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CONTEÚDO PARA AVALIAÇÃO DE HISTÓRIA DE RONDÔNIA

A LEGISLAÇÃO COLONIAL E A SUBMISSÃO DO INDÍGENA


Desde os primórdios da colonização portuguesa na Amazônia, a metrópole
preocupou-se com o papel do indígena na nova sociedade. No início do século XVI, o alvará
de 30 de julho de 1609 declarava a liberdade absoluta do indígena.
A escravidão dos índios foi estabelecida pela lei de 10 de setembro de 1611, chamada
de sistema de capitães de aldeia. Por essa lei cabia ao colono o controle sobre os índios
recrutados através do descimentos, resgates e guerras justas. Na verdade o sistema de
capitães de aldeias legitimou a escravidão do índio, dando ao colono o controle e a
exploração dos indígenas. Em 1626, dez anos após a fundação do primeiro estabelecimento
português na Amazônia, quando deveriam ser libertados os primeiros indígenas resgatados,
a legislação foi mudada permitindo-se a escravidão desses indígenas por toda a vida.
Com a publicação da lei de 09 de abril de 1655, os jesuítas adquiriram o direito de
autorizar e dirigir as tropas de resgates e guerras justas, gerando insatisfação e revolta dos
colonos contra os missionários. Em 01 de abril de 1680 é publicada a abolição da escravidão
dos indígenas, mas essa lei não foi cumprida, causando a continuidade da escravidão
indígena. Em 21 de dezembro de 1686 uma nova lei foi aprovada: o Regimento das missões,
mantendo as aldeias de repartimento e retornando o controle dos índios aldeados aos
jesuítas. Contudo formou-se um conselho para repartir os índios capturados em resgates ou
guerras justas, fato que manteve a continuidade no trabalho compulsório dos índios, mesmo
com a desaprovação pelos jesuítas dos excessos cometidos pelos colonos. Essa situação
desencadeou no Maranhão a Revolta de Beckmann, quando os colonos expulsaram os
jesuítas da Capitania e retornaram com a escravidão. A Revolta de Beckmann foi sufocada
e os líderes executados.
Foi durante a Era Pombalina (1750 - 1777), que os jesuítas foram expulsos do Brasil e
tentou-se a todo custo consolidar a mão de obra escravo africana na Amazônia. O marquês
de Pombal tentou-se dessa forma delinear uma nova política para a Amazônia, modificando
a forma de controle sobre os índios. Foi criado o Diretório dos índios, que promoveu a
intervenção direta da coroa na questão indígena assegurando a liberdade do indígena e sua
aculturação. O Diretório dos índios publicado em 03 de maio de 1757 estabeleciam um
extenso programa de "civilização" dos índios, criando os mecanismos que permitiam o
acesso do trabalho dos índios na colônia. Novamente os colonos protestaram e o governo
português manteve disfarçadamente a escravidão do índio.
A Carta Régia de 12 de maio de 1798 extinguiu o diretório e tornou obrigatório o
serviço dos indígenas no corpo de milícias e no corpo de trabalhadores na Amazônia. Além
disso, os colonos continuaram a utilizar o trabalho compulsório do índio.
Durante o primeiro reinado (1822 - 1831), a situação do índio pouco foi modificada. Já
no período regencial, o Ato adicional de 1834 atribuiu às assembleias provinciais, a
responsabilidade de promover a catequese e a civilização dos indígenas. Foi nesse período
na Amazônia que ocorreu um dos maiores levantes populares da história do Brasil, a
Cabanagem na província do Grão Pará. A Cabanagem não foi um movimento homogêneo,
uma vez que seus integrantes, em diferentes grupos, apresentavam, inclusive, interesses
divergentes. Originado no seio da elite paraense, esse movimento congregou não só
membros abastados, mas também e principalmente, setores expressivos da massa popular
amazônica, representada pelos índios destribalizados (os tapuios), brancos pobres,
mestiços marginalizados e negros escravos e livres; contou ainda, com interesse
participação de grupos indígenas autônomos, como os Munduruku, os Mauês e os Mura.
A EXPLORAÇÃO DA AMAZÔNIA NO CONTEXTO DO ANTIGO REGIME COLONIAL
No século XVI e XVII, a Amazônia tornou-se alvo da cobiça mercantilista em busca de
riquezas minerais, vegetais e consolidação de lucro imediato aos castelhanos e
portugueses. Após a assinatura do Tratado de Tordesilhas em 1494, os castelhanos trataram
de explorar a região que foi herdada na Amazônia brasileira, desejando quase que
exclusivamente metais preciosos.
Entre dezembro de 1499 e janeiro de 1500, Vicente Yañez Pinzon, navegou pela foz do
rio amazonas, batizando o lugar de Santa Maria do Mar Dulce, sem estabelecer posse efetiva
na região.
Iniciada em dezembro de 1541 e concluída em setembro de 1542, a expedição
comandada por Francisco Orellana foi a primeira a navegar quase todo o rio amazonas,
numa viagem marcada por lances dramáticos de fome e luta indígenas. Esses
acontecimentos foram narrados por Frei Gaspar de carvajal, que serviu como testemunho
ocular dos eventos, sendo um dos sobreviventes da Expedição.
A tropa de Orellana (59 homens) era parte do contingente do exército que o
Governador de Quito, Gonzalo Pizarro, havia organizado para conquistar o País das Canelas
e o Eldorado, em 1540-1541. O capitão Orellana foi nomeado por Pizarro, como chefe de um
destacamento, com o objetivo de procurar comida para a expedição, que acampara as
margens do rio Coca. Ficando tratado entre os líderes que se Orellana não voltasse após
alguns dias, Gonzalo Pizarro deveria adotar outras medidas para retornar a Quito.
A expedição avançou pelo rio Coca e depois o rio Napo e, por este, alcançou o rio
Maranõn. Sem condições de retorno devido às debilidades físicas ou talvez pela
própria soberba de Orellana, esta expedição torna-se autônoma e avança pelo Marañon, com
intuito de atingir sua foz. No percurso, os expedicionários entraram em contato e
conseguiram alimento com muitas sociedades indígenas, que na sua maioria receberam os
espanhóis com armas nas mãos.
Foi num dos contatos belicosos que os expedicionários tiveram a impressão de
lutarem com as lendárias Guerreiras Amazonas. A presença de algumas mulheres na batalha
impressionou-os tanto que batizaram, pela segunda vez, o rio Marañon, que já havia sido
nomeado de rio de Orellana, mudando seu nome, dessa vez. para rio das Amazonas.
Alguns encontros foram amistosos, como por ex, com os índios das províncias de
Apária Menor e de Apária Maior. Nesses territórios, o conhecimento rudimentar da língua
nativa, por parte de Orellana, facilitou um mínimo de comunicação, com que os espanhóis
conseguiram alimentos sem precisar de luta. Outros ainda foram amistosos pelo caráter
pacífico dos índios, a tal ponto que receberam dos espanhóis o nome de Bobos.
Ao longo do rio-mar, os espanhóis observaram a natureza da região, descrevendo-a,
muitas vezes a partir de nomes familiares aos europeus: denominaram certas aves como
sendo perdizes, galinhas de castala, perus; os felinos foram chmados de tigres e leões; o
arroz aquático foi denominado como aveia. Por não terem familiaridade com as línguas
indígenas e por causa do contato superficial com os nativos, os espanhóis não teriam
condição de registrar os nomes que os índios davam a esses elementos do mundo atual.
Foram praticamente n0ve meses de viagem pelo grande rio, ocorreram algumas
longas estadas superiores a um mês, como entre os índios Apária Menor e Apária Maior.
Outras paradas foram curtas, de apenas alguns dias, uma vez que as aldeias sendo pilhados,
os espanhóis chamavam sobre si a fúria dos índios que queriam recuperar sua habitação. A
expedição saiu no oceano Atlântico em setembro de 1542, desfalcada de 11 membros,
mortos de enfermidades ou nas lutas durante o longo trajeto, ela prosseguiu até a ilha de
Cubágua e, depois até a ilha de Espanhola. Desta localidade, Francisco de Orellana viajou
para a Espanha, relatando a aventura que comandou ao imperador Carlos V. Como
recompensa foi nomeado em 1543, Adelantado (governador) das terras que descobriu e as
quais batizaram de Nueva Andaluzia.
Tratado de Tordesilhas
O Tratado de Tordesilhas foi um acordo entre o reino de Portugal e o reino de Castela,
celebrado em 7 de junho de 1494, na cidade de Tordesilhas (Espanha).
Por este tratado, castelhanos e portugueses dividiram o novo mundo, através de um
meridiano a 370 léguas a oeste do Arquipélago de Cabo Verde, na África. A parte oriental
pertenceria a Portugal, e a ocidental, à Espanha.
História do Tratado de Tordesilhas
Os reinos de Castela (Espanha) e Portugal foram pioneiros na expansão marítimo-
comercial no século XV e XVI e havia uma disputa entre as duas coroas pela posse dos
novos territórios.
Desta maneira, os dois reinos assinaram vários tratados a fim de resolver a quem
pertencia as novas terras. O primeiro deles foi o Tratado de Alcáçovas (1479) que traçava
um paralelo a partir das Ilhas Canárias. Assim, as regiões descobertas ao norte seriam de
Castela e as do sul, de Portugal.
No entanto, esta perspectiva mudou com a chegada de Cristóvão Colombo à América,
em 1492. Por isso foram assinados a Bula "Inter Coetera", em 1493 e o Tratado de
Tordesilhas, em 1494, que substituíam o paralelo por um meridiano.
O Tratado de Tordesilhas expandia as terras estabelecidas pela Bula Inter Coetera. A
diplomacia portuguesa conseguiu que o limite do meridiano fosse aumentado de 100 para
370 léguas a oeste do Arquipélago de Cabo Verde na África.
Diante da assinatura do Tratado de Tordesilhas, países como França, Holanda e
Inglaterra, questionaram a divisão de terras entre Castela e Portugal. Desta maneira,
armaram expedições para atacar os territórios já ocupados por portugueses e espanhóis.
Fim do Tratado de Tordesilhas
O limite estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas caiu em desuso quando houve a
União Ibérica (1580-1640). Neste momento, tanto Portugal como suas possessões passaram
a fazer parte da Coroa espanhola. Os colonos portugueses não precisavam ficar somente na
costa e começaram a se aventurar no interior do território.
Com esta expansão, foi necessário refazer os limites das colônias americanas entre
os dois países o que ocorreu através do Tratado de Madri, em 1750.
Tratado de Utrecht (1713)
O Tratado de Utrecht (1713-1715) foi, na verdade, dois acordos que puseram fim à
Guerra de Sucessão Espanhola e mudaram o mapa da Europa e das Américas.
No primeiro Tratado, em 1713, a Grã-Bretanha reconhecia como rei da Espanha o
francês Felipe de Anjou. Por sua parte, a Espanha cedia Menorca e Gibraltar à Grã-Bretanha.
O acordo também repercutiu na América, pois estabeleceu as fronteiras entre o Brasil
e a Guiana Francesa e foram definidos os limites do Amapá.
Tratado de Madri (1750)
"O Tratado de Madri foi um acordo que Portugal e Espanha assinaram em 1750 para
resolver as disputas territoriais entre as duas nações na América. Esse acordo permitiu que
o território sob o controle de Portugal se expandisse consideravelmente e consolidou boa
parte das atuais fronteiras do Brasil."
• "O Tratado de Madri foi um acordo diplomático assinado por Espanha e Portugal em
1750.
• Esse acordo foi resultado das disputas territoriais travadas pelos colonos das duas
nações.
• Foi estabelecido o princípio do uti possidetis, que determinou que alguns territórios
pertenceriam a quem os ocupava.
• Portugal expandiu substancialmente o território de sua colônia na América."

Tratado do Pardo (1761)


O Tratado de El Pardo (1761) tornou nulas todas as disposições e feitos decorrentes
do Tratado de Madrid de 1750, que havia falhado em promover a paz nas colônias
espanhola e portuguesa.

Tratado de Santo Ildefonso (1777)

O Tratado de Santo Ildefonso (1777) confirmou o Tratado de Madri (1750).

Tratado de Badajoz (1801)


Deu a configuração quase atual do Brasil, faltando apenas o Acre.

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