UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS DE ANANINDEUA
FACULDADE DE ENGENHARIA DE ENERGIA
__________________________________________________________________________
Identificação e Quantificação de Recursos Energéticos
Prof. Dr. Jerson R. P. Vaz
Monitoria: David L. P. Sousa; Jean C. A. Nobre.

1) Calcular as medidas de dispersão sobre 10 medições da velocidade média do vento [m/s]

em um determinado local
Valores: 12, 10, 14, 13, 11, 9, 12, 13, 15, 10

Passo 1: calcular a média

Para calcular a média, basta somar todos os valores e dividir pelo número de
observações:

12 +10 +14 +13 +11 + 9 +12 +13 +15 +10

Média: = 11,9 [m/s]
10

Passo 2: calcular a variância

Para calcular a variância, primeiro subtraímos cada valor da média e elevamos o
resultado ao quadrado:

Variância:

2
(12 − 11,9)2 + (10 − 11,9) 2 + (14 − 11,9) 2 + (13 − 11,9) 2 + (11 −11,9) 2 + (9 − 11,9)2 + (12 − 11,9)2 + (13 − 11,9) 2 + (15 − 11,9) 2 + (10 − 11,9)
= 3,66
3,65 m/s
10 − 1

Ou

(12 – 11,9 = 0,1); (10 – 11,9 = -1,9); (14 – 11,9 = 2,1); (13 – 11,9 = 1,1); (11 – 11,9 = -0,9);
(9 – 11,9 = -2,9); (12 – 11,9 = 0,1); (13 – 11,9 = 1,1); (15 – 11,9 = 3,1); (10 – 11,9 = -1,9).

(0,1)2 + (-1,9)2 + (2,1)2 + (1,1)2 + (-0,9)2 + (-2,9)2 + (0,1)2 + (1,1)2 + (3,1)2 + (-1,9)2 = 32,9
2
32,9 / (n-1), nesse caso (10-1) = 3,65 [m/s ]
[m/s2]?
Isso ocorre porque a variância é calculada a partir dos desvios dos dados em relação à
média, que também está na unidade de medida dos dados.

Por que dividir por n-1?

A divisão por n-1 na fórmula da variância é chamada de correção de Bessel e é utilizada
quando estamos calculando a variância de uma amostra.
A correção de Bessel é necessária porque a variância calculada com base na amostra
tende a ser subestimada em relação à variância real da população. Isso ocorre porque estamos
usando uma estimativa da média populacional, a média amostral, e essa estimativa pode estar
sujeita a erros amostrais.
Quando usamos a correção de Bessel, estamos ajustando o cálculo da variância para
levar em consideração que a média amostral é uma estimativa da verdadeira média
populacional. O resultado é um cálculo mais preciso da variância da população com base nos
dados da amostra.

Passo 3: calcular o desvio padrão

𝑓𝑖 = frequência
Onde: os desvios da média podem ser calculados por 𝑑 = (𝑥𝑖 − 𝑥̅ )
Para reduzir qualquer dificuldade na obtenção do resultado do desvio padrão basta tirar a raiz
quadrada da variância:

 = 2
então

 = 3,66 = 1,91 [m/s]

Assim, podemos concluir que a média da velocidade do vento é de 11,9 m/s, a variância
é de 3,66 m/s2 e o desvio padrão é de 1,91 m/s.
Estas medidas de dispersão são úteis para entender a variabilidade dos dados e, portanto,
para avaliar a eficiência de sistemas de energia eólica, por exemplo.
2) Calcular as medidas de dispersão sobre 15 medições de energia fotovoltaica [𝐖].
Dados Energia Fotovoltaica [𝐖]
1 2,9
2 3,1
3 3,5
4 3,8
5 4,1
6 4,3
7 4,5
8 4,7
9 4,8
10 4,9
11 5,2
12 5,7
13 5,8
14 6,1
15 6,2

Para determinar a distribuição de frequência com 5 classes, precisamos primeiro

encontrar o intervalo de classe. O intervalo de classe é definido como a diferença (intervalo ou
amplitude) entre o valor máximo e o valor mínimo dividido pelo número de classes desejado.
Neste caso, queremos 5 classes:

Intervalo de classe: (6,2 – 2,9) / 5 = 0,66

Em seguida, podemos criar as classes usando o intervalo de classe:

Classe Limites de classe Frequência

1 2,9 – 3,56 3
2 3,57 – 4,23 2
3 4,24 – 4,9 5
4 5 – 5,66 1
5 5,67 – 6,33 4
 A média dos dados pode ser encontrada somando todos os valores e dividindo pelo
número de dados:

3,5 + 4,8 + 5,2 + 4,3 + 6,1+ 2,9 + 4,7 + 3,8 + 5,7 + 4,5 + 6,2 + 3,1 + 4,9 + 5,8 + 4,1
= 4,64 [W]
15
Para calcular a variância, precisamos primeiro encontrar o desvio de cada dado em
relação à média. Isso é feito subtraindo cada dado da média:

Dados EF [𝐖] Média Desvio

1 2,9 4,64 -1,74
2 3,1 4,64 -1,54
3 3,5 4,64 -1,14
4 3,8 4,64 -0,84
5 4,1 4,64 -0,54
6 4,3 4,64 -0,34
7 4,5 4,64 -0,14
8 4,7 4,64 0,06
9 4,8 4,64 0,16
10 4,9 4,64 0,26
11 5,2 4,64 0,56
12 5,7 4,64 1,06
13 5,8 4,64 1,16
14 6,1 4,64 1,46
15 6,2 4,64 1,56

Em seguida, elevamos cada desvio ao quadrado e somamos os resultados:

(-1,74)2 + (-1,54)2 + (-1,14)2 + (-0,84)2 + (-0,54)2 + (-0,34)2 + (-0,14)2 + (0,06)2 + (0,16)2 + (0,26)2
+ (0,56)2 + (1,06)2 + (1,16)2 +(1,46)2 + (1,56)2 = 15,276

Por fim, podemos calcular a variância da seguinte forma:

15,276 / (n-1), nesse caso (15-1) = 1,091 [W2]

Desvio padrão:

 = 1, 091 = 1, 044 [W]

Assim, podemos concluir que a média da energia fotovoltaica medida é de 4,64 W, a

variância é de 1,091 W2 e o desvio padrão é de 1,044 W.
3) O supervisor de uma usina hidrelétrica solicitou que o engenheiro de energia apresente
um relatório das medidas de dispersão com a distribuição de frequência com 3 classes
para os dados abaixo, que representam a energia elétrica (MWh) gerada na usina em um
dia.

201 212 221

238 244 272
291 299 312

*Solução no Excel
4) No bairro do distrito industrial, localizado em Ananindeua-PA. A empresa Sococo
utiliza caldeiras para a queima de Biomassa (casca de coco) a fim de se gerar energia.
Para o ano de 2022 queimou-se no mês de janeiro 6 toneladas de casca de coco nas
caldeiras. No mês de fevereiro 5,2 toneladas. No mês de março 6,3 toneladas. No mês de
abril 4,1 toneladas. No mês de maio 7,3 toneladas. Em junho 5 toneladas. No mês de julho
9,3 toneladas. Em agosto 8,7 toneladas. No mês de setembro 6 toneladas. Em outubro 7,4
toneladas. No mês de novembro 6,5 toneladas e no mês de dezembro 4 toneladas.

[a] Qual a média anual?

[b] Qual é a variância?
[c] Qual é o desvio padrão?

Resposta:
[a]
6 + 5,2 + 6,3 + 4,1 + 7,3 + 5 + 9,3 + 8,7 + 6 + 7,4 + 6,5 + 4 75,8
𝑀= = = 6,3 𝑇
12 12

[b]
𝑉=
(6−6,3)²+(5,2−6,3)²+(6,3−6,3)²+(4,1−6,3)²+(7,3−6,3)²+(5−6,3)²+(9,3−6,3)²+(8,7−6,3)²+(6−6,3)²+(7,4−6,3)²+(6,5−6,3)²+(4−6,3)²
12−1

V= (−0,3)² + (−1,1)² + (0)² + (−2,2)² + (1)² + (1,3)² + (3)² + (2,4)² + (−0,3)² + (1,1)² + (0,2)² + (−2,3)2 /11
V=30,22/11 = 2,75 T²

[c]

D.P = √2,75 = 1,65 T

Ou

(−0,3)²+(−1,1)²+(0)²+(−2,2)²+(1)²+(1,3)²+(3)²+(2,4)²+(−0,3)²+(1,1)²+(0,2)²+(−2,3)2
𝐷. 𝑃 = √ 12

D.P = 1,58 T
5) Em um experimento para otimização de turbinas eólicas onde o objetivo é aumentar a
capacidade de geração de energia pela turbina sob diversas condições, um dos primeiros
passos é encontrar a velocidade do vento atuando nas pás da turbina, geralmente
realizado com um tubo de pitot varrendo o campo do escoamento. Coletou-se as
velocidades em m/s expressas abaixo.

5,3 5,5 4,2 4,1

4,9 5,4 5,6 5,1
5,9 4,8 6 4,5
4,7 5 4 5,6
4,3 5,8 4,4 5,8

[a] Qual a média das velocidades?

[b] Qual é a variância?
[c] Qual é o desvio padrão?

Resposta:
[a]

5,3+4,9+5,9+4,7+4,3+5,5+5,4+4,8+5+5,8+4,2+5,6+6+4+4,4+4,1+5,1+4,5+5,6+5,8 100,9
𝑀= = =
20 20
𝑎𝑝𝑟𝑜. 5 𝑚/𝑠

[b]
𝑉=
(5,3−5)²+(4,9−5)²+(5,9−5)²+(4,7−5)²+(4,3−5)²+(5,5−5)²+(5,4−5)²+(4,8−5)²+(5−5)²+(5,8−5)²+(4,2−5)²+(5,6−5)²(6−5)²+(4−5)²+(4,4−5)²+(4,1−5)²+(5,1−5)²+(4,5−5)²+(5,6−5)²+(5,8−5)²
20−1

V=7,01/19 = 0,37 m/s²

[c]

D.P = √0,37 = 0,6 m/s

6) Com o objetivo de medir a velocidade e direção do vento um Engenheiro de Energia do
campus Ananindeua utilizou um Anemômetro na costa nordestina do Brasil para
verificar a possibilidade de implementação de turbinas eólicas. Onde obteve o quadro
abaixo de velocidades do vento em m/s no local com 20 medições.

5 6 7 8
5,2 6,2 7,2 8,2
5,4 6,4 7,4 8,4
5,6 6,6 7,6 8,6
5,8 6,8 7,8 8,8

[a] Determinar a distribuição de frequência com 4 classes.

[b] Qual a média das velocidades?
[c] Qual é a variância?
[d] Qual é o desvio padrão?
[e] Qual a porcentagem de medições pela distribuição de frequência?

Intervalo entre os dados = 8,8 – 5 = 3,8

Intervalo entre as classes = 3,8/4 = apro. 1 m/s.

Respostas:
[a] Determinar a distribuição de frequência com 4 classes.

Vel. m/s Frequência Porcentagem

5-5,8 5 25%
6-6,8 5 25%
7-7,8 5 25%
8-8,8 5 25%

[b] Qual a média das velocidades?

5+5,2+5,4+5,6+5,8+6+6,2+6,4+6,6+6,8+7+7,2+7,4+7,6+7,8+8+8,2+8,4+8,6+8,8 138
𝑀= = = 6,9 𝑚/𝑠
20 20

[c] Qual é a variância?

(5−6,9)²+(5,2−6,9)²+(5,4−6,9)²+(5,6−6,9)²+(5,8−6,9)²+(6−6,9)²+(6,2−6,9)²+(6,4−6,9)²+(6,6−6,9)²+(6,8−6,9)²+(7−6,9)²+(7,2−6,9)²(7,4−6,9)²+(7,6−6,9)²+(7,8−6,9)²+(8−6,9)²+(8,2−6,9)²+(8,4−6,9)²+(8,6−6,9)²+(8,8−6,9)²
𝑉= 20−1

V= 26,2825/19 = 1,38
[d] Qual é o desvio padrão?

D.P = √1,38 = 1,17 m/s.

[e] Qual a porcentagem de medições por frequência distribuída?

Regra de três:
100%------20
X%--------5
X= 25%
(EXERCÍCIO)

Determinar a distribuição de frequência com 10 classes, a média, o desvio padrão e a

variância dos dados da tabela abaixo.

1,2 3,4 4,5 2,3 1,8 3,6 2,7 4,9 2,8 5,6
6,7 4,1 3,9 5,2 1,1 2,5 3,8 5,0 2,9 3,7
4,2 3,3 5,1 1,9 2,6 4,3 5,7 3,1 1,5 2,0
4,8 5,5 3,2 2,2 1,3 3,0 4,6 5,8 2,4 4,7
OBS: organizar a tabela em ordem crescente ou decrescente vai deixar o processo mais claro.
Pode ser feito tanto a mão quanto no desktop, e.g. excel.

Agora, vamos criar uma tabela com as classes e as frequências correspondentes. Para
isso, vamos dividir o intervalo de valores (de 1.1 a 6.7) em 10 classes de tamanho igual. O
tamanho de cada classe será, portanto, ____.

Classe Intervalo Frequência

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10

[a] Qual a média?

[b] Qual a variância?

[c] Qual o desvio padrão?