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Administração Geral para Auditor da Receita Federal (Pré-Edital) Prof.

Marcelo Soares
Aula 07

Aula 07
Compliance e Governança Corporativa

Administração Geral para Auditor da Receita


Federal (Pré-Edital)

Prof. Marcelo Soares


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Sumário
SUMÁRIO ..................................................................................................................................................2

APRESENTAÇÃO DA AULA ........................................................................................................................3

GOVERNANÇA CORPORATIVA ................................................................................................................. 4

A ORIGEM DA GOVERNANÇA ..................................................................................................................................... 4


ESTRUTURAS DE GOVERNANÇA ................................................................................................................................ 6
Conselho de Administração .............................................................................................................................. 6
Auditoria Independente ................................................................................................................................... 8
Conselho Fiscal ................................................................................................................................................ 9
CONCEITO........................................................................................................................................................... 10
PRINCÍPIOS DA GOVERNANÇA CORPORATIVA ............................................................................................................ 10
PERSPECTIVAS DE OBSERVAÇÃO DA GOVERNANÇA..................................................................................................... 13
FUNÇÕES DA GOVERNANÇA ................................................................................................................................... 15
MECANISMOS DE GOVERNANÇA.............................................................................................................................. 17
CONCEITO DE “UMA AÇÃO, UM VOTO” ..................................................................................................................... 21
GOVERNANÇA NO SETOR PÚBLICO ......................................................................................................................... 21
ACCOUNTABILITY ................................................................................................................................................. 24

COMPLIANCE .......................................................................................................................................... 26

IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE COMPLIANCE .................................................................................................... 28

QUESTÕES DE PROVA COMENTADAS ..................................................................................................... 32

LISTA DE QUESTÕES............................................................................................................................... 50

GABARITO .............................................................................................................................................. 59

RESUMO DIRECIONADO .........................................................................................................................60

REFERÊNCIAS .........................................................................................................................................64

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Apresentação da aula
Olá meus amigos.

Hoje concluiremos nosso curso. O tema central da nossa aula é governança corporativa.

Os assuntos dessa aula são novos em concursos públicos, porém certamente constituem uma tendência
em concursos vindouros.

Espero que você esteja pronto(a) para nossa última volta juntos.

Vamos lá!

“Errei mais de 9000 arremessos na minha carreira. Perdi quase 300 jogos. Vinte e seis vezes fui escolhido para fazer o
arremesso final e falhei. Falhei vezes e mais vezes na minha carreira. E foi por causa disso que me tornei um vencedor”.
Michael Jordan

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Governança Corporativa
Quando lemos o conceito de governança parece um “trem” super complicado e quase de outro mundo,
mas, na verdade, é mais fácil que tabuada do 1. Para te ajudar a perceber isso, antes de apresentar o conceito,
vou te contar um pouco sobre a história da governança.

Vem comigo...

A origem da governança
A governança ganhou importância em virtude do chamado conflito de agência (também conhecimento
como relação principal-agente). A ideia é bem simples, vamos entender esse conflito por meio de um exemplo.

Imagine que eu e você decidimos montar uma barraquinha de cachorro-quente. Você fez o investimento
necessário para a nossa sociedade: comprou o carrinho, os ingredientes e equipamentos. Eu, por outro lado,
assumi o trabalho pesado de vendas. Escolhi um lugar com um bom fluxo de pessoas e lá instalei nossa
barraquinha. Pelo acordo, dividimos 50% dos lucros, sendo que a parte operacional fica comigo.

Como não temos nenhum software de vendas, eu controlo todas as despesas e receitas da nossa
barraquinha de cachorro quente por meio de um caderninho de anotações. Ao final da semana passo para você
o caderninho e a gente divide os lucros.
Concorda que nossos interesses em algumas situações podem entrar em conflito?

“Como assim, Marcelo? Nós somos sócios!”

Pensa comigo: vamos imaginar que eu, em vez de lançar a venda do cachorro quente no caderninho,
simplesmente não faça isso e coloque o dinheiro no meu bolso em vez de colocar no caixa. Fazendo isso, em
vez de dividir 50% do lucro com você referente àquela venda, eu embolsaria na “cara de pau” 100% do lucro.

O conflito de agência nasce exatamente desse tipo de situação: a possibilidade de o agente (eu no nosso
exemplo) não agir de acordo com o esperado pelo principal (nossa sociedade). Tínhamos um acordo de
dividir 50% do lucro, porém quando eu comecei a trabalhar comecei a buscar atender meus próprios interesses
em detrimento dos interesses da empresa.

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O conflito de agência decorre em grande medida de uma assimetria de informações (o agente dispõe de
mais informações que o principal): como eu estou diariamente vendendo os cachorro-quente eu sei
exatamente o que acontece na nossa empresa. Você, por outro lado, não dispõe de tantas informações e
depende das informações que passo para você. Com isso, eu posso utilizar o seu desconhecimento das
informações para obter vantagens indevidas.

O conflito de agência está presente em diferentes contextos. Na relação de emprego, por exemplo, o
empregador não consegue controlar o empregado 100% do tempo de forma que empregado pode ficar horas
e horas navegando nas redes sociais durante o horário de trabalho, o que certamente não está de acordo com
os anseios do empregador.
O conflito de agência e as condutas dos agentes podem, em muitos casos, extrapolar o próprio ambiente
da organização. Um exemplo interessante ocorre em grandes supermercados. Em pesquisa realizada em 2017,
a Associação Brasileira dos Supermercados (Abras) estimou um total de perdas por furto interno (realizado por
empregados) de 640 milhões de reais dentre as 218 redes supermercadistas analisadas. Considerando que
essas perdas compõe os custos das empresas, na condição de consumidores, acabamos pagando mais caro do
que deveríamos em razão dessa corrupção. Triste, né?

“Marcelo, será que isso tem jeito? É possível evitar o conflito de agência?”

Sim. É possível!

A primeira forma é por meio da unificação das figuras do agente e principal. Utilizando nosso exemplo
você extinguiria o conflito de agência caso atuasse sozinho no empreendimento de cachorro-quente, ou seja,
além de realizar o investimento, realizasse também as vendas e as compras e todas as atividade relacionadas
ao empreendimento.

Ocorre que à medida que um estabelecimento/organização vai crescendo essa solução torna-se inviável,
concorda? Como ter uma única pessoa fazendo todas as atividades de uma empresa como a Vale, por exemplo?
Não dá! É preciso contratar e descentralizar mais as atividades. Com isso, o conflito de agência vai se
tornando mais evidente e daí a necessidade de utilizar outra solução, qual seja: os mecanismos de governança.
Perceba, dessa forma, que a governança surge para mitigar os efeitos desse danado do conflito de
agência. Vejamos como o Tribunal de Contas da União – TCU contextualiza o assunto:

A origem da governança está associada ao momento em que organizações deixaram de ser geridas diretamente por seus
proprietários (p. ex. donos do capital) e passaram à administração de terceiros, a quem foi delegada autoridade e poder
para administrar recursos pertencentes àqueles. Em muitos casos há divergência de interesses entre proprietários e
administradores, o que, em decorrência do desequilíbrio de informação, poder e autoridade, leva a um potencial conflito
de interesse entre eles, na medida em que ambos tentam maximizar seus próprios benefícios.

Para melhorar o desempenho organizacional, reduzir conflitos, alinhar ações e trazer mais segurança para proprietários,
foram realizados estudos e desenvolvidas múltiplas estruturas de governança. (TCU, Referencial básico de Governança,
p.11).

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Estruturas de Governança
“Marcelo, mas o que seriam essas estruturas de governança?”
Depende muito do contexto. De forma geral, podemos dizer que todos os mecanismos que aprimoram o
controle da atuação do agente pelo principal podem ser enquadrados como estruturas que favorecem a
governança.

Um software de controle de estoque em uma empresa, por exemplo, pode evitar que empregados furtem
produtos e, dessa forma, atua como um mecanismo que aprimora a governança. No entanto, as provas de
concurso, em geral, apresentam classicamente como instrumentos de governança as seguintes estruturas:
Conselho de Administração, Auditoria Independente e Conselho Fiscal.

Conselho de Administração
Os conselhos de Administração são, em geral, correspondem a um conjunto de indivíduos que sabem
muito muito mesmo de gestão de empresas. Em sua maioria são pessoas muito experientes que já ocuparam
altos cargos executivos em diversas empresas.

Esse colegiado lá para tomar decisões estratégicas (voltados para o longo prazo) e para orientar e até
certo ponto limitar os poderes do CEO/Presidente/Diretor da empresa. Além de decidir os rumos estratégicos
do negócio, compete ao conselho de administração, conforme o melhor interesse da organização, monitorar a
diretoria, atuando como elo entre esta e os sócios.
Vejamos algumas atribuições típicas do conselho de Administração (Código de Melhores Práticas de
Governança Corporativa, 5ª edição):
i. discutir, formatar, definir claramente o propósito, os princípios e valores da organização e zelar por eles;

ii. preservar, reforçar ou, caso necessário, promover transformações na cultura e na identidade da
organização;

iii. dar o direcionamento estratégico, monitorar e apoiar a diretoria na implementação das ações
estratégicas;

iv. estimular a reflexão estratégica constante e manter-se atento às mudanças no ambiente de negócios,
buscando garantir a capacidade de adaptação da organização;
v. fortalecer continuamente as competências organizacionais, adicionar novas que sejam necessárias
para enfrentar desafios estratégicos ou, então, reformulá-las para adaptar a organização às mudanças
externas;
vi. selecionar o diretor-presidente e aprovar a nomeação dos demais membros da diretoria;

vii. planejar o processo sucessório dos conselheiros, do diretor-presidente e da diretoria;

viii. aprovar políticas e diretrizes que afetam a organização como um todo;


ix. definir a política de remuneração e incentivos da diretoria como um todo, os objetivos e as metas do
diretor-presidente, e avaliar seu desempenho. Participar, junto com ele, na definição de objetivos, metas e
avaliação dos membros da diretoria;

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x. garantir que a diretoria desenvolva uma política de atração, desenvolvimento e retenção de talentos
que sejam alinhados às necessidades estratégicas da organização;
xi. monitorar o desempenho financeiro e operacional e a atuação da diretoria;

xii. assegurar que a diretoria identifique, mitigue e monitore os riscos da organização, bem como a
integridade do sistema de controles internos

xiii. garantir que os temas de sustentabilidade estejam vinculados às escolhas estratégicas, aos processos
decisórios, aos impactos na cadeia de valor e aos relatórios periódicos;

xiv. estar permanentemente atento às externalidades geradas pela atuação da organização, bem como
ouvir (e se assegurar de que a diretoria e os demais colaboradores também o fazem) atentamente as partes
interessadas para adequar a atuação da empresa;

xv. assegurar a busca e a implementação de tecnologias e processos inovadores que mantenham a


organização competitiva, atualizada às práticas de mercado e de governança;

xvi. participar da decisão de projetos de investimento de capital que tenham impacto relevante no valor
da organização;

xvii. aprovar fusões e aquisições;


xviii. assegurar que as demonstrações financeiras expressem com fidelidade e clareza a situação
econômica, financeira e patrimonial da organização;

xix. escolher e avaliar a empresa de auditoria independente;

xx. revisar periodicamente as práticas de governança da organização.

ANOTA AÍ!!!

Segundo o IBGC, o Conselho de Administração é o principal componente do sistema de governança da organização à


medida que atua como guardião dos princípios, valores, objeto social e sistema de governança da organização

Classe dos conselheiros

Os membros do conselho de Administração, segundo o IBGC, podem ser classificados em três classes:

▪ Internos (Insiders): conselheiros que ocupam posição de diretores ou que são empregados da
organização;
▪ Externos (Outsiders): conselheiros sem vínculo atual comercial, empregatício ou de direção com a
organização, mas que não são independentes, tais como ex-diretores e ex-empregados, advogados e
consultores que prestam serviços à empresa, sócios ou empregados do grupo controlador, de
controladas ou de companhias do mesmo grupo econômico e seus parentes próximos e gestores de
fundos com participação relevante;
▪ Independentes: conselheiros externos que não possuem relações familiares, de negócio, ou de
qualquer outro tipo com sócios com participação relevante, grupos controladores, executivos,

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prestadores de serviços ou entidades sem fins lucrativos que influenciem ou possam influenciar, de
forma significativa, seus julgamentos, opiniões, decisões ou comprometer suas ações no melhor
interesse da organização.

Dentre as classes de conselheiros, sem dúvida, o papel exercido pelos conselheiros independentes é
especialmente importante. Isso porque eles são os responsáveis por contrabalancear o poder predominante
exercido pela diretoria em companhias em companhias com capital disperso.

Uma questão para nunca mais esquecermos isso:

FUNDATEC – BRDE – Analista de Projetos – 2017) De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa (IBGC), o conselho de administração é um órgão colegiado, cujo desempenho depende do respeito
e da compreensão das características de cada um de seus membros, sem que isso implique ausência de debates
de ideias. A diversidade de perfis é fundamental, pois permite que a organização se beneficie da pluralidade de
argumentos e de um processo de tomada de decisão com qualidade e segurança.

Conforme o IBGC, as classes de conselheiros de administração são:

a) Representantes dos acionistas majoritários, independentes e representantes funcionais.


b) Internos, externos e independentes.
c) Internos, certificados e de compliance.

d) Internos, diretores funcionais e representantes dos acionistas majoritários.


e) Representantes funcionais, independentes e de auditoria.

COMENTÁRIO:

De acordo com o IBGC, os conselheiros de administração podem ser classificados em três classes: internos,
externos e independentes.
Gabarito: B

Auditoria Independente
A auditoria independente possui diversas finalidades, mas a principal é a de conferir fidedignidade às
demonstrações contábeis apresentadas pela empresa. De forma mais prática, os bancos precisam saber se a
empresa tem condições de honrar os empréstimos, os investidores precisam saber se a empresa está aplicando
bem o dinheiro investido, o governo quer saber se a empresa está recolhendo adequadamente os tributos, os
empregados querem saber se a empresa terá condições de honrar os seus salários....etc.

Todos esses interessados precisam de informações que apenas a própria empresa dispõe. A partir disso,
temos um problemão: apenas a empresa possui a informação e por ela estar diretamente interessada, a
empresa é justamente a fonte menos confiável para prestar essa informação. Afinal, ela poderia modificar uns
números aqui e outros ali para animar os investidores ou para fugir dos tributos.

Resolvemos esse impasse com os auditores externos que são profissionais de uma empresa independente
que vão realizar diversos testes para verificar se as informações produzidas pela empresa são confiáveis e estão
corretas.

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Usando nosso exemplo da barraquinha de cachorro quente, seria como se você enviasse alguém de sua
extrema confiança (esposa/marido, por exemplo) para acompanhar meu trabalho nas vendas dos cachorros
quentes. Concorda que seria muito mais difícil de eu desviar o dinheiro?

ANOTA AÍ!!!

A atribuição principal do auditor independente é emitir, observadas as disposições aplicáveis, opinião sobre se as
demonstrações financeiras preparadas pela administração representam adequadamente, em todos os seus aspectos
relevantes, a posição patrimonial e financeira da organização. (IGBC, Código de Boas Práticas de Governança Corporativa,
5ª edição)

Conselho Fiscal
Enquanto o Conselho de Administração tem atribuições relacionadas à gestão e estratégia da empresa
(exemplos: mudança de segmento, lançamento de novos produtos, decisões sobre aquisições e fusões, etc), o
conselho fiscal possui funções relacionadas aos números. Cabe aos conselheiros analisarem aspectos como
nível de endividamento, fontes de financiamento da empresa, decisões sobre a modificação de capital...etc.

Na Lei nº. 6.404/76 e Lei 10.406/2002, temos algumas atribuições previstas para o conselho fiscal:

▪ Fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos administradores e verificar o cumprimento dos
seus deveres legais e estatutários;
▪ Opinar sobre o relatório anual da administração, fazendo constar do seu parecer as informações
complementares que julgar necessárias ou úteis à deliberação da assembleia geral;
▪ Opinar a respeito das propostas dos órgãos da administração a serem submetidas à assembleia geral,
relativas à modificação do capital social, emissão de debêntures ou bônus de subscrição, planos de
investimento ou orçamentos de capital, distribuição de dividendos, transformação, incorporação,
fusão ou cisão
▪ Denunciar, por qualquer de seus membros, aos órgãos de administração, e, se estes não tomarem as
providências necessárias para a proteção dos interesses da organização, à assembleia geral, erros,
fraudes ou crimes que descobrir, além de sugerir providências úteis à organização;
▪ Analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais demonstrações financeiras elaboradas
periodicamente pela organização; e
▪ Examinar as demonstrações financeiras do exercício social e opinar sobre elas.

Note que o Conselho Fiscal possui atribuições de um órgão de assessoramento interno (opina, denuncia,
analisa) sobre as finanças da empresa.

Para sua prova, o mais importante é que você entenda que todas essas estruturas (Conselho de
Administração, Auditoria Independente, Conselho Fiscal), em conjunto, produzem diversos benefícios.
Podemos citar: mitiga os efeitos do conflito de agência, gera valor (resultados econômicos e sociais) para a
empresa, melhora o acesso da empresa a fontes de financiamento, tende a aumentar a
sustentabilidade/perenidade da empresa.

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ANOTA AÍ!!!

O Conselho Fiscal é parte integrante do sistema de governança das organizações brasileiras. Pode ser permanente ou não,
conforme dispuser o estatuto. Representa um mecanismo de fiscalização independente dos administradores para
reporte aos sócios, instalado por decisão da assembleia geral, cujo objetivo é preservar o valor da organização. Os
conselheiros fiscais possuem poder de atuação individual, apesar do caráter colegiado do órgão. (IGBC, Código de Boas
Práticas de Governança Corporativa, 5ª edição)

Conceito
Agora que você já está sabendo tudo de governança podemos apresentar o bendito conceito que o
Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC adota. Esse conceito consolida tudo que vimos, por isso
recomendo que faça uma leitura atenta:

Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e
incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e
controle e demais partes interessadas.

As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando
interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu
acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum. (Código
das Melhores Práticas de Governança Corporativa, IBGC, 5ª edição)

Agora releia o conceito, sem reclamar do professor. É para o seu bem, praga! Esse conceito tem uma boa
chance de cair em prova!
Pronto.

Agora vamos conhecer outro ponto importantíssimo desse assunto que são os princípios da governança
corporativa!

Princípios da Governança Corporativa


Temos dois grupos de princípios de governança que caem em concursos. O primeiro grupo é o proposto
pelo Banco Mundial e o segundo grupo é o proposto pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC.

IBGC Banco Mundial

Transparência (disclosure) Transparência

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Equidade (fairness) Equidade

Prestação de contas
Accountability
(Accountability)

Responsabilidade
corporativa –
Responsabilidade
Conformidade às regras
(compliance)

Legitimidade

Eficiência

Probidade

Perceba que muitos princípios se repetem nas duas classificações. Não se preocupe em memorizar quem
é “pai da criança”, ou seja, não é preciso saber se determinado princípio de governança está descrito pelo IBGC
ou pelo Banco Mundial. O importante é que tenha noções gerais de cada um desses princípios:

▪ Transparência: Consiste no desejo de disponibilizar para as partes interessadas as informações que


sejam de seu interesse e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos. Não
deve restringir-se ao desempenho econômico-financeiro, contemplando também os demais fatores
(inclusive intangíveis) que norteiam a ação gerencial e que conduzem à preservação e à otimização do
valor da organização. Dentro da esfera pública, a transparência é um dos requisitos de controle do
Estado pela sociedade civil. A adequada transparência resulta em um clima de confiança, tanto
internamente quando nas relações de órgãos e entidades com terceiros.

▪ Equidade: Caracteriza-se pelo tratamento justo e isonômico de todos os sócios e demais partes
interessadas (stakeholders), levando em consideração seus direitos, deveres, necessidades, interesses
e expectativas. Dentro da perspectiva pública, promover equidade significa garantir as condições para
que todos tenham acesso ao exercício de seus direitos civis.

▪ Prestação de Contas (accountability): Os agentes de governança devem prestar contas de sua atuação
de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, assumindo integralmente as consequências de
seus atos e omissões e atuando com diligência e responsabilidade no âmbito dos seus papéis.

▪ Responsabilidade Corporativa: Os agentes de governança devem zelar pela viabilidade econômico-


financeira das organizações, reduzir as externalidades negativas de seus negócios e suas operações e
aumentar as positivas, levando em consideração, no seu modelo de negócios, os diversos capitais
(financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social, ambiental, reputacional etc.) no curto, médio
e longo prazos. Além disso, os agentes de governança têm responsabilidade em assegurar que toda a

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organização esteja em conformidade com os seus princípios e valores, refletidos em políticas,


procedimentos e normas internas, e com as leis e os dispositivos regulatórios a que esteja submetida.
A efetividade desse processo constitui o sistema de conformidade (compliance) da organização.

▪ Legitimidade: princípio jurídico fundamental do Estado Democrático de Direito e critério informativo


do controle externo da administração pública que amplia a incidência do controle para além da
aplicação isolada do critério da legalidade. Não basta verificar se a lei foi cumprida, mas se o interesse
público, o bem comum, foi alcançado. Admite o ceticismo profissional de que nem sempre o que é
legal é legítimo.

▪ Eficiência: é fazer o que é preciso ser feito com qualidade adequada ao menor custo possível. Não se
trata de redução de custo de qualquer maneira, mas de buscar a melhor relação entre qualidade do
serviço e qualidade do gasto.

▪ Probidade: trata-se do dever dos servidores públicos de demonstrar probidade, zelo, economia e
observância às regras e aos procedimentos do órgão ao utilizar, arrecadar, gerenciar e administrar
bens e valores públicos. Enfim, refere-se à obrigação que têm os servidores de demonstrar serem
dignos de confiança.

Que tal uma questão para fixarmos esses princípios?

FGV – DPE/MT – Analista (Administrador) – 2015) Os princípios básicos de governança corporativa, segundo
o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC, estão listados a seguir, à exceção de um. Assinale-o.

a) Transparência

b) Responsabilidade Civil

c) Equidade

d) Prestação de contas

e) Responsabilidade corporativa

Comentário:

A banca fez um jogo de palavras. Dentro dos princípios de governança, temos a responsabilidade corporativa
e não a responsabilidade civil. Relembrando os princípios de acordo com o IBGC (TRE/PR):

Transparência
Equidade

Prestação de contas

Responsabilidade Corporativa

Gabarito: B

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Perspectivas de observação da governança


Governança é um termo utilizado em diversos setores da sociedade e, a depender do contexto, pode
assumir diferentes definições. Entre as definições mais conhecidas temos a governança corporativa, a
governança pública e a governança global.

Governança Corporativa Governança Pública Governança Global

Sistema pelo qual as organizações Sistema que determina o Conjunto de instituições,


são dirigidas e controladas. equilíbrio de poder entre os mecanismos, relacionamentos e
Refere-se ao conjunto de envolvidos — cidadãos, processos, formais e informais,
mecanismos de convergência de representantes eleitos entre Estado, mercado, cidadãos e
interesses de atores direta e (governantes), alta organizações, internas ou
indiretamente impactados pelas administração, gestores e externas ao setor público, através
atividades das organizações, colaboradores — com vistas a dos quais os interesses coletivos
mecanismos esses que protegem permitir que o bem comum são articulados, direitos e deveres
os investidores externos da prevaleça sobre os interesses de são estabelecidos e diferenças são
expropriação pelos internos. pessoas ou grupos. mediadas

Eu sei que os conceitos parecem bem diferentes, mas quero que faça uma análise mais detida para
perceber que em todos esses conceitos estamos buscando resolver o conflito de agência. Na Governança
Corporativa, preocupamo-nos com o conflito de agência que existe entre os executivos da empresa e os
acionistas. Na Governança Pública, preocupamo-nos com os diferentes conflitos de agência que existem no
setor público (cidadãos x representantes eleitos x servidores públicos x alta administração). Na Governança
Global, preocupamo-nos com o conflito de agência entre os diversos setores da sociedade.
O ponto é: teremos diferentes conceitos de governança a depender da relação agente-principal que
estamos analisando. Essas diferentes formas de analisar a governança são denominadas pela doutrina como
perspectivas de observação da governança.

Especificamente sobre o setor público, o Tribunal de Contas da União – TCU propõe que podemos analisar
a governança sob quatro perspectivas: 1) Sociedade e Estado; 2) Entes federativos, esferas de poder e políticas
públicas; 3) Órgãos e entidades; 4) Atividades intraorganizacionais.

É a vertente política da governança pública.


Focada no desenvolvimento nacional, nas relações econômico-sociais, nas
estruturas que garantam a governabilidade de um Estado e o atendimento de
Sociedade e Estado demandas da sociedade
Define as regras e os princípios que orientam a atuação dos agentes públicos e
privados regidos pela Constituição

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Tem por objetivo a prevalência do bem comum sobre os interesses de pessoas ou


de grupos e o alcance de objetivos coletivos de uma sociedade.

É a vertente político-administrativa da governança pública


Preocupa-se com as políticas públicas e com as relações entre estruturas e
Entes federativos,
setores, incluindo diferentes esferas, poderes, níveis de governo e representantes
esferas de poder e da sociedade civil organizada.
políticas públicas Habilidade e a capacidade governamental para formular e implementar, de forma
efetiva, políticas públicas mediante o estabelecimento de relações e parcerias
coordenadas entre organizações públicas e/ou privadas.
É a vertente corporativa da governança no setor público.
Tem o foco nas organizações, na manutenção de propósitos e na otimização dos
Órgãos e entidades
resultados ofertados por elas aos cidadãos e aos usuários dos serviços.
Garante que cada órgão ou entidade cumpra seu papel.
Sistema pelo qual os recursos de uma organização são dirigidos, controlados e
avaliados.
Sob essa perspectiva, são analisados os processos decisórios, as estruturas
Atividades específicas de governança e as relações intraorganizacionais.
intraorganizacionais
Agrega valor aos órgãos e entidades.
São exemplos desta perspectiva: governança de pessoal, de informação, de
tecnologia, de logística, de investimento, de orçamento e finanças etc.

Essas quatro perspectivas possuem uma relação de interdependência e complementariedade e, em


conjunto, permitem um alinhamento das estruturas de governança.

CESPE – TCE/RO – Auditor de Controle Externo – 2019 – Adaptada)

A governança no setor público pode ser analisada sob as seguintes perspectivas: sociedade e Estado; entes
federativos, esferas de poder e políticas públicas; órgãos e entidades; e atividades intraorganizacionais.

COMENTÁRIO:
O conceito de governança surge a partir da necessidade de lidar com o conflito de agência.

No setor público, podemos ter diferentes relações de principal-agente, o que, segundo o Tribunal de Contas da
União- TCU, dá origem às perspectivas da governança pública.

Nos termos do Referencial Básico de Governança, existem quatro perspectivas:

1) Sociedade e Estado: É a vertente política da governança pública. Define as regras e os princípios que
orientam a atuação dos agentes públicos e privados regidos pela Constituição

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2) Entes federativos, esferas de poder e políticas públicas: É a vertente político-administrativa da governança


pública. Preocupa-se com as políticas públicas e com as relações entre estruturas e setores, incluindo diferentes
esferas, poderes, níveis de governo e representantes da sociedade civil organizada.

3) Órgãos e entidades: É a vertente corporativa da governança no setor público. Tem o foco nas organizações,
na manutenção de propósitos e na otimização dos resultados ofertados por elas aos cidadãos e aos usuários
dos serviços.

4) Atividades intraorganizacionais: Sistema pelo qual os recursos de uma organização são dirigidos,
controlados e avaliados. Sob essa perspectiva, são analisados os processos decisórios, as estruturas específicas
de governança e as relações intraorganizacionais. Agrega valor aos órgãos e entidades.

Gabarito: Certo

Funções da Governança
Por diversas vezes, vimos que a governança é a capacidade de um governo formular e implantar políticas
públicas. Esse conceito pode nos deixar confusos quanto à distinção entre governança e gestão. Afinal, se um
político planeja e executa políticas públicas ele está fazendo gestão ou governança?

De fato, os conceitos estão intimamente relacionados, porém precisamos aprender a distingui-los seja do
ponto de vista teórico, seja do ponto de vista prático.

De acordo com a ISO/IEC 38500:2008, a governança de órgãos e entidades da administração pública


envolve três funções básicas:

a) Avaliar o ambiente, os cenários, o desempenho e os resultados atuais e futuros;

b) Direcionar e orientar a preparação, a articulação e a coordenação de políticas e planos, alinhando as


funções organizacionais às necessidades das partes interessadas (usuários dos serviços, cidadãos e
sociedade em geral) e assegurando o alcance dos objetivos estabelecidos; e

c) Monitorar os resultados, o desempenho e o cumprimento de políticas e planos, confrontando-os com


as metas estabelecidas e as expectativas das partes interessadas.

O Banco Mundial, de maneira mais analítica, ressalta que a governança diz respeito a estrutura, funções,
processos e tradições que visam garantir que as ações planejadas sejam executadas de tal maneira que atinjam
seus objetivos e resultados de forma transparente. Busca, portanto, maior efetividade (produzir os efeitos

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pretendidos) e maior economicidade (obter o maior benefício possível da utilização dos recursos disponíveis)
das ações. Nesse sentido, seriam funções da governança:
a) definir o direcionamento estratégico;

b) supervisionar a gestão;

c) envolver as partes interessadas;

d) gerenciar riscos estratégicos;

e) gerenciar conflitos internos;

f) auditar e avaliar o sistema de gestão e controle; e

g) promover a accountability (prestação de contas e responsabilidade) e a transparência.

Ainda segundo o Banco Mundial, a gestão, por outro lado, diz respeito ao funcionamento do dia a dia
de programas e de organizações no contexto de estratégias, políticas, processos e procedimentos que foram
estabelecidos pelo órgão. Preocupa-se com a eficácia (cumprir as ações priorizadas) e a eficiência das ações
(realizar as ações da melhor forma possível, em termos de custo-benefício). Nesse sentido, seriam funções da
gestão:
a) implementar programas;
b) garantir a conformidade com as regulamentações;

c) revisar e reportar o progresso de ações;

d) garantir a eficiência administrativa;


e) manter a comunicação com as partes interessadas; e

f) avaliar o desempenho e aprender.

Esquematizando, temos que:

Fonte: Referencial básico de governança do Tribunal de Contas da União (p.32)

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Particularmente, acho a distinção teórica de Governança e Gestão muito linda. Cheia de palavras bonitas
que precisamos conhecer para acertar as questões. No entanto, quando li as primeiras 200 vezes esses
conceitos, tudo pareceu Blá, Blá, Blá... Enfim, eu não entendia nada e apenas memorizava. Talvez você esteja
se sentido assim, por isso faço questão de deixar as coisas mais práticas e, a meu ver, muito mais simples.

Imagine uma grande empresa de capital aberto. Ambev, Itaúsa, Petrobrás, Vale...Tanto faz.

Nessas empresas, a distinção entre as estruturas de governança e de gestão é bem definida. Na


governança temos o Conselho de Administração, a Auditoria Independente e o Conselho Fiscal. Na parte da
gestão temos o presidente das empresas e executivos da alta administração (CEO, CFO, CMO, etc)

Na prática, como funciona o relacionamento entre governança e gestão nessas empresas?


O Conselho de Administração é composto, em geral, por uns velhinhos cheirando a naftalina que sabem
muito de gestão de empresas. Esses velhinhos são responsáveis por traçar as diretrizes estratégicas da empresa
e, em conjunto, possuem atribuições que limitam os poderes dos executivos. O Código de Melhores práticas de
governança, por exemplo, sugere que a aprovação de fusões e aquisições, bem a definição de política de
remuneração da diretoria seja de competência do Conselho de Administração.

Além do Conselho de Administração, temos ainda o Conselho Fiscal que faz uma análise financeira do
desempenho da empresa. Avalia, por exemplo, os balancetes e demais demonstrações contábeis e tem por
competência denunciar erros, fraudes ou crimes que descobrir. De maneira complementar, temos ainda a
auditoria independente que tem por objetivo conferir fidedignidade às demonstrações contábeis elaboradas
pela empresa.
O que quero que perceba é que essas estruturas da governança (Conselho de Administração, Conselho
Fiscal e Auditoria Independente) apenas direcionam o que deve ser feito e fiscalizam as atividades realizadas.
Quem está ali no dia a dia, “tocando a empresa” são os executivos, ou seja, a gestão. Essa é a diferença!
Fazendo uma analogia, a governança seria a mãe que orienta, direciona e monitora o filho (gestão) para
que ele não faça nenhuma besteira. Só isso!

Espero que tenha ficado mais claro.

Funções da • Avaliar
Governança • Direcionar
(Avadimo) • Monitorar

Mecanismos de governança
Para que as funções de governança (avaliar, direcionar e monitorar) sejam executadas de maneira
adequada, alguns mecanismos devem ser adotados: a liderança, a estratégia e o controle.

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Segundo o TCU, a liderança refere-se ao conjunto de práticas, de natureza humana ou


comportamental, que assegura a existência das condições mínimas para o exercício da boa governança,
quais sejam: pessoas íntegras, capacitadas, competentes, responsáveis e motivadas ocupando os
principais cargos das organizações e liderando os processos de trabalho.

Cabe aos líderes a implantação de uma estratégia necessária à boa governança, a qual envolve
aspecto como: escuta ativa de demandas, necessidades e expectativas das partes interessadas; avaliação
do ambiente interno e externo da organização; avaliação e prospecção de cenários; definição e alcance
da estratégia; definição e monitoramento de objetivos de curto, médio e longo prazo; alinhamento de
estratégias e operações das unidades de negócio e organizações envolvidas ou afetadas.

Para que a estratégia e os processos sejam executados e os objetivos sejam alcançados, é preciso
que os riscos sejam avaliados e tratados. Assim, é importante o estabelecimento de controles e sua
avaliação, transparência e accountability (envolve, entre outras coisas, a prestação de contas e a
responsabilização pelos atos praticados).

Esses mecanismos podem ainda ser decompostos em componentes da seguinte forma:

1. Liderança
• Pessoas e competências (L1)
• Princípios e comportamentos (L2)
• Liderança organizacional (L3)
• Sistema de governança (L4)

2. Estratégia
• Relacionamento com partes interessadas (E1)
• Estratégia Organizacional (E2)
• Alinhamento transorganizacional (E3)

3. Controle
• Gestão de riscos e controle interno (C1)
• Auditoria interna (C2)
• Accountability e transparência (C3)

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Fonte: Referencial básico de governança do Tribunal de Contas da União (p.38)

Felizmente ou infelizmente, a abordagem em provas de concurso dessa parte do conteúdo é bastante


decorativa. Antes de você enlouquecer com tanta informação, vamos esquematizar tudo e praticar um pouco.
Sem sofrimento! Vem comigo:

CESPE – TCE/RO – Auditor de Controle Externo – 2019) -Adaptada

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A governança de órgãos e entidades da administração pública envolve três funções básicas: avaliar; direcionar;
orientar e certificar os resultados.
COMENTÁRIO:

Segundo o Referencial de Governança do Tribunal de Contas da União – TCU, a governança pública envolve

três funções básica: avaliar, direcionar e monitorar. Trata-se do famoso Avadimo

-Avaliar
-Direcionar

-Monitorar

Gabarito: Errado

CESPE – TCE/RO – Auditor de Controle Externo – 2019 – Adaptada)

Os componentes dos mecanismos de governança pública são assinalados pela liderança, pelo comando e pelo
controle.
COMENTÁRIO:
Os mecanismos de governança pública, segundo o Referencial Básico de Governança do TCU, são: liderança,
estratégia e controle.

Esses mecanismos podem ser decompostos em componentes da seguinte forma:

1. Liderança

• Pessoas e competências (L1)


• Princípios e comportamentos (L2)
• Liderança organizacional (L3)
• Sistema de governança (L4)

2. Estratégia

• Relacionamento com partes interessadas (E1)

• Estratégia Organizacional (E2)

• Alinhamento transorganizacional (E3)

3. Controle
• Gestão de riscos e controle interno (C1)

• Auditoria interna (C2)

• Accountability e transparência (C3)


O enunciado misturou todos os conceitos, por isso está errado.
Gabarito: Errado

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Conceito de “uma ação, um voto”


Já vimos bastante que a governança corporativa serve como um instrumento de controle para que se
evitem abusos de poder das diferentes partes interessadas (executivos, diretores, acionistas, conselheiros, etc).
No entanto, pense em quem vai mandar na empresa no final da história?

No nosso exemplo da barraquinha de cachorro-quente, quem tomaria as decisões do negócio? Eu ou


você? Seria por consenso ou por maioria?

Para lidar com essas disputas de poder, o IBGC propõe o conceito denominado de “uma ação, um voto”.
De forma bem simples: uma ação corresponde uma pequena parte do capital social de uma companhia.

Vamos entender isso: imagine que João possua 10 ações da companhia “X-Baguncinha e Sorvetes”.
Pedro, por outro lado, possui 1.000 ações da mesma companhia. De forma bem prática, isso significa que Pedro
investiu mais dinheiro na companhia que João e, assim, é de se esperar que possua um interesse maior na
condução dos negócios da companhia do que João. Essa é a ideia do conceito de “uma ação, um voto”.

Os sócios possuem um poder político (poder de votar as decisões) proporcional aos seus investimentos.
Segundo o IBGC, essa estrutura (“uma ação é igual a um voto”) é a que mais promove o alinhamento de
interesses entre todos os sócios. Em tais estruturas, o poder político, representado pelo direito de voto, será
sempre proporcional aos direitos econômicos derivados da propriedade das ações.

Molezinha, né?

Então, tome questão no meio da fuça para fixar!

FEPESE – CELESC – Administrador – 2018) O Código de Melhores Práticas do Instituto Brasileiro de


Governança Corporativa enfatiza o conceito de “uma ação, um voto”. Assinale a alternativa que explica
corretamente esse conceito.

a) O poder político em uma empresa, com capital aberto, é representado pelo direito de voto, o qual será
sempre proporcional aos direitos econômicos derivados da propriedade das ações.

b) Na sociedade civil, o voto é o instrumento necessário para exigir mais ação do governo.

c) O voto é o instrumento de mudança da população.

d) A população deve exercer seu direto de voto como mecanismo de transformação.

e) Na sociedade civil deve-se votar naqueles políticos de maior ação e capacidade de realização.

COMENTÁRIO:

O conceito de “uma ação, um voto” consiste em manter a proporção entre o poder político e os direitos
econômicos dos sócios. A alternativa que transcreve essa ideia é a alternativa A

Gabarito: A

Governança no Setor Público


Quando tratamos da governança no setor público devemos considerar os aspectos peculiares desse setor.
Dentre essas peculiaridades, o maior destaque é o exercício do poder político. Dessa forma, nosso ponto de

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partida é compreender a relação que existe entre as condições sistêmicas do exercício do poder político
(governabilidade) e o conceito de governança.
Matias-Pereira (2018), consolida os conceitos de governança e governabilidade da seguinte forma:

▪ Governabilidade: resultante da relação de legitimidade do Estado e do seu governo com a sociedade.


Provém da capacidade do governo de representar os interesses de suas próprias instituições. Refere-
se às condições sistêmicas mais gerais, por meio das quais se dá o exercício do poder em uma
sociedade (forma de governo, relações entre os poderes, sistema partidário etc.).
▪ Governança: resulta da capacidade financeira e administrativa, em sentido amplo, do governo de
realizar políticas. Envolve a capacidade da ação estatal de implantar as políticas para a consecução
das metas coletivas.

É importante destacar que, apesar de serem conceitos distintos, existe uma relação entre governança e
governabilidade. A governança é influenciada pela governabilidade (condições sistêmicas de exercício do
poder), ou seja, pela percepção de legitimidade que um governo possui.

Vamos um pouco melhor: imagine o caso do país Autoritoris. Nesse país, existe uma forte limitação para
a criação de partidos. O governo é autoritário, sendo que não existe temporalidade ou mandatos dos
governantes. O ditador “Euzeqmandus” governa há décadas.

A partir dessas informações o que podemos concluir sobre a governabilidade desse país? Ela é alta ou
baixa?
Resposta: baixa. A população de Autoritoris não pode participar do processo de escolha do governo de
modo que não se sente representada. Como resultado temos uma baixa legitimidade, ou seja, a sociedade de
um modo geral tende a não reconhecer a autoridade do governo. Pode parecer bobeira, mas na história
mundial temos diversos exemplos de governos que foram depostos, guerras que foram travadas e países que
foram divididos em virtude da baixa governabilidade.

CESPE – TCU – Auditor Federal de Controle Externo – 2008) A governabilidade diz respeito às condições
sistêmicas e institucionais sob as quais se dá o exercício do poder, tais como as características do sistema
político, a forma de governo, as relações entre os poderes e o sistema de intermediação de interesses.

Comentário:
O enunciado está perfeito e foi construído a partir da obra de Matias-Pereira, na qual temos a governabilidade
relacionada à legitimidade e capacidade política do Estado e do seu governo.

Gabarito: Certo

No contexto brasileiro, a maior parte dos autores sustenta que não temos problemas de governabilidade.
Essa constatação é feita a partir da análise do formato do processo eleitoral brasileiro e das regras de
transmissão de poder. A própria liberdade política que possuímos para criticar determinado governo ou partido
ilustra condições adequadas de governabilidade, posto que o governo vencedor do processo eleitoral é dito
como legítimo pela sociedade. Isso não ocorre, por exemplo, em países como Egito, Arábia Saudita ou Turquia.

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Por outro lado, diversos governos brasileiros, ao longo do tempo, mostram-se pouco hábeis em implantar
suas políticas públicas, ou seja, tiveram problemas de governança. Nesse contexto, é interessante que
conheçamos um trecho do Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado – PDRAE que trata sobre o
assunto:

Nesta nova perspectiva, busca-se o fortalecimento das funções de regulação e de coordenação


do Estado, particularmente no nível federal, e a progressiva descentralização vertical, para os
níveis estadual e municipal, das funções executivas no campo da prestação de serviços sociais
e de infra-estrutura. Considerando esta tendência, pretende-se reforçar a governança - a
capacidade de governo do Estado - através da transição programada de um tipo de
administração pública burocrática, rígida e ineficiente, voltada para si própria e para o controle
interno, para uma administração pública gerencial, flexível e eficiente, voltada para o
atendimento do cidadão. O governo brasileiro não carece de “governabilidade”, ou seja, de
poder para governar, dada sua legitimidade democrática e o apoio com que conta na
sociedade civil. Enfrenta, entretanto, um problema de governança, na medida em que sua
capacidade de implementar as políticas públicas é limitada pela rigidez e ineficiência da
máquina administrativa. (Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado – PDRAE, p.13-14).

Registra-se ainda que um dos objetivos do PDRAE era justamente aumentar a governança do Estado.

6.1 Objetivos Globais


Aumentar a governança do Estado, ou seja, sua capacidade administrativa de governar com
efetividade e eficiência, voltando a ação dos serviços do Estado para o atendimento dos
cidadãos.

FGV – TJ/SC – Analista Administrativo - 2018) “Os dados disponíveis no Basômetro demonstram que a
presidente Dilma Rousseff tem enfrentado maiores dificuldades na articulação de interesses do governo junto
ao Congresso, especialmente na Câmara, em comparação aos governos FHC e Lula. Alguns de seus aliados
atribuem tal problema ao fato de a presidente fazer pouca interlocução política.”

O trecho apresentado, retirado do site do “Estadão”, representa um problema relacionado com o conceito de:
a) governabilidade;

b) governança;

c) jurisdição;
d) economia;

e) legalidade.
Comentário:

Perceba que o enunciado está destacando uma dificuldade do governo em se articular com o Congresso para
implantar as políticas públicas. Dessa forma, temos um problema de governança.
Gabarito: B

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CESPE – TCU – Auditor Federal de Controle Externo – 2011) Governança trata do aperfeiçoamento dos
conflitos de interesses presentes em determinada sociedade quando se trata de defender interesses.

Comentário:

A capacidade de agregar múltiplos interesses trata-se de um aspecto relacionado ao exercício do poder político.
Associa-se, dessa forma, ao conceito de governabilidade e não de governança.

Gabarito: Errado

Accountability
Já vimos que a accountability é um dos princípios da governança. Agora faremos um estudo
pormenorizado desse conceito. Trata-se de um termo em inglês que reúne as seguintes ideias: transparência +
dever de prestar contas + responsabilização do gestor. Conforme pontua Paludo, nas experiências de
accountability quase sempre estão presentes três dimensões: informação (transparência), justificação (dever
de prestar contas) e punição (responsabilização do gestor).

Essas dimensões da accountability podem ser vistas como diferentes formas de evitar e corrigir os abusos
cometidos pelo gestor. Um conceito interessante e já explorado em provas é o descrito por Matias-Pereira:

O termo accountability pode ser considerado o conjunto de mecanismos e procedimentos que levam os
decisores governamentais a prestarem contas dos resultados de suas ações, garantindo-se maior
transparência e a exposição das políticas públicas. Quanto maior a possibilidade de os cidadãos poderem
discernir se os governantes estão agindo em função do interesse da coletividade e sancioná-los
apropriadamente, mais accountable é um governo. O conceito de accountable está relacionado estreitamente
ao universo político-administrativo anglo-saxão. (Matias-Pereira, Administração Pública, 5ª edição, 2018)

A doutrina administrativa classifica a accountability em três tipos: horizontal, vertical e o societal.


Accountability horizontal ocorre por meio da mútua fiscalização e controle existente entre os poderes
(sistema de freios e contrapesos), ou entre órgãos, por meio dos Tribunais de Contas, Controladorias Gerais e
agências fiscalizadoras. Pressupõe uma ação entre iguais ou autônomos. Assim, podemos apontar como
mecanismos de accountability horizontal: a atuação do Ministério Público, os Tribunais de Contas, as
Controladorias Gerais, as ouvidorias públicas.

Accountability vertical ocorre quando os cidadãos controlam as ações dos políticos e governos por
meio de plebiscitos, referendos ou por meio do exercício do controle social. Paludo (2010) pontua que o
accountability vertical tem caráter político e pode ser considerado um mecanismo de soberania popular, sendo
exercício principalmente por meio do voto e a ação popular.

Accountability societal é mais amplo: alcança não somente os agentes políticos, mas também os agentes
administrativos (“burocratas”). Trata-se do controle exercido pelas diversas entidades sociais como
associações, sindicatos, mídias, ONGs que investigam e denunciam abusos cometidos e cobram sanções aos
responsáveis. O que caracteriza esse tipo de accountability é ausência de mandato legal para o exercício dessa
atividade, a incapacidade de aplicar sanções e a grande diferença de recursos que dispõe para realizar o
controle.

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CESPE – TCU – Auditor Federal de Controle Externo -2008) A chamada accountability horizontal implica a
existência de agências e instituições estatais com poder legal e efetivo para realizar ações de controle
preventivo, concomitante e a posteriori. Entre os diversos tipos, os denominados controles externo –
legislativos e judiciários – têm caráter eminentemente técnico, e os internos – administrativos – tem caráter
eminentemente político.

Comentário:
O enunciado descreve corretamente o conceito de accountability horizontal: existência de instituições com
poder legal e efetivo para realizar ações de controle (controle entre iguais). Contudo, no finalzinho do item, a
banca mistura a natureza do controle realizado pelo legislativo e judiciário, que é um controle eminentemente
político, com o controle realizado pelos órgãos internos (administrativos), que é um controle eminentemente
técnico.

Esses enunciados que misturam assuntos (accountability e tipos de controle, nesse caso) são muito comuns em
provas de cargos de alto nível elaboradas pelo CESPE/CEBRASPE.

Gabarito: Errado

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Compliance
A palavra Compliance vem do verbo em inglês to comply, que significa cumprir. Segundo Rossetti e
Andrade (2019), compliance consiste na “conformidade no cumprimento de normas reguladoras, expressas
nos estatutos socais, nos regimentos internos e nas instituições legais do país.”

Assim, a missão fundamental do compliance é zelar para que as normas, leis e regulamentos sejam
cumpridos, assim como, sejam observados altos padrões de integridade e conduta ética no
desenvolvimento da atividade da empresa.

De forma simplificada temos:

COMPLIANCE = Conformidade com Normas + Conduta Ética/Íntegra

Um programa de compliance almeja definir mecanismos e procedimentos que tornem o cumprimento da


legislação parte da cultura corporativa. Em última análise, o que se pretende é minimizar as possibilidades de
ocorrência de ilícitos em uma organização, bem como criar ferramentas para que a empresa rapidamente
identifique impropriedades e lide com elas da forma mais adequada possível.
À medida que fortalece o ambiente de controle das organizações e contribui para o aumento da
transparência e conformidade com a regulação e as políticas internas, o compliance é tido como um pilar da
governança corporativa.

Não existe um modelo único ou uma receita de bolo para construção de programas de compliance. Pelo
contrário, o desenvolvimento desses programas depende de um estudo profundo da estrutura da organização,
da cultura corporativas e das legislações aplicáveis aquele contexto específico. Percebe-se, portanto, que
implantar um programa de compliance não é algo trivial e que, naturalmente, envolve custos.

“Uai Marcelo? Então, por que desenvolver programas de compliance?”


Ótima questão!

A incipiente doutrina do compliance aponta as seguintes justificativas para implantação de programas de


compliance:

• A complexidade e aumento exponencial dos ambientes regulatórios nos quais as empresas de


vários setores estão submetidas.
• O descumprimento da regulação aplicável tem provocado consequências muito severas e até
mesmo drásticas para os responsáveis pela empresa.
• Desgaste jurídico, financeiro e de reputação gerado pela inobservância da legislação e da
regulação setores pode fazer com que grandes empresas fechem as portas.
• A pulverização do processo produtivo das empresas globais tem como consequência uma
diminuição do controle da direção das empresas sobre os atos dos seus colaboradores, o que as
torna mais propensas a riscos.
• A ampliação das formas jurídicas de responsabilização
• Imposição de novos tipos de penalidade (vultosas multas, proibição de participar em licitações,
interrupção dos contratos com governo, cancelamento de quais incentivos ou benefícios
provenientes do Poder Público etc.)
• Internacionalização e ampliação das jurisdições competentes

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Além de permitir um melhor gerenciamento da governança e dos riscos corporativos, os programas de


compliance trazem uma série de benefícios para as organizações, tais como:

• Evita a imposição de sanções


• Facilita a realização de acordo com autoridades regulatórias, tais como acordo de leniência,
delação premiada e termo de compromisso de cessação.
• Reduz eventuais penalidades
• Impacta positivamente na reputação da empresa

As empresas que optam por não implantar ações e programas de compliance estão sujeitas a um maior
risco de compliance. Guarde para sua prova: o risco de compliance consiste no risco de que o descumprimento
das normas regulamentares e de conduta enseje sanções legais, regulamentares e até mesmo de reputação da
organização. Essas sanções acabam por afetar negativamente a sustentabilidade da empresa no longo prazo.

Exemplo emblemático do desgaste provocado pelo descumprimento de normas legais ocorreu com a
firma de auditoria Arthur Andersen, que se viu obrigada a encerrar as atividades em 2002, após ser condenada
por envolvimento em uma série de fraudes e ilícitos práticos pela Enron. Em nosso país, recentemente, também
vimos o desgaste na reputação de grandes construtoras em razão do envolvimento em esquemas milionários
de corrupção e de desvio do dinheiro público.
A grande repercussão que se tem dado ao compliance está muito relacionada ao advento da Lei nº.
12.846/2013, chamada de “Lei Anticorrupção”. A Lei Anticorrupção prevê sanções severas para pessoas
jurídicas que pratiquem atos contra administração pública nacional ou estrangeira, bem como prevê a
responsabilização individual de dirigentes ou administradores.
Para você ter ideia da importância dessa lei, a Controladoria Geral do Estado/MT, em parceria com o
Ministério Público e a Procuradoria Geral do Estado, ressarciu ao erário ao menos R$ 900 milhões graças a
celebração de acordos de leniência com base na Lei Anticorrupção em 2018 e 2019.

É muito dinheiro!

Essa cifra ajuda a entender a importância que se tem dado à Lei Anticorrupção e aos programas de
compliance. Falando nisso.... é importante destacar que a Lei Anticorrupção considera, no momento da
aplicação das sanções, se empresa condenada possui programas de compliance:

Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das sanções:


VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à
denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da
pessoa jurídica;

Não tenho dúvidas, compliance chegou para ficar nos concursos públicos, por isso não custa esquematizar
tudo o que vimos:

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Implantação de um programa de compliance


Apesar de não existir uma única forma de implantar um programa de compliance, é importante que
tenhamos uma visão geral das boas práticas que permeiam esse tipo de programa.
Marcos Assi (2018) propõe um modelo de programa de compliance baseado em três pilares: prevenir,
detectar e responder. Segundo esse modelo, a alta administração tem o dever de conduzir o esforço de
disseminar uma cultura de compliance para toda a organização.

Fonte: Assi (2018, p.28)

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Perceba que cada um dos pilares está relacionado a um tipo de mecanismo. A prevenção depende de
políticas claras e programas de treinamento e apoio. A detecção depende de um sistema abrangente de
controle. Por fim, a resposta é feita de acordo com consequência claras e sem conflitos.

O modelo é útil ainda para compreende a distinção entre o compliance e a auditoria interna. Note que,
apesar de relacionados, o compliance não se confunde com a auditoria interna. A auditoria interna faz parte
de um programa de compliance e auxilia, principalmente, na detecção de inconformidades.

Outra maneira de compreender o processo de implantação é descrita pelo Portal do Compliance.


Segundo essa metodologia, existem oito passos a serem seguidos por um programa de compliance:

Passo Detalhamento

Promoção e Direção
O sucesso de um Programa Efetivo de Compliance é condicionado ao suporte recebido
da Alta Direção da empresa. Eles são os maestros que vão dar o tom, e conduzir toda a
Da alta direção para toda organização rumo ao caminho certo. Por isto, é fundamental que a Alta Direção esteja
a empresa - patrocínio e preparada, em termos de competências e de conhecimento técnico para exercer este
tone of the top papel. Cabe à Alta Administração garantir que os recursos necessários para o
desenvolvimento, implantação e aprimoramento contínuo do Programa de Compliance
estejam disponíveis.

Para proporcionar o comprometimento de toda a equipe e cumprimento efetivo dos


controles internos adotados, é fundamental a criação de uma função de Compliance
Gestão independente e dentro das organizações. Estão inclusas entre as responsabilidades dessa função, a
capacitada – supervisão promoção de uma cultura de ética e compliance, a definição de necessidades de normas
e políticas internas, o atendimento a legislação e regulamentação e zelar pelo
e recursos para cumprimento das diretrizes estabelecidas, inclusive as normas internas, a coordenação
compliance dos esforços internos do Programa de Compliance e a gestão do mesmo. Essa função
será estruturada de acordo com a tamanho, complexidade e exposição ao risco de cada
organização.

Gestão e Conscientização
Outro pilar importante de um Programa Efetivo de Compliance são as normas internas.
É necessário a criação de normas, com diretrizes que guiem a atuação da empresa, tanto
no âmbito da pessoa jurídica, como também na atuação individual de todos os
Código de Ética e envolvidos com a operação do negócio. Uma ferramenta importante é o Código de Ética
Políticas – supervisão e & Conduta, que deve conter regras e linguagem claras, concisas e acessíveis sobre o
relacionamento entre as partes da sua organização, formalizando o comportamento
recursos para esperado das diversas partes envolvidas no negócio. O Código de Ética & Conduta da
compliance sua organização deve levar em consideração a realidade, a cultura e os valores da
empresa, e sua a construção deve ser coletiva e baseada em princípios. Para processos
e públicos críticos, como Fornecedores e Suprimentos, é recomendável que a empresa
desenvolva códigos setoriais específicos.

Conhecer e gerenciar os Um importante passo inicial é conhecer os riscos aos quais sua empresa está exposta,
tendo em vista o ambiente externo com suas leis e regulamentações, e também as
riscos de Compliance – normas internas. As geografias de atuação da empresa devem ser cobertas. Nesse
assessment de riscos diagnóstico, são identificados as áreas e os processos expostos aos riscos de
compliance, incluindo questões trabalhistas, de meio ambiente, sanitários,

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concorrenciais, de crimes financeiros, em especial os de corrupção e de lavagem de


dinheiro. Busca-se identificar os tomadores de decisão, suas alçadas e controles
associados.

Promover o conhecimento das normas aplicáveis é fundamental para um Programa


Efetivo de Compliance. Regras claras permitem que as ações e decisões sejam realizadas
Fomentando a cultura – de modo aderente, propiciam maior conforto para os colaboradores e público envolvido,
permitem a avaliação de conformidade e o monitoramento, e permitem a aplicação
programas de justa de sanções em caso de descumprimento. Treinamento e comunicação são
treinamento, complementares, e ajudam a empresa a disseminar as normas externas e internas
comunicação e incentivo aplicáveis, em especial o Código de Ética & Conduta, a Política Anticorrupção e a Lei
Anticorrupção. Os treinamentos devem abranger todos os níveis da organização, assim
contínuos como o público externo relevante, como fornecedores e parceiros. É recomendado o uso
de exemplos e estudos de caso, assim como linguagem e formato adequados para cada
público.

Controle e Reforço

Mapeando aderência e A empresa precisa dispor de meios para garantir que as normas definidas sejam de fato
cumpridas, e este é o papel dos controles internos. Os controles devem mitigar os riscos
identificando o
identificados, sem contudo prejudicar a operação, buscando o balanço entre controle e
descumprimento das eficiência. Por isso, é necessária a criação de controles adaptados à dinâmica do
regras – controle negócio. Além disto, a empresa precisa monitorar o cumprimento das regras
estabelecidas. Uma abordagem tipicamente utilizada é a realização de auditoria, e outra
internos,
é o monitoramento contínuo, seja de transações críticas, seja de meios de comunicação
monitoramento, corporativos. Processos críticos demandam atenção, tais como cadastro, contratação,
auditoria de cultura e pagamentos, aprovação de doações, patrocínios, viagens e jantares, licitações, entre
aprimoramento outros. Para o monitoramento de transações, é essencial o desenvolvimento de
indicadores de riscos (KRIs), que podem ser combinados entre si num painel de gestão
contínuo (dashboard e fingerprints), de modo a identificar exceções e sinais de violação às regras.

Mesmo um profissional capacitado e treinado, tecnicamente excelente, pode trazer


riscos para a organização. Pesquisa da ICTS aponta que 24% dos profissionais
apresentam baixa aderência ética. Principalmente em posição de poder, e sem os
devidos controles, podem expor a organização a graves problemas de compliance.
Neste contexto, o Compliance Individual apresenta-se como uma ferramenta de grande
Conheça com quem você utilidade para trazer informações relevantes para a tomada de decisão, por exemplo no
trabalha – Due diligence processo de recrutamento e seleção, de promoção e empoderamento, e na definição de
&Compliance individual controles prioritários e automatização a serem adotados. O risco pode se originar
externamente. Para realizar negócios no mundo atual, há a exigência de uma cadeia
complexa que envolve parceiros, prestadores de serviço e fornecedores. Contudo,
legalmente a sua empresa pode ser responsabilizada e punida por ações ilegais
cometidas por este terceiro em seu benefício. Por isto, é fundamental conhecer os seus
terceiros.

Um Programa Efetivo de Compliance dispõe de ferramentas para captar denúncias,


mecanismos de investigação para identificar e apurar possíveis infrações, bem como
Tratamentos das aplicar as medidas disciplinares cabíveis. A implantação de um Canal de Denúncias
denúncias – Canal de independente, que garanta o anonimato e a confidencialidades das informações
recebidas, é de extrema importância para a identificação de descumprimento de leis,
denúncias regulamentações e normas, inclusive a lei anticorrupção. Deve ainda contar com
profissionais capacitados para interagir com o denunciante quando necessário, e
levantar as informações relevantes.

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Dessa forma, terminamos a parte teórica da aula. No resumo da aula de hoje coloquei um bom número de
esquemas para que economize tempo nas revisões.
Fique agora com as questões comentadas.

Grande abraço

Marcelo Soares

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Questões de prova comentadas


1. FCC – BANRISUL – Escriturário -2019)

Compliance é uma noção largamente utilizada no campo da ética empresarial e está associada à ideia, em sua
concepção mais ampla, de que

a) a lucratividade não é, nem pode ser, a finalidade única de uma empresa, ainda que seja um meio importante
para sua sobrevivência.

b) a empresa é corresponsável pelas condutas ilícitas de todos os seus funcionários, inclusive criminalmente.

c) as empresas devem se empenhar em cumprir e fazer cumprir as regras internas e externas que regem suas
atividades, incluindo as regras destinadas a prevenir e reprimir a corrupção.

d) as empresas de grande porte devem manter programas de responsabilidade social e dar-lhes visibilidade
pública.

e) as empresas públicas, de Administração direta ou indireta, têm o dever de adequação à política


governamental vigente em sua área de atuação.
COMENTÁRIO:

As alternativas apresentam afirmações corretas. No entanto, devemos buscar a alternativa que trata
especificamente sobre a função de compliance.

Lembre-se: compliance = conformidade com normas + conduta ética.

Ao analisar as alternativas constatamos que a única que trata sobre o cumprimento/conformidade com as
normas é a alternativa “C”.

Gabarito: C

2. FCC – Prefeitura do Recife – Analista de Planejamento, Orçamento e Gestão – 2019)

Nos debates entre as concepções sobre governabilidade e governança, presentes na atualidade, marque 1 para
a assertiva que define governabilidade, e, 2 para a assertiva que traz a definição sobre governança.
( ) Diz respeito à capacidade governativa em sentido amplo.

( ) Capacidade de ação estatal na implementação das políticas e na consecução de metas coletivas.

( ) Refere-se às condições sistêmicas mais gerais sob as quais se dá o exercício do poder em uma sociedade.

( ) Exercício da capacidade alargada de gestão das politicas públicas e do controle social sobre seus efeitos.

( ) Compreende a forma de governo, as relações entre os poderes, o sistema partidário e o equilíbrio entre as
forças políticas de oposição e situação.

Preenche corretamente as lacunas acima, de cima para baixo,


a) 1 − 2 − 1 − 2 − 2

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b) 2 − 1 − 2 − 1 − 2

c) 1 − 2 − 1 − 2 − 1
d) 2 − 2 − 1 − 2 − 1

e) 1 − 1 − 2 − 2 – 1

COMENTÁRIO:

Questão clássica! Aborda a diferença entre os conceitos de governança e governabilidade. Associe governança
à capacidade instrumento de um governo de implantar as políticas públicas (braço operacional da
governabilidade). A governabilidade, por outro lado, quero que você lembre de legitimidade, de poder político.
Tudo bem?

Vamos analisar cada uma das alternativas:

(2) Diz respeito à capacidade governativa em sentido amplo.


Refere-se à capacidade de gestão, governança

(2) Capacidade de ação estatal na implementação das políticas e na consecução de metas coletivas.

Capacidade implantar políticas públicas = governança

(1) Refere-se às condições sistêmicas mais gerais sob as quais se dá o exercício do poder em uma sociedade.
Condições sistêmicas mais gerais bob as quais se dá o exercício do poder = governabilidade
(2) Exercício da capacidade alargada de gestão das politicas públicas e do controle social sobre seus efeitos.

Capacidade de gestão de políticas públicas = governança

(1) Compreende a forma de governo, as relações entre os poderes, o sistema partidário e o equilíbrio entre as
forças políticas de oposição e situação.

Formas e instrumentos do exercício do poder político = governabilidade

Gabarito: D

3. FCC – Prefeitura do Recife – Analista de Gestão – 2019)


O conceito de accountability aplicado ao setor público, entre uma de suas acepções correntes, corresponde à

a) relação de legitimidade dos governantes para o exercício do poder.

b) capacidade dos governantes de decidir e implementar políticas públicas.

c) prestação de contas pelos agentes públicos aos cidadãos e responsabilização por sua atuação.
d) aplicação de mecanismos privados na gestão financeira da Administração.

e) adoção do orçamento por resultados, a partir da convergência com normas de contabilidade privada.

COMENTÁRIO:

Toda vez que vir o conceito de accountability quero que se lembre de três valores: a) transparência; b) dever de
prestar contas; c) responsabilização dos gestores. Lembrando disso você conseguirá resolver as questões
acerta dessa tema.

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Vamos analisar as alternativas:

Alternativa A. Errado. Conceito de governabilidade.


Alternativa B. Errado. Conceito de governança.

Alternativa C. Certo.

Alternativa D. Errado. Nenhuma relação com o conceito de accountability.

Alternativa E. Errado. O orçamento por resultados é um exemplo de prática da gestão para resultados.

Gabarito: C

4. FCC – Prefeitura do Recife – Analista de Gestão – 2019)

Os conceitos de governança e governabilidade ganharam bastante ênfase nos últimos anos, sendo que

a) ambos os conceitos estão ligados ao exercício do poder, sendo que a governabilidade é aferida através do
voto e a governança se expressa e pode ser medida mediante instrumentos de participação popular.

b) governança é um conceito aplicável exclusivamente às organizações privadas, o qual quando transposto para
o setor público, assume a conotação de governabilidade dada as peculiaridades envolvidas nas relações
públicas.

c) governabilidade possui caráter instrumental, representando as relações entre os agentes, públicos e


privados, que sustentam a governança enquanto condição de natureza estritamente política.
d) governabilidade está ligada à capacidade política e às condições efetivas para governar derivadas da relação
de legitimidade do governo junto à sociedade, enquanto a governança envolve o modo como o governo se
organiza para atuar.
e) apenas a governança é um atributo da atuação administrativa, sendo a governabilidade um efeito
meramente circunstancial e exógeno.

COMENTÁRIO:
Questão clássica! Aborda a diferença entre os conceitos de governança e governabilidade. Associe governança
à capacidade instrumento de um governo de implantar as políticas públicas (braço operacional da
governabilidade). A governabilidade, por outro lado, quero que você lembre de legitimidade, de poder político.
Tudo bem?
Vamos analisar cada uma das alternativas:

Alternativa A. Errado. Apenas a governabilidade está ligada ao exercício do poder.

Alternativa B. Errado. O conceito de governança é aplicável tanto dentro do setor público, quanto dentro do
setor privado.

Alternativa C. Errado. A governança que possui caráter instrumental em relação à governabilidade. A


alternativa inverte as coisas.

Alternativa D. Certo. Perfeita a alternativa!

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Alternativa E. Errado. A governabilidade não é meramente circunstancial. Segundo Matias-Pereira, a


governabilidade refere-se às condições sistêmicas mais gerais, por meio das quais se dá o exercício do poder
em uma sociedade.

Gabarito: D

5. FCC – Prefeitura do Recife – Analista de Gestão – 2019)

Com o advento do modelo de Administração pública gerencial, o cidadão passou a ser o foco da atuação
administrativa. Nesse cenário, alguns conceitos ganharam ênfase no setor público, como o de accountability,
diretamente ligado à

a) governabilidade, consistindo no funcionamento pleno e harmônico das instituições públicas, assegurando os


direitos dos cidadãos.

b) transparência, correspondendo à obrigação de prestação de contas, pelos agentes públicos, dos resultados
das ações governamentais.
c) sustentabilidade financeira das ações públicas, notadamente a forma como são geridos os recursos oriundos
da sociedade.

d) governança, correspondendo à relação instrumental entre os diversos agentes envolvidos na atuação


administrativa, inclusive aqueles do setor privado.
e) responsabilidade fiscal, significando o pleno cumprimento de metas pré-estabelecidas pelo Governo em seu
planejamento orçamentário.

COMENTÁRIO:

Toda vez que vir o conceito de accountability quero que se lembre de três valores: a) transparência; b) dever de
prestar contas; c) responsabilização dos gestores. Lembrando disso você conseguirá resolver as questões
acerta dessa tema.
Nesse caso, apenas uma das alternativas traz um desses valores, qual seja a alternativa “B”, a qual trata sobre
a transparência e a obrigação de prestar contas.

Gabarito: B

6. FCC – DPE AM – Analista em Gestão – 2018)


Os conceitos de governança e de accountability, quando aplicados às organizações públicas, dizem respeito,
entre outros aspectos, respectivamente,

a) capacidade de implementar políticas públicas e responsabilização dos agentes públicos.

b) organograma representativo do conjunto de instituições que governam e indicadores de desempenho fiscal.


c) índices de aprovação popular ou social e prestação de contas ao cidadão.

d) poder formal, outorgado com base na legislação e poder efetivo, decorrente da legitimidade junto à
sociedade.

e) sistema de freios e contrapesos entre os diferentes Poderes e gestão por resultados.

COMENTÁRIO:

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Alternativa A. Correto. A alternativa descreve corretamente cada um dos conceitos. Governança: capacidade
de implementar políticas públicas e accountability: responsabilização dos agentes públicos.
Alternativa B. Errado. A alternativa não descreve nenhum dos dois conceitos corretamente.

Alternativa C. Errado. Índices de aprovação popular estão mais relacionados ao conceito de governabilidade.
Prestação de contas ao cidadão é, de fato, uma das dimensões da accountability.

Alternativa D. Errado. Descreve uma característica da governabilidade.

Alternativa E. Errado. Sistema de freis e contrapesos: accountability horizontal. Gestão por resultados não se
relaciona com accountability.

Gabarito: A

7. FCC – DPE AM – Técnico de Defensoria – 2018)

Ao influxo da Reforma do Aparelho do Estado, implementada em meados dos anos 1990, buscava-se um novo
paradigma para a atuação da Administração pública, com a aplicação de conceitos como o de accountability,
que, em uma de suas acepções correntes,

a) significa a governança, entendida como o relacionamento entre todos os agentes públicos envolvidos.

b) é sinônimo de governabilidade, correspondendo às próprias condições de exercício do poder.


c) corresponde ao denominado orçamento por resultados, vinculado a ações estratégicas.
d) significa obrigação de prestar contas, respondendo por uma responsabilidade outorgada.
e) significa a somatória de ações estratégicas, metas e indicadores fixados para melhoria dos serviços públicos.

COMENTÁRIO:
Percebe como as questões são repetitivas nesse assunto? Já aprendemos que o conceito de accountability
engloba de três valores: a) transparência; b) dever de prestar contas; c) responsabilização dos gestores.

Nesse caso, apenas uma das alternativas traz um desses valores, qual seja a alternativa “D”, a qual trata sobre
a transparência e a obrigação de prestar contas.
Alternativa A. Errado. Governança = capacidade de implementar políticas públicas.

Alternativa B. Errado. Governabilidade = condições mais gerais e sistêmicas do exercício do poder.

Alternativa C. Errado. Orçamento por resultados é um instrumento da gestão para resultados

Alternativa D. Certo.
Alternativa E. Errado. Descreve a gestão para resultados.

Gabarito: D

8. FCC – SEAD/AP – Assistente Administrativo – 2018)


Desde a reforma gerencial, que se consolidou nos anos de 1990, a Administração pública passou, cada vez mais,
a pautar-se pela busca da excelência e, nesse contexto, um dos conceitos aplicáveis é o de accountability, que,
em sua acepção corrente, está relacionado

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a) ao aumento de produtividade no setor público, com redução de custos.

b) à transparência e prestação de contas pela Administração em relação às suas ações.


c) à aplicação das regras de contabilidade privada aos orçamentos públicos.

d) à remuneração dos servidores baseada em resultados e cumprimento de metas.

e) ao gerenciamento de serviços públicos por entidades privadas sem fins lucrativos.

COMENTÁRIO:

Percebe como as questões são repetitivas nesse assunto? Já aprendemos que o conceito de accountability
engloba de três valores: a) transparência; b) dever de prestar contas; c) responsabilização dos gestores.

Nesse caso, apenas uma das alternativas traz um desses valores, qual seja a alternativa “B”, a qual trata sobre
a transparência e a obrigação de prestar contas.

Gabarito: B

9. FCC – TRT 21ª Região – Técnico Judiciário – 2017)


Os conceitos de governança e governabilidade, embora não coincidentes, são indissociáveis e
complementares, sendo aplicados, cada qual, em diferentes contextos. Nesse sentido, considere:

I. Governança, em uma de suas acepções, representa o modo como as organizações são administradas e
controladas e como interagem com as partes interessadas.
II. Governabilidade refere-se às condições substantivas do exercício do poder e legitimidade do governo,
derivada da relação com a sociedade.

III. Governança e governabilidade podem ser fundidas em um único metaconceito, correspondente a


accountability, própria dos governos democráticos.
Está correto o que consta APENAS em

a) I e II.
b) III.
c) I e III.

d) II e III.

e) II.

COMENTÁRIO:
As afirmações I e II apresentam ótimos conceitos de governança e governabilidade, respectivamente. A
afirmação III, contudo, está errada.

O conceito accountability é composto, basicamente, pelas seguintes ideias: transparência + dever de prestar
contas + responsabilização dos gestores.

Gabarito: A

10. FCC – TRT 24ª Região – Analista Judiciário – 2017 - ADAPTADA)

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Governança, que é sinônimo de governabilidade, e corresponde à legitimidade política.

COMENTÁRIO:
Governança e governabilidade não são sinônimos. A legitimidade política está relacionada ao conceito de
governabilidade.

Gabarito: ERRADO

11.FCC – COPERGÁS – Auxiliar Administrativo – 2016)


Um dos aspectos inerentes ao conceito de Accountability, aplicável no âmbito da Administração pública refere-
se à

a) contabilidade.

b) finanças.

c) orçamento.

d) redução de custos.
e) responsabilização dos agentes públicos.

COMENTÁRIO:

O conceito accountability é composto, basicamente, pelas seguintes ideias: transparência + dever de prestar
contas + responsabilização dos gestores.
Gabarito: E

12. FCC – COPERGÁS – Técnico Operacional – 2016)


A expressão Accountability, que passou a ser muito aplicada no âmbito da Administração pública ao influxo da
implementação do modelo gerencial diz respeito a
a) instrumentos de mensuração da vontade da sociedade.

b) mecanismos de obtenção da participação popular.

c) estratégias de redução de custos e melhoria do serviço público.

d) medidas de controle de gastos e responsabilidade fiscal.


e) prestação de contas e responsabilização dos agentes públicos.

COMENTÁRIO:
O conceito accountability é composto, basicamente, pelas seguintes ideias: transparência + dever de prestar
contas + responsabilização dos gestores.

Gabarito: E

13.FCC – COPERGÁS - Analista – 2016)

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Temas que vêm ganhando grande relevância no debate relativo ao aprimoramento da atuação da
Administração pública e, notadamente, das empresas estatais, são os conceitos de governança e accountability
que, entre outros aspectos, contemplam, respectivamente,

a) legitimidade dos administradores e controle de gastos.

b) visão de futuro e geração de valor.

c) representatividade dos cidadãos e responsabilidade fiscal.

d) diretrizes claras e sustentabilidade.

e) transparência e responsabilização dos administradores.

COMENTÁRIO:

Alternativa A. Errado. Legitimidade = governabilidade.

Alternativa B. Errado. Alternativa não apresenta características de nenhum dos conceitos.


Alternativa C. Errado. Representatividade dos cidadãos está mais relacionada ao conceito de governabilidade.
Podemos considerar a responsabilidade fiscal como um aspecto dentro da accountability.

Alternativa D. Errado. Alternativa não apresenta características de nenhum dos conceitos.

Alternativa E. Correto. Transparência é um dos princípios de governança. O conceito accountability é


composto, basicamente, pelas seguintes ideias: transparência + dever de prestar contas + responsabilização
dos gestores.

Gabarito: E

14. FCC – DPE SP – Administrador – 2015)


É correto afirmar que a accountability
a) vertical compreende o controle exercido pelo Legislativo sobre o Executivo.

b) vertical compreende o controle exercido pela administração direta sobre a indireta.


c) horizontal compreende o controle exercido pelo Judiciário sobre o Executivo.
d) horizontal compreende o controle exercido por meio de plebiscito e referendos.

e) horizontal compreende o controle exercido pelos cidadãos por meio do voto.

COMENTÁRIO:

Alternativa A. Errado. Trata-se de accountability horizontal.


Alternativa B. Errado. Trata-se de accountability horizontal.

Alternativa C. Correto. Controle exercido por órgão de mesmo nível ou autônomo enquadra-se dentro do tipo
de accountability horizontal.

Alternativa D. Errado. Trata-se de accountability vertical.


Alternativa D. Errado. Trata-se de accountability vertical.

Gabarito: C

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15.CESPE – CGM João Pessoa – Técnico Municipal de Controle Interno – 2018)


Estruturas de governança servem para maximizar conflitos, alinhar ações e trazer mais segurança à instituição.

COMENTÁRIO:

As estruturas de governança servem para minimizar os conflitos e alinhas ações na relação principal-agente de
forma a trazer mais segurança à instituição.

Gabarito: ERRADO

16. CESPE – CGM João Pessoa – Técnico Municipal de Controle Interno – 2018)

Entre os tipos de estruturas compreendidas pela governança incluem-se as estruturas administrativa, política,
econômica, social, ambiental, legal, as quais servem para garantir que as partes interessadas definam objetivos
e alcancem resultados.
COMENTÁRIO:

Os diferentes tipos de estruturas de governança destinam-se à avaliar, direcionar e monitorar a atuação da


gestão para que elas definam objetivos e alcancem os resultados esperados pela sociedade.
Gabarito: CERTO

17.CESPE – STJ – Técnico Judiciário – 2018)


O gestor público promove a governança ao prever o atendimento às práticas de accountability, dimensão que
se refere à capacidade de execução das ações gerenciais de um órgão público.

COMENTÁRIO:
Vejamos por partes:

“O gestor público promove a governança ao prever o atendimento às práticas de accountability” – Certo.

Um dos princípios da governança é a accountability, segundo o IBGC.


“dimensão que se refere à capacidade de execução das ações gerenciais de um órgão público” – Errado.

Accountability não se refere à capacidade de execução de ações gerenciais. Longe disso! Accountability é um
termo em inglês que congrega três dimensões: informação (transparência), justificação (dever de prestar
contas) e punição.

Gabarito: ERRADO

18. CESPE – ANEEL – Analista Administrativo – 2010)

Todas as informações que influem nos processos decisórios das organizações devem ser de conhecimento
exclusivo da governança corporativa.
COMENTÁRIO:

Devemos lembrar que, dentre os princípios de Governança, temos a transparência. Assim, as informações não
devem ser de conhecimento exclusivo da governança, pelo contrário, devem ser difundidas pela estrutura

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organizacional. É evidente que excepcionalmente, podem existir informações sensível, porém recorde sempre
que a regra é a transparência.
Para relembrar os princípios da governança corporativa, temos nosso famoso: TRE/PR.

▪ Transparência
▪ Equidade
▪ Prestação de contas
▪ Responsabilidade Corporativa

Gabarito: ERRADO

19. CESPE – SEFAZ/ES – Consultor do Executivo – 2008)

Os princípios básicos que inspiram este código das melhores práticas de governança corporativa são:
transparência (disclosure), equidade (fairness), prestação de contas (accountability) e responsabilidade
corporativa (compliance).

COMENTÁRIO:
Mais uma questão que exige o conhecimento dos princípios de Governança. Não vai esquecer, né? Nosso
famoso: TRE/PR.

▪ Transparência
▪ Equidade
▪ Prestação de contas
▪ Responsabilidade Corporativa

Gabarito: CERTO

20. CESPE – MDS – Técnico de Nível Superior – 2006)


O termo governabilidade está associado às condições políticas de gestão do Estado, enquanto governança
refere-se às condições administrativas de gestão do aparelho estatal.

COMENTÁRIO:

O enunciado sintetiza exatamente os conceitos de governabilidade e de governança dentro do contexto do


setor público.

Gabarito: CERTO

21. FGV – CODEBA – Analista Portuário – 2016)

Os elementos a seguir conformam os conceitos básicos para as boas práticas de governança corporativa, à
exceção de um. Assinale-o.

a) Compliance.
b) Accountability.

c) Transparência.

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d) Efetividade.

e) Equidade.
COMENTÁRIO:

Questão que pode ser respondida por meio do conhecimento dos princípios de governança corporativa
segundo o IBGC. Nosso famoso: TRE/PR.

▪ Transparência
▪ Equidade
▪ Prestação de contas
▪ Responsabilidade Corporativa

Gabarito: D

22. FGV – CODEMIG – Analista de Desenvolvimento Econômico – 2015)

Conforme apresenta o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, os quatro princípios básicos da


governança corporativa são transparência, equidade, responsabilidade corporativa e prestação de contas.
Nesse contexto, o princípio da equidade significa que a organização:

a) não deve fugir às características especificadas pela sua missão;


b) deve tratar de forma igual e justa todos os seus acionistas;
c) deve realizar benchmarkings periódicos para manter a padronização dos processos;

d) deve garantir uma produção de bens ou serviços com base nas regras do ISO 9001;

e) deve buscar uma divisão igualitária de recursos para todos os seus funcionários.
COMENTÁRIO:
A partir da definição do IBGC temos equidade como: “tratamento justo e isonômico de todos os sócios e
demais partes interessadas (stakeholders), levando em consideração seus direitos, deveres, necessidades,
interesses e expectativas”.
Veja que a partir do conceito temos como correta a alternativa B. Sobre a alternativa “E” é importante destacar
que o tratamento isonômico proposto pela equidade é amplo (envolve direitos, deveres, necessidades,
interesses e expectativas). Não se restringe, portanto, a uma divisão de recursos.

Gabarito: B

23.FGV – DPE/MT – Analista – 2015)


Os modelos de governança preconizados devem agregar elementos que visem garantir aos interessados
(stakeholders) uma gestão organizacional com equidade (fairness), transparência (disclosure) e
responsabilidade pelos resultados (accountability) num ambiente de cumprimento às normas (compliance).

Com relação à função compliance, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
( ) Complementa as funções da auditoria interna mantendo a sua independência e sem gerar superposição de
funções.

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( ) “Estar em compliance” significa seguir as leis e normas para o setor, independentemente dos regulamentos
internos de cada instituição.
( ) A perda de reputação por ações com impacto negativo para stakeholders caracteriza um elemento de “risco
de compliance”.

As afirmativas são, respectivamente,

a) V, V e F.

b) V, V e V.

c) V, F e V.

d) F, F e V.

e) F, V e F.

COMENTÁRIO:
(V) Complementa as funções da auditoria interna mantendo a sua independência e sem gerar superposição
de funções

As funções de compliance não se confunde com as funções de auditoria interna. Em conjunto, esses dois
mecanismos de governança contribuem para que a organização atinja os seus resultados.
(F) “Estar em compliance” significa seguir as leis e normas para o setor, independentemente dos
regulamentos internos de cada instituição.

O compliance inclui o cumprimento dos regulamentos internos de cada instituição.

(V) A perda de reputação por ações com impacto negativo para stakeholders caracteriza um elemento de
“risco de compliance”.

O risco de compliance envolve não apenas as sanções regulamentares, mas também as sanções que afetam a
reputação da empresa. O exemplo interessante ocorreu com a Nike quando a empresa foi acusada de utilizar
mão de obra escrava. Muito além das sanções legais, a “mancha” à reputação da marca afeta diretamente a
sustentabilidade da empresa no longo prazo.
Gabarito: C

24. FGV – CM CARUARU - Analista Legislativo – 2015)

Estar em “compliance” é estar em conformidade com leis e regulamentos externos e internos da organização
ou instituição. Compliance tem sido uma expressão bastante utilizada ultimamente e gerou uma corrida em
diversas organizações para a absorção do conceito e a implementação de estruturas, processos e mecanismos
que o garantam.

A função compliance envolve as atividades listadas a seguir, à exceção de uma. Assinale-a.


a) Assumir as funções de auditoria interna na organização.

b) Avaliar os riscos do negócio referentes às regras estabelecidas.

c) Avaliar a conformidade entre normas externas, internas e políticas corporativas.


d) Reportar-se diretamente ao Conselho e à Alta Administração sem intervenção ou veto de outras áreas

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e) Agir para integrar governança corporativa, gestão de riscos e os controles da instituição, orientados para a
sua estratégia.
COMENTÁRIO:

Compliance consiste na “conformidade no cumprimento de normas reguladoras, expressas nos estatutos


sociais, nos regimentos internos e nas instituições legais do país.”

Apesar de relacionado, o compliance não se confunde com a auditoria interna. São mecanismos de
governança diferentes e que contribuem para que a organização atinja os seus objetivos, por isso a única
alternativa errada é a alternativa A.

Gabarito: A

25.FCC – Prefeitura de Recife – Analista de Planejamento – 2019)


Um dos conceitos contemporâneos ligados à gestão de riscos no âmbito das organizações públicas e privadas
é o de compliance, que significa
a) mecanismo de aplicação de sanções aos responsáveis por condutas antiéticas e responsabilização judicial.

b) compromisso com as finalidades institucionais, objetivando evitar o risco de baixa produtividade.

c) controle de qualidade, focado na prevenção e tratamento dos riscos de perdas e de falhas de produção.
d) atuação conforme as normas e regras fixadas, tendo como escopo evitar fraudes, ilícitos e desvios de
conduta.
e) governança corporativa, ou seja, o envolvimento de todos os stakeholders (agentes) no processo decisório

COMENTÁRIO:
Compliance significa “conformidade no cumprimento de normas reguladoras, expressas nos estatutos
sociais, nos regimentos internos e nas instituições legais do país.”. A alternativa que melhor descreve esse
conceito é a alternativa D.
Para recordar de forma simplificada:
Compliance = Conformidade + Conduta ética/Íntegra

Gabarito: D

26. FCC – DPE RR – Administrador – 2015)

Um tema bastante atual é o da governança das entidades integrantes da Administração pública. Naquelas que
atuam em regime de competição no mercado, como as sociedades de economia mista, propõem-se a adoção
das denominadas boas práticas de governança corporativa, que tem entre seus pilares:

I. Conformidade às regras ou cumprimento das normas, conhecida pela expressão compliance.


II. Prestação de contas e correspondente responsabilização por atos e omissões, denominada accountability.

III. Economicidade, buscando o aumento de competitividade e a perenização da instituição.


IV. Equidade, objetivando o tratamento justo de todos os sócios e demais partes interessadas.

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Está correto o que se afirma APENAS em

a) II e IV.
b) I e III.

c) I, II e III.

d) I, II e IV.

e) III e IV.

COMENTÁRIO:

A questão cobra, basicamente, os princípios de governança conforme o IBGC. Vamos relembrá-los:

IBGC Banco Mundial

Transparência (disclosure) Transparência

Equidade (fairness) Equidade

Prestação de contas
Accountability
(Accountability)

Responsabilidade corporativa –
Conformidade às regras Responsabilidade
(compliance)

Legitimidade

Eficiência

Probidade

Note que não existe o princípio da economicidade dentro da governança. As demais afirmações estão corretas.
Gabarito: D

27.ESAF – CGU – Analista de Finanças e Controle – 2012)


Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC, governança corporativa é o sistema pelo qual
as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários,
Conselho de Administração, Diretoria e órgãos de controle. Nesse contexto, também aponta o IBGC os
seguintes princípios básicos de governança corporativa, todos passíveis de aproveitamento no âmbito do setor
público, exceto:

a) Equidade.
b) Responsabilidade Corporativa.

c) Legalidade e Legitimidade.

d) Transparência.

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e) Prestação de Contas (accountability).

COMENTÁRIO:
A questão pede que o candidato assinale os princípios segundo o IBGC. Trata-se do famoso TRE/PR:

▪ Transparência
▪ Equidade
▪ Prestação de contas
▪ Responsabilidade Corporativa

Perceba que, dentre os princípios descritos pelo IBGC, não temos a legalidade e legitimidade. Esses valores de
certa forma estão embutidos dentro do princípio da Responsabilidade Corporativa.

Outro ponto interessante de pontuar é que os princípios do IBGC estão voltados principalmente para o setor
privado (Governança Corporativa). No setor público, o conceito de governança (Governança Pública) assume
peculiaridades.

Gabarito: C

28. UFMT – TJ/MT – Analista Judiciário – 2016)

A busca pela ética, moral e transparência na Administração Pública tem sido meta para o setor público e para
toda a sociedade. Qual o nome do conjunto de mecanismos e procedimentos que levam os decisores
governamentais a prestar contas dos resultados de suas ações, garantindo maior transparência e exposição
pública?

a) Governabilidade
b) Governança
c) Accountability

d) Compliance
COMENTÁRIO:
Opa, prestação de contas é na versão chique “accountability”.

▪ Prestação de Contas (accountability): Os agentes de governança devem prestar contas de sua atuação
de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, assumindo integralmente as consequências de
seus atos e omissões e atuando com diligência e responsabilidade no âmbito dos seus papéis.

Gabarito: C

29. IFMS – IFMS – Administrador – 2019)


Para Carvalho (2002), os princípios de governança corporativa são um conjunto de valores e regras que embasa
a governança corporativa no sentido de orientar a gestão para que possa atender aos interesses dos
stakeholders envolvidos. Assinale a alternativa que apresente os princípios fundamentais da governança
corporativa.
a) Adesão Voluntária, Gestão Democrática, Participação e Autonomia

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b) Transparência, Equidade, Prestação de Contas e Responsabilidade Corporativa

c) Educação, Disposição, Agilidade e Superação


d) Aprender a Conhecer, Aprender a Fazer, Aprender a Viver e Aprender a Ser

e) Todas estão corretas.

COMENTÁRIO:

A questão pede que o candidato assinale os princípios segundo o IBGC. Trata-se do famoso TRE/PR:

▪ Transparência
▪ Equidade
▪ Prestação de contas
▪ Responsabilidade Corporativa

Acho que já percebeu que esse trem é MUITO cobrado em provas, né?
Gabarito: B

30. CONSEAC – UFF – Administrador – 2019)

A governança corporativa utiliza vários mecanismos internos, tais como concentração da propriedade,
Conselho de Administração e remuneração dos executivos. O Conselho de Administração é um grupo de
pessoas que são eleitas e cuja principal responsabilidade é agir no interesse dos proprietários monitorando e
controlando formalmente os executivos de alto nível da organização. Os executivos de alto nível, ativos na
organização, eleitos para o quadro de diretoria por constituírem uma fonte de informação sobre as operações
diárias da organização, pertencem ao seguinte grupo do Conselho de Administração:
a) insiders.
b) outsiders.

c) outsiders relacionados.
d) colegiado pleno.
e) shareholders principais.

COMENTÁRIO:

Os conselheiros de administração podem ser classificados em três grupos: internos (Insiders), externos
(Outsiders) e independentes.
Se os indivíduos integram a diretoria da organização (“executivos de alto nível, ativos na organização, eleitos
para o quadro de diretoria”) são exemplos de conselheiros insiders.

Gabarito: A

31.UFAC – UFAC – Assistente em Administração -2019)

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A _________________ remete à obrigação de membros de um órgão administrativo ou representativo de


prestar contas a instâncias controladoras ou a seus representados (sociedade como um todo ou a própria
administração). Estamos falando de:

a) Efetividade.

b) Governança.

c) Accountability.

d) Fixação de Despesas.

e) Contraprestação Direta.

COMENTÁRIO:

Opa, prestação de contas é na versão chique “accountability”.

▪ Prestação de Contas (accountability): Os agentes de governança devem prestar contas de sua atuação
de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, assumindo integralmente as consequências de
seus atos e omissões e atuando com diligência e responsabilidade no âmbito dos seus papéis.

Gabarito: C

32.IADES – BRB – Escriturário – 2019)


Assinale a alternativa que indica os objetivos da função de compliance em uma instituição financeira.

a) Assegurar que a instituição atue em conformidade com a legislação, com as normativas dos órgãos
reguladores e com os regulamentos internos, de modo a garantir a eficiência, a eficácia e a confiabilidade
organizacional.
b) Garantir que as estratégias empresariais se completem segundo o cronograma planejado.
c) Incrementar o acesso a novos clientes por meio do aumento da gama de serviços ofertados.

d) Assegurar o retorno financeiro dos investimentos de clientes e acionistas por meio de redução da burocracia
e extinção de atividades-meio com finalidade de controle interno.

e) Completar o quadro de pessoal com ações de recrutamento, seleção e contratação de mão de obra
especializada e capacitada para atividades relacionadas ao core business da instituição.

COMENTÁRIO:

Compliance significa “conformidade no cumprimento de normas reguladoras, expressas nos estatutos


sociais, nos regimentos internos e nas instituições legais do país.”. A alternativa que melhor descreve esse
conceito é a alternativa A.

Para recordar de forma simplificada:


Compliance = Conformidade + Conduta ética/Íntegra

Gabarito: A

33.FEPESE – CELESC – Administrador – 2018)

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Sobre políticas de compliance no ambiente organizacional, é correto afirmar:

a) A política de compliance não tem relação direta com governança corporativa.


b) As políticas de compliance referem-se ao cumprimento de regras pré-estabelecidas (normas, leis, regras de
controles internos e externos, além de todas as políticas e diretrizes estabelecidas para o seu negócio).

c) A política de compliance tem sua ênfase principal na relação da empresa com o seu ambiente interno.

d) As políticas de compliance vêm sendo amplamente utilizadas por empresas no Brasil desde 1940.

e) As políticas de compliance são voltadas especialmente à área financeira e contábil das empresas.

COMENTÁRIO:

Alternativa A. Errado. O compliance é um dos princípios da governança corporativa.


Governança corporativa, basicamente, consiste no sistema pelo qual as companhias são dirigidas e controladas.
Os instrumentos de controle buscam evitar que os gestores ajam em prol de seus próprios interesses, o que
prejudicaria os interesses da empresa e seus acionistas. Nesse contexto, o compliance é um dos mecanismos
adotados para fortalecer a governança corporativa.
Alternativa B. Certo. A alternativa apresenta exatamente o conceito de compliance. Compliance = conformidade
com as regras e uma conduta ética/íntegra.
Alternativa C. Errado. As políticas de compliance são abrangentes e envolve a relação da empresa no ambiente
interno e no ambiente externo.
Alternativa D. Errado. O debate e a implantação de programas de compliance é bem recente. A maior parte dos
autores sugere que os primeiros programas de compliance foram adotados no Brasil a partir da década de 90.
Alternativa E. Errado. Não existe uma prevalência de área para os programas de compliance. As normas e
procedimentos devem ser obedecidos em todas as áreas.

Gabarito: B

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Lista de Questões
1. FCC – BANRISUL – Escriturário -2019)

Compliance é uma noção largamente utilizada no campo da ética empresarial e está associada à ideia, em sua
concepção mais ampla, de que

a) a lucratividade não é, nem pode ser, a finalidade única de uma empresa, ainda que seja um meio importante
para sua sobrevivência.

b) a empresa é corresponsável pelas condutas ilícitas de todos os seus funcionários, inclusive criminalmente.

c) as empresas devem se empenhar em cumprir e fazer cumprir as regras internas e externas que regem suas
atividades, incluindo as regras destinadas a prevenir e reprimir a corrupção.

d) as empresas de grande porte devem manter programas de responsabilidade social e dar-lhes visibilidade
pública.

e) as empresas públicas, de Administração direta ou indireta, têm o dever de adequação à política


governamental vigente em sua área de atuação.

2. FCC – Prefeitura do Recife – Analista de Planejamento, Orçamento e Gestão – 2019)

Nos debates entre as concepções sobre governabilidade e governança, presentes na atualidade, marque 1 para
a assertiva que define governabilidade, e, 2 para a assertiva que traz a definição sobre governança.

( ) Diz respeito à capacidade governativa em sentido amplo.


( ) Capacidade de ação estatal na implementação das políticas e na consecução de metas coletivas.

( ) Refere-se às condições sistêmicas mais gerais sob as quais se dá o exercício do poder em uma sociedade.

( ) Exercício da capacidade alargada de gestão das politicas públicas e do controle social sobre seus efeitos.

( ) Compreende a forma de governo, as relações entre os poderes, o sistema partidário e o equilíbrio entre as
forças políticas de oposição e situação.

Preenche corretamente as lacunas acima, de cima para baixo,


a) 1 − 2 − 1 − 2 − 2

b) 2 − 1 − 2 − 1 − 2

c) 1 − 2 − 1 − 2 − 1

d) 2 − 2 − 1 − 2 − 1

e) 1 − 1 − 2 − 2 – 1

3. FCC – Prefeitura do Recife – Analista de Gestão – 2019)


O conceito de accountability aplicado ao setor público, entre uma de suas acepções correntes, corresponde à

a) relação de legitimidade dos governantes para o exercício do poder.

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b) capacidade dos governantes de decidir e implementar políticas públicas.

c) prestação de contas pelos agentes públicos aos cidadãos e responsabilização por sua atuação.
d) aplicação de mecanismos privados na gestão financeira da Administração.

e) adoção do orçamento por resultados, a partir da convergência com normas de contabilidade privada.

4. FCC – Prefeitura do Recife – Analista de Gestão – 2019)

Os conceitos de governança e governabilidade ganharam bastante ênfase nos últimos anos, sendo que

a) ambos os conceitos estão ligados ao exercício do poder, sendo que a governabilidade é aferida através do
voto e a governança se expressa e pode ser medida mediante instrumentos de participação popular.
b) governança é um conceito aplicável exclusivamente às organizações privadas, o qual quando transposto para
o setor público, assume a conotação de governabilidade dada as peculiaridades envolvidas nas relações
públicas.

c) governabilidade possui caráter instrumental, representando as relações entre os agentes, públicos e


privados, que sustentam a governança enquanto condição de natureza estritamente política.

d) governabilidade está ligada à capacidade política e às condições efetivas para governar derivadas da relação
de legitimidade do governo junto à sociedade, enquanto a governança envolve o modo como o governo se
organiza para atuar.
e) apenas a governança é um atributo da atuação administrativa, sendo a governabilidade um efeito
meramente circunstancial e exógeno.

5. FCC – Prefeitura do Recife – Analista de Gestão – 2019)


Com o advento do modelo de Administração pública gerencial, o cidadão passou a ser o foco da atuação
administrativa. Nesse cenário, alguns conceitos ganharam ênfase no setor público, como o de accountability,
diretamente ligado à

a) governabilidade, consistindo no funcionamento pleno e harmônico das instituições públicas, assegurando os


direitos dos cidadãos.
b) transparência, correspondendo à obrigação de prestação de contas, pelos agentes públicos, dos resultados
das ações governamentais.

c) sustentabilidade financeira das ações públicas, notadamente a forma como são geridos os recursos oriundos
da sociedade.
d) governança, correspondendo à relação instrumental entre os diversos agentes envolvidos na atuação
administrativa, inclusive aqueles do setor privado.

e) responsabilidade fiscal, significando o pleno cumprimento de metas pré-estabelecidas pelo Governo em seu
planejamento orçamentário.

6. FCC – DPE AM – Analista em Gestão – 2018)


Os conceitos de governança e de accountability, quando aplicados às organizações públicas, dizem respeito,
entre outros aspectos, respectivamente,

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a) capacidade de implementar políticas públicas e responsabilização dos agentes públicos.

b) organograma representativo do conjunto de instituições que governam e indicadores de desempenho fiscal.


c) índices de aprovação popular ou social e prestação de contas ao cidadão.

d) poder formal, outorgado com base na legislação e poder efetivo, decorrente da legitimidade junto à
sociedade.

e) sistema de freios e contrapesos entre os diferentes Poderes e gestão por resultados.

7. FCC – DPE AM – Técnico de Defensoria – 2018)

Ao influxo da Reforma do Aparelho do Estado, implementada em meados dos anos 1990, buscava-se um novo
paradigma para a atuação da Administração pública, com a aplicação de conceitos como o de accountability,
que, em uma de suas acepções correntes,

a) significa a governança, entendida como o relacionamento entre todos os agentes públicos envolvidos.

b) é sinônimo de governabilidade, correspondendo às próprias condições de exercício do poder.


c) corresponde ao denominado orçamento por resultados, vinculado a ações estratégicas.

d) significa obrigação de prestar contas, respondendo por uma responsabilidade outorgada.

e) significa a somatória de ações estratégicas, metas e indicadores fixados para melhoria dos serviços públicos.

8. FCC – SEAD/AP – Assistente Administrativo – 2018)

Desde a reforma gerencial, que se consolidou nos anos de 1990, a Administração pública passou, cada vez mais,
a pautar-se pela busca da excelência e, nesse contexto, um dos conceitos aplicáveis é o de accountability, que,
em sua acepção corrente, está relacionado

a) ao aumento de produtividade no setor público, com redução de custos.

b) à transparência e prestação de contas pela Administração em relação às suas ações.

c) à aplicação das regras de contabilidade privada aos orçamentos públicos.

d) à remuneração dos servidores baseada em resultados e cumprimento de metas.

e) ao gerenciamento de serviços públicos por entidades privadas sem fins lucrativos.

9. FCC – TRT 21ª Região – Técnico Judiciário – 2017)

Os conceitos de governança e governabilidade, embora não coincidentes, são indissociáveis e


complementares, sendo aplicados, cada qual, em diferentes contextos. Nesse sentido, considere:

I. Governança, em uma de suas acepções, representa o modo como as organizações são administradas e
controladas e como interagem com as partes interessadas.

II. Governabilidade refere-se às condições substantivas do exercício do poder e legitimidade do governo,


derivada da relação com a sociedade.
III. Governança e governabilidade podem ser fundidas em um único metaconceito, correspondente a
accountability, própria dos governos democráticos.

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Está correto o que consta APENAS em

a) I e II.
b) III.

c) I e III.

d) II e III.

e) II.

10. FCC – TRT 24ª Região – Analista Judiciário – 2017 - ADAPTADA)

Governança, que é sinônimo de governabilidade, e corresponde à legitimidade política.

11.FCC – COPERGÁS – Auxiliar Administrativo – 2016)


Um dos aspectos inerentes ao conceito de Accountability, aplicável no âmbito da Administração pública refere-
se à

a) contabilidade.

b) finanças.
c) orçamento.

d) redução de custos.

e) responsabilização dos agentes públicos.

12. FCC – COPERGÁS – Técnico Operacional – 2016)

A expressão Accountability, que passou a ser muito aplicada no âmbito da Administração pública ao influxo da
implementação do modelo gerencial diz respeito a
a) instrumentos de mensuração da vontade da sociedade.

b) mecanismos de obtenção da participação popular.

c) estratégias de redução de custos e melhoria do serviço público.

d) medidas de controle de gastos e responsabilidade fiscal.


e) prestação de contas e responsabilização dos agentes públicos.

13.FCC – COPERGÁS - Analista – 2016)


Temas que vêm ganhando grande relevância no debate relativo ao aprimoramento da atuação da
Administração pública e, notadamente, das empresas estatais, são os conceitos de governança e accountability
que, entre outros aspectos, contemplam, respectivamente,
a) legitimidade dos administradores e controle de gastos.

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b) visão de futuro e geração de valor.

c) representatividade dos cidadãos e responsabilidade fiscal.


d) diretrizes claras e sustentabilidade.

e) transparência e responsabilização dos administradores.

14. FCC – DPE SP – Administrador – 2015)

É correto afirmar que a accountability

a) vertical compreende o controle exercido pelo Legislativo sobre o Executivo.

b) vertical compreende o controle exercido pela administração direta sobre a indireta.

c) horizontal compreende o controle exercido pelo Judiciário sobre o Executivo.


d) horizontal compreende o controle exercido por meio de plebiscito e referendos.

e) horizontal compreende o controle exercido pelos cidadãos por meio do voto.

15.CESPE – CGM João Pessoa – Técnico Municipal de Controle Interno – 2018)


Estruturas de governança servem para maximizar conflitos, alinhar ações e trazer mais segurança à instituição.

16. CESPE – CGM João Pessoa – Técnico Municipal de Controle Interno – 2018)
Entre os tipos de estruturas compreendidas pela governança incluem-se as estruturas administrativa, política,
econômica, social, ambiental, legal, as quais servem para garantir que as partes interessadas definam objetivos
e alcancem resultados.

17.CESPE – STJ – Técnico Judiciário – 2018)


O gestor público promove a governança ao prever o atendimento às práticas de accountability, dimensão que
se refere à capacidade de execução das ações gerenciais de um órgão público.

18. CESPE – ANEEL – Analista Administrativo – 2010)


Todas as informações que influem nos processos decisórios das organizações devem ser de conhecimento
exclusivo da governança corporativa.

19. CESPE – SEFAZ/ES – Consultor do Executivo – 2008)

Os princípios básicos que inspiram este código das melhores práticas de governança corporativa são:
transparência (disclosure), equidade (fairness), prestação de contas (accountability) e responsabilidade
corporativa (compliance).

20. CESPE – MDS – Técnico de Nível Superior – 2006)


O termo governabilidade está associado às condições políticas de gestão do Estado, enquanto governança
refere-se às condições administrativas de gestão do aparelho estatal.

21. FGV – CODEBA – Analista Portuário – 2016)

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Os elementos a seguir conformam os conceitos básicos para as boas práticas de governança corporativa, à
exceção de um. Assinale-o.
a) Compliance.

b) Accountability.

c) Transparência.

d) Efetividade.

e) Equidade.

22. FGV – CODEMIG – Analista de Desenvolvimento Econômico – 2015)


Conforme apresenta o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, os quatro princípios básicos da
governança corporativa são transparência, equidade, responsabilidade corporativa e prestação de contas.
Nesse contexto, o princípio da equidade significa que a organização:

a) não deve fugir às características especificadas pela sua missão;


b) deve tratar de forma igual e justa todos os seus acionistas;

c) deve realizar benchmarkings periódicos para manter a padronização dos processos;

d) deve garantir uma produção de bens ou serviços com base nas regras do ISO 9001;
e) deve buscar uma divisão igualitária de recursos para todos os seus funcionários.

23.FGV – DPE/MT – Analista – 2015)


Os modelos de governança preconizados devem agregar elementos que visem garantir aos interessados
(stakeholders) uma gestão organizacional com equidade (fairness), transparência (disclosure) e
responsabilidade pelos resultados (accountability) num ambiente de cumprimento às normas (compliance).

Com relação à função compliance, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.

( ) Complementa as funções da auditoria interna mantendo a sua independência e sem gerar superposição de
funções.

( ) “Estar em compliance” significa seguir as leis e normas para o setor, independentemente dos regulamentos
internos de cada instituição.

( ) A perda de reputação por ações com impacto negativo para stakeholders caracteriza um elemento de “risco
de compliance”.

As afirmativas são, respectivamente,


a) V, V e F.

b) V, V e V.

c) V, F e V.

d) F, F e V.
e) F, V e F.

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24. FGV – CM CARUARU - Analista Legislativo – 2015)


Estar em “compliance” é estar em conformidade com leis e regulamentos externos e internos da organização
ou instituição. Compliance tem sido uma expressão bastante utilizada ultimamente e gerou uma corrida em
diversas organizações para a absorção do conceito e a implementação de estruturas, processos e mecanismos
que o garantam.

A função compliance envolve as atividades listadas a seguir, à exceção de uma. Assinale-a.

a) Assumir as funções de auditoria interna na organização.

b) Avaliar os riscos do negócio referentes às regras estabelecidas.


c) Avaliar a conformidade entre normas externas, internas e políticas corporativas.

d) Reportar-se diretamente ao Conselho e à Alta Administração sem intervenção ou veto de outras áreas

e) Agir para integrar governança corporativa, gestão de riscos e os controles da instituição, orientados para a
sua estratégia.

25.FCC – Prefeitura de Recife – Analista de Planejamento – 2019)


Um dos conceitos contemporâneos ligados à gestão de riscos no âmbito das organizações públicas e privadas
é o de compliance, que significa

a) mecanismo de aplicação de sanções aos responsáveis por condutas antiéticas e responsabilização judicial.

b) compromisso com as finalidades institucionais, objetivando evitar o risco de baixa produtividade.


c) controle de qualidade, focado na prevenção e tratamento dos riscos de perdas e de falhas de produção.

d) atuação conforme as normas e regras fixadas, tendo como escopo evitar fraudes, ilícitos e desvios de
conduta.

e) governança corporativa, ou seja, o envolvimento de todos os stakeholders (agentes) no processo decisório

26. FCC – DPE RR – Administrador – 2015)

Um tema bastante atual é o da governança das entidades integrantes da Administração pública. Naquelas que
atuam em regime de competição no mercado, como as sociedades de economia mista, propõem-se a adoção
das denominadas boas práticas de governança corporativa, que tem entre seus pilares:
I. Conformidade às regras ou cumprimento das normas, conhecida pela expressão compliance.

II. Prestação de contas e correspondente responsabilização por atos e omissões, denominada accountability.

III. Economicidade, buscando o aumento de competitividade e a perenização da instituição.

IV. Equidade, objetivando o tratamento justo de todos os sócios e demais partes interessadas.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) II e IV.

b) I e III.
c) I, II e III.

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d) I, II e IV.

e) III e IV.

27.ESAF – CGU – Analista de Finanças e Controle – 2012)


Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC, governança corporativa é o sistema pelo qual
as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários,
Conselho de Administração, Diretoria e órgãos de controle. Nesse contexto, também aponta o IBGC os
seguintes princípios básicos de governança corporativa, todos passíveis de aproveitamento no âmbito do setor
público, exceto:
a) Equidade.

b) Responsabilidade Corporativa.

c) Legalidade e Legitimidade.

d) Transparência.
e) Prestação de Contas (accountability).

28. UFMT – TJ/MT – Analista Judiciário – 2016)

A busca pela ética, moral e transparência na Administração Pública tem sido meta para o setor público e para
toda a sociedade. Qual o nome do conjunto de mecanismos e procedimentos que levam os decisores
governamentais a prestar contas dos resultados de suas ações, garantindo maior transparência e exposição
pública?

a) Governabilidade

b) Governança

c) Accountability

d) Compliance

29. IFMS – IFMS – Administrador – 2019)

Para Carvalho (2002), os princípios de governança corporativa são um conjunto de valores e regras que embasa
a governança corporativa no sentido de orientar a gestão para que possa atender aos interesses dos
stakeholders envolvidos. Assinale a alternativa que apresente os princípios fundamentais da governança
corporativa.

a) Adesão Voluntária, Gestão Democrática, Participação e Autonomia

b) Transparência, Equidade, Prestação de Contas e Responsabilidade Corporativa

c) Educação, Disposição, Agilidade e Superação

d) Aprender a Conhecer, Aprender a Fazer, Aprender a Viver e Aprender a Ser

e) Todas estão corretas.

30. CONSEAC – UFF – Administrador – 2019)

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A governança corporativa utiliza vários mecanismos internos, tais como concentração da propriedade,
Conselho de Administração e remuneração dos executivos. O Conselho de Administração é um grupo de
pessoas que são eleitas e cuja principal responsabilidade é agir no interesse dos proprietários monitorando e
controlando formalmente os executivos de alto nível da organização. Os executivos de alto nível, ativos na
organização, eleitos para o quadro de diretoria por constituírem uma fonte de informação sobre as operações
diárias da organização, pertencem ao seguinte grupo do Conselho de Administração:

a) insiders.

b) outsiders.

c) outsiders relacionados.
d) colegiado pleno.

e) shareholders principais.

31.UFAC – UFAC – Assistente em Administração -2019)


A _________________ remete à obrigação de membros de um órgão administrativo ou representativo de
prestar contas a instâncias controladoras ou a seus representados (sociedade como um todo ou a própria
administração). Estamos falando de:
a) Efetividade.
b) Governança.

c) Accountability.

d) Fixação de Despesas.

e) Contraprestação Direta.

32.IADES – BRB – Escriturário – 2019)


Assinale a alternativa que indica os objetivos da função de compliance em uma instituição financeira.

a) Assegurar que a instituição atue em conformidade com a legislação, com as normativas dos órgãos
reguladores e com os regulamentos internos, de modo a garantir a eficiência, a eficácia e a confiabilidade
organizacional.

b) Garantir que as estratégias empresariais se completem segundo o cronograma planejado.

c) Incrementar o acesso a novos clientes por meio do aumento da gama de serviços ofertados.

d) Assegurar o retorno financeiro dos investimentos de clientes e acionistas por meio de redução da burocracia
e extinção de atividades-meio com finalidade de controle interno.

e) Completar o quadro de pessoal com ações de recrutamento, seleção e contratação de mão de obra
especializada e capacitada para atividades relacionadas ao core business da instituição.

33.FEPESE – CELESC – Administrador – 2018)


Sobre políticas de compliance no ambiente organizacional, é correto afirmar:
a) A política de compliance não tem relação direta com governança corporativa.

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b) As políticas de compliance referem-se ao cumprimento de regras pré-estabelecidas (normas, leis, regras de


controles internos e externos, além de todas as políticas e diretrizes estabelecidas para o seu negócio).
c) A política de compliance tem sua ênfase principal na relação da empresa com o seu ambiente interno.

d) As políticas de compliance vêm sendo amplamente utilizadas por empresas no Brasil desde 1940.

e) As políticas de compliance são voltadas especialmente à área financeira e contábil das empresas.

Gabarito
1. C 18. E
2. D 19. C
3. C 20. C
4. D 21. D
5. B 22. B
6. A 23. C
7. D 24. A
8. B 25. D
9. A 26. D
10. E 27. C
11. E 28. C
12. E 29. B
13. E 30. A
14. C 31. C
15. E 32. A
16. C 33. B
17. E 34.

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Resumo direcionado

A origem da governança

A origem da governança está associada ao momento em que organizações deixaram de ser geridas
diretamente por seus proprietários (p. ex. donos do capital) e passaram à administração de terceiros, a quem foi
delegada autoridade e poder para administrar recursos pertencentes àqueles. Em muitos casos há divergência de
interesses entre proprietários e administradores, o que, em decorrência do desequilíbrio de informação, poder e
autoridade, leva a um potencial conflito de interesse entre eles, na medida em que ambos tentam maximizar seus
próprios benefícios.

Estruturas de governança

▪ Conselho de Administração é o principal componente do sistema de governança da organização à medida


que atua como guardião dos princípios, valores, objeto social e sistema de governança da organização
▪ A atribuição principal do auditor independente é emitir, observadas as disposições aplicáveis, opinião
sobre se as demonstrações financeiras preparadas pela administração representam adequadamente, em
todos os seus aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da organização
▪ O Conselho Fiscal é parte integrante do sistema de governança das organizações brasileiras. Pode ser
permanente ou não, conforme dispuser o estatuto. Representa um mecanismo de fiscalização
independente dos administradores para reporte aos sócios, instalado por decisão da assembleia geral,
cujo objetivo é preservar o valor da organização. Os conselheiros fiscais possuem poder de atuação
individual, apesar do caráter colegiado do órgão

Conceito e princípios de governança corporativa

Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas
e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de
fiscalização e controle e demais partes interessadas. As boas práticas de governança corporativa convertem
princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o
valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade
da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum. (Código das Melhores Práticas de Governança
Corporativa, IBGC, 5ª edição).

IBGC Banco Mundial

Transparência (disclosure) Transparência

Equidade (fairness) Equidade

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Prestação de contas
Accountability
(Accountability)

Responsabilidade
corporativa –
Responsabilidade
Conformidade às regras
(compliance)

Legitimidade

Eficiência

Probidade

Conceitos de Governabilidade e Governança no Setor Público

Governabilidade Governança
Capacidade política de governar derivada da relação de Capacidade que um governo possui para formular e implementar
legitimidade do Estado suas políticas

Condições substantivas e materiais de exercício do poder Capacidade técnica de ferir os recursos públicos

Diz respeito à forma de governo, à relação Executivo – Legislativo;


Mecanismos formais e informais para operacionalizar as políticas
a composição, formação e dinâmica do sistema partidário e ao
públicas
sistema de intermediação de interesses

Diz respeito à totalidade das maneiras para administrativas


Capacidade para agregar múltiplos interesses da sociedade problemas, com a participação e ação do Estado e dos setores
privados.

Governo
Administração Pública
Governabilidade
Ambiente político Governança
Condições sistêmicas mais gerais Capacidade de formular e
implantar políticas
Exercício do poder político
(capacidade de agregar múltiplos Capacidade técnica de gerir
interesses) recursos públicos
Legitimidade Braço instrumental da
governabilidade

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Governança

A origem da governança está associada ao momento em que organizações deixaram de ser geridas diretamente por seus
proprietários (p. ex. donos do capital) e passaram à administração de terceiros, a quem foi delegada autoridade e poder para
administrar recursos pertencentes àqueles. Em muitos casos há divergência de interesses entre proprietários e
administradores, o que, em decorrência do desequilíbrio de informação, poder e autoridade, leva a um potencial conflito de
interesse entre eles, na medida em que ambos tentam maximizar seus próprios benefícios.

Para melhorar o desempenho organizacional, reduzir conflitos, alinhar ações e trazer mais segurança para proprietários,
foram realizados estudos e desenvolvidas múltiplas estruturas de governança. (TCU, Referencial básico de Governança,
p.11).

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Accountability

O termo accountability pode ser considerado o conjunto de mecanismos e procedimentos que levam os decisões
governamentais a prestarem contas dos resultados de suas ações, garantindo-se maior transparência e a
exposição das políticas públicas. Quanto maior a possibilidade de os cidadãos poderem discernir se os governantes
estão agindo em função do interesse da coletividade e sancioná-los apropriadamente, mais accountable é um
governo. O conceito de accountable está relacionado estreitamente ao universo político-administrativo anglo-
saxão. (Matias-Pereira, Administração Pública, 5ª edição, 2018)

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Referências
BPM CBOK. Guia para o Gerenciamento de Processos de Negócio Corpo Comum de Conhecimento. Versão 3.0.2013

CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos tempos: os novos horizontes em administração, 3ª edição.
Manole: 2015.
CURY, Antônio. Organização e métodos: uma visão holística, 9ª edição. São Paulo: Atlas, 2017.

IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Código das melhores práticas de governança corporativa, 5ª
edição. São Paulo: IBGC, 2015.

MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital, 8ª
edição. São Paulo: Atlas,2018.

ROSSETI, José Paschoal. ANDRADE, Adriana de. Governança corporativa: fundamentos, desenvolvimento e
tendências, 7ª edição. São Paulo: Atlas, 2019.

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