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Ciclo orçamentário 1
Ciclo orçamentário 1
AFO
Sumário
INTRODUÇÃO AO CICLO ORÇAMENTÁRIO ............................................................................................... 6
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Ciclo orçamentário 1
“Eu não, professor. Se eu for pra academia, eu perco umas 2 ou 3 horas. E essa vida de estudos é muito
estressante! Eu tenho que comer o meu chocolatezinho para aguentar o rojão. Quando eu finalmente tenho um
tempinho, à noite, eu vou assistir meus seriados, ficar um pouquinho no celular. Acabo dormindo um pouco mais
tarde do que eu queria e deveria, mas tudo bem: no final de semana eu durmo mais.”
E aí? Se identificou?
Meu querido aluno, minha querida aluna, sua vida não é só estudo para concursos! O estudo para
concursos é um projeto de vida. Um projeto que demanda muito foco, tempo e esforço, mas não todo o seu
foco, tempo e esforço. Um projeto que, como todos os outros, tem começo, meio e fim.
Veja, sua vida é composta de várias áreas: saúde, trabalho, relacionamentos, família...
A vida é como aquele equilíbrio de pratos, que ficam girando na ponta de uma lança. Os pratos só ficam
lá enquanto eles estiverem rodando. Parou de rodar, eles caem e pode quebrar. E você é o equilibrista. Se você
rodar demais um prato só e esquecer dos demais, adivinha... eles vão cair!
E hoje quero chamar a sua atenção para a sua saúde (física e mental). Tenho certeza de que depois que
você for aprovado, você vai querer ter muita saúde e energia (até para aproveitar tudo que a vida agora tem a
lhe oferecer, não é verdade?).
Fazer exercícios, comer bem e descansar bem também vai melhorar (e muito) o seu rendimento nos
estudos. Pode parecer perda de tempo, mas não é! Você vai liberar toda essa tensão, a ansiedade, vai se sentir
muito melhor, muito mais empolgado com a vida e com os estudos. Investimento em sua saúde também é
investimento em sua aprovação.
Existem inúmeros aplicativos de treinos de poucos minutos que podem ser feitos em casa. O tempo que
você leva para comer um biscoito é o mesmo tempo que você leva para comer uma fruta. E o tempo que você
passa no celular pode ser substituído por tempo que você passa dormindo, consolidando o que você aprendeu
durante o dia e preparando a sua mente para o dia seguinte. Tudo é questão de prioridade.
Sua saúde não pode esperar. Não a prejudique por conta desse projeto, mesmo que ele seja
importantíssimo, até porque dedicar-se à sua saúde vai é lhe ajudar a ser aprovado mais rápido.
Como você faz qualquer coisa é como você faz todas as coisas.
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Hoje nós aprofundaremos nossos estudos sobre o ciclo orçamentário (ou processo orçamentário). Não
é o assunto mais frequente em provas, mas ele aparece de vez em quando. Além disso, entender a lógica do
processo orçamentário facilitará o aprendizado de outros assuntos.
As questões costumam ser literais ou então apresentam uma situação hipotética. Portanto, preste
atenção aos dispositivos legais e constitucionais e busque compreender de verdade o processo
orçamentário. Assim, você deve se dar muito bem na prova!
Por motivos didáticos, decidimos dividir esse assunto em duas aulas. Na primeira aula, estudaremos as
etapas de elaboração e de discussão, votação e aprovação do orçamento. Na segunda aula, veremos a execução
orçamentária e o controle e avaliação da execução orçamentária. Assim:
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Muito bem! O ciclo orçamentário corresponde ao período de tempo em que se processam as atividades
típicas do orçamento público, desde sua concepção até sua apreciação final. É um rito legalmente
estabelecido, com etapas que se repetem periodicamente e que envolvem a elaboração, discussão, votação,
aprovação, execução controle e avaliação da execução orçamentária.
É o seguinte: você já sabe que a Administração Pública utiliza o orçamento público como ferramenta de
gestão e para realização de despesas. Também já sabe que existe uma integração entre os instrumentos de
planejamento (PPA, LDO e LOA). Mas agora eu lhe pergunto: como é que tudo isso acontece? Como o
orçamento é elaborado, aprovado e executado? Qual é a ordem, a sequência das atividades? Quais são os
prazos? Como deve acontecer? Quem faz o que? Durante quanto tempo?
Então, beleza!
O nosso ciclo orçamentário é composto por 4 etapas (ou fases):
Elaboração
Discussão,
Controle e
votação,
avaliação
aprovação
Execução
É! Você lembra do orçamento misto? Nesse tipo de orçamento, a proposta orçamentária será
elaborada pelo Poder Executivo e levada ao Poder Legislativo, onde o povo (por meio de seus representantes)
irá discutir, votar e aprovar não mais a proposta, mas o projeto de lei orçamentária que ali está tramitando.
Depois de aprovado, esse projeto de lei vira lei (de verdade ), que será executada pelo Poder Executivo. Por
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ter essa incumbência, o Poder Executivo deverá prestar contas justamente para quem lhe deu poderes: o povo
(o Poder Legislativo).
Resumindo e simplificando: o Poder Executivo elabora e executa, enquanto o Poder Legislativo vota e
controla.
•Legislativo •Executivo
Controle e
Elaboração
avaliação
Discussão,
Execução votação,
aprovação
•Executivo •Legislativo
“Ah! Certo, entendi, professor. Mas por que esse nome? Ciclo?”
Porque essas etapas que se repetem periodicamente, nunca acaba e nem tem data fixa para acabar
ou começar. Por isso, o ciclo orçamentário é um processo contínuo, dinâmico e flexível! Ele se renova a cada
ano. Um novo ciclo pode começar quando o ciclo anterior ainda nem terminou. Veja esse esquema e você
entenderá melhor:
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Veja como o ciclo orçamentário de 2011 está acontecendo (execução orçamentária 2011), ao mesmo
tempo em que o ciclo orçamentário de 2012 se inicia (Executivo elabora e Legislativo discute, vota e aprova
projeto de lei orçamentária para o exercício financeiro de 2012). Em 2012, ainda estamos controlando e
avaliando a execução orçamentária de 2011, ao mesmo tempo em que estamos executando o orçamento de
2012 e já elaborando, discutindo e aprovando o projeto de lei orçamentária para o exercício de 2013.
E por aí vai... Assim a roda gira e gira. Nunca parando de girar. Esse é o nosso ciclo orçamentário.
Agora vem uma informação importantíssima: ciclo orçamentário não se confunde com exercício
financeiro. Ou seja: ciclo orçamentário é uma coisa. Exercício financeiro é outra coisa!
Isso significa que o exercício financeiro começa em 1º de janeiro e termina em 31 de dezembro de cada
ano. Por exemplo:
Mas o ciclo orçamentário é diferente. Ele ultrapassa o exercício financeiro. Você acabou de ver, por
exemplo, o ciclo orçamentário financeiro de 2011 adentrando o exercício financeiro de 2012. Se não for
avaliado até o final do exercício financeiro de 2012, ele adentrará o exercício financeiro de 2013 também. E por
aí vai. Um ciclo orçamentário só termina com o controle e avaliação da execução orçamentária (julgamento
das contas prestadas) e isso pode demorar anos!
Para você ter uma noção, as contas do ex-presidente Fernando Collor (1990-1992) ainda não foram julgadas pelo
Congresso Nacional, portanto esse ciclo orçamentário ainda não acabou!
As questões vão tentar lhe enganar, dizendo que o ciclo orçamentário se confunde com o exercício
financeiro ou que está restrito ao exercício financeiro... isso é mentira!
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Preste atenção!
O ciclo orçamentário não se confunde com exercício financeiro
Beleza! Agora, antes de estudarmos cada uma das etapas, temos que destacar o seguinte: existe um autor
que criou o que ele chama de ciclo orçamentário ampliado1.
Segundo o autor, tais fases são insuscetíveis de aglutinação, dado que cada uma possui ritmo próprio,
finalidade distinta e periodicidade definida. O plano plurianual, por exemplo, não pode ser aglutinado à fase de
elaboração do orçamento, porquanto constitui instrumento superordenador daquela, como evidenciado pelo
cenário institucional articulado pela Constituição de 1988.
1
SANCHES, Osvaldo Maldonado: O ciclo orçamentário: uma reavaliação à luz da Constituição de 1988: Revista de
Administração Pública, Rio de Janeiro: FGV, v. 27, n.4, pp. 54-76, out./dez. 1993.
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Preste atenção!
O ciclo orçamentário inicia-se com a formulação do planejamento plurianual pelo Poder Executivo
e encerra-se com a avaliação da execução e do julgamento das contas.
Então ficamos assim:
1. Elaboração do PPA;
2. Aprovação do PPA;
3. Elaboração da LDO;
4. Aprovação da LDO;
5. Elaboração da LOA;
6. Aprovação da LOA;
7. Execução;
8. Controle e avaliação.
A) O Ciclo Orçamentário obedece à sequência das seguintes etapas: elaboração; estudo e aprovação; execução; e
avaliação.
C) A etapa do estudo e aprovação constitui a concretização anual dos objetivos e metas determinados para o setor público.
D) A etapa de execução refere-se à organização, aos critérios e trabalhos destinados a julgar o nível dos objetivos fixados
no Orçamento.
E) A etapa da avaliação é a parte inicial, com a elaboração do orçamento em conformidade com a Lei de Diretrizes
Orçamentárias.
Comentários:
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Vejamos as alternativas:
a) Correta. A sequência é esse mesmo! Repare que a banca chamou a segunda etapa de “estudo e aprovação”, em vez de
utilizar a tradicional nomenclatura (“Discussão, votação e aprovação do projeto de lei orçamentária”). Mas não há
problema nenhum aí!
c) Errada. A etapa de execução constitui a concretização anual dos objetivos e metas determinados para o setor público
d) Errada. A etapa do estudo e aprovação refere-se à organização, aos critérios e trabalhos destinados a julgar o nível dos
objetivos fixados no Orçamento.
e) Errada. A etapa da elaboração é a parte inicial, com a elaboração do orçamento em conformidade com a Lei de
Diretrizes Orçamentárias
Gabarito: A
O processo Orçamentário é contínuo, dinâmico e flexível. Esse período de tempo em que se lavram as atividades
características do orçamento público de elaboração, aprovação, execução e controle é chamado de
A) ciclo orçamentário.
B) programação orçamentária.
C) metas orçamentárias.
D) cronograma orçamentário.
E) aglutinação orçamentária.
Comentários:
Viu aí? O processo (ou ciclo) orçamentário é contínuo, dinâmico e flexível. É um período de tempo. Suas etapas são
(nessa ordem): elaboração, aprovação, execução e controle.
Gabarito: A
Comentários:
Medição? Essa fase não existe. Além do mais, nós temos quatro (e não três) fases: elaboração, aprovação, execução e
controle.
Gabarito: Errado
O ciclo orçamentário pode ser definido como um rito legalmente estabelecido, com etapas que se repetem
periodicamente e que envolvem elaboração, discussão, votação, controle e avaliação do orçamento.
Comentários:
É isso mesmo! Isso que é ciclo orçamentário. Repare que a questão “esqueceu” de citar a fase de execução orçamentária,
mas isso não a torna incorreta.
Gabarito: Certo
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As fases do ciclo orçamentário podem ser aglutinadas de acordo com suas finalidades e periodicidades.
Comentários:
E a resposta é: negativo! As fases do ciclo orçamentário não podem ser aglutinadas de acordo com suas finalidades e
periodicidades, porque, segundo o autor Osvaldo Maldonado Sanches, tais fases são insuscetíveis de aglutinação, dado
que cada uma possui ritmo próprio, finalidade distinta e periodicidade definida.
Gabarito: Errado
O orçamento é uma das principais peças de planejamento de políticas públicas. A sequência das etapas para a elaboração
e execução do orçamento é denominada:
A) ciclo orçamentário.
B) desenvolvimento orçamentário.
C) orçamento programa.
D) técnica orçamentária.
E) contabilidade orçamentária.
Comentários:
O ciclo orçamentário corresponde ao período de tempo em que se processam as atividades típicas do orçamento público,
desde sua concepção até sua apreciação final. É um rito legalmente estabelecido, com etapas que se repetem
periodicamente e que envolvem elaboração, discussão, votação, controle e avaliação do orçamento. Portanto, a sequência
das etapas para a elaboração e execução do orçamento é denominada ciclo orçamentário.
Gabarito: A
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A primeira informação importante você já sabe: quem elabora a proposta orçamentária é o Poder
Executivo. Isso significa que a iniciativa é o Poder Executivo, observe (CF/88):
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
Algumas questões vão dizer que a iniciativa é do Poder Legislativo! Não caia nessa! “A essa altura do
campeonato”, você já deve ter gravado que:
“Beleza, professor. Mas quem, exatamente, tem a iniciativa? Quem irá apresentar essa proposta
orçamentária?”
Ora! O chefe do Poder Executivo! É ele que representa esse Poder. Quer ver? Vamos pegar o exemplo
da CF/88:
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e
as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
“Ah, professor, mas eu aprendi lá em Direito Constitucional que competência privativa é delegável e
competência exclusiva é indelegável. Então quer dizer que essa competência aí é delegável?”
Art. 84, Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos
incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao
Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.
Então veja só: o Presidente da República poderá delegar somente as atribuições mencionadas nos
incisos VI, XII e XXV (primeira parte deste). Isso significa que qualquer atribuição que esteja em qualquer
outro inciso é indelegável.
Ok. E qual é o inciso que fala do envio das propostas orçamentárias ao Congresso Nacional?
Inciso XXIII.
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Resumindo: aqui não existe essa história de que competência privativa é delegável e competência
exclusiva é indelegável. O próprio dispositivo constitucional a atribuição de enviar ao Congresso Nacional o
plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento é indelegável.
Portanto, a iniciativa das leis orçamentárias é do Poder Executivo, mais especificamente do chefe do
Poder Executivo!
Mas não é só isso: normalmente a apresentação de um projeto de lei ao Poder Legislativo é facultada ao
titular da iniciativa, ou seja, o titular da iniciativa apresenta o projeto de lei se ele quiser!
Por exemplo: na CF/88, art. 61, § 1º, II, a, vemos que a iniciativa de lei para aumento da remuneração dos servidores
públicos da Administração direta é privativa do Presidente da República. Porém ele não é obrigado a apresentar essa lei.
Você não vê o Presidente da República apresentando essa lei todos os anos. É tanto que os servidores federais, às vezes,
ficam uns 5 anos sem aumento da remuneração. É por isso que você vê-los fazendo greve.
Por outro lado, você vê o Presidente da República apresentando projeto de lei orçamentária todos os
anos, porque a CF/88 exige que isso seja feito até determinada data. Isso quer dizer que o Presidente da
República é obrigado a apresentar os projetos de leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) até o prazo
estabelecido. Por isso, dizemos que essa iniciativa é vinculada.
Preste atenção!
A iniciativa das leis orçamentárias, além de exclusiva do chefe do Poder Executivo, é vinculada
Beleza, vencido esse ponto da iniciativa, vamos ver como se dá a elaboração da proposta do Poder
Executivo e dos demais Poderes.
O Poder Executivo é quem vai cuidar da elaboração da proposta orçamentária que será enviada ao
Poder Legislativo.
“Espera aí, professor. Não seria melhor se o Poder Legislativo e o Poder Judiciário elaborassem as suas
próprias propostas orçamentárias?”
Na verdade, é isso mesmo que acontece! O Poder Legislativo, o Poder Judiciário e demais entidades
dotadas de autonomia (como o Ministério Público e a Defensoria Pública), apesar de sua autonomia e apesar
da separação dos Poderes, não encaminham a sua proposta orçamentária diretamente para o Poder
Legislativo, pois a iniciativa das leis orçamentárias sempre pertence ao Poder Executivo.
Portanto, eles elaboram a sua proposta e a enviam para o Poder Executivo, que fará a consolidação,
realizará ajustes necessários e, finalmente, encaminhará a proposta orçamentária para o Poder Legislativo.
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Consolida as
Elaboram a sua
propostas e realiza
proposta orçamentária
ajustes
O orçamento público no Brasil é uma lei de iniciativa vinculada do chefe do Poder Executivo, aprovada pelo Poder
Legislativo, para determinado exercício financeiro.
Comentários:
Como eu disse: a iniciativa das leis orçamentárias, além de exclusiva do chefe do Poder Executivo, é vinculada! E a
aprovação da lei orçamentária, como vimos, é uma fase do ciclo orçamentário de competência do Poder Legislativo.
Gabarito: Certo
Em âmbito federal, compete a cada um dos Poderes encaminhar ao Congresso Nacional a sua própria proposta
orçamentária para o exercício financeiro seguinte.
Comentários:
Não é isso que acontece! Na verdade, os Poderes elaboram a sua proposta e a enviam para o Poder Executivo, que fará a
consolidação, realizará ajustes necessários e, finalmente, encaminhará a proposta orçamentária para o Poder
Legislativo.
Gabarito: Errado
As propostas orçamentárias dos Poderes Legislativo e Judiciário devem ser encaminhadas diretamente, pelos respectivos
poderes, ao Congresso Nacional, respeitados os prazos atribuídos ao Poder Executivo.
Comentários:
Vou repetir: os Poderes elaboram a sua proposta e a enviam para o Poder Executivo, que fará a consolidação, realizará
ajustes necessários e, finalmente, encaminhará a proposta orçamentária para o Poder Legislativo.
As propostas orçamentárias dos Poderes Legislativo e Judiciário, portanto, não são encaminhadas diretamente para o
Poder Legislativo, pois a iniciativa das leis orçamentárias sempre pertence ao Poder Executivo.
Gabarito: Errado
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Funciona assim: cada Unidade Orçamentária (UO) irá elaborar a proposta orçamentária no seu âmbito
de atuação, integrando e articulando o trabalho das suas Unidades Administrativas (UA), tendo em vista a
consistência da programação de sua unidade.
Art. 14. Constitui unidade orçamentária o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou
repartição a que serão consignadas dotações próprias.
Portanto, é importante gravar que: a UO é quem recebe a dotação orçamentária. Ao consultar a LOA,
você encontrará o nome da UO junto com o crédito orçamentário e a respectiva dotação.
Muito bem. As UO’s irão elaborar a proposta parcial (no nosso exemplo, temos as UO’s A, B e C) e
encaminharão para cima, isto é, para o órgão setorial (no nosso exemplo, o Ministério X). O órgão setorial
desempenha o papel de articulador no âmbito da sua estrutura, coordenando o processo decisório no nível
subsetorial. Basicamente, ele realizará a consolidação e formalização da proposta e das alterações
orçamentárias do órgão. Ao final, teremos o que chamamos de propostas setoriais.
Esse processo irá se repetir em todos os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e nos órgãos
independentes (Ministério Público, Defensorias Públicas e Tribunais de Contas).
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Observação: os Tribunais de Contas não são órgãos do Poder Legislativo. Porém, para fins orçamentários, os Tribunais
de Contas são vinculados ao Poder Legislativo. Portanto, as suas propostas orçamentárias são encaminhadas junto com
a do Poder Legislativo.
Com essas propostas setoriais em mãos, está tudo pronto para encaminhamento ao Poder Executivo.
Detalhe é que existe um prazo para que os outros poderes encaminhem as suas propostas para o Poder
Executivo. Esse prazo é estabelecido pela Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e normalmente cai em
meados de agosto. Veja aqui o exemplo da LDO da União para o exercício de 2022 (Lei 14.194/21):
Art. 23. Os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público da União e a Defensoria
Pública da União encaminharão à Secretaria de Orçamento Federal da Secretaria Especial de Fazenda
do Ministério da Economia, por meio do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento - Siop, até 13 de
agosto de 2021, suas propostas orçamentárias, para fins de consolidação do Projeto de Lei
Orçamentária de 2022, observadas as disposições desta Lei.
Observe que esse prazo se refere às propostas orçamentárias, e não à LDO. O prazo de encaminhamento da LDO,
conforme previsto no art. 35, § 2º, do ADCT, é de 8 meses e meio antes do encerramento do exercício. E é
encaminhamento para o Poder Legislativo. Esse prazo de meados de agosto é para o encaminhamento das
propostas orçamentárias de outros poderes para o Poder Executivo, para que este possa fazer a consolidação. Só
acontece desse prazo estar previsto na LDO, entendeu?
Portanto, as propostas orçamentárias setoriais devem ser encaminhadas ao Poder Executivo até meados
de agosto, porque o Poder Executivo deve encaminhar a proposta orçamentária consolidada para o Poder
Legislativo até 31 de agosto (quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro).
Mas o Poder Executivo, por ser aquele que tem mais intimidade com administração financeira e
orçamentária , vai dar uma “ajudinha” aos demais Poderes: ele vai disponibilizar aos demais poderes os
estudos e as estimativas das receitas para o exercício subsequente. Veja só o que nos diz LRF:
Art. 12, § 3º O Poder Executivo de cada ente colocará à disposição dos demais Poderes e do Ministério
Público, no mínimo trinta dias antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas
orçamentárias, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício subsequente, inclusive da
corrente líquida, e as respectivas memórias de cálculo.
Muito bem!
No Poder Executivo, o órgão responsável por fazer essa consolidação é a Secretaria de Orçamento
Federal (SOF) e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), que hoje faz parte do Ministério
da Economia.
O Presidente da República, então, enviará a proposta orçamentária por mensagem presidencial. Agora
não estamos mais diante de uma proposta orçamentária, mas sim de um projeto de lei orçamentária.
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Mensagem Presidencial é o instrumento de comunicação oficial entre o Presidente da República e o Congresso Nacional.
Não é uma mensagem de WhatsApp, ok?
“Ah, professor, eu lembro que há um prazo para encaminhamento dos projetos de leis orçamentárias...”
Exatamente! Primeiro, você deve lembrar que a CF/88 exigiu que esse tema fosse regulado por lei
complementar (CF/88, art. 165, § 9º):
Só que essa lei complementar ainda não existe! E a LRF não é essa lei!
Art. 35, § 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão
obedecidas as seguintes normas:
I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato
presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro
exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;
II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro
período da sessão legislativa;
III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento
do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.
O detalhe é que esses prazos (de encaminhamento e devolução para sanção) não são obrigatórios para
os demais entes da Federação! Isso significa que prevalecerão os prazos estabelecidos nas Constituições
Estaduais e Leis Orgânicas Municipais e do Distrito Federal. Por outro lado, a vigência das leis orçamentárias é
de observância obrigatória, ou seja, em todo o Brasil, o PPA terá vigência de 4 anos, a LDO terá vigência de 1
ano e meio, e a LOA terá vigência de 1 ano.
Resumindo:
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Ciclo orçamentário 1
4 meses antes do
Para o Executivo
encerramento do exercício
encaminhar ao Legislativo
financeiro
PPA* e LOA
Para o Legislativo devolver encerramento da sessão
ao Executivo para sanção legislativa
Prazos
8 ½ meses antes do
Para o Executivo
encerramento do exercício
encaminhar ao Legislativo
financeiro
LDO
encerramento do primeiro
Para o Legislativo devolver
período da sessão
ao Executivo para sanção
legislativa
Veja o esquema:
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
M a n da t o D ilm a
01/01/2011 - 31/12/2014
M a nda t o D ilm a - Te m e r
01/01/2015 - 31/12/2018
M a nda t o Bolson a r o
01/01/2019 -
31/12/2022
PPA 2 0 1 2 - 2 0 1 5
01/01/2012 - 31/12/2015
PPA 2 0 1 6 - 2 0 1 9
01/01/2016 - 31/12/2019
Viu como a vigência do PPA não coincide com a vigência do mandato do chefe do Poder Executivo?
Se coincidisse, as barras laranjas ficariam exatamente embaixo das barras azuis.
Já a LDO tem prazos diferentes. Ela deve ser elaborada antes da LOA, justamente porque ela irá orientar
a elaboração desta. Para gravar os prazos da LDO, faça assim:
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Ciclo orçamentário 1
Escreva a sigla LDO no ar ou num papel. Isso mesmo. Escreva a sigla LDO no ar, com seu dedo, na sua frente ou num papel
com uma caneta. LDO termina com a letra O. Passe um traço (–) e divida essa letra O no meio. Ficou parecendo um 8 não
foi? Parece um 8, mas é a letra O partida no meio. Viu? 8 meses e meio!
Você ainda tem que saber que se os parlamentares não aprovarem o PLDO, eles não terão recesso!
Não vão ter “férias”! Arrisco dizer que esse é o único instrumento que eles não querem que atrase! Ninguém
quer perder esse recesso!
PLDO devolvido
PLDO para sanção até 17
encaminhado de julho
até 15 de abril (encerramento do
(8 meses e 1º período
meio) legislativo)
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Ciclo orçamentário 1
Agora que você já sabe como e quando é elaborada a proposta orçamentária, só falta conhecer o seu
conteúdo e forma. Então, a pergunta agora é: o que compõe, o que consta na proposta orçamentária?
Art. 22. A proposta orçamentária que o Poder Executivo encaminhará ao Poder Legislativo nos prazos
estabelecidos nas Constituições e nas Leis Orgânicas dos Municípios, compor-se-á:
III - Tabelas explicativas, das quais, além das estimativas de receita e despesa, constarão, em colunas
distintas e para fins de comparação:
a) A receita arrecadada nos três últimos exercícios anteriores àquele em que se elaborou a proposta;
IV - Especificação dos programas especiais de trabalho custeados por dotações globais, em termos de
metas visadas, decompostas em estimativa do custo das obras a realizar e dos serviços a prestar,
acompanhadas de justificação econômica, financeira, social e administrativa.
Parágrafo único. Constará da proposta orçamentária, para cada unidade administrativa, descrição
sucinta de suas principais finalidades, com indicação da respectiva legislação.
E a Lei 4.320/64 ainda fala mais um pouquinho sobre a elaboração da proposta orçamentária (esses
dispositivos não costumam aparecer em prova, mas “o seguro morreu de velho”, não é? ):
Art. 23. As receitas e despesas de capital serão objeto de um Quadro de Recursos e de Aplicação de
Capital, aprovado por decreto do Poder Executivo, abrangendo, no mínimo um triênio.
I - as despesas e, como couber, também as receitas previstas em planos especiais aprovados em lei e
destinados a atender a regiões ou a setores da administração ou da economia;
II - as despesas à conta de fundos especiais e, como couber, as receitas que os constituam;
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III - em anexos, as despesas de capital das entidades referidas no Título X desta lei, com indicação das
respectivas receitas, para as quais forem previstas transferências de capital.
Art. 25. Os programas constantes do Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital sempre que possível
serão correlacionados a metas objetivas em termos de realização de obras e de prestação de serviços.
Parágrafo único. Consideram-se metas os resultados que se pretendem obter com a realização de cada
programa.
Art. 26. A proposta orçamentária conterá o programa anual atualizado dos investimentos, inversões
financeiras e transferências previstos no Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital.
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a
aprovação dos respectivos tribunais;
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça,
com a aprovação dos respectivos tribunais.
Art. 127, § 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos
na lei de diretrizes orçamentárias.
Art. 134, § 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e
a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º.
Lembre-se que os Tribunais de Contas não são órgãos do Poder Legislativo. Porém, para fins orçamentários, os
Tribunais de Contas são vinculados ao Poder Legislativo. Portanto, as suas propostas orçamentárias são encaminhadas
junto com a do Poder Legislativo.
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Todas elas serão elaboradas dentro dos limites estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO).
É aquele prazo estabelecido lá na LDO: 15 de agosto (aproximadamente. Na LDO 2021 e 2022, esse
prazo foi 13 de agosto)
“Ok, mas e se não tiver LDO aprovada e publicada, professor? Como é que eu vou ter uma LOA sem uma
LDO?”
Bom, apesar da LDO orientar a elaboração da LOA (CF/88, art. 165, § 2º) e da comunicação entre esses
dois instrumentos ser fundamental para uma boa execução orçamentária, é possível que a LOA seja elaborada
antes da LDO. Portanto, grave: o envio, pelo Poder Executivo, da proposta orçamentária anual ao Poder
Legislativo independe da aprovação e publicação da LDO. Em outras palavras: a elaboração da LOA não está
condicionada à aprovação da LDO.
Preste atenção!
A elaboração da LOA não está condicionada à aprovação da LDO.
“Beleza, mas e se esses órgãos não enviarem as respectivas propostas dentro do prazo estabelecido lá
na LDO, professor? O que acontece?”
Preste atenção!
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Se os órgãos não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo, o Poder Executivo considerará
os valores aprovados na lei orçamentária vigente.
Então veja o que a CF/88 diz sobre o não encaminhamento das propostas do Poder Judiciário e do
Ministério Público, respectivamente:
Art. 127, § 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo
estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação
da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de
acordo com os limites estipulados na forma do § 3º.
“Mas espera aí, professor. Esses Poderes e os órgãos independentes também têm que enviar a proposta
dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, não é? Mas e se eles a enviarem fora dos
limites?”
Se a proposta enviada estiver fora dos limites estabelecidos pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO),
o Poder Executivo, responsável pela consolidação (como você já sabe), irá fazer ajustes! É por isso que esses
dispositivos (CF/88, art. 99, § 3º e art. 127, § 4º) afirmam que “o Poder Executivo considerará, para fins de
consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de
acordo com os limites estipulados”.
Por exemplo: o Poder Judiciário encaminha sua proposta, dizendo que suas despesas com pessoal serão de R$
1.000.000,00. A SOF recebe essa proposta, dá uma confira da LDO e vê que o limite seria de R$ 900.000,00. Opa! Vai rolar
o ajuste aí!
• Caso 1: demais Poderes e órgãos independentes não encaminharam suas propostas para o Poder
Executivo dentro do prazo;
• Caso 2: propostas em desacordo com os limites estabelecidos na LDO.
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Só pergunta boa, hein? A resposta está na nossa boa e velha Lei 4.320/64:
Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas
dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente.
Portanto, se o Poder Legislativo não receber a proposta dentro do prazo, ele não ficará de braços
cruzados. O vacilo foi do Poder Executivo, ora! O país não pode esperar. Será considerada como proposta a
LOA vigente e seguimos em frente!
Essa situação não é muito comum, pois trata-se de crime de responsabilidade, que pode implicar até
impeachment.
Beleza!
O novo exercício financeiro já começou e ainda não temos LOA aprovada e vigente! A Administração
Pública só pode realizar despesas se elas estiverem autorizadas na LOA (ou nas leis de créditos adicionais). Mas
não há LOA vigente!
E agora? A Administração Pública vai ficar paralisada, sem realizar nenhuma despesa?
É claro que não! Os hospitais públicos têm que funcionar desde o dia 1º de janeiro. O policiamento tem
que estar na rua desde o dia 1º de janeiro. Ou seja: algumas despesas não podem esperar!
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É o seguinte: todo ano, a LDO determina que se o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) não for
sancionado pelo Presidente da República até 31 de dezembro, a programação dele constante poderá ser
executada para o atendimento de determinadas despesas (citadas lá na própria LDO). Quer dizer, em vez de
executar a lei aprovada, executar-se-á o projeto de lei ainda em tramitação.
Algumas dessas despesas podem ser executadas integralmente, isto é, podem ser executadas
𝟏
normalmente. Mas outras despesas (de caráter inadiável) poderão ser executadas até o limite de 𝟏𝟐 (um doze
avos) do valor previsto para cada órgão no PLOA, multiplicado pelo número de meses decorridos até a data
de publicação da respectiva Lei (da LOA).
Por exemplo: digamos que já estamos em março e nada da LOA ser aprovada. Finalmente ela é aprovada e publicada em
abril.
Beleza. Agora digamos também que o órgão B tinha orçamento anual previsto de R$ 120.000,00 e precisava executar
despesas correntes de caráter inadiável.
Quantidade de meses decorridos até a data de publicação da LOA x R$ 10.000 = 3 x R$ 10.000 = R$ 30.000.
Pronto! Chegamos ao nosso valor limite! O órgão B pode executar tais despesas correntes de caráter inadiável até o limite
de R$ 30.000.
Veja que aqui nós também temos dois casos diferentes (vamos chamá-los de caso 3 e caso 4 para
diferenciar dos outros):
• Caso 3: chefe do Executivo não encaminhou o projeto de lei orçamentária ao Poder Legislativo
dentro do prazo;
• Caso 4: projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) não foi sancionada até 31 de dezembro.
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Resumindo
Caso 1: demais Poderes e
órgãos independentes não
• o Poder Executivo considerará os valores aprovados
encaminharam suas propostas
na lei orçamentária vigente
para o Poder Executivo dentro
do prazo
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6. Estudo, Definição e SOF; ME; Casa Civil/ - Referencial monetário para apresentação da
Divulgação de Limites para a Presidência da proposta
Proposta Setorial República orçamentária (Fase II) dos órgãos setoriais
- Proposta orçamentária dos órgãos setoriais,
7. Captação da Proposta Setorial
UOs; Órgãos Setoriais inclusive dos Poderes Legislativo e Judiciário,
– Fase II
do MPU e da DPU (Fase II), detalhada no SIOP
8. Análise e Ajuste da Proposta - Proposta orçamentária analisada, ajustada e
SOF
Setorial – Fase II definida
- Proposta orçamentária aprovada pelo ME e
pela Presidência da República, fonteada,
9. Fechamento, Compatibilização SOF; ME; Casa Civil/
consolidada e compatibilizada em consonância
e Consolidação da Proposta Presidência da
com a CF, o PPA, a LDO e a LRF, além do
Orçamentária República
atendimento das exigências dos órgãos de
controle.
SOF e SEST; Órgãos
10. Elaboração e Formalização da - Mensagem presidencial, texto e anexos do
Setoriais; Casa Civil/
Mensagem Presidencial e do PLOA, elaborados e entregues ao Congresso
Presidência da
Projeto de Lei Orçamentária Nacional
República
SOF e SEST; Área
11. Elaboração e Formalização Econômica; Órgãos
- Informações complementares ao PLOA,
das Informações Setoriais; Casa Civil/
elaboradas e entregues ao Congresso Nacional
Complementares ao PLOA Presidência da
República
Fonte: Manual Técnico de Orçamento (MTO).
E agora, eu, professor Sérgio, vou ensinar a vocês o que eu fazia para memorizar a ordem das etapas.
Vou passar o bizú! O passo a passo! Preste atenção:
1. Primeiro você planeja: você não começa nada sem antes planejar;
2. Depois você olha para o cenário macro e define macrodiretrizes;
3. Faça uma revisão da estrutura, porque se a estrutura for falha, o produto final será falho e todo o
trabalho terá sido em vão;
4. Elabore uma proposta (fase I);
5. Veja se você já terá dinheiro suficiente ou se irá precisar se endividar, ou seja, avalie a
Necessidade de Financiamento do Governo Central (NFGC);
6. Estabeleça limites para os outros;
7. Receba, capte a proposta dos outros (fase II);
8. Analise e ajuste a proposta dos outros (fase II);
9. Agora junte tudo e faça a consolidação da proposta orçamentária;
10. Elabore a Mensagem Presidencial que acompanha o PLOA. Ela só acompanha o PLOA, então
será elaborada depois dele;
11. Elabore informações complementares (elas não são tão importantes, são “só” complementares,
por isso ficam por último).
Atenção para as três primeiras (1, 2 e 3) e para as duas últimas (10 e 11). Essas são as que mais aparecem
nas questões de prova!
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O projeto de lei orçamentária anual independe de sanção ou veto do chefe do Poder Executivo, sendo diretamente
promulgado pelas mesas do Congresso Nacional.
Comentários:
Nada disso! O projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) depende de sanção ou veto do chefe do Poder Executivo, assim
como qualquer outra lei.
Gabarito: Errado
Cabe ao Poder Judiciário do estado, amparado na autonomia administrativa e financeira garantida pelas Constituições
Federal e Estadual, elaborar a proposta orçamentária do MP/PI, dentro dos limites estipulados na LDO, e encaminhá-la
para deliberação e aprovação pela Assembleia Legislativa.
Comentários:
Negativo! Ministério Público possui autonomia orçamentária! Ele elabora sua própria proposta orçamentária, dentro dos
limites estipulados na LDO, e a encaminha, nesse caso da questão, para o órgão estadual de planejamento (a Secretaria
de Planejamento do Estado, por exemplo), que pertence ao Poder Executivo.
Depois de consolidado pela Secretaria, o projeto é encaminhado pelo Chefe do Poder Executivo (Governador) ao Poder
Legislativo (Assembleia Legislativa) para deliberação e aprovação pela Assembleia Legislativa.
Gabarito: Errado
A elaboração do projeto de lei orçamentária é condicionada à aprovação do plano plurianual do exercício de referência.
Comentários:
Apesar do PPA (e da LDO) serem referências para e elaboração da LOA, a sua elaboração não está condicionada à
aprovação de nenhum desses dois instrumentos (PPA e LDO).
Gabarito: Errado
Durante o processo de elaboração orçamentária, a revisão da estrutura programática do orçamento depende da definição
prévia das macrodiretrizes.
Comentários:
Preste atenção:
1. Primeiro você planeja: você não começa nada sem antes planejar;
2. Depois você olha para o cenário macro e define macrodiretrizes;
3. Faça uma revisão da estrutura, porque se a estrutura for falha, o produto final será falho e todo o trabalho terá sido
em vão;
Portanto, a revisão da estrutura programática do orçamento realmente depende da definição prévia das macrodiretrizes.
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Gabarito: Certo
Se a lei orçamentária anual não for aprovada até o final do exercício anterior ao da sua vigência, o Poder Executivo estará
autorizado a executar as dotações constantes da proposta apresentada ao Poder Legislativo, até o limite de um doze avos
por mês.
Comentários:
Não, não.
A autorização para a execução parcial não é para todas as dotações constantes da proposta apresentada ao Poder
Legislativo. É somente para algumas dotações.
Todo ano, a LDO determina que se o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) não for sancionado pelo Presidente da
República até 31 de dezembro, a programação dele constante poderá ser executada para o atendimento de determinadas
despesas.
Algumas dessas despesas podem ser executadas integralmente, isto é, podem ser executadas normalmente. Mas outras
despesas (de caráter inadiável) poderão ser executadas até o limite de 1/12 (um doze avos) do valor previsto para cada
órgão no PLOA, multiplicado pelo número de meses decorridos até a data de publicação da respectiva Lei (da LOA).
Gabarito: Errado
Se o projeto de lei orçamentária anual não for sancionado até 31 de dezembro, será possível adotar a prática, autorizada
em cada lei de diretrizes orçamentárias, de execução contínua de algumas despesas constantes da proposta, o que, no
caso de despesas correntes consideradas inadiáveis, não poderá exceder, a cada mês, um duodécimo do valor previsto de
cada ação.
Comentários:
Ah! Agora sim! Quer ver como a LDO diz mesmo isso? Dá uma olhadinha na LDO da União para o exercício de 2019:
Art. 60. Se o Projeto de Lei Orçamentária de 2019 não for sancionado pelo Presidente da República até 31 de dezembro de
2018, a programação dele constante poderá ser executada para o atendimento de: (...)
V - outras despesas correntes de caráter inadiável, até o limite de um doze avos do valor previsto para cada órgão no
Projeto de Lei Orçamentária de 2019, multiplicado pelo número de meses decorridos até a data de publicação da respectiva
Lei;
Gabarito: Certo
De acordo com a Constituição Federal de 1988, o projeto de lei do Plano Plurianual (PPA) da União será encaminhado ao
Congresso Nacional até quatro meses antes do encerramento do exercício de sua elaboração, prazo que também deve ser
observado pelos estados para a remessa de seus PPAs às respectivas assembleias legislativas.
Comentários:
Opa! Os prazos (de encaminhamento e devolução para sanção) estabelecidos lá no artigo 35, § 2º, do ADCT, não são
obrigatórios para os demais entes da Federação!
Portanto, o projeto de lei do Plano Plurianual (PPA) da União será sim encaminhado ao Congresso Nacional até quatro
meses antes do encerramento do exercício de sua elaboração, mas esse prazo não precisa ser observado pelos estados
para a remessa de seus PPAs às respectivas assembleias legislativas. E foi por isso que a questão ficou errada!
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Gabarito: Errado
O projeto de lei orçamentária deve ser encaminhado, pelo Congresso Nacional, para sanção presidencial, até o dia 31 de
agosto do ano anterior à sua aplicação.
Comentários:
O projeto de Lei Orçamentária Anual deve ser encaminhado pelo chefe do Poder Executivo (iniciativa exclusiva e
vinculada, lembra? ) ao Poder Legislativo até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro (31 de
agosto). O Poder Legislativo é que irá devolver o PLOA para sanção presidencial até o encerramento da sessão legislativa
(22 de dezembro).
Gabarito: Errado
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Ciclo orçamentário 1
Muito bem! Então nosso PLOA foi elaborado e enviado ao Poder Legislativo. E agora?
Agora começa a segunda fase do ciclo orçamentário. Trata-se da discussão, votação e aprovação do
projeto de lei orçamentária. Detalhe: agora que saiu das mãos do Poder Executivo, não chamamos mais de
“proposta”, mas sim de “projeto de lei”, afinal ele está tramitando no Poder Legislativo.
A primeira coisa que você tem que saber aqui é a seguinte (CF/88):
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual
e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do
regimento comum.
Primeiro ponto de atenção: a LOA, a LDO e o PPA (propriamente ditos) não tramitam no Legislativo. O
que tramita no Legislativo é o projeto de LOA, projeto de LDO e projeto de PPA.
Por exemplo: o Legislativo não faz uma emenda à LOA. Ele faz uma emenda ao projeto de LOA, pois a LOA já é a lei pronta,
publicada, em vigor, que já passou pelo Legislativo.
Segundo ponto de atenção: no âmbito federal, esses projetos serão apreciados pelas duas Casas do
Congresso Nacional. Não é só pela Câmara dos Deputados e nem só pelo Senado Federal. É pelas duas!
Além disso, será uma sessão conjunta (e não unicameral). Isso significa que deputados e senadores estão
reunidos, juntos, votando simultaneamente na mesma sessão, porém os votos são computados
separadamente. Resumindo: na sessão conjunta, eles estão juntos, mas não se misturam!
Observação: no âmbito estadual e municipal, não teremos isso, pois temos apenas uma Casa Legislativa: Assembleia
Legislativa e Câmara Municipal, respectivamente.
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Beleza!
Então agora vamos entender melhor o processo legislativo orçamentário. O que acontece quando o
projeto de lei orçamentária chega ao Legislativo?
Pois bem. O chefe do Executivo envia o projeto de LOA por Mensagem Presidencial (não é mensagem de
WhatsApp ) ao Legislativo. Chegando lá, o projeto será encaminhado para a Comissão Mista de Planos,
Orçamento e Fiscalização (você pode carinhosamente chamá-la de CMO. É assim que ela é conhecida). Ela é
uma das protagonistas nessa etapa do ciclo orçamentário, por isso precisamos ver alguns detalhes sobre ela.
Primeiro: a CMO é uma comissão permanente! Não é uma comissão temporária (seja especial, externa
ou parlamentar de inquérito – as famosas CPI’s). Isso quer dizer que a CMO integra a estrutura institucional da
Casa.
Preste atenção!
A CMO é uma comissão permanente
A CMO é composta por 30 deputados federais e 10 senadores, ou seja, total de 40 membros. Só que ela
tem também 40 suplentes, sendo 30 deputados suplentes e 10 senadores suplentes. Portanto, temos 40
titulares + 40 suplentes.
Titulares Suplentes
Deputados 30 30
Senadores 10 10
Total 40 40
Você percebeu que a CMO é composta por integrantes das duas casas do Congresso Nacional, não é? É
por isso que ela é chamada de comissão mista. As comissões mistas são integradas por deputados e
senadores e constituídas para tratar de matéria pertinente à competência do Congresso Nacional.
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Ciclo orçamentário 1
No âmbito estadual (Assembleia Legislativa) e municipal (Câmara dos Vereadores), como só temos uma
casa, essa comissão não será chamada de mista.
“Tá certo, professor. Já sei o que ela é e como ela é composta. Mas o que essa CMO efetivamente faz?”
Boa pergunta!
Bom, a CMO é tão especial, que ela é a única comissão do Congresso Nacional cujas atribuições estão
definidas na Constituição Federal. Isso mesmo! Temos que consultar a CF/88 para ver o que a CMO
efetivamente faz, senão vejamos:
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
anualmente pelo Presidente da República;
Lembrando que, após o exame e emissão do parecer da CMO, o Congresso Nacional irá julgar as contas
do Presidente da República (de acordo com a CF/88, art. 49, IX), momento em que o ciclo orçamentário se
encerrará.
Continuando:
Art. 166, § 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos
nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação
das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.
Resumindo
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Ciclo orçamentário 1
Examinar e emitir
contas do PR
parecer sobre
planos e programas
CMO nacionais, regionais e
setoriais
acompanhamento e
exercer
fiscalização orçamentária
Sim! É claro que podem ocorrer mudanças no PLOA enquanto ele tramita no Legislativo, afinal trata-se
ainda de um projeto de lei que está sendo discutido pelos representantes do povo. Essas mudanças ocorrem
em virtude de:
“O Presidente da República (Governador ou Prefeito) pode alterar projeto de lei orçamentária que já está
tramitando no Legislativo, professor? Como assim? Isso é possível?”
Sim! É possível! Mas tem uma condição muito importante (por “importante” eu quero dizer: despenca
em prova!): o Presidente poderá enviar mensagem ao Legislativo, propondo modificação nos projetos de leis
orçamentárias enquanto não tiver sido iniciada, na Comissão mista (CMO), a votação da parte cuja alteração
é proposta.
Preste atenção!
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Ciclo orçamentário 1
O Presidente poderá enviar mensagem ao Legislativo, propondo modificação nos projetos de leis
orçamentárias enquanto não tiver sido iniciada, na Comissão mista (CMO), a votação da parte cuja
alteração é proposta
“Como é, professor?”
É o seguinte:
Digamos que o PLOA tem 6 partes. As partes 1, 2 e 3 já tiveram sua votação iniciada na Comissão mista. O Presidente não
pode mais mandar mensagem propondo alteração nessas partes. Iniciou a votação na Comissão mista? Já era! Presidente
não pode mais alterar!
Agora, o Presidente pode enviar mensagem alterando as partes 4, 5, e 6? Aí sim! Porque a votação na Comissão mista
não se iniciou ainda.
Portanto:
• Se a votação da parte que o chefe do Executivo quiser alterar já tiver sido iniciada na Comissão
mista: o chefe do Executivo não pode mais mandar mensagem propondo modificação;
• Se a votação da parte que o chefe do Executivo quiser alterar ainda não tenha sido iniciada na
Comissão mista: o chefe do Executivo ainda pode mandar mensagem propondo modificação.
Imagine que você vai entregar um trabalho para o seu professor, o qual vai avaliar e lhe dar uma nota. Depois de horas de
dedicação, você finalmente envia o e-mail. Você estava tão cansado que nem fez uma revisão final do trabalho. No dia
seguinte, você resolve dar aquela olhadinha despretensiosa e percebe que cometeu um erro grave! Você rapidamente o
corrige e envia outro e-mail para o professor, pedindo que ele desconsidere a versão anterior e considere essa atual. Seu
professor prontamente responde: “ok. Eu ainda não comecei a corrigir o seu trabalho, então não tem problema”. Você
descansa tranquilo novamente.
Três dias depois, seu colega lhe questiona sobre um ponto do trabalho e você percebe, de novo, que cometeu um erro.
Você corrige o mais rápido que pode e envia outro e-mail para o professor, mas dessa vez ele lhe responde assim: “me
desculpe, eu já estou quase terminando de corrigir o seu trabalho e eu tenho um prazo para entregar sua nota. Se você
ficar me pedindo para considerar uma nova versão, quando eu já tiver começado a corrigir o seu trabalho, além de eu ter
trabalho dobrado, eu nunca vou conseguir entregar suas notas a tempo!”
Essa regra existe para evitar que o chefe do Executivo fique alterando o projeto de lei sempre que desejar.
Se a votação já tiver sido iniciada e o chefe do Executivo pudesse propor uma alteração, a Comissão teria que
analisar aquele novo projeto e praticamente descartar todo o trabalho que foi feito antes. Pense num
desperdício de tempo e recursos públicos!
Além disso, o orçamento tem prazos! Se a alteração pudesse ser feita a qualquer momento, ia ser difícil
conseguir aprovar tudo no prazo: já pensou se faltasse um dia para o prazo acabar e o chefe do Executivo
enviasse uma alteração que demandasse outra análise, discussão e votação?
Beleza! Então, por ser tão importante, vou lhe mostrar essa regra exatamente como ela está na CF/88:
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Ciclo orçamentário 1
Art. 166, § 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para
propor modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na
Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
• A modificação é feita nos projetos de leis orçamentárias (PLOA, PLDO, projeto de PPA e projeto
de créditos adicionais). Não é feita na proposta orçamentária e nem nas próprias LOA, LDO, PPA
e leis de créditos adicionais. Essas leis já passaram pelo Legislativo, ué!
• A modificação pode ser feita enquanto não iniciada a votação, e não enquanto não finalizada a
votação ou enquanto não iniciada a discussão.
• A modificação pode ser feita enquanto não iniciada a votação na Comissão mista, e não no
Plenário.
• A modificação pode ser feita enquanto não iniciada a votação somente da parte cuja alteração
é proposta.
Resumindo
O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos
(não é na proposta e nem nas leis) a que se refere este artigo enquanto não iniciada (e não finalizada) a votação(e
não a discussão), na Comissão mista (não é no Plenário), da parte cuja alteração é proposta (somente da parte
que está sendo alterada).
As emendas serão apresentadas por parlamentares (qualquer parlamentar, não só aquele que faz parte
da CMO) na Comissão mista, a qual irá emitir um parecer sobre elas. As emendas, então, serão apreciadas
pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional. É isso que nos diz a CF/88, veja só:
Art. 166, § 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e
apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
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“Beleza, professor. Entendi. Mas essas emendas versarão sobre o que? Qualquer coisa pode ser emendada?
E qualquer emenda pode ser aprovada?”
Que bom que você perguntou! As respostas para as suas perguntas não só caem em prova: elas desabam,
e com força! Essa aqui talvez seja a parte mais importante deste tópico ou desta aula! Então se ajeite na
cadeira e vamos lá!
É o seguinte: nem toda emenda será aprovada! Existem condições para que elas sejam aprovadas!
Primeiro veremos os requisitos de emendas ao PLOA. Elas estão no artigo 166, § 3º da CF/88
(destaque-o na sua Constituição Federal). Vamos transcrevê-lo e, em seguida, destrinchá-lo, ok?
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem
ser aprovadas caso:
b) serviço da dívida;
Primeiro ponto de atenção: as emendas são feitas ao projeto de lei orçamentária anual, e não à lei
orçamentária anual. Ninguém emenda a própria LOA! A LOA já é uma lei pronta, publicada e em vigor. Para
alterá-la, precisamos é de outra lei (princípio da legalidade) e não de uma emenda.
A pegadinha aqui é essa: a questão vai dizer que a emenda é feita à lei orçamentária anual. Isso está
errado! Não caia nessa! Emendas são feitas ao projeto de lei orçamentária anual.
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Preste atenção!
Emendas são feitas ao projeto de lei orçamentária anual, e não à própria lei orçamentária anual
Segundo ponto importante: essas condições são para a aprovação de emendas, e não para a
apresentação de emendas.
É o seguinte: qualquer (absolutamente qualquer) emenda poderá ser apresentada. Atenção: eu disse
“apresentada”.
“Professor, quer dizer que um parlamentar pode apresentar uma emenda nada a ver? Toda errada? Que
desrespeite todos os requisitos desse dispositivo constitucional?”
Então, qualquer (absolutamente qualquer) emenda poderá ser apresentada, mas nem toda emenda
será aprovada. As emendas somente podem ser aprovadas caso respeitem os requisitos mencionados nesse
dispositivo constitucional.
Superados esses pontos, vejamos quais são as três condições para que as emendas sejam aprovadas
(aprovadas! ).
Condição 1:
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem
ser aprovadas caso:
O Plano Plurianual (PPA) e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) antecedem e orientam a elaboração
da Lei Orçamentária Anual (LOA). Lembra disso?
PPA
LDO
LOA
Por isso, as emendas ao projeto de LOA somente poderão ser aprovadas se tiverem compatibilidade
com o PPA e com a LDO.
“Sério, professor? Se as emendas ao PLOA não forem compatíveis com o PPA e com a LDO, elas não poderão
ser aprovadas? Ou seja: as emendas ao PLOA sempre terão que ser compatíveis com o PPA e com a LDO?”
SIM! SEMPRE!
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As emendas ao PLOA sempre terão que ser compatíveis com o PPA e com a LDO. Essa regra é sempre
válida, para qualquer tipo de emenda, ok?
Detalhe: a CF/88 jamais afirmou que PPA, LDO e LOA devem ser compatíveis entre si. Essa falha só foi corrigida na Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF), em seu art. 5º. Veja que a CF/88 somente falou das emendas ao PLOA.
Condição 2:
Se a emenda demandar recursos públicos, ou seja, se, para realizar a emenda, o parlamentar precise de
dinheiro, ela deve obedecer à seguinte regra:
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem
ser aprovadas caso:
b) serviço da dívida;
Detalhe: a alínea “c” do dispositivo constitucional acima será sempre adaptada à realidade do ente. Por exemplo: no
âmbito estadual, teremos “transferências tributárias constitucionais para Municípios”. E só. Estado não faz transferência
para outros Estados.
Ok! Isso significa que se a emenda envolver dinheiro, ela somente será admitida se o parlamentar indicar
de onde ele irá tirar os recursos necessários para realizá-la. E somente será admitido tirar dinheiro da
anulação de uma outra despesa.
É o seguinte: se quiser colocar uma nova despesa no PLOA, então anule uma outra!
Por exemplo: o parlamentar João deseja fazer uma emenda ao PLOA. Tem uma obra lá que ele não está gostando de jeito
nenhum! O que João quer mesmo é a aquisição de novos veículos para o Poder Legislativo.
Certo, João. Você pode fazer uma emenda propondo a aquisição de novos veículos. Mas de onde você vai tirar esse dinheiro?
Ele responde: “simples. Anulamos a despesa com aquela obra e usamos esses créditos orçamentários para a aquisição dos
veículos. Assim a nova despesa não aumenta. Só estamos trocando uma pela outra”.
Pode sim! Se quiser incluir uma despesa no PLOA, vai ter que anular outra.
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Mas agora é que vem o detalhe importante: nem todas as despesas poderão ser anuladas! Algumas
despesas jamais poderão ser anuladas!
“Quais, professor?”
Essas daqui:
Então, veja só: imagine que você é um parlamentar e deseja fazer uma emenda para realizar uma obra.
Para isso, você tem que anular alguma outra despesa.
O que eu estou dizendo para você é que a única fonte de recursos para realização de emendas ao PLOA
é a anulação de despesas. Perceba: é diferente do que vimos lá nos créditos adicionais. Os créditos adicionais
irão alterar a LOA, já feita. E lá nós temos 6 fontes para abertura de créditos adicionais. Aqui nas emendas,
temos uma fonte só! Portanto, não confunda as fontes para abertura de créditos adicionais com a fonte para
emendas ao PLOA.
A banca vai fazer pegadinhas aqui, dizendo que um parlamentar quer fazer uma emenda ao PLOA e
indicará como fonte o superávit financeiro apurado no balanço patrimonial do exercício anterior. Essa
emenda não será aprovada, pois a indicação de recursos tem que ser proveniente de anulação de despesas
(exceto despesas com pessoal, serviços da dívida e TRANS TRI CO).
Superávit Financeiro
Excesso de Arrecadação
Reserva de contingência
Anulação de despesas
Anulação de dotação
Operações de crédito
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Preste atenção!
Se a emenda envolver dinheiro, ela somente será admitida se o parlamentar indicar os recursos necessários.
A indicação dos recursos necessários só é admitida se for proveniente da anulação de uma outra despesa.
Essa é a única fonte de recursos para emendas ao PLOA.
Mas nem todas as despesas poderão ser anuladas. Quais são elas? Pessoal, serviços da dívida e TRANS TRI
CO.
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Resumindo
Pessoal
Emendas Mas não
indiquem os
somente Anulação de poderão ser Serviços da
recursos
aprovadas despesas anuladas dívida
necessários
caso despesas com
TRANS TRI CO
Tem sim!
Condição 3:
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem
ser aprovadas caso:
Por exemplo: a estimativa de receita foi calculada errada. A emenda que corrija esse erro poderá ser aprovada.
• Dispositivos do texto do projeto de lei: aqui a emenda irá modificar somente o texto do PLOA.
Por exemplo: o texto original fala em “estimativa da receita”. A emenda propõe alteração para “previsão da receita”. Ok.
Só mudou o texto. Essa emenda poderá ser aprovada.
Então é o seguinte: as emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem
somente podem ser aprovadas caso sejam compatíveis com o PPA e a LDO. Essa regra sempre terá que ser
obedecida. Além disso:
• se a emenda demandar recursos públicos, ela terá que indicar os recursos necessários, sendo
admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa (só não pode anular despesas com
pessoal, serviços da dívida e TRANS TRI CO).
• senão, elas serão emendas para corrigir erros e omissões ou somente relacionadas a dispositivos
do texto do projeto de lei.
Beleza!
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Essas foram as condições para emendas ao PLOA, mas nós temos condições também para emendas ao
projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO). Na verdade, temos uma condição só! Veja (CF/88):
Art. 166, § 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas
quando incompatíveis com o plano plurianual.
Portanto, a única condição para que as emendas ao PLDO sejam aprovadas é que elas sejam compatíveis
com o PPA. Só isso!
É estar de acordo com as diretrizes, objetivos e metas (DOM) estabelecidas no PPA! Pronto!
Preste atenção!
Única condição para as emendas ao PLDO serem aprovadas: serem compatíveis com o PPA
Pronto! Agora nós estamos prontos para ver outra regra constitucional interessante. Lá vai:
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto no art. 166, §
3º e § 4º.
Portanto, o que esse dispositivo quer dizer é que se a iniciativa de lei for exclusiva do Presidente da
República, não será admitido o aumento da despesa prevista. Agora, se estivermos falando de PLOA e PLDO,
o aumento da despesa prevista poderá ser admitido!
Por exemplo: o Presidente enviou uma lei ao Poder Legislativo e o impacto orçamentário dela será de R$ 1.000.000,00. O
Poder Legislativo não poderá aumentar essa despesa prevista! Não poderá aumentar de R$ 1.000.000,00 para R$
2.000.000,00, por exemplo.
Agora, se essa lei que o Presidente enviou foi o PLOA ou o PLDO, aí sim o Poder Legislativo poderá aumentar a despesa
prevista.
“Mas, professor, uma das condições para aprovação de emendas ao PLOA não é que elas deverão indicar os
recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa? Quando eu faço uma anulação
de despesa eu estou simplesmente substituindo uma despesa pela outra, sem aumentar o valor global do
orçamento. Agora você está me dizendo que é possível aumentar a despesa prevista? Como assim?”
É. É isso mesmo!
Seguinte: regra geral, não é possível aumentar a despesa fixada na LOA, nem mesmo por emenda
parlamentar. Por isso que essas emendas precisam anular uma despesa, substituindo-a por outra. No entanto,
se essa emenda for enquadrada como correção de erros e omissões, aí sim será possível aumentar a despesa.
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Por exemplo: a estimativa da receita era de R$ 1.000.000,00, mas houve um erro no cálculo. Na verdade, era pra ser R$
1.500.000,00. Ou seja: houve uma reestimativa da receita. Agora será possível aumentar a despesa em mais R$
500.000,00.
Portanto, as emendas parlamentares não podem acarretar aumento na despesa total do orçamento, a
menos que sejam identificados erros ou omissões nas receitas, devidamente comprovados.
Preste atenção!
As emendas parlamentares não podem acarretar aumento na despesa total do orçamento, a
menos que sejam identificados erros ou omissões nas receitas, devidamente comprovados.
Beleza. E falando em reestimativa de receitas, olha só essa regra que a LRF trouxe:
Art. 12, § 1º Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro
ou omissão de ordem técnica ou legal.
Então:
Por exemplo: o PLOA chegou ao Poder Legislativo e um parlamentar (ou uma comissão) acredita que a receita deva ser
reestimada. É possível reestimar a receita? Sim! Desde que seja comprovado que houve um erro ou omissão de ordem
técnica ou legal.
Art. 56. A Reserva de Recursos será composta dos eventuais recursos provenientes da reestimativa das
receitas, da Reserva de Contingência e outros definidos no Parecer Preliminar, deduzidos os recursos
para atendimento de emendas individuais, de despesas obrigatórias e de outras despesas definidas naquele
Parecer.
Portanto:
Ah! E tem uma outra regra que é muito interessante você conhecer. Ela está lá na Lei 4.320/64. Vamos
ver?
Art. 33. Não se admitirão emendas ao projeto de Lei de Orçamento que visem a:
a) alterar a dotação solicitada para despesa de custeio, salvo quando provada, nesse ponto a inexatidão
da proposta;
b) conceder dotação para o início de obra cujo projeto não esteja aprovado pelos órgãos competentes;
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c) conceder dotação para instalação ou funcionamento de serviço que não esteja anteriormente
criado;
Resumindo
se Mas não Pessoal
Recurso só
demandar poderão
poderão ser
recursos ser Serviços da
provenientes
Condições públicos, anuladas dívida
de anulação
para indique os despesas
compatíveis de despesas TRANS TRI CO
aprovação recuros com
com PPA e
de
LDO
emendas se estiver
ao PLOA relacionada Poderá haver reestimativa de
a erros ou receita e aumento da despesa
omissões
Comentários:
Sim! A Mensagem Presidencial é o instrumento de comunicação oficial entre o Presidente da República e o Congresso
Nacional. A proposta de lei orçamentária anual (LOA) é enviada ao Poder Legislativo por meio de Mensagem.
Gabarito: Certo
O chefe do Poder Executivo poderá enviar mensagem ao Poder Legislativo para propor modificação nos projetos de lei
orçamentária enquanto não iniciada a discussão da parte para a qual se propõe alteração.
Comentários:
Certa, né?
NÃO! ERRADA!
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O chefe do Poder Executivo poderá enviar mensagem ao Poder Legislativo para propor modificação nos projetos de lei
orçamentária enquanto não iniciada a votação (e não a discussão) da parte para a qual se propõe alteração. Olha só a
literalidade da CF/88:
Art. 166, § 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos
projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
Está vendo o nível de atenção que você deve dar a esse dispositivo constitucional? Eu avisei!
Gabarito: Errado
Quanto ao processo de elaboração, discussão, votação e aprovação da proposta orçamentária, a Constituição Federal
estabelece que em qualquer momento o Presidente da República pode enviar mensagem ao Congresso Nacional para
propor modificações no projeto da lei orçamentária anual.
Comentários:
Em qualquer momento?
É claro que não! É só enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte que ele deseja alterar.
Essa regra existe para evitar que o chefe do Executivo fique alterando o projeto de lei sempre que desejar. Se a votação já
tiver sido iniciada e o chefe do Executivo pudesse propor uma alteração, a Comissão teria que analisar aquele novo projeto
e praticamente descartar todo o trabalho que foi feito antes. Pense num desperdício de tempo e recursos públicos! Além
disso, o orçamento tem prazos! Se a alteração pudesse ser feita a qualquer momento, ia ser difícil conseguir aprovar tudo
no prazo.
Gabarito: Errado
Quanto ao processo de elaboração, discussão, votação e aprovação da proposta orçamentária, a Constituição Federal
estabelece que no caso de emendas ao projeto da lei do orçamento anual, somente são admitidas as indicações de recursos
advindos de anulação de despesa.
Comentários:
Exatamente! Se quiser fazer uma emenda ao PLOA tem que indicar de onde os recursos necessários para realiza-la serão
tirados. E somente será admitido tirar dinheiro da anulação de uma outra despesa. Lembrando que nem todas as despesas
poderão ser anuladas! Algumas despesas jamais poderão ser anuladas.
Art. 166, § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser
aprovadas caso:
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam
sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
Gabarito: Certo
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Quanto ao processo de elaboração, discussão, votação e aprovação da proposta orçamentária, a Constituição Federal
estabelece que o projeto de lei relativo ao orçamento anual será apreciado pela Câmara dos Deputados, cabendo ao
Senado apenas o acompanhamento do atendimento aos limites constitucionais.
Comentários:
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos
adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.
Portanto, no âmbito federal, esses projetos serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional. Não é só pela
Câmara dos Deputados, cabendo ao Senado apenas o acompanhamento do atendimento aos limites constitucionais. É
pelas duas Casas!
Gabarito: Errado
Ainda que não esteja compatível com o plano plurianual, a emenda ao projeto de lei orçamentária que pretender consignar
recursos para transferência a empresa estatal com o objetivo de financiar a construção de uma usina hidrelétrica poderá
ser apresentada na Comissão Mista de Orçamento por qualquer parlamentar.
Comentários:
Qualquer (absolutamente qualquer) emenda poderá ser apresentada, “ainda que não esteja compatível com o plano
plurianual”, exatamente como disse a questão.
Mas nem toda emenda será aprovada. As emendas somente podem ser aprovadas caso respeitem os requisitos
mencionados na CF/88 (art. 166, § 3º e 4º).
Gabarito: Certo
O presidente da República pode enviar mensagem ao Congresso Nacional propondo modificação no projeto de lei
orçamentária, aumentando os recursos alocados no orçamento de investimentos a serem executados pelo SERPRO,
desde que não tenha sido iniciada a votação, na comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
Comentários:
Art. 166, § 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos
projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é
proposta.
Gabarito: Certo
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Muito bem...
Você já sabe que o orçamento público brasileiro é autorizativo, mas possui traços de orçamento
impositivo, né? Como se fosse a Vampira, do X-Men: cabelo todo preto, mas com uma só mecha branca.
Nossos traços de orçamento impositivo foram inicialmente inseridos na Constituição Federal em 2015,
com a promulgação da Emenda Constitucional (EC) 86/2015. Foi quando a primeira mecha branca apareceu
na Vampira.
Recentemente, o nosso orçamento ficou um pouco mais impositivo, por conta da EC 100/2019. A mecha
branca da Vampira aumentou! E as Emendas Constitucionais 102/2019 e 105/2019 vieram regulamentar essas
mudanças. Agora a mecha da Vampira ficou mais branca ainda!
Observação: com o advento da EC 86/2015 as bancas enlouqueceram! Esse assunto começou a despencar em provas
(inclusive discursivas). Agora com advento da EC 100/2019, 102/2019 e 105/2019, que trouxeram muitas novidades, eu
imagino que acontecerá a mesma coisa! Portanto, muita atenção agora!
Pois bem...
O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), enquanto tramita pelo Poder Legislativo (durante a fase de
discussão, votação e aprovação), pode sofrer alterações por meio de emendas.
As emendas individuais ganharam grande destaque (na mídia e nas provas ) depois da EC 86/2015,
pois elas representavam o único pedacinho de orçamento impositivo que tínhamos em nosso orçamento
autorizativo. As emendas individuais impositivas eram a única gota de orçamento impositivo no meio desse
oceano de orçamento autorizativo.
Mas agora essa gota tem companhia: a EC 100/2019 trouxe o orçamento impositivo para as emendas de
bancada!
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Ciclo orçamentário 1
Como você viu, as emendas coletivas podem ser emendas de bancada ou emendas de comissão. Em
outras palavras: emendas coletivas são gênero e emendas de bancada e de comissão são espécies.
Pois bem:
Dentre as emendas coletivas, somente as emendas de bancada é que são impositivas! As emendas
de comissão não o são!
Portanto, se uma questão disser que as emendas coletivas são impositivas, pode marcar errado sem
medo!
Individuais EC 86/2015
De bancada EC 100/2019
Emendas
Coletivas
parlamentares
De comissão
de Relatoria
A EC 86/15 adicionou diversos parágrafos ao artigo 166 da CF/88. Quatro anos mais tarde, a EC 100/19
alterou alguns deles e adicionou mais outros. Vou apresentá-los agora. Lá vai:
“Espera aí, professor! Espera aí! Por que essa coisa de orçamento impositivo? Por que isso surgiu, por que foi
ampliado? Qual o objetivo disso tudo?”
É. Os parlamentares estão lá para representar o seu eleitorado, para trazer obras, melhorias,
investimentos para a sua base eleitoral.
Imagine um deputado que prometeu a seus eleitores a construção de uma praça. Com muito esforço, ele
conseguiu colocar isso no orçamento. Mas o chefe do Poder Executivo sabe que o orçamento é autorizativo e
não está nem um pouco interessado em fazer essa obra. O deputado, então, empenhado em trazer essa
melhoria para o seu povo, arregaça as mangas e começa a babar o chefe do Poder Executivo! São longas
conversas, negociações inacabáveis. Numa dessas, o chefe do Executivo pode até pedir aquela “ajudinha” ao
parlamentar, para que vote a favor de seus projetos. Ou seja: é o famoso “toma lá dá cá”.
Mas no final das contas, a praça não foi construída. E quem saiu mais “queimado” nessa história foi o
deputado, que prometeu e não cumpriu.
Cansados dessa história, os parlamentares tiveram uma ideia: “isso só acontece porque o orçamento é
autorizativo. Se ele fosse impositivo, o Poder Executivo seria obrigado a executar o que está no orçamento e
esse jogo político não existiria”.
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Ciclo orçamentário 1
E foi assim que nasceram as emendas parlamentares impositivas! Antes, somente as emendas
individuais eram impositivas. Hoje, as emendas de bancadas também são!
Agora sim! Vamos conhecer os parágrafos ao artigo 166 da CF/88! Eles serão apresentados em ordem
didática, comentando sempre que necessário, ok?
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro
e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder
Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde.
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste
artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente
líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação
definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165.
§ 12. A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo aplica-se também às programações incluídas
por todas as emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal, no
montante de até 1% (um por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019)
Esses são os parágrafos mais importantes desse assunto. Você deve saber que as emendas individuais e
as emendas de bancada serão de execução obrigatória. A LOA e suas demais emendas são autorizativas, ou
seja, a Administração está autorizada (e não obrigada) a executar aquela programação. Mas as emendas
individuais e as de bancada são diferentes: elas serão de execução obrigatória!
Mas, obviamente, há um limite para isso. E preste atenção, porque aqui tem novidade!
Para as emendas individuais impositivas esse limite é de 1,2%, sendo que metade deste percentual
(0,6%) será destinada a ações e serviços públicos de saúde (só saúde! Educação, segurança, seguridade social
não!).
Para as emendas de bancada esse limite é de 1% (por sinal, ele será de 0,8% em 2020, passando a ser 1%
somente em 2021).
Não! Não é! Nas emendas de bancada não existe isso de metade do percentual ser destinado a ações
e serviços públicos de saúde. Preste atenção para não cair em pegadinhas!
Preste atenção!
Somente as emendas individuais terão metade de seu percentual destinado a ações e serviços
públicos de saúde. As emendas de bancada não!
Aqui há uma pegadinha sutil. No que diz respeito às emendas individuais impositivas, perceba que no §
9º, quando ainda estamos na segunda etapa do ciclo orçamentário (discussão, votação e aprovação), ainda no
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Ciclo orçamentário 1
planejamento, utiliza-se como base de cálculo a receita corrente líquida (RCL) prevista no projeto
encaminhado pelo Poder Executivo (veja que ainda estamos no projeto de lei orçamentária).
Já no § 11, na terceira etapa do ciclo orçamentário (execução), utiliza-se como base de cálculo a receita
corrente líquida (RCL) realizada no exercício anterior.
Planejamento Execução
É interessante frisar essa mudança da base de cálculo das emendas individuais impositivas. Na fase de
planejamento, a base de cálculo é a RCL prevista no PLOA. Já na fase de execução, a base de cálculo vira a RCL
realizada no exercício anterior.
“Professor, mas por que isso? Por que essa mudança de base de cálculo? Qual a lógica por trás disso?”
Bom, antes do exercício anterior se encerrar, enquanto a LOA ainda está sendo discutida e aprovada no
Poder Legislativo, não se conhece a RCL realizada no exercício anterior. Por isso, a saída é utilizar a RCL
prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo. Após o encerramento do exercício, utiliza-se a RCL
realizada no exercício anterior, porque esse é um valor conhecido (que não está sujeito a alterações), e isso
ajuda a garantir a execução das emendas impositivas.
Exemplo: em setembro de 20x1, a LOA 20x2 está sendo discutida e aprovada no Poder Legislativo. Ainda não
conhecemos a RCL realizada no exercício de 20x1, porque esse exercício ainda não acabou. Por isso, utiliza-se a RCL
prevista no PLOA 20x2. Uma vez encerrado o exercício de 20x1, a base de cálculo das emendas impositivas do
exercício de 20x2 será a RCL realizada no exercício de 20x1.
Caso a base de cálculo fosse a RCL prevista no PLOA (ou mesmo a RCL prevista na própria LOA), uma
eventual frustração na arrecadação iria comprometer a execução das emendas impositivas, favorecendo o
“jogo político” e a “troca de favores” entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo, além de implicar uma
disputa entre os parlamentares sobre qual emenda teria prioridade (e tudo isso é justamente o que as emendas
impositivas se propõem a evitar).
Portanto, ao optar pela RCL realizada no exercício anterior como base de cálculo, os créditos
orçamentários destinados às emendas impositivas independem da arrecadação das receitas do exercício
corrente.
Espertos esses parlamentares, né? “Fizeram de tudo” para garantir a execução das emendas impositivas.
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Repare que essa mudança de base de cálculo pode implicar mudanças no valor destinado a emendas
impositivas. E tudo bem. Normalmente é isso que acontece mesmo, porque dificilmente a RCL prevista no
PLOA para o ano seguinte será equivalente à realizada no exercício anterior.
Exemplo: em setembro de 2022, a LOA está sendo discutida, votada e aprovada. A RCL prevista no PLOA 2023 é de 10
bilhões de reais. Emendas individuais impositivas foram aprovadas no percentual de 1,2% dessa base de cálculo,
totalizando 120 milhões de reais.
Em janeiro de 2023, sabe-se que a RCL realizada no exercício anterior (2022) foi de 8 bilhões de reais. O montante
destinado às emendas individuais impositivas será reduzido, conforme prevê o § 11, do art. 166, da CF. O montante cuja
execução orçamentária e financeira é obrigatória é de 1,2% de 8 bilhões de reais, ou seja, 96 milhões de reais.
Planejamento Execução
Já no que diz respeito às emendas de bancada impositivas não há essa divisão. O § 12 deixa claro que é
obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações das emendas de bancada, em montante
correspondente a 1% da receita corrente líquida realizada no exercício anterior.
Há sim! Vejamos:
§ 13. As programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 deste artigo não serão de execução
obrigatória nos casos dos impedimentos de ordem técnica.
§ 14. Para fins de cumprimento do disposto nos §§ 11 e 12 deste artigo, os órgãos de execução deverão
observar, nos termos da lei de diretrizes orçamentárias, cronograma para análise e verificação de
eventuais impedimentos das programações e demais procedimentos necessários à viabilização da
execução dos respectivos montantes.
É a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO (não é o PPA, não é a LOA e não é a LRF) que vai definir:
E aqui eu também tenho que chamar sua atenção, pois antigamente algumas medidas tinham de ser
adotadas, observe:
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§ 14. No caso de impedimento de ordem técnica, no empenho de despesa que integre a programação, na
forma do § 11 deste artigo, serão adotadas as seguintes medidas:
I - até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei orçamentária, o Poder Executivo, o Poder Legislativo,
o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública enviarão ao Poder Legislativo as
justificativas do impedimento;
II - até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso I, o Poder Legislativo indicará ao Poder
Executivo o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável;
III - até 30 de setembro ou até 30 (trinta) dias após o prazo previsto no inciso II, o Poder Executivo
encaminhará projeto de lei sobre o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável;
IV - se, até 20 de novembro ou até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso III, o Congresso
Nacional não deliberar sobre o projeto, o remanejamento será implementado por ato do Poder
Executivo, nos termos previstos na lei orçamentária.
Quer dizer, antes, no caso de impedimentos de ordem técnica, as medidas a serem adotadas estavam
dispostas na própria CF/88. Hoje elas estão definidas na LDO!
“Quer dizer que não tenho mais que decorar essa sequência, professor?”
Exatamente! Mas ainda acho interessante você dar uma lida, para conseguir identificar quando uma
questão está tentando fazer uma pegadinha com você.
§ 15. Após o prazo previsto no inciso IV do § 14, as programações orçamentárias previstas no § 11 não serão
de execução obrigatória nos casos dos impedimentos justificados na notificação prevista no inciso I do §
14.
Quer dizer, tentava-se (de todo jeito ) contornar os impedimentos técnicos, até que chegava um ponto
que não valia mais a pena. O exercício financeiro já ia terminar e já tinha se tentado tudo. Só então as
programações orçamentárias previstas no § 11 (emendas individuais) não seriam mais de execução
obrigatória.
“Se é para eu esquecer, por que você colocou isso na aula, professor?”
Ah! Aqui vale lembrar que caberá a uma lei complementar dispor sobre procedimentos que serão
adotados quando houver impedimentos legais e técnicos (CF/88, art. 165, § 9º, III).
§ 17. Os restos a pagar provenientes das programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 poderão
ser considerados para fins de cumprimento da execução financeira até o limite de 0,6% (seis décimos
por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, para as programações das emendas
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individuais, e até o limite de 0,5% (cinco décimos por cento), para as programações das emendas de
iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal.
Portanto, os restos a pagar provenientes das programações orçamentárias das emendas individuais
poderão ser considerados para fins de cumprimento da execução financeira das próprias emendas individuais
até o limite de 0,6% da RCL realizada no exercício anterior. E os restos a pagar provenientes das programações
orçamentárias das emendas de bancada poderão ser considerados para fins de cumprimento da execução
financeira das próprias emendas de bancada até o limite de 0,5% da RCL realizada no exercício anterior.
Perceba: é sempre metade do limite original! Emendas individuais têm limite de 1,2%. E emendas de bancada
têm limite de 1%.
Esse dispositivo é um confuso mesmo. Consequência disso é que ele permite duas interpretações
distintas.
A primeira interpretação é que o pagamento dos restos a pagar de exercícios anteriores pode ser
considerado como para fins de cumprimento da execução financeira. Permita-me dar um exemplo para ficar
mais claro.
Digamos que houve uma emenda parlamentar individual impositiva em 2019, mas não deu para pagar tudo em
2019. Ficou um resto a pagar, digamos de R$ 100.000,00.
Agora em 2020, a Administração tem que executar mais 1,2% advindos das emendas individuais de 2020, correto?
Acontece que a Administração pode escolher pagar aquele resto a pagar de R$ 100.000,00 e, fazendo isso, ela já
estará cumprindo, por exemplo, 0,5 % desses 1,2 %. Ou seja: ficaria faltando só mais 0,7 %.
A segunda interpretação é que as emendas impositivas podem ser inscritas em restos a pagar daquele
mesmo exercício financeiro até o limite de 0,6 % da RCL (para as emendas individuais) e 0,5 % da RCL (para as
emendas de bancada), e estes restos a pagar poderão ser considerados para fins de cumprimento da execução
financeira.
Restos a pagar são despesas que foram empenhadas, mas não foram pagas até o final do exercício
financeiro. Quando a Administração empenha uma despesa, ainda não há obrigação de pagamento (muito
embora o artigo 58 da Lei 4.320/64 diga o contrário - isso é mais bem explicado no capítulo de etapas da despesa
orçamentária). Quando há somente o empenho, ainda é possível cancelá-lo (ou cancelar o resto a pagar).
Assim, caso a Administração quisesse burlar a execução das emendas impositivas, bastava ela empenhar tudo
e logo depois cancelar os empenhos.
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Mas os parlamentares foram espertos. No § 11º, está escrito "execução orçamentária e financeira". Isso
significa que não basta empenhar. Também tem que pagar!
No entanto, eles resolveram dar uma folga, uma "colher de chá", para a Administração, dizendo:
"Administração, você pode inscrever até metade das emendas impositivas em restos a pagar, ou seja, não
precisa pagar naquele mesmo ano, e isso ainda será considerado execução financeira."
Por exemplo: o montante de uma emenda parlamentar de bancada impositiva, no exercício financeiro de 2020, é
de R$ 100.000,00. Se a Administração pagar somente R$ 50.000,00 e inscrever os outros R$ 50.000,00 em restos a
pagar, está ok: esses restos a pagar poderão ser considerados para fins de cumprimento da execução financeira.
Pois bem. E aqui também vale destacar que caberá também a uma lei complementar dispor sobre o
cumprimento de restos a pagar (CF/88, art. 165, § 9º, III).
§ 18. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento da
meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, os montantes previstos nos §§ 11
e 12 deste artigo poderão ser reduzidos em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o
conjunto das demais despesas discricionárias.
A regra é assim: se a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento da meta
de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o gestor só poderá cortar os gastos das
programações orçamentárias oriundas de emendas parlamentares individuais ou de bancada na mesma
proporção do corte (contingenciamento) de gastos das despesas discricionárias.
Por exemplo: se o gestor cortou 50% das despesas discricionárias, ele pode cortar até 50% das despesas relacionadas
às emendas parlamentares individuais. Se reduzir em 10% as despesas discricionárias: reduz no máximo em 10% as
despesas relacionadas às emendas parlamentares individuais. O que não pode acontecer é o gestor cortar, por
exemplo, 10% das despesas discricionárias e 50% das emendas parlamentares individuais.
Também caberá a uma lei complementar dispor sobre limitação das programações de caráter
obrigatório (CF/88, art. 165, § 9º, III).
§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto no § 9º, inclusive
custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a destinação
para pagamento de pessoal ou encargos sociais.
Esse parágrafo nos informa que o montante que for executado em ações e serviços públicos de saúde
(aqueles 0,6% da RCL, provenientes das emendas individuais) será computado para fins do cumprimento da
aplicação mínima de recursos na saúde. E esses recursos não poderão ser destinados ao pagamento de
pessoal ou encargos sociais (essa é uma forma de garantir que esses recursos serão gastos em materiais,
equipamentos, investimentos, obras, etc.).
§ 16. Quando a transferência obrigatória da União para a execução da programação prevista nos §§ 11 e
12 deste artigo for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência
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do ente federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de
aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169.
Mesmo que o ente federativo destinatário esteja inadimplente, ele receberá a transferência obrigatória
da União para executar a programação prevista nos §§ 11 e 12 (emendas parlamentares individuais e de
bancada, respectivamente). Em outras palavras: caso a execução obrigatória dependa de transferência
obrigatória da União, não importa se o ente federativo se encontra inadimplente.
E esses recursos que o ente recebeu, ou seja, essa receita de transferência do ente não integrará a base
de cálculo da RCL para fins de apuração dos limites de gastos de pessoal da LRF.
Sabe onde estão as pegadinhas aqui? A questão vai lhe falar sobre transferências voluntárias. Sabe por
quê? Porque, de acordo com o artigo 25 da LRF, o recebimento de transferências voluntárias depende da
adimplência do ente recebedor quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao
ente transferidor, bem como quanto à prestação de contas de recursos anteriormente dele recebidos.
Só que aqui nas emendas impositivas nós estamos falando de transferência obrigatórias! E não
voluntárias!
Preste atenção
Mesmo que o ente federativo destinatário esteja inadimplente, ele receberá a transferência obrigatória da
União para executar a programação prevista nas emendas parlamentares individuais e de bancada
A outra pegadinha é dizer que essa receita de transferência integrará a base de cálculo da RCL para fins
de apuração dos limites de gastos de pessoal da LRF. Mentira! Não integrará!
§ 20. As programações de que trata o § 12 deste artigo, quando versarem sobre o início de investimentos
com duração de mais de 1 (um) exercício financeiro ou cuja execução já tenha sido iniciada, deverão
ser objeto de emenda pela mesma bancada estadual, a cada exercício, até a conclusão da obra ou do
empreendimento.
elas deverão ser objeto de emenda pela mesma bancada estadual (a mesma! Não pode ser outra!), a
cada exercício, até a conclusão da obra ou do empreendimento.
Estamos acabando...
§ 19. Considera-se equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que observe critérios
objetivos e imparciais e que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas,
independentemente da autoria.
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Perceba que não importa quem seja o autor da emenda. Se a execução das programações observou
critérios objetivos e imparciais e atendeu de forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas, então
podemos considerar que essa execução foi equitativa.
§ 18. Considera-se equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que atenda de forma
igualitária e impessoal às emendas apresentadas, independentemente da autoria.
Não mudou muito, não é? A única mudança foi o acréscimo da expressão “que observe critérios objetivos
e imparciais”.
Mais uma vez, caberá a uma lei complementar dispor sobre critérios para a execução equitativa (art.
165, § 9º, III). Vamos ver esse dispositivo por completo, finalmente?
III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão adotados quando
houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das programações
de caráter obrigatório, para a realização do disposto nos §§ 11 e 12 do art. 166.
Certo. Agora vem uma disposição interessante (para não dizer polêmica):
Art. 165, § 10. A administração tem o dever de executar as programações orçamentárias, adotando os
meios e as medidas necessários, com o propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à
sociedade.
Esse dispositivo tenta aumentar o caráter impositivo do orçamento. Ele diz que a Administração tem o
dever de executar as programações orçamentárias e que ela deverá adotar os meios e as medidas
necessários, com o propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à sociedade. Mas isso não
significa que ela vai executar ou que tem que executar todas as programações orçamentárias, até porque você
já sabe que o nosso orçamento é autorizativo.
É tanto que a Emenda Constitucional 102/19 já inseriu o § 11, limitando esse dever da Administração.
Olha só:
Art. 165, § 11. O disposto no § 10 deste artigo, nos termos da lei de diretrizes orçamentárias: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 102, de 2019)
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Sim, a Administração tem o dever de executar as programações orçamentárias. Mas ela ainda tem que
respeitar as metas fiscais e os limites de despesas.
Ela tem o dever de executar as programações orçamentárias e garantir a efetiva entrega de bens e serviços à sociedade?
Sim, tem.
Mas essa contratação vai implicar o não cumprimento das metas fiscais e o desrespeito ao limite de despesas.
Então, a Administração tem esse dever, mas ele está subordinado ao cumprimento de dispositivos constitucionais e legais
que estabeleçam metas fiscais ou limites de despesas.
E tem mais: não é porque a Administração tem o dever de executar as programações orçamentárias que
ela não pode cancelar algumas dotações orçamentárias para abrir créditos adicionais. Isto é: o governo pode
sim, se julgar necessário, cancelar alguma programação orçamentária com o propósito de “liberar orçamento”
para outras programações (lembre-se que a anulação de dotações orçamentárias é uma das fontes para
abertura de créditos adicionais).
Continuando...
A Administração tem mesmo o dever de executar as programações orçamentárias, mas se houver
impedimentos de ordem técnica, ela está liberada desse dever. Afinal o que ela pode fazer? Ela está de mãos
atadas. Mas atenção: não basta somente alegar impedimento de ordem técnica. Tem que justificar!
Finalmente, repare que essa regra do § 10 (o dever de executar as programações orçamentárias) aplica-
se exclusivamente às despesas primárias discricionárias.
Aprofundando 🔎
Em maio de 2020, a página que fala sobre princípios orçamentários do o site da Câmara dos Deputados foi
atualizada, para fazer constar, na opinião deste órgão, um novo princípio: o princípio do orçamento
impositivo.
Vamos ler o texto na íntegra, e eu faço os comentários logo em seguida:
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"Trata-se de princípio novo que define o dever de execução das programações orçamentárias, o que supera o
antigo debate acerca da natureza jurídica da lei orçamentária, ou seja, se as programações representavam
mera autorização para a execução (modelo autorizativo) ou se, diante do sistema de planejamento e orçamento da
Constituição de 1988, poder-se-ia extrair o caráter vinculante da lei orçamentária, o que acabou prevalecendo.
De acordo com o § 10 do art. 165 da CF, a administração tem o dever de executar as programações orçamentárias,
adotando os meios e as medidas necessários, com o propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à
sociedade. Esse dever de executar as programações que constam da lei orçamentária foi inserido pela Emenda
Constitucional 100, de 2019. Ampliou-se, para todo o orçamento público, o regime jurídico de execução que já
se encontrava definido para as programações incluídas por emendas individuais (desde a EC nº 85, 2015, que
promoveu mudanças no art. 166 da CF).
O dever de execução é um vínculo imposto ao gestor, no interesse da sociedade, que o impele a tomar todas as
medidas necessárias (empenho, contratação, liquidação, pagamento) para viabilizar a entrega de bens e serviços
correspondente às programações da lei orçamentária. A própria Constituição esclarece que o dever de execução
não se aplica nos casos em que impedimentos de ordem técnica ou legal, na medida em que representam óbice
intransponível para o gestor. É o caso, por exemplo, da necessidade legal de cumprir metas fiscais, o que requer
contingenciamento das despesas.
O caráter impositivo da execução do orçamento importa apenas para as chamadas despesas discricionárias
(não obrigatórias). Isso porque a execução das despesas “obrigatórias” - aquelas cujo orçamentação, empenho e
pagamento decorrem da existência de legislação anterior, que cria vínculos obrigacionais - define-se pela própria
norma substantiva, e não pelo fato de constar da lei orçamentária."
Primeiro: o posicionamento da Câmara dos Deputados enquanto consultoria não é vinculante e não é capaz
de realizar mudança alguma no orçamento brasileiro (isso só se faz por meio de lei). Sabendo como funcionam
as coisas lá dentro, o que nós (eu e o professor Marcel) imaginamos que tenha acontecido, é que os consultores
deste órgão compartilham desta opinião (de que o orçamento agora é impositivo) e acharam interessante
colocar isso no site da Câmara dos Deputados. Só isso!
Só que esse novo princípio ainda não está em nenhuma doutrina (ainda não deu tempo dos doutrinadores se
posicionarem sobre o tema). Além disso, a posição do Supremo Tribunal Federal (STF), já consolidada há anos,
é de que o orçamento é autorizativo. E, na prática, ele é autorizativo, pois é assim que ele é executado por todos
os entes públicos. E ainda tem mais: se o orçamento fosse impositivo, por que nós temos que ter regras para
emendas impositivas?
Fora isso, o orçamento é composto por receitas e despesas, certo? Se o orçamento agora é impositivo, então
por que as receitas não são impositivas também?
Enfim, em áreas como a administração (geral ou pública) é sempre bom lembrar o ensinamento de Herbert
Simon: os princípios são como provérbios, aparecem sempre em pares; para cada um pode-se encontrar outro
princípio contraditório aceitável. Tome, por exemplo, o princípio da não afetação da receita de impostos. Nós
entendemos que as receitas de impostos devem ser livres (desvinculadas) para facilitar o alcance de objetivos,
mas, ao mesmo tempo, nós acreditamos que é fundamental vincular recursos para a educação, para a saúde,
para a administração tributária... Isso não é contraditório?
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O mesmo vale para o princípio do orçamento impositivo: "a administração tem o dever de executar as
programações orçamentárias, adotando os meios e as medidas necessários, com o propósito de garantir a
efetiva entrega de bens e serviços à sociedade", como afirma o § 10 do artigo 165, da CF/88. Mas não nos casos
de impedimentos de ordem técnica ou legal, não no caso de falta de recursos, não no caso de descumprimento
de metas fiscais ou de limites de despesas. E o princípio se aplica exclusivamente às despesas primárias
discricionárias.
Conclusão: nessa área, é complicado falar em princípios. "Qualquer um" pode "inventar" um princípio (e
aproveitar para criar um monte de exceções também!). E o novo princípio do orçamento impositivo, como você
viu, já nasce com diversas ressalvas.
Mas, no entanto, porém, contudo, entretanto, todavia... não podemos ignorar o que está escrito no site da
Câmara dos Deputados. Até porque eu já vi proposições retiradas diretamente de lá aparecerem em prova.
"Eita, professor! E agora? O que que eu faço? Se aparecer na minha prova, o que que eu marco?"
Olha, eu não consigo lhe dizer qual vai ser a posição da banca. Não adianta perguntar isso para mim no fórum,
porque minha resposta vai ser exatamente essa. É possível que o examinador entre no site da Câmara dos
Deputados e resolva copiar esses trechos, transformando-os em questões. Não vou mentir para você. Por isso
que eu já marquei, no texto, as partes que considero mais importantes (volte lá e confira).
Art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa,
não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações
de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
Mas não podemos negar que nós estamos cada vez mais perto de um orçamento impositivo. Estamos
caminhando para isso.
E olha só: considerando as diversas despesas obrigatórias (por exemplo, despesas com pessoal), cerca de 90%
do orçamento brasileiro já é impositivo (impositivo no sentido de que o gestor público é obrigado a executar
aquelas despesas). O que nós estamos discutindo aqui é uma parcela mínima do nosso orçamento.
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Portanto, não ignore o posicionamento presente no site da Câmara dos Deputados. Considere a existência de
um novo princípio orçamentário (princípio do orçamento impositivo), embora ele tenha suas ressalvas. E saiba
que, oficialmente, o orçamento ainda é autorizativo, mas estamos caminhando para o orçamento impositivo.
§ 13. O disposto no inciso III do § 9º e nos §§ 10, 11 e 12 deste artigo aplica-se exclusivamente aos
orçamentos fiscal e da seguridade social da União.
Resumindo
Emendas
individuais não serão de execução
impositivas obrigatória nos casos
dos impedimentos
de ordem técnica
Orçamento já em
1,2% da RCL
execução (3a etapa
realizada no
do ciclo
exercício anterior restos a pagar
orçamentário)
poderão ser
considerados até o
limite de 0,6% da RCL
realizada no exercício
anterior
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b) destinado integralmente a ações e serviços públicos de saúde, vedada a aplicação em despesas de pessoal ou encargos
sociais, admitindo-se o cômputo das programações correspondentes no cálculo do percentual mínimo de aplicação em
saúde fixado na Constituição Federal.
c) no qual se inserem também as programações oriundas de despesas discricionárias incluídas pelo Chefe do Poder
Executivo, igualmente não afetadas por contingenciamento na hipótese do não atingimento da meta de resultado fiscal
prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
d) com obrigatoriedade da execução orçamentária e financeira das programações decorrentes, salvo impedimentos de
ordem técnica, comportando redução, até a mesma proporção incidente sobre o conjunto das despesas discricionárias, na
hipótese de não cumprimento da meta de resultado fiscal estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
e) havendo precedência da liberação financeira para as programações decorrentes das emendas inseridas em tal limite em
relação àquelas destinadas a despesas discricionárias, sendo apenas estas últimas atingidas por limitações de empenho
decorrentes de frustração da previsão de receita de impostos.
Comentários:
Vejamos as alternativas:
a) Errada. Caso a execução obrigatória dependa de transferência obrigatória da União, não importa se o ente federativo
se encontra inadimplente.
Art. 166, § 17. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento da meta de
resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o montante previsto no § 11 deste artigo poderá ser reduzido
em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto das despesas discricionárias.
d) Correta.
e) Errada. Não existe essa precedência. As emendas individuais são afetadas na mesma proporção da limitação incidente
sobre o conjunto das despesas discricionárias.
Gabarito: D
Comentários:
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Metade desse percentual, ou seja, 0,6% deverá ser destinado a ações e serviços públicos de saúde (CF/88, Art. 166, § 9º).
Lembre-se que somente as emendas individuais terão metade de seu percentual destinado a ações e serviços públicos de
saúde. As emendas de bancada não!
Gabarito: Errado
Comentários:
É obrigatória a execução de todas as programações contidas na Lei Orçamentária Anual? Claro que não! Nosso
orçamento é autorizativo.
Obrigatória é a execução somente das programações provenientes das emendas parlamentares individuais, em
montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício
anterior. E essa garantia de execução também se aplica às programações incluídas por todas as emendas de iniciativa de
bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal, no montante de até 1% (um por cento) da receita corrente
líquida realizada no exercício anterior (CF/88, art. 166, §§ 11 e 12).
Esses são os pedaços de orçamento impositivo que temos no meio do nosso orçamento autorizativo.
Gabarito: Errado
As emendas parlamentares coletivas serão de execução obrigatória em montante correspondente a 1% da receita corrente
líquida realizada no exercício anterior.
Comentários:
Nem todas! As emendas coletivas podem ser emendas de bancada ou de comissões. As emendas de bancada serão de
execução obrigatória. Mas as emendas de comissões não!
Gabarito: Errado
As emendas de bancada ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1% da receita corrente líquida prevista
no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços
públicos de saúde.
Comentários:
Já falei e vou repetir: somente as emendas individuais terão metade de seu percentual destinado a ações e serviços
públicos de saúde. As emendas de bancada não!
Gabarito: Errado
Quando a transferência voluntária da União para a execução da programação proveniente das emendas individuais
impositivas e emendas de bancada de parlamentares for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios,
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Ciclo orçamentário 1
independerá da adimplência do ente federativo destinatário e integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para
fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal.
Comentários:
Na verdade, caso a execução obrigatória dependa de transferência obrigatória da União, não importa se o ente federativo
se encontra inadimplente. E essa receita de transferência não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para
fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal.
Art. 166, § 16. Quando a transferência obrigatória da União para a execução da programação prevista nos §§ 11 e 12 deste
artigo for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência do ente federativo destinatário
e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de que
trata o caput do art. 169.
Gabarito: Errado
A administração tem o dever de executar as programações orçamentárias, adotando os meios e as medidas necessários,
com o propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à sociedade, sendo que essa regra somente se aplica às
despesas primárias obrigatórias.
Comentários:
Gabarito: Errado
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Mas primeiro eu vou lhe contar como as coisas funcionavam antes dela. Era assim: a emenda impositiva
incluída no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) continha uma autorização para que a União firmasse um
convênio (ou outro instrumento congênere) com o ente beneficiado, com vistas a realização de um projeto
específico.
Por exemplo: um deputado federal do Ceará conseguiu aprovar uma emenda para a construção de uma praça na cidade
de Fortaleza. Então, lá no PLOA consta uma autorização para que a União faça um convênio com o Estado do Ceará.
Esquematizando
Convênio Projeto
PLOA da União (ou intrumento específico no
congênere) ente benficiado
Preste atenção!
O objetivo da EC 105/19 é desburocratizar a transferência de recursos
“Quer dizer que não se faz mais desse jeito antigo, professor?”
Não. A transferência ainda pode ser feita desse jeito antigo. O que a EC 105/19 fez foi regular essa forma
antiga e estabelecer uma nova forma de transferência de recursos.
Preste atenção!
A EC 105/19 estabeleceu uma nova forma de transferência de recursos para as emendas impositivas
Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto de lei orçamentária anual
poderão alocar recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de:
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I - transferência especial; ou
Primeiro ponto em que vou chamar a sua atenção: a EC 105/19 se refere apenas às emendas individuais
impositivas, ok? Somente as emendas individuais. As emendas de bancada não!
Preste atenção!
A EC 105/19 trata somente das emendas individuais impositivas
Beleza. Então agora nós temos duas formas para transferir esses recursos oriundos de emendas
individuais impositivas:
• transferência especial; e
• transferência com finalidade definida.
Vamos ver como cada uma delas funciona. Mas antes quero que você saiba que... (CF/88):
Art. 166-A, § 1º Os recursos transferidos na forma do caput deste artigo não integrarão a receita do
Estado, do Distrito Federal e dos Municípios para fins de repartição e para o cálculo dos limites da
despesa com pessoal ativo e inativo, nos termos do § 16 do art. 166, e de endividamento do ente
federado, vedada, em qualquer caso, a aplicação dos recursos a que se refere o caput deste artigo no
pagamento de:
I - despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos e inativos, e com pensionistas; e
Entendeu?
É o seguinte: esses recursos que serão recebidos pelo ente beneficiado vão integrar a receita desse ente
beneficiado, mas não para fins de repartição e para o cálculo dos limites da despesa com pessoal ativo e inativo
e de endividamento do ente federado. Para esses dois fins, esses recursos transferidos não vão contar como
receita, ou seja, não integrarão a receita para esses fins.
“Certo. Mas por que, professor? Qual é a lógica por trás disso?”
A lógica é a seguinte: a LRF estabelece os limites para despesas com pessoal e de endividamento em
termos de percentual (%) da receita, mais especificamente, da Receita Corrente Líquida (RCL).
Isso significa que para calcular o percentual de despesas com pessoal, temos que fazer uma divisão, na
qual o numerador é o montante gasto com as despesas com pessoal e o denominador é a RCL.
𝑑𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑙
Assim: 𝑃𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑙 = 𝑅𝐶𝐿
No caso dos Estados, por exemplo, esse percentual não pode ultrapassar os 60 %.
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Pois bem. Então repare no seguinte: esses recursos transferidos por meio de emendas individuais
impositivas são esporádicos. Não são constantes. Em um ano, o ente pode receber R$ 5.000.000,00. Em outro
ano, pode não receber nada!
Agora imagine o denominador da nossa divisão (RCL) diminuindo em R$ 5.000.000,00. O que vai
acontecer com o resultado da nossa divisão? Isso mesmo: vai aumentar! E se aumentar muito, pode inclusive
ultrapassar o limite permitido!
Suponha que um ente não aumentou suas despesas com pessoal, ou seja, não contratou ninguém e não
aumentou os salários. Seu numerador se mantém estável. Mas, só porque não recebeu recursos provenientes
de emendas individuais impositivas naquele ano, seu denominador diminuiu e isso fez com que ele extrapolasse
o limite estabelecido pela LRF, estando sujeito a várias sanções.
Você acha isso justo? O limite de despesas com pessoal e de endividamento ficar subindo e descendo ao
sabor do recebimento de emendas individuais impositivas?
Não. Não é justo. Não faz sentido. Melhor a se fazer, então, é não considerar essa receita oriunda de
emendas individuais impositivas para fins de repartição e para o cálculo dos limites da despesa com pessoal
ativo e inativo e de endividamento do ente federado.
E do mesmo jeito que não seria justo que a situação piorasse, também não seria justo que a situação
melhorasse. Traduzindo: o ente também não pode pegar esse dinheiro recebido por meio de emendas
individuais impositivas e alocar em despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos e inativos, e com
pensionistas; e em encargos referentes ao serviço da dívida (ou seja, não pode, por exemplo, usar esses
recursos pagar juros de dívidas públicas). O dinheiro para pagar essas coisas tem que vir de outro lugar!
Observação: os serviços da dívida incluem os valores referentes à amortização do principal, juros, correção monetária
(se houver), bem como outros encargos oriundos da dívida pública.
Ok. Vencido esse ponto, vamos ver como funcionam as transferências especiais.
As transferências especiais são a nova forma de transferência de recursos por meio de emendas
individuais impositivas, criada pela EC 105/19. Vamos ver quais são suas características (CF/88):
Art. 166-A, § 2º Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo, os recursos:
III - serão aplicadas em programações finalísticas das áreas de competência do Poder Executivo do ente
federado beneficiado, observado o disposto no § 5º deste artigo.
Veja bem...
Com as transferências especiais, os recursos podem ser repassados diretamente ao ente federado
beneficiado, independentemente de celebração de convênio ou de instrumento congênere.
Assim:
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Agora, em vez de uma autorização para a União celebrar um convênio para a realização de um projeto
específico, o PLOA simplesmente vai dizer: “transfira esse dinheiro para o ente”.
Não é a toa que as transferências especiais ficaram conhecidas como “emendas pix”...
Pronto! O dinheiro sai dos cofres da União e vai diretamente para os cofres do ente beneficiado, que
pode aplicá-lo do jeito que bem entender, desde que seja em programações finalísticas das áreas de
competência do Poder Executivo do ente federado beneficiado (não é da União) e pelo menos 70 % em
despesas de capital – essa é a exigência do § 5º do artigo 166-A. Observe:
Art. 166-A, § 5º Pelo menos 70% (setenta por cento) das transferências especiais de que trata o inciso I
do caput deste artigo deverão ser aplicadas em despesas de capital, observada a restrição a que se refere
o inciso II do § 1º deste artigo.
Repare que é 70 % somente das transferências especiais. As transferências com finalidade definida estão
fora dessa regra! Vai ter pegadinha aqui! Pode anotar!
Outra pegadinha será dizer que esses recursos deverão ser aplicados em investimentos. Ora, as despesas
de capital podem ser divididas em: investimentos, inversões financeiras e transferências de capital (segundo a
Lei 4.320/64). Portanto, investimento é somente uma das espécies do gênero despesa de capital. Por isso é
errado dizer que pelos menos 70 % das transferências especiais deverão ser aplicadas em investimentos, porque
elas não necessariamente devem ser aplicadas em investimentos. Podem ser aplicadas também em inversões
financeiras e transferências de capital.
Preste atenção!
Pelo menos 70 % das transferências especiais (somente das transferências especiais) deverão ser
aplicadas em despesas de capital (e não apenas em investimentos)
E mais: deve ser observada a restrição do art. 166-A, § 1º, inciso II (repare na parte final do § 5º).
É que é vedada, em qualquer caso, a aplicação desses recursos no pagamento de encargos referentes ao
serviço da dívida.
Portanto, na transferência especial, pelo menos 70 % das transferências especiais deverão ser aplicadas
em despesas de capital, vedada a aplicação no pagamento de encargos do serviço da dívida.
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construir alguma coisa: uma escola, um hospital, uma ponte, uma praça, a aquisição de máquinas e
equipamentos, etc. Em vez de serem utilizados para pagar despesas corriqueiras do ente (despesas correntes).
Enfim...
Pois é. Desburocratizou mesmo. Mas também é aí que mora o problema. Muitos críticos e analistas
acreditam que o fato de os recursos serem repassados diretamente ao ente beneficiado vai enfraquecer o
controle sobre esses recursos.
Por exemplo: quando os recursos forem transferidos dos cofres da União para os cofres do Estado do Ceará, quem vai
fiscalizar esses recursos é o Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE-CE).
E como o TCU possui uma maior estrutura, em tese, ele consegue fiscalizar melhor do que os demais
Tribunais de Contas.
Além disso, antes da EC 105/19, algum ministério do governo federal ficava responsável pelo
acompanhamento técnico da utilização dos recursos repassados.
Hoje, de acordo com o § 3º do artigo 166-A, o ente federado beneficiado da transferência especial poderá
(e não “deverá”) firmar contratos de cooperação técnica para fins de subsidiar o acompanhamento da
execução orçamentária na aplicação dos recursos. Veja que essa é uma autorização, e não uma imposição. O
ente beneficiado faz isso somente se quiser!
Confira:
Art. 166-A, § 3º O ente federado beneficiado da transferência especial a que se refere o inciso I do caput
deste artigo poderá firmar contratos de cooperação técnica para fins de subsidiar o acompanhamento da
execução orçamentária na aplicação dos recursos.
Quero só voltar um pouco e destacar o disposto no inciso III do § 2º do artigo 166-A: os recursos
decorrentes de transferências especiais serão aplicados em programações finalísticas das áreas de
competência do Poder Executivo do ente federado beneficiado. Não é nas áreas de competência do Poder
Executivo da União. Prevejo pegadinhas aqui!
Preste atenção!
Na transferência especial, os recursos serão aplicados em programações finalísticas das áreas de
competência do Poder Executivo do ente federado beneficiado (não da União)
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Art. 166-A, § 4º Na transferência com finalidade definida a que se refere o inciso II do caput deste artigo,
os recursos serão:
Repare que aqui os recursos são transferidos, como já diz o nome, com uma finalidade definida! Esses
recursos estão vinculados à programação estabelecida na emenda parlamentar. Se, lá na emenda, o
parlamentar colocar que esses recursos serviriam para construir um hospital, esses recursos têm que ser
aplicados na construção do hospital. Diferentemente das transferências especiais, nas quais o recurso é
transferido para o ente beneficiado e ele faz o que bem entender com ele (claro, respeitando as regras impostas
aqui e por outras normas de direito financeiro), porque esse recurso não está vinculado.
E aqui é importante destacar também que os recursos serão aplicados nas áreas de competência
constitucional da União. Lá nas transferências especiais, os recursos são aplicados em programações
finalísticas das áreas de competência do Poder Executivo do ente federado beneficiado.
Assim:
do Poder
Nas transferências Executivo do ente
especiais federado
Recursos serão beneficiado
aplicados em
quais áreas de
competência? Nas transferências
com finalidade da União
definida
Nos termos da Constituição Federal de 1988 e suas alterações, as emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto
de Lei Orçamentária Anual (LOA) poderão alocar recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de
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Comentários:
Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto de lei orçamentária anual poderão alocar recursos a
Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de:
I - transferência especial; ou
Gabarito: A
A possibilidade de a emenda parlamentar impositiva alocar recursos a estados e municípios, por meio da transferência
especial constitucional, a qual permite o repasse direto sem convênio, só é cabível no caso de emenda individual, e não de
emenda de bancada.
Comentários:
Falei no começo do capítulo: a EC 105/19 refere-se apenas às emendas individuais impositivas. Somente as emendas
individuais. As emendas de bancada não!
Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto de lei orçamentária anual poderão alocar recursos a
Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de:
I - transferência especial; ou
Ademais, a transferência especial constitucional permite mesmo o repasse direto sem convênio:
Art. 166-A, § 2º Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo, os recursos:
Gabarito: Certo
Considere que, no decorrer do processo de votação do Orçamento da União, tenha sido incluída emenda individual
parlamentar de caráter impositivo, destinando o montante correspondente a ações de assistência social no Estado do
Amazonas. Após a aprovação do Orçamento, a transferência financeira dos referidos recursos ao Estado
B) pode ser feita diretamente, independentemente de celebração de convênio, mediante transferência especial, com
aplicação de ao menos 70% em despesas de capital, vedada aplicação no pagamento de encargos do serviço da dívida.
C) fica sujeita à inclusão da despesa correspondente no decreto de execução orçamentária a ser editado pelo Presidente
da República em até 60 dias e da receita correspondente no Orçamento do Estado.
D) somente pode ser feita de fundo federal a fundo estadual, observada a legislação específica e vedada a aplicação em
despesas de pessoal e encargos sociais.
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E) depende da prévia celebração de convênio ou instrumento congênere, por se tratar de transferência voluntária, vedada
qualquer modalidade de transferência direta ao ente beneficiário.
Comentários:
Primeiramente, trata-se de emenda individual parlamentar de caráter impositivo. Sendo assim, aplica-se o art. 166-A, da
CF:
Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto de lei orçamentária anual poderão alocar recursos a
Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de:
I - transferência especial; ou
Em seguida, devemos lembrar que, na transferência especial, os recursos serão repassados diretamente ao ente federado
beneficiado, independentemente de celebração de convênio ou de instrumento congênere (Art. 166-A, § 2º, I).
Além disso, de acordo com o § 5º do art. 166-A, pelo menos 70% das transferências especiais deverão ser aplicadas em
despesas de capital, devendo ser observada a vedação que se refere à aplicação desses recursos no pagamento de
encargos do serviço da dívida.
Vamos conferir:
Art. 166-A, § 5º Pelo menos 70% (setenta por cento) das transferências especiais de que trata o inciso I do caput deste artigo
deverão ser aplicadas em despesas de capital, observada a restrição a que se refere o inciso II do § 1º deste artigo.
Art. 166-A, § 1º Os recursos transferidos na forma do caput deste artigo não integrarão a receita do Estado, do Distrito Federal
e dos Municípios para fins de repartição e para o cálculo dos limites da despesa com pessoal ativo e inativo, nos termos do § 16
do art. 166, e de endividamento do ente federado, vedada, em qualquer caso, a aplicação dos recursos a que se refere o
caput deste artigo no pagamento de: (...)
Gabarito: B
As emendas impositivas apresentadas ao projeto de lei orçamentária anual poderão alocar recursos a Estados, ao Distrito
Federal e a Municípios por meio de transferência especial ou transferência com finalidade definida.
Comentários:
Errado!
Repare que a questão falou só “emendas impositivas” e não “emendas individuais impositivas”, que seria o correto. As
emendas impositivas podem ser emendas individuais ou emendas de bancada, sendo que as regras da EC 105/2019 se
aplicam somente para as emendas individuais impositivas.
Gabarito: Errado
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Ciclo orçamentário 1
No que tange à transferência de recursos por meio de emendas individuais impositivas, na transferência especial os
recursos serão repassados diretamente ao ente federado beneficiado, independentemente de celebração de convênio ou
de instrumento congênere.
Comentários:
Exatamente! É isso mesmo que está escrito na CF/88 (regra inserida pela EC 105/2019)
Art. 166-A, § 2º Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo, os recursos:
Gabarito: Certo
No que tange à transferência de recursos por meio de emendas individuais impositivas, pelo menos 70% (setenta por
cento) das transferências com finalidade definida deverão ser aplicadas em investimentos.
Comentários:
O correto seria dizer que: pelo menos 70 % das transferências especiais (somente das transferências especiais) deverão
ser aplicadas em despesas de capital (e não apenas em investimentos, que é uma espécie do gênero despesas de capital).
Art. 166-A, § 5º Pelo menos 70% (setenta por cento) das transferências especiais de que trata o inciso I do caput deste artigo
deverão ser aplicadas em despesas de capital, observada a restrição a que se refere o inciso II do § 1º deste artigo.
Gabarito: Errado
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Ciclo orçamentário 1
A) em 1, 2 e 3;
B) apenas em 2 e 3;
C) apenas em 1;
D) apenas em 2;
E) apenas em 3.
Comentários:
O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) pode sofrer mudanças enquanto tramita no Legislativo, afinal
trata-se ainda de um projeto de lei que está sendo discutido pelos representantes do povo. Essas mudanças
ocorrem em virtude de:
• Emendas, provocadas por parlamentares (Poder Legislativo);
• Mensagem, provocadas pelo Presidente da República.
A questão trata das emendas parlamentares.
Pois bem. De acordo com a Constituição Federal, os requisitos para aprovação de emendas ao PLOA são os
seguintes (CF, art. 166, § 3º):
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem
ser aprovadas caso:
b) serviço da dívida;
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Repare que, se a emenda envolver dinheiro, ela somente será admitida se o parlamentar indicar de onde ele
irá tirar os recursos necessários para realizá-la. E somente será admitido tirar dinheiro da anulação de uma
outra despesa. Só que algumas não podem ser anuladas.
(2) as transferências voluntárias que seriam realizadas a municípios situados no Estado-membro Alfa;
Emendas que proponham a anulação de despesas com transferências voluntárias poderão ser aprovadas. Não
serão aprovadas aquelas que proponham a anulação de despesas com transferências tributárias
constitucionais.
(3) o programa de construção de residências populares.
Emendas que proponham a anulação dessas despesas também poderão ser aprovadas, pois não há
impedimento ou vedação constitucional nesse sentido.
Portanto, mostra-se compatível com a sistemática constitucional a anulação das despesas referidas apenas em
2 e 3.
Gabarito: B
O Ministério Público do Estado Alfa, por meio dos órgãos competentes, elaborou a proposta orçamentária que
deveria ser utilizada como base do seu orçamento para o exercício financeiro vindouro.
À luz da sistemática constitucional, a referida proposta deve ser elaborada em harmonia com:
D) as orientações fixadas em regulamento do Poder Executivo e a encaminhará a este último, que a submeterá
ao Legislativo;
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Art. 127, § 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos
na lei de diretrizes orçamentárias.
Por sinal, existe regra semelhante para o Poder Judiciário e para as Defensorias Públicas:
Art. 99, § 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados
conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
Art. 134, § 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e
a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º.
Portanto, a proposta do Ministério Público do Estado Alfa (citado pela questão) não tem nada que estar
de acordo com orientações fixadas em regulamento do Poder Executivo. Já podemos eliminar as alternativas
B e D.
Segunda informação para resolver a questão: o Poder Legislativo, o Poder Judiciário e demais entidades
dotadas de autonomia (como o Ministério Público e a Defensoria Pública), apesar de sua autonomia e apesar
da separação dos Poderes, não encaminham a sua proposta orçamentária diretamente para o Poder
Legislativo, pois a iniciativa das leis orçamentárias sempre pertence ao Poder Executivo.
Por isso, já pode eliminar a alternativa A também!
A alternativa C fala que a proposta orçamentária do Ministério Público do Estado Alfa será submetida ao
Poder Executivo, que deve aprová-la e depois simplesmente encaminhar ao Poder Legislativo.
Já a alternativa E afirma que a proposta orçamentária do Ministério Público do Estado Alfa será
encaminhada ao Poder Executivo, que então a submeterá ao Legislativo.
Beleza. E agora? O que você me diz? O Ministério Público vai submeter sua proposta ao Poder Executivo,
para que este possa aprová-la?
Negativo! O Poder Executivo não tem competência para aprovar coisa nenhuma! Quem tem competência
para aprovar proposta orçamentária é o dono do dinheiro público, ou seja, o povo, ou seja, o Poder Legislativo!
Observe na CF/88:
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o
especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente
sobre:
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e
emissões de curso forçado;
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“Mas, professor, o Poder Executivo pode mexer na proposta orçamentária do Ministério Público.”
É verdade. Mas ele não vai aprovar ou desaprovar nada. Se o Poder Executivo pudesse fazer isso, onde
estaria a independência e autonomia do Ministério Público, garantida inclusive pela Constituição Federal?
Então, por exemplo, se na proposta do Ministério Público estiver previsto uma despesa de R$
1.000.000,00 para construção de uma nova sede, o Poder Executivo não tem competência para aprovar ou
recusar essa despesa. A única coisa que ele pode fazer é promover ajustes necessários para fins de
consolidação da proposta orçamentária anual. Ou então, se o Ministério Público não encaminhar a respectiva
proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo
considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei
orçamentária vigente.
Art. 127, § 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo
estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação
da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo
com os limites estipulados na forma do § 3º.
Art. 127, § 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os
limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de
consolidação da proposta orçamentária anual.
Assim, você finalmente chega ao gabarito na alternativa E: a proposta do Ministério Público do Estado
Alfa deve ser elaborada em harmonia com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (de acordo com CF/88, art. 127 §
3º) e a encaminhará ao Poder Executivo, que a submeterá ao Legislativo (pois este último é quem tem
competência para aprovar o orçamento público, de acordo com artigo 48, II, da CF/88).
Gabarito: E
No ciclo de elaboração do orçamento público, os poderes Executivo e Legislativo têm funções legalmente
estabelecidas.
B) elaboração e sanção;
C) apreciação e execução;
D) aprovação e avaliação;
E) sanção e avaliação.
Comentários:
Você lembra do orçamento misto? Nesse tipo de orçamento, a proposta orçamentária será
elaborada pelo Poder Executivo e levada ao Poder Legislativo, onde o povo (por meio de seus representantes)
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irá discutir, votar e aprovar não mais a proposta, mas o projeto de lei orçamentária que ali está tramitando.
Depois de aprovado, esse projeto de lei vira lei (de verdade ), que será executada pelo Poder Executivo. Por
ter essa incumbência, o Poder Executivo deverá prestar contas justamente para quem lhe deu poderes: o povo
(o Poder Legislativo).
Resumindo e simplificando: o Poder Executivo elabora e executa, enquanto o Poder Legislativo vota e
controla.
•Legislativo •Executivo
Controle e
Elaboração
avaliação
Discussão,
Execução votação,
aprovação
•Executivo •Legislativo
Gabarito: D
Durante a fase de discussão da proposta orçamentária, o Poder Legislativo pode apresentar emendas, com
vistas a incluir novas despesas ou alterar despesas da proposta.
Comentários:
Vamos lá! De acordo com as normas da Constituição da República Federativa do Brasil (conforme pede a
questão):
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Art. 166, § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
b) serviço da dívida;
a) Errada. As emendas à proposta orçamentária devem apresentar incompatibilidade com a LDO? Como
assim? Se elas têm é que funcionar juntas, como engrenagens de uma máquina... Essa você poderia ter
resolvido só com esse conhecimento. Nem precisava olhar a literalidade do texto constitucional, mas só para
confirmar, olhe o art. 166, § 3º, I, da CF/88, transcrito anteriormente.
b) Errada. Negativo! As emendas somente podem ser aprovadas caso indiquem os recursos necessários e
somente serão admitidos recursos provenientes de anulação de despesa. Essa é a única fonte para emendas
ao projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA). Lembre-se:
Art. 166, § 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e
apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
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d) Errada. Independentes dos dispositivos do texto do projeto de lei? Acreditamos que a banca quis
lhe enganar, trocando a palavra “relacionadas” por “independentes”. Na verdade, as
Art. 166, § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso: (...)
Gabarito: E
C) a Comissão Mista, composta por senadores e deputados, deve examinar e emitir parecer sobre as contas
anuais da Presidência da República.
D) a utilização de recursos do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social é vedada para cobrir déficit de empresas,
fundações e fundos.
E) a criação de cargos pelos órgãos da administração direta não precisa de prévia dotação orçamentária que
atenda às projeções de despesa de pessoal.
Comentários:
a) Errada. Não! A banca só trocou as bolas: “Executivo” e “Legislativo”. Na verdade, o Plano Plurianual
(PPA) deve ser formulado pelo Poder Executivo, com as devidas ressalvas do Poder Legislativo, pois o Poder
Executivo é o responsável pela etapa de elaboração da proposta orçamentária, enquanto o Poder Legislativo
é o responsável pela fase de discussão, votação e aprovação do projeto de lei orçamentária.
b) Errada. Quem contém prévia autorização para abertura de créditos suplementares é a Lei
Orçamentária Anual (LOA). Olha só como a CF/88 fala em LOA (e não em projeto de LOA):
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Art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação
da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
Além disso, a LOA não necessariamente inclui prévia autorização para créditos suplementares, como
sugeriu a questão. A LOA poderá conter prévia autorização para créditos suplementares, mas isso não é
obrigatório.
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
anualmente pelo Presidente da República;
d) Errada. Na verdade, utilização de recursos do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social para cobrir
déficit de empresas, fundações e fundos é permitida!
“Como assim, professores? Utilizar dinheiro público para cobrir déficit de empresas?! Pode isso?”
Pode, desde que haja autorização legislativa específica! Se o povo (diretamente ou por meio de
seus representantes – Poder Legislativo) disser que pode, então pode, ué! O povo é quem manda! Lembre-se
(CF/88):
Art. 1º, Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
ou diretamente, nos termos desta Constituição.
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da
seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos
mencionados no art. 165, § 5º;
Ou seja: é vedado sem autorização legislativa específica. Com autorização legislativa específica é
permitido!
e) Errada. A criação de cargos pelos órgãos da administração direta é uma coisa séria! Se a Administração
criar um cargo e colocar uma pessoa lá, ficará pagando o salário dela por uns anos!
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Imagine você financiando um imóvel em 30 anos. Não é uma decisão que você toma da noite para o dia.
E também não deve ser assim para a Administração Pública. Por isso, a criação de cargos pelos órgãos da
administração direta precisa sim de prévia dotação orçamentária que atenda às projeções de despesa de
pessoal. Observe (CF/88):
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal
e aos acréscimos dela decorrentes;
Gabarito: C
Comentários:
No nosso ciclo (ou processo) orçamentário, o Poder Executivo elabora e executa, enquanto o Poder
Legislativo vota e controla. Orçamento misto, lembra?
•Legislativo •Executivo
Controle e
Elaboração
avaliação
Discussão,
Execução votação,
aprovação
•Executivo •Legislativo
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Portanto, é o Poder Legislativo (e somente ele) que aprova proposta orçamentária. Até porque “todo o
poder emana do povo”, e como seria possível que a instituição que fizesse uma proposta fosse a mesma que
aprovasse aquela proposta?
Seria o mesmo que você chegar numa concessionária e dizer ao vendedor: “olá, quero fazer uma proposta para comprar
esse carrão por R$ 10,00”. Então você responde para si mesmo: “proposta aceita”! Você paga R$ 10,00 e sai de carro zero
km. Isso não existe!
Portanto, o Poder Executivo não participa da aprovação. É ele quem elabora a proposta, quem propõe
o orçamento público. O Poder Judiciário também não tem nada a ver com a aprovação da proposta. Só restou
o Poder Legislativo.
Gabarito: D
O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos
(não é na proposta e nem nas leis) a que se refere este artigo enquanto não iniciada (e não finalizada) a votação(e
não a discussão), na Comissão mista (não é no Plenário), da parte cuja alteração é proposta (somente da parte
que está sendo alterada).
Gabarito: D
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Comentários:
Mais uma vez a FGV quer que você se lembre do nosso orçamento misto: o Poder Executivo elabora e
executa, enquanto o Poder Legislativo vota e controla.
•Legislativo •Executivo
Controle e
Elaboração
avaliação
Discussão,
Execução votação,
aprovação
•Executivo •Legislativo
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas da União (...)
Gabarito: B
I. O Poder Legislativo é responsável pela aprovação da proposta orçamentária elaborada pelo Poder
Executivo, bem como pelo controle da execução orçamentária.
II. O instrumento constitucional de planejamento que liga o plano plurianual de investimento com a lei de
diretrizes orçamentárias é a lei orçamentária anual.
III. A lei orçamentária anual é exclusiva para as receitas e despesas públicas sendo aprovada no todo ou em
partes de acordo com sua divisão em orçamento fiscal, da seguridade social e de investimentos em
empresas estatais.
Assinale:
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Vejamos as afirmativas:
I. Correta. O Poder Executivo elabora e executa, enquanto o Poder Legislativo vota e controla. O Poder
Legislativo, portanto, é responsável pelas etapas de discussão, votação e aprovação do projeto de lei
orçamentária e controle e avaliação da execução orçamentária.
II. Errada. A banca só trocou as bolas. Na verdade, o instrumento constitucional de planejamento que liga
o plano plurianual de investimento com a lei orçamentária anual é a lei de diretrizes orçamentárias.
III. Errada. Primeiro, o princípio da exclusividade, a LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da
receita e à fixação da despesa. Mas, além disso, ela ainda pode conter:
Segundo, a LOA realmente está dividida entre orçamento fiscal (OF), orçamento da seguridade social
(OSS) e orçamento de investimentos (OI). Mas como assim a LOA é aprovada no todo ou em partes de acordo
com sua divisão? Quer dizer que algumas partes são divididas e outras não? Nada disso! Ou tudo ou nada! A
regra deverá ser completamente seguida.
Gabarito: A
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E) As receitas de aplicações financeiras (patrimoniais) são classificadas como de capital, já que derivam da
aplicação do capital público.
Comentários:
a) ERRADA. De fato, conforme art. 34, da Lei 4.320/64, “o exercício financeiro coincidirá com o ano civil”.
Mas não existe essa história de “salvo nos casos em que houver créditos adicionais”. Mesmo que haja créditos
adicionais, o exercício financeiro continua sendo de um ano e coincidindo com o ano civil. Ele não será
estendido.
b) ERRADA. Ciclo orçamentário não se confunde com exercício financeiro. Ou seja: ciclo orçamentário
é uma coisa. Exercício financeiro é outra coisa! Observe o disposto na Lei 4.320/64:
Já o ciclo orçamentário é diferente. Ele ultrapassa o exercício financeiro. O ciclo orçamentário inicia-se
com a formulação do planejamento plurianual pelo Poder Executivo e encerra-se com a avaliação da execução
e do julgamento das contas. E isso pode demorar anos!
Portanto, o ciclo orçamentário não é de um ano e abrange as seguintes etapas (considerando o ciclo
orçamentário ampliado – proposto por Osvaldo Maldonado Sanches):
c) CORRETA. De acordo com o artigo 13 da Lei 4.320/64, as transferências de capital são despesas de
capital.
d) ERRADA. A execução orçamentária não é independente da execução financeira. Elas andam juntas.
Ocorrem simultaneamente. A execução orçamentária diz respeito à movimentação de créditos orçamentários.
Já a execução financeira é a movimentação de recursos financeiros (dinheiro). Uma não tem tanto sentido sem
a outra. Pois se houver autorização orçamentária, mas não houver recursos financeiros, a despesa não será
paga. E se houver recursos financeiros, mas sem autorização orçamentária, então a despesa não poderá ser
executada (em obediência ao princípio da legalidade). Portanto, na verdade, uma depende da outra.
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De acordo com o Manual Técnico de Orçamento (MTO), receita patrimoniais, que são uma das origens da
receita corrente, são provenientes da fruição de patrimônio pertencente ao ente público, tais como as
decorrentes de aluguéis, dividendos, compensações financeiras/royalties, concessões, entre outras.
Gabarito: C
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Folha de respostas
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À luz da sistemática constitucional, a referida proposta deve ser elaborada em harmonia com:
D) as orientações fixadas em regulamento do Poder Executivo e a encaminhará a este último, que a submeterá
ao Legislativo;
B) elaboração e sanção;
C) apreciação e execução;
D) aprovação e avaliação;
E) sanção e avaliação.
Durante a fase de discussão da proposta orçamentária, o Poder Legislativo pode apresentar emendas, com
vistas a incluir novas despesas ou alterar despesas da proposta.
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B) o projeto da Lei Orçamentária é um instrumento executivo que inclui a prévia autorização para créditos
suplementares ao orçamento público.
C) a Comissão Mista, composta por senadores e deputados, deve examinar e emitir parecer sobre as contas
anuais da Presidência da República.
D) a utilização de recursos do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social é vedada para cobrir déficit de empresas,
fundações e fundos.
E) a criação de cargos pelos órgãos da administração direta não precisa de prévia dotação orçamentária que
atenda às projeções de despesa de pessoal.
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I. O Poder Legislativo é responsável pela aprovação da proposta orçamentária elaborada pelo Poder
Executivo, bem como pelo controle da execução orçamentária.
II. O instrumento constitucional de planejamento que liga o plano plurianual de investimento com a lei de
diretrizes orçamentárias é a lei orçamentária anual.
III. A lei orçamentária anual é exclusiva para as receitas e despesas públicas sendo aprovada no todo ou em
partes de acordo com sua divisão em orçamento fiscal, da seguridade social e de investimentos em
empresas estatais.
Assinale:
A) O exercício financeiro terá a duração de um ano e coincidirá com o ano civil, salvo nos casos em que houver
créditos adicionais. Nessa situação, o exercício financeiro será estendido e poderá ultrapassar o prazo de um
ano.
B) O ciclo orçamentário é de um ano, abrangendo as etapas de elaboração do orçamento, execução e controle.
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Ciclo orçamentário 1
Gabarito - FGV
1. E 4. C 7. B
2. D 5. D 8. A
3. E 6. D 9. C
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Ciclo orçamentário 1
Comentários:
Opa! Essas são as Emendas Individuais Impositivas introduzidas pela Emenda Constitucional 86/2015,
que inseriu alguns parágrafos no artigo 166 da CF/88. O orçamento público brasileiro é autorizativo, mas possui
traços de orçamento impositivo, trazidos justamente por essa alteração constitucional.
A LOA e suas demais emendas são autorizativas, ou seja, a Administração está autorizada (e não
obrigada) a executar aquela programação. Mas as emendas individuais impositivas são diferentes: elas serão
de execução obrigatória!
Mas, obviamente, há um limite para isso. Esse limite é de 1,2%, sendo que metade deste percentual
(0,6%) será destinada a ações e serviços públicos de saúde (só saúde! Educação, segurança, seguridade social
não!).
Depende:
Planejamento Execução
É obrigatória a execução orçamentária e
Aprovadas no limite de financeira das emendas parlamentares
individuais, em montante correspondente a
1,2% da RCL 1,2% da RCL
Prevista no projeto encaminhado pelo Poder
Realizada no exercício anterior
Executivo.
Gabarito: Errado
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De acordo com a Constituição Federal de 1988, as emendas ao Projeto de Lei do Orçamento Anual ou aos
projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso
A) sejam compatíveis com o Plano de Governo e sejam relacionadas com a correção de erros ou omissões e
com os dispositivos do texto do projeto de lei.
B) indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes, desde que não comprometidos, do
superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior.
C) sejam apresentadas em comissão mista permanente que emitirá parecer quanto à compatibilidade com o
Plano Diretor Estratégico.
Hum! Questão literal! E é por isso que nós colocamos o texto da lei em nossas aulas! Então vejamos
as alternativas:
a) Errada. As emendas ao PLOA somente podem ser aprovadas caso sejam compatíveis com o PPA e
com a LDO (e não com o Plano de Governo). Veja (CF/88):
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem
ser aprovadas caso:
b) Errada. As emendas devem indicar os recursos necessários, mas são admitidos apenas os provenientes
de anulação de despesa. Atenção nesse ponto!
As questões vão tentar confundir as fontes para abertura de créditos adicionais e a fonte para emendas
ao PLOA. O Superávit Financeiro do exercício anterior não é fonte de recursos para emenda ao projeto de
lei orçamentária anual: ele é fonte para abertura de créditos adicionais! A única fonte de recursos para
emenda ao PLOA é a anulação de despesas.
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Operações de crédito
c) Errada. As emendas são apresentadas em comissão mista permanente que emitirá parecer, mas esse
parecer não é sobre a compatibilidade com o Plano Diretor Estratégico. Não vimos nada sobre esse Plano
Diretor Estratégico, então não caia nessa pegadinha! Lembrando que (CF/88):
Art. 166, § 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e
apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
d) Errada. Mesmo comentário da alternativa B: o produto de operações de crédito é fonte para abertura
de créditos adicionais. A única fonte de recursos para emenda ao PLOA é a anulação de despesas.
Art. 166, § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
b) serviço da dívida;
Essas são as três condições para que as emendas sejam aprovadas. A mais cobrada em prova é a do inciso
II: se a emenda envolver dinheiro, ela somente será admitida se o parlamentar indicar os recursos necessários.
A indicação dos recursos necessários só é admita se for proveniente da anulação de uma outra despesa. Essa
é a única fonte de recursos para emendas ao PLOA. Mas nem todas as despesas poderão ser anuladas. Quais
são elas? Pessoal, serviços da dívida e TRANS TRI CO.
Pessoal
Emendas Mas não
indiquem os
somente Anulação de poderão ser Serviços da
recursos
aprovadas despesas anuladas dívida
necessários
caso despesas com
TRANS TRI CO
Gabarito: E
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Ciclo orçamentário 1
A) os recursos necessários para a consecução da obra sejam provenientes da elevação de alíquotas de tributos.
B) os recursos necessários para a consecução da obra sejam provenientes da anulação de despesa com pessoal
e encargos sociais.
C) a execução da obra seja compatível com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
D) os recursos necessários para a consecução da obra sejam provenientes da anulação de despesa com serviço
da dívida.
E) a execução da obra seja compatível com o Plano Plurianual e com os Créditos Adicionais abertos no exercício
anterior a que se refere o Projeto de Lei Orçamentária Anual.
Comentários:
Estamos alertando! Esse inciso II do art. 166, artigo 166, § 3º da CF/88, despenca em prova!
Por isso, vamos vê-lo novamente (essa é a técnica da repetição! Você aprende mesmo que não queira!
):
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem
ser aprovadas caso:
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,
excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
III - sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
Agora vejamos as alternativas:
a) Errada. Os recursos necessários não podem ser provenientes da elevação de alíquotas de tributos. Só
podem ser provenientes de anulação de despesa.
b) Errada. Os recursos necessários não podem ser provenientes anulação de despesa com pessoal e
encargos sociais, porque essa é uma das despesas que não podem ser anuladas!
c) Correta. Sim! As emendas somente podem ser aprovadas caso sejam compatíveis com o PPA e com a
LDO.
d) Errada. Os recursos necessários também não podem ser provenientes anulação de despesa com
serviço da dívida, porque essa é uma das despesas que não podem ser anuladas!
e) Errada. As emendas somente podem ser aprovadas caso sejam compatíveis com o PPA e com a LDO
(e não com os Créditos Adicionais abertos no exercício anterior. Examinador viajou aqui ).
Gabarito: C
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Ciclo orçamentário 1
A) o projeto de lei relativo ao orçamento anual será apreciado pela Câmara dos Deputados, cabendo ao Senado
apenas o acompanhamento do atendimento aos limites constitucionais.
B) uma das fontes de recursos admitida para emendas ao projeto de lei do orçamento anual é a anulação de
despesa que incida sobre dotações de pessoal e encargos.
C) no caso de emendas ao projeto da lei do orçamento anual, somente são admitidas as indicações de recursos
advindos de anulação de despesa.
E) em qualquer momento o Presidente da República pode enviar mensagem ao Congresso Nacional para
propor modificações no projeto da lei orçamentária anual.
Comentários:
Vamos logo para as alternativas?
“Bora, professores!”
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual
e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do
regimento comum.
Portanto, no âmbito federal, esses projetos serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional.
Não é só pela Câmara dos Deputados, cabendo ao Senado apenas o acompanhamento do atendimento aos
limites constitucionais. É pelas duas Casas! É pelas duas!
Além disso, será uma sessão conjunta (e não unicameral). Isso significa que deputados e senadores estão
reunidos, juntos, votando simultaneamente na mesma sessão, porém os votos são computados
separadamente. Resumindo: na sessão conjunta, eles estão juntos, mas não se misturam!
b) Errada. Não. A anulação de despesa que incida sobre dotações de pessoal e encargos não é admitida
como fontes de recursos admitida para emendas ao projeto de lei do orçamento anual. Quer ver de novo na
CF/88?
Art. 166, § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
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Ciclo orçamentário 1
Art. 166, § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
Art. 166, § 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e
apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
e) Errada. Não é em qualquer momento. É só enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da
parte que o Presidente da República deseja alterar. Guarde com carinho a seguinte regra:
O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos
(não é na proposta e nem nas leis) a que se refere este artigo enquanto não iniciada (e não finalizada) a votação(e
não a discussão), na Comissão mista (não é no Plenário), da parte cuja alteração é proposta (somente da parte
que está sendo alterada).
Gabarito: C
Entendendo o ciclo orçamentário como a sequência das etapas desenvolvidas pelo processo orçamentário,
com relação ao projeto de lei orçamentária, nos termos da Constituição Federal, no âmbito da União, é correto
afirmar que
A) será elaborado pelo Poder Legislativo e apreciado até quatro meses antes do encerramento do exercício
financeiro e remetido ao Executivo para sanção até o encerramento da sessão legislativa.
B) será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção
até o encerramento da sessão legislativa.
C) será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para
sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa.
D) estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administração pública federal para
as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
E) os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem
sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, para atender somente as despesas imprevisíveis e
urgentes.
Comentários:
A questão pergunta sobre o projeto de lei orçamentária anual (PLOA). Então vejamos:
a) Errada. O PLOA é elaborado pelo Poder Executivo (e não Pelo Poder Legislativo). Ele também é
Porque o Poder Executivo é o responsável pela fase de elaboração da proposta orçamentária, o que
significa que é ele que organiza, consolida, faz ajustes e encaminha o projeto de leis orçamentárias para o Poder
Legislativo. Se cada Poder enviasse a sua proposta diretamente para o Poder Legislativo, imagina a bagunça
que ia ser. O Poder Legislativo é quem precisaria consolidar tudo e fazer os ajustes.
Além disso, a iniciativa é sempre do Poder Executivo. O Poder Legislativo, por exemplo, elabora a sua
proposta e a envia para o Poder Executivo, que fará a consolidação, realizará ajustes necessários e,
finalmente, encaminhará o projeto de lei de volta para o Poder Legislativo.
“Mas, professores, que coisa mais sem lógica. A proposta é do Poder Legislativo e ele tem que mandar para o
Poder Executivo para depois voltar pro Legislativo? Se vai voltar para lá, por que não fica logo lá?”
Porque a iniciativa é sempre do Poder Executivo! CF/88 é quem diz isso, olha só:
O PLOA também é encaminhado (e não apreciado) para o Poder Legislativo até quatro meses antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido ao Executivo para sanção até o encerramento da sessão
legislativa. É essa a regra do ADCT sobre os prazos de encaminhamento e devolução para sanção das leis
orçamentárias:
Art. 35, § 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão
obedecidas as seguintes normas:
III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento
do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.
Art. 35, § 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão
obedecidas as seguintes normas:
II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro
período da sessão legislativa;
Faça assim:
Escreva a sigla LDO no ar ou num papel. Isso mesmo. Escreva a sigla LDO no ar, com seu dedo, na sua frente ou num papel
com uma caneta. LDO termina com a letra O. Passe um traço (–) e divida essa letra O no meio. Ficou parecendo um 8 não
foi? Parece um 8, mas é a letra O partida no meio. Viu? 8 meses e meio!
Art. 165, § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
e) Errada. Na verdade, os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei
orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes, não poderão ser utilizados para atender despesas
imprevisíveis e urgentes, pois estas despesas são cobertas por créditos extraordinários e esses recursos só
podem ser utilizados para créditos suplementares ou especiais. Confira comigo no replay (CF/88):
Art. 166, § 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária
anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos
especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
Portanto, créditos extraordinários não podem ser abertos com esses recursos que, em decorrência de
veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes.
“É muita informação, professores! Sem falar que esse nome é enorme. Como eu vou memorizar isso?”
VER-SE
• V: veto
• E: emenda
• R: rejeição
• S: suplementares
• E: especiais
Gabarito: B
A previsão das receitas que serão destinadas para que o TRT/BA possa realizar suas despesas para o exercício
de sua competência constitucional integra a proposta do orçamento da União. É regra atinente às emendas
para a alteração dessa proposta a
B) indicação dos recursos necessários, não sendo admitidos os provenientes de anulação de despesa.
Comentários:
Vamos às alternativas!
a) Errada. Uh! Que questão maldosa! Essa você tinha que ler com cuidado! Na hora da prova isso poderia
ter passado despercebido. A diferença foi só uma questão de duas letras, observe (CF/88):
Art. 166, § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
b) Errada. Que é isso? Só são admitidos os provenientes de anulação de despesa, ao contrário do que
a alternativa afirmou. Veja com seus próprios olhos (CF/88):
Art. 166, § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
anualmente pelo Presidente da República;
d) Errada. Não existe esse limite! Não existe limite de alteração do orçamento inicialmente previsto.
e) Errada. A alteração pode ser para outras finalidades, não só para dotação de pessoal e encargos.
Detalhe é que os recursos necessários para realizar a despesa proposta pela alteração não podem ser
provenientes anulação de despesa com pessoal e encargos sociais, porque essa é uma das despesas que não
podem ser anuladas! Veja (CF/88):
Art. 166, § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
Gabarito: C
A) créditos adicionais suplementares do período anterior ao que a proposta se refere e que serão reabertos
durante a execução do orçamento.
B) projeto de lei do orçamento apresentado pelo Poder Judiciário em conjunto com o Poder Executivo.
C) quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orçamentária fica autorizada a utilizar.
Comentários:
Vamos lá!
a) Errada. Que? Créditos adicionais suplementares do período anterior? Por que eles estariam na
proposta orçamentária do ano seguinte? Além disso, os créditos suplementares terão vigência adstrita ao
exercício financeiro em que forem abertos. Eles possuem vigência exclusivamente dentro do exercício
financeiro em que são abertos. Eles são válidos somente até 31 de dezembro do exercício em que foram
abertos. Por isso, eles não poderão ser reabertos, ao contrário do que afirma a alternativa. Os créditos
adicionais que podem ser reabertos são os especiais e extraordinários.
b) Errada. O projeto de lei do orçamento é apresentado pelo Poder Executivo, somente! Os demais
Poderes (e outras entidades dotadas de autonomia) não encaminham a sua proposta orçamentária
diretamente para o Poder Legislativo, pois a iniciativa das leis orçamentárias sempre pertence ao Poder
Executivo. Eles elaboram a sua proposta e a enviam para o Poder Executivo, que fará a consolidação, realizará
ajustes necessários e, finalmente, encaminhará o projeto de lei para o Poder Legislativo.
c) Errada. Esse quadro de cotas trimestrais só vem após a promulgação da LOA, ou seja, depois que o
PLOA passou pelo Poder Legislativo e foi sancionado pelo chefe do Poder Executivo.
Art. 47. Imediatamente após a promulgação da Lei de Orçamento e com base nos limites nela fixados, o
Poder Executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orçamentária
fica autorizada a utilizar.
d) Errada. As emendas propostas pelo Poder Legislativo não constarão na proposta orçamentária
enviada ao Poder Legislativo. Ora, como essas emendas estariam lá se a proposta nem chegou no Poder
Legislativo ainda? E outra: as emendas são feitas ao projeto de lei, e não à proposta orçamentária.
Chamamos de “proposta orçamentária” quando ainda não chegou no Poder Legislativo. Depois que
chega lá, chamamos de “projeto de lei orçamentária”.
Além disso, a alternativa fala que na proposta orçamentária constará emendas. Só que não
necessariamente as emendas serão realizadas. Não é obrigatório que se façam emendas. Elas podem ou não
ser feitas. O verbo “constará” dá a ideia de obrigatoriedade.
e) Correta. Conforme parágrafo único do art. 22, da Lei 4.320/64 (nós avisamos para você dar uma atenção
especial a ele):
Art. 22. A proposta orçamentária que o Poder Executivo encaminhará ao Poder Legislativo nos prazos
estabelecidos nas Constituições e nas Leis Orgânicas dos Municípios, compor-se-á:
Parágrafo único. Constará da proposta orçamentária, para cada unidade administrativa, descrição
sucinta de suas principais finalidades, com indicação da respectiva legislação.
Gabarito: E
No ciclo orçamentário, as audiências públicas, emissão de parecer preliminar, proposição de emendas, emissão
de relatório setoriais, de relatórios da comissão mista e relatório geral do congresso são etapas do processo de
A) controle.
B) tomada de contas.
C) elaboração.
D) execução.
E) aprovação.
Comentários:
Qual é a fase do ciclo orçamentário em que ocorre a emissão de parecer preliminar da proposta
orçamentária? A proposição de emendas ao projeto de lei orçamentária?
É a fase de discussão, votação e aprovação do projeto de lei orçamentária (alternativa E). Olha só (CF/88):
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
anualmente pelo Presidente da República;
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta
Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das
demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.
Art. 166, § 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e
apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
Gabarito: E
A) o Poder Judiciário goza de autonomia administrativa e financeira e suas propostas orçamentárias não estão
sujeitas à qualquer limite para preservar a independência desse poder em relação ao Executivo.
C) o projeto de Lei Orçamentária Anual da União será apreciado pelas duas Casas do Congresso Nacional em
sessão conjunta.
D) as emendas ao projeto de lei do orçamento anual podem ser aprovadas independentemente da existência
de recursos necessários à sua execução.
E) não há prazos para que o Poder Judiciário e o Ministério Público encaminhem suas propostas orçamentárias
para consolidação pelo Poder Executivo.
Comentários:
a) Errada. “ (...) não estão sujeitas à qualquer limite para preservar a independência desse poder em
relação ao Executivo”? Nada disso! Estão sujeitas a limites sim! E a banca ainda deu uma justificativa aí para ver
se lhe enganava.
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente
com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
b) Errada. A consolidação de todas as propostas orçamentárias, no âmbito da União, não é efetuada pela
Secretaria do Tesouro Nacional. O órgão responsável por fazer essa consolidação é a Secretaria de Orçamento
Federal (SOF) e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), que hoje faz parte do Ministério
da Economia.
c) Correta. É isso mesmo (CF/88):
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual
e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do
regimento comum.
Detalhe: não é só pela Câmara dos Deputados e nem só pelo Senado Federal. É pelas duas!
E será uma sessão conjunta (e não unicameral). Isso significa que deputados e senadores estão reunidos,
juntos, votando simultaneamente na mesma sessão, porém os votos são computados separadamente.
Resumindo: na sessão conjunta, eles estão juntos, mas não se misturam!
Art. 166, § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
e) Errada. Há prazo sim! Ele é estabelecido pela Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO). No âmbito
federal, o prazo é 15 de agosto. Portanto, as propostas orçamentárias setoriais (do Poder Judiciário e do
Ministério Público, por exemplo) devem ser encaminhadas ao Executivo até o dia 15 de agosto.
Gabarito: C
Comentários:
Vamos ver como é o nosso ciclo orçamentário ampliado (proposto pelo autor Osvaldo Maldonado
Sanches)?
1. formulação do planejamento plurianual, pelo Executivo;
2. apreciação e adequação do plano, pelo Legislativo;
3. proposição de metas e prioridades para a administração e da política de alocação de recursos pelo
Executivo;
4. apreciação e adequação da LDO, pelo Legislativo;
5. elaboração da proposta de orçamento, pelo Executivo;
6. apreciação, adequação e autorização legislativa;
7. execução dos orçamentos aprovados;
8. avaliação da execução e julgamento das contas.
Portanto:
O ciclo orçamentário inicia-se com a formulação do planejamento plurianual pelo Poder Executivo
e encerra-se com a avaliação da execução e do julgamento das contas.
Agora vamos às alternativas:
a) Errada. Não começa com a aprovação da LOA. Começa com a formulação do PPA.
b) Errada. Não termina com a aprovação da LOA. Termina com a avaliação da execução e do
julgamento das contas.
c) Correta. Sim. Duas etapas (do ciclo orçamentário de 4 fases) são de competência do Poder Legislativo:
•Legislativo •Executivo
Controle e
Elaboração
avaliação
Discussão,
Execução votação,
aprovação
•Executivo •Legislativo
d) Errada. Ciclo orçamentário não se confunde com exercício financeiro. Ou seja: ciclo orçamentário é
uma coisa. Exercício financeiro é outra coisa!
e) Errada. O ciclo orçamentário inicia-se com a formulação do PPA, que é um ato do Poder Executivo.
Gabarito: C
A) A Lei de Diretrizes Orçamentárias deve preceder cronologicamente o Plano Plurianual e a Lei Orçamentária
Anual.
D) O Poder Legislativo está impedido de propor emendas ao projeto de lei orçamentária, por se tratar de
matéria de competência exclusiva do Poder Executivo.
E) O Poder Judiciário brasileiro não goza de autonomia administrativa e financeira que lhe permita elaborar sua
própria proposta orçamentária.
Comentários:
a) Errada. A LDO não precede o PPA. O PPA é que precede a LDO. O que acontece é que:
PPA
LDO
LOA
b) Correta. O órgão responsável por coordenar, consolidar, fazer ajustes à proposta orçamentária da
União é a Secretaria de Orçamento Federal (SOF).
c) Errada. De jeito nenhum. O Presidente da República envia a proposta orçamentária por mensagem
presidencial. Agora não estamos mais diante de uma proposta orçamentária, mas sim de um projeto de lei
orçamentária.
Até porque Medidas Provisórias não poderão versar sobre matéria relativa a orçamento (salvo a
abertura de créditos extraordinários), confira:
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias,
com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
I – relativa a:
d) Errada. O Poder Legislativo está autorizado a propor emendas ao projeto de lei orçamentária. Essas
emendas serão aprovadas se respeitarem as condições impostas pela CF/88.
e) Errada. O Poder Judiciário brasileiro goza sim de autonomia administrativa e financeira que lhe permita
elaborar sua própria proposta orçamentária. Quer ver? Olha só a CF/88:
Gabarito: B
Questões FCC
De acordo com a Constituição Federal de 1988, as emendas ao Projeto de Lei do Orçamento Anual ou aos
projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso
A) sejam compatíveis com o Plano de Governo e sejam relacionadas com a correção de erros ou omissões e
com os dispositivos do texto do projeto de lei.
B) indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes, desde que não comprometidos, do
superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior.
C) sejam apresentadas em comissão mista permanente que emitirá parecer quanto à compatibilidade com o
Plano Diretor Estratégico.
D) indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes do produto de operações de crédito
autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao Poder Executivo realiza-las.
A) os recursos necessários para a consecução da obra sejam provenientes da elevação de alíquotas de tributos.
B) os recursos necessários para a consecução da obra sejam provenientes da anulação de despesa com pessoal
e encargos sociais.
C) a execução da obra seja compatível com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
D) os recursos necessários para a consecução da obra sejam provenientes da anulação de despesa com serviço
da dívida.
E) a execução da obra seja compatível com o Plano Plurianual e com os Créditos Adicionais abertos no exercício
anterior a que se refere o Projeto de Lei Orçamentária Anual.
A) o projeto de lei relativo ao orçamento anual será apreciado pela Câmara dos Deputados, cabendo ao Senado
apenas o acompanhamento do atendimento aos limites constitucionais.
B) uma das fontes de recursos admitida para emendas ao projeto de lei do orçamento anual é a anulação de
despesa que incida sobre dotações de pessoal e encargos.
C) no caso de emendas ao projeto da lei do orçamento anual, somente são admitidas as indicações de recursos
advindos de anulação de despesa.
E) em qualquer momento o Presidente da República pode enviar mensagem ao Congresso Nacional para
propor modificações no projeto da lei orçamentária anual.
Entendendo o ciclo orçamentário como a sequência das etapas desenvolvidas pelo processo orçamentário,
com relação ao projeto de lei orçamentária, nos termos da Constituição Federal, no âmbito da União, é correto
afirmar que
A) será elaborado pelo Poder Legislativo e apreciado até quatro meses antes do encerramento do exercício
financeiro e remetido ao Executivo para sanção até o encerramento da sessão legislativa.
B) será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção
até o encerramento da sessão legislativa.
C) será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para
sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa.
D) estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administração pública federal para
as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
E) os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem
sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, para atender somente as despesas imprevisíveis e
urgentes.
A previsão das receitas que serão destinadas para que o TRT/BA possa realizar suas despesas para o exercício
de sua competência constitucional integra a proposta do orçamento da União. É regra atinente às emendas
para a alteração dessa proposta a
B) indicação dos recursos necessários, não sendo admitidos os provenientes de anulação de despesa.
C) análise por uma comissão mista permanente de Senadores e Deputados.
A) créditos adicionais suplementares do período anterior ao que a proposta se refere e que serão reabertos
durante a execução do orçamento.
B) projeto de lei do orçamento apresentado pelo Poder Judiciário em conjunto com o Poder Executivo.
C) quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orçamentária fica autorizada a utilizar.
A) controle.
B) tomada de contas.
C) elaboração.
D) execução.
E) aprovação.
D) as emendas ao projeto de lei do orçamento anual podem ser aprovadas independentemente da existência
de recursos necessários à sua execução.
E) não há prazos para que o Poder Judiciário e o Ministério Público encaminhem suas propostas orçamentárias
para consolidação pelo Poder Executivo.
A) A Lei de Diretrizes Orçamentárias deve preceder cronologicamente o Plano Plurianual e a Lei Orçamentária
Anual.
C) A Lei Orçamentária Anual da União poderá ser remetida ao Congresso Nacional sob a forma de Medida
Provisória.
D) O Poder Legislativo está impedido de propor emendas ao projeto de lei orçamentária, por se tratar de
matéria de competência exclusiva do Poder Executivo.
E) O Poder Judiciário brasileiro não goza de autonomia administrativa e financeira que lhe permita elaborar sua
própria proposta orçamentária.
Gabarito - FCC
1. Errado 5. B 9. C
2. E 6. C 10. C
3. C 7. E 11. B
4. C 8. E
Resumo direcionado
O ciclo orçamentário é um processo contínuo, dinâmico e flexível. O nosso ciclo orçamentário é
composto por 4 etapas (ou fases):
•Legislativo •Executivo
Controle e
Elaboração
avaliação
Discussão,
Execução votação,
aprovação
•Executivo •Legislativo
Quem elabora a proposta orçamentária é o Poder Executivo. A iniciativa das leis orçamentárias é sempre
do Poder Executivo, mais especificamente do chefe do Poder Executivo.
A iniciativa das leis orçamentárias, além de exclusiva do chefe do Poder Executivo, é vinculada (pois este
é obrigado a apresentar os projetos de leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) até o prazo estabelecido).
O Poder Executivo é quem vai cuidar da elaboração da proposta orçamentária de todos os Poderes. O
Poder Legislativo, o Poder Judiciário e demais entidades dotadas de autonomia não encaminham a sua
proposta orçamentária diretamente para o Poder Legislativo.
Consolida as
Elaboram a sua
propostas e realiza
proposta orçamentária
ajustes
4 meses antes do
Para o Executivo
encerramento do exercício
encaminhar ao Legislativo
financeiro
PPA* e LOA
Para o Legislativo devolver encerramento da sessão
ao Executivo para sanção legislativa
Prazos
8 ½ meses antes do
Para o Executivo
encerramento do exercício
encaminhar ao Legislativo
financeiro
LDO
encerramento do primeiro
Para o Legislativo devolver
período da sessão
ao Executivo para sanção
legislativa
CF/88:
Não encaminhamento das propostas e propostas fora dos limites estabelecidos na LDO
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual
e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do
regimento comum.
A CMO é uma das protagonistas nessa etapa do ciclo orçamentário. é uma comissão permanente
composta por 30 deputados federais e 10 senadores, sendo 30 deputados suplentes e 10 senadores suplentes.
Portanto, temos 40 titulares + 40 suplentes.
Examinar e emitir
contas do PR
parecer sobre
planos e programas
CMO nacionais, regionais e
setoriais
acompanhamento e
exercer
fiscalização orçamentária
O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos
projetos (não é na proposta e nem nas leis) a que se refere este artigo enquanto não iniciada (e não finalizada)
a votação, na Comissão mista (não é no Plenário), da parte cuja alteração é proposta (somente da parte que
está sendo alterada).
Emendas parlamentares:
Art. 166, § 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e
apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
Art. 166, § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
b) serviço da dívida;
As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser
aprovadas caso sejam compatíveis com o PPA e a LDO. Essa regra sempre terá que ser obedecida. Além
disso:
• se a emenda demandar recursos públicos, ela terá que indicar os recursos necessários, sendo
admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa (só não pode anular despesas com
pessoal, serviços da dívida e TRANS TRI CO).
• senão, elas serão emendas para corrigir erros e omissões ou somente relacionadas a dispositivos
do texto do projeto de lei.
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto no art. 166, §
3º e § 4º. (os dispositivos ressalvados versam sobre emendas ao PLOA e ao PLDO)
As emendas parlamentares não podem acarretar aumento na despesa total do orçamento, a menos que
sejam identificados erros ou omissões nas receitas, devidamente comprovados.
Única condição para que as emendas ao PLDO sejam aprovadas: compatibilidade com o PPA.
Art. 166, § 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas
quando incompatíveis com o plano plurianual.
Emendas Impositivas
Individuais EC 86/2015
De bancada EC 100/2019
Emendas
Coletivas
parlamentares
De comissão
de Relatoria
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro
e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder
Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde.
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste
artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente
líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação
definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165.
§ 12. A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo aplica-se também às programações incluídas
por todas as emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal, no
montante de até 1% (um por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior.
Somente as emendas individuais terão metade de seu percentual destinado a ações e serviços
públicos de saúde. As emendas de bancada não!
Nas emendas individuais impositivas (art. 166, § 11):
Planejamento Execução
Mas nas emendas de bancada impositivas não há essa divisão. É 1% da RCL realizada no exercício
anterior e pronto!
§ 13. As programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 deste artigo não serão de execução
obrigatória nos casos dos impedimentos de ordem técnica.
Antes, no caso de impedimentos de ordem técnica, as medidas a serem adotas estavam dispostas na
própria CF/88. Hoje elas estão definidas na LDO!
Art. 165, § 10. A administração tem o dever de executar as programações orçamentárias, adotando os
meios e as medidas necessários, com o propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à
sociedade.
Emendas
individuais não serão de execução
impositivas obrigatória nos casos
dos impedimentos
de ordem técnica
Orçamento já em
1,2% da RCL
execução (3a etapa
realizada no
do ciclo
exercício anterior restos a pagar
orçamentário)
poderão ser
considerados até o
limite de 0,6% da RCL
realizada no exercício
anterior
Eu quero
ouvir você!
E você? Quer aulas melhores?
Então me diz:
profsergiomachadofilho@gmail.com
ProfSergioMachado (https://www.facebook.com/profsergiomachado)
ProfSergioMachado (https://www.instagram.com/profsergiomachado)
Muito obrigado!