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NEWTON PAIVA

APOSTILA DE CONCRETO ARMADO II

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Prof. Victor Fernando Angulo Quiñonez

Fevereiro
SUMÁRIO

1 LAJES ARMADAS EM DUAS DIREÇÕES ..................................................... 4

1.1 Classificação de lajes ............................................................................................ 5

1.2 Equação Fundamental ......................................................................................... 7

1.3 Ações a considerar ................................................................................................ 8

1.4 Utilização dos Quadros ...................................................................................... 11

1.5 Avaliação de conhecimentos do capítulo .......................................................... 20

1.6 Aberturas que atravessam lajes na direção de sua espessura ........................ 21

2 INTRODUÇÃO AO CALCULO DE PILARES ............................................. 22

3 CONCEITOS INICIAIS .................................................................................... 22

3.1 Solicitações Normais ........................................................................................... 22

3.2 Flambagem .......................................................................................................... 22

3.3 Não Linearidade Física e Geométrica............................................................... 22

3.4 Solicitações Normais ........................................................................................... 22

3.5 Equação da Curvatura de peças Fletidas ......................................................... 22

3.6 Compressão Axial ............................................................................................... 22

3.7 Pilar Padrão ........................................................................................................ 22

4 INDICE DE ESBLETEZ ................................................................................... 23

4.1 Parámetros .......................................................................................................... 23

5 EXCENTRICIDADES ....................................................................................... 23

5.1 Excentricidades de 1ª Ordem ............................................................................ 23

5.2 Excentricidade Acidental ................................................................................... 23

5.3 Excentricidades de 2ª Ordem ............................................................................ 23

5.4 Excentricidades Devida a Fluência ................................................................... 23

6 DETERMINAÇÃO DOS EFEITOS LOCAIS DE 2ª ORDEM ..................... 23

6.1 Método do Pilar Padrão com Curvatura Aproximada ................................... 23

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6.2 Método do Pilar Padrão com Rigidez k Aproximada ..................................... 23

7 SITUAÇÕES DE PROJETO............................................................................. 23

7.1 Pilar Intermediário ............................................................................................. 23

7.2 Pilar de extremidade .......................................................................................... 23

7.3 Pilar de Canto ..................................................................................................... 24

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1 LAJES ARMADAS EM DUAS DIREÇÕES

Lajes são elementos estruturais bidimensionais planos com cargas preponderantemente


normais ao seu plano médio. Considerando uma estrutura convencional, as lajes
transmitem as cargas do piso às vigas, que as transmitem, por sua vez, aos pilares,
através dos quais são as cargas transmitidas às fundações, e daí ao solo.

Figura 1-1 – Representação de uma laje [FUSCO]


O comportamento estrutural primário das lajes é o de placa, que por definição, é uma
estrutura de superfície caracterizada por uma superfície média (S) e uma espessura (h),
com esforços externos aplicados perpendicularmente a S.

As lajes possuem um papel importante no esquema resistente para as ações horizontais,


comportando-se como diafragmas rígidos ou chapas, compatibilizando o deslocamento dos
pilares em cada piso (contraventando-os).

Figura 1-2 – Comportamento das placas [FUSCO]

Os apoios das lajes são em geral constituídos pelas vigas do piso. Nestes casos, o cálculo
das lajes pode ser feito de maneira simplificada como se elas fossem isoladas das vigas,
com apoios (charneiras) livres à rotação e indeslocáveis à translação, considerando-se,
contudo, a continuidade de lajes contíguas. Em geral, podem ser desprezados os efeitos
da interação com as vigas. De fato, normalmente as flechas apresentadas pelas vigas de
apoio são desprezíveis quando comparadas às das lajes, justificando a consideração dos
apoios como irrecalcáveis. Além disso, também a rigidez à torção das vigas é

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relativamente pequena face à rigidez à flexão da laje, permitindo-se, em geral, desprezar-
se a solicitação resultante desta interação. É obrigatória, entretanto, a consideração de
esforços de torção inseridos nas vigas por lajes em balanço, aonde a compatibilidade entre
a flexão na laje e a torção na viga é responsável pelo equilíbrio da laje [ISHITANI-1].

As cargas das lajes são constituídas pelo seu peso próprio, pela carga das alvenarias e
dos revestimentos que nela se encontrarem e pelas ações acidentais.

1.1 Classificação de lajes

As lajes podem ser armadas em uma ou duas direções. As lajes armadas em uma única
direção podem ser calculadas como vigas de largura unitária (maiores detalhes podem ser
encontrados em [ABNT-1], item 3.3.2.6). Já as lajes armadas em duas direções, podem ser
analisadas utilizando o modelo elástico-linear, com elementos de placa, utilizando o
coeficiente de Poisson ٧ = 0,2 para o material elástico linear. Dentro desta sistemática,
inicialmente as lajes são calculadas isoladamente, observando-se as condições de apoio
de bordo engastado ou de charneira, conforme haja continuidade ou não entre as lajes.
Posteriormente é feita a compatibilização entre os momentos de bordo de lajes contíguas.
Os valores dos momentos fletores máximos no vão e de engastamento para as formas e
condições de apoio mais comuns encontram-se tabelados, existindo tabelas publicadas por
diversos autores (Kalmanock, Barès, Czèrny, Timoshenko).
A diferenciação entre as lajes armadas em uma e duas direções é realizada comparando
se a relação entre os vãos (dimensões) da laje. Desta forma, temos:

Lajes armadas em cruz, quando

Figura 1.3 – Laje Armada em Cruz (Armada nas duas direções)

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Figura 1.4 – Laje Armada em uma só direção

Lembramos que nas “lajes armadas em uma direção” sempre existe uma armadura
perpendicular à principal, de distribuição.

Considera-se que as placas são constituídas de material homogêneo,elástico,isótropo,


Linear fisicamente e tem pequenos deslocamentos. O concreto armado não e um
Material homogêneo, pois e constituído de aco e concreto, porem, para fins práticos e
Visando a simplificação de calculo, sera admitido assim.

A propriedade da elasticidade refere-se ao fato de que o elemento feito de material


elástico volta a sua forma inicial quando e retirada a carga que nele atua.
Material isótropo e aquele que tem as mesma propriedades independente de qual seja a
direção observada, ao contrario do material ortótropo, que tem propriedades diferentes em
duas direções ortogonais.
Diz-se que um material e linear fisicamente quando a relação entre tensões e
deformações se mantem linear, não sendo considerada, portanto, a fissuração, no caso do
concreto.
A consideração de pequenos deslocamentos permite efetuar os cálculos usando o
principio da superposição de efeitos, ou seja, admite-se a linearidade geométrica, que e
verificada , na pratica, na maioria dos casos.
Quando há linearidade geométrica, os esforços e, consequentemente, as tensões não
são afetados pelo estado de deformação da estrutura.
Admite-se também a manutenção da seção plana após a deformação e a representação
dos elementos por seu plano médio.
Para facilitar o emprego das condições de contorno na resolução do problema de
determinação de esforços, são feitas, na maioria das vezes, outras considerações, Tais
como:
a) A ação das placas nas vigas de contorno ocorre somente por meio de forcas
verticais, não havendo transmissão de momentos de torção para as vigas.
b) As ações das placas nas vigas são uniformemente distribuídas, e não há
transmissão de carga diretamente para os pilares a carga nas placas e transferida
para as vigas.
c) As vigas de contorno são indeslocaveis na direção vertical : e
d) A rotação das placas no contorno e livre (apoio simples) ou totalmente impedida
(engastada).

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1.2 Equação Fundamental

A equação diferencial fundamental das placas delgadas (obtida por equilíbrio e


compatibilidade de deslocamentos de um elemento infinitesimal, relacionando momentos
fletores com curvatura), submetidas a uma carga p (x,y), e:

(Equa. 1)
Em que:
w- deslocamento vertical:
x,y- coodernadas de um ponto generico da placa:
P-intensidade da carga atuante:

E- modulo de deformacao longitudinal do concreto:e


v-coeficiente de Poisson.

Resolvendo a equacao fundamental ( 1) , obtem-se a expressao para a superficie


Elastica w = w (x,y), e com suas derivadas,os momentos m e m nas direcoes x e y,
respectivamente:

E interessante analisar a rigidez a flexao D da placa. A equacao fundamental foi


obtida para momentos atuando por unidade de comprimento,ou seja, se atuar
um momento total Mx (adota-se como Mx o momento que deve ser resistido com
armadura na direcao x ) na ´placa, de largura Ly, o momento m em uma largura
unitaria e , conforme

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Fig. 1.5

Figura 1.5 – Momento mx por unidade de comprimento atuante na placa

1.3 Ações a considerar

As cargas verticais que atuam sobre as lajes são consideradas geralmente uniformes,
algumas o são de fato, outras, como o caso de paredes apoiadas em lajes armadas em
cruz, são transformadas em cargas uniformes utilizando hipóteses simplificadoras.
Referimo-nos sempre às lajes de edifícios residenciais ou comerciais; no caso de lajes de
pontes, por exemplo, o cálculo deve ser mais preciso.

As principais cargas a se considerar são:

• Peso próprio da laje;


• Peso de eventual enchimento;
• Revestimento;
• Paredes sobre lajes;
• Carregamento acidental.

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Quando os apoios puderem ser considerados suficientemente rígidos quanto à translação vertical,
o vão efetivo deve ser calculado pela seguinte expressão:

lef = l0 + a1 + a2

com a1 igual ao menor valor entre (t1/2 e 0,3h) e a2 igual ao menor valor entre (t2/2 e 0,3h),
conforme a figura abaixo.

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Nas lajes em balanço, o vão efetivo é o comprimento da extremidade até o centro do apoio, não
sendo necessário considerar valores superiores ao comprimento livre acrescido de trinta por
cento da espessura da laje junto ao apoio.

1.4 Utilização dos Quadros

O processo de calculo de placas por series e bastante adequado para a confecçao de quadros,
os quais facilmente possibilitam determinar momentos fletores maximos e deslocamentos
maximos (flechas) a partir da geometria e das condicoes de vinculacao da placa. Para isso, o
pavimento deve ser discretizado,ou seja, cada laje deve ser tratada individualmente, de acordo
com sua vinculacao as demais (so são possiveis bordas-contorno- simplesmente apoiadas ou
engastadas). De maneira geral, considera-se que as lajes menores e menos rigidas são
engastadas nas maiores e mais rigidas.
Os quadros apresentados a seguir são fundamentados nas solucoes em series
desenvolvidas por Bares(1972) e devidamente adaptados para o coeficiente de Poisson ٧ igual
a 0,20. As diversas condicoes de vinculacao possiveis estao esquematizadas na figura 1.8. O
contorno representado por linha simples indica borda engastada. No Anexo 3 são comparados
resultados obtidos com os quadros e com o metodo de analogia de grellas para algumas
situacoes de lajes e pavimento.

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Figura 1.8 - Lajes Bidirecionais com diversas condições de contorno

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1.4.1 Determinação de flechas

A flecha (deslocamento transversal máximo de uma barra reta ou placa) para lajes com
carregamento uniforme e com as condições de contorno de acordo com a figura 7.5 e calculada
por meio da equação 7.16 e pelos coeficiente do Tabela 1. A flecha encontrada e elástica, ou
seja, não são considerados os efeitos de fissuração e fluência.

Em que:

P-carregamento uniforme distribuído sobre a placa:


α – coeficiente retirado do Quadro 7.2:
lx – menor vão da laje:
E=modulo de deformabilidade do concreto e :
h-altura ou espessura da placa.

Para encontrar o coeficiente correto neste e nos demais quadros, é preciso calcular o parâmetro
λ, que reflete a geometria da laje, expresso por

Sendo lx o menor vão da laje.

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Tabela. 1 - Coeficientes a para o cálculo de flechas elásticas em lajes retangulares submetidas a
carregamento uniforme distribuído.

1.4.2 Determinação dos momentos máximos

Os momentos fletores máximos , sendo os positivos designados pela letra m e os negativos, pela
letra x, são determinados pelas Equacoes 7.18 a 7.21, que:
Lx- menor lado da placa: e
µx ,µy ,µ’x , e µ’y – coeficientes fornecidos nos Tabela 2 , 3 e 4.

a) Momentos máximos positivos, por unidade de comprimentonas direções X e Y.

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b) Momentos máximos negativos, por unidade de comprimentonas direções X e Y.

Tabela 2. Coeficientes µ x ,µ y ,µ’x , e µ’y para o calculo dos momentos maximos em lajes retangulares uniformemente
carregadas
(Casos 1, 2 e 3).

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Tabela 2 continuacao...

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Observação:
Normalmente, quando se inicia o cálculo das lajes, não são conhecidas as espessuras; deve-se,
então, considerar inicialmente engastados todos os lados que são adjacentes a outras lajes não
rebaixadas. Somente após a primeira hipótese de vinculação é que será possível determinar as
espessuras das lajes e refazer a vinculação, quando a espessura for maior que 2 cm.

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Critério pela análise dos momentos de engaste entre as lajes

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1.5 Avaliação de conhecimentos do capítulo

Exemplos: Determinar as espessuras para as lajes abaixo, considerando aco CA50:

Exemplos: Calcular as reacoes considerando g+q = 6KN

Exercicio: Determinar as condicoes de engastamento; determinar as espessuras das


lajes;determinar as acoes a serem consideradas para cada laje; calcular as reacoes de apoio.
Dados:
Vigas com 15cm de espessura
Sala:5,0m x 4,5m; Quarto:3,5m x 3,0m;Cozinha:3,5m x 3,5m; Banho:2,5m x 2,0m
Medidas dos ambientes de face a face interna das vigas

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1.6 Aberturas que atravessam lajes na direção de sua espessura

Em lajes lisas ou lajes cogumelo a verificação de resistência e deformação previstas em 13.2.5


deve sempre ser realizada. Outros tipos de laje podem ser dispensadas dessa verificação,
devendo ser armadas em duas direções e verificadas, simultaneamente, as seguintes condições:

a) as dimensões da abertura devem corresponder no máximo a 1/10 do vão menor (Lx) (ver
figura 13.1);
b) a distância entre a face de uma abertura e uma borda livre da laje deve ser igual ou menor que
1/4 do vão, na direção considerada; e
c) a distância entre faces de aberturas adjacentes deve ser maior que a metade do menor vão.

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