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Flavio Alberto2
Júlio César3
RESUMO: O objetivo deste ensaio é analisar e refletir o ensino da Língua Portuguesa sob a
ótica da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) por meio de revisão de literatura. A
metodologia aplicada foi qualitativa com análise documental e bibliográfica em Legislações,
sites governamentais e artigos. As informações produzidas nesta revisão de literatura são
relevantes para a verificação da produção acadêmica com enfoque no ensino da língua
Portuguesa a aplicabilidade do conteúdo da BNCC em sala de aula. Concluímos
que .....................................................
Palavras-chave: Língua Portuguesa. BNCC. Ensino.
INTRODUÇÃO
1
graduanda em Letras Português- FURB
kanami@furb.br
2
graduando em Letras Português FURB
flavioalberto@furb.br
3
graduando em Letras Português FURB
Nossa abordagem foi qualitativa com revisão de literatura em artigos das plataformas
de revistas científicas. As produções mencionadas e analisadas trouxeram diferentes olhares
no ensino da Língua Portuguesa juntamente com a implicações da BNCC. Em um primeiro
momento analisamos a estrutura da normativa (BNCC); em segundo momento descrevemos
os três artigos pautados no ensino da Língua Portuguesa e a BNCC; e finalmente discutimos e
refletimos as abordagens das produções pesquisadas.
Em seu bojo dispõe conceitos que todos os alunos devem desenvolver ao longo das
etapas e modalidades da Educação Básica, de modo que tenham assegurados seus direitos de
aprendizagem e desenvolvimento. (BRASIL, 2017, p. 07). No documento, essas etapas são
divididas em 3: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. O ensino
fundamental, conhecido com a nomenclatura de ensino fundamental I e II, com a BNCC
passou a ser chamado de Ensino fundamental anos iniciais e anos finais, a etapa mais longa da
Educação básica sendo um percurso contínuo de aprendizagens.
Nesse sentido, não existe uma hierarquia entre as competências descritas na BNCC,
elas se articulam em cada área de ensino e objetivam acompanhar o aprendizado do aluno(a)
em cada etapa do desenvolvimento escolar. Estão enumeradas em 10, a saber: Conhecimento,
responsabilidade, cidadania, empatia e cooperação; autoconhecimento e autocuidado;
argumentação; comunicação; repertório cultural; cultura digital; trabalho e projeto de vida.
Esses conhecimentos sobre a Língua são articulados por meio de “eixos” com
objetivos próprios, assim temos: o Eixo Leitura que compreende as práticas de linguagem que
decorre da interação do leitor; o Eixo da Produção de Textos que compreende as práticas de
linguagem relacionadas à interação e à autoria do texto; o Eixo da Oralidade compreende as
práticas de linguagem que acontecem em situações orais; e o Eixo da Análise
Linguística/Semiótica que envolve os procedimentos e de análise e avaliação nos processos de
leitura e de produção de textos. (BRASIL, 2017, p. 71,76,78, 80)
Os artigos desta revisão foram separados com o termo de busca: “Ensino da Língua
Portuguesa” e “BNCC” num recorte temporal de 2015 a 2022 nas plataformas de revistas
científicas SciELO e Google acadêmico. Foram separados três artigos conforme a quadro
abaixo:
Os autores concluíram que, o texto da BNCC (em suas primeiras versões) se enquadra
em um retorno da concepção de língua e linguagem de vertente mais estruturalista e um
retrocesso no que tange à possibilidade de uma abordagem dialógica e discursiva, que segue
na contramão da efetivação de enfoques metodológicos que trariam a língua para além de seus
aspectos estruturais, evidenciando as questões históricas, culturais e ideológicas que são
inerentes. (STIEG, ALCÂNTARA, 2017, p. 28)
O próximo artigo foi escrito pelos mesmos autores do artigo acima mencionado com o
título: “O que quer” a base nacional comum curricular (BNCC) no Brasil: o componente
curricular língua portuguesa em questão”. A abordagem e discussão dos autores foi
pautada na área de Linguagem, sobretudo do Componente Curricular Língua Portuguesa
(anos finais) previsto na Base Nacional Comum Curricular (BNCC):
O terceiro artigo foi escrito pelo doutor em linguística João Wanderley Geraldi sob o
título de: “O ensino de Língua Portuguesa e a Base Nacional Comum Curricular”. Na
introdução do seu artigo, Geraldi nos traz uma contextualização histórica de como o sistema
educacional brasileiro está sendo afetado desde meados dos anos 1990 com a tentativa de
reestruturação deste sistema de ensino.
Mais adiante ele afirma que existe uma manutenção de alguns aspectos adotados nos
PCN que foram mantidos na BNCC e que existe um avanço na forma como a normativa
aborda os campos de atuação nas práticas de linguagem. Porém, segundo Geraldi (2015,
p.392): “Peca-se, no entanto, pela exigência que faz de um trabalho com uma enormidade de
gêneros e de uma forma em que as condições efetivas de emprego desses gêneros passam a
ser um simulacro em sala de aula.”
BREVE CONCLUSÃO
Após a leitura dos artigos desta revisão passamos a contextualizar algumas reflexões. Os
autores Stieg e Alcântara criticaram o contexto político e ideológico contido n que a educação
perpassa na sua trajetória.
Os autores Stieg e Alcântara consideram que a normativa- BNCC- possui teor político e
ideológico
numa configuração que assemelha as escolas a entidades empresariais dentro de uma lógica
de mercado.
. É reducionista a visão que trata a qualidade educativa apenas a partir de notas obtidas pelos
estudantes, uma vez que instrumentos avaliativos padronizados desconsideram a história dos
alunos, os contextos de cada instituição e centram olhares apenas sobre descritores
relacionados em documentos nacionais, estaduais ou municipais. Esta análise precisa abranger
aspectos qualitativos, dentro de uma perspectiva investigativa que leve em consideração
outros fatores que envolvem cada realidade.
É importante destacar que instrumentos avaliativos em larga escala têm o seu valor na leitura
que se faz sobre a educação em territórios tão extensos. Inquieta, porém, que eles não
cumpram papel verdadeiramente diagnóstico, no sentido de servir à reflexão sobre a prática,
mas sejam instrumentos de classificação e de promoção da competição entre escolas, redes ou
até mesmo entre docentes. Esta é a distorção que vem pautando a perspectiva avaliativa no
Brasil, dando vazão, por exemplo, à existência de rankings classificatórios das escolas, redes e
sistemas de ensino em todo território nacional.
REFERÊNCIAS