Você está na página 1de 2

Natalia Silva do Nascimento – RA:21390551 – Mooca

APS – História Contemporânea: Até a nova ordem mundial


Análise sobre a Guerra Fria em relação à série Stranger Things, e o livro “A ERA DOS
EXTREMOS” de Erick Hobsbawm.

O americanismo contra os “malvados”


A guerra fria foi um momento histórico marcado pela polarização do mundo entre
Estados Unidos (EUA) e União Soviética (URSS), um combate político – ideológico
iniciado no fim da década de 1940 até o ano de 1991, mas que nunca gerou conflito
armado, entretanto, deixou o mundo em constante tenção pelo medo de uma possível
guerra.
Stranger Things é uma série que se passa na década de 1980. Exclusivamente na terceira
temporada a um plano de fundo com a guerra fria. No contexto histórico da série os
Russos são os vilões, reforçando a demonização por parte dos personagens americanos.
Com a presença de soviéticos, um dos personagens principais chamado Dustin, possui
falas como “Russos Malvados”, por ele ser uma criança mostra como o meio cultural foi
alvo desse combate ideológico. A Cultura foi um meio forte para a polarização do
anticomunismo, americanismo e capitalismo nos EUA, no cinema com histórias e
personagens que influenciavam a ideia de vários inimigos e um sistema perfeito.
Na última temporada a produção incluiu uma personagem com o nome Erica e sua frase
marcante é “Não se escreve América sem Erica”. O orgulho dos americanos por fazer
parte da maior economia do mundo era alimentado pelo governo com a evolução em
todos os âmbitos, entretanto a oposição existia. Segundo Erick Hobsbawm em “A Era
dos Extremos” o “Anticomunismo era genuína e visceralmente popular num país
construído sobre o individualismo e a empresa privada, onde a própria população se
definia com termos ideológicos como americanismo”, contextualizando com o orgulho
em fazer parte da nação.
“Mundo Invertido” existente na série é inexplorado pelos homens, ele é um sinônimo de
perigo com potencial mortífero alto para os americanos, que lutam contra esse mal. Na
trama, os soviéticos demonstram interesse em explorar esse lugar. O acesso para o
mundo paralelo é por via de um portal, que foi fechado e lacrado pelos protagonistas
anteriormente. Reunindo diversos cientistas e tecnologia avançada, os russos reabrem o
local. Os protagonistas enfrentam os comunistas, destruindo a base secreta na cidade e
tornando-se heróis, ações referentes ao americanismo, anticomunismo e corrida
armamentista citados por Hobsbawm. Os dois lados buscavam estar à frente, ir a lugares
inexploráveis era parte dos interesses, como exemplifica a ida do homem à lua. A
corrida armamentista foi um dos aspectos mais fortes na guerra fria, aumentou
absurdamente o número de armas no mundo, aliás, segundo Hobsbawm “Era o resultado
natural de quarenta anos de competição constante entre grandes estados industriais para
armar-se com vistas a uma guerra que podia estourar a qualquer momento”. Nesse
período a força nuclear cresceu, países com capacidade de aniquilar a população
mundial, consequentemente a tensão ficou maior, portanto, os conflitos eram
controlados e sufocados, assim um mal seria evitado.
No seriado a história se encerra com a vitória americana, espelhando a realidade. A
Guerra Fria acabou em 1991 com o fim da URSS, o que seria mais viável a ser feito,
pois os representantes dos EUA deveriam seguir com atitudes esperadas pela população,
sem favorecer a união soviética. Segundo Hobsbawm “O fim da Guerra Fria provou não
ser o fim de um conflito internacional, mas sim de uma era”.
A guerra ideológica ampliou o desenvolvimento no mundo capitalista, principalmente
no meio tecnológico, isso foi fundamental para a evolução da economia nos países
desenvolvidos, até mesmo com reflexos no terceiro mundo, entretanto, a tensão mundial
não fez bem, pois foram décadas no meio desse conflito que poderia explodir a qualquer
momento, felizmente a queda da URSS causou fim de uma era amedrontada.

Você também pode gostar