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DA CESTA BÁSICA AO SALÁRIO MÍNIMO: UMA ANÁLISE

COMPARATIVA ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO 4.0


Ester da Silva Pantoja

INTRODUÇÃO
Na antiguidade, quando a moeda ainda não havia sido criada, o pagamento do
trabalho realizado pelo homem era feito com mercadorias, tais como: carneiro, porco,
peles de animais e o sal.
Antigamente, a ideia de que o trabalho deveria ser remunerado era inexistente.
Na Idade Média (Idade Média: Período da história na Europa, compreendido entre os
séculos V e XV), os servos cultivavam a terra dos nobres, recebendo em troca apenas a
possibilidade de tirar da mesma o seu sustento. Naquela época, o sal era um produto
raro e de alto valor. Com o sal que recebiam, os trabalhadores trocavam o produto por
roupas, outros alimentos, satisfazendo assim suas necessidades. Com o tempo, a palavra
salário se tornou popular e é usada até hoje para designar o valor que o trabalhador
recebe ao vender sua mão de obra.
Salário significa o pagamento do trabalho realizado através do sal, tendo o seu
surgimento na metade do século 14. Essa época ficou marcada pelo declínio do
feudalismo e pelo desenvolvimento de fortes nações-estado. Com o advento do
capitalismo, o salário tornou-se a forma predominante de pagamento da mão de obra.

SALÁRIO MÍNIMO
O salário mínimo nada mais é do que o valor mínimo, legalmente falando, que
uma empresa pode pagar ao seu funcionário. Anualmente o valor dele é revisto,
mediante uma avaliação dos gastos da população, para que possa garantir a
sobrevivência dos cidadãos.
Os primeiros países a instituírem um salário mínimo foram a Nova Zelândia e a
Austrália, no fim do século XIX, e foi um marco na medida que estabeleceu um
parâmetro social na defesa dos trabalhadores, buscando reduzir a desigualdade salarial e
a pobreza.
Getúlio Vargas foi o responsável pela instituição do salário mínimo no Brasil
em 1936, após a promulgação da Lei de nº185, mas só foi instituído de fato em 1940,
pelo Decreto-Lei nº 2.162, que tinha como propósito garantir o sustento de uma pessoa
por um mês.
Nesta época existiam 14 salários mínimos diferentes, sendo que na capital do
país, o Rio de Janeiro, o salário mínimo correspondia a quase três vezes o valor do
salário mínimo no Nordeste.
As diversas leis trabalhistas foram consolidadas pelo Decreto-Lei nº 5 452, de
1 de maio de 1943, conhecido como Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Em
seus artigos 76 a 128, foram inseridas regras sobre o salário mínimo, que deveria ser
suficiente para atender as necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário,
higiene e transporte do trabalhador (CLT, art. 76). Na época, foi mantida a divisão do
país em 22 regiões (CLT, art. 84), tendo cada uma delas uma Comissão de Salário
Mínimo (CLT, art. 84, parágrafo único).
A primeira tabela do salário mínimo tinha um prazo de vigência de três anos,
mas em 1943 foi dado o primeiro reajuste seguido de um outro em dezembro do mesmo
ano. Os aumentos eram calculados para recompor o poder de compra do salário mínimo.

EVOLUÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO


O salário mínimo, instituído em 1936, sofreu inúmeras mudanças e ajustes ao
longo dos anos. A partir de 2007, o salário mínimo passou a ser corrigido todos os anos
pela inflação do ano anterior, somada à variação do PIB - Produto Interno Bruto, de dois
anos anteriores. Durante o período de inflação alta, a atualização do valor do salário
mínimo chegou a ser feita mensalmente, mas, desde a implantação do Plano Real, em
1994, o reajuste é realizado anualmente (Tabela 1).
Durante os anos de 2011 e 2019, a correção do salário mínimo ocorria pelos
índices do INPC e também passava por um aumento com base no Produto Interno Bruto
(PIB). A correção tinha como objetivo aumentar o poder de compra dos brasileiros.
No entanto, desde a gestão do atual presidente, Jair Bolsonaro a regra mudou.
Agora a correção ocorre apenas com base no INPC, ou seja, desde 2019 os brasileiros
não possuem um aumento real no salário mínimo, apenas acompanham os índices de
inflação no país para não perder o poder de compra. No governo atual, o salário
mínimo, teve um reajuste de 6,48% (2017), 1,81 (2018), 4,61 (2019), em 2020 foram
dois reajustes de 4,11% e 0,58% e em 2021 o reajuste chegou a 5,26%.

CESTA BÁSICA
A proposta de criação do salário mínimo realizada por Getúlio Vargas buscava
a elaboração de uma fórmula simples, a qual criou uma "cesta básica" e recomendou
que "o salário-mínimo deveria cobrir 10 cestas básicas regionais de gêneros
alimentícios". O pensamento motivador disso era de dar um valor para a alimentação
básica, sendo assim, um dos principais componentes para que fosse mais fácil definir o
valor do salário mínimo.
A ideia principal do salário base era que se tivesse uma noção de quanto era a
quantia necessária para arcar com os custos de uma alimentação simples, tanto para a
sobrevivência quanto quando comparado a demais custos, como moradia, saúde e
demais possibilidades.
O Decreto-Lei 399/38 estipulou estabeleceu a chamada ração essencial
mínima, que seria composta dos alimentos necessários ao atendimento das necessidades
nutricionais de um trabalhador adulto, variando de acordo com o desenvolvimento
social do país. Desta forma, os produtos da Cesta Básica e suas respectivas quantidades
são diferentes por regiões e esta diferença continua em vigor. A sua estrutura encontra-
se na tabela 2, que foi elaborada a partir das definições do referido decreto que estipula
as doses diárias para o trabalhador e que aqui estão apresentadas em suas quantidades
mensais.
Os Estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Goiás e
Distrito Federal, pertencem a Região 1; Pernambuco, Bahia, Ceará, Rio Grande do
Norte, Alagoas, Sergipe, Amazonas, Pará, Piauí, Tocantins, Acre, Paraíba, Rondônia,
Amapá, Roraima e Maranhão a Região 2; Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul,
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul a Região 3.
O Dieese é responsável por fazer o cálculo sobre os custos de vida dos
brasileiros e apresentar qual valor seria um salário mínimo considerado justo, de forma
a cobrir todas as despesas relacionadas a direitos constitucionais do trabalhador e sua
família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer
e previdência.
A cesta básica do Dieese ganhou importância devido a sua divulgação mensal
de seu custo em relação ao salário mínimo. Desde janeiro de 1959, o Dieese passou a
acompanhar mensalmente o custo da Cesta Básica Nacional, realizando a pesquisa da
Cesta Básica Nacional em capitais do país e acompanhando mensalmente a evolução de
preços dos treze produtos que compõe a cesta, assim como o gasto mensal que um
trabalhador teria para adquiri-la.
Para entender a real situação do trabalhador brasileiro precisamos analisar
quantas cestas básicas um salário mínimo conseguiu comprar ao longo dos anos. Esse
fator é importante porque sabemos que uma cesta básica normalmente atende uma
família de até 4 pessoas por, no máximo, cerca de 10 dias. Porém, as análises não são
animadoras, com a falta de estabilidade econômica, aumento da inflação, desigualdade
social, entre tantos outros desafios vividos pela população são necessárias grandes
mudanças de ordem política, a fim de fornecer qualidade de vida para as famílias mais
vulneráveis do Brasil.
CONCLUSÃO
Na antiguidade, a ideia de trabalho remunerado era inexistente, sendo o
principal meio de subsistência o cultivo na terra dos nobres, recebendo em troca apenas
a possibilidade de tirar da mesma o seu sustento. Com as trocas de mercadorias
necessárias para a sobrevivência da população, o sal se tornou um produto de alto valor,
dando origem a palavra salário, que corresponde ao pagamento do trabalho realizado
através do sal.
Pensando no custo base necessário para a sobrevivência de uma população foi
criado o salário mínimo, que nada mais é do que o valor mínimo, legalmente falando,
que uma empresa pode pagar ao seu funcionário.
No Brasil, o salário mínimo foi implantado no governo de Getúlio Vargas em
1936, após a promulgação da Lei de nº185, mas só foi instituído de fato em 1940, pelo
Decreto-Lei nº 2.162, que tinha como propósito garantir o sustento de uma pessoa por
um mês.
O salário mínimo, instituído em 1936, sofreu inúmeras mudanças e ajustes ao
longo dos anos. A partir de 2007, o salário mínimo passou a ser corrigido todos os anos
pela inflação do ano anterior.
A ideia principal do salário base era que se tivesse uma noção de quanto era a
quantia necessária para arcar com os custos de uma alimentação simples, tanto para a
sobrevivência quanto quando comparado a demais custos, como moradia, saúde e
demais possibilidades.
A elaboração de uma cesta básica foi fundamental para a definir o valor do
salário mínimo, pois a proposta de Getúlio Vargas era que o salário-mínimo deveria
cobrir 10 cestas básicas regionais de gêneros alimentícios, e assim garantir o sustento
considerado justo.
As mudanças econômicas e políticas vividas pela população brasileira impacta
diretamente a sua sobrevivência, tendo órgão como o Dieese que mostra que os ajustes
salariais ainda estão longe de proporcionar a população uma melhora na qualidade de
vida.
A Educação 4.0 busca estimular no estudante o seu protagonismo, a fim de
desenvolverem habilidades técnicas e socioemocionais necessárias para lidarem com os
desafios do século 21, sendo a temática sobre salário mínimo e cesta básica uma forma
de encorajar o estudante a buscar soluções para a problemática e desenvolver o seu
pensamento crítico.

REFERENCIAS
https://euqueroinvestir.com/saiba-a-origem-da-palavra-salario
https://brasilescola.uol.com.br/economia/salario-minimo.htm
https://abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_240_390_33730.pdf
https://olivre.com.br/como-surgiu-a-cesta-basica-no-brasil-e-os-valores-atuais
https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/bitstream/prefix/2930/1/RenataBoscolodaSilva.pdf
https://sbsrj.org.br/historia-cesta-basica-brasil/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sal%C3%A1rio_m%C3%ADnimo

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