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APOSTILA DA DISCIPLINA
Sistemas Estruturais
(Estruturas)
2ª Parte – Vigas
Sumário
Elementos de 3ª categoria: são os elementos que não tem dimensão dominante. Ex.: blocos
de fundação, maciços, etc.
Os vínculos podem ser de apoio e de ligação ou transmissão não havendo nenhuma distinção rígida
entre os dois tipos, dependendo da função que o vínculo esteja exercendo no momento em que é
analisado.
Por exemplo, analisando o sistema formado por:
LAJE – VIGA – PILAR – FUNDAÇÃO
Se analisarmos o sistema LAJE – VIGA, a viga trabalhará como vínculo de apoio, mas se a análise
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for da LAJE – VIGA – PILAR, este último (o pilar) é que trabalhará como vínculo de apoio, passando
a viga para a condição de vínculo de ligação da laje com o pilar, e assim teremos casos semelhantes,
impossibilitando-nos a uma separação distinta entre APOIO e LIGAÇÃO.
Como sistemas isostáticos podemos citar alguns exemplos conforme segue no item 3.1:
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3.1 Vigas
Viga é um elemento estrutural onde uma das suas dimensões é predominante, portanto, elemento
de 1ª categoria.
a) Classificação
Vigas bi apoiadas:
Vigas engastadas:
Vigas inclinadas:
Vigas Gerber:
Vigas contínuas:
b) Sistemas de Cargas
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Carga concentrada:
Carga distribuída:
Uniformemente: quando a intensidade da carga distribuída for constante. Sendo: q = taxa de
distribuição (a unidade dada em: Kgf/m ou tf/m) (unid. Força/ unid. Comprimento)
Carga conjugada:
Outras cargas:
Cargas Estáticas:
Cargas dinâmicas:
As reações nos vínculos de um modo geral, quer sejam apoios, quer sejam simples transmissão,
são determinadas com a aplicação das seguintes regras que decorrem imediatamente do estudo da
estática.
Substituir os vínculos (apoios ou transmissão) pelas forças de ligação correspondentes, tendo
sempre presente que “a cada movimento impedido corresponde a uma força de ligação (reação)”.
4 VIGAS
Vigas são “elementos lineares em que a flexão é preponderante” (NBR 6118: 2003, item 14.4.1.1).
Portanto, os esforços predominantes são: momento fletor e força cortante.
Nos edifícios, em geral, as vigas servem de apoio para lajes e paredes, conduzindo suas cargas
até os pilares.
Como neste capítulo o efeito do vento não será considerado, as vigas serão dimensionadas para
resistir apenas às ações verticais.
Estudo de dimensionamento de Vigas isostáticas.
O primeiro passo para o projeto das vigas consiste em identificar os dadosiniciais. Entre
eles incluem-se:
• classes do concreto e do aço e o cobrimento;
• forma estrutural do tabuleiro, com as dimensões preliminares em planta;
• distância até o andar superior (caso existir);
• reações de apoio das lajes (cargas atuantes nas vigas);
• cargas das paredes por metro quadrado;
• dimensões das seções transversais das vigas, obtidas num pré-dimensionamento.
Em seguida, devem ser considerados: diagrama de corpo livre, sistema estático, vãos e dimensões
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da seção transversal.
a) Vinculação
No início deste estudo as vigas são admitidas simplesmentea poiadas, isostáticas.
c) Pré-dimensionamento
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As vigas não devem apresentar largura menor que 12cm. Esse limite podeser reduzido,
respeitando-se um mínimo absoluto de 10cm em casos excepcionais, sendo obrigatoriamente
respeitadas as seguintes condições (item 13.2.2 da NBR6118, 2003):
• alojamento das armaduras e suas interferências com as armaduras de outros
elementos estruturais, respeitando os espaçamentos e coberturas estabelecidos
nessa Norma;
• lançamento e vibração do concreto de acordo com a NBR 14931.
Sempre que possível, a largura das vigas deve ser adotada de maneira que elas fiquem embutidas
nas paredes.
Porém, nos casos de grandes vãos ou de tramos muito carregados, pode ser necessário adotar
larguras maiores. Nesses casos, procura-se atenuar o impacto na arquitetura do edifício.
Como estimativa inicial para a altura das vigas é dada por:
• tramos intermediários: hest = 0/12
• tramos extremos ou vigas bi apoiadas: hest = 0/10
• balanços: hest = 0/5
As vigas não podem invadir os espaços de portas e de janelas. Considera-se a abertura de portas
com 2,20m de altura.
Para simplificar o cimbramento, procura-se padronizar as alturas das vigas. Não é usual adotar
mais que duas alturas diferentes. Tal procedimento pode, eventualmente, gerar a necessidade de
armadura dupla, em alguns trechos.
Os tramos mais carregados, e principalmente os de maiores vãos, devem ter suas flechas
verificadas posteriormente.
4.2 AÇÕES
Em geral, as cargas nas vigas são: peso próprio, reações de apoio das lajes epeso de paredes.
Eventualmente, as vigas podem receber cargas de outras vigas.
As vigas podem, também, receber cargas de pilares, nos casos de vigas detransição ou em
vigas de fundação.
Com exceção das cargas provenientes de outras vigas ou de pilares, que sãoconcentradas, as
demais podem ser admitidas uniformemente distribuídas.
a) Peso próprio
Com base no item 8.2.2 da NBR 6118 (2003), na avaliação do peso próprio depeças de concreto
armado, pode ser considerada a massa específica (c) 2500kg/m3.
No cálculo das reações das lajes e de outras vigas, é recomendável discriminar as parcelas
referentes às ações permanentes e às ações variáveis, para que se possam estabelecer as combinações
das ações, inclusive nas verificações de fissuração e de flechas.
c) Peso de paredes
No cômputo do peso das paredes, em geral nenhum desconto é feito para vãos de portas e de
janelas de pequenas dimensões. Essa redução pode ser feita quando aárea de portas e janelas for maior
do que 1/3 da área total, devendo-se, nesse caso, incluir o peso dos caixilhos, vidros etc.
Os pesos específicos dos materiais que compõem as paredes podem ser obtidosem tabelas de peso
específico dos materiais de construção, que se encontra em livros específicos de cálculo estrutural ou
materiais de construção.
b) Armadura de Pele
A armadura de pele não é necessária, dado que a viga não tem altura superior a 60 cm. No entanto,
a fim de evitar fissuras de retração que surgem mesmo em vigas com altura de 50cm, será colocada uma
armadura de pele com área de 0,05 % Ac em cada face da viga, que era a área de armadura de pele
recomendada para vigas com alturas superiores a 60 cm, na versão NB-1 de 1978:
4 4,2 mm → 0,56 cm2 em cada face (ver Tabela C) distribuídas aolongo da altura.
𝐾3 𝑀𝑑
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𝐴𝑠 = . → 𝑇𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎 𝐶 eq.1.2
10 𝑑
d) Armadura dupla:
OBS: APENAS PARA CONHECIMENTO DO ALUNO!
𝑏𝑤 . 𝑑 2 . 105
𝐾6 = → 𝐾6 ≤ 𝐾6𝑙𝑖𝑚 eq.1.3
𝑀𝑑
𝑏𝑤 . 𝑑 2 . 105
𝑀𝑙𝑖𝑚 = → 𝐾6 ≤ 𝐾6𝑙𝑖𝑚 eq.1.4
𝐾6𝐿𝐼𝑀
𝐾3𝐿𝑖𝑚 𝑀𝑙 𝑙𝑖𝑚 𝐾7 ∆𝑀
𝐴𝑠 = . + . eq.1.5
10 𝑑 10 𝑑
𝐾7 ∆𝑀
𝐴′𝑠 = . eq.1.6
10 𝑑
𝐴𝑆𝑊 𝑉𝑆𝑊
= para estribos eq.1.7
𝑠 0,9 . 𝑑 . 𝑓𝑦𝑑
4.5 VERIFICAÇÕES
Antes do cálculo das armaduras, é necessário verificar se a seção transversal é suficiente para
resistir aos esforços de flexão e de cisalhamento.
A metodologia apresentada foi retirada do livro: Concreto armado eu te amo, vol 7º, autor Botelho,
M.H.CO. As tabelas utilizadas seguem anexo a esse material.
Pode-se usar armadura simples, para Mk máx. ≤ Mk.lim , ao contrário, pode ser necessário aumentar
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a seção da viga ou usar armadura dupla.
Outra providência, menos prática, seriam: diminuir o momento fletor – alterando a vinculação, o
vão ou a carga – ou aumentar a resistência do concreto. Esta talvez seja a menos viável, pois em geral se
adota a mesma resistência do concreto para todos os elementos estruturais.
A metodologia adotada nesse material, o autor do livro, Botelho não usa coeficiente de majoração
(𝛾c) para o concreto.
Verificação das diagonais de compressão. A máxima força cortante 𝑉𝑆𝑑 (𝑉𝑑 . 𝛾𝑐), no apoio, não
deve ultrapassar a força cortante última 𝑉𝑅𝑑2 , relativa à ruína das bielas comprimidas de concreto, dada
por (item 17.4.2.2 da NBR 6118, 1973):
O cálculo das armaduras é feito a partir dos diagramas de esforços cortante e momento fletor, já
com seus valores de cálculo (ver figura 5).
Exemplos desses cálculos são apresentados nos itens a seguir.
Calculadas as reações de apoio de todas as vigas do andar, pode ser elaborado um esquema do
tabuleiro, com as reações em cada pilar, discriminando-se as parcelas referentes a cada viga e indicando-
se os valores totais. Estes serão somadosàs ações provenientes dos demais andares, para se efetuar o
dimensionamento de cada tramo dos pilares.
• Diagrama de corpo livre (esquema estático) com identificação dos apoios e seus
comprimentos (em cm);
• vãos teóricos (em cm);
• valores característicos das cargas totais, com destaque para as cargas
variáveis (q) (em kN/m);
• esforços característicos - Vd , Rv e Md (unidades kN e m);
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c) Esforços e diagramas
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Numa viga bi apoiada, o cálculo dos esforços é muito simples. Seus valorescaracterísticos
são (Figura 5):
Neste caso, as reações nos apoios P1 e P2 são iguais às forças cortantes no seixos dos apoios.
Portanto, seus valores são: Vd1 = 50 kN e Vd2= 50 kN.
c) Verificações
Os esforços máximos 𝑀𝑑 , 𝑚𝑎𝑥 e 𝑉𝑑, serão comparados com os valores dereferência 𝑀𝑑 , 𝑙𝑖𝑚
, 𝑉𝑅𝑑2.
d) Altura útil
Para a seção indicada na Figura 6, tem-se:
𝑑’ = ℎ – 𝑑 = 𝑐 + ∅𝑡 + ∅ℓ /2 eq. 1.4
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𝑏 . 𝑑2
𝑀𝑑.𝑙𝑖𝑚. = 10 .
𝐾6 𝑙𝑖𝑚.
𝑏 . 𝑑2 0,20 . 0,3592
𝑀𝑑.𝑙𝑖𝑚. = 105 . = 105 . = 70,42
𝐾6 𝑙𝑖𝑚. 36,6
A máxima força cortante 𝑉𝑆𝑑 (𝑉𝑑 . 𝛾𝑐), no apoio, não deve ultrapassar a força cortante última
𝑉𝑅𝑑2. Isto é 𝑉𝑆𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑2
𝑉𝑆𝑑 = 𝑉𝑑 . 𝛾𝑐 = 50 𝑥 1,4 = 70 𝑘𝑁
𝑉𝑅𝑑2 = 0,27 . 𝛼𝑣2 . 𝑓𝑐𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑 = 0,27 . 0,92 . 14,286 . 0,20 . 0,359 = 254,80 𝑘𝑁
𝑉𝑆𝑑 = 70 𝑘𝑁 ≤ 𝑉𝑅𝑑2 = 254,0 → Ok! Não ocorrerá esmagamento do concreto nas bielas
comprimidas.
As expressões aqui deduzidas têm por finalidade apresentar o estudo de caso básico que permite as
primeiras aplicações da teoria de flexão.
Considerando-se o caso básico da flexão simples de seções retangulares com armadura simples, as
equações de equilíbrio podem ser deduzidas diretamente a partir da figura 5.
• fck = 20 MPa Aço CA50
• fcd = 14,28 Mpa
• bw = 20 cm = 0,2 m
• h = 40 cm = 0,4 m
• d = 35,9 cm = 0,359 m
• Vs = 50 KN
• Vsd = 50 x 1,4 = 70 KN
• fyd = 4350 kgf/cm2 = 4,35 tf/cm2 = 43,5 kN/cm
𝑏𝑤 . 𝑑 2 . 105
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𝐾6 = → 𝑇𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎 𝑇 − 13 → 𝐾3
𝑀𝑑
Adotar K6 = 51,6 para fck = 20 MPa, logo K3 = 0,369 para aço CA50
𝐾3 𝑀𝑑 0,369 50
𝐴𝑠 = . → . = 5,14 𝑐𝑚2,
10 𝑑 10 0,359
a) A força cortante:
Atuante na viga: no apoio correspondente a força cortante, é:
𝑉𝑑 = 50𝑘𝑁
𝑉𝑠𝑑 = 𝛾𝑐 . 𝑉𝑑 = 1,4 . 50 = 70 𝑘𝑁
Tabela - A
𝑓𝑐𝑘 (𝑀𝑝𝑎) 𝜌𝑠𝑤𝑚𝑖𝑛
20 0,09
𝐴𝑠𝑤 = 𝜌𝑠𝑤𝑚𝑖𝑛 . 𝑏𝑤
25 0,10
35 0,12
𝑏𝑤 𝑒𝑚 𝑐𝑚
𝑥
𝜉=
𝑑
Dados:
𝑥 = 𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 𝑑𝑎 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑛𝑒𝑢𝑡𝑟𝑎; 𝑑 = 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑢𝑡𝑖𝑙 𝑑𝑎 𝑣𝑖𝑔𝑎; 𝜉 =
𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎𝑣𝑒𝑙 𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎 𝑇 − 𝐶 através de K6.
𝐴𝑒𝑠𝑡𝑟. 1,8
𝑁º 𝐸𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑜𝑠 = = = 4,59 𝑒𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑜𝑠 (𝐴𝑑𝑜𝑡𝑎𝑟 5 𝑒𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑜𝑠)
(𝐴1 + 𝐴2) 0,392
O espaçamento entre estribos é calculado dividindo-se o comprimento do trecho (1m = 100cm) pelo
intervalo estre estribos (Nº estribos – 1), ou seja:
100 𝑐𝑚 100 𝑐𝑚
𝐸𝑠𝑝𝑎ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = = = 20 𝑐𝑚
(𝑁º 𝑒𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑜𝑠 − 1) 5
Bibliografia
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ANEXOS
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Tabela C – Área de aço e largura bw mínimo.
Fonte: Bastos/2017
Fonte: Botelho/2013
Continuação.
Fonte: Botelho/2013
Tabela E – Taxas mínimas de armadura de flexão para vigas (tabela 17.3 da NBR 6118)
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