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FICHAMENTO DE LEITURA Data: 25/05/2022

Estudante: Adriana Turma: 2022.1

Livro: Tura, Maria de Lourdes. Escola, homogeneidade e diversidade cultural.

Nesse texto, me proponho a trazer para o centro dessa indagação a perspectiva da


homogeneidade da cultura escolar, como um caminho heurístico para a elaboração de
categorias explicativas desse problema, apoiando-se em alguns estudos que, de uma forma
ou outra, aproximaram-se da cultura escolar. (p.89)
Este texto tem por objetivo analisar a confluência da homogeneidade e da diversidade
cultural no interior dessa informação pedagógica tradicionalmente organizada no sentido de
construir consensos, determinar posturas e legitimar hierarquias de excelência e mérito.
(p.89)
Na sociedade do Ocidente, o aluno frequentava cursos ministrados por diferentes
professores; o que se pretendia era um aprimoramento pessoal, que conferisse distinção e
habilidades a um indivíduo, no interior de uma organização social suficientemente
desenvolvida para permitir que alguns jovens, pertencentes a grupos de maior prestígio na
sociedade, pudessem dedicar muito de seu tempo ao cultivo das letras e belas artes, junto a
preceptores. (p.90)
Durante a Idade Média, as escolas eram instituições que pretendiam realizar o ensino da fé
cristã, da cultura clássica greco-romana e da leitura e escrita. (p.90)
Nos séculos XV e XVI, a escola deixou de estar necessariamente localizada nas
dependências das igrejas e ocupou outros espaços das cidades e vilarejos, embora o
controle da igreja ainda se mantivesse, o que foi motivo de disputas ente professores,
burgueses e clero. (p.91)
Entre os séculos XVII e XVIII, as escolas disseminaram-se pela Europa e foram produtoras
de novas formas de sociabilidade e relações entre o conhecimento e poder. Pode-se
observar nesse período uma hierarquização entre os colégios, que divulgavam uma cultura
humanista formal, e as escolas profissionais. (p.91)
Na propagação do Iluminismo para o campo da educação observou-se a criação de uma
cultura escolar humanista que conjuga a ação pedagógica, a preparação para o trabalho e a
inculcação ideológica. (p.92)
A partir da segunda metade do século XVIII, a emergência dos Estados-Nações foi
acompanhada da estatização e da consequente secularização do ensino público. (p.92)
Em torno das décadas de 1930 e 1960 que a escolarização de massas do Brasil apresentou
mudanças reconfigurando todo o seu cenário anterior. Enquanto a população crescia em
70% as matrículas em 150%. (p.93)
As grandes esperanças colocadas na expansão das matrículas escolares, as iniciativas de
elevação da idade da obrigatoriedade escolar e a extensão de séries de ensino fundamental
não impediram a permanência do que é o reflexo da estrutura excludente e seletiva da
nossa organização social: o fracasso escolar de uma esmagadora população de alunos das
escolas públicas brasileiras. (p.93)
A par de todas as modificações observadas no campo da cultura, os espaços escolares
continuam a realizar um processo de homogeneização de condutas, conhecimentos, ritmos
de trabalho e construção de habilidades específicas, a manter sua antiga posição de
produção e legitimação das marcas de diferenciação entre os distintos grupos sociais.
(p.94)
Há um mundo muito vivo e atuante para além dos portões das ecolas e esse mundo é
múltiplo, complexo e diverso. (p.95)
Em torno da transmissão/assimilação das diferentes disciplinas do currículo, regras são
estabelecidas, comportamentos determinados, normas organizadas e valores aferidos; e se
estabelecem entre as diferentes culturas que habitam o espaço pedagógico. (p.96)
As fronteiras culturais entre a vida na escola e na rua ficam bem marcadas. Fazendo
compreende o extremo formalismo das ações pedagógicas, apoiadas em bordões e frases
feitas que povoam a cultura escolar. (p.99)
Os alunos também são criadores de sentidos e significações. Trazem de seu ambiente
cultural um conjunto de regras, valores, crenças, modelos de condutas, formas de conhecer
o mundo e as pessoas que estão apoiados em redes complexas de significados e que são
historicamente construídos. (p.99)
De acordo com Ezpeleta e Rockwell (1986), para se lidar com o heterogêneo na escola
cabe primeiro reconhece-lo como produto de uma construção histórica. (p.101)
O heterogêneo consagra formas de convivência, interações sociais, valores, saberes,
costumes, que são coerentes com práticas e significados construídos historicamente em
diferentes campos de luta politica e no interior de organizações sociais de relacionamento
assimétrico entre suas partes. (p.102)
A esta igualdade genérica e universal se contrapões a noção de equidade, que consagra a
existência das diversidades culturais dos indivíduos e grupos e sinaliza para a necessidade
politica de um tratamento diferenciado, que atenda à especificidade cultural. (p.104)
Palavras chaves: Cultura e espaço escolar

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