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FINANCIAMENTO DO SUS:
CRISES, CAPITALISMO E EMBATES
Minicurso 04
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do autor (COPYLEFT).
A
G ECONOMIA POLÍTICA DA SAÚDE
POLÍTICA ECONÔMICA BRASILEIRA E O FUNDO
E PÚBLICO
N O DESFINANCIAMENTO DO SUS
D
MERCADO DE SAÚDE NO BRASIL
PERSPECTIVAS PRESENTES E FUTURAS
A
CRÍTICA À ECONOMIA POLÍTICA:
CRISE ESTRUTURAL DO SUS?
• Revolução Francesa:
– Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) - Art. 17.º “Como
a propriedade é um direito inviolável e sagrado, ninguém dela pode ser
privado, a não ser quando a necessidade pública legalmente comprovada o
exigir e sob condição de justa e prévia indenização.”
Dinâmica do capitalismo
homogeneidade heterogeneidade
reiteração de diferenças
assalariamento em massa
sociais
regulação via mercado diferenciação de
“iguala” indivíduos classe, renda, consumo
Geração de Crises
restrições aos
Estado Social*
movimentos de capital
intervenção do
Estado na economia
SURGIMENTO DE UMA POLÍTICA DE PROTEÇÃO
SOCIAL
[...] regulação das relações econômicas e sociais, tendo por base a constituição de um sistema de proteção
social de natureza capitalista, assentado em políticas sociais destinadas a assegurar trabalho, educação,
saúde, previdência, habitação, transporte e assistência social. (BOSCHETTI, 2016, p. 28).
Fonte: BOSCHETTI, I. Assistência social e trabalho no capitalismo. São Paulo: Cortez, 2016.
A
G ECONOMIA POLÍTICA DA SAÚDE
O FUNDO PÚBLICO E ELEMENTOS
E MACROECONÔMICOS
N O DESFINANCIAMENTO DO SUS
D
MERCADO DE SAÚDE NO BRASIL
PERSPECTIVAS PRESENTES E FUTURAS
A
O FUNDO PÚBLICO
socialização da
produção num processo dialético, a
reprodução da força de trabalho e
do capital, socializando custos da
produção e agilizando os processos
apropriação de realização da mais-valia, base da
privada do taxa de lucros
produto do
trabalho social
Fonte: BEHRING, ELAINE. Acumulação capitalista, fundo público e Política Social. In: BOSCHETTI, Ivanete; BEHRING, Elaine; SANTOS, Silvana
M.M.S; MIOTO,Regina C.T. (Orgs.). Política Social no Capitalismo: tendências contemporâneas. São Paulo: Cortez, 2009.
QUAL É A VISÃO HEGEMÔNICA NA POLÍTICA
ECONÔMICA BRASILEIRA?
• Concepção fundamental:
O protagonismo do mercado e a importância reduzida do papel do Estado
na economia, submetendo as autoridades políticas a princípios
preestabelecidos que limitam a discricionariedade da atuação do Estado.
• Teoria novoclássica:
– O regime macro deve submeter o Estado a um
“constrangimento intertemporal” para que este não
atrapalhe a dinâmica econômica que funciona
harmonicamente sob as rédeas do mercado.
Tripé Macroeconômico
1. Câmbio flutuante: a taxa de câmbio oscila livremente segundo as forças de
mercado (lei de oferta e demanda)
3. Superávit Primário: esforço de superávit antes do pagamento dos juros da dívida pública
– Principais instrumentos: corte nos gastos públicos na área social e de investimentos públicos;
– Eficaz no controle do endividamento público, mas restringe a capacidade do governo de usar a
política macroeconômica à promoção do crescimento econômico.
Detentores - março de 2021
1. Não Residente: individuais ou coletivos, considera contas de
pessoas físicas ou jurídicas, dos fundos ou de outras
entidades de investimento coletivo, com residência, sede ou
domicílio no exterior.
2. Governo: inclui fundos e recursos administrados pela União,
tais como FAT, FGTS, fundos extramercado, Fundo Soberano e
fundos garantidores.
3. Previdência e Seguradoras: investimentos das entidades que
atuam nesses segmentos e incluem Previdência Aberta,
Fechada e os Regimes Próprios de Previdência Social - RPPS,
seguradoras e resseguradoras.
4. Outros: aplicações em títulos públicos de pessoas físicas e
pessoas jurídicas não financeiras, à exceção das que foram
anteriormente citadas.
5. Instituições Financeiras: carteira própria de bancos
comerciais e de investimento, sejam nacionais ou
estrangeiros, além de corretoras e distribuidoras.
6. Fundos: todas as aplicações em títulos públicos feitas a partir
da modalidade Fundos de Investimento, excetuando-se
aquelas detidas pelos demais detentores explicitados, que
são classificadas de acordo com suas respectivas categorias.
80
60
40
20
0
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
-20
-40
Country Name 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Madagascar 48,0 50,8 49,9 47,1 46,8 52,4 44,4 41,3
Brazil 26,6 18,5 22,4 33,8 40,7 41,8 34,7 32,0
Zimbabwe 7,3 0,3 9,7 7,9 4,8 4,4 1,8 21,1
Congo, Dem. Rep. 21,2 16,1 17,5 20,8 14,1 -15,7 -3,3 21,1
Kyrgyz Republic 13,2 17,6 10,8 19,5 17,4 12,7 15,5 20,0
Gambia, The 23,3 20,8 22,1 24,1 19,7 19,5
Tajikistan 8,2 20,0 18,9 24,0 18,7 24,2 21,3 17,7
Azerbaijan 15,1 17,7 19,4 28,9 1,5 0,3 4,7 17,6
Malawi 12,5 14,7 19,4 19,8 20,6 22,1 24,0 16,2
Mozambique 12,9 12,0 13,4 6,8 6,6 18,8 19,4 13,9
Síntese:
• Pelos cálculos da ANFIP o déficit na SS se iniciou
em 2016, chegando a 96 bi em 2019
• Pelos cálculos do Gov Fed sempre houve déficit
na SS, chegando a 350 bi em 2019
Fonte: Análise da Seguridade Social 2018 / ANFIP – Associação Nacional dos Auditores-Fiscais
da Receita Federal do Brasil e Fundação ANFIP de Estudos Tributários e da Seguridade Social
– Brasília: ANFIP, 2019.
GASTOS TRIBUTÁRIOS E A PRIVATIZAÇÃO
Evolução dos Gastos Tributários (bilhões de R$)* por função segundo os 5 maiores gastos -
Brasil - 2009 a 2019
100,000,000,000 350,000,000,000
90,000,000,000 306,397,956,551
288,657,652,207 300,000,000,000
80,000,000,000 270,054,263,884 270,399,456,871
256,234,392,374 263,710,960,229
70,000,000,000 250,000,000,000
223,310,466,755
60,000,000,000 200,000,032,393
200,000,000,000
50,000,000,000
152,450,393,798 41,318,272,249150,000,000,000
135,906,622,201 39,439,758,001
37,191,841,849
40,000,000,000 36,122,480,944
116,097,994,020 31,377,047,571
29,083,359,531
30,000,000,000 25,843,995,682 100,000,000,000
19,003,524,072
20,000,000,000 16,487,694,760
15,192,264,906
14,377,586,168
50,000,000,000
10,000,000,000
- -
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
40
20
0
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
-20
-40
-60
Fonte: SECEX/MDIC
BALANÇA COMERCIAL DE MEDICAMENTOS PARA
USO HUMANO
N O DESFINANCIAMENTO DO SUS
D
MERCADO DE SAÚDE NO BRASIL
PERSPECTIVAS PRESENTES E FUTURAS
A
ESTRUTURA DE FINANCIAMENTO DA SAÚDE NO
BRASIL
ESTADUAL MUNICIPAL
Receitas de Impostos Próprios Estaduais: Receitas de Impostos Próprios Municipais:
ICMS, IPVA, ITCMD, IRRF IPTU, ISS, ITBI, ITR, IRRF
Percentual do gasto público em saúde como proporção do PIB – 2010 a 2017 – Países
selecionados
16.00
14.00
12.00
10.00
8.00
6.00
4.00
2.00
0.00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
10,000.00
8,000.00
6,000.00
4,000.00
2,000.00
-
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
%R.Próprios em Saúde por tipo de ente federado ao ano - Brasil - 2002 - 2020
30
25
20
15
10
0
2002200320042005200620072008200920102011201220132014201520162017201820192020
N O DESFINANCIAMENTO DO SUS
D
MERCADO DE SAÚDE NO BRASIL
PERSPECTIVAS PRESENTES E FUTURAS
A
NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL...
60,000,000
50,000,000
40,000,000
30,000,000
20,000,000
10,000,000
0
dez dez dez dez dez dez dez dez dez dez dez dez dez dez dez dez dez dez dez dez dez jun
/00 /01 /02 /03 /04 /05 /06 /07 /08 /09 /10 /11 /12 /13 /14 /15 /16 /17 /18 /19 /20 /21
2,500
2,000
1,500
1,000
500
0
Até dez/ dez/ dez/ dez/ dez/ dez/ dez/ dez/ dez/ dez/ dez/ dez/ dez/ dez/ dez/ dez/ dez/ dez/ dez/ dez/ dez/ jun/
dez/ 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
99
provedores
mistos: servem aos
provedores de dois sistemas provedores de
serviços de saúde simultaneamente serviços de saúde
exclusivos ao SUS (estimativa: 75% das internações) exclusivos aos planos
privados privados
estatais filantrópicos estatais privados
filantrópicos
lucrativos
privados estatais privados
lucrativos
privados lucrativos
filantrópicos
PROPOSTA SILENCIOSA - CUS?
N O DESFINANCIAMENTO DO SUS
D
MERCADO DE SAÚDE NO BRASIL
PERSPECTIVAS PRESENTES E FUTURAS
A
EMENDA CONSTITUCIONAL 95/2016 – TETO DE
GASTOS
Fonte: IBGE. Pesquisa Mensal de Emprego e Desemprego - PME. Rendimento mensal médio, habitual, das pessoas
empregadas no setor privado, com carteira assinada - Organização: ANFIP e Fundação ANFIP.
CRISE PRA QUEM?
Fonte: IBGE
CRISE PRA QUEM?
Fonte: IBGE
CRISE PRA QUEM?
COMPARAÇÃO DAS ESTIMATIVAS DE SEGURANÇA/INSEGURANÇA
ALIMENTAR DO INQUÉRITO VIGISAN E OS INQUÉRITOS NACIONAIS
REANALISADOS CONFORME ESCALA DE OITO ITENS. VIGISAN INQUÉRITO
SA/IA – COVID-19, BRASIL, 2020
Fonte:
https://insight.economatica.com/lucro-das-empres
as-de-capital-aberto-nao-financeiras-tem-crescime
nto-de-1-012-no-2o-trimestre-de-2021-com-relaca
o-a-2020-bancos-crescem-89/
ESSÊNCIA DA ABUNDÂNCIA E APARÊNCIA DA
ESCASSEZ
• CRISES
• Terceira maior reserva de petróleo
– Econômica seletiva
• Maior reserva de água potável do mundo • Desindustrialização
• Queda da atividade comercial
• Maior área agriculturável do mundo • Desemprego
• Perdas salariais
• Riquezas minerais diversas e Terras Raras • Privatizações
• Encolhimento do PIB
• Riquezas biológicas: fauna e flora – Social
• Extensão territorial e mesmo idioma – Política
– Ambiental
• Clima favorável, recorde de safra • AJUSTE FISCAL e REFORMAS: Corte de
• investimentos e gastos sociais;
Potencial energético, industrial e comercial
aumento de tributos para a classe
• Potencial de arrecadação tributária média e pobre; privatizações e
Contrarreformas.
• CRESCIMENTO ACELERADO DA DÍVIDA
PÚBLICA = CRISE FISCAL
RELAÇÃO SAÚDE PÚBLICA E SAÚDE PRIVADA
DE FORMA GERAL, O QUE GERA ESSA
SEPARAÇÃO ENTRE ABUNDÂNCIA E ESCASSEZ?
• SISTEMA DA DÍVIDA
– Ajuste Fiscal
– Privatizações
– Contrarreformas
– Esquemas que geram dívidas
• Reforma
– Bora fazer um cálculo para o futuro do SUS? Orçamento federal para o SUS em 2020:
118 bilhões
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