Oscar de Queiroz Holanda Neto, Lucas Oliveira de Lacerda, Bruna Nogueira Ferreira de Sousa, Gabriel Mitzrael Nogueira Pinto, Arthur Siebra Barreto, Ada Beatriz Gallicchio Kroef
O filósofo francês Gilles Deleuze (1925-1995), em seu livro "Espinosa:
filosofia prática" (1981), pensa a filosofia de Benedictus de Spinoza (1632-1677) a partir de sua vida. A pesquisa teve como objetivo investigar as evidências biográficas apresentadas por Deleuze e o modo como ele expressa a filosofia de Spinoza por meio de sua própria vida. Para isso, foi adotada a metodologia de estudo grupal de textos. Nascido Baruch de Spinoza, holandês de ascendência portuguesa, judeu excomungado e filósofo maldito pelo olhar do clero, da academia, dos políticos e da população em geral, estudou filosofia desde cedo tendo grande influência (mas com não poucas críticas) do pensamento de René Descartes (1596-1650). Antes mesmo de escrever qualquer obra, seus comentários duros ao pensamento religioso e filosófico de sua época provocaram forte impacto para a comunidade judaica, fato que acarretou na sua excomunhão em 1656, assumindo assim o nome de Benedictus de Spinoza. Escreveu sua obra magna, Ética demonstrada à maneira dos geômetras (1677), por mais de uma década até o dia da sua morte. O resultado da pesquisa foi que, mesmo tendo uma vida cheia de infortúnios: perseguição, tentativa de assassinato, doença e reclusão; tudo foi, para Spinoza, combustível para seu pensamento e sua alegria. Além disso, concluiu-se que Spinoza, o “Vivente-vidente” (DELEUZE, 2002, p. 20), com sua vida e filosofia, esculpiu geometricamente a forma da lente mais cristalina que poderia ter, a lente que o fez capaz de ver na dor, na doença, no ódio e na solidão, a potência de viver, a potência da alegria, a potência da liberdade.
Palavras-chave: Deleuze. Spinoza. Biografia. Filosofia.
Encontros Universitários da UFC, Fortaleza, v. 4, 2019 2378