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Art.

6º - São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação,


o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social,
a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados,
na forma desta Constituição.

         Os direitos
sociais, direitos de segunda dimensão, apresentam-se
como prestações positivas a serem implementadas pelo Estado (Social de
Direito) e tendem a concretizar a perspectiva de uma isonomia
substancial e social na busca de melhores e adequadas condições de vida,
estando, ainda, consagrados como fundamentos da República Federativa do
Brasil.
Art. 1º, IV - A República Federativa do Brasil(...) tem
como fundamentos os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
            Como são direitos fundamentais, os direitos sociais têm aplicação
imediata e podem ser implementados, no caso de omissão legislativa, pelas
técnicas de controle, quais sejam, o mandado de injunção ou a ADO (ação
direta de inconstitucionalidade por omissão).
 

Direito à Educação
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família,
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho.
S.V. 12 – A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o
disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal (gratuidade do ensino público)
 

Direito à Saúde
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e
de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços
para sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo
ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação,
fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou
através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito
privado.
            A doutrina aponta a dupla vertente dos direitos sociais, especialmente
no tocante à saúde, que ganha destaque: 
a) natureza negativa: o Estado ou terceiros devem abster-se de praticar atos
que prejudiquem terceiros; 
b) natureza positiva: fomenta-se um Estado prestacionista para implementar o
direito social.
 

Direito à alimentação
Dec. 7.272/2010, Art. 2º - Fica instituída a Política Nacional de Segurança
Alimentar e Nutricional - PNSAN, com o objetivo geral de promover a
segurança alimentar e nutricional(...) bem como assegurar o direito humano
à alimentação adequada em todo território nacional.
 

Direito ao trabalho
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e
na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme
os ditames da justiça social(...)
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer
atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos
públicos, salvo nos casos previstos em lei.
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como
objetivo o bem-estar e a justiça sociais.
 
 

Direito à Moradia
Art. 23, IX e X - Todos os entes federativos têm competência administrativa
para promover programas de construção de moradias e melhoria das
condições habitacionais e de saneamento básico e combater as causas da
pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos
setores desfavorecidos.
Lei 8.009/90, Art. 1º - O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade
familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil,
comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges
ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas
hipóteses previstas nesta lei.
Art. 3º - A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução
civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
III -- pelo credor de pensão alimentícia;
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação.
STF - O único imóvel (bem de família) de uma pessoa que assume a condição
de fiador em contrato de aluguel pode ser penhorado, em caso de
inadimplência do locatário.
 

Direito ao Lazer
Art. 217, § 3º - O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção
social.
 

Direito à segurança
            O direito à segurança também aparece no caput do art. 5.º. Porém, a
previsão no art. 6.º tem sentido diverso. Enquanto lá está ligada à ideia de
garantia individual, aqui, no art. 6.º, aproxima-se do conceito de segurança
pública.
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito
e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio(...)
 

Direito à previdência social


Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de
iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
 

Proteção à maternidade e à infância


            A proteção à maternidade aparece tanto com natureza de direito
previdenciário (art. 201, II) como de direito assistencial (art. 203, I).
            Nos termos do art. 201, II, a proteção à maternidade deverá ser
atendida pela previdência social, sendo um dos objetivos da assistência
social.
            O art. 7.º, XVIII e XIX, estabeleceu a licença à gestante como um dos
direitos dos trabalhadores, assim como a licença-paternidade.
            Por sua vez, o art. 39, § 3.º, também garantiu a licença-gestante à
servidora pública e a licença-paternidade ao servidor.
            A Constituição determinou, ainda, que a licença à gestante será de 120
dias, sendo a licença-paternidade de 5 dias. A legislação infraconstitucional,
por seu turno, assegurou a referida licença para o caso de adoção.
            A proteção à infância tem natureza assistencial (art. 203, I e II),
havendo expressa previsão de proteção à criança e ao adolescente nos termos
do art. 227, com o destaque para a previsão do Estatuto da Juventude.
 

Assistência aos desamparados


Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar,
independentemente de contribuição à seguridade social(...)
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão
realizadas com recursos do orçamento da seguridade social(...)
 
NACIONALIDADE

Conceito

Nacionalidade é o vínculo jurídico político que estabelece uma ligação entre um


determinado indivíduo e um determinado Estado. Tal situação faz com que este
indivíduo passe a fazer parte do povo daquele país e, como consequência,
usufrua dos direitos e sujeite-se aos deveres provenientes dele.

Segundo Pontes de Miranda: “a nacionalidade faz da pessoa um dos elementos


componentes da dimensão do Estado”.

Espécies

A nacionalidade é dividida em duas espécies: a nacionalidade primária ou


originária e a nacionalidade secundária ou adquirida.

A nacionalidade primária é involuntária, sendo imposta de maneira unilateral


pelo Estado ou pelo nascimento, sendo assim independe de sua vontade. A
involuntariedade está ligada ao fato de cada Estado estabelecer normas
diferentes . para conceder a nacionalidade àqueles que nascem sob seu governo.
Nesse sentido, existem dois critérios adotados para a definição da
nacionalidade: o ius sanguinis e o ius solis. No primeiro, a nacionalidade é
determinada pelo laço de consanguinidade, ou seja, pela ascendência, não
considerando para a aquisição o local do nascimento. Tal critério é muito
utilizado em países de emigração, para que não se perca o vínculo com os
descendentes.

No segundo caso, critério da territorialidade, é o local do nascimento do


indivíduo que determina a sua nacionalidade sem levar em consideração sua
descendência. Tal critério é muito utilizado em países de imigração (países
novos), pois, assim, os descendentes dos imigrantes passam a constituir o povo
deste Estado recém formado.

A nacionalidade secundária, ao contrário da primária, é voluntária, posto que é


adquirida pela naturalização (ato de vontade da pessoa), que pode ser requerida
em razão do casamento, por exemplo. Os requisitos para aquisição da
nacionalidade variam de acordo com as regras de cada Estado e, por isso, é
possível a existência de polipátridas (pessoas com mais de uma nacionalidade) e
apátridas (pessoas sem nacionalidade). Assim, o filho de um italiano com uma
japonesa, nascido no Brasil terá três nacionalidades, posto que a Itália e Japão
adotam o "jus sanguinis", ao passo que o Brasil adota o "jus soli".

Brasileiro nato - Aquisição da nacionalidade originária brasileira

Levando-se em consideração o fato do Brasil ser um país de grande imigração,


adotou-se o critério de territorialidade, ou seja, o  ius solis para a aquisição da
nacionalidade brasileira. Sendo assim, quem nasce em território brasileiro é
assim considerado, mesmo que aqui esteja de maneira transitória e ilegal. A
Constituição Federal prevê, em seu artigo 12, determinadas ocasiões especiais
em que as pessoas também são consideradas brasileiros natos. Vejamos:

"a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais


estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país" - neste caso um
dos pais deve estar a serviço de seu país de origem, ou seja, se o estrangeiro tiver
um filho em território brasileiro e estiver a serviço de outro país (americano a
serviço da Itália, por exemplo) a criança ainda assim será considerada brasileira
nata. Cabe ressaltar também que, se um dos pais for brasileiro, mesmo que o
outro esteja a serviço do país de origem, a criança também será brasileira, já que
a exceção exige que os dois tenham nacionalidade de outro país.

"b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que


qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil" - assim, a
criança será considerada brasileira nata independente de qualquer providência.

"c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira,


desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou
venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
brasileira" - neste caso, o critério adotado para aquisição da
nacionalidade é o "jus sanguinis". Em muitos casos não há
possibilidade da pessoa permanecer com mais de uma nacionalidade,
então deverá declarar a vontade de optar pela brasileira, sendo que tal
opção pode ser feita a qualquer tempo e somente poderá ser
manifestada pelo interessado (caráter personalíssimo). Nesta situação,
a nacionalidade é gerada no momento em que a pessoa passa a residir
no Brasil e, atingida a maioridade, a opção torna-se condição
suspensiva da nacionalidade e ocorre em processo de jurisdição
voluntária, com sentença com efeito "ex tunc".
Brasileiro naturalizado - aquisição secundária da nacionalidade
brasileira

Como já mencionado anteriormente, a forma para aquisição da nacionalidade


secundária é a naturalização, dependendo tanto da manifestação de vontade do
interessado, quanto do consentimento estatal, que poderá ou não atender à
solicitação do estrangeiro ou apátrida. Portanto, não poderá existir
naturalização tácita, existindo apenas a naturalização expressa, estabelecida na
Constituição Federal (CF) e dividida em ordinária e extraordinária.

A naturalização ordinária se subdivide em duas espécies:

a) de estrangeiros não originários de países de língua portuguesa e apátridas,


que poderão pleitear a nacionalidade brasileira após 01 ano ininterrupto de
residência no Brasil e idoneidade moral, segundo o artigo 12, II, “a”, da CF,
desde que estejam preenchidas as regras contidas no artigo 112 do Estatuto dos
Estrangeiros (Lei nº 6.815 de 19 de agosto de 1980);

b) dos portugueses que, por serem de país de língua portuguesa, já se


encaixam na regra acima, porém quando houver reciprocidade em
favor dos brasileiros, os portugueses, com residência permanente no
Brasil, terão os mesmos direitos dos brasileiros, desde que não sejam
vedados, observando que os portugueses não perderão sua cidadania
portuguesa. Tal situação está assegurada através da Convenção Sobre
Igualdade de Direitos e Deveres entre Brasileiros e
Portugueses, assinada em 07-09-1971.
Além da naturalização ordinária supramencionada existirá também a
naturalização extraordinária, que poderá ser chamada de quinzenária. Essa
naturalização está prevista no artigo 12, II, “b”, que prevê que qualquer
estrangeiro que residir por mais de 15 anos ininterruptos no Brasil e não sofreu
nenhuma condenação penal poderá solicitar a nacionalidade brasileira. A
naturalização quinzenária é intransferível, e só é adquirida por aquele que
preencher seus requisitos. Nesse sentido, José Afonso Silva: “a naturalização
não importa a aquisição da nacionalidade brasileira pelo cônjuge e filhos do
naturalizado, nem autoriza estes a entrar ou radicar-se no Brasil, sem que
satisfaçam as exigências legais”. 

Distinções entre brasileiros natos e naturalizados

De forma geral, e de acordo com o princípio da igualdade, estabelece a


Constituição que não deverá ser feita qualquer distinção entre brasileiros natos
e naturalizados. Entretanto, a própria Carta Magna comporta algumas exceções
presentes nos artigos 5º, LI; 12, §§ 3º e 4º; 89, VII; e 222.
São hipóteses de exceção à regra geral:

a) Extradição - artigo 5º, LI, da CF : o brasileiro nato nunca poderá sofrer


extradição, ao contrário do brasileiro naturalizado, que pode ser extraditado em
duas  hipóteses: quando cometer crime comum antes da sua naturalização ou
quando se envolver em tráfico de entorpecentes e drogas afins,
independentemente do momento da prática do fato típico (antes ou depois da
naturalização);

b) Há  certos cargos que somente poderão ser exercidos por brasileiros natos
(artigo 12, § 3º, da CF), que são: Presidente e Vice-Presidente da República,
Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado Federal, Ministro
do Supremo Tribunal Federal, Ministro de Estado de Defesa, carreira
diplomática e oficial das Forças Armadas;

) Em caso de atividade nociva ao interesse nacional, somente os brasileiros


naturalizados poderão perder sua nacionalidade. Tal situação está disposta no
parágrafo 4º, I, do artigo 12, da CF;

d) Somente os brasileiros natos poderão fazer parte do Conselho da República,


segundo o artigo 89, VII, da CF;

e) “A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e


imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos” ,
tal situação está disposta no artigo 222 da CF, mostrando mais uma diferença
entre brasileiros natos e brasileiros naturalizados.

Hipóteses de perda da nacionalidade

Todas as hipóteses de perda da nacionalidade estão previstas na CF, artigo 12, §


4º, I e II. Os requisitos para que seja declarada a perda da nacionalidade são:
cancelamento da naturalização por sentença judicial e a aquisição de outra
nacionalidade.

O cancelamento da naturalização será decretado em caso de atividade nociva ao


interesse nacional após decisão transitada em julgado. Tal processo só atingirá o
brasileiro naturalizado e deverá ser proposto pelo Ministério Público Federal
(perda necessária da nacionalidade). Exemplo: brasileiro naturalizado possui
vínculos mais fortes com o país de origem, caracterizando a traição à pátria.

Quando ocorre a aquisição voluntária de outra nacionalidade, o brasileiro, nato


ou naturalizado, perderá sua nacionalidade por procedimento administrativo,
assegurada a ampla defesa, através de decreto do Presidente da República -
perda voluntária da nacionalidade.

Direitos políticos

Soberania Popular: soma dos atributos de cada membro da sociedade estatal.


Nacionalidade: É o vínculo jurídico-político que liga um indivíduo ao Estado.
Cidadania: É a titularidade dos Direitos Políticos. Sufrágio: Direito de votar e
ser votado. Voto: Ato por meio do qual se exercita o sufrágio. Escrutínio: Forma
pela qual se exercita o voto (público ou secreto).

Direito Político POSITIVO - Capacidade Eleitoral Ativa: Exercício do Sufrágio


pelo voto

Alistamento eleitoral Nacionalidade Brasileira Idade mínima de 16 anos Não


ser conscrito

- Alistamento Obrigatório Maiores de 18 e menores de 70 anos de idade

Alistamento Facultativo Maiores de 16 e menores de 18 anos de idade


Maiores de 70 anos de idade Analfabetos - Capacidade Eleitoral Passiva:
Capacidade de eleger-se. Nacionalidade Brasileira Pleno exercício dos Direitos
Políticos Alistamento eleitoral Domicílio eleitoral na circunscrição Filiação
partidária Idade mínima de acordo com o cargo

Direito Político NEGATIVO - Inelegibilidade Absoluta Inalistável:


Estrangeiros e Conscritos

Analfabeto: Pode votar, mas não ser votado.

- Inelegibilidade Relativa Funcional: Em razão da função exercida - Para o


mesmo cargo, terceiro mandato dos executivos ;

- Para outros cargos, desincompatibilização. Reflexa: Em razão do parentesco


– até o segundo grau ou por adoção.

Militar: alistável e elegível - Menos de 10 anos de serviço, afasta -se da


atividade. - Mais de 10 anos de serviço, eleito, irá para a inatividade.

Lei Complementar: estabelece outros casos relativos.

PRIVAÇÃO dos Direitos Políticos Em nenhuma hipótese será permitida a


cassação de direitos políticos. –

Perda: Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado. -


Readquire através de ação rescisória.

Perda da nacionalidade brasileira em virtude de aquisição de outra. -


Readquire por Decreto Presidencial se estiver aqui domiciliado.

- Suspensão: - Incapacidade civil.

Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa. -


Readquire ao cumprir a obrigação devida.

- Condenação criminal transitada em julgado. - Improbidade administrativa


nos termos do art. 37, §4º. - Exercício assegurado pela cláusula de
reciprocidade. - Deputado ou Senador incompatível com Decoro Parlamentar.
- Readquire quando cessarem os motivos da suspensão.
FEDERAÇAO

federalismo surgiu nos Estados Unidos, em 1787, após a proclamação de


independência das 13 colônias britânicas da América, que ocorreu no ano
anterior. Neste episódio, cada colônia tornou-se um Estado soberano e
plenamente independente. No entanto, para se protegeram das ameaças da
antiga metrópole inglesa, esses Estados estabeleceram um pacto de colaboração,
reunindo-se em uma Confederação.

Neste momento, formaram-se, por meio de um pacto federativo, os Estados


Unidos da América, todos autônomos entre si.

Esse tipo de formação de uma federação, a doutrina costuma chamar de


formação centrípeta, ou por aglutinação, pois ocorre de fora para dentro. Em
outras palavras, vários Estados independentes se unem para a formação da
federação. No caso da República Federativa Brasil, ao contrário dos Estados
Unidos, a formação foi centrífuga, de dentro para fora, a partir de um Estado
unitário que se descentralizou.

Na federação, há uma união indissolúvel de entes autônomos, que tem como


fundamento uma Constituição, a qual consagra e protege o pacto federativo contra
violações. Assim, a federação não pode ser desmantelada: não há direito de secessão.

A confederação não é uma forma de estado propriamente dita, mas sim uma reunião de
Estados soberanos. O vínculo é estabelecido entre esses Estados soberanos com base em
um tratado internacional, o qual pode ser denunciado (dissolvido). Ao contrário da
federação, portanto, a confederação se forma a partir de um vínculo dissolúvel. A
confederação é uma referência histórica, pois não existe nenhuma atualmente.
Historicamente, cita-se como exemplo de Confederação os EUA, entre os anos de 1781
a 1787.

DIFERENÇA ENTRE SOBERANIA E AUTONOMIA

Há que se dizer que autonomia difere de soberania. Os entes federativos (União,


Estados, Distrito Federal e Municípios) são todos autônomos, isto é, são dotados de
auto-organização, autolegislação, autoadministração e autogoverno, dentro dos limites
estabelecidos pela Constituição Federal. Note-se que há um limitador ao poder dos entes
federativos. A soberania é atributo apenas da República Federativa do Brasil (RFB), do
Estado federal em seu conjunto. A União é quem representa a RFB no plano
internacional (art. 21, inciso I), mas possui apenas autonomia, jamais soberania. O art.
18, § 1º, CF/88 determina que Brasília é a capital federal. Brasília não se confunde com
o Distrito Federal, ocupando apenas parte do seu território.

A organização e a estrutura do Estado podem ser analisadas sob três


aspectos:Forma de governo: que pode ser República ou Monarquia.

Sistema de governo: que pode ser o presidencialismo ou o parlamentarismo.


Forma de Estado: que pode ser o Estado Unitário ou a Federação.

O Brasil adotou a forma republicana de governo, o sistema presidencialista de


governo e a forma federativa de Estado.

Mas pra falar de Federação, a gente vai primeiro falar de Estado Unitário, a
forma de Estado adotada pela maioria dos Estados atualmente

Estado Unitário Puro: absoluta centralização do exercício do Poder, tendo em


conta o território do Estado.

Estado Unitário Descentralizado Administrativamente: concentra a tomada de


decisões políticas nas mãos do governo nacional, mas descentraliza a execução
das decisões políticas já tomadas.

Estado unitário Descentralizado Administrativamente e Politicamente: forma de


Estado mais comum hoje em dia, especialmente nos países europeus.
Descentralização administrativa e descentralização política.

Federalismo por agregação ou por desagregação (segregação): se baseia na for-


mação histórica e na origem do federalismo em determinado Estado.

Por agregação: os Estados, sejam independentes ou soberanos, abrem mão de


parte da soberania, se agregam entre si e formam um novo Estado Federativo.
Por desagregação ou por segregação: um determinado Estado unitário se des-
centraliza.

Federalismo dual ou cooperativo: se baseia no modo como as atribuições ou


competências) se separam entre os entes federativos e se divide em dois tipos:

Dual: se caracteriza pela separação de atribuições rígida entre os entes


federativos .

cooperativo: surge da flexibilização do modelo dual, ocorre uma aproximação


entre os entes federativos, que atuam em conjunto.

Federalismo simétrico ou assimétrico: se baseia em vários fatores, como a


cultura, o desenvolvimento e a língua.

Simétrico: esses fatores são homogêneos, como no caso dos EUA.

Assimétrico: pode decorrer da diversidade da língua e da cultura, como no caso


da Suíça e do Canadá

Características da Federaçã0

Descentralização política, ou seja, a Constituição prevê no seu texto


os núcleos do poder político e confere autonomia pros entes
federativos.
Repartição de competência: que garante a autonomia dos entes
federativos e por isso o equilíbrio da federação.

Constituição rígida como base jurídica: garante a distribuição de


competências entre os entes autônomos e, por isso, garante também
estabilidade institucional. Baseado no principio da predominância
do interesse

Inexistência do direito de secessão: ou seja, não existe direito de


separação.

O princípio da indissolubilidade do vínculo federativo garante que a


forma federativa de Estado não seja objeto de uma proposta de
emenda constitucional, como está previsto no art. 60, § 4º, inciso I,
CF/88.Soberania do Estado federal: os Estados membros são
autônomos entre si, de acordo com as regras previstas no texto
constitucional e nos limites das suas competências.

Eles não tem soberania, que é uma característica do Estado federal.

Intervenção: que garante que em uma situação de crise, um processo


interventivo é um instrumento que assegura o equilíbrio federativo e
a manutenção da federação.

Auto-organização dos Estados-membros: que se dá por meio da


elaboração das constituições estaduais.

O Senado Federal como Órgão representativo dos estados-membros


no Brasil.

O STF enquanto Guardião da constituição brasileira.

Repartição de receitas: que garante o equilíbrio entre os entes


federativos.Federação na constituição de 1988:República Federativa
do Brasil É formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do DF.

É uma organização político-administrativa que compreende a União,


os Estado, o DF e os municípios, todos autônomos.

Fundamentos da República Federativa do Brasil Fundamentos da


Federação

Soberania: fundamento da República Federativa do Brasil, e não da


União enquanto ente federativo. Ou seja, a soberania é na verdade
do conjunto formado pela União, pelos Estados, pelo DF e pelos
municípios.

A cidadania.

A dignidade da pessoa humana.

Os valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa.


O pluralismo político.

UNIÃO

O artigo 1º, da Constituição, declara que a República Federativa do Brasil se

forma pela união dos estados, municípios e do distrito federal. Isso não

significa que a União se confunda com a República Federativa do Brasil. Tanto

é assim que o art. 18 estabelece que a organização político-administrativa da

República Federativa do Brasil compreende a União, os estados, o distrito

federal e os municípios, todos autônomos. Nesse artigo, ela é mencionada

como uma das unidades que compõem a República Federativa do Brasil.

Ao falar em federação, a gente pensa na união dos estados, distrito federal e

municípios, ou seja, União federal, pois o nosso sistema federal organizou-se

como técnica constitucional de descentralização do Estado unitário.

Ela é a entidade federal formada pela reunião das partes componentes, pessoa

jurídica de direito público interno, autônoma em relação às unidades federadas,

a quem cabe exercer as prerrogativas da soberania do Estado brasileiro. A

República Federativa do Brasil é assim o complexo constituído da União,

estados, distrito federal e municípios, dotado de personalidade jurídica de

direito público internacional.

O território da União abrange todo o território físico estatal. Juridicamente, o

território estatal brasileiro é mais amplo do que o território da União, porque

abrange as ordens jurídicas particulares das unidades regionais e locais

autônomas.

A população do Estado brasileiro é a mesma da ordem jurídica da União. Mas

enquanto a eficácia jurídica da União só preside aos fatos sobre que incide sua

competência, a do Estado federal envolve a competência da União e a das

diversas unidades autônomas do art. 18.


A posição da União no Estado federal constitui o aspecto unitário que existe em

toda a organização federal. O Estado federal forma-se de elementos unitários e

federativos. O que cria uma forma de Estado são os elementos unitários que

dão à federação sua essência do Estado como instituição de direito

internacional.

O Estado federal é caracterizado por duas tendências: a unitária representada

pela União e a disjuntiva (federativa) representada pelos estados federados.

Isto é, uma síntese de um processo jurídico-social caracterizado pela antítese

disjunção-integração. Na Primeira República predominou a disjunção estadual

do descentralismo. No regime de 1964-1988, a integração do centralismo.

É pela União que a República Federativa do Brasil se representa nas relações

internacionais, matéria de sua competência exclusiva. Isso porque o Presidente

da República (Federativa do Brasil) é, a um tempo, Chefe do Estado brasileiro,

Chefe do governo federal (governo da União) e Chefe do Poder Executivo (arts.

2º e 76).

A pessoa jurídica de direito internacional é o Estado federal (art. 21, I a IV),

uma vez que os estados federados não são entidades reconhecidas pelo direito

internacional.

Quando olhamos a União como pessoa jurídica de direito público interno (CC,

art. 41, I), vemos que ela está sujeita à responsabilidade pelos atos que pratica

por seus órgãos e agentes (art. 37, § 6º).

Ainda como pessoa jurídica de direito público interno, a União é titular de direito

real e pode ser titular de direitos pessoais. É assim que o art. 20, I a XI) estatui

que são bens da União os que atualmente lhe pertencem, as terras devolutas,

os lagos, rios, as ilhas fluviais, os recursos naturais da plataforma continental,


os terrenos de marinha, os potenciais de energia hidráulica, os recursos

minerais, as cavidades naturais subterrâneas e as terras tradicionalmente

ocupadas pelos índios.

. - União: A União é pessoa jurídica de direito público interno, sem personalidade


internacional, autônoma, com competências administrativas e legislativas enumeradas
pela Carta Magna. É esse ente federativo que representa a República Federativa do
Brasil no plano internacional. A União é o ente federativo que atua em nome da
federação. No que diz respeito à sua competência legislativa, pode editar leis nacionais
(às quais se submetem todos os habitantes do território nacional)

Bens da União: O art. 20 relaciona os bens da União

Estados

Os Estados-membros ou Estados federados9 , assim como a União, são entes


autônomos, apresentando personalidade jurídica de direito público interno. São dotados
de autonomia política e, por isso, apresentam capacidade de auto-organização,
autolegislação, autoadministração e autogoverno. O art. 25, da CF/88, dispõe sobre a
capacidade de auto-organização e autolegislação dos Estados-membros: Art. 25. Os
Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados
os princípios desta Constituição. A auto-organização dos Estados-membros se manifesta
por meio da elaboração de suas Constituições, fruto do exercício do Poder Constituinte
Derivado Decorrente pela atuação de suas Assembleias Legislativas. Já a autolegislação
ocorre pela edição de suas próprias leis, resultando da atuação do legislador ordinário,
também nas Assembleias Legislativas.

- Distrito Federal: A natureza jurídica do Distrito Federal tem gerado algumas


discussões. Alguns autores defendem que ele tem natureza híbrida, por apresentar
algumas características dos Estados e outras dos Municípios. Para José Afonso da Silva,
o Distrito Federal não é nem Estado nem Município. Já o STF afirma que o Distrito
Federal é um ente federativo com autonomia parcialmente tutelada pela União. O
Distrito Federal é ente federado autônomo e, como tal, dispõe de autoorganização,
autoadministração, autolegislação e autogoverno (CF, arts. 18, 32 e 34). A auto-
organização do Distrito Federal se manifesta por meio de Lei Orgânica, votada em dois
turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara
Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição
(art. 32, “caput”, CF/88). No que se refere à autolegislação, o Distrito Federal apresenta
uma característica peculiar: a ele são atribuídas as competências legislativas reservadas
aos Estados e Municípios (CF, art. 32, §1º e 147). Não se pode, porém, dizer que o
Distrito Federal apresenta todas as competências legislativas dos Estados-membros.
Algumas não lhe foram estendidas, como é o caso, por exemplo, da competência para
dispor sobre sua organização judiciária, que é privativa da União (art. 22, XVII, CF).

Outra peculiaridade do Distrito Federal é que, diferentemente do que ocorre com os


demais entes federados, não há previsão constitucional para alteração dos seus limites
territoriais. Ressalta-se, ainda, que, ao contrário dos Estados-membros, o Distrito
Federal não pode ser dividido em Municípios (art. 32, “caput”, CF/88).

Municípios: Os Municípios são entes autônomos, sendo sua autonomia alçada, pela
Constituição Federal, à condição de princípio constitucional sensível (CF, art. 34, VII,
“c”). Essa autonomia baseia-se na capacidade de autoorganização, autolegislação,
autogoverno e autoadministração. Segundo Alexandre de Moraes, pode-se dizer que o
Município se autoorganiza por meio de sua Lei Orgânica Municipal; autolegisla, por
meio das leis municipais; autogoverna-se por meio da eleição direta de seu Prefeito,
Vice-Prefeito e vereadores sem qualquer ingerência dos Governos Federal e Estadual; e,
por fim, se autoadministra ao pôr em exercício suas competências administrativas,
tributárias e legislativas, diretamente conferidas pela Constituição Federal. 14 Nos
Municípios, ao contrário do que acontece nos demais entes da federação, não há Poder
Judiciário. O Poder Legislativo, assim como nos Estadosmembros, é unicameral. No
que diz respeito à auto-organização, determina a Carta da República que a Lei Orgânica
do município será votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e
aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará,
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo
Estado.

ATENÇÃO - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça

Há duas importantes súmulas do STJ sobre esse assunto. A primeira delas é a Súmula
208, que determina que “compete à Justiça Federal processar e julgar prefeito municipal
por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal”. A segunda é a
Súmula 209, que estabelece que “compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito
por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal”. Ainda segundo
o STJ, o Prefeito será julgado pelo Tribunal de Justiça (e não pelo tribunal do júri) no
caso de crimes dolosos contra a vida.

Intervenção

Intervenção Federal: A autonomia dos entes federados poderá ser temporariamente


suprimida, em algumas situações excepcionais, determinadas taxativamente pela
Constituição. Nesses casos, haverá intervenção da União sobre Estados ou Distrito
Federal ou sobre Municípios situados em Territórios (a chamada intervenção federal)
ou, ainda, intervenção do Estado em seu Município (intervenção estadual).

A intervenção pode ser conceituada, portanto, como um mecanismo de supressão


temporária da autonomia política de um ente federativo, típico de um Estado federal.
Trata-se de elemento de estabilização constitucional, devendo ser utilizado quando o
princípio federativo estiver em risco. Segundo o STF, a intervenção, por ser medida de
caráter excepcional, é limitada pelo princípio da proporcionalidade. Somente pode ser
decretada intervenção federal em Municípios localizados em Territórios Federais. A
intervenção em Município situado em um Estado não poderá ser decretada pela União;
trata-se de caso em que é cabível intervenção estadual.
Nos casos previstos no art. 34, I, II, III e V, o Presidente da República age de ofício,
independentemente de provocação. É a chamada intervenção federal espontânea. Já no
caso do art. 34, IV, VI e VII, a decretação de intervenção pelo Presidente da República
depende de provocação. Nessas situações, o Presidente não decreta a intervenção de
ofício: ele precisa ser provocado. É o que se chama de intervenção federal provocada.

Por outro lado, quando houver coação ou impedimento ao livre exercício do Poder
Judiciário em uma unidade da federação (art.34, IV), a intervenção dependerá de
requisição do STF. Nesse caso, como se trata de “requisição”, a decretação de
intervenção será um ato vinculado do Presidente da República. Havendo requisição, o
Presidente deverá decretar a intervenção federal. A requisição também irá ocorrer para
prover a execução de ordem ou decisão judicial (art.34, VI). Esse será o caso em que
houve descumprimento de ordem emanada do Poder Judiciário

A competência para proceder à requisição dependerá de onde emanou a decisão judicial


que está sendo descumprida. Assim, a requisição será feita: a) Pelo TSE, no caso de
descumprimento de ordem ou decisão da Justiça Eleitoral; b) Pelo STJ, no caso de
descumprimento de ordem ou decisão do STJ; c) Pelo STF, no caso de descumprimento
de ordem ou decisão do próprio STF, da Justiça do Trabalho ou da Justiça Militar. A
competência para proceder à requisição também será do STJ quando a decisão
descumprida for da Justiça Federal ou da Justiça Estadual, salvo quando estiver
relacionada a alguma questão constitucional, hipótese em que a requisição será efetuada
pelo STF. Ressalte-se mais uma vez que, diante de requisição, o Presidente da
República deverá decretar a intervenção federal, não cabendo qualquer consideração
acerca da conveniência e oportunidade do ato.

Finalmente, ainda existem casos em que a intervenção provocada dependerá do


provimento, pelo STF, de representação do Procurador-Geral da República (PGR). São
as hipóteses do art. 34, VI, 1ª parte (“prover a execução de lei federal”) e do art. 34, VII
(“assegurar a observância dos princípios constitucionais sensíveis”). Nessas situações, o
Procurador-Geral da República irá efetuar representação junto ao STF; caso haja
provimento da representação pela Corte Suprema, será dada ciência ao Presidente da
República para que, no prazo improrrogável de 15 dias, seja decretada a intervenção. A
representação do PGR para prover a execução de lei federal é chamada de ação de
executoriedade de lei federal. Por sua vez, a representação do PGR para assegurar a
observância dos princípios constitucionais sensíveis é denominada Ação Direta de
Inconstitucionalidade Interventiva (ADIN Interventiva). A doutrina considera que a
ADIN Interventiva é uma ação que possui duplo efeito: a) efeito jurídico: invalidação
do ato que violou um princípio constitucional sensível. b) efeito político: abre caminho
para a decretação de intervenção pelo Presidente da República.

DO PODER LEGISLATIVO
O Poder Legislativo está disposto entre os arts. 44 até o 75. Posto isso, é muito
importante saber acerca da composição desse Poder da República.
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
O nosso Poder Legislativo da União, portanto, é bicameral do tipo federativo, visto que
ele é composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.
Vale ressaltar que no âmbito estadual e municipal, o Poder Legislativo é unicameral.
Municípios – Câmara Municipal
Estados – Assembleia Legislativa

Distrito Federal – Câmara Legislativa


União – Câmara dos Deputados e Senado Federal, formando o Congresso Nacional.
Com relação à representatividade, a Câmara dos Deputados representa o povo e o
Senado Federal representa os Estados e o Distrito Federal.
ATENÇÃO: os Senadores são os únicos que possuem mandato de 8 anos! O resto dos
cargos será renovado de 4 em 4 anos.
Art. 46, § 1º – Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato
de oito anos.
Todo Estado elegerá 3 Senadores. Por outro lado, o número de Deputados Federais pode
variar de Estado para Estado (mínimo 8 e máximo 70)
DECRETO LEGISLATIVO.
Decreto Legislativo – não depende de aprovação do Presidente da República.
Por sua vez, o art. 51 traz as competências privativas da Câmara dos Deputados. Já o
art. 52 traz as competências privativas do Senado Federal.
Tanto as competências privativas da Câmara dos Deputados como as competências
privativas do Senado Federal deverão ser exercidas pela espécie normativa denominada
RESOLUÇÃO.
Competência exclusiva – Decreto Legislativo
Competência privativa – Resolução

Foro por prerrogativa de função (art. 53, §1º)


Desde a expedição do diploma, os Deputados Federais e Senadores serão submetidos a
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.
ATENÇÂO: Não é desde a posse, e sim desde a expedição do diploma.

Imunidade material (art. 53 caput)


Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de
suas opiniões, palavras e votos.
A imunidade material também alcança os Deputados Estaduais, Distritais e Vereadores.
Contudo, os vereadores deverão observar a circunscrição do Município onde foram
eleitos.

essão Legislativa  
É a reunião anual do Congresso Nacional. Embora ela seja dividida em duas partes, a
sessão legislativa representa o todo.
 Sessão Extraordinária
São denominadas Sessões Extraordinárias aquelas realizadas durante um dos períodos
de recesso do Congresso Nacional.
Art. 57, § 6º – A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
I – pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou
de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e
para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República;
II – pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso
de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a
aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará
sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste
artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária
do Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da
convocação.

Processo Legislativo
O processo legislativo está disciplinado em nossa Constituição Federal entre os artigos
59 a 69.
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I – emendas à Constituição;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;
IV – leis delegadas;
V – medidas provisórias;
VI – decretos legislativos;
VII – resoluções
ATENÇÃO: As únicas espécies normativas que dependem de sanção presidencial – Lei
Ordinária e Lei Complementar
 Emenda Constituicional (art. 60)
As emendas à Constituição estão relacionadas ao Poder Constituinte Derivado
Reformador, o qual está sujeito a uma serie de limites (limites expressos e implícitos).
Quem pode propor (iniciativa)? Art. 60. A Constituição poderá ser emendada
mediante proposta:
I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal;
II – do Presidente da República;
III – de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
Art. 60, § 2º – A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional,
em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos
dos respectivos membros.
 Lei Delegada (art. 68)

ATENÇÃO: O Congresso Nacional delegará, mediante à espécie normativa


RESOLUÇÃO, o direito de legislar ao Presidente da República.
Não poderão ser objetos da Lei Delegada os seguintes temas:
Art. 68, § 1º – Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do
Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do
Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:
I – organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de
seus membros;
II – nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III – planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
Uma vez exorbitados os poderes concedidos ao Presidente da República, o Congresso
Nacional poderá sustar os efeitos da Lei Delegada.
 Lei Complementar e Lei Ordinária
Para que a Câmara dos Deputados ou o Senado Federal vote uma dessas espécies
normativas, é necessária a presença da maioria absoluta dos membros onde o projeto de
lei está sendo votando.
Verificado tal quantia de membros presentes, deveremos, posteriormente, analisar a
quantia de votos, pois as Leis Complementares necessitam de uma maioria absoluta de
votos, já as Leis Ordinárias necessitam de uma maioria simples ou relativa de votos.
Lei Complementar
Certas matérias só podem ser tratadas por Lei Complementar. Por conta disso, alguns
doutrinadores entendem que há uma hierarquia entre as Leis Complementares e as Leis
Ordinárias. Contudo, não se trata de uma hierarquia, trata-se de uma reserva legislativa.
Quórum – maioria absoluta dos votos.
Art. 69 – As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.
PERGUNTA: O que significa maioria absoluta?
RESPOSTA: A maioria absoluta de um órgão colegiado representa mais da metade dos
seus integrantes, ou seja, é um número fixo, determinado, certo.
 
Lei Ordinária
Não possui matéria reservada.
Quórum – maioria simples ou relativa dos votos.
Art. 47 – Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e
de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta
de seus membros.
PERGUNTA: O que significa simples ou relativa?
RESPOSTA: A maioria simples ou relativa de um órgão colegiado representa mais da
metade dos integrantes presentes no dia da votação, ou seja, é um número mutável,
variável.
Sanção ou Veto para Lei Complementar ou Ordinária
O Presidente da República possuiu um prazo de 15 dias para sancionar a lei (sanção
expressa), sob pena de ocorrer a sanção (sanção tácita) decorrido o prazo citado.
O Veto presidencial poderá ser total ou parcial, desde que motivado por: a)
inconstitucionalidade (jurídico) e; b) interesse público (político).
ATENÇÃO: O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de
inciso ou de alínea.
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao
Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.
1º – Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte,
inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no
prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de
quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.
2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou
de alínea.
3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará
sanção.
4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu
recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 76, de 2013)
5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente
da República.
6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado na
ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação
final. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) § 7º Se a lei não for
promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República, nos casos dos
§ 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo,
caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.
 Medida Provisória
Espécie normativa privativa do Presidente da República que possui força de lei,
devendo ser observados os pressupostos constitucionais de relevância e urgência, sob
pena de inconstitucionalidade.
Após a edição pelo Presidente da República, a Medida Provisória é submetida à Câmara
dos Deputados e posteriormente ao Senado Federal.
Todavia, mesmo sem a prévia análise do Poder Legislativo, a Medida Provisória
possuirá de imediato, força de lei, fazendo com que todos os cidadãos devam cumpri-la.
Uma vez apresentada, a Medida seguirá o mesmo rito do processo legislativo, isto é,
funcionará como um “Projeto de Lei”, pois a ideia é convertê-la em Lei.
Prazo: 60 dias, podendo ser prorrogado por mais 60 dias. Vale pontuar que esse prazo
fica suspenso durante os períodos de recesso do Congresso Nacional (lembrar-se das
Sessões Legislativas).
ATENÇÃO: Transcorridos 45 dias, a Medida Provisória entra em regime de urgência,
ou seja, ficam suspensas todas as pautas (trava a pauta) de deliberação da Casa
Legislativa, fazendo com que os parlamentares apreciem a Medida.
Caso o Congresso Nacional não delibere acerca da conversão da Medida Provisória em
Lei transcorridos os 60 dias, ela perderá os seus efeitos normativos.
ATENÇÃO: Uma vez rejeitada a Medida Provisória ou finda a sua eficácia, ela não
poderá ser reeditada na mesma Sessão Legislativa.
Da mesma forma, o Presidente da República não possui liberdade absoluta para legislar,
isto é, certas matérias não podem ser alteradas ou criadas por meio de Medida
Provisória.
Art. 62, §1º – É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
RESUMO DOS ÓRGÃOS DO P.J
Supremo Tribunal Federal (STF) O STF é o órgão máximo do Poder Judiciário
brasileiro. Sua principal função é zelar pelo cumprimento da Constituição e dar a
palavra final nas questões que envolvam normas constitucionais. É composto por 11
ministros indicados pelo Presidente da República e nomeados por ele após aprovação
pelo Senado Federal.
Abaixo do STF está o STJ, cuja responsabilidade é fazer uma interpretação uniforme da
legislação federal. É composto por 33 ministros, nomeados pelo Presidente da
República, escolhidos em uma lista tríplice elaborada pela própria Corte. Os ministros
do STJ também têm de ser aprovados pelo Senado antes da nomeação pelo Presidente
do Brasil
A Justiça Federal comum pode processar e julgar causas em que a União, autarquias ou
empresas públicas federais sejam autoras, rés, assistentes ou oponentes – exceto aquelas
relativas à falência, acidentes de trabalho e aquelas no âmbito da Justiça Eleitoral e à
Justiça do Trabalho. É composta por juízes federais que atuam na primeira instância,
nos Tribunais Regionais Federais (segunda instância) e nos Juizados Especiais Federais,
que julgam causas de menor potencial ofensivo e de pequeno valor econômico.
A Justiça do Trabalho julga conflitos individuais e coletivos entre trabalhadores e
patrões. É composta por Juízes Trabalhistas que atuam na primeira instância e nos
Tribunais Regionais do Trabalho (TRT), e por ministros que atuam no Tribunal
Superior do Trabalho (TST).
JUSTIÇA ELEITORAL - Com o objetivo de garantir o direito ao voto direto e sigiloso,
preconizado pela Constituição, a Justiça Eleitoral regulamenta os procedimentos
eleitorais. Na prática, é responsável por organizar, monitorar e apurar as eleições, bem
como por diplomar os candidatos eleitos. Também pode decretar a perda de mandato
eletivo federal e estadual e julgar irregularidades praticadas nas eleições. Os juízes
eleitorais atuam na primeira instância e nos Tribunais Regionais Eleitorais (TRE) e os
ministros que atuam no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A Justiça Militar é composta por juízes militares que atuam em primeira e segunda
instância e por ministros que julgam no Superior Tribunal Militar (STM). Sua função é
processar e julgar os crimes militares.
Justiça estadual -A organização da Justiça estadual é competência de cada estado da
federação e do Distrito Federal. Nela atuam Juízes de Direito (primeira instância) e
Desembargadores, (nos Tribunais de Justiça, segunda instância). A função da Justiça
estadual é processar e julgar qualquer causa que não esteja sujeita à Justiça Federal
comum, do Trabalho, Eleitoral e Militar. A Justiça estadual se divide pela organização
judiciária de cada estado fixando as competências das Varas Cíveis, Criminais,
Empresariais, de Família, Juizados Especiais Cíveis e Criminais etc.
O Ministério Público (MP) OU PARQUET é responsável pela defesa da ordem
jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, de
acordo com o artigo 128 da CF. O MP abrange o Ministério Público.
REPRESENTAÇÃO JURÍDICA DOS NECESSITADOS- A Defensoria Pública
que tem por dever a representação jurídica dos necessitados, na forma do artigo 5º,
LXXIV, assegura a gratuidade de justiça aos que comprovarem insuficiência de
recursos. Existe Defensoria Pública na União e nos Estados
ADVOCACIA PÚBLICA: Advocacia geral da união que representa a união, judicial e
extrajudicialmente e as procuradorias do Estado e do DF (ART 131 e 132 CF).
ADVOCACIA: De acordo com o art 133 da CF o advogado é indispensável a adm.
pública, sendo inviolável os seus atos e manifestações no exercício da profissão nos
limites da lei.
Garantias aos membros
Aos magistrados e membros do Ministério Público são reservadas constitucionalmente
garantias que lhes asseguram independência respectiva tanto aos órgãos e entidades
estranhos ao Poder Judiciário, quanto àqueles pertencentes à própria organização
judiciária. Assim, recobrem-se eles das chamadas garantias de liberdade (vitaliciedade,
inamovibilidade e irredutibilidade de subsídios) e de imparcialidade.
Garantidora de uma atuação mais técnica e imparcial do magistrado, na medida em que
lhe permite maior despreocupação com a opinião pública, a vitaliciedade, prevista no
art. 95, I, CF, é somente conferida aos juízes após dois anos de efetivo exercício da
carreira, mediante aprovação prévia no concurso de provas e títulos. Assim sendo, o juiz
somente poderá perder seu cargo mediante decisão judicial transitada em julgado. No
que concerne aos magistrados dos Tribunais Superiores, advogados e membros do
Ministério Público componentes dos Tribunais Estaduais e Federais, porém, a
vitaliciedade é adquirida apenas no momento da posse.
A inamovibilidade, por sua vez, refere-se à permanência do magistrado no cargo; a ele
é, pois, lhe assegurado a sua não remoção senão a seu pedido ou por promoção aceita,
ou, ainda, quando o interesse público exigir, pelo voto de dois terços dos juízes efetivos
do tribunal superior competente. Esta garantia é considerada fundamental, pois impede
que o magistrado seja submetido a uma prova de resistência política.
Do mesmo modo, a irredutibilidade de subsídios, ao impedir que o vencimento do
magistrado não seja reduzido como forma de pressão, garante ao magistrado o livre
exercício de suas atribuições.
Por fim, têm-se ainda as já mencionadas garantias de imparcialidade, previstas no art.
95, parágrafo único, incisos I a V, do texto constitucional, que consistem, basicamente,
na proibição do exercício de determinados cargos, funções e situações que possam criar
embaraço no exercício da atividade jurisdicional. Assim, aos juízes é proibido: o
exercício de quaisquer outros cargos ou funções, com exceção apenas do magistério;
participar ou receber custas em processo; dedicar-se a atividade político-partidária;
receber contribuições de pessoas físicas e de entidades públicas ou particulares e
quebrar a chamada quarentena (vedação, por três anos do exercício da advocacia no
juízo ou tribunal do qual o juiz se afastou).
O Conselho Nacional de Justiça – CNJ O conselho visa:
 Planejamento Administrativo;
 Garantia ao acesso a justiça, e;
 Garantia a celeridade processual.
Assim, uma maior eficiência na prestação jurisdicional.

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE RESUMO

A Constituição se coloca em relação às demais normas legais em posição proeminente,


de supremacia, de sorte que todo o sistema jurídico há de estar com ela conformado
(princípio da supremacia da Constituição). Como requisitos fundamentais do controle
de constitucionalidade é necessário uma Constituição rígida (processo de alteração mais
difícil que o da Lei ordinária) e a atribuição de controle a um órgão supremo. O controle
(análise de compatibilidade vertical) decorre, então, da rigidez e supremacia da
Constituição, que pressupõe a noção de um escalonamento normativo onde a
Constituição ocupa o topo da pirâmide (Kelsen), sendo, por isso, fundamento de
validade de todas as outras normas.
A inconstitucionalidade pode dar-se por ação quando há atos do Poder Público ou Leis
em contraposição à Constituição. A inconstitucionalidade por ação pode ser material
(conteúdo do ato normativo é contrário à Constituição) ou formal (inobservância da
competência legislativa, do processo legislativo). Dá-se, por sua vez, a
inconstitucionalidade por omissão quando há inércia legislativa na regulamentação de
normas constitucionais de eficácia limitada.
No nosso sistema podemos identificar também um controle preventivo e um repressivo. O
controle preventivo se dá no processo de elaboração legislativa, através das comissões do
Congresso Nacional, e da atuação do Presidente da República, na oportunidade da sanção ou
veto da lei. Busca-se, aí, evitar que a norma eventualmente inconstitucional venha a integrar o
sistema jurídico. O controle repressivo se dá a partir da edição da lei. Depois de promulgada,
com ou sem sanção, e publicada, a lei pode ser objeto de demanda constitucional. E neste
controle temos dois critérios: o difuso e o concentrado.
Controle difuso

Por esse critério, a declaração de inconstitucionalidade da lei ou ato normativo federal,


estadual ou municipal fica a cargo de qualquer órgão do Poder Judiciário. Essa
inconstitucionalidade da norma legal será argüida em uma outra ação cujo objetivo seja
distinto da inconstitucionalidade, isto é, em outra relação jurídica de direito material.

No controle difuso, o interessado argüirá a inconstitucionalidade da lei e o juiz, a


reconhecendo, afastará a incidência da norma assim considerada no caso concreto. A
repercussão, por isso, é inter partes. A norma tida por inconstitucional continuará
vigente, exceto para aquele caso concreto.
O processo em que é argüida a inconstitucionalidade da norma pode, através de recursos,
especialmente do recurso extraordinário disciplinado no art. 102, III da CF, chegar ao Supremo
Tribunal Federal. Se o STF declarar inconstitucional aquela norma, em decisão definitiva,
comunicará essa decisão ao Senado Federal que, nos termos do art. 52, X da CF poderá
suspender a sua execução. Com essa suspensão de execução pelo Senado Federal, aí sim a
norma dada por inconstitucional e assim declarada no método difuso não mais terá eficácia. A
decisão que antes tinha incidência inter partes passa a tê-la erga omnes. Essa incidência,
entretanto, se dá ex nunc, isto é, a partir da suspensão procedida pelo Senado Federal.
Controle concentrado

O art. 102 da CF atribui ao Supremo Tribunal Federal precipuamente a guarda da Constituição,


cabendo-lhe, dentre outras competências, processar e julgar originariamente a ação direta de
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de
constitucionalidade de lei ou ato normativo federal (art. 102, I, "a").

Essa ação direta de inconstitucionalidade, também chamada de ADIN, constitui o efetivo


controle concentrado. Através dele será proposta ação perante o Supremo Tribunal Federal,
cujo objeto é a declaração de inconstitucionalidade da lei ou ato normativo federal ou
estadual.

Para a propositura dessa ação, a CF fixa a legitimação exclusivamente para os órgãos


relacionados no art. 103. Antes da CF/88, a legitimação era exclusiva do Procurador Geral da
República, mediante representação.
Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo federal ou estadual,
essa decisão se dá erga omnes, isto é, alcança a todos e ex tunc, o que quer dizer que a
lei é extirpada do sistema jurídico, como se nunca tivesse existido. O processo para o
julgamento dessa ação está regulado na Lei 9.868/99, de 10/11/99.
Cabe salientar que nem sempre os efeitos da decisão são retroativos (ex tunc), pois ao
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, tendo em vista razões de
segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal
Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela
declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de
outro momento que venha a ser fixado.
Essa é a modulação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade.
Será objeto de controle de constitucionalidade: emendas à Constituição, leis
complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos
legislativos, resoluções, tratados internacionais e demais atos normativos que sejam
genéricos e abstratos. Quanto à súmula vinculante, por ter um procedimento próprio de
revisão, não se usará a técnica de controle de constitucionalidade contra ela.

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