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Princípios orçamentários
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Princípios orçamentários
Administração Financeira e Orçamentária (AFO)
Sumário
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS ............................................................................................................. 5
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Princípios orçamentários
Olá!
É com enorme felicidade que eu lhe recebo aqui! Se você está aqui, é porque você confiou no meu
trabalho e porque está buscando o melhor para você mesmo!
Parabéns pela sua decisão e muito obrigado pela confiança! Sou muito grato por ter você aqui. De
verdade!
Só que você não está sozinho(a). Eu estou no seu time! Meu objetivo é o mesmo que o seu. Você quer ser
aprovado(a), né? Pois é! Eu também quero muito que você seja aprovado(a)!
E, assim como você, eu também me esforcei e me esforço muito. Investi horas de estudo, de análise e de
preparação de aulas para lhe entregar o melhor material possível. Sempre que escrevo, eu penso em você.
Você mesmo que está lendo esse material. Sempre que me deparo com uma dúvida, eu me pergunto: “o
que será melhor para o meu aluno? Como ele vai entender e memorizar o conteúdo de maneira mais fácil?”.
Todo o material foi feito, pensando em você!
Por isso, eu quero agradecer novamente a você que confiou no meu trabalho e que comprou esse curso
honestamente. Muito obrigado!
Observação importante
Ao longo dos seus estudos em AFO, você vai perceber que muitas questões de prova são retiradas diretamente do Manual
Técnico de Orçamento (MTO), do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP), das Orientações para a
Elaboração do Plano Plurianual... é aquele famoso copia e cola!
Mas calma!
Não precisa sair lendo esses manuais do início ao fim (até porque eles não são muito didáticos ). Deixa isso comigo!
Vou trazer para você o que for mais importante e o que está caindo e pode cair em prova!
Mas, de qualquer forma, recomendo que você leia as partes que nos interessam desses materiais, para ganhar uma nova
perspectiva do conteúdo. Quero enfatizar: o curso foi elaborado de uma forma que você não precisa ir buscar mais
informações nesses manuais. Mas é recomendável que você o faça, pois pode auxiliar na fixação e no entendimento do
conteúdo. Entendido?
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Princípios orçamentários
Portanto, busque uma rotina equilibrada. Priorize os seus estudos, mas não se esqueça da sua saúde, da
sua vida social, dos seus queridos, de fazer as coisas que você gosta... Isso vai fazer toda a diferença na sua
preparação!
Atenção! Não estamos dizendo para você relaxar e estudar menos! Estamos dizendo para você não ficar
paranoico com os estudos! Estamos dizendo para você levar uma vida equilibrada, com prioridade para os seus
estudos. Afinal...
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Princípios orçamentários
O assunto desta aula é tranquilo de se aprender e fundamental para o nosso avanço na disciplina.
Portanto, você está diante de um assunto com excelente custo-benefício, pois, se entender bem esses
princípios, não só vai conseguir resolver muitas questões desse assunto, como também vai aprender de forma
muito mais fácil e natural o conteúdo que veremos adiante.
Por isso, vamos realmente aprender, e não apenas decorar, ok? Vamos lá!
P.S.: existe uma infinidade de princípios orçamentários (é sério, alguns até já perderam a sua utilidade ). Uns estão
presentes na legislação e outros são de cunho doutrinário. Nós trataremos aqui dos princípios orçamentários mais
cobrados em provas de concurso público e o faremos de forma objetiva, colocando as informações que você precisa para
resolver as questões.
Princípios orçamentários
“Princípio” significa o início, o fundamento, a essência, a raiz de alguma coisa. Portanto, os princípios
orçamentários são premissas, bases, linhas norteadoras para a elaboração, execução e controle do
orçamento.
É o seguinte: você já utilizou uma bússola? Uma bússola é um instrumento de orientação, que o ajuda a
seguir na direção correta e, quando você precisa, ela lhe dá um norte. Em qualquer situação em que você esteja,
a bússola vai orientá-lo, vai apontar o norte. A mesma coisa acontece com os princípios orçamentários: são eles
que vão guiá-lo, norteá-lo.
Os princípios orçamentários também são bases. Sim: bases! Os engenheiros civis vão me entender agora:
imagine a fundação de uma casa. Para quem não sabe, embaixo de uma casa há uma forte estrutura, uma
fundação, que segura a casa no lugar. Essa estrutura é a base, e, se não for bem-feita, a casa cai! Então,
primeiro você faz a base, para depois erguer a casa propriamente dita. Do mesmo jeito são os princípios
orçamentários: eles devem ser bem elaborados, e primeiro você tem que os observar, para depois continuar
construindo o seu orçamento.
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Princípios orçamentários
Mas tem uma coisa... os princípios orçamentários não estão lá só para enfeitar e orientar. Eles devem
ser observados!
“Observados quando?”
Aprofundando
A rigor, os princípios orçamentários somente se aplicam à LOA, isto é, não se aplicam à Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) e ao Plano Plurianual (PPA).
Por exemplo: o princípio da exclusividade preceitua que a LOA contenha apenas a previsão de receitas e a fixação de
despesas. Esse princípio não se aplica à LDO e ao PPA, porque o PPA contém os programas e a LDO contém uma infinidade
de regras.
Outro exemplo: o princípio da universalidade determina que todas as receitas e despesas devem constar na LOA.
Novamente: é na LOA, e não no PPA ou na LDO, porque é na LOA que estão as receitas e despesas.
No entanto, como eu disse, essa é uma visão um tanto quanto rigorosa. É possível, argumentar, por exemplo, que o
princípio da legalidade também se aplica ao PPA e à LDO, afinal esses dois instrumentos também são leis. Além disso,
esses dois instrumentos, especialmente a LDO, podem conter regras que determinam o atendimento de um princípio
orçamentário. Portanto, não elimine “logo de cara” questões que citem o PPA ou a LDO só porque os princípios
orçamentários não se aplicam a eles.
Considerando os princípios e a execução orçamentários, bem como a composição orçamentária do DF, julgue o item a
seguir.
Em consonância com o princípio orçamentário da discriminação, a lei de diretrizes orçamentárias da União de 2020 veda
a execução orçamentária de programação que empregue a designação “a definir” bem como designações que não
permitam sua identificação precisa.
Comentários:
O princípio orçamentário da discriminação (ou especificação ou especialidade) determina que, na LOA, as receitas e
despesas devam ser discriminadas (detalhadas). Afinal, é na LOA que estão as receitas e despesas.
“Mas professor, a questão disse que é a LDO que está vedando isso!”
Na verdade, se você observar bem, a questão diz que a LDO veda a) essa execução orçamentária (a execução
orçamentária de programação que empregue a designação “a definir”) e b) essas designações genéricas (que não
permitem identificação precisa).
A execução orçamentária se dá no orçamento propriamente dito. Execução orçamentária significa executar o orçamento.
Que orçamento? O orçamento propriamente dito: a Lei Orçamentária Anual (LOA).
E as discriminações (os detalhamentos) também são feitas na LOA. É lá que as receitas e despesas são especificadas, de
forma que não serão aceitas designações genéricas, que não permitam sua identificação precisa.
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Princípios orçamentários
Aliás, essa questão, de fato, foi elaborada com base na LDO da União de 2020 (Lei 13.898/2019). Veja como ela é
praticamente uma cópia da lei (você não precisa entender tudo que será reproduzido agora, basta prestar atenção nas
marcações):
Art. 6º Os Orçamentos Fiscal, da Seguridade Social e de Investimento discriminarão a despesa por unidade orçamentária,
com suas categorias de programação detalhadas no menor nível, dotações respectivas, especificando a esfera orçamentária,
o Grupo de Natureza de Despesa - GND, o identificador de resultado primário, a modalidade de aplicação, o identificador de
uso e a fonte de recursos.
§ 9º É vedada a execução orçamentária de programação que utilize a designação “a definir” ou outra que não permita
a sua identificação precisa.
Você reparou que o caput do art. 6º diz que são os orçamentos (e não a LDO) que discriminarão as despesas? Pois é.
Justamente como eu venho lhe dizendo.
Então, entenda, embora essa regra (essa vedação) esteja na LDO, o princípio está sendo aplicado na LOA.
Gabarito: Certo
Muito bem! Os princípios devem ser observados. Isso significa que eles são impositivos! No entanto,
apesar de serem impositivos, eles não têm caráter absoluto.
Quando digo que os princípios não têm caráter absoluto, quero dizer que eles comportam exceções,
atenuações, relativizações. Eles não são rígidos e não serão obedecidos 100% das vezes. Você verá que,
muitas vezes, a própria regra do princípio já traz a sua exceção. Por sinal, você também verá que as bancas
adoram questionar sobre as exceções.
“E os princípios são válidos para todos os entes, professor? Ou, já que a competência para legislar sobre direito
financeiro e orçamento é concorrente, cada ente federativo possui os seus próprios princípios orçamentários?”
Vamos à resposta: os princípios orçamentários são válidos para todos os poderes e para todos os entes!
Assim, eles proporcionam consistência e estabilidade para o sistema orçamentário. Lembre-se que “no
âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais” (CF/88,
art. 24, § 1º). Já imaginou a confusão que ia ser se cada ente tivesse os seus princípios? Seria como se cada
país adotasse o seu próprio norte. Em alguns países, o norte seria o leste, ou o oeste ou o sul. Você acha que
daria certo voar de avião de um país para o outro?
Vale destacar também que alguns princípios estão na Constituição Federal, ou seja, têm status
constitucional. Enquanto outros estão previstos somente na legislação infraconstitucional (na Lei 4.320/64,
por exemplo), no Manual Técnico de Orçamento (MTO), no Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público
(MCASP) ou até mesmo na doutrina.
Beleza, então resumindo:
“os princípios orçamentários norteiam a elaboração e a execução do orçamento público e são válidos para todos os
poderes e todos os níveis de governo”.
Detalhe: repare nas aspas. Não fui eu quem disse isso. Foi o próprio CEBRASPE! Isso estava numa prova
do CEBRASPE!
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Princípios orçamentários
Os princípios orçamentários norteiam a elaboração e a execução do orçamento público e são válidos para todos os poderes
e todos os níveis de governo. A respeito desses princípios, julgue o item subsequente.
Os princípios orçamentários surgiram com a necessidade de se estabelecer regras para a instituição orçamentária, e alguns
deles foram incorporados à legislação brasileira há mais de cinco décadas.
Comentários:
Sim! Os princípios surgiram para orientar, nortear, estabelecer regras gerais para a elaboração e execução do orçamento.
Como eu disse, alguns princípios estão na CF/88, enquanto outros estão somente na doutrina ou na legislação
infraconstitucional, como é o caso da Lei 4.320/64.
Vamos fazer os cálculos. A prova foi aplicada em 2017. 2017 – 1964 = 53.
Então, à época da aplicação da prova, a Lei 4.320/64 já estava em vigor há 53 anos, que é mais de cinco décadas. Portanto,
a questão está correta.
Gabarito: Certo
Para ser considerada princípio orçamentário, a regra deve estar expressamente prevista na Constituição Federal de 1988.
Comentários:
Opa! Para ser princípio orçamentário tem que estar expressamente previsto na CF/88? Nada disso!
Alguns princípios realmente possuem status constitucional, enquanto outros estão na legislação infraconstitucional ou
na doutrina, mas nem por isso deixam de ser princípios orçamentários.
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira
e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade universalidade e anualidade.
Conclusão, ao contrário do que afirma a questão, uma regra não precisa estar na CF/88 para ser considerada um princípio
orçamentário.
Gabarito: Errado
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Princípios orçamentários
Muito bem!
O orçamento, em cada ente federativo, deve ser um só, um único orçamento. Em outras palavras: deve
existir apenas um (e não mais que um) orçamento para cada ente da Federação em cada exercício financeiro.
“Ok! E qual é o objetivo disso, professor? Por que cada ente federativo só pode ter um orçamento em cada
exercício financeiro?”
Aqui no Brasil, o princípio da unidade é um dos três princípios expressos no artigo 2º da Lei 4.320/64, olha
só:
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política
econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade
universalidade e anualidade.
Muito bem! Agora veja que intrigante: você lembra que a nossa Lei Orçamentária, também conhecida
como LOA, é dividida em três partes, três orçamentos? São eles:
“Espera aí, professor. Você estava me dizendo que o orçamento é uno. Um único orçamento para cada ente
da Federação em cada exercício financeiro. Agora eu estou vendo três orçamentos aí. Dividir o orçamento em três
não contraria o princípio da unidade? Isso não é um caso de orçamentos paralelos?”
A resposta é: não! A separação da LOA em três orçamentos (ou “suborçamentos”) não atenta contra o
princípio da unidade. E não é um caso de orçamentos paralelos.
É aqui que entra o princípio da totalidade. O princípio da totalidade representa uma evolução
doutrinária, uma atualização, do princípio da unidade. Segundo o princípio da totalidade, é possível a
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coexistência de vários orçamentos, desde que sejam posteriormente consolidados em um único orçamento.
É como se o orçamento anual fosse integrado pela totalidade dos “suborçamentos”. Em outras palavras: a LOA
pode até ser divida em três, mas ela é uma só! Nós não temos três LOAs. Nós só temos uma!
Por isso, o princípio da totalidade não se preocupa com a unidade documental. “O princípio da unidade
não significa a existência de um único documento, mas a integração finalística e a harmonização entre os
diversos orçamentos1”. Portanto, podem existir vários documentos, desde que o orçamento seja um só,
consolidado.
Coube à doutrina tratar dar nova conceituação ao princípio da unidade de forma que abrangesse novas
situações.
O princípio da totalidade possibilita a coexistência de vários orçamentos autônomos, mas que podem
ser vistos de forma consolidada, permitindo-se assim uma visão ao mesmo tempo segregada e geral das
finanças públicas. (...)
Deve-se observar que, embora exista uma segregação dos orçamentos fiscal, da seguridade social e das
estatais, trata-se de um único projeto de lei orçamentária anual, que contempla, ao mesmo tempo, de forma
consolidada, toda a programação.
Para facilitar, olhe esse gráfico de pizza do nosso orçamento aqui embaixo:
OF OI
OSS
Você percebe que, apesar de ter três sabores, temos uma pizza só? Com o nosso orçamento, é a
mesma coisa: de acordo com o princípio da totalidade, o orçamento pode até ser dividido em três orçamentos
(ou “suborçamentos”), mas ele é um orçamento só! Um único orçamento, posteriormente consolidado.
Ah! Detalhe: muitas vezes o princípio da unidade e o princípio da totalidade são considerados sinônimos.
Muitas provas consideram isso e até o Manual Técnico de Orçamento (MTO) considera isso. Portanto, se você
encontrar uma questão falando do princípio da totalidade e ela perguntar se esse é o princípio da unidade, pode
dizer que sim! É praticamente a mesma coisa. O que aconteceu foi que “a doutrina tratou de reconceituar o
princípio de forma que abrangesse as novas situações2”.
1
TORRES, Ricardo L. Tratado de direito constitucional, financeiro e tributário, 2000.
2
GIACOMONI, James. Orçamento Público, 16ª edição, editora Atlas, 2012.
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Princípios orçamentários
Para finalizar, vou deixar aqui o texto integral do MTO 2020, muito elucidativo e que resume bem o que
vimos até aqui:
De acordo com este princípio, o orçamento deve ser uno, ou seja, cada ente governamental deve elaborar
um único orçamento. Este princípio é mencionado no caput do art. 2º da Lei no 4.320, de 1964, e visa
evitar múltiplos orçamentos dentro da mesma pessoa política. Dessa forma, todas as receitas previstas
e despesas fixadas, em cada exercício financeiro, devem integrar um único documento legal dentro de
cada nível federativo: LOA.
Apesar do princípio da unidade, orçamentos públicos paralelos podem ser adotados pelos entes federativos em
decorrência de excepcionalidades, como, por exemplo, no caso de calamidades que demandam urgência na aplicação de
recursos públicos.
Comentários:
Orçamentos paralelos podem ser adotados? Nada disso! O princípio da unidade surgiu justamente para evitar múltiplos
orçamentos dentro da mesma pessoa política.
Mesmo em situações excepcionais (como guerras e calamidades públicas), o princípio da unidade deve ser respeitado.
Para situações como essas, lembre-se, é possível fazer abertura de créditos adicionais (nesse caso, créditos adicionais
extraordinários).
Gabarito: Errado
Com relação aos aspectos gerais do orçamento público e a sua implementação no Brasil, julgue o item subsecutivo.
Considera-se respeitado o princípio da unidade orçamentária ainda que a lei orçamentária anual seja composta por três
orçamentos diferentes, como ocorre no Brasil.
Comentários:
Exatamente! A separação da LOA em três orçamentos (ou “suborçamentos”) não atenta contra o princípio da unidade. E
não é um caso de orçamentos paralelos.
Lembre-se do princípio da totalidade, segundo o qual: o orçamento pode até ser dividido em três orçamentos (ou
“suborçamentos”), mas ele é um orçamento só! Um único orçamento, posteriormente consolidado. A LOA é uma só!
Gabarito: Certo
Princípio da Unidade (ou Totalidade): o orçamento deve ser uno. Cada ente federativo, em cada exercício financeiro,
deverá ter somente um único orçamento.
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Princípios orçamentários
Se alguma questão falar em “todas as receitas e despesas”, provavelmente ela está falando do princípio da universalidade
Esse princípio também é um dos três que estão lá no artigo 2º da Lei 4.320/64: universalidade, unidade
e anualidade. Mas ele deixa sua marca mesmo é nos artigos 3º e 4º, observe:
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da
administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no artigo
2°.
Esse princípio foi recepcionado e normatizado pela CF/88 em seu artigo 165, § 5º (repare na abrangência
da lei orçamentária):
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração
direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria
do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da
administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder
Público.
• Conhecer a priori todas as receitas e despesas do governo e dar prévia autorização para a
respectiva arrecadação e realização (destaque-se que o a LOA não precisa mais autorizar a
arrecadação. Atualmente ela somente prevê a arrecadação. Se alguém quiser dar dinheiro para o
governo, você acha que ele iria dificultar o processo, dizendo: “não! Só recebemos se for autorizada?”.
Claro que não!);
• Impedir que o Executivo realize qualquer operação de receita ou despesa sem prévia autorização
parlamentar;
• Conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo governo, a fim de autorizar a
cobrança de tributos estritamente necessários para atendê-las.
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Princípios orçamentários
Mas nem todas as receitas e despesas públicas (consideradas em seu sentido amplo) estarão no
orçamento.
“Como assim professor? Você acabou de falar que o orçamento deverá conter todas as receitas e as
despesas.”
Veja o detalhe: eu falei em receitas e despesas em seu sentido amplo. Lembra das receitas e despesas
extraorçamentárias, a exemplo de depósitos em caução? Pois é, como já diz o nome (extraorçamentárias),
essas receitas e despesas estão “fora” do orçamento, à margem do orçamento.
Por exemplo: se um amigo lhe pedisse para somente guardar R$ 100,00 durante um mês, findo o qual ele voltaria para
buscá-los, você contaria esse dinheiro no orçamento? Você poderia usar esse dinheiro que não é seu? Claro que não! É
óbvio que você manteria um controle disso (anotaria os R$ 100,00 em algum lugar), mas não usaria esse dinheiro.
No orçamento público é do mesmo jeito: o Estado não pode usar dinheiro que não é dele! Nesse caso, o Estado é um mero
depositário dos recursos! Ele mantém registro disso, mas esses recursos não integram o patrimônio público e, portanto,
estão à margem do orçamento.
Agora vou lhe passar o bizú: muitas (mas muitas questões mesmo) tentam confundir o princípio da
universalidade com o princípio da unidade. Os nomes são parecidos (ambos começam com “uni”), e isso é
terreno fértil pro examinador.
TOTAL = 1
Já no princípio da universalidade, você vai pensar no universo. Sim, no espaço sideral. O universo contém
todos os planetas e todas estrelas. E o orçamento deve conter todas as receitas e despesas. O outro nome
desse princípio até ajuda a gravar: globalização. A Terra é um globo. E a Terra está no universo.
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Princípios orçamentários
Mas eu quero facilitar ainda mais para você. Para que a diferença entre os dois princípios fique bem clara,
preste atenção neste exemplo:
Imagine que você pretenda montar um quebra-cabeça. Primeiro, você reúne todas as peças, porque, se faltar uma ou mais
peças, não vai dar certo. Então você segue montando. No final, você terá um quebra-cabeça montado, como se fosse
uma peça só!
Veja que você trabalhou de acordo com o princípio da universalidade, porque juntou todas as peças.
E você também pode ver a aplicação do princípio da unidade (ou totalidade), porque, juntando todas as peças, o resultado
final foi uma peça só!
Todas as
receitas
LOA
Todas as
despesas
É assim que o princípio da universalidade pode ser retratado: todas as receitas e todas as despesas de
todos os Poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e mantidas pelo poder público estarão na
LOA, que é uma peça só (essa última parte é referente ao princípio da unidade ).
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Princípios orçamentários
Com relação a técnicas e princípios orçamentários, julgue o item seguinte. O princípio orçamentário da unidade estabelece
que a lei orçamentária anual deve conter todas as receitas e despesas de todos os poderes, órgãos, entidades, fundações
e fundos instituídos e mantidos pelo poder público.
Comentários:
Pegadinha clássica! Esse é o truque mais velho do livro, mas acredite: ainda cai em concurso público.
É o princípio da universalidade (e não da unidade) que estabelece que a lei orçamentária anual deve conter todas as
receitas e despesas de todos os poderes, órgãos, entidades, fundações e fundos instituídos e mantidos pelo poder público.
Gabarito: Errado
A respeito de orçamento público, julgue o item seguinte. O princípio da unidade orçamentária determina que todas as
despesas e todas as receitas de todos os poderes, órgãos e fundos estejam compreendidas no orçamento.
Comentários:
Muitas questões vão explorar o conhecimento sobre esses dois princípios, por isso é importante que você os entenda
direitinho e saiba diferencia-los. Lembre-se do exemplo do quebra-cabeças ou dos mnemônicos que oferecemos.
Unidade: o orçamento deve ser uno. Universalidade: o orçamento deverá conter todas as receitas e despesas.
A questão está errada. Basta trocar a palavra “unidade” pela palavra “universalidade” para que ela fique correta.
Gabarito: Errado
Princípio da Universalidade (ou Globalização): a LOA de cada ente federativo deverá conter todas as receitas e as
despesas.
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Princípio da Exclusividade
De acordo com o princípio da exclusividade, a Lei Orçamentária Anual (LOA) não conterá matéria
estranha à previsão da receita e à fixação da despesa. Essa é a regra!
“A regra?”
Sim! Em regra, a LOA só poderá conter previsão de receitas e fixação de despesas. As duas exceções
nós veremos daqui a pouco.
Perceba o seguinte: não é qualquer coisa que pode estar na LOA. Estar na LOA é uma exclusividade!
“Está certo, professor. Mas pra que serve esse princípio? Por que que ele existe?”
Muito bem. O orçamento tem um processo legislativo especial, mais rápido do que o das outras leis. O
processo legislativo ordinário é um pouco demorado (você já ouviu falar daqueles projetos de lei que são
“esquecidos” e demoram anos para serem apreciados, não é?). Por isso, os parlamentares gostavam de dar uma
de espertinho e aproveitavam a celeridade do processo orçamentário para aprovar uma outra matéria
qualquer, “infiltrada” dentro do orçamento. Eles colocavam dispositivos que não tinham nada a ver com o
orçamento (ou seja: matéria estranha) dentro da lei do orçamento com o objetivo de aprová-los mais
rapidamente.
Está entendendo a jogada? É como se esses dispositivos pegassem carona no processo legislativo
orçamentário especial, mais célere.
“Certo. E aí, o que acontecia?”
Acontecia que o orçamento vinha junto com dispositivos que não tinham nada a ver com o orçamento. O
orçamento tem que ser só o orçamento, e pronto. Não pode ser orçamento junto com dispositivos sobre
educação, sobre armamento, sobre direito penal... desse jeito o orçamento fica uma verdadeira bagunça!
Esses dispositivos que compunham a LOA e que não guardavam pertinência nenhuma com seu
conteúdo eram chamados de “caudas orçamentárias”, por isso esses orçamentos eram chamados de
“orçamentos rabilongos”.
O orçamento da sua casa também só deve conter receitas e despesas. Ou você, por acaso, também coloca os seus resumos
de AFO lá dentro? As fotos de família? Aquela receita de bolo? E, a cada novo orçamento, você coloca novas coisas
aleatórias lá?
Muito bem. Eu disse antes que, em regra, o orçamento só poderia conter previsão de receitas e fixação
de despesas e prometemos falar sobre as duas exceções. Chegou a hora!
Existem duas exceções ao princípio da exclusividade e elas são muito importantes! Por que são
importantes? Porque despencam em provas! Há muitas questões sobre isso, você vai ver!
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Princípios orçamentários
Nesse caso, será preciso alterar o orçamento e os mecanismos que utilizamos para isso são os créditos
adicionais. Lembre-se que nós temos três tipos de créditos adicionais:
Agora preste atenção: a exceção é só para créditos suplementares! Não para todos os créditos
adicionais.
Por exemplo: o orçamento separou R$ 1.000.000,00 para um determinado programa de educação, mas o planejamento já
previu a possibilidade de ter que gastar mais R$ 500.000,00 nesse programa. Portanto, esses R$ 500.000,00 já podem vir
consignados na Lei Orçamentária Anual (LOA) como créditos adicionais suplementares.
Preste atenção!
Se alguma questão disser que é a exceção é para créditos adicionais (que compreendem os suplementares, os
especiais e os extraordinários), ela está errada, porque a exceção é só para créditos suplementares.
A segunda exceção é para a contratação de operações de crédito, ainda que por Antecipação de
Receita Orçamentária (ARO). Essa situação é parecida com a anterior: existe a possibilidade de o plano “não
dar certo” (possibilidade de os recursos reservados não serem suficientes). Sendo assim, o orçamento, já se
adiantando, pode trazer consigo (no próprio orçamento, na LOA) a autorização para contratação de
operações de crédito, ainda que seja uma operação de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária
(ARO), que se destina a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro (LRF, art. 38).
Imagine que surgiu uma emergência e o governo tem que pagar R$ 100.000,00 daqui a dois dias. O governo tem
capacidade de pagar isso (até porque ele irá arrecadar R$ 120.000,00 em tributos nos próximos meses), mas ele não tem
esse dinheiro agora, nesse momento.
Então o que fazer? Uma solução é fazer uma operação de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO).
Basicamente o governo chega para um banco e diz: “nos próximos meses eu vou receber R$ 120.000,00 de tributos, só que
eu preciso é desse dinheiro hoje! Estou com uma insuficiência de caixa. Não tem como você antecipar esse dinheiro para
mim?”. O banco responde: “claro que sim!”. Pronto! Isso é uma ARO!
Pense comigo: se o planejamento já previu essa possibilidade, não é melhor já deixar autorizado, para “ganhar tempo”?
Porque se for deixar para autorizar somente quando surgir a necessidade, vai demorar mais. Além de ser um desperdício.
O planejamento previu essa possibilidade e não fez nada? Se fosse assim, era melhor nem ter gastado tempo, energia
e recursos com isso.
Enfim, pense nessas duas exceções como se fosse uma otimização de processo. Em vez de o parlamento
autorizar a abertura de um crédito suplementar ou autorizar a contratação de operação de crédito no meio da
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execução orçamentária (correndo o risco de ter que pausar a prestação de serviços públicos por falta de recursos
orçamentários), o planejamento orçamentário já se adianta, prevê essas possibilidades e a Constituição
autoriza que o orçamento já traga consigo, além da previsão de receitas e fixação de despesas, as autorizações
para abertura de créditos adicionais suplementares e para a contratação de operações de crédito, ainda
que por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO).
Sim. Eu disse que a Constituição autoriza isso! Esse princípio é tão importante que ele está na CF/88.
Preste atenção!
Beleza, então eu vou deixar que a Constituição resuma para você o que é o princípio da exclusividade:
Art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação
da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
Resumindo, além da previsão de receitas e fixação de despesas, também poderão estar na LOA:
previsão de receitas
LOA não conterá
dispositivo estranho à
fixação de despesas
Exclusividade
autorização para
abertura de créditos
suplementares
exceções são feitas
para
autorização para
contratação de
operações de crédito
(ainda que por ARO)
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Todo o processo do orçamento público está orientado por princípios sobre os quais é correto afirmar que:
Pelo princípio da exclusividade, a lei de orçamento anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação
da despesa, excetuando-se, porém, a autorização para abertura de créditos suplementares e especiais.
Comentários:
Opa, opa, opa! O que foi que conversamos sobre a primeira exceção? A exceção é só para créditos suplementares!
Se a questão disser que é para créditos adicionais (que compreendem os suplementares, os especiais e os extraordinários),
ela está errada, porque a exceção é só para créditos suplementares. É só para esse tipo de crédito adicional.
A questão falou que a lei de orçamento poderia conter a autorização para abertura de créditos especiais, por isso ela ficou
errada!
Gabarito: Errado
Conforme o princípio da exclusividade de matéria orçamentária, somente pode constar do orçamento matéria pertinente
às previsões de receitas e despesas, não se admitindo as chamadas caudas orçamentárias nem a previsão de operações de
crédito por antecipação de receita.
Comentários:
Qual foi a segunda exceção que eu comentei? Contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de
receita.
A previsão de contratação dessas operações pode sim vir na LOA. Por isso a questão ficou errada!
Gabarito: Errado
Princípio da Exclusividade: a LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa.
Exceções: autorização para créditos adicionais suplementares e operações de crédito (ainda que por ARO).
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Imagine que você está indo a um restaurante. Você pede entrada, prato principal, sobremesa, bebidas, um cafezinho, e
finalmente pede a conta. Por sorte você tem um cupom de desconto de 20% . O garçom então traz para você um
papelzinho mostrando somente o valor final da sua conta, já deduzido o desconto, da seguinte forma:
E aí? O que você acha disso? Você confia nesse valor? Será que o garçom lhe deu o desconto mesmo? Você prefere ver só
o valor final da sua conta ou prefere ver quanto custou cada item, cada dedução e a soma deles? É claro que a segunda
opção, não é? Porque assim você pode conferir se o preço de cada item está correto, se foi aplicado o desconto
corretamente e se algum item foi indevidamente adicionado à sua conta. Desse jeito, tudo fica muito mais transparente!
Desse jeito, controlar fica muito mais fácil!
Por exemplo: digamos que um ente tenha uma receita arrecadação de tributos prevista de R$ 100.000,00, só que para
arrecadar esse valor, ele precisa gastar R$ 20.000,00. Esse ente não pode simplesmente registrar a receita de R$
80.000,00, que é um valor líquido. Ele tem que registrar a receita de R$ 100.000,00 e a despesa de R$ 20.000,00, em
seus valores brutos.
A União possui competência tributária para instituir os impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR) e sobre
produtos industrializados (IPI). No entanto, por força de disposição constitucional, parte do produto da arrecadação desses
impostos serão entregues ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE) e ao Fundo de Participação
dos Municípios (FPM).
Digamos que R$ 1.000.000,00 seja o total arrecadado e que R$ 490.000,00 seja o montante a ser entregue pela União.
Muito bem. A União não pode simplesmente registrar no seu orçamento: “receitas de IR e IPI, valor R$ 510.000,00”.
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Assim tudo fica mais transparente e mais fácil de controlar. Se os registros fossem pelos valores líquidos, você poderia
ser levado a crer que a receita foi só R$ 510.000,00 e que não houve repasse ao FPE e ao FPM.
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer
deduções.
§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no
orçamento da entidade obrigada a transferência e, como receita, no orçamento da que as deva
receber.
Resumindo: o orçamento não pode fazer deduções e mostrar só o valor líquido. Tem que mostrar o valor
total, o valor bruto!
Aprofundando
De acordo com o item 3.6.1.2 do MCASP 8ª edição, no caso de transferências constitucionais ou legais (“transferências
voluntárias” estão fora desta regra, ok?), o ente arrecadador (transferidor) pode escolher em tratar a transferência como
dedução da receita orçamentária ou como despesa orçamentária. Acompanhe:
“As transferências constitucionais ou legais constituem valores que não são passíveis de alocação em despesas pelo ente
público arrecadador. Assim, não há desobediência ao princípio do orçamento bruto, segundo o qual receitas e despesas devem
ser incluídas no orçamento em sua totalidade, sem deduções.
No entanto, alguns entes podem optar pela inclusão dessa receita no orçamento, e nesse caso o recebimento será
integralmente computado como receita (sem dedução orçamentária), sendo efetuada uma despesa orçamentária quando da
entrega ao beneficiário para balancear os recursos que lhe são próprios.”
Resumindo: não há desobediência ao princípio do orçamento bruto tratar transferências constitucionais ou legais como
dedução da receita orçamentária!
Portanto, apesar da disposição da Lei 4.320/64, vale ressaltar que nem todas as transferências são obrigatoriamente
tratadas como despesa do ente arrecadador.
Preste atenção, no entanto, no enunciado da questão. Se ele pedir que você julgue com base na Lei 4.320/64, então você
vai dizer que as cotas de receitas de transferência obrigatória entre entes públicos devem ser incluídas como despesa no
orçamento do ente transferidor.
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Princípios orçamentários
Todo o processo do orçamento público está orientado por princípios sobre os quais é correto afirmar que:
As deduções devem ser consideradas apenas para o balanceamento das transferências intragovernamentais por força do
princípio do orçamento bruto.
Comentários:
Nada disso! As deduções não devem ser consideradas para coisa alguma!
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções.
A questão estava querendo dizer o seguinte: se o órgão A tem que transferir R$ 100.000,00 para o órgão B e o órgão B tem
que transferir R$ 20.000,00 para A, então vamos logo deduzir e considerar que A só tem que transferir R$ 80.000,00 para
B. Mas, pelo princípio do orçamento bruto, você já sabe que isso não é possível. Nesse exemplo, registra-se R$ 100.000,00
saindo de A e registra-se R$ 20.000,00 saindo de B. Ok?
Gabarito: Errado
Acerca das disposições da Lei Complementar n.º 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) e da Lei n.º 4.320/1964, de
transferências voluntárias e de infrações administrativas contra as leis de finanças públicas, julgue o seguinte item.
As cotas de receitas de transferência obrigatória entre entes públicos devem ser incluídas como despesa no orçamento do
ente transferidor.
Comentários:
Leu o enunciado direitinho? Ele pediu que você julgasse com base na Lei 4.320/64, não foi?
Art. 6º, § 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no orçamento
da entidade obrigada a transferência e, como receita, no orçamento da que as deva receber.
Gabarito: Certo
Princípio do Orçamento Bruto: todas as receitas e despesas constarão da LOA pelos seus valores totais, vedadas
quaisquer deduções. Registra-se pelos seus valores brutos, e não pelos seus valores líquidos.
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Princípios orçamentários
Aqui no Brasil, de acordo com o artigo 34 da Lei 4.320/64, o exercício financeiro coincidirá com o ano
civil, que é o ano normal que nós conhecemos: começando em 1º de janeiro e terminando em 31 de dezembro.
No entanto, não é assim em todos os países do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, o exercício
financeiro começa em 1º de outubro e termina em 30 de setembro. Na Inglaterra e na Alemanha, o exercício
financeiro vai de 1º de abril a 31 de março.
É por isso que o princípio da anualidade, em seu sentido histórico, está relacionado ao exercício
financeiro, e não ao ano civil.
Preste atenção!
O princípio da anualidade está relacionado ao exercício financeiro, e não ao ano civil.
O que acontece é que, por força da Lei 4.320/64, o exercício financeiro brasileiro coincide com o ano
civil. Mas o princípio da anualidade propriamente dito não está relacionado com o ano civil. É tanto que, se a
Lei 4.320/64 fosse alterada e o novo exercício financeiro do Brasil fosse de 1º de outubro a 30 de setembro (igual
ao dos Estados Unidos), o princípio da anualidade não seria infringido.
Bom. Você notou algo em comum entre todas essas datas? Todos esses períodos são de 12 meses! De
acordo com o princípio da anualidade (ou periodicidade) o orçamento deve ser elaborado e autorizado para um
determinado período de tempo, que geralmente é de um ano (12 meses). O princípio não fala que o
orçamento deve ser elaborado e autorizado para o ano civil. Portanto, não interessa se aqui no Brasil o exercício
financeiro começasse em outra data (não coincidindo com o ano civil): se o exercício financeiro durasse 12
meses, o princípio da anualidade continuaria sendo respeitado.
Preste atenção!
Para o princípio da anualidade o que importa é a duração do exercício financeiro (que geralmente é
de 12 meses), e não a data de início deste.
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Pois bem. Os créditos suplementares são aqueles da exceção ao princípio da exclusividade (a LOA poderá
conter autorização para abertura de créditos suplementares).
Já os especiais e extraordinários são as exceções aqui do princípio da anualidade. Vamos primeiro dar
uma olhadinha no que diz a nossa querida CF/88:
Art. 167, § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício,
caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
financeiro subsequente.
Traduzindo: os créditos adicionais especiais e extraordinários autorizados nos últimos quatro meses do
exercício podem ser reabertos no exercício seguinte pelos seus saldos e viger até o término desse exercício
financeiro.
Por exemplo: em outubro de 2018, foi aberto um crédito especial no valor de R$ 100.000,00, mas até o final de 2018
utilizou-se somente R$ 30.000,00 de sua dotação. Se for preciso, é possível reabrir esses mesmos créditos especiais em
janeiro de 2019 e usá-los até o final de 2019, mas somente no limite de seus saldos, ou seja, somente R$ 70.000,00. Perceba
que o crédito acabou vigendo por mais 12 meses e ele não ficou limitado àquele exercício financeiro, contrariando o
princípio da anualidade, mas essa é exatamente a exceção a esse princípio! Esse crédito especial será incorporado ao
orçamento do exercício financeiro de 2019.
Esquematizando:
Créditos ordinários
Créditos suplementares
Créditos especiais
Créditos extraordinários
setembro-18
Créditos especiais (últimos quatro meses)
Ah! E não vá confundir o princípio da anualidade orçamentária com o princípio da anualidade tributária,
e nem com o princípio da anterioridade tributária.
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• Anualidade orçamentária: é esse que estamos estudando aqui. O orçamento deve ser elaborado
e autorizado para um determinado período de tempo, geralmente de 12 meses, chamado de
exercício financeiro.
• Anualidade tributária: todo ano deveria haver autorização na LOA para a arrecadação de
tributos, ou seja, para que um tributo fosse cobrado de alguém, deveria haver autorização na
LOA. Falei “deveria”, porque esse princípio não está mais em vigência! Ele não existe mais. Para
provar isso, vou lhe mostrar a Súmula 66 do Supremo Tribunal Federal (STF): “é legítima a
cobrança do tributo que houver sido aumentado após o orçamento, mas antes do início do
respectivo exercício financeiro.”
• Anterioridade tributária: nenhum tributo pode ser cobrado no mesmo exercício em que foi
majorado ou instituído. Em outras palavras: é vedada a cobrança de tributos no mesmo exercício
financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Esse princípio existe
para evitar a “surpresa” do contribuinte e dar tempo para que ele se planeje.
E para fechar: esse princípio também é um dos três que estão expressos no artigo 2º da Lei 4.320/64
(unidade, universalidade e anualidade). Veja você mesmo:
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política
econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade
universalidade e anualidade.
Em decorrência do princípio da anualidade orçamentária, os créditos orçamentários, ordinários ou adicionais abertos para
determinado exercício financeiro possuem vigência restrita ao ano civil, sem qualquer exceção.
Comentários:
Nada disso! Tem exceções sim! Lembre-se que os créditos adicionais especiais e extraordinários cujo ato de autorização
for promulgado nos últimos quatro meses de um exercício, poderão ser reabertos, no exercício subsequente, nos limites
de seus saldos. Nesse caso, eles serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente e, portanto, terão
vigência até o término deste. Você encontra isso na CF/88, art. 167, § 2º.
A questão falou que todos os créditos (ordinários ou adicionais) terão vigência restrita ao ano civil, e nós acabamos de ver
que isso está errado.
Gabarito: Errado
Comentários:
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É isso mesmo! O princípio da anualidade (ou periodicidade) delimita o exercício financeiro orçamentário (período de
tempo ao qual a previsão das receitas e a fixação das despesas registradas na LOA irão se referir), o qual, especificamente
no Brasil, por força do artigo 34 da Lei 4.320/64, coincidirá com o ano civil. Ademais, os créditos adicionais reabertos no
exercício seguinte são mesmo exceções a esse princípio. Questão toda correta!
Gabarito: Certo
Princípio da Anualidade (ou Periodicidade): o orçamento deve ser elaborado e autorizado para um determinado período
de tempo, geralmente de 12 meses, chamado de exercício financeiro. Exceções: créditos especiais e extraordinários
autorizados nos últimos quatro meses do exercício poderão ser reabertos, nos limites de seus saldos, e incorporar-se-ão
ao exercício financeiro subsequente.
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Princípios orçamentários
Princípio da Legalidade
Primeiramente, lembre-se que (CF/88):
Art. 5º, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
E a Administração Pública não escapa! Cabe a ela fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei
expressamente autorizar. Ou seja: a Administração também está subordinada à lei e ao princípio da legalidade.
Observe (CF/88):
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
e eficiência (...)
Esses são os princípios básicos da Administração Pública, que formam o famoso mnemônico LIMPE:
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
E, no âmbito orçamentário, não poderia ser diferente: a Administração Pública também está subordinada
às prescrições legais, ou seja, também se subordina aos ditames da lei.
“Por quê?”
Porque “todo poder emana do povo” (CF/88, art. 1º, parágrafo único). Porque os recursos são públicos
(do povo) e os governantes são simplesmente os representantes eleitos (pelo povo) para administrá-los.
Assim, o governo não pode realizar o que bem entender com o dinheiro público. Esse dinheiro não é dele.
O dinheiro é da coletividade, de forma que a ninguém é dado o direito de utilizá-lo livremente (alguns autores
afirmam que esse é princípio da indisponibilidade das receitas públicas). Portanto, o governo somente
poderá fazer o que o povo autorizar e do jeito que o povo autorizar.
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Princípios orçamentários
Por exemplo: imagine que você entrega R$ 10,00 a um amigo, dizendo-lhe: “eu lhe autorizo a comprar uma bola de, no
máximo, R$ 10,00 para mim”. Então, ele volta com uma pipa. Opa! Você o autorizou a comprar uma bola, não a comprar
uma pipa. Esses R$ 10,00 são seus, para serem gastos do jeito que você quer, e não do jeito que o seu amigo quer ou do
jeito que o seu amigo imagina que você queira. Portanto, a aquisição da pipa é uma despesa irregular.
Agora imagine que ele volta com uma bola de excelente qualidade e lhe informa: “a bola custou R$ 100,00. Entreguei os
R$ 10,00 que você me deu e você agora está devendo R$ 90,00 à loja”. Que amigo sensacional, hein? Nesse caso,
também estamos diante de uma despesa irregular. Você o autorizou a gastar, no máximo, R$ 10,00 e ele gastou mais R$
90,00 seus.
Continuando o exemplo anterior: seu amigo volta sem a bola e lhe devolve os R$ 10,00, dizendo-lhe: “eu não encontrei
nenhuma bola de, no máximo, R$ 10,00. Aqui está o seu dinheiro de volta”. Tudo bem. Você não impôs ao seu amigo que
comprasse a bola. Você não o deu uma ordem, dizendo: “você tem que comprar uma bola”. Você disse: “eu lhe autorizo a
comprar uma bola”.
Portanto, o povo autoriza a Administração a gastar os seus recursos, desde que ela obedeça a regras
impostas pelo dono dos recursos. Está enxergando o princípio da legalidade aí?
Você emprestaria dinheiro a alguém sem estabelecer regra alguma? Sem data para devolução, sem taxa de
juros, sem consequências em caso da inadimplência? Claro que não! Você tem que se assegurar de que vai receber
esse dinheiro de volta!
A sociedade faz a mesma coisa! É como se ela dissesse para a Administração Pública: “nós estamos
entregando e confiando a administração dos nossos recursos a você, mas, em retorno, nós queremos saúde,
educação segurança... e para garantir que nós vamos ter o nosso retorno, você tem que seguir uma série de
regras, estabelecidas em lei”.
Preste atenção!
Muito bem. Você percebeu que lá em cima eu só mencionei as leis de créditos suplementares e especiais?
3
O orçamento público brasileiro é autorizativo, mas possui traços de orçamento impositivo (veremos
mais sobre isso em momento oportuno). É como se fosse a Vampira, do X-Men: cabelo todo preto, mas com
uma só mecha branca (sim, somos um pouco nerds!)
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Princípios orçamentários
Os créditos extraordinários são autorizados e abertos por Medida Provisória (no âmbito federal e nos
demais entes que possuam Medida Provisória. Nos demais, serão abertos por decreto do Poder Executivo).
Trata-se de despesas imprevisíveis e urgentes! Não há tempo para aprovação legislativa, por mais célere que
seja o processo legislativo.
Por exemplo: em virtude de uma catástrofe natural (uma calamidade pública), o governo precisa alugar equipamentos
para resgatar vítimas ainda com vida. É preciso agir rápido, em poucas horas! Nesse momento, não dá para discutir essa
despesa no Congresso Nacional. O tempo está passando... Por isso que, nesse caso, a despesa é feita sem autorização
legislativa prévia. A Administração “poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de
imediato ao Congresso Nacional” (CF/88, art. 62).
Então, resumindo:
Princípio da Legalidade: cabe à Administração Pública fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei expressamente
autorizar. PPA, LDO, LOA e créditos suplementares e especiais são leis. Exceção: créditos extraordinários.
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Princípios orçamentários
Esse princípio é tão fundamental que ele também está listado no artigo 37 da CF/88 e é considerado como
um dos princípios básicos da Administração Pública (do famoso mnemônico LIMPE):
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
e eficiência (...)
“Mas professor... o princípio da publicidade também é um princípio orçamentário ou você está dando aula de
direito administrativo?”
Portanto, de acordo com o princípio da publicidade, o conteúdo orçamentário deve ser divulgado
(publicado) em veículos oficiais de comunicação para conhecimento do público para que possa ter eficácia
normativa.
Falando em eficácia normativa, quero lhe lembrar das lições de direito administrativo, com nosso mestre
Erick Alves: a publicidade não é elemento de formação do ato administrativo, e sim requisito de sua
eficácia. Isso significa que a publicidade não está ligada à validade do ato. Um ato pode estar perfeitamente
válido (emitido por agente compete, devidamente motivado com justificativas legítimas, etc.), mas enquanto
ele não for publicado, ele não terá eficácia, ele não produzirá efeitos.
Nas palavras do mestre Hely Lopes: “os atos irregulares não se convalidam com a publicação, nem os
regulares a dispensam para sua exequibilidade, quando a lei ou o regulamento a exige”. Ou seja, como a
publicidade não é elemento de formação do ato, a publicação em nada interfere na sua validade (os
irregulares não deixam de ser irregulares). Já os atos válidos (regulares), quando a lei assim exige, ainda
necessitam ser publicados para que passem a produzir efeitos.
Mas eu lhe alerto para o seguinte: nem sempre essa distinção é feita em AFO. Quer ver? Olha só a
definição do princípio da publicidade que encontrei no site da Câmara dos Deputados
(https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/cidadao/entenda/cursopo/principios.html):
O conteúdo orçamentário deve ser divulgado (publicado) nos veículos oficiais de comunicação para
conhecimento do público e para eficácia de sua validade.
Enfim, simplificando: se alguma regra mudou, ela só vai “valer” depois que for publicada.
E não vale ser publicada em qualquer lugar. Tem que ser publicada em veículos oficiais de comunicação.
Se não fosse assim, a União divulgaria alterações orçamentárias por meio de um carro de som, de madrugada,
só em Brasília. E você nunca iria saber disso.
4
GIACOMONI, James. Orçamento Público, 16ª edição, editora Atlas, 2012.
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Princípios orçamentários
Preste atenção!
A publicidade é necessária para avaliar e controlar as decisões sobre orçamento.
E isso é óbvio! Como você vai avaliar e controlar alguma coisa que você não conhece? Não dá! Você, por
acaso, avalia a comida de um restaurante sem nunca a ter experimentado?
(...) era possível resumir os princípios do Animalismo em Sete Mandamentos. Esses Sete Mandamentos, que seriam agora
escritos na parede, constituiriam a lei inalterável pela qual a Granja dos Bichos deveria reger sua vida a partir daquele
instante, para sempre.
(...) Os Mandamentos foram escritos na parede alcatroada em grandes letras brancas que podiam ser lidas a muitos metros
de distância.
OS SETE MANDAMENTOS
(...)
(...)
Foi mais ou menos por essa época que os porcos, de repente, mudaram-se para a casa-grande, onde fixaram residência.
Novamente os bichos julgaram lembrar-se de que havia uma resolução contra isso, aprovada nos primeiros dias (...).
Sansão resolveu o assunto com seu “Napoleão tem sempre razão”, porém Quitéria, que tinha a impressão de lembrar-se
de uma lei específica contra camas, foi até o fundo do celeiro e tentou decifrar os Sete Mandamentos que lá estavam
escritos. Sentindo-se incapaz de ler mais do que algumas letras separadamente, foi chamar Maricota.
— Maricota — pediu ela — leia para mim por favor, o Quarto Mandamento. Não diz qualquer coisa a respeito de nunca
dormir em camas?
Interessante, Quitéria não se recordava dessa menção a lençóis, no Quarto Mandamento. Mas, se estava escrito na
parede, devia haver.
(...)
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Princípios orçamentários
alguns dias mais tarde, Maricota, lendo os Sete Mandamentos, notou que havia outro mandamento mal recordado pelos
animais.
Todos pensavam que o Quinto Mandamento era “Nenhum animal beberá álcool”, mas haviam esquecido duas palavras.
Na realidade, o Mandamento dizia: “Nenhum animal beberá álcool em excesso.” (grifos nossos).
Você conseguiu captar o que está acontecendo? Não houve publicação alguma das alterações feitas. As
regras eram alteradas “na calada da noite”, sem que ninguém percebesse. Assim, as personagens se
questionavam: “qual é a regra válida? A que está só na minha memória ou a que está escrita?”. E acabavam
confiando na que estava escrita, pois era mais concreta: “deve ser a que está escrita. Afinal, está bem aqui na
minha frente, escrito. Eu devo ter me confundido...”.
É como se o governo somente lhe mostrasse uma folha de papel com o seguinte conteúdo: “crédito
orçamentário para compra de ambulâncias: R$ 1.000.000,00”. Você não recebe uma cópia, não tirou foto, não
“bateu print”. Você não tem nenhum registro disso!
Meses depois você descobre que a Administração gastou R$ 2.000.000,00 e você a questiona: “a dotação
não era de R$ 1.000.000,00?” A Administração, depois do seu questionamento, altera o valor e lhe mostra uma
nova folha, na qual consta o valor de R$ 2.000.000,00. Você pergunta se essa alteração foi feita antes ou depois
do gasto. Ela diz que foi antes, mas não há nenhum registro disso, não há registro de alteração alguma. Nessa
situação, só lhe resta aceitar: “se está escrito R$ 2.000.000,00 é porque deve ser isso mesmo”.
Percebeu o prejuízo que a falta de publicidade faz para o controle? Percebeu a fragilidade desse controle?
Esse é um dos motivos pelos quais você encontra redações antigas de leis tachadas, seguidas da nova
redação e do ato normativo que a alterou. Todas as alterações devem ser registradas! Por exemplo:
Quer fazer um teste? Digite o número de uma lei no seu browser e a abra o site do Planalto (planalto.gov.br).
“E o princípio da transparência, professor”?
Bom, é um princípio intimamente ligado ao princípio da publicidade, por isso optei por tratá-los no
mesmo tópico. Segundo esse princípio, as leis orçamentárias devem ser divulgadas de forma clara e precisa,
possibilitando o controle social (feito pelos cidadãos) da Administração Pública.
É possível identificar o princípio da transparência orçamentária na CF/88, especialmente no artigo 165, §
3º, segundo o qual: “o Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre,
relatório resumido da execução orçamentária”. E ele está presente, principalmente, na Lei de
Responsabilidade Fiscal – LRF (que, segundo alguns autores, introduziu esse princípio), mais especificamente
no Capítulo IX (da transparência, controle e fiscalização). Sinta o gostinho:
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação,
inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias;
as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o
Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.
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Princípios orçamentários
III – adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda a padrão mínimo
de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A. (Incluído pela Lei
Complementar nº 131, de 2009).
Bom, a diferença é sutil, mas existe! Inclusive algumas questões já cobraram isso, então é bom que você
saiba.
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Princípios orçamentários
O princípio da publicidade determina que o conteúdo da lei orçamentária seja divulgado pelos veículos oficiais de
comunicação e divulgação, para efeito de conhecimento público, eficácia e validade de seu teor.
Comentários:
Exatamente!
Mas atenção! Não basta ser divulgado em qualquer lugar: tem que ser em veículos oficiais de comunicação e divulgação.
O objetivo é que o conteúdo orçamentário seja divulgado justamente para conhecimento público, eficácia e validade de
seu teor.
"Professor, mas eu aprendi em direito administrativo que a publicidade não é elemento de formação do ato administrativo,
e sim requisito de sua eficácia. Portanto, a publicação em nada interfere na sua validade".
Ok. E isso é verdade. Mas nem sempre essa distinção é feita em AFO. Tanto é que o próprio site da Câmara dos Deputados
define o princípio da publicidade assim:
O conteúdo orçamentário deve ser divulgado (publicado) nos veículos oficiais de comunicação para conhecimento do público e
para eficácia de sua validade.
Eu até concordo com a doutrina majoritária do direito administrativo, mas a banca não concorda. Guarde isso e bola pra
frente!
Gabarito: Certo
Divulgar o orçamento público de forma ampla à sociedade; publicar relatórios sobre a execução orçamentária e a gestão
fiscal; disponibilizar, para qualquer pessoa, informações sobre a arrecadação da receita e a execução da despesa. Este
princípio orçamentário refere-se ao princípio da:
A) Universalidade.
B) Legalidade.
C) Publicidade.
D) Exclusividade.
E) Transparência
Comentários:
Essa está aqui para você fixar a sutil diferença entre o princípio da publicidade e o princípio da transparência.
Como eu disse, o princípio da transparência exige que se vá além da publicidade formal. É prestar contas de forma ampla,
clara e em diversos meios.
Esse princípio foi introduzido pela LRF (de acordo com James Giacomoni), que dispõe que:
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios
eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo
parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas
desses documentos.
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Princípios orçamentários
II - liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre
a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público;
Repare, portanto, que a questão não se refere simplesmente à publicação do conteúdo orçamentário em veículos oficiais
de comunicação para conhecimento do público e para a eficácia de sua validade (o que seria o princípio da publicidade).
Gabarito: E
Princípio da Publicidade: o conteúdo orçamentário deve ser divulgado (publicado) em veículos oficiais de comunicação
para conhecimento do público e para a eficácia de sua validade.
Princípio da Transparência: princípio intimamente ligado ao princípio da publicidade. Exige que se vá além da publicidade
formal: o conteúdo orçamentário deve ser divulgado de forma clara e precisa, possibilitando o controle social. Prestar
contas. Incluir a sociedade. Abrir a “caixa preta”. 🗃
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Princípios orçamentários
No seu sentido histórico, ele afirma que nenhuma parcela da receita geral poderá ser reservada ou
comprometida para atender a certos e determinados gastos. Ele prescreve que todas as receitas do Estado
devem ser recolhidas a um fundo único do tesouro, de onde será retirado o numerário necessário para atender
a quaisquer despesas públicas, indistintamente.
É como se nós juntássemos tudo dentro do mesmo saco e de lá tirássemos os recursos necessários para
ir pagando as despesas. O contrário disso seria ter várias contas, sendo que cada uma delas teria uma
destinação específica.
“A exigência de que as receitas não sofram vinculações, antes de qualquer coisa, é uma imposição de bom
senso, pois qualquer administrador prefere dispor de recursos não comprometidos para atender às despesas
conforme as necessidades5”.
Receber R$ 300,00 em “vale alimentação” (que só podem ser gastos com alimentação), R$ 200,00 em “vale transporte”
(que só podem ser gastos com transporte) e R$ 500,00 sem vinculação?
Se você pensar bem, irá concluir que receber os R$ 1.000,00 sem vinculação é mais vantajoso, pois isso lhe garante mais
liberdade para administrar o seu dinheiro e organizar a sua vida, atingir seus objetivos.
Imagine que você só gaste R$ 200,00 por mês em vale alimentação. Aqueles R$ 100,00 restantes também só poderão ser
gastos com alimentação, enquanto você poderia dar qualquer outra finalidade a esse dinheiro: uma viagem, um novo
celular, um novo par de sapatos, o que você quiser! É por isso que existe um mercado secundário para vender esse
“vale alimentação”.
Perceba que, nesse segundo caso do exemplo, metade do seu orçamento já está comprometido: você é
obrigado a gastar R$ 500,00 com alimentação e transporte. Não tem jeito! Isso diminui muito a sua margem de
manobra na utilização dos recursos. No dia que você decidir ir ao trabalho de bicicleta, diminuindo os custos
com transporte, para poder comprar uma nova televisão, você verá que seus esforços foram em vão, pois os
recursos continuam lá, “presos”, somente podendo ser gastos com transporte. Então você percebe que está
“amarrado”, que não consegue e não adianta inovar...
Agora imagine se o orçamento público fosse todo comprometido, “engessado”, de forma que o governo
não tivesse liberdade para realizar os programas que acredita trazer mais benefícios para a sociedade? Seria
ruim, não é mesmo? Assim seria bem mais difícil atingir os objetivos.
Por isso, o princípio da não vinculação da receita de impostos tem como finalidade, portanto, aumentar
a flexibilidade na alocação dos recursos.
No entanto, também não seria razoável dar total liberdade ao gestor público, porque existem áreas
extremamente importantes, nas quais todos concordam que obrigatoriamente deve haver investimentos, a
5
GIACOMONI, James. Orçamento Público, 16ª edição, editora Atlas, 2012
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exemplo da saúde e da educação. É por isso que temos exceções a esse princípio, e saúde e educação são duas
delas.
Beleza. Essa é a essência desse princípio. É o princípio em seu sentido histórico. Mas como ele se faz presente
no Brasil?
No Brasil, o princípio da não afetação (ou não vinculação) de receita de impostos dispõe que nenhuma
receita de impostos poderá ser reservada ou comprometida para atender a gastos específicos e
determinados, ressalvadas algumas importantes exceções (que veremos daqui a pouco).
Esse princípio está na CF/88, portanto possui status constitucional, tamanha é a sua importância. Vejamos
o disposto no artigo 167, IV:
Art. 167. São vedados:
Resumindo: o princípio veda a vinculação da receita de impostos a Fundo, Órgão ou Despesa. Ou seja:
não pode vincular receita de impostos ao FOD!
Para memorizar
“Não pode vincular receita de impostos ao FOD”
Explicamos: de acordo com a CF/88, existem 5 (cinco) espécies de tributos (essa é a chamada “teoria
pentapartida”) e os impostos são somente uma das espécies de tributos. Tributo é mais abrangente, é
gênero. Imposto é uma espécie do gênero tributo.
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Princípios orçamentários
Impostos
Taxas
Contribuições de
Tributos
melhoria
Empréstimos
compulsórios
Contribuições
especiais
Taxa é uma outra espécie de tributo, cuja receita, diferentemente dos impostos, pode ser vinculada para uma despesa
específica.
Portanto, a Administração pode usar o dinheiro arrecadado da taxa de coleta de lixo domiciliar para pagar,
especificamente, os gastos para fazer essa coleta. Mas a Administração não pode reservar o dinheiro arrecadado com o
IPTU, que é um imposto, para pagar determinadas despesas. Esse dinheiro tem que ficar livre para sua alocação racional,
no momento oportuno, conforme as prioridades públicas. É proibido vinculá-lo.
Pode haver vinculação de taxa, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios (pode e deve) e contribuições
especiais (pode e deve), mas não pode haver vinculação de impostos (só nas exceções é que pode). Entendeu agora por
que o nome é princípio da não vinculação da receita de impostos?
Vale lembrar que para os empréstimos compulsórios e contribuições especiais a arrecadação é obrigatoriamente
vinculada, conforme demonstrado abaixo:
Empréstimos compulsórios: a aplicação dos recursos provenientes é (obrigatoriamente) vinculada à despesa que
fundamentou sua instituição (CF/88, art. 148, parágrafo único).
Contribuições especiais:
Contribuições sociais:
Outras contribuições sociais: competência residual da União para instituir novas contribuições sociais
destinadas ao financiamento da seguridade social, ou seja, arrecadação vinculada;
Contribuições sociais gerais: destinadas a outras atuações da União na área social, como o salário
educação (CF, art. 212, § 5º), ou seja, arrecadação vinculada.
Contribuições corporativas: vinculadas para custeio de entidades que fiscalizam as profissões regulamentadas, ou
seja, arrecadação vinculada, por exemplo: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA).
CIDE (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico): arrecadação vinculada ao setor que se quer
incentivar.
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COSIP (Contribuição para o custeio da Iluminação Pública): arrecadação vinculada ao custeio de iluminação
pública.
“Ok, professor. E por que você enfatizou tanto isso? Virou aula de direito tributário agora?”
Enfatizo isso porque essa é uma pegadinha clássica nas provas de concurso! A questão vai trocar a
palavra “impostos” por “tributos” e ficará errada!
Preste atenção!
O princípio veda a vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa
Podemos vincular despesas a receitas de taxas? Sim. Podemos vincular despesas a receitas de operações
de crédito? Sim. Podemos vincular despesas a receitas outros tipos de receita que não sejam impostos? Sim.
“Se você falou ‘em regra’, é porque tem exceção vindo aí, né professor?”
Normalmente, é vedado vincular a receita de impostos a órgão, fundo ou despesa (FOD). Essa é a regra.
No entanto, é possível reservar uma parte da receita de impostos para atender às despesas mencionadas a
partir de agora. Essas são as exceções. Nessas exceções é permitido vincular a receita de impostos a
determinadas despesas.
Essa repartição está regulamentada nos artigos 157 a 161 da CF/88. Tomemos um exemplo para entender
melhor:
III - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos
automotores licenciados em seus territórios;
Isso significa que 50% do IPVA arrecadado pelo Estado será transferido (repartido) aos Municípios. Trata-
se, portanto, de uma despesa de transferência do Estado. Portanto, perceba que essa parcela da receita do
imposto já está reservada, comprometida, vinculada a essa despesa, configurando uma exceção ao princípio
da não vinculação da receita de impostos.
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Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
Portanto:
União 18%
MDE (Ensino)
A terceira exceção é a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde. Essa nós
encontramos no artigo 198, § 2º, da CF/88:
I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior
a 15% (quinze por cento);
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o
art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas
que forem transferidas aos respectivos Municípios;
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere
o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.
A Lei Complementar 141/12 estabelece que o percentual mínimo para a saúde é de:
• para os Estados e o Distrito Federal é de 12% do produto da arrecadação dos seus impostos e das transferências,
deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios;
• para os Municípios e o Distrito Federal é de 15%, do produto da arrecadação dos seus impostos e dos recursos de
transferências.
Observação: Distrito Federal é híbrido. Para os impostos estaduais é 12% e para os impostos municipais é 15%. Para os
impostos não puderem ser segregados em base estadual e em base municipal, o percentual será de 12%.
O descumprimento dessa norma pode consistir em conduta comissiva por omissão, a atrair a aplicação da lei de
improbidade administrativa (REsp n0 1.195.462-PR).
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União 15%
Estados
Saúde 12%
(e DF)
Municípios
15%
(e DF)
Veja a importância que o constituinte deu à saúde e à educação. É tanto que aplicação do mínimo exigido
da receita resultante de impostos nessas áreas é um princípio constitucional sensível e o desrespeito a essa
regra pode resultar na intervenção (federal ou estadual, a depender do caso). Observe:
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território
Federal, exceto quando:
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;
A quarta exceção diz respeito à destinação de recursos para a realização de atividades da administração
tributária. Essa exceção está relacionada ao seguinte dispositivo constitucional:
Art. 37, XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas,
terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive
com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
Para funcionar, o Estado precisa arrecadar tributos! Por isso, o constituinte achou interessante
possibilitar a reserva de parte das receitas de impostos para atividades da administração tributária.
De acordo com a LRF (art. 29, IV), concessão de garantia é um compromisso de adimplência de obrigação
financeira ou contratual assumida por ente da Federação ou entidade a ele vinculada.
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Assim, se um ente federativo quiser contratar uma ARO, ele poderá oferecer em garantia percentuais de
seus impostos futuros.
Por exemplo: o Estado do Ceará quer contratar uma ARO. Então, a instituição financeira diz: “ok, eu lhe dou esse crédito,
mas o que você me dará como garantia?” O Ceará então oferece: “como garantia, eu lhe darei 1% da arrecadação futura
do IPVA”. É possível fazer isso, porque a prestação de garantia a operações de crédito por Antecipação de Receita
Orçamentária (ARO) é uma exceção ao princípio da não vinculação da receita de impostos.
E a última exceção do artigo 167, IV, diz respeito à vinculação de impostos estaduais e municipais para a
prestação de garantia ou contragarantia à União e pagamento de débitos para com esta (para com a União).
De acordo com o artigo 40 da LRF, os entes poderão conceder garantia em operações de crédito internas
ou externas, mas garantia estará condicionada ao oferecimento de contragarantia, em valor igual ou superior
ao da garantia a ser concedida. Pode-se dizer que a contragarantia é executada quando a garantia “falha”. Uma
vez que ocorra a inadimplência quanto pagamento de parcelas oriundas de contratos de operações garantidas
pela União, gerando a obrigação de esta adimplir as parcelas não honradas, haverá a possibilidade de executar
as contragarantias oferecidas pelo ente da Federação, conforme contrato de contragarantia firmado entre o
Ente e a União6.
Essa exceção está prevista no § 4º do artigo 167, com redação dada pela Emenda Constitucional 109/21:
Art. 167, § 4º É permitida a vinculação das receitas a que se referem os arts. 155, 156, 157, 158 e as alíneas
"a", "b", "d" e "e" do inciso I e o inciso II do caput do art. 159 desta Constituição para pagamento de débitos
com a União e para prestar-lhe garantia ou contragarantia. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 109, de 2021)
O que esse dispositivo quer dizer é que, na prática, a União poderá exigir, como garantia ou
contragarantia para quitar débitos, todas as receitas e respectivas repartições de recursos dos artigos 155, 156,
157, 158 e 159 (ITCMD; ICMS; IPVA; IPTU; ITBI; ISS; impostos residuais; repartições do IR, do ITR, do IPI, do IPV
e de impostos residuais; FPE; FPM). Ficaram de fora e, portanto, a União não poderá exigir como garantia ou
contragarantia para quitar débitos as receitas oriundas de:
6
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/-/concessao-de-garantia-pela-uniao
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É pra já!
Aqui você vai lembrar do mnemônico: RESA GaGa. Leia novamente o quadro anterior novamente e
repare nas marcações que eu fiz.
E para lembrar do RESA GaGa é só você imaginar aquela cantora, Lady Gaga, rezando.
Lady Gaga ajudando alunos a lembrar das exceções ao princípio da não vinculação de receita de impostos.
Mas isso não é tudo! Ainda existem outras vinculações “escondidas” na CF/88. Melhor dizendo: elas não
estão no artigo 167.
Art. 204, Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à
inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a
aplicação desses recursos no pagamento de:
II - serviço da dívida;
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados.
Ou seja: Estados e DF podem vincular até 0,5 % da sua receita tributária líquida para isso.
Art. 216, § 6 º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à cultura
até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas e
projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de:
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II - serviço da dívida;
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados.
Ou seja: Estados e DF também podem vincular até 0,5 % da sua receita tributária líquida para isso.
Art. 218, § 5º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita orçamentária
a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.
Ou seja: Estados e DF podem vincular parcela da sua receita orçamentária para isso. Repare: aqui não é
“até 0,5 %” e nem é “da receita tributária líquida”.
E preste atenção: todas as três exceções se aplicam somente aos Estados e DF. União e municípios não
possuem essa faculdade para vincular parcela de sua receita para essas três áreas.
Para finalizar, quero ressaltar um dispositivo importante da nossa LRF:
Art. 8, parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados
exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em
que ocorrer o ingresso.
Vinculou? Então está vinculado! Amarrado! Mesmo que vire o ano, ele continuará vinculado. As
questões vão dizer que ao término do exercício, a vinculação será perdida. Você vai ver!
Recursos
Finalidade
legalmente
específica
vinculados
X0 X1 X2
Mas agora existe uma exceção aqui, inserida pela LC 173/20. Por isso preste atenção agora!
De acordo com o artigo 65, § 1º, II, também da LRF, no caso de calamidade pública reconhecida pelo
Congresso Nacional, “será dispensado o cumprimento do disposto no parágrafo único do art. 8º desta Lei
Complementar, desde que os recursos arrecadados sejam destinados ao combate à calamidade pública”.
Portanto, no caso de uma calamidade pública (e eu estou falando somente de calamidade pública. Não
estou falando de estado de defesa ou de sítio), os recursos legalmente vinculados não precisam ser utilizados
exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação. É possível desvincular esses recursos, desde que
eles sejam destinados ao combate à calamidade pública (essa é a condição).
Ou seja: você pode ser dispensado de obedecer a regra, desde que tenha um bom motivo para isso. Nesse
caso, o bom motivo é a calamidade pública. A calamidade pública é capaz de "cortar" essa vinculação, mas com
uma condição: que os recursos sejam destinados ao combate à calamidade pública. Na prática, está
desvinculando de uma finalidade e vinculando a outra, não é mesmo?
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Comentários:
União e municípios não possuem essa faculdade para vincular parcela de sua receita a entidades públicas de fomento ao
ensino e à pesquisa científica e tecnológica! Essa faculdade é dada somente aos Estados e o DF.
Observe:
Art. 218, § 5º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita orçamentária a entidades
públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.
Gabarito: Errado
O ciclo orçamentário, constituído por fases, compreende o período de tempo em que se processam as atividades típicas
do Orçamento Público. Com relação à fase de execução orçamentária, nos termos da Lei Complementar no 101/2000 -
LRF, é correto afirmar que os recursos legalmente vinculados à finalidade específica serão utilizados, exclusivamente, para
atender ao objeto de sua vinculação, até o término do exercício em que ocorrer o ingresso.
Comentários:
Art. 8, parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para
atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.
Gabarito: Errado
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A partir daí, tivemos sucessivas Emendas Constitucionais, prorrogando os efeitos e, às vezes, criando
novas regras para as desvinculações (EC 27/00, EC 42/03, EC 56/07, EC 59/09, EC 68/11, EC 93/16 e EC 103/19).
Originalmente, na União, liberava-se 20% (vinte por cento) da arrecadação de impostos, contribuições
sociais e Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE). Com a EC 93/16 isso mudou: até
31/12/2023, seriam desvinculados, na União, 30% (trinta por cento) da arrecadação relativa a contribuições
sociais, CIDE e taxas (já instituídas ou que vierem a ser criadas até a referida data).
Perceba as diferenças: o percentual aumentou de 20% para 30%, as taxas entraram na lista e os
impostos federais (a exemplo do IR e do IPI) não estão mais nessa lista.
“Quer dizer que a DRF não se aplica mais a impostos federais, professor? Os impostos federais não podem
mais ser desvinculados pela DRF?”
Isso mesmo!
Mas os impostos estaduais e municipais podem ser desvinculados! Inclusive, essa é uma novidade: nos
Estados, DF e Municípios, ficam desvinculados de órgão, fundo ou despesa, até 31/12/2023, 30% (trinta por
cento) das receitas relativas a impostos, taxas, multas e outras receitas correntes (contribuições sociais e
CIDE não estão nessa lista e as multas entraram para essa lista).
“Ah, professor. Então o orçamento ficou mais amarrado? Porque a desvinculação de impostos, que era de
20%, agora é zero. Diminuiu 20%. E a desvinculação de contribuições só aumentou 10%, foi de 20% para 30%...”
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Não necessariamente! Nos últimos anos, a receita de contribuições tem superado (e muito) a receita de
impostos. Então veja o que aconteceu: cortaram 20% de um valor pequeno, e aumentaram 10% em um valor
enorme. Entendeu o que fizeram?
Só que a EC 103/19 trouxe um pequeno detalhe. Ela diz mais ou menos assim: sabe essa desvinculação de
30% para contribuições sociais? Pois é... agora ela vai ser de 0%! Zero!
Art. 212, § 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-
educação, recolhida pelas empresas na forma da lei.
Então temos duas exceções, duas situações em que a desvinculação de contribuições é zerada:
Art. 76. São desvinculados de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2023, 30% (trinta por
cento) da arrecadação da União relativa às contribuições sociais, sem prejuízo do pagamento das
despesas do Regime Geral da Previdência Social, às contribuições de intervenção no domínio econômico e
às taxas, já instituídas ou que vierem a ser criadas até a referida data.
§ 4º A desvinculação de que trata o caput não se aplica às receitas das contribuições sociais destinadas
ao custeio da seguridade social.
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Preste atenção!
Excetua-se da DRF a arrecadação da contribuição social do salário-educação
A DRF não se aplica às receitas das contribuições sociais destinadas ao custeio da seguridade social
“Beleza, professor. Entendi essa das contribuições. Mas quanto aos impostos, eu já ouvi uma história de que
os impostos são tributos não vinculados, ou seja, são desvinculados. Então o seu percentual de desvinculação não
deveria ser 100%?”
Calma! Não vamos misturar as coisas. Existem duas famosas classificações doutrinárias de tributos,
conforme ensina o professor Ricardo Alexandre (“Direito Tributário”, 11ª edição):
Na classificação quanto à hipótese de incidência, são vinculados os tributos cujo fato gerador seja um
“fato do Estado”, de forma que, para justificar a cobrança, o sujeito ativo precisa realizar uma atividade
específica relativa ao sujeito passivo. São vinculadas, portanto, as taxas e contribuições de melhoria.
Por outro lado, são não vinculados os tributos que têm por fato gerador um “fato do contribuinte”, não
sendo necessário que o Estado desempenhe qualquer atividade específica voltada para o sujeito passivo para
legitimar a cobrança. Todos os impostos são não vinculados, uma vez que seus fatos geradores são
manifestações de riqueza dos contribuintes (renda, patrimônio, consumo) independentes de atividade estatal.
Por exemplo: se engana quem pensa que, em troca da arrecadação do IPVA, o Estado repara e constrói novas vias. O
Estado não precisa fazer nada para arrecadar o IPVA. Basta que você compre um carro.
Já nos tributos de tributos de arrecadação não vinculada, o Estado tem liberdade para aplicar suas
receitas em qualquer despesa autorizada no orçamento. Impostos são exemplos clássicos de tributos de
arrecadação não vinculada, por força, justamente, do princípio da não vinculação da receita de impostos.
Também se engana quem pensa que a arrecadação do IPVA será destinada à reparação e construção de novas vias.
Sempre tem alguém que reclama da “buraqueira” na estrada, né? “A gente paga uma fortuna de IPVA e o Estado nunca
conserta isso!” Mas veja só: IPVA é um imposto, portanto sua arrecadação, em regra, não pode ser vinculada a
determinada despesa.
Então a receita de impostos não está vinculada. Mas, nas exceções ao princípio da não afetação (RESA
GaGa), as receitas dos impostos estarão vinculadas. E é aqui que a DRF atua!
No caso dos impostos, a DRF desvinculava parte dessas receitas que estavam vinculadas (por conta das
exceções). Isto é, antigamente 20 % dessas receitas de impostos vinculadas eram desvinculadas. Hoje,
nenhuma dessas receitas de impostos vinculadas são desvinculadas.
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Princípios orçamentários
Agora que você entendeu melhor como a DRF atua, vou comentar sobre um último detalhe sobre ela:
existem exceções à DRF.
Isso significa que em algumas situações, mesmo com a existência da DRF, a receita que está vinculada
não poderá ser desvinculada. A DRF não poderá atuar nessas situações. Nesses casos, fica mantida a vinculação
que tiver sido feita.
Exemplo: digamos que um Estado vinculou parte da sua arrecadação de ICMS à saúde e à educação (vinculações
permitidas, por serem exceções ao princípio da não afetação: art. 167, IV).
Bem, a Desvinculação das Receitas dos Estados (DRE) poderia desvincular parte dessas receitas vinculadas, se não fosse
pela regra do artigo 76-A, parágrafo único, I, do ADCT, que excetua a desvinculação de recursos vinculados à saúde e à
educação. Ou seja: a DRE não poderá atuar nessa situação. Fica mantida a vinculação feita anteriormente.
Art. 76-A. São desvinculados de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2023, 30% (trinta por
cento) das receitas dos Estados e do Distrito Federal relativas a impostos, taxas e multas, já instituídos
ou que vierem a ser criados até a referida data, seus adicionais e respectivos acréscimos legais, e outras
receitas correntes.
Bom, depois de muita conversa, eu lhe apresento uma tabela e um quadro. A tabela resume as alterações
trazidas pelas emendas constitucionais e mostra qual é o percentual de desvinculação vigente hoje:
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Princípios orçamentários
Contribuições sociais
20% Zero - -
(para seguridade social)
Contribuições sociais
20% 30% - -
(outras)
Multas - - - 30%
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Princípios orçamentários
Percentual 30%
Contribuições sociais,
Contribuições de
Impostos, taxas e multas e outras receitas
Incidência Intervenção no
correntes.
Domínio Econômico
(CIDE), Taxas.
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Princípios orçamentários
Um dos princípios orçamentários comumente apontados pela doutrina e que possui assento na Constituição Federal é o
da não afetação, que traz, entre outras consequências, vedação à vinculação de produto de imposto de competência do
ente federado a órgão, fundo ou despesa.
Comentários:
Sim! O princípio da não afetação veda a vinculação do produto de impostos (não de tributos) a órgão, fundo ou despesa.
Esse princípio é sim comumente apontado pela doutrina e possui assento na CF/88, mais especificamente no artigo 167,
IV.
Gabarito: Certo
CEBRASPE – STM – Técnico Judiciário: área administrativa – 2018
Com relação a técnicas e princípios orçamentários, julgue o item seguinte. O princípio da não afetação das receitas veda a
vinculação de tributos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas as exceções estabelecidas pela Constituição Federal de
1988.
Comentários:
Pegadinha clássica! Eu avisei! E ela continua sendo utilizada. Veja que essa questão é de 2018!
Tributo é gênero. Imposto é uma espécie do gênero tributo. Há 5 (cinco) espécies tributárias: impostos, taxas,
contribuições de melhorias, empréstimos compulsórios e contribuições especiais.
O princípio da não afetação veda a vinculação do produto de impostos (não de todos os tributos) a órgão, fundo ou
despesa. Alguns tributos realmente têm o seu produto vinculado a uma finalidade específica. Por isso a questão ficou
errada. Mas esse princípio realmente tem exceções previstas na CF/88, essa parte da questão está correta.
Portanto, para que a questão ficasse correta bastava trocar a palavra “tributos” por “impostos”.
Gabarito: Errado
Princípio da Não vinculação (Não afetação) da Receita de Impostos: é vedada a vinculação de receita de impostos (não
de todos os tributos) a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas exceções previstas na CF/88.
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Princípios orçamentários
• Receita: R$ 1.000.000.000,00.
Ok, mas de onde vem toda essa receita? De impostos? Taxas? Contribuições? Serviços? Todos os
anteriores? Quanto de cada?
• Despesa: R$ 1.000.000.000,00.
Sim, mas o governo vai fazer o que com todo esse dinheiro? Há uma infinidade de coisas para fazer:
remunerar pessoal, construir hospitais e escolas, realizar atividades da administração tributária, pagar dívidas...
Tudo isso tem que ser detalhado!
A título de exemplo, dê uma olhadinha em um dos anexos do orçamento da União do exercício financeiro
de 2018:
Ele não está na CF/88, portanto não possui status constitucional. Ele está na Lei 4.320/64, observe:
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Princípios orçamentários
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política
econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade
universalidade e anualidade.
Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a
despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o
disposto no artigo 20 e seu parágrafo único.
Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos.
“E pra que fazer isso professor? Pra que fazer essa discriminação, essa especificação? Por que não pode ter
essas dotações globais?”
Ora! Transparência e controle! É para isso!
Lembra daquele exemplo da conta do restaurante? É mais fácil controlar a conta se ela vier toda
detalhada ou se ela informar somente o total? Claro que é se ela vier detalhada!
Vou lhe dar outro exemplo: você e seus amigos vão a um barzinho e cada um faz o seu pedido. Um pediu água, outro pediu
refrigerante, outro pediu vodka e o último pediu leite (leite no barzinho? ). Obviamente cada bebida tem um preço
diferente. Vocês pedem a conta e ela vem assim:
Quando a conta vem assim, fica difícil controlar. Seria muito mais fácil se as bebidas viessem discriminadas, uma por uma,
com o seu respectivo preço.
No orçamento é do mesmo jeito! É por isso que afirmamos que o princípio da especificação surgiu para
proporcionar maior transparência ao processo orçamentário e facilitar o acompanhamento e controle do
gasto público, evitando a famosa “ação guarda-chuva”, que é genérica e abrange tudo no mundo!
Só para você ver que eu não estou falando isso à toa, olha só essa questão:
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Princípios orçamentários
Exatamente! Essa é uma das finalidades do princípio da discriminação. Quando está tudo detalhado, discriminado, é mais
fácil fiscalizar. O detalhamento facilita o trabalho dos parlamentares, dos auditores de controle externo, e da sociedade
também (controle social)!
Gabarito: Certo
Os Programas Especiais de Trabalho (PET) são grandes investimentos públicos que, por sua
complexidade e abrangência, não podem ter toda a sua composição de despesas explicitadas de antemão. Os
PET que, por sua natureza, não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da
despesa poderão ser custeados por dotações globais.
Simplificando: não é possível executar esses PET na forma convencional, pois eles são muito grandes e complexos. Por
isso eles precisam de dotações globais.
Essa é a ressalva que está no artigo 5º (transcrito anteriormente), prevista no artigo 20, parágrafo único,
da Lei 4.320/64:
Art. 20, Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-
se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa poderão ser custeadas por dotações
globais, classificadas entre as Despesas de Capital.
Pois é... Essa reserva serve para cobrir uma possível perda futura.
Por exemplo: um agricultor sabe que, eventualmente, poderá passar por uma seca (um período de estiagem) e poderá
perder a sua safra. Por isso seria inteligente de sua parte ter uma reserva de contingência.
Muito bem. Não se pode dizer exatamente com que essa reserva de contingência será utilizada e nem
quando ela será utilizada, porque não se sabe o que vai acontecer no futuro.
Então como especificar isso?
Resposta: não dá! Como especificar algo que não é passível de especificação?
Por exemplo: o agricultor não sabe se vai acontecer uma seca, um incêndio ou uma praga. Nem sabe se vai ser em 2019,
2020 ou 2021.
Por isso que a reserva de contingência é uma dotação global para atender a passivos contingentes e
outras despesas imprevistas. É uma dotação genérica, não especificada, sem aplicação definida, a partir da qual
o poder público pode atender a passivos contingentes (a exemplo de pagamentos devidos a execuções
judiciais) ou executar novas dotações, por meio de créditos adicionais.
Vale lembrar que a dotação da reserva de contingência nunca é executada! Ela, no máximo, serve como fonte para
abertura de créditos adicionais. Veja só o que diz o MCASP 8ª edição:
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Princípios orçamentários
“A classificação da Reserva de Contingência, destinada ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos, bem como
eventos fiscais imprevistos, e da Reserva do Regime Próprio de Previdência Social, quanto à natureza da despesa
orçamentária, serão identificadas com o código “9.9.99.99”, conforme estabelece o parágrafo único do art. 8º da Portaria
Interministerial STN/SOF nº 163, de 2001. Todavia, não são passíveis de execução, servindo de fonte para abertura de
créditos adicionais, mediante os quais se darão efetivamente a despesa que será classificada nos respectivos grupos.”
1. Categoria Econômica;
2. Grupo de Despesa;
3. Modalidade de aplicação;
4. Elemento de despesa;
5. Detalhamento da despesa.
“Professor, vou falar a verdade: não estou entendo isso muito bem!”
Calma. Você vai entender isso bem melhor quando estudar as classificações da despesa.
Por ora, o que você já pode gravar é que: na LOA, as despesas devem ser detalhadas até a modalidade
de aplicação.
Por último, quero acrescentar algo que está na nossa LRF:
Art. 5º, § 4º É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação
ilimitada.
Esse dispositivo representa um reforço do princípio da especificação.
Comentários:
Esse é o princípio da especificação, especialidade ou discriminação. Ele veda dotações globais, créditos com finalidades
imprecisas e dotações ilimitadas (segundo o disposto no artigo 5º da Lei 4.320/64, e no artigo 5º, § 4º, da LRF).
Além disso, de acordo com o artigo 15 da Lei 4.320/64, a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos.
Ressalte-se que o texto da lei está, sim, vigente, por isso a questão está correta. No entanto, a interpretação dada à palavra
“elementos” é que mudou de 1964 para cá, principalmente por conta do aumento e extensão das funções e
responsabilidades governamentais. Foi por isso que a Portaria STN/SOF 163/01 foi editada. Mas grave o seguinte: hoje, na
LOA, as despesas devem ser detalhadas até a modalidade de aplicação.
Gabarito: Certo
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Princípios orçamentários
Princípio da especificação (especialização ou discriminação): na LOA, as receitas e despesas devem ser discriminadas
(detalhadas). Exceções: Programas Especiais de Trabalho (PET) e Reserva de Contingência.
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Princípios orçamentários
Outros princípios
Princípio da Uniformidade (Consistência)
Segundo o princípio da Uniformidade (Consistência) o orçamento deve manter uma mínima
padronização na apresentação de seu conteúdo, de forma a permitir comparações entre diferentes períodos.
Esse princípio é extraído da Lei 4.320/64, artigo 22, III, e, em outras palavras, determina que o orçamento deve
apresentar e conservar ao longo dos exercícios financeiros uma estrutura que permita comparações entre os
sucessivos mandatos.
Por exemplo: suponha que um usuário deseje fazer uma análise horizontal (tal qual é feita na contabilidade), medindo o
comportamento das receitas ao longo dos anos.
Acontece que, em 2015, a receita de impostos foi apresentada junto com a receita de taxas (“impostos e taxas”). Em 2016,
ela foi apresentada junto com a receita de contribuições sociais (“impostos e contribuições sociais”). Já em 2017, foi
apresentada junto com todas as outras receitas tributárias (“receitas tributárias”). Dessa forma, a comparação entre os
exercícios financeiros ficou prejudicada, impossibilitando, dentre outras, a análise do comportamento da receita de
impostos.
Princípio da Programação
O princípio da programação é um princípio doutrinário, que surgiu a partir da instituição do orçamento-
programa. Ele preceitua que o orçamento público deve evidenciar os programas de trabalho, servindo como
instrumento de administração do Governo, facilitando a fiscalização, gerenciamento e planejamento.
No orçamento, todas as despesas são inseridas sob a forma de programa. Cada despesa deve ter um
programa correspondente (estar dentro de um programa).
Princípio do Equilíbrio
De acordo com o princípio do equilíbrio, as despesas não podem ser maiores que as receitas. Esse
princípio tem como finalidade equilibrar as finanças públicas, o orçamento, as receitas e as despesas. Mais
especificamente, o princípio busca garantir que as despesas fixadas não serão maiores que as receitas
previstas, o que significa que o princípio do equilíbrio é (formalmente) atendido na fase de planejamento. O
autor Giovanni Pacelli chama isso de princípio do equilíbrio lato sensu (equilíbrio formal).
Também procura-se atender ao princípio do equilíbrio na execução do orçamento. A Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF) tem um papel muito importante nesse sentido, porque ela estabelece que: se
verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas
de resultado, acontecerá o que chamamos de limitação de empenho e movimentação financeira (LRF, art.
9º). Além disso, em seu art. 4º, inciso I, alínea “a”, a LRF que determina que a LDO disporá sobre o equilíbrio
entre receita e despesa.
Regra de ouro
O princípio do equilíbrio também se faz presente na famosa regra de ouro. Em termos simples, ela proíbe
as operações de crédito (OC) que excedam as despesas de capital (DK). Em outras palavras: as operações
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crédito devem ser menores ou iguais às despesas de capital. Giovanni Pacelli considera que esse é o princípio
do equilíbrio stricto sensu (equilíbrio material).
Preste atenção!
Regra de ouro: OC DK
Como toda boa regra, há uma exceção. Sim: a regra de ouro pode ser “quebrada”. Caso as operações de
crédito sejam autorizadas mediante créditos adicionais suplementares ou especiais com finalidade precisa,
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta, mesmo que o limite estabelecido pelas despesas de
capital seja ultrapassado, elas poderão ser realizadas.
Importante destacar, portanto, que as operações de crédito são fontes para abertura de créditos
adicionais, que são mecanismos retificadores do orçamento. Ou seja: é possível alterar o orçamento enquanto
ele está sendo executado (ao longo do exercício financeiro) por meio da contratação de operações de crédito.
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa,
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
Pois é...
O enunciado da regra de ouro é que o endividamento deve ser admitido com a finalidade de viabilizar
investimentos, amortização do principal da dívida, e outras despesas de capital. Não para financiar
despesas correntes.
É uma regra que busca preservar a saúde financeira do país, evitando que empréstimos sejam tomados
para financiar despesas correntes.
Tomar empréstimo para comprar um apartamento, um carro, é “normal”, não é mesmo? Mas tomar um empréstimo para
pagar despesas corriqueiras (como alimentação, aluguel, etc.) não é nada bom!
Mas veja bem: a regra de ouro não proíbe todas as operações de crédito. Ela proíbe aquelas que excedam
as despesas de capital! As operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital estão
vedadas!
Despesas
� correntes
Operações Despesas
de crédito de capital
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Princípios orçamentários
Inspirado no autor supracitado, considere o seguinte orçamento simplificado (nesse momento, não se
preocupe com a classificação da receita e da despesa. Isso será visto em momento oportuno):
Receita Despesa
Impostos, taxas e
Pessoal e Encargos
contribuições de 400.000,00 300.000,00
Sociais
melhoria
Juros e Encargos da
Contribuições 200.000,00 300.000,00
Dívida
Outras Despesas
Patrimoniais 100.000,00 100.000,00
Correntes
Despesas de capital
Receitas de capital 300.000,00 300.000,00
(DK)
Operações de crédito
100.000,00 Investimentos 100.000,00
(OC)
Amortização de
50.000,00 Amortização da dívida 100.000,00
empréstimos
Operações de Despesas de
Total das receitas 1.000.000,00 Total das despesas Regra de ouro
1.000.000,00
crédito (OC) Capital (DK)
desrespeitada
Repare que oR$ 300.000,00
total das despesas (R$R$1.000.000,00)
100.000,00 não é superior ao total das receitas (R$ 1.000.000,00).
Note também que as operações crédito (R$ 100.000,00) são menores que as despesas de capital (R$
300.000,00). Portanto, o equilíbrio material (regra de ouro) também está sendo atendido.
Operações de Despesas de
crédito (OC) Capital (DK) Regra de ouro
respeitada
R$ 100.000,00 R$ 300.000,00
OC é menor que DK
Beleza!
Mas agora vamos imaginar que a Administração queira abrir um crédito suplementar, utilizando
operações de crédito como fonte, para financiar despesas com pessoal e encargos sociais, que são despesas
correntes. Até qual valor esse crédito suplementar pode ser aberto sem que a regra de ouro seja desrespeitada?
“Espera aí, espera aí, professor! Contratar operação de crédito para pagar despesas correntes? Pode isso?
Não foi você quem disse que ‘o endividamento deve ser admitido com a finalidade de viabilizar investimentos,
amortização do principal da dívida, e outras despesas de capital’”.
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Pode sim! É possível sim realizar operações de crédito para pagar despesas correntes! O que a regra de
ouro proíbe são operações de crédito que excedam as despesas de capital. Mas até chegar ao “teto”
estabelecido pelo montante das despesas de capital, as operações de crédito podem ser contratadas para pagar
despesas correntes ou despesas de capital.
Preste atenção!
É possível sim realizar operações de crédito para pagar despesas correntes. O que a regra de ouro
proíbe são operações de crédito que excedam as despesas de capital!
Certo...
Operações
Então, retornando de pergunta:
à minha Despesas de
as operações crédito somam R$ 100.000,00 e as despesas de
crédito (OC) Capital (DK) Regra de ouro
capital, R$ 300.000,00. Até qual valor o crédito suplementar pode ser aberto sem que a regra de ouro seja
desrespeitada
desrespeitada? R$ 300.000,00 R$ 100.000,00
Ora, até R$ 200.000,00. Assim, as operações crédito totalizariam R$ 300.000,00 e as despesas de capital
também. As operações de crédito seriam iguais (não superiores) às despesas de capital e a regra de ouro estaria
sendo respeitada. OC está maior que DK
Operações de Despesas de
crédito (OC) Capital (DK) Regra de ouro
respeitada
R$ 300.000,00 R$ 300.000,00
OC é igual a DK
Se fosse aberto um crédito suplementar de R$ 200.000,01 (tendo como única fonte as operações de
crédito), a regra de ouro estaria sendo descumprida, mas esse procedimento será possível se as operações de
crédito forem autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados
pelo Poder Legislativo por maioria absoluta (exceção da regra de ouro). É assim que a regra de ouro pode ser
“quebrada”!
Lembre-se que aqui nós estamos considerando que as operações de crédito estão financiando despesas
com pessoal e encargos sociais, que são despesas correntes. Ou seja, nosso exemplo ficaria assim:
Receita Despesa
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Amortização de
50.000,00 Amortização da dívida 100.000,00
empréstimos
Total das receitas 1.200.000,00 Total das despesas 1.200.000,00
Mas o que aconteceria se as operações de crédito estivessem financiando despesas de capital? Você
concorda que à medida que as operações de crédito aumentassem, as despesas de capital também
Operações de Despesas de
aumentariam? Assim, olha só:
crédito (OC) Capital (DK) Regra de ouro
desrespeitada
• R$ 300.000,00
Operações R$ 100.000,00
de crédito: R$ 100.000,00 + R$ 200.000,00 = R$ 300.000,00
• Despesas de capital: R$ 300.000,00 + 200.000,00 = R$ 500.000,00
Repare que a regra de ouro não foi afetada! As operações de crédito continuam menores que as despesas
de capital. OC está maior que DK
Operações de Despesas de
crédito (OC) Capital (DK)
Regra de ouro
R$ 100.000,00 R$ 300.000,00 não afetada
+ +
R$ 200.000,00 R$ 200.000,00
Aumenta OC Aumenta DK
Conclusão: sempre que se contratar operação de crédito e esta for integralmente destinada a despesas
de capital, a regra de ouro nunca será alterada devido a essa operação.
Por isso que o autor Giovanni Pacelli diz que “para se quebrar a regra de ouro é preciso que os recursos
de operações de crédito estejam custeando despesas correntes”.
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Princípios orçamentários
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas
mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
Gabarito: Certo
Explico: de que adianta autorizar o orçamento se quando da execução do mesmo ele será todo alterado
à discricionariedade do gestor público? Será que a alteração será compatível com o interesse público?
Por isso que determinado recurso público não pode ser utilizado em categoria de programação diversa
da prevista na lei orçamentária anual, mesmo que haja convergência de objetivos. Sem autorização legislativa,
o gestor público não pode remanejar ou transferir esses recursos.
Ora, a LOA não é uma lei? Então, é necessária uma lei (autorização legislativa) para alterá-la.
Portanto, em caso de insuficiência de recursos, o Poder Executivo não pode simplesmente “tirar do
crédito orçamentário A e colocar no crédito orçamentário B” (será que esse é o interesse público?). O Poder
Executivo deverá recorrer à abertura de créditos adicionais ou solicitar ao Poder Legislativo a transposição,
remanejamento ou transferência.
• T: Transposição
• R: remanejamento
• T: Transferência
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Princípios orçamentários
inovação, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções, mediante ato do
Poder Executivo, sem necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI deste artigo.
Aprofundando
“Professor, qual é a diferença entre remanejamento, transposição e transferência?”
Isso não costuma aparecer em provas, mas já que você perguntou, vou lhe oferecer a resposta dada pelo Conselheiro do
Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA), José Ribamar Caldas Furtado:
Remanejamentos são realocações na organização de um ente público, com destinação de recursos de um órgão para
outro. Podem ocorrer, por exemplo, em uma reforma administrativa. A extinção de um órgão pode levar a Administração
a decidir pelas realocações das atividades, inclusive dos respectivos programas de trabalho, recursos físicos e
orçamentários, para outros órgãos, sejam da administração direta, sejam da administração indireta. Nesse caso, não cabe
a abertura de crédito adicional especial para cobertura de novas despesas, uma vez que as atividades já existem, inclusive
os respectivos recursos não financeiros. Entretanto, se houver a necessidade da criação de um cargo novo, a
Administração deverá providenciar a abertura de um crédito adicional para atender a essa despesa;
Transposições são realocações no âmbito dos programas de trabalho, dentro do mesmo órgão. Pode acontecer que a
administração da entidade governamental resolva não construir a estrada vicinal, já programada e incluída no orçamento,
deslocando esses recursos para a construção de um edifício para nele instalar a sede da secretaria de obras, também já
programada e incluída no orçamento, cujo projeto original se pretende que seja ampliado. Nesse caso, basta que a lei
autorize a realocação dos recursos orçamentários do primeiro para o segundo projeto;
Transferências são realocações de recursos entre as categorias econômicas de despesas, dentro do mesmo órgão e do
mesmo programa de trabalho. Ou seja, repriorizações dos gastos a serem efetuados. Pode ocorrer que a administração
do ente governamental tenha que decidir entre realocar recursos para a manutenção de uma maternidade ou adquirir um
novo computador para o setor administrativo dessa maternidade, que funciona relativamente bem, ainda que utilizando
computadores antigos. A opção por recursos para a manutenção da maternidade se efetivará através de uma
transferência, que não se deve confundir com anulações, parciais ou totais, de dotações para abrir crédito adicional
especial. Nas transferências, as atividades envolvidas continuam em franca execução; nos créditos adicionais especiais
ocorre a implantação de uma atividade nova.
Princípio da Clareza
Segundo o princípio da clareza, o orçamento público deve ser apresentado em linguagem clara e
compreensível (de fácil entendimento), de forma que as pessoas consigam entendê-lo.
Esse princípio também está muito relacionado ao princípio da transparência, e o motivo é óbvio: de que
adianta publicar o orçamento se ninguém o entender?
Embora seja um princípio de caráter meramente formal, tem uma importante finalidade: facilitar o
controle social.
Princípio da Utilidade
De acordo com o princípio da utilidade, a despesa pública deve atender ao custeio dos gastos
necessários ao funcionamento dos organismos de Estado, bem como dos serviços públicos, objetivando o
atendimento dos interesses da coletividade.
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Princípios orçamentários
Esse é um princípio doutrinário bem específico. Tanto que não tem muito o que falar sobre ele, a não ser
isso que já foi dito. Eu só o vi cair em prova duas vezes!
Princípio da exatidão
O princípio da exatidão busca evitar o superdimensionamento das solicitações de dotações
orçamentárias.
Por exemplo: João está desempregado há 2 anos. Ele, sua esposa e seus 5 filhos moram num abrigo para pessoas carentes.
Num belo dia, Daniel, um trabalhador da classe média alta, comparece ao abrigo disposto a doar R$ 5.000,00 mensais para
as famílias. Ele tomou particular interesse na família de João, então decidiu que vai dar preferência a ela. Por isso,
perguntou a João: “de quanto vocês precisam para se manterem no mês?”
João sabe que somente precisa de R$ 2.000,00 mensais, mas, diante desta “oportunidade”, João está tentado a dizer que
precisa mesmo é de R$ 5.000,00.
O que João está fazendo? Um superdimensionamento da sua solicitação! João não precisa de R$ 5.000,00. Só de R$
2.000,00. Mas está pensando em pedir os R$ 5.000,00 (veja como isso também envolve questões éticas).
Do mesmo jeito, a Administração Pública, sabendo que só precisa de R$ 1.000.000,00, deve solicitar (no orçamento
público) somente os R$ 1.000.000,00.
Esse é o princípio da exatidão. Se você sabe que vai gastar X reais, solicite X reais!
“Professor, mas a Administração não pode colocar uma margem de erro?”
Pode. Não tem problema nenhum. O problema é saber que precisa de X reais e pedir o dobro disso. Ou
então nem saber de quanto precisa, e por isso superestimar uma dotação.
Por exemplo: um Prefeito deseja construir uma ponte. O seu secretário de infraestrutura então diz: “beleza, prefeito.
Precisamos fazer um estudo e um planejamento aqui, para saber quanto vai custar essa obra e pedir dotação no orçamento
do próximo ano.”
O prefeito responde: “que estudo que nada! Coloca logo uma dotação de R$ 1.000.000,00 para essa ponte, porque não vai
dar mais que isso, com certeza!”
Está percebendo como o princípio da exatidão pode revelar a falta de planejamento (que, inclusive, é um
dos pilares da responsabilidade na gestão fiscal – LRF, art. 1º, § 1º)?
“Mas, professor, pode acontecer um imprevisto!”
Sim! E se acontecer isso, a Administração Pública pode abrir créditos adicionais e reforçar essa dotação
ou criar novas despesas.
Do mesmo jeito que, se João tiver um imprevisto em algum mês, ele pode pedir R$ 3.000,00 em vez
daqueles costumeiros R$ 2.000,00.
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Princípios orçamentários
Imagine que, em vez de R$ 10.000.000,00, seja solicitado R$ 15.000.000,00 para uma determinada
despesa. Se a despesa “aumentou” R$ 5.000.000,00, significa que as receitas também têm que aumentar R$
5.000.000,00. O ente está aumentando a sua previsão de receita, mas essa receita provavelmente não será
arrecadada, porque ela só aumentou por causa da superestimação da despesa. Desse jeito, a previsão de receita
começa a ficar vazia, sem fundamento. E essa folga nas despesas (R$ 5.000.000,00) mais tarde pode ser
remanejada para outras despesas. Assim, o orçamento vai virando uma mera formalidade, um mero “pedaço
de papel”.
Triste é saber que o superdimensionamento das solicitações de dotações orçamentárias é uma prática
muito comum em nosso país.
Comentários:
Infelizmente, o superdimensionamento das solicitações de dotações orçamentárias é mesmo uma prática muito comum.
E isso é horrível, porque provoca uma ruptura do equilíbrio orçamentário. Pense bem: se a Administração fixa uma despesa
de R$ 15.000.000,00 em vez de R$ 10.000.000,00, ela precisa prever esses R$ 5.000.000,00 excedentes aí como receita. Só
que essa receita provavelmente não vai ser arrecadada, porque não foi feito um estudo para descobrir que vão ser
arrecadados mais R$ 5.000.000,00. Esse valor só foi colocado ali porque a Administração superestimou a despesa. É numa
dessas que o orçamento vai se transformando numa mera formalidade, num pedaço de papel, artificial!
É justamente isso que o princípio da exatidão busca evitar!
Vou repetir para deixar bem claro: o princípio da exatidão busca evitar o superdimensionamento das solicitações de
dotações orçamentárias.
Confira a lição do mestre James Giacomoni:
“A difundida prática de superdimensionamento da solicitação de recursos baseada na inevitalidade dos cortes configura clara
violência ao princípio da exatidão, artificializando a elaboração do orçamento.”
Gabarito: Certo
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Princípios orçamentários
De acordo com os princípios que regulam o orçamento público, julgue o item seguinte.
Comentários:
Sim! Esse é o princípio da anualidade (periodicidade). Segundo esse princípio, o orçamento deve ser
elaborado e autorizado para um determinado período de tempo, geralmente de 12 meses, chamado de exercício
financeiro.
Aqui no Brasil, o exercício financeiro coincidirá com o ano civil, que é o ano normal que nós conhecemos:
começando em 1º de janeiro e terminando em 31 de dezembro. Isso está expresso na Lei 4.320/64, confira:
Gabarito: Certo
De acordo com os princípios que regulam o orçamento público, julgue o item seguinte.
Cada ente da Federação deve possuir apenas um orçamento, estruturado de maneira uniforme.
Comentários:
• Princípio da Unidade (Totalidade): o orçamento deve ser uno. Cada ente federativo, em cada
exercício financeiro, deverá ter somente um único orçamento.
• Princípio da Uniformidade: o orçamento deve manter uma mínima padronização na apresentação
de seu conteúdo, de forma a permitir comparações entre diferentes períodos.
Gabarito: Certo
De acordo com os princípios que regulam o orçamento público, julgue o item seguinte.
A lei orçamentária deverá conter todas as receitas e despesas previstas no ano civil.
Comentários:
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Princípios orçamentários
De acordo com o princípio da Universalidade (Globalização), o orçamento deverá conter todas as receitas
e todas as despesas de todos os Poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e mantidas pelo poder
público.
A banca a considerou correta. E é um posicionamento que ela já tinha adotado antes, quando questionou em
2009, na prova da AGU: “O princípio da universalidade estabelece que todas as receitas e despesas devem estar
previstas na LOA”. Questão também foi considerada correta.
Enfim, fizemos essa análise só para você “ficar ligado”, mas não fique procurando pelo em ovo! A lei
orçamentária deverá conter todas as receitas e despesas previstas naquele exercício financeiro e pronto!
Gabarito: Certo
Comentários:
É isso mesmo. Em outras palavras, para atender ao princípio da universalidade, supõe-se que o princípio do
orçamento bruto também foi atendido.
De acordo com o princípio do orçamento bruto, as receitas e despesas constarão da LOA pelos seus valores
totais, vedadas quaisquer deduções.
Pense conosco: se o orçamento registrasse as receitas as receitas e despesas pelos valores líquidos, nem
todas as receitas e despesas estariam lá. Por exemplo: registrando as receitas e despesas sem nenhuma dedução,
poderíamos ter o registro de uma receita de R$ 1.000,00 e uma despesa de R$ 200,00. Agora, se utilizássemos
valores líquidos e fizéssemos a dedução, registraríamos somente uma receita de R$ 800,00. Nesse caso, cadê a
despesa de R$ 200,00? Seria como se ela não existisse! O orçamento não informaria a dedução.
É por isso que esses princípios andam juntos! Eles se complementam! E o princípio do orçamento bruto
constitui um pressuposto básico do princípio da universalidade.
Gabarito: Certo
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Princípios orçamentários
Novas categorias de programação da lei orçamentária podem ser utilizadas sem se desrespeitar o princípio da
uniformidade.
Comentários:
Segundo o princípio da uniformidade (consistência), o orçamento deve apresentar e conservar ao longo dos
exercícios financeiros uma estrutura que permita comparações entre os sucessivos mandatos.
Adicionar uma nova categoria de programação não viola esse princípio.
Vamos fazer uma comparação com o seu orçamento pessoal. Antes você organizava as suas despesas nas
seguintes categorias: saúde, educação e lazer. Se você adicionar uma nova categoria chamada “investimentos”, a
padronização entre o seu orçamento passado e o orçamento atual será quebrada? Claro que não!
Gabarito: Certo
Quando o Poder Legislativo local não consegue apreciar, discutir, votar e aprovar a lei orçamentária no prazo
determinado — dezembro de todo ano —, o ente federativo inicia o exercício financeiro seguinte em
descumprimento ao princípio da anualidade.
Comentários:
Além disso, o legislador foi precavido e a legislação já prevê como deverá se proceder caso o Poder Executivo
não envie o PLOA dentro do prazo ou caso o Poder Legislativo não aprove a lei orçamentária no prazo determinado
(situação da questão).
A cada ano, as Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDOs) determinam que se o PLOA não for sancionado pelo
Presidente da República até 31 de dezembro daquele ano, parte da programação constante do PLOA poderá ser
executado até o limite de 1/12 do total de cada ação prevista no referido projeto de lei, multiplicado pelo número
de meses decorridos até a sanção da respectiva lei. Por exemplo: se o projeto de lei apresenta uma despesa
fixadas para uma ação no total de R$ 120.000,00, em janeiro do ano seguinte é possível executar R$ 10.000,00 da
referida ação (1/12 de R$ 120.000,00). Se, em fevereiro, o PLOA ainda não tiver sido votado e aprovado, é possível
executar mais 1/12, e aí já teremos 2/12. Se decorridos 6 meses até a sanção da LOA, a Administração pode
executar até 6/12 (metade) do total previsto para aquela ação.
Por sinal, isso aconteceu em 2015. A LOA 2015 foi aprovada com 3 meses de atraso!
Gabarito: Errado
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Princípios orçamentários
Operação de transferência de recursos entre entes federativos não fere o princípio do orçamento bruto. Nesse
caso, os recursos deverão ser incluídos como despesa no orçamento do ente que transfere e, como receita, no
orçamento daquele que os receber.
Comentários:
Exatamente! Primeiro, relembremos o princípio do orçamento bruto: receitas e despesas constarão da LOA
pelos seus valores totais, vedadas quaisquer deduções. Elas são registradas pelos seus valores brutos, e não pelos
seus valores líquidos.
O Estado de São Paulo tem que transferir R$ 100.000,00 para o Ceará e o Ceará tem que transferir R$
20.000,00 para o Estado de São Paulo. Nesse caso, não podemos simplesmente fazer uma dedução e considerar
que o Estado de São Paulo só tem que transferir R$ 80.000,00 para o Ceará, registrando uma receita de R$
80.000,00 para o Ceará e uma despesa de R$ 80.000,00 para São Paulo. Na verdade:
• Receita de R$ 20.000,00
• Despesa de R$ 100.000,00
Ceará registra:
• Receita de R$ 100.000,00
• Despesa de R$ 20.000,00
Perceba que no orçamento do ente que transfere, registra-se uma despesa. E no orçamento do ente que
recebe, registra-se uma receita. E todas devem constar no orçamento pelos seus valores totais (R$ 100.000,00 e
R$ 20.000,00), não pelos seus valores líquidos, deduzidos (R$ 80.000,00).
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer
deduções.
§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no
orçamento da entidade obrigada a transferência e, como receita, no orçamento da que as deva receber.
Portanto, essa operação de transferência de recursos entre entes federativos em nada fere o princípio do
orçamento bruto. Receita para quem receber. Despesa para quem transferir. Questão correta!
Gabarito: Certo
Pelo princípio do equilíbrio, o ente que apresenta déficit orçamentário em exercício financeiro está impedido de
contratar quaisquer operações de crédito no exercício subsequente, até que consiga equilibrar a diferença entre
despesas e receitas.
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Princípios orçamentários
Comentários:
Nada disso! Essa regra não existe! Não é isso que o orçamento preceitua. O princípio do equilíbrio busca
garantir que as despesas fixadas não serão maiores que as receitas previstas. A questão está relacionada com a
regra de ouro, que também faz parte da concepção moderna do princípio do equilíbrio. A regra estabelecida no
art. 167, III, da CF/88, proíbe as operações de crédito (OC) que excedam as despesas de capital (DK). Perceba:
ela não proíbe a contratação de quaisquer operações de crédito. Ela proíbe a contratação daquelas que excedam
as despesas de capital (DK). E é por isso que a questão está errada.
Além disso, vale lembrar que, durante a execução do orçamento, se verificado, ao final de um bimestre, que
a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado, acontecerá o que chamamos
de limitação de empenho e movimentação financeira (LRF, art. 9º).
Gabarito: Errado
Contribuição de melhoria, um imposto decorrente de melhorias advindas de obras públicas, atende ao princípio
da não afetação da receita pública.
Comentários:
Quem entendeu a diferença entre tributo e impostos matou essa questão rapidinho!
Primeiro (e flagrante) erro: de acordo com a CF/88, existem 5 (cinco) espécies de tributos (essa é a chamada
“teoria pentapartida”) e os impostos são somente uma das espécies de tributos. Tributo é mais abrangente, é
gênero. Imposto é uma espécie do gênero tributo. Contribuição de melhoria também é uma espécie de tributo,
portanto não é imposto. Imposto é imposto!
Segundo erro: o princípio da não afetação da receita de impostos, no Brasil, restringe-se às receitas de
impostos. Não abrange a receita de todos tributos. Portanto, a receita de contribuições de melhoria pode sim (e
é) afetada (vinculada) a determinadas e específicas despesas. Portanto, contribuição de melhoria não atende ao
princípio da não afetação da receita pública.
Gabarito: Errado
O empréstimo compulsório, criado para atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública,
de guerra externa ou iminente, é um imposto que atende ao princípio da não afetação da receita pública.
Comentários:
De novo, CEBRASPE?
• Impostos;
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Princípios orçamentários
• Taxas;
• Contribuição de melhoria;
• Empréstimos compulsórios;
• Contribuições especiais.
Empréstimo compulsório é uma espécie do gênero tributo, assim como imposto também é. Portanto o
empréstimo compulsório não é um imposto, como afirmou a questão.
Além disso, o princípio da não afetação da receita de impostos, no Brasil, restringe-se às receitas de
impostos. Portanto, empréstimos compulsórios não atendem ao princípio da não afetação da receita pública.
Gabarito: Errado
Os princípios da unidade e da universalidade são válidos, ainda que haja orçamentos diferentes no âmbito de cada
ente da Federação.
Comentários:
Sim! É claro!
Cada ente possui o seu próprio orçamento, a sua própria LOA. Independente um do outro. Por exemplo: o
Estado do Rio de Janeiro tem o seu orçamento, que é diferente e independente do orçamento do Estado de Minas
Gerais.
E cada ente da Federação deve adotar os princípios orçamentários, afinal eles são válidos para todos os
poderes e todos os níveis de governo.
Relembrando:
• Princípio da unidade: cada ente da Federação, em cada exercício financeiro, deverá ter somente um
único orçamento;
• Princípio da universalidade: a LOA de cada ente da Federação deverá conter todas as receitas e as
despesas.
Reparou no destaque?
Portanto, os princípios da unidade e universalidade são, sim, válidos, ainda que haja orçamentos diferentes
no âmbito de cada ente da Federação (e eles são diferentes e independentes mesmo).
Gabarito: Certo
A respeito das técnicas, dos princípios e do ciclo orçamentários, julgue o item a seguir.
A publicação do orçamento em diário oficial é o ato que garante o cumprimento do princípio orçamentário da
clareza.
Comentários:
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Princípios orçamentários
Opa! Princípio da publicidade é coisa. Princípio da clareza é outra coisa! E só porque algo está publicado
não significa que ele seja claro.
Por exemplo: imagine um orçamento divulgado somente com os códigos (números) para representar as
receitas e despesas. A relação do significado desses códigos não foi divulgada. Como você vai descobrir o que cada
receita e despesa significa? Além disso, o legislador utilizou-se do seu melhor “juridiquês” e utilizou uma
linguagem que somente um cidadão altamente qualificado seria capaz de entender. De que adianta publicar o
orçamento assim se somente uma minúscula parcela da população vai entender? Isso não é nada transparente!
É por isso que o princípio da clareza está muito relacionado ao princípio da transparência, e o motivo é
óbvio: de que adianta publicar o orçamento se ninguém o entender?
Dito tudo isso, a publicação do orçamento não garante o cumprimento do princípio orçamentário da clareza.
Portanto, a questão está errada!
Gabarito: Errado
A) da universalidade.
B) da unidade.
C) do orçamento-bruto.
D) da anualidade.
E) da exclusividade.
Comentários:
Alternativa “e” também está errada. De acordo com o princípio da exclusividade, a LOA não conterá
dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa. A questão não falou nada sobre algum outro
dispositivo que estava contido na LOA, portanto não há infração a esse princípio.
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Princípios orçamentários
Então ficamos entre as alternativas “a” e “b”. É aqui que surge a dúvida.
Por um lado, argumenta-se: “a proposta de lei orçamentária anual continha apenas as receitas e despesas
públicas correntes (deixando de lado as receitas e despesas de capital), e o princípio da universalidade diz que a
LOA deverá conter todas as receitas e as despesas.”
Por outro lado, nota-se que a proposta de lei orçamentária anual veio fragmentada, ou melhor, nota-se a
existência de duas propostas de lei orçamentária anual. Na primeira ocasião, o prefeito encaminhou proposta de
lei orçamentária anual contendo apenas as receitas e despesas públicas correntes. No mês seguinte, ele
encaminharia “o resto”, a segunda proposta de lei orçamentária. Essa é uma flagrante infração ao princípio da
unidade, pois, segundo esse princípio, o orçamento deve ser uno. Cada ente federativo, em cada exercício
financeiro, deverá ter somente um único orçamento. Não são dois: um agora só com as receitas e despesas
correntes e outro no mês seguinte com o restante. É um único orçamento (lembrando que, segundo o princípio da
totalidade, é possível a coexistência de vários orçamentos, desde que sejam posteriormente consolidados em
um único orçamento. Esse princípio não se preocupa com a unidade documental).
A banca adotou esse segundo posicionamento e, apesar dos recursos interpostos, apontou como gabarito
definitivo a alternativa “b”.
Gabarito: B
O princípio da exclusividade proíbe que a lei orçamentária contenha autorização para a contratação de operações
de crédito.
Comentários:
O princípio da exclusividade (estabelecido no Art. 165, § 8º, da CF/88) é aquele que prega: a LOA não conterá
dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa. O objetivo desse princípio é evitar as “caudas
orçamentárias” e os “orçamentos rabilongos”. Evitar que outros dispositivos (estranhos à previsão da receita e
à fixação da despesa) peguem carona no processo legislativo especial do orçamento (mais célere que o processo
legislativo ordinário).
Agora, a LOA não conterá só previsão de receitas e fixação de despesas. Há exceções a esse princípio. São
elas:
Gabarito: Errado
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Princípios orçamentários
O princípio da não afetação das receitas veda a vinculação de tributos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas as
exceções estabelecidas pela Constituição Federal de 1988.
Comentários:
Mais uma vez o CEBRASPE brinca com as palavras “tributo” e “imposto”. Preste atenção e leia com cuidado
para não cair nessa pegadinha chula!
O nome do princípio é “princípio da não afetação da receita de impostos”, não “da receita de tributos”. No
Brasil, a aplicação desse princípio restringe-se às receitas de impostos.
Gabarito: Errado
A) da uniformidade.
B) da exclusividade.
C) do orçamento bruto.
D) da programação.
E) da participação.
Comentários:
Questãozinha simples, mas traiçoeira!
Eu mesmo (professor Sérgio) fui pego desprevenido nessa prova (sim, eu fiz essa prova! Esse é o cargo que
ocupo atualmente). Eu ainda não tinha visto uma questão que cobrasse onde os princípios estariam estabelecidos.
É por isso que nós, ao longo da aula, nos preocupamos em dizer onde o princípio está estabelecido, inclusive se ele
tem status constitucional ou não.
Vamos às alternativas:
b) Correta. O princípio da exclusividade está sim previsto na CF/88, mais especificamente no Art. 165, § 8º.
c) Errada. O princípio do orçamento bruto, apesar de sua importância, não possui status constitucional. Está
previsto no artigo 6º, da Lei 4.320/64.
d) Errada. O princípio da programação é um princípio doutrinário, que surgiu a partir da instituição do
orçamento-programa, portanto, não está expressamente previsto em legislação.
e) Errada. O princípio da participação também é um princípio doutrinário. Aliás, ele é muito pouco
reconhecido: muitos autores sequer o citam.
Agora quem ficou curioso para saber se eu acertei essa questão na prova? Acertei sim!
Gabarito: B
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Princípios orçamentários
Os princípios orçamentários norteiam a elaboração e a execução do orçamento público e são válidos para todos
os poderes e todos os níveis de governo. A respeito desses princípios, julgue o item subsequente.
A Constituição Federal prevê exceções a alguns princípios orçamentários, entre elas, a autorização para abertura
de créditos suplementares na lei orçamentária anual.
Comentários:
A autorização para abertura de créditos suplementares na lei orçamentária anual é exceção a algum princípio
orçamentário? Sim!
Lembra do princípio da exclusividade? A LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à
fixação da despesa.
Mas a LOA poderá conter somente previsão de receitas e fixação de despesas e nada mais, sem exceções?
Negativo!
Além da previsão de receitas e fixação de despesas, também poderão estar na LOA (exceções ao princípio
da exclusividade):
Gabarito: Certo
Os princípios orçamentários norteiam a elaboração e a execução do orçamento público e são válidos para todos
os poderes e todos os níveis de governo. A respeito desses princípios, julgue o item subsequente.
O princípio da totalidade surgiu em razão da necessidade de se reformular o princípio da unidade, o qual substituiu,
tornando possível a elaboração de múltiplos orçamentos, que devem ser consolidados para a apreciação
legislativa.
Comentários:
As questões que tratam desse princípio batem muito nessa mesma tecla: múltiplos orçamentos, orçamentos
paralelos, orçamentos especiais...
E agora você já sabe: segundo o princípio da unidade (ou totalidade), o orçamento deve ser uno. O objetivo
é justamente evitar múltiplos orçamentos dentro de um mesmo ente federativo e em um mesmo exercício
financeiro.
Tudo bem. Até aqui, a questão está correta ao afirmar que o princípio da totalidade surgiu em razão da
necessidade de adequação a novas situações, possibilitando a existência de múltiplos orçamentos, desde que eles
sejam posteriormente consolidados.
A questão erra, no entanto, quando afirma que o princípio da totalidade substituiu o princípio da unidade.
Não foi isso que aconteceu. Na verdade, o que aconteceu foi que “a doutrina tratou de reconceituar o princípio de
forma que abrangesse as novas situações”.
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Princípios orçamentários
Portanto, o princípio da totalidade não substituiu o princípio da unidade. Se retirássemos essa parte da
questão, ela ficaria certa.
Gabarito: Errado
Com a finalidade de evitar a existência de orçamentos paralelos no âmbito da mesma pessoa política, foi criado o
princípio orçamentário da exclusividade, o qual determina a realização de um único orçamento. Assim, conforme
esse princípio, o orçamento deve ser uno para cada ente federado, não cabendo a existência de múltiplos
orçamentos para o mesmo ente.
Comentários:
A justificativa da banca é tão boa que você quase acredita que é o princípio da exclusividade mesmo, não é?
Só que o princípio da exclusividade dispõe que a LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da
receita e à fixação da despesa. Exceções são feitas para:
Gabarito: Errado
Os princípios orçamentários norteiam a elaboração e a execução do orçamento público e são válidos para todos
os poderes e todos os níveis de governo. A respeito desses princípios, julgue o item subsequente.
O princípio da exatidão determina que o orçamento público deva ser apresentado em linguagem compreensível a
todas as pessoas que precisem ou desejem acompanhá-lo.
Comentários:
Princípio da exatidão? Não! A questão trouxe o conceito de princípio da clareza!
O princípio da exatidão, também muito relacionado ao princípio da transparência, determina que as leis
orçamentárias devem ser publicadas e divulgadas de forma precisa, possibilitando o controle social da
Administração Pública (o povo, verdadeiro dono do poder, controlando a gestão pública).
O princípio da clareza dispõe que o orçamento público deve ser apresentado em linguagem clara e
compreensível (de fácil entendimento), de forma que as pessoas consigam entendê-lo.
Gabarito: Errado
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Princípios orçamentários
Na tramitação da Lei Orçamentária Anual (LOA), um deputado federal apresentou emenda propondo a criação de
uma agência de fomento no Centro-Oeste, com o objetivo de incentivar projetos de desenvolvimento econômico
e social da região por meio da concessão de empréstimos e financiamentos.
Em decorrência de seu objetivo, a emenda proposta pelo parlamentar, nessa situação hipotética, viola o princípio
da
a) discriminação.
b) universalidade.
c) unidade.
d) exclusividade.
Comentários:
Beleza, agora o orçamento pode conter qualquer matéria? Até mesmo a criação de uma agência de fomento
no Centro-Oeste?
É claro que não! Um orçamento é um orçamento! Um orçamento deve conter somente matéria
orçamentária. E é isso que prega o princípio da exclusividade:
Art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação
da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
Esse deputado “espertinho” quis aproveitar a célere tramitação da proposta de lei orçamentária para criar
uma agência de fomento no Centro-Oeste.
“Ah, professores. Mas era por uma boa causa. Era para incentivar projetos de desenvolvimento econômico e
social da região.”
Mas não interessa se era por uma boa causa. O princípio da exclusividade tem que ser respeitado.
Gabarito: alternativa “d”.
Gabarito: D
A respeito do ciclo, do processo e dos princípios do orçamento público, julgue o item subsequente.
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Princípios orçamentários
O tratamento dado aos recursos destinados à educação e à saúde constitui uma exceção ao princípio orçamentário
da não vinculação.
Comentários:
As exceções ao princípio da não afetação da receita de impostos são muito importantes! Elas despencam em
prova. Está aí um exemplo.
Felizmente, a Lady Gaga está aqui rezando para lhe ajudar: RESA GaGa.
Saúde e educação são áreas muito importantes, por isso a CF/88 possibilita a vinculação de parte da receita
impostos (que servem para custear despesas em geral) para atendê-las. É tanto que, conforme os artigos 34 a 36
da CF/88, a aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos nessas áreas é um princípio
constitucional sensível e o desrespeito a essa regra pode resultar na intervenção (federal ou estadual, a depender
do caso).
Por isso, o tratamento dado aos recursos destinados à educação e à saúde realmente constitui uma exceção
ao princípio orçamentário da não vinculação da receita de impostos.
Gabarito: Certo
De acordo com o princípio orçamentário da não afetação — que, no Brasil, é aplicável somente às receitas de
impostos —, as receitas públicas não podem estar vinculadas a qualquer tipo de despesa pública.
Comentários:
De fato, o princípio orçamentário da não afetação, no Brasil, é aplicável somente às receitas de impostos,
e não às receitas de todos os tributos. Tudo certo até aqui...
A problema vem agora: a expressão “as receitas públicas não podem estar vinculadas a qualquer tipo de
despesa pública” permite duas interpretações:
• As receitas públicas só se vinculam a alguns tipos de despesas públicas. Nesse caso a questão
estaria correta, porque, “apesar de o princípio da não afetação proibir as vinculações das receitas de
impostos às despesas, a CF vincula algumas dessas receitas a determinadas despesas” (essa foi
uma questão considerada correta pelo CEBRASPE no concurso da FUB, em 2013).
• As receitas públicas não se vinculam a nenhum tipo de despesa pública. Nesse caso a questão estaria
incorreta, pois há exceções que permitem a vinculação.
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Administração Financeira e Orçamentária @ProfSergioMachado
Princípios orçamentários
Gabarito: Certo
Dado o princípio da universalidade, o orçamento deve conter todas as receitas e despesas da União, de qualquer
natureza, procedência ou destino, incluída a dos fundos dos empréstimos e dos subsídios. Tal princípio é de grande
importância para o direito financeiro e se concretiza na norma do art. 165, § 5.º, da CF e em diversas constituições
modernas. A respeito do orçamento público na CF e dos princípios orçamentários vigentes no ordenamento
jurídico brasileiro, julgue o item que se segue.
De acordo com o entendimento do STF, a destinação de determinado percentual da receita de ICMS ao
financiamento de programa habitacional ofende a vedação constitucional de vincular receita de impostos a órgão,
fundo ou despesa.
Comentários:
O princípio da não vinculação da receita de impostos, estabelecido no artigo 167, IV, da CF/88, veda a
vinculação de receita de impostos (não de todos os tributos) a órgão, fundo ou despesa, salvo algumas exceções.
Dado o princípio da anualidade orçamentária, os orçamentos públicos das diversas esferas de governo devem ter
vigência de um exercício financeiro e coincidir com o ano civil.
Comentários:
Cuidado! O CEBRASPE é engraçadinho!
Durante a aula, alertamos para a diferença entre o sentido histórico e o sentido do princípio da anualidade
adotado no Brasil. O princípio da anualidade, em seu sentido histórico, está relacionado ao exercício financeiro,
e não ao ano civil. Já no Brasil, por conta do artigo 34 da Lei 4.320/64, o exercício financeiro brasileiro coincidirá
com o ano civil.
Em lugar nenhum! Isso porque a questão estava perguntando sobre o sentido histórico! E, no sentido
histórico do princípio, o exercício financeiro não precisa coincidir com o ano civil (lembra que em vários outros
países o exercício financeiro não coincide com o ano civil?). Por isso a questão ficou errada!
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Princípios orçamentários
"Mas, professor, por favor. Olha essa outra questão aqui do CEBRASPE: 'A lei orçamentária deverá conter todas
as receitas e despesas previstas no ano civil.' Ela também não falou nada sobre o Brasil e o gabarito foi 'certo'. Olha
so: https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/questoes/0097732f-c3. Então, como é que eu vou se o
CEBRASPE está se referindo ao princípio da anualidade em seu sentido histórico ou no sentido adotado no Brasil?"
Pois é... caso diferente ocorreu na seguinte questão, que foi considerada certa (repare que ela fala
especificamente do caso brasileiro): “CEBRASPE – MPU - Analista - Planejamento e Orçamento – 2013: O princípio
da anualidade estabelece que as autorizações orçamentárias e, consequentemente, o exercício financeiro no
Brasil devem corresponder a doze meses e coincidir com o ano civil. Contudo, constitui exceção ao princípio
mencionado a autorização para os créditos reabertos.”
Eu queria ter uma resposta certeira para você. Se eu tivesse, já tinha colocado no curso. Mas não tenho. A
única coisa que você pode fazer é procurar pistas na questão para saber se ela está falando do sentido histórico ou
do sentido adotado no Brasil, mas sem procurar pelo em ovo.
“Choveram” recursos para cima da banca, mas o gabarito foi mantido. Essa prova, inclusive, teve algumas
contradições e gabaritos esquisitos. Só para você ver como às vezes a banca pode se enrolar, se contradizer.
Então, realmente, tudo que você pode fazer é procurar pistas na questão para saber se ela está falando do
sentido histórico ou do sentido adotado no Brasil.
PS.: vamos torcer para que o CEBRASPE seja mais claro nas próximas provas!
Gabarito: Errado
Comentários:
É isso mesmo. Nenhum grande mistério aqui.
O princípio da universalidade (globalização) exige que a LOA de cada ente federativo deverá conter todas as
receitas e as despesas de todos os Poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e mantidas pelo
poder público. A palavra-chave aqui é “todas” e “todos”.
Gabarito: Certo
I Os princípios orçamentários visam estabelecer regras básicas que norteiem os processos de elaboração, execução
e controle do orçamento público.
II Os princípios orçamentários são válidos para todos os poderes e para todos os entes federativos.
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Princípios orçamentários
III O orçamento deve ser preferencialmente uno, o que não impede que cada ente governamental elabore mais de
um orçamento.
Assinale a opção correta.
Comentários:
Vamos analisar item por item:
I. Certo. Os princípios orçamentários estabelecem linhas norteadoras para a elaboração, execução e
controle do orçamento público. Como uma bússola, eles guiam e norteiam esses processos.
Sabe de onde o CEBRASPE tirou isso? Do MCASP! Veja como os textos se parecem:
“Os Princípios Orçamentários visam estabelecer diretrizes norteadoras básicas, a fim de conferir
racionalidade, eficiência e transparência para os processos de elaboração, execução e controle do orçamento
público.”
II. Certo. Os princípios orçamentários são válidos para todos os poderes e para todos os entes!
E, de novo, sabe de onde o CEBRASPE tirou isso? Você acertou: do MCASP! De novo! Este trecho vem logo
em seguida do trecho apresentado no item anterior:
“Válidos para os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os entes federativos – União, estados,
Distrito Federal e municípios – são estabelecidos e disciplinados por normas constitucionais,
infraconstitucionais e pela doutrina.”
III. Errado. Preferencialmente? Mais de um orçamento? Nada disso! É justamente isso que o princípio
da unidade (totalidade) busca evitar: orçamentos paralelos. Esse princípio prega que o orçamento
deve ser uno, ou seja, para cada ente da Federação, em cada exercício financeiro, deve existir
somente um orçamento.
Gabarito: C
O parágrafo único do artigo 20 da Lei n.º 4.320/1964, conforme o qual “os programas especiais de trabalho que,
por sua natureza, não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa, poderão
ser custeados por dotações globais, classificadas entre as despesas de capital”, constitui uma exceção ao princípio
da
a) exclusividade.
b) universalidade.
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Princípios orçamentários
c) unidade.
d) periodicidade.
e) especificação.
Comentários:
Normalmente, as receitas e despesas devem ser discriminadas (detalhadas, especificadas). Mas, em alguns
casos, isso não é possível. Os Programas Especiais de Trabalho (PET), por exemplo, são grandes investimentos
públicos que, por sua complexidade e abrangência, não podem ter toda a sua composição de despesas explicitadas
de antemão. Por isso “os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-se
subordinadamente às normas gerais de execução da despesa poderão ser custeadas por dotações globais,
classificadas entre as Despesas de Capital”.
Muito bem. Então, para matar a questão, de qual princípio estamos falando? Do princípio da especificação
(especialização ou discriminação). Ele surgiu para proporcionar maior transparência ao processo orçamentário e
facilitar o acompanhamento e controle do gasto público, evitando a famosa “ação guarda-chuva”. E existem
duas exceções ao princípio da especificação:
3. Programas Especiais de Trabalho (PET);
4. Reserva de Contingência.
Gabarito: E
a) Na elaboração da proposta orçamentária, um dos princípios determina a não consignação de dotações globais
para as despesas, mas esse grau de detalhamento não exige a separação de valores destinados a despesas de
pessoal daquelas destinadas a serviços de terceiros, por serem ambas de mesma natureza.
b) De acordo com o dispositivo constitucional, para conferir celeridade ao processo orçamentário, a unidade
gestora deverá desenvolver sua proposta com matéria orçamentária, sem a inclusão de assuntos estranhos; caso
esse protocolo seja quebrado, a unidade gestora estará descumprindo o denominado princípio da universalidade.
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Comentários:
a) Errado. O princípio que determina a não consignação de dotações globais para as despesas é o princípio
da especificação (especialização ou discriminação) e ele exige sim a separação de valores destinados a despesas
de pessoal daquelas destinadas a serviços de terceiros, porque são despesas de naturezas distintas!
b) Errado, mas quase certo. A questão derrapou só no final. Ela estava se referindo ao princípio da
exclusividade! O princípio da universalidade é aquele que preceitua que a LOA de cada ente federativo deverá
conter todas as receitas e as despesas.
c) Certo. Dois grandes propósitos do princípio da discriminação são: transparência e controle. Lembra
daquele exemplo da conta do restaurante? É mais fácil controlar a conta se ela vier toda detalhada ou se ela
informar somente o total? Claro que é se ela vier detalhada! Por isso, receitas e despesas detalhadas facilitam e
dão suporte ao trabalho daqueles que fiscalizam as finanças públicas (como o seu professor Sérgio aqui! Se as
despesas não estivem detalhadas, eu não consigo fiscalizar efetivamente!)
d) Errado. Mandamentos, sem admissão de ressalvas? Claro que não! Os princípios orçamentários visam
estabelecer diretrizes norteadoras básicas, a fim de conferir racionalidade, eficiência e transparência para os
processos de elaboração, execução e controle do orçamento público. E admitem sim exceções! Vimos várias ao
longo da aula, não foi?
e) Errado. Veja que o CEBRASPE cobrou isso em 2016, cobrou de novo em 2018 e pode cobrar no seu
concurso também. Por isso atenção: só porque o projeto de lei orçamentária anual (PLOA) não foi aprovado,
não significa que o orçamento não irá se referir àquele exercício financeiro. Caso o orçamento não seja
aprovado no prazo determinado, o princípio da anualidade (periodicidade) não será descumprido! O orçamento
continuará se referindo a um exercício financeiro.
Gabarito: C
Os valores estabelecidos para a efetivação das despesas autorizadas deverão ser proporcionais aos valores
previstos para a arrecadação das receitas. Essa afirmativa faz referência ao princípio orçamentário do(a)
a) equilíbrio.
b) exclusividade.
c) orçamento bruto.
d) proibição e estorno.
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e) programação.
Comentários:
Valores das despesas autorizadas proporcionais aos valores das receitas previstas, ou seja, equilíbrio entre
receitas previstas e despesas fixadas.
Qual princípio é esse? O princípio do equilíbrio! Sua finalidade é equilibrar as finanças públicas, o
orçamento, as receitas e as despesas.
Vale destacar que o princípio da programação preceitua que orçamento público deve evidenciar os
programas de trabalho, servindo como instrumento de administração do Governo, facilitando a fiscalização,
gerenciamento e planejamento.
Gabarito: A
b) A divisão do orçamento em três peças — LOA, LDO e lei do PPA — constitui exceção ao princípio da unidade
orçamentária.
c) Conforme o princípio da exclusividade de matéria orçamentária, somente pode constar do orçamento matéria
pertinente às previsões de receitas e despesas, não se admitindo as chamadas caudas orçamentárias nem a
previsão de operações de crédito por antecipação de receita.
d) Os orçamentos e créditos adicionais somente poderão ser aprovados por lei formal, sendo vedada a edição de
medida provisória que verse sobre matéria orçamentária.
Comentários:
Vejamos cada uma das alternativas:
c) Errado. Uma das exceções ao princípio da exclusividade é a autorização para contratação de operações
de crédito, ainda que por antecipação de receita orçamentária (ARO).
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Princípios orçamentários
d) Errado. Os créditos extraordinários são autorizados e abertos por Medida Provisória. Observe o disposto
no artigo 62, da CF/82:
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com
força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
Art. 167, § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado
o disposto no art. 62.
e) Certo. A banca simplesmente listou vários princípios que vimos ao longo da aula.
Gabarito: E
A vinculação legal entre recurso e objeto é restrita ao exercício de ingresso do recurso, sendo desfeita no exercício
subsequente.
Comentários:
Art. 8, parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados
exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que
ocorrer o ingresso.
Quer dizer: vinculou? Está vinculado! Mesmo que vire o ano! Portanto, a vinculação legal entre recurso e
objeto não é restrita ao exercício de ingresso do recurso, e não é desfeita no exercício subsequente.
Gabarito: Errado
O princípio orçamentário da não afetação veda a vinculação de impostos a órgão, fundo ou despesa, sem ressalvas
de repartição do produto da arrecadação.
Comentários:
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Princípios orçamentários
Mais uma questão sobre as exceções ao princípio da não afetação (não vinculação) da receita de impostos.
Ainda bem que a Lady Gaga está aqui rezando para lhe ajudar: RESA GaGa.
A questão diz que não há ressalvas de repartição do produto da arrecadação de impostos. Pegamos o
CEBRASPE na mentira!
Gabarito: Errado
No que se refere ao orçamento público como ferramenta de atuação do governo nas finanças públicas, julgue os
próximos itens.
O princípio orçamentário da legalidade é estabelecido pela norma constitucional segundo a qual é vedada a
realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital. Serão ressalvadas, porém,
as operações de crédito autorizadas com finalidade precisa, mediante créditos suplementares ou especiais
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta.
Comentários:
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas
as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo
Poder Legislativo por maioria absoluta;
Resumindo: OC DK
Já deu para perceber que a questão estava falando do princípio do equilíbrio e não do princípio da legalidade,
não é mesmo? O restante da questão está todo correto. É só substituir a palavra “legalidade” por “equilíbrio” que
a questão ficaria correta.
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Princípios orçamentários
Atenção às ressalvas: créditos suplementares ou especiais (extraordinários não) com finalidade precisa
(não genérica), aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta (não é maioria simples ou maioria
relativa).
Gabarito: Errado
Apesar de o princípio da não afetação proibir as vinculações das receitas de impostos às despesas, a CF vincula
algumas dessas receitas a determinadas despesas.
Comentários:
Sim! É isso mesmo. A regra do princípio da não afetação da receita de impostos é: a vinculação de receita de
impostos a órgão, fundo ou despesa é vedada! Mas existem ressalvas (exceções) previstas na própria CF/88.
Nesses casos, há vinculação sim de parte da receita de impostos para atender a determinadas despesas.
Gabarito: Certo
Comentários:
Agora o CEBRASPE tenta fazer uma salada mista, um grande “mistureba”, das exceções.
As exceções ao princípio da não afetação da receita de impostos são:
Perceba que a autorização para a abertura de créditos suplementares não é exceção a esse princípio. Na
verdade, ela é exceção ao princípio da exclusividade, segundo o qual o orçamento não conterá dispositivo
estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, mas não somente isso. Duas exceções são feitas. São elas:
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Princípios orçamentários
• Autorização para contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita
orçamentária (ARO).
Gabarito: Errado
Gabarito: Errado
Assinale a opção correta com relação aos princípios orçamentários. Nesse sentido, considere que a sigla LOA,
sempre que utilizada, se refere a lei orçamentária anual.
a) O princípio da unidade prevê que a LOA deverá conter os valores brutos de todas as receitas e todas as despesas.
b) O princípio da universalidade garante que a LOA deverá ser única no âmbito de atuação de cada ente federativo.
c) O princípio da uniformidade prevê que a LOA apresente e conserve uma estrutura que permita a comparação
ao longo dos diversos exercícios e mandatos.
d) Consta no princípio da legalidade que a vigência da LOA deve ser limitada a um ano-calendário, iniciando-se em
1.º de janeiro e terminando em 31 de dezembro.
e) De acordo com o princípio da anualidade, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão
em virtude de lei.
Comentários:
Vamos às alternativas:
a) Errado. Esse é o princípio do orçamento bruto. O princípio da unidade prevê que o orçamento seja uno.
Cada ente federativo, em cada exercício financeiro, deverá ter somente um único orçamento.
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Princípios orçamentários
c) Certo. O princípio da uniformidade está preocupado com a padronização de uma estrutura, que permita
comparações ao longo dos diversos exercício financeiros. Está preocupado com a comparabilidade!
d) Errado. Esse é o princípio da anualidade (periodicidade) e no sentido adotado no Brasil, porque, em seu
sentido histórico, esse princípio não está relacionado com o ano civil.
e) Errado. O examinador só inverteu os conceitos constantes da alternativa “d” e “e”. Pelo princípio da
legalidade, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei.
Gabarito: C
Comentários:
Exatamente! O princípio da uniformidade está preocupado com a comparabilidade!
Por isso, ele requer que o orçamento mantenha uma mínima padronização na apresentação de seu
conteúdo e conserve, ao longo dos exercícios financeiros, uma estrutura que permita comparações entre os
sucessivos mandatos.
Gabarito: Certo
No que se refere à atuação do Estado nas finanças públicas e ao orçamento público, julgue o item que se segue.
Comentários:
É isso mesmo! De acordo com o princípio da não afetação (não vinculação) da receita de impostos (o nome
já diz tudo...): é vedada a vinculação de receita de impostos (não de todos os tributos) a órgão, fundo ou despesa,
ressalvadas exceções previstas na CF/88.
Gabarito: Certo
O princípio da não afetação da receita veda a vinculação de receita de impostos, taxas e contribuições a despesas,
fundos ou órgãos.
Comentários:
De acordo com a CF/88, existem 5 (cinco) espécies de tributos (“teoria pentapartida”) e os impostos são
somente uma das espécies de tributos. Tributo é mais abrangente, é gênero. Imposto é uma espécie do gênero
tributo.
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Princípios orçamentários
Muito bem, como o próprio CEBRASPE já disse: “a abrangência do princípio orçamentário da não vinculação
de receitas restringe-se às receitas de impostos” ou “o princípio orçamentário da não afetação (...), no Brasil, é
aplicável somente às receitas de impostos (...)”.
Portanto, produto da arrecadação dos impostos não pode ser vinculada (salvo as exceções constitucionais),
mas o produto da arrecadação das demais espécies tributárias (como as taxas e contribuições) pode sim ser
vinculado, ao contrário do que afirma a questão.
Gabarito: Errado
Julgue o próximo item de acordo com o disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal, quanto à utilização de recursos
legalmente vinculados.
Os recursos legalmente vinculados a uma finalidade específica devem ser utilizados exclusivamente para atender
ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.
Comentários:
Art. 8, parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados
exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que
ocorrer o ingresso.
Gabarito: Certo
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Princípios orçamentários
De acordo com os princípios que regulam o orçamento público, julgue o item seguinte.
De acordo com os princípios que regulam o orçamento público, julgue o item seguinte.
Cada ente da Federação deve possuir apenas um orçamento, estruturado de maneira uniforme.
De acordo com os princípios que regulam o orçamento público, julgue o item seguinte.
A lei orçamentária deverá conter todas as receitas e despesas previstas no ano civil.
Novas categorias de programação da lei orçamentária podem ser utilizadas sem se desrespeitar o princípio da
uniformidade.
Quando o Poder Legislativo local não consegue apreciar, discutir, votar e aprovar a lei orçamentária no prazo
determinado — dezembro de todo ano —, o ente federativo inicia o exercício financeiro seguinte em
descumprimento ao princípio da anualidade.
Operação de transferência de recursos entre entes federativos não fere o princípio do orçamento bruto. Nesse
caso, os recursos deverão ser incluídos como despesa no orçamento do ente que transfere e, como receita, no
orçamento daquele que os receber.
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Princípios orçamentários
Pelo princípio do equilíbrio, o ente que apresenta déficit orçamentário em exercício financeiro está impedido de
contratar quaisquer operações de crédito no exercício subsequente, até que consiga equilibrar a diferença entre
despesas e receitas.
Contribuição de melhoria, um imposto decorrente de melhorias advindas de obras públicas, atende ao princípio
da não afetação da receita pública.
Os princípios da unidade e da universalidade são válidos, ainda que haja orçamentos diferentes no âmbito de cada
ente da Federação.
A respeito das técnicas, dos princípios e do ciclo orçamentários, julgue o item a seguir.
A publicação do orçamento em diário oficial é o ato que garante o cumprimento do princípio orçamentário da
clareza.
C) do orçamento-bruto.
D) da anualidade.
E) da exclusividade.
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Princípios orçamentários
O princípio da exclusividade proíbe que a lei orçamentária contenha autorização para a contratação de operações
de crédito.
O princípio da não afetação das receitas veda a vinculação de tributos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas as
exceções estabelecidas pela Constituição Federal de 1988.
A) da uniformidade.
B) da exclusividade.
C) do orçamento bruto.
D) da programação.
E) da participação.
A Constituição Federal prevê exceções a alguns princípios orçamentários, entre elas, a autorização para abertura
de créditos suplementares na lei orçamentária anual.
Os princípios orçamentários norteiam a elaboração e a execução do orçamento público e são válidos para todos
os poderes e todos os níveis de governo. A respeito desses princípios, julgue o item subsequente.
O princípio da totalidade surgiu em razão da necessidade de se reformular o princípio da unidade, o qual substituiu,
tornando possível a elaboração de múltiplos orçamentos, que devem ser consolidados para a apreciação
legislativa.
Com a finalidade de evitar a existência de orçamentos paralelos no âmbito da mesma pessoa política, foi criado o
princípio orçamentário da exclusividade, o qual determina a realização de um único orçamento. Assim, conforme
esse princípio, o orçamento deve ser uno para cada ente federado, não cabendo a existência de múltiplos
orçamentos para o mesmo ente.
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Princípios orçamentários
Os princípios orçamentários norteiam a elaboração e a execução do orçamento público e são válidos para todos
os poderes e todos os níveis de governo. A respeito desses princípios, julgue o item subsequente.
O princípio da exatidão determina que o orçamento público deva ser apresentado em linguagem compreensível a
todas as pessoas que precisem ou desejem acompanhá-lo.
Na tramitação da Lei Orçamentária Anual (LOA), um deputado federal apresentou emenda propondo a criação de
uma agência de fomento no Centro-Oeste, com o objetivo de incentivar projetos de desenvolvimento econômico
e social da região por meio da concessão de empréstimos e financiamentos.
Em decorrência de seu objetivo, a emenda proposta pelo parlamentar, nessa situação hipotética, viola o princípio
da
a) discriminação.
b) universalidade.
c) unidade.
d) exclusividade.
A respeito do ciclo, do processo e dos princípios do orçamento público, julgue o item subsequente.
O tratamento dado aos recursos destinados à educação e à saúde constitui uma exceção ao princípio orçamentário
da não vinculação.
De acordo com o princípio orçamentário da não afetação — que, no Brasil, é aplicável somente às receitas de
impostos —, as receitas públicas não podem estar vinculadas a qualquer tipo de despesa pública.
Dado o princípio da universalidade, o orçamento deve conter todas as receitas e despesas da União, de qualquer
natureza, procedência ou destino, incluída a dos fundos dos empréstimos e dos subsídios. Tal princípio é de grande
importância para o direito financeiro e se concretiza na norma do art. 165, § 5.º, da CF e em diversas constituições
modernas. A respeito do orçamento público na CF e dos princípios orçamentários vigentes no ordenamento
jurídico brasileiro, julgue o item que se segue.
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Princípios orçamentários
Dado o princípio da anualidade orçamentária, os orçamentos públicos das diversas esferas de governo devem ter
vigência de um exercício financeiro e coincidir com o ano civil.
Em observância ao princípio da universalidade orçamentária, devem estar reunidos no orçamento estadual todos
os recursos que um estado-membro esteja autorizado a arrecadar e todas as dotações necessárias ao custeio de
serviços públicos estaduais.
II Os princípios orçamentários são válidos para todos os poderes e para todos os entes federativos.
III O orçamento deve ser preferencialmente uno, o que não impede que cada ente governamental elabore mais de
um orçamento.
O parágrafo único do artigo 20 da Lei n.º 4.320/1964, conforme o qual “os programas especiais de trabalho que,
por sua natureza, não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa, poderão
ser custeados por dotações globais, classificadas entre as despesas de capital”, constitui uma exceção ao princípio
da
a) exclusividade.
b) universalidade.
c) unidade.
d) periodicidade.
e) especificação.
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Princípios orçamentários
a) Na elaboração da proposta orçamentária, um dos princípios determina a não consignação de dotações globais
para as despesas, mas esse grau de detalhamento não exige a separação de valores destinados a despesas de
pessoal daquelas destinadas a serviços de terceiros, por serem ambas de mesma natureza.
b) De acordo com o dispositivo constitucional, para conferir celeridade ao processo orçamentário, a unidade
gestora deverá desenvolver sua proposta com matéria orçamentária, sem a inclusão de assuntos estranhos;
caso esse protocolo seja quebrado, a unidade gestora estará descumprindo o denominado princípio da
universalidade.
d) Auxiliar o controle parlamentar no que se refere às ações do executivo constitui uma das funções dos princípios
orçamentários, motivo pelo qual esses princípios são tratados como mandamentos, sem admissão de ressalvas.
Os valores estabelecidos para a efetivação das despesas autorizadas deverão ser proporcionais aos valores
previstos para a arrecadação das receitas. Essa afirmativa faz referência ao princípio orçamentário do(a)
a) equilíbrio.
b) exclusividade.
c) orçamento bruto.
d) proibição e estorno.
e) programação.
a) A criação de créditos adicionais — suplementares ou especiais — está sujeita a previsão na lei orçamentária, em
razão do princípio da unidade.
b) A divisão do orçamento em três peças — LOA, LDO e lei do PPA — constitui exceção ao princípio da unidade
orçamentária.
c) Conforme o princípio da exclusividade de matéria orçamentária, somente pode constar do orçamento matéria
pertinente às previsões de receitas e despesas, não se admitindo as chamadas caudas orçamentárias nem a
previsão de operações de crédito por antecipação de receita.
d) Os orçamentos e créditos adicionais somente poderão ser aprovados por lei formal, sendo vedada a edição de
medida provisória que verse sobre matéria orçamentária.
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Princípios orçamentários
A vinculação legal entre recurso e objeto é restrita ao exercício de ingresso do recurso, sendo desfeita no exercício
subsequente.
O princípio orçamentário da não afetação veda a vinculação de impostos a órgão, fundo ou despesa, sem ressalvas
de repartição do produto da arrecadação.
No que se refere ao orçamento público como ferramenta de atuação do governo nas finanças públicas, julgue os
próximos itens.
O princípio orçamentário da legalidade é estabelecido pela norma constitucional segundo a qual é vedada a
realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital. Serão ressalvadas, porém,
as operações de crédito autorizadas com finalidade precisa, mediante créditos suplementares ou especiais
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta.
Na Lei Orçamentária Anual, a autorização, para a abertura de créditos suplementares é exceção ao princípio
orçamentário da não afetação de receita.
Assinale a opção correta com relação aos princípios orçamentários. Nesse sentido, considere que a sigla LOA,
sempre que utilizada, se refere a lei orçamentária anual.
a) O princípio da unidade prevê que a LOA deverá conter os valores brutos de todas as receitas e todas as despesas.
b) O princípio da universalidade garante que a LOA deverá ser única no âmbito de atuação de cada ente federativo.
c) O princípio da uniformidade prevê que a LOA apresente e conserve uma estrutura que permita a comparação
ao longo dos diversos exercícios e mandatos.
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Princípios orçamentários
d) Consta no princípio da legalidade que a vigência da LOA deve ser limitada a um ano-calendário, iniciando-se em
1.º de janeiro e terminando em 31 de dezembro.
e) De acordo com o princípio da anualidade, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão
em virtude de lei.
O orçamento deve atender ao requisito de uniformidade no que se refere ao aspecto formal para permitir a
comparabilidade ao longo dos exercícios financeiros.
No que se refere à atuação do Estado nas finanças públicas e ao orçamento público, julgue o item que se segue.
O princípio da não afetação da receita veda a vinculação de receita de impostos, taxas e contribuições a despesas,
fundos ou órgãos.
Julgue o próximo item de acordo com o disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal, quanto à utilização de recursos
legalmente vinculados.
Os recursos legalmente vinculados a uma finalidade específica devem ser utilizados exclusivamente para atender
ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.
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Administração Financeira e Orçamentária @ProfSergioMachado
Princípios orçamentários
Gabarito – CEBRASPE
1. Certo 22. Certo
6. Errado 27. C
7. Certo 28. E
8. Errado 29. C
9. Errado 30. A
Resumo direcionado
Os princípios orçamentários norteiam a elaboração e a execução do orçamento público e são válidos para
todos os poderes e todos os níveis de governo”.
O orçamento deve ser uno. Cada ente federativo, em cada exercício financeiro,
Unidade (Totalidade)
deverá ter somente um único orçamento.
Universalidade
A LOA de cada ente federativo deverá conter todas as receitas e as despesas.
(Globalização)
Todas as receitas e despesas constarão da LOA pelos seus valores totais, vedadas
Orçamento bruto quaisquer deduções. Registra-se pelos seus valores brutos, e não pelos seus
valores líquidos.
Cabe à Administração Pública fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei
Legalidade expressamente autorizar. PPA, LDO, LOA e créditos suplementares e especiais são
leis. Exceção: créditos extraordinários.
Especificação
Na LOA, as receitas e despesas devem ser discriminadas (detalhadas). Exceções:
(especialização ou
Programas Especiais de Trabalho (PET) e Reserva de Contingência.
discriminação)
Art. 167, § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso
em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro
subsequente.
Créditos ordinários
Créditos suplementares
Créditos especiais
Créditos extraordinários
setembro-18
Créditos especiais (últimos quatro meses)
O orçamento público brasileiro é autorizativo, mas possui traços de orçamento impositivo. Lembre-se da
Vampira do X-Men!
Exceções ao princípio da Não vinculação (Não afetação) da Receita de Impostos: RESA GaGa
Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a
despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto
no artigo 20 e seu parágrafo único.
Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos.
Princípio da Programação: o orçamento público deve evidenciar os programas de trabalho, servindo como
instrumento de administração do Governo, facilitando a fiscalização, gerenciamento e planejamento.
Princípio do Equilíbrio:
Operações de Despesas de
crédito não
(OC)serão maiores
Capital (DK) Regra de ouro
• despesas fixadas que as receitas previstas (equilíbrio formal).
desrespeitada
• Regra deR$ 300.000,00
ouro: R$ 100.000,00
as operações crédito devem ser menores ou iguais às despesas de capital (equilíbrio
material).
É possível sim realizar operações de crédito para pagar despesas correntes. O que a regra de ouro proíbe são
operações de crédito que excedam as despesas
OC está maior que de
DK capital!
Operações de Despesas de
crédito (OC) Capital (DK)
Regra de ouro
R$ 100.000,00 R$ 300.000,00 não afetada
+ +
R$ 200.000,00 R$ 200.000,00
Aumenta OC Aumenta DK
É isso mesmo!
Muito obrigado! 🙏🏼