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4/10/2022
Discricionariedade de planeamento.
Planeamento territorial:
Alteração
Correção material
Revisão
Suspensão
Revogação
Medidas cautelares
3.º/4 RJIGT – “São nulas as orientações e as normas dos programas e dos planos territoriais que
extravasem o respetivo âmbito material.”
129.º
1 - São nulas as normas de programas e de planos que violem qualquer programa ou plano territorial com
o qual devessem ser compatíveis ou conformes.
2 - São, ainda, nulos os programas e os planos territoriais aprovados em violação de instrumentos de
ordenamento do espaço marítimo, sempre que não tenham sido previstas as necessárias medidas de
compatibilização, de acordo com o disposto no artigo 25.º
“contencioso de normas”
Os planos são regulamentos (69.º RJIGT), as medidas preventivas tmb (136.º), pelo que seguem
o contencioso de normas (72.º e ss CPTA e, por exemplo) – e não o contencioso do ato, ou o
regime substantivo do ato.
Acórdãos – decisão do governo de suspender PDM é também norma e não ato administrativo;
para suspender norma, tem que a atuação ter carácter de norma, também, e seguir o
contencioso de normas.
72.º/1 CPTA – “A impugnação de normas no contencioso administrativo tem por objeto a declaração da
ilegalidade de normas emanadas ao abrigo de disposições de direito administrativo (…)”.
Legitimidade
7.º/2 RJIGT - No âmbito dos planos intermunicipais e municipais é, ainda, reconhecido aos particulares o
direito de promover a sua impugnação direta.
Vs.
CPTA – 73.º/1 e 2
1 - A declaração de ilegalidade com força obrigatória geral de norma imediatamente operativa pode ser
pedida:
a) Por quem seja diretamente prejudicado pela vigência da norma ou possa vir previsivelmente
a sê-lo em momento próximo, independentemente da prática de ato concreto de aplicação (…)”
CLÁUDIO MONTEIRO - Sim, qualquer particular – 65.º CRP – RJIGT é norma especial
CONTENCIOSO DO PROGRAMA – não é norma, por classificação legal; então, há que ver o
que é, para se definir qual o regime: contencioso do ato? Contencioso de normas? Ato da função
política?
Mas a legitimidade será só dos atores públicos, porque os programas não vinculam os
particulares.
EFEITOS
“(…) podem pedir ao tribunal administrativo competente que aprecie e verifique a existência de situações
de ilegalidade por omissão das normas cuja adoção, ao abrigo de disposições de direito administrativo, seja
necessária para dar exequibilidade a atos legislativos carentes de regulamentação.”
STA – apenas quando seja preciso um regulamento de execução em sentido estrito; há falha da
ADM; mas há casos em que a lei se consegue aplicar sem problema.
A reter:
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18-10-2022
I - Operações urbanísticas.
55.º LB
Execução “a pedido” dos requerentes atos de gestão urbanística não pode contrariar o
plano, pelo que há controlo administrativo prévio – 58.º LB
1 - O controlo administrativo das operações urbanísticas destina-se a assegurar a conformidade
das operações urbanísticas com as disposições legais e regulamentares aplicáveis e a prevenir os
perigos ou danos que da sua realização possam resultar para a saúde pública e segurança de
pessoas e bens, bem como a garantir uma efetiva responsabilização dos técnicos legalmente
qualificados e dos particulares responsáveis pelos eventuais prejuízos causados por tais
operações.
2 - A realização de operações urbanísticas depende, em regra, de controlo prévio vinculado à
salvaguarda dos interesses públicos em presença e à definição estável e inequívoca da situação
jurídica dos interessados.
3 - Quando a salvaguarda dos interesses públicos em causa seja compatível com a existência de
um mero controlo sucessivo, a lei pode isentar de controlo prévio a realização de determinadas
operações urbanísticas, desde que as condições de realização sejam suficientemente definidas
em plano municipal.
4 - A realização de quaisquer operações urbanísticas está sujeita a controlo sucessivo,
independentemente da sua sujeição a controlo prévio.
5 - A lei estabelece mecanismos com vista a assegurar a efetiva responsabilização dos diversos
intervenientes nos processos de urbanização e de construção, bem como a garantia da
qualidade.
6 - O Estado, as regiões autónomas e as autarquias locais podem determinar medidas de tutela
da legalidade em quaisquer ações ou operações urbanísticas realizadas em desconformidade
com a lei ou planos territoriais.
1
Trabalhos de remodelação também são operações urbanísticas
(NOTA: operações de loteamento - ações que tenham por objeto ou por efeito a constituição de
um ou mais lotes destinados, imediata ou subsequentemente, à edificação urbana e que resulte
da divisão de um ou vários prédios ou do seu reparcelamento)
Informação prévia –culmina com ato administrativo, mas não um ato que permita a realização
de operação urbanística, logo não é um procedimento de controlo prévio.
3 de novembro de 2022
LICENÇA
Mais complexo, mas culmina com um ato administrativo, o que dá mais segurança para o
particular construir
Fase integrativa da eficácia – 74.º/1 – confere eficácia mas não é o ato em si, os atos são
as duas decisões (arquitetura e licença)
Quid iuris, caso se altere o quadro legal, entre a aprovação da arquitetura e a licença? O
que acontece ao ato de aprovação de arquitetura? Nada. – 67.º
DOUTRINA
I – Relativamente aos requisitos referidos no art. 20º, nº 1, do RJUE, sobre que incide a apreciação do
projecto de arquitectura, a pronúncia da Administração é final e vinculativa.
II – Por isso, embora a aprovação do projecto de arquitectura seja um acto prévio do procedimento de
licenciamento de obras de edificação, ela define determinados elementos que o acto final do
procedimento tem de acolher.
III – Assim, porque a questão da conformidade da pretensão com o plano é verificada no momento da
apreciação do projecto de arquitectura é irrelevante a alteração posterior do PDM para efeitos de emissão
da licença de construção, salvo se este dispuser noutro sentido
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15-11-2022
Autorização
Controlo prévio
Autorização é titulada por alvará – 74.º/3 do RJUE (já não os imóveis anteriores a 51)
a) Carácter real – olha-se ao território, sem entrar em linha de conta com o requerente
concreto – legitimidade – 9.º/10 e 98.º/1/o)
a. Exceção – em RAN/REN (?), pode o agricultor construir uma habitação, para si
b) Submissão exclusiva a regras de direito do urbanismo
a. Não aplicam normas de direito privado
b. Reserva de direitos de terceiros
i. Exceção: Apreciação formal da legitimidade (9.º/1, artigo 11.º/1 do
RJUE e 109.º CPA)
ii. Exceção: regimes que determinem que o pedido seja instruído com
autorização do condomínio
c. Caráter federador: licença
d. Tendencial irrevogabilidade – é ato constitutivo de direitos
e. Carácter vinculado – fundamentos de indeferimento taxativamente previstos e,
em regra, determinam o indeferimento
i. Mas há espaços de livre apreciação
Desvalor – a regra é a geral, do cpa – nulos (161.º) ou anuláveis, quando a nulidade não esteja
prevista
E no urbanismo, por força dos regimes especiais, em regra, está prevista a nulidade
REN, RAN
RJUE – 68.º
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Reposição da legalidade
▪ Sujeitos:
▪ Prazo:
EMBARGO 102.º-B
22-11-2022
69.º/2
Quando temos uma ação proposta pelo MP, com um dos fundamentos do 68.º, a citação tem os
efeitos do embargo – não é uma suspensão da eficácia da licença
(por vezes, o legislador já vem, ele próprio, dar, à propositura da ação, a suspensão da eficácia
do ato – é o que acontece no 115.º RJUE)
Embargo é medida provisória e cautelar:
STA – ser cautelar e provisório não é sinónimo de que seja urgente, logo dispensável a
audiência prévia
II - Não se realizará, porém, se a decisão for urgente (art. 103º, nº1, al.a), do CPA).
III - Essa urgência, ou resulta directamente da lei, ou de uma situação material e objectiva
concreta que leve os serviços públicos a determiná-la, devendo nesse caso estar clara e
expressamente fundamentada na decisão administrativa.
89.º CPA
Artigo 89.º
Admissibilidade de medidas provisórias
Efeitos – 103.º (que vão comunicar às ações do 69.º/2, com as devidas ressalvas)
DEMOLIÇÃO – 106.º
É legalizável?
Poder discricionário? Não tem que escolher a demolição – mas tem que escolher uma medida
(102.º)
A demolição não comporta nenhuma discricionariedade, porque só pode ser aplicada quando
deve, efetivamente, ser aplicada, ou seja, quando não há outra medida que responda à
ilegalidade – poder vinculado.
Praticado um ato administrativo, que determina a demolição, não deveria existir nenhum óbice
à sua execução – contudo, a ponderação deve ser feita até à última hora – até porque pode haver
novo quadro legal que permita a legalização – causa legítima de inexecução
Não pode ser indefinidamente adiada, se não, está a ser incumprida a norma que manda definir
uma medida de tutela
Mas, por exemplo, o PDM está em alteração, e poderá vir a ser alterado no sentido de ser
legalizável…
- projeto de decisão
Execução voluntária ou execução coerciva (decorrido o prazo sem que a ordem de demolição se
mostre cumprida) 107
Em princípio, são atos administrativos, por isso IMPUGNAÇÃO (c/ eventual providência
cautelar)
Mas o 115.º não dá o efeito automático de suspensão? Sim, mas…à cautela, podem ser
acionados os meios cautelares
Mas estão reunidos os pressupostos? O ato é “devido”? não pode ser ordenado a todo
o tempo? Mas então, se não, como garantir a tutela? MARTA CAVALEIRA – tem que se admitir
Aplica-se o CPTA, no contencioso que corra nos TAF (as expropriações, por exemplo,
correm na jurisdição comum).
Quase sempre, são atuações do município – o que faz com que a competência do
tribunal se afira pelo 20.º/1 CPTA
Legitimidade ativa – 55.º/2 é várias vezes invocado
Especificidades
Mas é uma nulidade atípica – porque a sua arguição está sujeita a prazo
b. Tutela cautelar