O SETOR PRIVADO ESTÁ INTERESSADO EM

PROMOÇÃO DA SAÚDE? POR QUE? PARA QUÊ? COM

QUEM?
Carlos Botazzo
Departamento de Política,
Faculdade de Saúde Pública, USP
25/05/2016
A RESPOSTA PODE SER ANTECIPADA :

NÃO! A INICIATIVA PRIVADA NÃO TEM INTERESSE NEM TERIA MOTIVO

IMEDIATO PARA TER INTERESSE NA PROMOÇÃO DA SAÚDE.
 'Recessions can hurt, but austerity kills'
In the US, more than five million people have lost access to health
care. In Greece, there's a 200% increase in HIV cases.
And in some of the worst-hit countries, suicide rates are up.
David Stuckler, author of an explosive new book, says the facts
speak for themselves
 INICIATIVA PRIVADA = RELAÇÕES DE
PRODUÇÃO CAPITALISTAS

 PRODUÇÃO DE VALORES DE TROCA -

forma um imenso SISTEMA DE TROCAS em
escala global
 Produção - Circulação (distribuição) -
Troca - Consumo (Valores de Uso)
 PRÉ-REQUISITOS PARA A SAÚDE

• As condições e os recursos fundamentais para a saúde

são: Paz – Habitação – Educação – Alimentação –
Renda - Ecossistema estável - Recursos sustentáveis -
Justiça social e Equidade.
• O incremento nas condições de saúde requer uma
base sólida nestes pré-requisitos básicos. (OMS, 1986)
• “There exists a great deal of confusion regarding the
concept of health promotion.” - Existe uma grande
confusão sobre o conceito de promoção da saúde.

• … the differing concepts of health promotion stem

primarily from a duality in theories of disease causation,
namely, specific causes on the one hand, and general causes
on the other.” - os diferentes conceitos de promoção da
saúde são essencialmente imputáveis ​a uma dualidade nas
teorias da causa da doença, isto é, causas específicas, por
um lado, e as causas gerais de outro.” (Terris, 1992)
“To my knowledge, the first use of the term “health
promotion” occurred in 1945, when Henry E. Sigerist …
stated that ‘Health is promoted by providing a decent
standard of living, good labor conditions, education,
physical culture, means of rest and recreation’ (Saúde é
promovida pela prestação [provisão] de um padrão decente
de vida, boas condições de trabalho, educação, cultura
física, meios de descanso e recreação.)

OU SEJA ...
• Ou seja, nada que o livre empreendedorismo
esteja disposto a fazer ou possa fazer.
• Não é da natureza do empreendimento capitalista
produzir e/ou distribuir bem-estar, já vimos.
• Espera-se desta economia política Acumulação de
Capital numa espiral crescente, como um monstro
que se alimenta do próprio processo.

 Resultado: concentração de renda e aumento da pobreza

Trabalho humano – base para a produção de

bens materiais e imateriais, serviços, produtos ….

Força de Trabalho – base do trabalho assalariado

livre moderno

Suportado/Regulado por relações sociais

Controlado/gerido pelo Direito/Lei

Trabalhar cansa, trabalhar em condições degradantes
cansa, desgasta, adoece e mata precocemente.
O Capital capta força de trabalho onde e quando quer, nas
condições que estabelece – o trabalhador não é finalidade
do Capital, é meio, é uma mercadoria como outra qualquer.
 M CORPO

Força de ECONOMIA
Trabalho DAS
(FT) TROCAS
Equivalente Geral VU (posto que o SIMBÓLICAS
VT
corpo é
Nexo Biopsicossocial suporte para
Humano ações
sociais)
Conceito de Desgaste

Os dois valores se realizam no corpo do

trabalhador, pois o ‘corpo do trabalhador’ –
força de trabalho - é VU para o A PRODUÇÃO SOCIAL DA SAÚDE
empregador, mas é VU e VT, a um só
tempo, para o sujeito (trabalhador).
 Desgaste quer dizer perda das capacidades adaptativas e funcionais

• Desgaste quer dizer expoliação do trabalhador, que é um trabalhador-

homem/mulher, trabalhador-sujeito;

• Expoliação do homem é também expoliação da natureza, dos comuns

naturais renováveis e não renováveis, é expoliação das outras formas de
vida, é contaminação e poluição, é devastação.

“Todavia, é mais fácil as pessoas aceitarem a ideia do colapso da

vida na Terra que imaginar o fim do capitalismo como modo de
produção!” (Slavoj Zizek)
 Política social - Sistemas de proteção social
• Proteção nas situações de vulnerabilidade ou fragilização
em decorrência de crises econômicas, desemprego e
diminuição de renda, doença, viuvez, aposentadoria,
envelhecimento, desastres naturais… ou não naturais….
• Ao longo da vida podem ser produzidas situações
sugestivas de vulnerabilidade (e.g. políticas econômicas
restritivas que induzem ao desemprego e diminuição de
renda, redução de direitos e garantias sociais)

Políti ca social como forma de produção social da

saúde!
Muito obrigado!
Merci beaucoup!
Muchas gracias!
Thank you!
botazzo@usp.br