Este documento discute a homogeneidade e diversidade cultural na escola ao longo da história. Analisa como a escola promoveu a uniformização de condutas e saberes ao mesmo tempo em que estudantes trouxeram diversas culturas de fora da escola. Também discute a necessidade de reconhecer e respeitar essa heterogeneidade cultural por meio de um ensino mais equitativo.
Este documento discute a homogeneidade e diversidade cultural na escola ao longo da história. Analisa como a escola promoveu a uniformização de condutas e saberes ao mesmo tempo em que estudantes trouxeram diversas culturas de fora da escola. Também discute a necessidade de reconhecer e respeitar essa heterogeneidade cultural por meio de um ensino mais equitativo.
Este documento discute a homogeneidade e diversidade cultural na escola ao longo da história. Analisa como a escola promoveu a uniformização de condutas e saberes ao mesmo tempo em que estudantes trouxeram diversas culturas de fora da escola. Também discute a necessidade de reconhecer e respeitar essa heterogeneidade cultural por meio de um ensino mais equitativo.
Livro: Tura, Maria de Lourdes. Escola, homogeneidade e diversidade cultural.
Nesse texto, me proponho a trazer para o centro dessa indagação a perspectiva da
homogeneidade da cultura escolar, como um caminho heurístico para a elaboração de categorias explicativas desse problema, apoiando-se em alguns estudos que, de uma forma ou outra, aproximaram-se da cultura escolar. (p.89) Este texto tem por objetivo analisar a confluência da homogeneidade e da diversidade cultural no interior dessa informação pedagógica tradicionalmente organizada no sentido de construir consensos, determinar posturas e legitimar hierarquias de excelência e mérito. (p.89) Na sociedade do Ocidente, o aluno frequentava cursos ministrados por diferentes professores; o que se pretendia era um aprimoramento pessoal, que conferisse distinção e habilidades a um indivíduo, no interior de uma organização social suficientemente desenvolvida para permitir que alguns jovens, pertencentes a grupos de maior prestígio na sociedade, pudessem dedicar muito de seu tempo ao cultivo das letras e belas artes, junto a preceptores. (p.90) Durante a Idade Média, as escolas eram instituições que pretendiam realizar o ensino da fé cristã, da cultura clássica greco-romana e da leitura e escrita. (p.90) Nos séculos XV e XVI, a escola deixou de estar necessariamente localizada nas dependências das igrejas e ocupou outros espaços das cidades e vilarejos, embora o controle da igreja ainda se mantivesse, o que foi motivo de disputas ente professores, burgueses e clero. (p.91) Entre os séculos XVII e XVIII, as escolas disseminaram-se pela Europa e foram produtoras de novas formas de sociabilidade e relações entre o conhecimento e poder. Pode-se observar nesse período uma hierarquização entre os colégios, que divulgavam uma cultura humanista formal, e as escolas profissionais. (p.91) Na propagação do Iluminismo para o campo da educação observou-se a criação de uma cultura escolar humanista que conjuga a ação pedagógica, a preparação para o trabalho e a inculcação ideológica. (p.92) A partir da segunda metade do século XVIII, a emergência dos Estados-Nações foi acompanhada da estatização e da consequente secularização do ensino público. (p.92) Em torno das décadas de 1930 e 1960 que a escolarização de massas do Brasil apresentou mudanças reconfigurando todo o seu cenário anterior. Enquanto a população crescia em 70% as matrículas em 150%. (p.93) As grandes esperanças colocadas na expansão das matrículas escolares, as iniciativas de elevação da idade da obrigatoriedade escolar e a extensão de séries de ensino fundamental não impediram a permanência do que é o reflexo da estrutura excludente e seletiva da nossa organização social: o fracasso escolar de uma esmagadora população de alunos das escolas públicas brasileiras. (p.93) A par de todas as modificações observadas no campo da cultura, os espaços escolares continuam a realizar um processo de homogeneização de condutas, conhecimentos, ritmos de trabalho e construção de habilidades específicas, a manter sua antiga posição de produção e legitimação das marcas de diferenciação entre os distintos grupos sociais. (p.94) Há um mundo muito vivo e atuante para além dos portões das ecolas e esse mundo é múltiplo, complexo e diverso. (p.95) Em torno da transmissão/assimilação das diferentes disciplinas do currículo, regras são estabelecidas, comportamentos determinados, normas organizadas e valores aferidos; e se estabelecem entre as diferentes culturas que habitam o espaço pedagógico. (p.96) As fronteiras culturais entre a vida na escola e na rua ficam bem marcadas. Fazendo compreende o extremo formalismo das ações pedagógicas, apoiadas em bordões e frases feitas que povoam a cultura escolar. (p.99) Os alunos também são criadores de sentidos e significações. Trazem de seu ambiente cultural um conjunto de regras, valores, crenças, modelos de condutas, formas de conhecer o mundo e as pessoas que estão apoiados em redes complexas de significados e que são historicamente construídos. (p.99) De acordo com Ezpeleta e Rockwell (1986), para se lidar com o heterogêneo na escola cabe primeiro reconhece-lo como produto de uma construção histórica. (p.101) O heterogêneo consagra formas de convivência, interações sociais, valores, saberes, costumes, que são coerentes com práticas e significados construídos historicamente em diferentes campos de luta politica e no interior de organizações sociais de relacionamento assimétrico entre suas partes. (p.102) A esta igualdade genérica e universal se contrapões a noção de equidade, que consagra a existência das diversidades culturais dos indivíduos e grupos e sinaliza para a necessidade politica de um tratamento diferenciado, que atenda à especificidade cultural. (p.104) Palavras chaves: Cultura e espaço escolar