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FE – UEM/DECi - Eng.

ª Civil Mecânica das Construções

ÍNDICE

2. TIPOS DE CONSTRUÇÕES, LIGAÇÕES E APOIOS, ISOSTATICIDADE,


DISTRIBUIÇÃO CONTÍNUA DE CARGAS ......................................................................... 1
2.1. ELEMENTOS ESTRUTURAIS ................................................................................ 1
2.1.1. Estruturas Lineares (reticuladas) ............................................................................ 1
2.1.2. Estruturas Laminares ............................................................................................. 2
2.1.3. Estruturas maciças ................................................................................................. 2
2.2. LIGAÇÕES E APOIOS ............................................................................................. 3
2.2.1. Graus de Liberdade ............................................................................................... 3
2.2.2. Tipos de apoios ..................................................................................................... 4
2.2.3. Tabela Resumo dos tipos de apoios ....................................................................... 5
2.2.4. Tipos de ligações ................................................................................................... 6
2.3. ANÁLISE DE ISOSTATICIDADE ........................................................................... 6
2.3.1. Estruturas isostáticas ............................................................................................. 6
2.3.2. Estruturas hipostáticas ........................................................................................... 7
2.3.3. Estruturas hiperstáticas .......................................................................................... 7
2.3.4. Fórmula geral para a análise da isostaticidade ........................................................ 8
2.3.5. Classificação das estruturas quanto ao tipo. Fórmulas específicas .......................... 9
2.3.6. Exemplos ............................................................................................................ 10
2.4. DISTRIBUIÇÃO CONTÍNUA DE CARGAS ......................................................... 12
2.4.1. Carga concentrada ............................................................................................... 12
2.4.2. Carga não uniformemente distribuída .................................................................. 12
2.4.3. Carga uniformemente distribuída (carga rectangular)........................................... 13
2.4.4. Carga triangular ................................................................................................... 14
2.4.5. Carga trapezoidal ................................................................................................ 15
2.4.6. Exemplos ............................................................................................................ 17

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2. TIPOS DE CONSTRUÇÕES, LIGAÇÕES E APOIOS,


ISOSTATICIDADE, DISTRIBUIÇÃO CONTÍNUA DE CARGAS

2.1.ELEMENTOS ESTRUTURAIS

O conjunto de elementos estruturais gera uma estrutura, estes elementos podem ser, por
exemplo, apoios, escorras, vigas, pilares, rótulas, tirantes, etc. A estrutura desempenha um papel
muito importante na construção civil, principalmente o suporte (também a estética, em alguns
casos bem conhecidos como a torre Eiffel, que é uma estrutura metálica). O cálculo estrutural é
indispensável para uma construção, e a perícia e exactidão devem estar sempre presentes em
qualquer profissional da área.

Em função do tipo de esforços a que as estruturas estão submetidas e de acordo com o


procedimento adoptado na sua determinação, as estruturas podem classificar-se em:

2.1.1. Estruturas Lineares (reticuladas)


São estruturas constituídas por peças lineares em que uma das dimensões (o comprimento) é
muito superior às outras duas (que definem a secção transversal). Exemplos: vigas, pilares,
pórticos, treliças, arcos, tirantes, escoras.

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2.1.2. Estruturas Laminares


São estruturas em que duas das dimensões (comprimento e largura) são da mesma ordem de
grandeza e de valor substancialmente superior à outra dimensão (espessura). Exemplos: Lajes,
paredes, vigas-parede, cascas.

2.1.3. Estruturas maciças


As estruturas maciças apresentam três dimensões (altura, comprimento e profundidade) da
mesma ordem de grandeza, sendo em geral submetidas a um estado de tensão triaxial. Exemplos:
Barragens e fundações maciças.

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2.1.4. Tabela resumo de elementos estruturais


Elemento Símbolo técnico Tipo Carregamento
Cabo Linear Força de tracção
Força de tracção ou
Barra Linear
compressão

Qualquer,
Viga Linear momentos flectores
e torsores

Força no plano do
Disco Laminar
disco

Forças
perpendiculares ao
Placa Laminar
plano e momentos
flectores

Força em qualquer
Casca Laminar
direcção

2.2. LIGAÇÕES E APOIOS

Os apoios são sistemas que realizam as ligações do corpo rígido com o exterior, constrangendo
translações e rotações dando origem as reacções do exterior sobre o corpo rígido.

2.2.1. Graus de Liberdade


As translações e rotações independentes que determinam a flexibilidade de movimentação de um
corpo rígido livre representam os graus de liberdade. As translações e rotações correspondentes
aos graus de liberdade genericamente serão designadas por movimentos fundamentais.

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Um corpo rígido no espaço tem seis graus de liberdade, correspondentes a três translações
segundo três direcções ortogonais e três rotações em torno dos mesmos três eixos.
No plano, um corpo rígido têm três graus de liberdade, correspondentes às duas translações
segundo duas direcções ortogonais e á uma rotação em torno da direcção perpendicular ao plano.

2.2.2. Tipos de apoios


Os apoios retiram graus de liberdade e por consequência podem ser classificados de acordo com
o número de graus de liberdade restringidas, ou pelo número de reacções que introduzem.

No plano há que verificar quais dos três movimentos fundamentais são restringidos pelo apoio:
 Apoio simples ou móvel: impede o deslocamento em apenas uma direcção e introduz
uma força de reacção na direcção do deslocamento impedido – uma reacção com linha de
acção conhecida. A linha de acção da reacção é perpendicular à superfície de apoio.

 Apoio duplo ou fixo: impede duas translações segundo duas direcções ortogonais e
introduz uma força de reacção com linha de acção desconhecida o que pode ser
decomposta em duas direcções ortogonais (ex. direcção dos eixos coordenados).

 Encastramento: é uma ligação que impede duas translações e a rotação - constrange aos
três graus de liberdade - e é equivalente a uma força de reacção com linha de acção
desconhecida (ou duas componentes ortogonais) e um momento.

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 Além destes apoios podem conceber-se outros sistemas de apoio que constrangem
combinações de graus de liberdade. Exemplo: encastramento deslizante.

2.2.3. Tabela Resumo dos tipos de apoios


Graus de
Designação Símbolo Reacção
Liberdade

Apoio
2
simples/móvel

Apoio
1
duplo/fixo

Encastramento 0

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2.2.4. Tipos de ligações


Assim com existem elementos de ligações externas (apoios), também existem elementos de
ligação interna, que são usados para “ligar” os elementos estruturais (rótula, Ligação rígida, etc).

Ligação

Designação Rótula Ligação rígida Extremidade livre


Forças
Fx, Fy Fx, Fy, M -
transmitidas
Graus de
1 0 3
liberdade

2.3. ANÁLISE DE ISOSTATICIDADE


2.3.1. Estruturas isostáticas
As estruturas isostáticas têm o número de reacções estritamente necessário para impedir qualquer
movimento. As reacções estão eficazmente dispostas de forma a restringir os possíveis
movimentos da estrutura.

Podem ser definidos dois tipos de estruturas isostáticas, a saber


 Estruturas em que número de reacções é igual ao número de equações de equilíbrio da
estática.
 Estruturas em que o número de reacções é superior ao número de equações de equilíbrio
da estática tornada isostática mediante a libertação criteriosa de ligações entre os
possíveis corpos da estrutura global.

Neste ultimo caso, além das equações de equilíbrio da estática, são necessárias equações de
equilíbrio adicionais em número igual ao excesso de incógnitas do problema relativamente ao
número de equações de equilíbrio da estática. Estas equações são definidas de acordo com as
referidas libertações introduzidas na estrutura.

Em geral, diz-se que a estrutura é isostática (n=0) quando o número de ligações é estritamente o
necessário para assegurar o equilíbrio da estrutura podendo-se, neste tipo determinar os esforços
a partir das equações de equilíbrio da estática.

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2.3.2. Estruturas hipostáticas


As estruturas hipostáticas não são estáveis, não possuem equilíbrio estático, tendo por isso algum
movimento não restringido.

De um modo geral, estas estruturas possuem um número de reacções de apoio inferior ao número
de equações de equilíbrio da estática. No entanto, é igualmente possível realizar uma estrutura
hipostática com um número de reacções igual ou até superior ao número de equações de
equilíbrio estático desde que essas reacções estejam dispostas de forma ineficaz.

Em suma: Quando o número de ligações é insuficiente para assegurar o equilíbrio da estrutura, a


estrutura é hipostática (n<0). Neste tipo, a determinação dos esforços pode efectuar-se a partir
das equações de equilíbrio da estática. Mas como estas estruturas não funcionam, tem sido
dispensada.

2.3.3. Estruturas hiperstáticas


As estruturas hiperstáticas têm um número de reacções superior ao estritamente necessário para
impedir qualquer movimento. Verifica-se, então, a possibilidade de, ao serem criteriosamente
retiradas algumas reacções, estas estruturas continuarem a não apresentar movimento e serem,
portanto, estáveis. O grau de hiperstaticidade é igual ao número de ligações que podem ser
suprimidas para que a estrutura se torne isostática. Assim, conclui-se que estas estruturas não
podem ser calculadas apenas com recurso às equações de equilíbrio da estática.

Em suma: Quando o número de ligações é superabundante para assegurar o equilíbrio da


estrutura, esta é hiperestática (n>0). Neste tipo, a determinação dos esforços, só pode efectuar-se
a partir do conhecimento das leis de comportamento mecânico do próprio material de que as
várias partes da estrutura são constituídas.

Notas importantes:
 A análise da isostaticidade da uma estrutura é independente do carregamento da mesma;
 É impossível calcular uma estrutura hipostática;
 Para as estruturas hiperstáticas não são permitidos movimentos contribuindo para uma
destruição fácil;

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 De uma forma geral para que uma estrutura no plano seja estável, são necessárias pelo
menos três ligações exteriores. Sendo esta última uma condição necessária mas não
suficiente.

2.3.4. Fórmula geral para a análise da isostaticidade

Onde: t ……….. nº de ligações exteriores


p ……….. nº de elementos estruturais
n………... grau de isostaticidade
r………… nº de ligações interiores

2.3.4.1. Determinação do número de ligações interiores


a) Rótula
No plano, a ligação de m barras por meio de uma articulação (rótula) restringe ao
conjunto ( ) graus de liberdade.
( )
Onde: m …………….... nº de barras que convergem na rótula
r ……………....... nº de ligações interiores

No espaço, a ligação de m barras por meio de uma articulação restringe ao conjunto


( ) graus de liberdade.
( )
Onde: m ………………..... nº de barras que convergem na rótula
r ……………….. nº de ligações interiores

b) Nó rígido
No plano, a ligação de m barras por meio de um nó rígido restringe ao conjunto
( ) graus de liberdade
( )

Onde: m……………………....nº de barras que convergem na rótula


r……………………. nº de ligações interiores

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No espaço, a ligação de m barras por meio de uma articulação restringe ao conjunto


( ) graus de liberdade.
( )
Onde: m…………………….....nº de barras que convergem na rótula
r…………………….. nº de ligações interiores

2.3.5. Classificação das estruturas quanto ao tipo. Fórmulas específicas


 Estrutura aberta: quando não apresenta nenhum espaço fechado.

( )
Onde: L……………..…n° de ligações exteriores
G……………….Graus de liberdade (é igual ao número de rótulas)

 Estrutura contínua: apresenta espaços abertos e espaços fechados.

Onde: E……………….n° de espaços fechados


R……………….n° de rótulas
L………………..n° de ligações exteriores

 Estrutura articulada: quando todos os elementos da estrutura são ligados por rótulas,
isto é, quando não existe nenhum nó rígido na estrutura e nenhuma barra curva.

Onde: L……………….. n° de ligações exteriores


B……………….. n° de rótulas
N………………...n° de nós

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2.3.6. Exemplos
Para as estruturas representadas abaixo, utilizando as fórmulas gerais e específicas, analise a
isostaticidade:
a)

Fórmula geral:
: um encastramento (três ligações externas) e um apoio simples (uma
ligação externa)
: não existe alguma ligação interna
: temos uma única barra (elemento estrutural)
⇒ a estrutura é hiperestática do primeiro grau.

Fórmula específica:
A estrutura é aberta, logo ( )
: um encastramento (três ligações externas) e um apoio simples (uma ligação
externa).
: nenhuma rótula.
( ) ⇒ a estrutura é hiperstática do primeiro grau.

b)

Fórmula geral:
: Dois apoios duplos (duas ligações externas)

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[ ( )] ( ) : Quatro rótulas em que convergem três


barras e uma rótula em que convergem duas barras.
: temos sete barras
⇒ a estrutura hiperestática do primeiro grau.

Fórmula específica:
A estrutura é articulada, logo
: Dois apoios duplos (duas ligações externas).
: temos cinco barras.
: temos cinco nós.
⇒ a estrutura é hiperstática do primeiro grau.

c)

Fórmula geral:
: Um encastramento (três ligações externas).
[ ( )] ( ) : Quatro rótulas em que convergem duas
barras e uma rótula em que convergem três barras.
: Considera-se existirem cinco barras.
⇒ a estrutura é isostática.

Fórmula específica:
A estrutura é contínua, logo
: dois espaços fechados.
: temos seis rótulas.
: Um encastramento (três ligações externas).
⇒ a estrutura é isostática.

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2.4. DISTRIBUIÇÃO CONTÍNUA DE CARGAS

2.4.1. Carga concentrada


É uma aproximação de cargas distribuidas quando a área é relativamente pequena.

2.4.2. Carga não uniformemente distribuída

( ) ∫ ( )

∑ ( ) ∫ ( )

∫ ( )
∫ ( )

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2.4.3. Carga uniformemente distribuída (carga rectangular)

Força:
( ) ( )

∑ ( ) ∫ ( ) ∫ ∫

[ ]

A resultante é dada pela área do rectângulo

[ ]

∫ [ ]

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2.4.4. Carga triangular

A variação da carga pode ser representada através do gráfico da equação do primeiro grau, sendo
neste caso, uma recta que passa pela origem.

O valor de b é zero, isto é, pois a recta passa pela origem.


O coeficiente angular da recta será igual a

, Obtendo-se desta forma a equação da variação da carga; ( )

Força:

∑ ( ) ∫ ( ) [ ]

A resultante é dada pela área do triângulo.

∑ ( ) ∫ ∫

[ ] ⇒

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⇒ ⇒

( )

2.4.5. Carga trapezoidal

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O valor do ; o coeficiente angular da recta será igual a

Obtém-se desta forma uma equação da variação da carga

( )

Força:

∑ ( ) ∫ ( ) ∫( )

∫ ∫ ⇒ [ ] [ ]

A resultante é dada pela área do trapézio.

∑ ( )

∫( ) ∫ ∫

[ ] [ ]

( )
( )

( )
( )

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2.4.6. Exemplos
Para os carregamentos abaixo apresentados determinar a resultante e o seu ponto de acção.
a)

b)

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