando ou
materializando a imagem do Estado e tomando decisões locativas que impactam o bem-estar da
população, em algum momento a sua atuação difere-se ou não segui arisca da prevista na lei e
muitas das vezes estes tipos de funcionários actuam na maioria das vezes a dos seus supervisores,
e em algumas circunstancia são propensos a envolverem-se em situações de corrupção.
Como verificamos no município da Matola no que tange aos custos sobre a mobilidade
dos técnicos de vistoria, pois o regulamento sobre o solo urbano não diz aquém fica o cargo das
despesas de mobilidade dos técnicos e o valor que se deve ser pago aos técnicos para tal
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mobilidade.
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“fiz o pedido do DUAT em 2018, e só tive o DUAT no 2022, e nesse período de tempo
gastei aproximadamente a 7mil meticais, pois paguei 3 mil meticais para os técnicos
para questões de mobilidade, pois este alegar ão que não possuíam meios para poderem
se locomover” Arlindo Fernando, Morador do Bairro Boquisso.
“Solicitei o DUAT no ano de 2019, paguei todas as taxas por lei estabelecida incluindo
a mobilidade dos técnicos, mas até hoje ainda não tive o DUAT, quando procuro saber
sobre a minha situação a informação que o meu processo est á no gabinete do vereador,
o que me espanta essa morosidade é o facto de lei estabelece um período de 90 dias
úteis para e emissão do DUAT”
4.4. As estratégias levadas acabo pelo Município da Matola com vista a emissão eficaz dos
DUATs
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Outro aspecto que concorre para a unificação dos sistemas de posse é a possibilidade de
se incluir na base cadastral, terras regidas por ocupação de comunidades locais ou de pessoas de
Boa
- Fé mediante a manifestação de interesse.
“Há 5 anos o município criou campanhas massivas de DUATS é um projeto que visa
levar o município ao munícipe só no ano 2022 já realizou 6 campanhas onde fazem as
entregas por bairro ou posto administrativo. Descentralizou de alguns serviços, já há
serviços urbanos há topógrafos e fiscais nos postos administrativos para interpretar
mapas”
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5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
5.1. Conclusão
Assim sendo, o estudo constatou que no Município da Matola, pesar dos esforços que as
autoridades municipais vem implementando no sentido de descentralizar alguns serviços
planeamento urbano e de topografia e o usos de meio tecnológicos para o registo de dados
geográfico especificamente o SIGIT. Tal esforço não tem sortido efeitos significativos no que
tange na eficácia da emissão do DUAT, visto que o processo costuma a levar em media 12 meses
principalmente quando se trata de licenças de concessão para habitação, encontra partida dos 90
dias estipulados pela lei. A esta morosidade o estudo constatou dois fatores interrelacionados que
possa explicar a ocorrência dessa situação.
1. Burocracia excessiva e lacunosa, pois este começa ao nível do bairro para o posto
administrativo onde se faz todo processasse regularização topográfica e atribuição
de numero do talhão caso não exista alguma irregularidade, o processo avança
para a vereação do bairro, onde o vereador da o desfecho, isto é o DUAT e de
seguida o processo volta para a secretaria do poto administrativo municipal onde
este notifica o requerente para o devido levantamento do seu DUAT. Lacunosa
porque as leis não preveem o tempo máximo para vistoria dos talhões e bem
como as
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cobranças feitas pelos técnicos topógrafos para questões de mobilidade de espeça
a ser regularizado.
5.2. Recomendações
Como fruto das constatações obtidas com a pesquisa, são aqui levantadas as seguintes
recomendações:
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5. 3. Referências Bibliográficas
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Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) Brasília,
2017.
LIPIETZ, A.(2010).. Questions sur les biens communs. In: RITIMO. Les biens communs,
modèle de gestion des ressources naturelles. Paris. Disponível em:
http://mercredis.coredem.info/communs. Recuperado: em 03 Març. 2023.
MARCONI, M., & LAKATOS, E. (2009). Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo:
Editora Atlas SA.
6
Legislação e outras fontes
Assembleia da República: Lei de Bases das Autarquias Lei n.º. 2/97, de 28 de Maio;
Apêndices
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Universidade Eduardo Mondlane
Faculdade de Letras e Ciências Sociais
Departamento de Ciência Política e Administração Pública
Licenciatura em Administração Pública
Instituição: UEM
Pesquisador: Neima Arlindo Munave
Contacto:
E-mail:
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Caro (s) Munícipe (s). Este questionário visa recolher informações para um trabalho de pesquisa, no âmbito
do Curso de Licenciatura em Administração Pública, na Faculdade de Letras e Ciências Sociais-
Universidade Eduardo Mondalane- Maputo, que tem por tema : Análise da eficácia do processo de
aquisição de DUATS no Município da Matola (2015-2021) . Sua colaboração é absolutamente
indispensável para que possamos conduzir nossa investigação à meta desejada.
Dados
Nome:
2. Quais são os constrangimentos que teve de enfrentar durante o processo de pedido até a
emissão de DUATs?
3. Quanto é que teve de gastar para obter o DUAT? .
4. Se fosse para melhor esse processo o que o senhor (a) recomendava?
Anexos
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Anexo 2.
Ficha de
pedido de regularização
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Anexo 3 Título de direito de uso e aproveitamento de terreno
urbano
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Anexo 4. credencial