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O IMPACTO DO PODER DE COMPRA DO SALÁRIO MÍNIMO NACIONAL

FRENTE À ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR DE BIRIGUI

ALEX FRANCISCO SIQUEIRA


DOUGLAS SHIGUEO ISHIRARA
LUCAS RELVA DE SOUZA
LUÍS FELIPE MARQUES LIMA

RESUMO

O presente estudo tem o objetivo de verificar o poder de compra do salário mínimo


nacional frente à alimentação do trabalhador de Birigui. Por meio de estudo
exploratório e descritivo dos resultados similares aos feitos pelo Dieese
(Departamento intersindical de estudos e estatística) da analise do poder de compra
do salário mínimo nacional frente a requisitos básicos a vida humana como
alimentação; foi elaborada uma consideração final frente ao cumprimento do que é
estipulado pelo Decreto Lei n° 399 que se refere às competências do salário mínimo
nacional. Este trabalho tem como objetivo pesquisar junto aos contemplados com o
salário mínimo nacional, o impacto de tal valor em suas economias de
sobrevivência. Foram utilizadas diversas literaturas para descrever o tema. O
modelo para realização da pesquisa de campo foi desenvolvido através de estudo
junto a contemplados com o salário mínimo nacional, além de pesquisa em sítios de
órgãos nacionais e empresas e/ou estabelecimentos que forneçam os itens contidos
na cesta básica brasileira, como preferência de locais de compra de tais itens,
marcas favoritas e preço médio da cesta básica na cidade de Birigui. Através dos
dados coletados foi efetuado uma análise comparativa com relação ao salário
mínimo nacional corrente e o salário mínimo nacional necessário para os
contemplados residentes na cidade de Birigui. Como resultado obteve-se a ciência
do valor necessário mínimo para que o cidadão biriguiense tenha condições básicas
de vida, resultando assim no exercício de cidadania corrente ao entendimento das
atitudes do Governo Federal.
Palavras- chave: Salário Mínimo Nacional. Cesta básica, Birigui.

ALEX FRANCISCO SIQUEIRA. E-mail: afs_cubas@hotmail.com.GRADUADO EM ADMINISTRAÇÃO.


DOUGLAS SHIGUEO. E-mail: douglas.shigueo@hotmail.com.GRADUADO EM ADMINISTRAÇÃO.
LUCAS RELVA DE SOUZA. E-mail: lucas.underline@hotmail.com. GRADUADO EM ADMINISTRAÇÃO.
LUÍS FELIPE MARQUES LIMA. E-mail: luisfelipeml17@hotmail.com. GRADUADO EM ADMINISTRAÇÃO.
GRADUANDOS EM ADMINISTRAÇÃO. FACULDADE METODISTA DE BIRIGUI. 2013.
1. INTRODUÇÃO

A elaboração e criação da ideia de salário mínimo instituída no Brasil desde a


década de 1930 é algo de orgulho ao brasileiro, diante de um marco histórico na
vida do trabalhador brasileiro e da economia nacional.

O presente estudo justifica-se na melhor compreensão da ideia inicial das funções


do salário mínimo para com a veracidade de tal conceito frente ao mercado atual,
juntamente com as variações econômicas do país com relação também a oscilação
de preço de produtos básicos predestinados a suprir as principais necessidades de
alimentação da família brasileira; justificando assim o direito da cidadania frente ao
valor do salário mínimo atual e seu poder de compra real, verificando então se tal
valor se adéqua ao seu conceito teórico.

Entende-se como Salário, a “retribuição do trabalho prestado”, segundo J.Petrelli


Gastaldi (1917,p3). Posteriormente conceitua-se Salário mínimo como a
contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a todo
trabalhador (CLT,1943). Segundo o Dieese, 43,4 milhões de brasileiros são
beneficiados direta ou indiretamente com a política de valorização do salário mínimo.
A retórica do salário mínimo nacional é que o valor mínimo de salário pago ao
trabalhador seja capaz de sanar suas necessidades básicas, como alimentação,
moradia, higiene, transporte (Decreto lei n/ 399,1938). Sendo assim este estudo
verificará o impacto do poder de compra do salário mínimo nacional, frente à
alimentação do trabalhador de Birigui; simulando a metodologia Dieese, feita
somente em 16 capitais nacionais. Tal estudo buscará adequar tal pesquisa a nossa
realidade.

Frente ao resultado das pesquisas, alguns conceitos irão se tornando frequentes na


busca da verdadeira compreensão da política nacional; no que diz respeito aos
anúncios governamentais, diante dos meios de comunicação atuais, utilizando assim
da mídia para divulgação de proposta e execução na substituição do valor do salário
mínimo nacional, sendo tal divulgação executada anualmente. O estudo então
trabalhará se tal valor mínimo proposto é capaz de sanar a necessidade básica de
alimentação do trabalhador biriguiense, frente ao valor médio gasto na aquisição dos

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itens da cesta básica nacional (Cesta básica nacional, metodologia, 1993) estipulada
pelo Dieese (Departamento intersindical de estudos e estatística).

O Salário mínimo e seu poder de compra podem acarretar resultados diferentes


frentes à localização geográfica de cada região. Em regiões com maiores polos
industriais, cidades de maior população e ainda contando com o aspecto cultural, o
impacto do salário mínimo e seu poder de compra podem ser diferentes das regiões
que possuam características econômico-sociais inferiores a estas.

Tal estudo então foi elaborado frente a conceitos idôneos e publicações do Dieese
(Departamento intersindical de estudos e estatística), porem trazendo o estudo para
o contexto da realidade da região onde os integrantes do grupo de estudo estão
situados (Birigui), adequando a teoria a realidade do município através de pesquisas
de campo, pesquisas de opinião e pesquisas teóricas. Entende-se que o estudo
então terá como objetivo geral, descrever diante do resultado do estudo, o impacto
do poder de compra do salário mínimo nacional na cidade de Birigui.

2. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO

2.1. Metodologia Dieese

Na busca em atender o objetivo central da pesquisa, que é descrever diante do


resultado do estudo similar ao executado pelo Dieese (Departamento intersindical de
estudos e estatística) em 16 capitais nacionais, a analise do poder de compra do
salário mínimo nacional frente à alimentação do trabalhador de Birigui, tal estudo se
baseia também na bibliografia e metodologia Dieese de pesquisa, assimilando assim
os seus estudos, porem trazendo a realidade do município e do trabalhador de
Birigui. Aspectos socioeconômicos resumem tal estudo, e o conceito de economia
deve então ser compreendido.

Etimologicamente, a palavra “economia” vem dos termos gregos oikós (casa) e


nomos (norma, lei). Pode ser compreendida como “administração da casa”, pois,
administrar uma casa é algo bastante comum na vida das pessoas. Portanto, é
interessante essa aproximação do mundo da casa com o mundo da economia. Em
outras palavras, podemos dizer que a Economia estuda a m a n e i r a c o m o s e
a d m i n i s t r a m o s r e c u r s o s d i s p o n í v e i s c o m o o b jetivo de produzir
bens e serviços (Carlos Magno Mendes, 2009, p.170).

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Ainda em relação e compreensão do conceito de economia que resulta na
pratica social de tal estudo, Vasconcellos retrata que:

Economia é a ciência social que estuda como o individuo e a sociedade decide


utilizar recursos produtivos escassos, na produção de bens e serviços, de modo a
distribuí-los entre as varias pessoas e grupos da sociedade, com a finalidade de
satisfazer as necessidades humanas (Marco Antônio Sandoval de Vascosellos, 2001
p.21).

Similar a tais conceitos como o de economia e salario, definiremos se a política de


salário mínimo é bem distribuída aos cidadãos brasileiros, em especial neste estudo,
os biriguienses.

O Decreto Lei n° 399, regulamentado em 30 de abril de 1938 compreendendo a lei °


185 de 14 de janeiro de 1936, estabelecendo que o salário mínimo seja a
remuneração devida ao trabalhador adulto, sem distinção de sexo, por dia normal de
serviço, capaz de satisfazer suas necessidades normais de alimentação, vestuário,
higiene e transporte (D.L. n° 399 art. 2°apud Dieese, 1993).

“Comissões de salário mínimo foram criadas, e


Extratos sociais, (regiões com aglomerados de
estados) foram subdivididos, assim também foi
criada a cesta básica nacional, que seria o conjunto
de alimentos que garantiriam o sustento de um
trabalhador adulto, sendo tais alimentos a base de
uma alimentação balanceada e saudável. Sendo que
cada região (estrato), teria sua própria cesta básica,
com os mesmo alimentos porem em quantidades
relativas às características socioeconômicas de cada
região” (Cesta básica nacional Metodologia Dieese,
1993.p.2).

O conjunto de alimentos e as regiões subdivididas em extratos são representados na


tabela abaixo:

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Figura 01: Tabela provisões mínimas estipuladas pelo Decreto Lei nº 399

Fonte: Decreto Lei 399 de 1938, Quadros anexos. As quantidades diárias foram convertidas
em quantidades mensais.

Sendo que a Região 1 compreende os estados de: São Paulo, Minas Gerais,
Espírito Santo, Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal.

A Região 2 compreende os estados de: Pernambuco, Bahia, Ceará, Rio Grande do


Norte, Alagoas, Sergipe, Amazonas, Pará, Piauí, Tocantins, Paraíba, Rondônia,
Amapá, Roraima, Maranhão.

A Região 3 compreende os estados de: Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul,
Mato Groso e Mato Grosso do Sul.

E a Cesta básica nacional que seria a cesta básica média para a massa de
trabalhadores em atividades diversas em todo o território nacional. (Cesta básica
nacional Metodologia Dieese, 1993.p.2).O Decreto Lei n/ 399, determina que a
parcela do salário mínimo correspondentes ao gasto com alimentação não pode ter
valor inferior ao custo da cesta básica nacional (art. 6° inc.1°).

No ano de 2013 (ano vigente) a Presidente do Republica Federativa do Brasil, Dilma


Rousseff, ainda acrescentou mais três produtos a esta cesta básica nacional, que
seriam o sabonete, a pasta de dente e o papel higiênico (Tarso Veloso, sd).

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2.2. Pesquisa da cesta básica nacional

A partir de janeiro de 1959, O Dieese começou a acompanhar os preços dos treze


produtos da cesta básica nacional, e elaborando assim o I.C.V. (Índice do custo de
vida), sendo à variação dos preços dos produtos da cesta básica nacional na cidade
de São Paulo. Posteriormente o Dieese foi expandindo suas pesquisas e hoje faz
acompanhamento de preços dos produtos base da cesta básica em 16 capitais
nacionais (Cesta básica nacional Metodologia Dieese, 1993.p.3).

Porem tal estudo busca similaridade, entre o estudo executado somente em 16


capitais nacionais, adequando ao contexto socioeconômico do município de Birigui.

2.3. Pesquisa dos locais de Compra

Para a execução da pesquisa de preço dos itens da cesta básica nacional, uma
pesquisa de intenção de locais de compra deve ser executada, junto aos
trabalhadores de diferentes ramos sindicais, buscando a ciência de quais tipos e
qual a preferência de estabelecimentos os consumidores executam a aquisição dos
itens da cesta básica nacional. Sendo que um produto pode ser adquirido em mais
de um local de compra, no exemplo da carne que pode ser adquirida em açougues
e/ou supermercados (Cesta básica nacional Metodologia Dieese, 1993.p.3).

2.4. Pesquisa de determinação das marcas e tipos de produtos

Após os resultados da pesquisa de locais de compra, deve ser executada assim


uma pesquisa referente aos tipos e marcas mais comercializadas pelos
estabelecimentos entrevistados, diante dos produtos da cesta básica nacional.

2.5. Pesquisa de coleta de preços dos itens que compõem a cesta

Para uma melhor veracidade da pesquisa, para cada item da cesta básica nacional,
devem ser coletados 3 (três) marcas ou tipos distintos. Em casos específicos como
banana, tomate, batata, 3 (três) variedades foram coletadas. No caso do pão
francês, apenas um tipo foi registrado. Na carne o Dieese orienta a pesquisa com
três cortes distintos, sendo estes: Coxão duro, Coxão mole e Patinho (Cesta básica
nacional Metodologia Dieese - Metodologia cesta básica nacional, versão preliminar,
1993.p.3).

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Em casos onde a unidade comercializada é diferente da proposta pelo Dieese,
anotou-se o valor unitário do produto comercializado e depois foi feita a conversão.
Diante deste exemplo destacamos a banana, que é comercializada por quilograma,
porem a unidade na cesta básica nacional é em dúzias; sendo assim para cada
variedade de banana, pesamos 12 unidades e anotamos o preço, representando
assim o preço da dúzia.

O Dieese orienta fazer a coleta de preços diretamente das gondolas, sem o auxilio
de funcionários do estabelecimento, simulando o mais perto possível a ação dos
consumidores. O Dieese também orienta não registrar pesquisa de preços em dias
de oferta de alguns itens como “dia da feira” ou” dia da carne”, e também evitar
computamento de preço de produtos em oferta no dia da pesquisa (Cesta básica
nacional Metodologia Dieese, 1993.p.5).

2.6. Tabulação da pesquisa – Cálculo do custo mensal da cesta básica


nacional

Diante disto os preços de cada item da cesta básica, contendo 3 tipos e/ou 3 marcas
distintas mais comercializadas, nos estabelecimentos pesquisados, foram
armazenados em um banco de dados da pesquisa. A tabulação da pesquisa ocorre
executando uma média aritmética diante dos 3 preços de cada item da cesta básica
nacional em cada estabelecimento da pesquisa.

Posteriormente uma nova média aritmética é feita, com os preços médios de cada
item da cesta básica nacional, referentes aos estabelecimentos pesquisados,
obtendo assim um preço médio ponderado de cada item da cesta básica nacional,
no mês e município vigente. Após executado este cálculo, parte-se então para
conhecer o valor médio gasto para se adquirir cada item da cesta básica nacional;
tal cálculo é executado multiplicando o preço médio unitário de cada produto da
cesta básica com as respectivas quantidades propostas no Decreto Lei n/ 399, que
concerne a Ração Essencial Mínima. Assim são somados os valores totais médios
para aquisição de cada item da cesta básica nacional, obtendo assim o custo total
médio para se adquirir a cesta básica nacional (Cesta básica nacional Metodologia
Dieese, 1993.p.6).

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2.7. Salário mínimo necessário

A Constituição Federal de 1988. Define salário mínimo como aquele afixado em lei e
nacionalmente unificado capaz de atender suas necessidades vitais básicas (do
trabalhador) e sua família, como alimentação, moradia, vestuário, educação,
saúde... (Constituição Federativa do Brasil , art. 7°- IV).

Já alguns autores econômicos políticos como J.Petrelli Gastaldi (1987, p 366) afirma
que “o salário mínimo é o que é capaz de satisfazer, em determinada época e em
certo lugar, as necessidades normais de alimentação, vestuário, higiene e transporte
do trabalhador”.

O Dieese diante deste aspecto legal diante do salário mínimo e suas competências
junto ao Decreto lei n° 399, estabelece que o gasto com alimentação não deva ser
inferior ao custo da cesta básica nacional. (Cesta básica nacional Metodologia
Dieese, 1993). Sendo assim mensalmente é divulgado pelo Dieese o salário mínimo
necessário para cumprir com tais competências deste ultimo diante de sua descrição
legal. Sendo assim pode-se fazer a analise diante do poder de compra do salário
mínimo nacional diante de suas características nominais e reais.

Diante de poder de compra, Lawrence H. Officer; Samuel H. Williamson (2011)


definem poder de compra com analise na economia norte americana, porém cabível
também a toda nação. Para eles “poder de compra, (purchasing power), é o valor de
uma moeda, expresso em termos da quantidade de bens ou serviços que uma
unidade dessa moeda pode pagar”. Se o rendimento em dinheiro se mantém
constante, mas o nível de preços aumenta (portanto verifica-se inflação), o poder de
compra desse rendimento diminui, porque o mesmo rendimento compra agora
menos dos mesmos bens e serviços. A inflação, por si só, nem sempre implica a
queda do poder de compra do rendimento real, posto que o rendimento possa subir
mais rapidamente do que a inflação.

Para melhor entender o Salário mínimo real, J.Petrelli Gastaldi (1987: p.357), afirma
que “‘Salário real é aquele que leva em conta o poder aquisitivo do dinheiro, que ele
representa”. Em relação ao Salário mínimo Nominal, J.Petrelli Gastaldi (1987:
p.357), afirma que “o salário mínimo nominal significa sua expressão em moeda
corrente e legal”. “Dai diz-se de que nada adianta a elevação do preço do salário,

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quando a elevação das principais utilidades é mais acentuada, tais aumentos são
meramente nominativos, e na realidade o que ocorre é o rebaixamento ou
depreciação do salário real”.

Para execução de tal cálculo, alguns dados técnicos são descritos pelo Dieese. O
Dieese descreve família como, sendo 2 adultos e 2 crianças, que juntas consomem
o equivalente a um adulto. Sendo assim, o Dieese verifica a cesta básica de maior
valor nacional e a multiplica por 3 (numero de pessoas adultas consumindo a cesta
básica nacional, 2 adultos mais 2 crianças que consomem como 1 adulto),
resultando assim no gasto alimentar mensal de uma família (Cesta básica nacional
Metodologia Dieese, 1993.p.7).

Outro dado interessante levado em conta neste cálculo é a adoção da margem


P.O.F. (Pesquisa de orçamento familiar). Tal pesquisa foi executada pelo Dieese no
município de São Paulo entre 1994 e 1995, que é a representação de que a
alimentação neste extrato corresponde a 35,71% dos gastos familiares totais(Cesta
básica nacional Metodologia Dieese, 1993.p.7).

Já em uma pesquisa mais atualizada promulgada por um órgão federal, constatou-


se que esta margem referente à P.O.F. diante das despesas com alimentação
representam 16,1% da despesa total e 19,8% das despesas de consumo das
famílias brasileiras. Os resultados da P.O.F. 2008/09 para o grupo alimentação no
domicílio confirmaram as desigualdades no perfil de consumo das famílias. (IBGE,
2010).

Sendo assim a cesta básica nacional de maior valor das capitais analisadas é
multiplicada pelo numero médio de adultos que consomem a cesta básica nacional,
no caso 3 adultos, resultando no C.F.A. (Custo familiar de alimentação).
Posteriormente é executada uma regra de 3 simples onde o C.F.A. (adotando da
metodologia Dieese). Correspondem a taxa 0,3571 (35,71% oriunda do resultado da
Pesquisa de orçamento familiar no estado de São Paulo), e o salário mínimo
necessário até então desconhecido corresponde a 100% (1). Obtém então qual seria
o salário mínimo necessário para determinada região.

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3. METODOLOGIA

Pesquisas bibliográficas foram a base do estudo e também das pesquisas


descritivas e pesquisas a campo. Segundo Oliveira, pesquisa de campo “consiste na
observação de fatos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados e no
registro de variáveis presumivelmente para posteriores analises” (2002, p.124).
Porem a metodologia de tal estudo foi baseado na metodologia utilizada pelo Dieese
(Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos), diante do artigo
“Metodologia Cesta Básica nacional”, publicada no ano de 1993.

Outras fontes bibliográficas baseadas nas obras de J.Petrelli Gastaldi (1987),


Rossetti (1997), Nali de Jesus de Sousa (1997), Lawrence H. Officer e Samuel H.
Williamson (2011), além de artigos do direito trabalhista como a Consolidação das
Leis trabalhistas (CLT, 1943), sítios de órgãos governamentais como
www.dieese.org.br, http://www.ibge.gov.br/ e http://www.portalbrasil.net/ipca.htm
foram analisados para agregar ainda mais valor ao estudo executado.

Para obtenção de informações além da pesquisa bibliográfica, tendo a internet como


fonte de pesquisa, o instrumento utilizado foi através de questionários e entrevistas,
e demais informações disponibilizadas através de pesquisa de campo efetuada com
a colaboração de contemplados com o salário mínimo nacional, gerentes de
estabelecimentos comerciais e verificação do impacto de tal valor pecuniário nas
contas domesticas baseando-se nos itens de ração essencial mínima estipulado
pelo governo (Decreto Lei n° 399,1938). Segundo Cervo, questionário refere-se a
“um meio de obter respostas as questões por uma formula que o próprio informante
responde” (2002, p.48).

O questionário foi composto por questões estruturadas com a possível necessidade


de perguntas abertas concernentes ao tema. No mínimo uma pesquisa de intenção
em locais de compra, pesquisa de preço em supermercados, e as marcas favoritas
dos biriguienses para cada item da cesta básica nacional, além da renda média e
endereço do trabalhador (Cesta básica nacional Metodologia Dieese, 1993.p.3.). As
empresas pesquisadas para orientação em preços, virão a partir da preferência dos
trabalhadores de Birigui em pesquisa a ser efetuada com os mesmos, buscando

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atender os dados da pesquisa referentes a trabalhadores de diferentes
representações sindicais.

Foi executada uma visita aos estabelecimentos de compra dos favoritos pelo
trabalhador de Birigui, na aquisição dos itens da cesta básica nacional, para o
recolhimento de informações relacionadas aos preços dos produtos base da ração
humana mínima e o estudo do aumento do valor de tais produtos no decorrer do
ano.
Através dos dados coletados foram utilizados métodos que possibilitem sua
compreensão. Para análise, tanto dos documentos quanto das transcrições do
conteúdo da entrevista, foi empregado o método da análise de conteúdo. Após
tabulação da pesquisa, gráficos e tabelas foram efetuados para melhor
compreensão da pesquisa feita, com o auxilio de softwares como o Microsoft Excel.
Sendo assim uma analise direta do poder de compra do salário mínimo nacional
frente à alimentação do trabalhador de Birigui foi efetuada ante a sua descrição legal
(Decreto lei n ° 399,1938), comparando então se o que é descrito por lei é capaz de
cumprir tais dizeres na pratica.

4. RESULTADOS

Ao que diz respeito a pesquisa de locais de compra, um numero de 100


questionários foram distribuídos entre trabalhadores de Birigui, compreendendo
alunos da Faculdade Metodista de Birigui, junto a funcionários e professores. Os
questionários possuíam o padrão Dieese, sendo que cada questionário continha
duas folhas, a primeira continha os objetivos da pesquisa e dados do entrevistado,
tais como renda familiar média, ramo e jornada de trabalho e endereço, visando
apurar dados das diversas regiões e classes sociais do município. A segunda folha
do questionário possuía os itens da cesta básica nacional e opções de múltipla
escolha frente ao estabelecimento comum de aquisição de cada item.

Para se aproximar da metodologia Dieese, foi executado também o calculo do


desprendimento de horas de trabalho necessárias para a aquisição total da cesta
básica nacional. Tal cálculo é executado dividindo o valor total da cesta básica
nacional pelo salário mínimo nacional vigente, o produto de tal divisão é multiplicado
por 220, valor correspondente à jornada média de horas de trabalho mensais do

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trabalhador brasileiro diante da Constituição Federal de 1988. O resultado então é o
numero de horas de trabalho gastas para se comprar a cesta básica nacional.

Para ciência de quais tipos e marcas de produtos são mais comercializadas, uma
pesquisa de opinião foi executada como os gerentes dos 3 (Três) estabelecimentos
entrevistados, junto a uma permissão de pesquisa no local foi executado. Sendo
estes, Nivaldo Wiliam Tavares, Supermercado amigão, Jhony Ribeiro,
Supermercado Cidade Canção e Cleide Silva do Supermercado Bandeirante.

Sobre a pesquisa da coleta dos itens que compõem a cesta, os preços foram sendo
coletados mensalmente de março a maio de 2013 (época do estudo). A data de
coleta de preços foi executada em similaridade, ou seja, buscando repetir a mesma
data, se não possível, buscamos repetir sempre o mesmo dia da semana para a
pesquisa em cada estabelecimento. As datas geralmente foram dos dias 15 a 25 de
cada mês, geralmente executados em uma sexta-feira (Cesta básica nacional
Metodologia Dieese, 1993.p.5).

Diante do conhecimento regional do município que cedia a pesquisa, tais


estabelecimentos foram pesquisados para saber a preferencia do local de compra
dos itens da cesta. Sendo elaborado assim um questionário onde o entrevistado
informava o seu estabelecimento de compra preferido. Dentre as opções de
estabelecimentos podemos citar: açougues, feiras, supermercados, padarias e
outros onde o entrevistado assinalava com um “X” o estabelecimento onde adquiria
cada item da cesta básica.

Após a tabulação da pesquisa dos locais de compra, verificou-se que a grande


maioria dos entrevistados (cerca de 92%) executa suas compra em supermercados,
sendo os três: Supermercado Amigão, Supermercado Bandeirante e Supermercado
Cidade Canção. Diante de tal resultado as pesquisas referentes a tipos e marcas de
produtos e pesquisa de preço foram mensalmente efetuadas em tais
estabelecimentos, de preferência em datas similares, evitando sempre promoções e
ofertas sazonais, assim como é executado pelos supervisores do Dieese.

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Figura 02: Pesquisa de intenção de locais de compra

Intenção Locais de compra-Birigui 2013


45%
40%
Supermercado Amigão
35%
Açougue
30%
Feiras
25%
Padarias
20%
Quitandas
15%
Supermercado Bandeirante
10%
Supermercado Cidade Canção
5%
0%

Fonte: Pesquisa de campo

Diante das instruções do Dieese uma pesquisa de opinião foi executada junta aos
consumidores dos locais de compra preferidos (3) pelos trabalhadores de Birigui.
Segundo Cervo, 2002, pesquisa de opinião “refere-se a procurar saber atitudes,
pontos de vista e preferências que as pessoas têm a respeito de algum assunto,
com o objetivo de tomar decisões”.

Cada estabelecimento teve seu questionário próprio, executado, preenchido e


tabulado mensalmente. Porem a tabulação de tais resultados foi executada e
ilustrada como tabela, contendo os resultados obtidos através das pesquisas nos
locais de compra, originando assim uma planilha com nome “cesta média”,
proveniente da média aritmética dos preços dos produtos que compõe a cesta
básica e suas respectivas quantidades; sendo o resultado o valor médio da cesta
básica nacional na adequação do município de Birigui. Este procedimento se repete
aos meses de março a maio de 2013, sendo assim uma tabela de cesta média
mensal e executada contendo o preço médio da cesta básica nacional em Birigui,
além das horas de trabalho necessárias para comprar tal cesta.

Com os resultados das pesquisas, sugestões de estudos a posteriori foram surgindo,


assim como a analise dos locais de compra que apresentam preços inferiores de
produtos, e a qualificação de seus consumidores.

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Figura 03: Cesta média executada, nos 3 estabelecimentos pesquisados, entre
março e maio de 2013.

Quantidade - Horas de Horas de


Apresentação Valor médio (1) Horas
Referencia Preço médio trabalho- trabalho-
Item Cesta Básica Unidade venda Qtde/ total Cesta de
cesta básica item divisão em divisão em
Unidade básica trabalho
Dieese horas minutos

Carne kg 6 1 R$ 13,05 R$ 78,30 25,40852 25 24,5112


Leite litro 7,5 1 R$ 2,37 R$ 17,75 5,758686 5 45,52116
Feijão kg 4,5 1 R$ 6,61 R$ 29,74 9,648525 9 38,9115
Arroz kg 3 5 R$ 9,79 R$ 5,88 1,906378 1 54,38268
Farinha kg 1,5 1 R$ 2,34 R$ 3,52 1,14056 1 8,4336
Batata kg 6 1 R$ 3,30 R$ 19,79 6,421534 6 25,29204
Legumes (Tomate) kg 9 1 R$ 4,67 R$ 41,99 13,62453 13 37,4718
Pão frances kg 6 1 R$ 4,86 R$ 29,15 9,459784 9 27,58704
Café em pó kg 0,6 0,5 R$ 6,25 R$ 7,50 2,433051 2 25,98306
Frutas (Banana) Duzia 7,5 1 R$ 3,13 R$ 23,46 7,613247 7 36,79482
Açúcar kg 3 5 R$ 6,90 R$ 4,14 1,34257 1 20,5542
Banha/Óleo Litros 0,75 1 R$ 2,98 R$ 2,23 0,7245 1 7,47
Manteiga kg 0,75 0,5 R$ 3,74 R$ 5,61 1,820715 1 49,24287
Sabonete Unidade 1 1 R$ 1,27 R$ 1,27 0,413657 0 24,8194
Papel Higienico Fardo 1 1 R$ 3,87 R$ 3,87 1,257074 1 15,42444
Pasta de dente Unidade 1 1 R$ 1,99 R$ 1,99 0,645843 1 24
Valor total médio R$ 276,19 89,61918 83,00001 466,3998
Valor atual salário mínimo R$ 678,00 Total horas (1) 90,77333579
Percentual do valor médio cesta básica sobre o salário
40,74
minimo (1) Tempo de trabalho minimo preciso para
Considerando uma jornada de trabalho de 8 horas diarias por 22 dias uteis ( sendo assim comprar a Ração Essencial (Decreto Lei n°
220 horas mensais) , para que o trabalhador de Birigui assalariado com salario minimo 399 de 30/04/1938)
nacional , adquira a cesta básica nacinal completa , este tera de trabalhar ( em horas)

Fonte: Pesquisa de campo

O gráfico a seguir ilustra o preço médio da cesta básica nacional, diante dos
estabelecimentos pesquisados em Birigui no trimestre que vai de março a maio de
2013. Onde a cesta básica média no final dos três períodos pesquisados resultaram
em um valor de R$ 289,36 para o Supermercado Amigão, R$ 290,31 para o
Supermercado Cidade Canção e por ultimo a cesta media do Supermercado
Bandeirante custou R$ 249,22.

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Figura 04. Preço médio cesta básica nos estabelecimentos de compra em Birigui

Comparitivo trimestral de preços


R$350,00

R$300,00

R$250,00

R$200,00 Supermercado Amigão

R$150,00 Supermercado Bandeirante


Supermercado Cidade Canção
R$100,00

R$50,00

R$-
MARÇO ABRIL MAIO

Fonte: Pesquisa de campo

Também podemos concluir que o publico alvo dos consumidores de Birigui, se


situam com a faixa de renda media entre 1 e 2 salários mínimos, sendo 54% dos
entrevistados caracterizados nesta faixa econômica, o que torna o estudo ainda
mais atrativo por tal faixa econômica se aproximar do objetivo de estudo.

Figura 05.Renda media entrevistados de Birigui

Renda média Entrevistados -Birigui 2013


60

50

40 Renda 1 a 2 Salarios Minimos


Renda 2 a 3 Salarios Minimos
30
Renda 3 a 4 Salarios Minimos
20 Renda superior a 4 Salarios Minimos

10

Fonte: Pesquisa de campo

Outro objeto de pesquisa para melhor conhecer o consumidor e o poder aquisitivo


do trabalhador de Birigui, foi levar em consideração uma relação do custo da cesta
básica nacional no município, junto ao salario mínimo nacional vigente, e ainda

15
agregando valor a pesquisa com a analise da renda média per capita mensal do
biriguiense, segundo IBGE (2010).

Segundo o IBGE (2010) a renda mensal per capita do biriguiense, circula em torno
de R$ 1250,67, ou seja, valor 184,66% superior ao salario mínimo nacional vigente.
Ainda em comparativo de renda, conclui-se diante de pesquisa de trabalho, que o
custo médio da cesta básica nacional em Birigui foi de R$ 284,53 no trimestre
estudado, resultado que representa 41,96% do valor do salario Mínimo nacional
vigente, porem comprometendo ainda 22,76% da renda per capita do biriguiense.

Figura 06: Relação Salário mínimo Nacional vs Valor aquisição média Cesta Básica
no trimestre de março a maio de 2013 em Birigui.

Comparativo renda vs Custo cesta básica


R$1.400,00

R$1.200,00

R$1.000,00
Salario minimo nacional
R$800,00
PIB per capita Birigui mensal
R$600,00
Custo médio cesta básica Birigui
R$400,00

R$200,00

R$-

Fonte: Pesquisa de campo

4.1. Oscilação dos preços dos produtos componentes da cesta básica


nacional

Através dos resultados das pesquisas referentes ao preço médio de cada item da
cesta básica nacional em cada estabelecimento de compra, sendo tal pesquisa
executada normalmente na mesma data de cada mês, assim como sugere o Dieese
evitando promoções e ofertas, podemos analisar melhor a oscilação dos preços dos
produtos componentes da cesta básica nacional.

Diante das oscilações de preço é possível obter resultados que signifiquem uma
inflação que é “a categoria predominante de variação de valor da moeda”. Tratando-
16
se de um fenômeno universal, comum a praticante todos os países. Correspondem a
uma alta generalizada dos preços dos bens e serviços, expressos pelo padrão; ou o
contrario que significaria uma deflação Rossetti (1997, p.695).

Figura 07. Oscilação dos preços dos produtos componentes da cesta básica em
Birigui, de março a maio de 2013
Tempo de trabalho (1)
Gasto mensal Gasto mensal Variação
Produtos Quantidades
Março 2013 Maio 2013 mensal em % Março de 2013 Maio de 2013

Carne 6 R$ 78,04 R$ 78,90 1,10199897 25h19m 25h36m


Leite 7,5 R$ 18,74 R$ 17,90 -4,49088484 6h0m 5h48m
Feijão 4,5 R$ 29,57 R$ 29,96 1,31912735 9h35m 9h43m
Arroz 3 R$ 5,30 R$ 6,39 20,6493016 1h43m 2h4m
Farinha 1,5 R$ 3,69 R$ 3,33 -9,71531857 1h11m 1h4m
Batata 6 R$ 17,84 R$ 21,54 20,7399103 5h47m 6h59m
Legumes (Tomate) 9 R$ 56,32 R$ 41,31 -26,6512784 18h16m 13h24m
Pão frances 6 R$ 31,06 R$ 35,88 15,5183516 10h5m 11h38m
Café em pó 0,6 R$ 7,31 R$ 7,35 0,52900401 2h22m 2h23m
Frutas (Banana) 7,5 R$ 26,59 R$ 26,28 -1,19084926 8h37m 8h31m
Açúcar 3 R$ 3,91 R$ 4,95 26,7497439 1h16m 6h41m
Banha/Óleo 0,75 R$ 2,31 R$ 2,29 -0,68592058 0h45m 1h36m
Manteiga 0,75 R$ 5,45 R$ 5,12 -6,08376643 0h53m 1h0m
Sabonete 1 R$ 1,54 R$ 1,09 -29,0672451 0h29m 1h39m
Papel Higienico 1 R$ 3,70 R$ 3,12 -15,5855856 1h12m 1h0m
Pasta de dente 1 R$ 2,39 R$ 1,91 -19,9347927 0h46m 1h11m
Total da cesta R$ 293,74 R$ 287,32 -26,798204 95h24m 94h58m

Fonte: Pesquisa de Campo

Ao efetuar uma analise dos resultados das pesquisas equivalentes aos preços dos
produtos componentes da cesta básica nacional, em Birigui, percebeu-se uma
“deflação” no que corresponde ao resultado final do valor da cesta. Muito disso
deve-se na ação de um agente econômico duríssimo na economia, que é o governo.
No mês de março, a então presidente Dilma Rousseff, anunciou em rede nacional o

17
decréscimo nos impostos componentes no valor de alguns itens da cesta básica,
como o leite, carne e sabonete.

Os legumes, representados pelo tomate, também foram os responsáveis pela


deflação neste período trimestral. No inicio das pesquisas em março de 2013, o
tomate alcançava um valor de mercado com inúmeras ascendências o que tornou
seu preço mais alto em uma margem de até 120% em relação ao mesmo período de
2012, conforme acompanhado pelos integrantes deste grupo de estudo. Entretanto
nos meses seguintes, abril e maio, o valor do quilo do tomate teve sequente
decréscimo, o que também impactou de maneira significativa os resultados da
pesquisa. Muito da oscilação de preço do tomate, vem sobretudo sobre a lei da
oferta e demanda, onde o produto passou por uma escassez de mercado em
meados de março de 2013, porem reagiu com oferta em abril.

Contrário a isto percebemos o acréscimo no valor dos alimentos mais consumidos


pelos brasileiros, sendo estes, arroz, açúcar, carne e batata. Tais produtos, base da
refeição da maioria dos brasileiros apresentaram inflação de valor de mercado de
março a maio do mesmo ano.

O produto que apresentou maior acréscimo de valor neste trimestre de estudo foi o
açúcar que teve uma margem de 26,79% de acréscimo de valor de março a maio de
2013; representando então o produto com a maior inflação da cesta básica nacional
em Birigui.

Representando os produtos que tiveram maiores quedas de preço durante o período


de estudo, destacamos o sabonete e o tomate. Tais produtos impactaram
diretamente para que o valor final da cesta básica nacional em Birigui resultasse em
uma acentuada deflação, ou seja, perca de valor de mercado e aumento do poder
de compra do salário simultaneamente. Os preços dos dois produtos estudados
tiveram decréscimo de valor de 29,06 e 26,05% respectivamente, no período de
março a maio de 2013, período o qual foram executadas as pesquisas de campo
deste estudo.

18
4.2. Salario mínimo necessário ao cidadão biriguiense – Metodologia
Dieese, P.O.F., taxa alimentação proveniente de pesquisa de campo

Como já descrito em desenvolvimento teórico, a metodologia Dieese para o cálculo


do salario mínimo necessário, é executada levando-se em consideração alguns
fatores e parâmetros socioeconômicos e estatísticos. Dentre tais parâmetros,
destacaremos o Custo familiar de Alimentação (C.F.A.), que é executado levando-se
em consideração uma família com 2 adultos e duas crianças que serão
contabilizadas como 1 adulto. O calculo do C.F.A. é realizado multiplicando-se o
custo médio da cesta básica por 3 (três).

4.2.1. Calculo C.F.A., frente aos estudos de pesquisa de campo:

Custo médio da cesta básica em Birigui: R$ 284,53

C.F.A. = 3* R$ 284,53

Logo C.F.A . = R$ 853,60

Sendo assim a próxima etapa do calculo é, executar uma regra de três simples,
onde o valor de C.F.A. corresponde a taxa utilizada, sendo esta a taxa de 19,8%
seguindo a metodologia P.O.F., ou ainda a taxa 35,71% seguindo a metodologia
Dieese, ou ainda para melhor estudo, utilizar a taxa 22,76% que corresponde ao
valor gasto com alimentação no município de Birigui, segundo o estudo de caso
deste trabalho. A outra etapa da regra de três, é executada levando-se em
consideração que o salario mínimo necessário representado pela incógnita “x” é
igual a 100% (1).

Na pratica então se utilizarmos da taxa que corresponde a alimentação, elaborada


pelo Dieese (1993), que corresponde a 35,71%, o salario mínimo necessário para
Birigui no período deste estudo será de R$ 2.390,37.

Conclui-se então que o valor do salario mínimo necessário, resultante de tal estudo,
frente ao valor do salario mínimo nacional esta defasado em 352,56%, o que deduz
que o salario mínimo nacional tem valor nominal de R$ 1.712,37.

Ainda então se utilizarmos da taxa que corresponde a alimentação, elaborada pela


pesquisa P.O.F. (2009), que corresponde a 19,81%, o salario mínimo necessário
para Birigui no período deste estudo será de R$ 4.311,11.

19
Conclui-se então que o valor do salario mínimo necessário, resultante de tal estudo,
frente ao valor do salario mínimo nacional esta defasado em 635,85%, o que deduz
que o salario mínimo nacional tem valor nominal de R$ 3.633,11.

E por ultimo se utilizarmos da taxa que corresponde a alimentação, elaborada pela


pesquisa executada pelos integrantes deste grupo em tal estudo, que corresponde a
22,76%, o salario mínimo necessário para Birigui no período deste estudo será de
R$ 3.871,81.

Conclui-se então que o valor do salario mínimo necessário utilizando da metodologia


Dieese, resultante de tal estudo, frente ao valor do salario mínimo nacional está
defasado em 571,06%, o que deduz que o salario mínimo nacional tem valor
nominal de R$ 3.193,81.

Tais resultados comparativos entre as 3 taxas referentes a alimentação utilizadas


ficam mais evidente na Figura 08.

Figura 08: Comparativo Salario mínimo necessário

Salário Mínimo Necessário


R$4.500,00
R$4.000,00
R$3.500,00
R$3.000,00
R$2.500,00
R$2.000,00
R$1.500,00
R$1.000,00
R$500,00
R$-
DIESSE P.O.F. RENDA PER CAPITA BIRIGUI

Diesse P.O.F. Renda per capita Birigui

Fonte: Pesquisa de campo

20
5. CONCLUSÃO

Diante dos resultados de pesquisa, seguindo sempre o modelo Dieese de estudo, e


ainda acrescentado dados peculiares do cidadão biriguiense, como sua preferência
em locais de compra, produtos e marcas favoritas, e ainda sua renda média em
salários mínimos e em per capita mensal; podemos conhecer ainda mais a
capacidade econômica deste cidadão. É percebido que os trabalhadores desta
cidade possuem renda média em sua maioria de 1 a 2 salários mínimos, e que estes
preferem efetuar suas compras sempre em um mesmo estabelecimento, no caso os
Supermercados, sendo estes Amigão, Bandeirante e Cidade Canção; e ainda que o
que mais interfere na decisão de compra deste consumidor é o preço.

Percebe-se também as táticas empresariais de cada Supermercado estudados


frente ao seu público-alvo; Os supermercados Amigão e Cidade Canção oferecem
maior variedade de marcas e produtos e atendem um publico mais seleto com renda
média de 1,5 a 2,5 salários mínimos, conforme pesquisa de campo. Já o
supermercado Bandeirante, atende um publico de 1 a 2 salários mínimos, com
menor variedade de produtos e marcas, porém com produtos de preços inferiores,
sendo o local de compra predileto do biriguiense.

Com relação aos objetos deste estudo, que são o salario mínimo nacional e o custo
da cesta básica nacional no município de Birigui, verificou-se que o biriguiense que
recebe até 1 salario mínimo, desprende cerca de 42% de sua renda somente para
se alimentar em um mês. Esta porcentagem é um fator crítico, uma vez que o
Dieese salienta que o custo com alimentação não deve exceder 35,71% da renda do
cidadão. Se for levada em consideração a renda per capita do biriguiense segundo o
IBGE (2010), o trabalhador deste município desprende cerca de 22,76% de sua
renda para adquirir a cesta básica nacional e ter uma alimentação correta e
balanceada. O que ainda é pouco diante dos resultados da Pesquisa de Orçamento
Familiar (P.O.F.), do IBGE (2009), que ressalta que o gasto com alimentação não
deve exceder mais de 19% de sua renda, para que a legislação do salario mínimo
seja correta na pratica.

É percebido então, que mesmo com a ação do governo na diminuição de tributos


sobre os produtos componentes da cesta básica nacional, o que impactou em uma

21
deflação de cerca de 27% de março a maio de 2013, e ainda os “reajustes” anuais
anunciados, o salario mínimo nacional vigente não é necessário para cumprir o que
a legislação do próprio, propõe. Se consideramos a renda per capita mensal do
biriguiense, percebe-se que o salario mínimo esta defasado em mais de 500%, e
que seu valor não é suficiente para atender as necessidades básicas da família do
cidadão de birigui. Diante desta análise, seguindo a metodologia Dieese, o salário
mínimo necessário ao biriguiense seria de R$ 3.871,81.

É sugerido um estudo a posteriori, diante da politica de preços adequada ao três


supermercados preferidos para realização de compras em Birigui, para que tais
estabelecimentos conheçam melhor seus consumidores, e possam adequar seus
preços e, marcas e produtos a estes. Ainda é sugerido um estudo nas empresas de
Birigui, para melhor remunerar seus colaboradores de maneira direta ou indireta,
avaliando se a melhoria na qualidade de vida de seu trabalhador impacta
diretamente os resultados de seus negócios, tentando sempre aproximar o salário
de seus colaboradores ao que se diz adequado frente aos resultados deste estudo.

22
ABSTRACT

The present study aims to verify the purchasing power of the minimum wage across
the supply worker Birigui. Through exploratory and descriptive study of results similar
to those made by Dieese (Department inter-union studies and statistical) analysis of
the purchasing power of the minimum wage compared to the basic requirements of
human life such as food, was drafted a final against compliance what is stipulated by
Decree Law No. 399 referred to the powers of the national minimum wage. This
study aims to search along awarded the national minimum wage, the impact of such
value in their savings to survive. Various literatures were used to describe the
subject. The model for carrying out field research was developed through the study
along awarded the national minimum wage, and research sites of national bodies
and undertakings and / or establishments supplying the items in the basket Brazilian
as local preference purchase of such items, favorite brands and average price of the
basket in the city of Birigui. Through the collected data was performed a comparative
analysis with respect to the current national minimum wage and the minimum wage
required for covered residents in Birigui. As a result we obtained the minimum
required value of science for citizens of Birigui has basic living conditions, thus
resulting in the exercise of citizenship to the current understanding of the attitudes of
the Federal Government.

Keywords: National Minimum Wage. Basket, Birigui

23
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