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Disciplina Sistemas Estruturais – Estruturais.

APOSTILA DA DISCIPLINA

Sistemas Estruturais
(Estruturas)
2ª Parte – Vigas

ESTA APOSTILA É UMA COMPILAÇÃO DE


DIVERSOS MATERIAIS, COMO LIVROS, SITES E
CATÁLOGOS INDICADOS NAS REFERÊNCIAS.
ATENÇÃO: ESSA APOSTILA NÃO
SUBSTITUI A LEITURA E PESQUISA EM
LIVROS CONSAGRADOS DE NOSSA
BIBLIOGRAFIA DESCRITOS NO PLANO DE
ENSINO.

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Disciplina Sistemas Estruturais – Estruturais.

Sumário

1 Estudo das Estruturas - VIGAS.............................................................................. 3


1.1 Classificação das peças ou elementos estruturais .................................................................... 3
1.2 Apoios (Vínculos) .................................................................................................................... 3
2 Classificação quanto aos apoios: ............................................................................ 4
3 Sistemas isostáticos, hiperestáticos e hipostáticos .................................................. 4
3.1 Vigas......................................................................................................................................... 5
b) Sistemas de Cargas ................................................................................................................... 6
3.2 Reações de Apoio .................................................................................................................... 8
4 VIGAS .................................................................................................................. 8
4.1 Dados Iniciais ........................................................................................................................... 8
4.2 AÇÕES ................................................................................................................................... 10
4.3 CÁLCULO DAS ARMADURAS ......................................................................................... 11
4.5 VERIFICAÇÕES ................................................................................................................... 12
5 CÁLCULO DAS ARMADURAS............................................................................................. 13
5.1 Reações de apoios (totais) ...................................................................................................... 13
5.2 Exemplo de viga biapoiada. ................................................................................................... 14
5.3 Momento máximo com armadura simples ............................................................................. 17
5.4 Verificação das diagonais de compressão .............................................................................. 17
5.5 Dimensionamento da Viga simplesmente armada. ................................................................ 17
Bibliografia ............................................................................................................ 22
ANEXOS ............................................................................................................... 23

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1 Estudo das Estruturas - VIGAS


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1.1 Classificação das peças ou elementos estruturais

Elementos de 1ª categoria: são os elementos denominados de LINEARES, onde uma dimensão


é dominante. Ex: hastes ou barras (Pilares, vigas, tirantes, escoras, etc.)

Elementos de 2ª categoria: são os elementos bi-espaciais ou com duas dimensões dominantes.


Ex: placas, discos, chapas, etc.

Elementos de 3ª categoria: são os elementos que não tem dimensão dominante. Ex.: blocos
de fundação, maciços, etc.

1.2 Apoios (Vínculos)

Os vínculos podem ser de apoio e de ligação ou transmissão não havendo nenhuma distinção rígida
entre os dois tipos, dependendo da função que o vínculo esteja exercendo no momento em que é
analisado.
Por exemplo, analisando o sistema formado por:
LAJE – VIGA – PILAR – FUNDAÇÃO

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Se analisarmos o sistema LAJE – VIGA, a viga trabalhará como vínculo de apoio, mas se a análise
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for da LAJE – VIGA – PILAR, este último (o pilar) é que trabalhará como vínculo de apoio, passando
a viga para a condição de vínculo de ligação da laje com o pilar, e assim teremos casos semelhantes,
impossibilitando-nos a uma separação distinta entre APOIO e LIGAÇÃO.

2 Classificação quanto aos apoios:

a) Vínculo de 1º grau ou apoio móvel


É o vínculo que IMPEDE UM movimento, deixando LIVRE os outros DOIS. Representação:

b) Vínculo de 2º grau ou apoio fixo


É o vínculo que IMPEDE DOIS movimentos, deixando LIVRE os outros UM. Representação:

c) Vínculo de 3º grau ou engastamento


É o vínculo que IMPEDE todos os TRÊS movimentos. Representação:

3 Sistemas isostáticos, hiperestáticos e hipostáticos

De acordo com o número de vinculações, podemos classificar os sistemas como: SISTEMAS


ISOSTÁTICOS: são aqueles cujos números de vínculos são os estritamente necessários, isto é: Nº
EQUAÇÕES = Nº INCÓGNITAS

SISTEMAS HIPOESTÁTICOS: Nº EQUAÇÕES > Nº INCÓGNITAS


SISTEMAS HIPERESTÁTICOS: Nº EQUAÇÕES < Nº INCÓGNITAS

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Como sistemas isostáticos podemos citar alguns exemplos conforme segue no item 3.1:
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3.1 Vigas
Viga é um elemento estrutural onde uma das suas dimensões é predominante, portanto, elemento
de 1ª categoria.

a) Classificação

Vigas bi apoiadas:

Vigas engastadas:

Vigas bi apoiadas com balanço:

Vigas inclinadas:

Vigas Gerber:

Vigas contínuas:

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b) Sistemas de Cargas
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Carga concentrada:

Um objeto sobre A reação de uma Ação do pilar


uma laje viga apoiada sobre sobre uma
outra fundação

Carga distribuída:
Uniformemente: quando a intensidade da carga distribuída for constante. Sendo: q = taxa de
distribuição (a unidade dada em: Kgf/m ou tf/m) (unid. Força/ unid. Comprimento)

Parede sobre viga Parede sobre laje

Não uniforme: quando a intensidade da carga for variável.

Carga conjugada:

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Carga Momento: (unid. Força x distância perpendicular do ponto até a carga)


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Outras cargas:

Cargas acidentais (variável):

Vento; Empuxo; Frenagem; Sobrecargas; Terremoto; Neve; Cargas móveis.

Cargas permanentes: (ex: peso próprio)

Cargas Estáticas:

Cargas dinâmicas:

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3.2 Reações de Apoio


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As reações nos vínculos de um modo geral, quer sejam apoios, quer sejam simples transmissão,
são determinadas com a aplicação das seguintes regras que decorrem imediatamente do estudo da
estática.
Substituir os vínculos (apoios ou transmissão) pelas forças de ligação correspondentes, tendo
sempre presente que “a cada movimento impedido corresponde a uma força de ligação (reação)”.

Arbitrar um sentido para cada reação.


Escrever as equações fundamentais de equilíbrio.

CONSERVAR os sentidos arbitrados para as reações que resultarem positivas e INVERTER os


sentidos das que resultarem negativas.

4 VIGAS

Vigas são “elementos lineares em que a flexão é preponderante” (NBR 6118: 2003, item 14.4.1.1).
Portanto, os esforços predominantes são: momento fletor e força cortante.
Nos edifícios, em geral, as vigas servem de apoio para lajes e paredes, conduzindo suas cargas
até os pilares.
Como neste capítulo o efeito do vento não será considerado, as vigas serão dimensionadas para
resistir apenas às ações verticais.
Estudo de dimensionamento de Vigas isostáticas.

4.1 Dados Iniciais

O primeiro passo para o projeto das vigas consiste em identificar os dadosiniciais. Entre
eles incluem-se:
• classes do concreto e do aço e o cobrimento;
• forma estrutural do tabuleiro, com as dimensões preliminares em planta;
• distância até o andar superior (caso existir);
• reações de apoio das lajes (cargas atuantes nas vigas);
• cargas das paredes por metro quadrado;
• dimensões das seções transversais das vigas, obtidas num pré-dimensionamento.

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Em seguida, devem ser considerados: diagrama de corpo livre, sistema estático, vãos e dimensões
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da seção transversal.

a) Vinculação
No início deste estudo as vigas são admitidas simplesmentea poiadas, isostáticas.

Figura 1 – Tipos de apoios e vinculos.

b) Vão livre e vão teórico


Vão livre (  0 ) é a distância entre as faces dos apoios (Figura 2). O vão efetivo (  ef ), também
conhecido como vão teórico (  ), pode ser calculado por:
 = 0 + a1 + a2
com a1 igual ao menor valor entre t1 / 2 e 0,3h e a2 igual a t2 / 2.
No entanto, é usual adotar o vão teórico como sendo, simplesmente, a distânciaentre os eixos
dos apoios.
Nas vigas em balanço, vão livre é a distância entre a extremidade livre e a faceexterna do apoio,
e o vão teórico é a distância até o centro do apoio.

Figura 2 – Vão livre e vão teórico

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c) Pré-dimensionamento
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As vigas não devem apresentar largura menor que 12cm. Esse limite podeser reduzido,
respeitando-se um mínimo absoluto de 10cm em casos excepcionais, sendo obrigatoriamente
respeitadas as seguintes condições (item 13.2.2 da NBR6118, 2003):
• alojamento das armaduras e suas interferências com as armaduras de outros
elementos estruturais, respeitando os espaçamentos e coberturas estabelecidos
nessa Norma;
• lançamento e vibração do concreto de acordo com a NBR 14931.
Sempre que possível, a largura das vigas deve ser adotada de maneira que elas fiquem embutidas
nas paredes.
Porém, nos casos de grandes vãos ou de tramos muito carregados, pode ser necessário adotar
larguras maiores. Nesses casos, procura-se atenuar o impacto na arquitetura do edifício.
Como estimativa inicial para a altura das vigas é dada por:
• tramos intermediários: hest = 0/12
• tramos extremos ou vigas bi apoiadas: hest = 0/10
• balanços: hest = 0/5

As vigas não podem invadir os espaços de portas e de janelas. Considera-se a abertura de portas
com 2,20m de altura.
Para simplificar o cimbramento, procura-se padronizar as alturas das vigas. Não é usual adotar
mais que duas alturas diferentes. Tal procedimento pode, eventualmente, gerar a necessidade de
armadura dupla, em alguns trechos.

Os tramos mais carregados, e principalmente os de maiores vãos, devem ter suas flechas
verificadas posteriormente.

4.2 AÇÕES

Em geral, as cargas nas vigas são: peso próprio, reações de apoio das lajes epeso de paredes.
Eventualmente, as vigas podem receber cargas de outras vigas.
As vigas podem, também, receber cargas de pilares, nos casos de vigas detransição ou em
vigas de fundação.
Com exceção das cargas provenientes de outras vigas ou de pilares, que sãoconcentradas, as
demais podem ser admitidas uniformemente distribuídas.

a) Peso próprio

Com base no item 8.2.2 da NBR 6118 (2003), na avaliação do peso próprio depeças de concreto
armado, pode ser considerada a massa específica (c) 2500kg/m3.

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b) Peso da laje (Reações vertical)


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No cálculo das reações das lajes e de outras vigas, é recomendável discriminar as parcelas
referentes às ações permanentes e às ações variáveis, para que se possam estabelecer as combinações
das ações, inclusive nas verificações de fissuração e de flechas.

c) Peso de paredes

No cômputo do peso das paredes, em geral nenhum desconto é feito para vãos de portas e de
janelas de pequenas dimensões. Essa redução pode ser feita quando aárea de portas e janelas for maior
do que 1/3 da área total, devendo-se, nesse caso, incluir o peso dos caixilhos, vidros etc.
Os pesos específicos dos materiais que compõem as paredes podem ser obtidosem tabelas de peso
específico dos materiais de construção, que se encontra em livros específicos de cálculo estrutural ou
materiais de construção.

4.3 CÁLCULO DAS ARMADURAS

a) Dimensionamento das Armaduras


É apresentado as equações para o dimensionamento das armaduras longitudinais e transversais
como também a seção de concreto do elemento estrutural (viga).

b) Armadura de Pele

A armadura de pele não é necessária, dado que a viga não tem altura superior a 60 cm. No entanto,
a fim de evitar fissuras de retração que surgem mesmo em vigas com altura de 50cm, será colocada uma
armadura de pele com área de 0,05 % Ac em cada face da viga, que era a área de armadura de pele
recomendada para vigas com alturas superiores a 60 cm, na versão NB-1 de 1978:

As,pele = 0,0005 . 19 . 60 = 0,57 cm2

4  4,2 mm → 0,56 cm2 em cada face (ver Tabela C) distribuídas aolongo da altura.

c) Armadura Longitudinal de Flexão

Normalmente a armadura longitudinal é calculada apenas para os momentos fletores máximos,


positivos e negativos, que ocorrem ao longo da viga.
Roteiro para o cálculo de viga retangulares.
Armadura simples:
𝑏𝑤 . 𝑑 2 . 105
𝐾6 = → 𝑇𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎 𝑇 − 13 → 𝐾3 eq. 1.1
𝑀𝑑

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𝐾3 𝑀𝑑
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𝐴𝑠 = . → 𝑇𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎 𝐶 eq.1.2
10 𝑑

Obs: unidades em kN/m e m.

d) Armadura dupla:
OBS: APENAS PARA CONHECIMENTO DO ALUNO!

𝑏𝑤 . 𝑑 2 . 105
𝐾6 = → 𝐾6 ≤ 𝐾6𝑙𝑖𝑚 eq.1.3
𝑀𝑑
𝑏𝑤 . 𝑑 2 . 105
𝑀𝑙𝑖𝑚 = → 𝐾6 ≤ 𝐾6𝑙𝑖𝑚 eq.1.4
𝐾6𝐿𝐼𝑀
𝐾3𝐿𝑖𝑚 𝑀𝑙 𝑙𝑖𝑚 𝐾7 ∆𝑀
𝐴𝑠 = . + . eq.1.5
10 𝑑 10 𝑑
𝐾7 ∆𝑀
𝐴′𝑠 = . eq.1.6
10 𝑑

A entrada na Tabela D, que dá K7 e K8, é por 𝜉


Obs.: unidades em kN/m e m.
Armadura Transversal (estribos)

𝐴𝑆𝑊 𝑉𝑆𝑊
= para estribos eq.1.7
𝑠 0,9 . 𝑑 . 𝑓𝑦𝑑

4.5 VERIFICAÇÕES

Antes do cálculo das armaduras, é necessário verificar se a seção transversal é suficiente para
resistir aos esforços de flexão e de cisalhamento.
A metodologia apresentada foi retirada do livro: Concreto armado eu te amo, vol 7º, autor Botelho,
M.H.CO. As tabelas utilizadas seguem anexo a esse material.

a) Verificação ao momento fletor

O momento Limite para armadura simples e dado por:


𝑏 . 𝑑2
𝑀𝑑.𝑙𝑖𝑚. = 105 .
𝐾6 𝑙𝑖𝑚. eq.1.1

Mk.lim = Momento limite para viga simplesmente armada


b = Largura bw da viga em metro (m).
d = altura de cálculo da viga em metro (m).
K6 lim. = Valor de K6 corresponde ao valor limite na tabela T-13 anexo.

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Pode-se usar armadura simples, para Mk máx. ≤ Mk.lim , ao contrário, pode ser necessário aumentar
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a seção da viga ou usar armadura dupla.
Outra providência, menos prática, seriam: diminuir o momento fletor – alterando a vinculação, o
vão ou a carga – ou aumentar a resistência do concreto. Esta talvez seja a menos viável, pois em geral se
adota a mesma resistência do concreto para todos os elementos estruturais.
A metodologia adotada nesse material, o autor do livro, Botelho não usa coeficiente de majoração
(𝛾c) para o concreto.

b) Verificação a força cortante.

Verificação das diagonais de compressão. A máxima força cortante 𝑉𝑆𝑑 (𝑉𝑑 . 𝛾𝑐), no apoio, não
deve ultrapassar a força cortante última 𝑉𝑅𝑑2 , relativa à ruína das bielas comprimidas de concreto, dada
por (item 17.4.2.2 da NBR 6118, 1973):

𝑉𝑅𝑑2 = 0,27 . 𝛼𝑣2 . 𝑓𝑐𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑 eq. 1.2

𝑉𝑆𝑑 = 𝑉𝑑 . 𝛾𝑐 eq. 1.3

𝛼𝑣 = (1 − 𝑓𝑐𝑘 / 250) , 𝑓𝑐𝑘 𝑒𝑚 𝑀𝑃𝑎 ou 𝛼𝑣 = (1 − 𝑓𝑐𝑘 / 25) , 𝑓𝑐𝑘 𝑒𝑚 𝑘𝑁/𝑐𝑚2


𝑓𝑐𝑑 → resistência de cálculo do concreto (𝑓𝑐𝑘/ 𝛾𝑐)
𝑏𝑤 → menor largura da seção, compreendida ao longo da altura útil
𝑑 → altura útil da seção, igual à distância da borda comprimida ao centro de
gravidade da armadura de tração.
𝛾𝑐 → 1,4

5 CÁLCULO DAS ARMADURAS

O cálculo das armaduras é feito a partir dos diagramas de esforços cortante e momento fletor, já
com seus valores de cálculo (ver figura 5).
Exemplos desses cálculos são apresentados nos itens a seguir.

5.1 Reações de apoios (totais)

Calculadas as reações de apoio de todas as vigas do andar, pode ser elaborado um esquema do
tabuleiro, com as reações em cada pilar, discriminando-se as parcelas referentes a cada viga e indicando-
se os valores totais. Estes serão somadosàs ações provenientes dos demais andares, para se efetuar o
dimensionamento de cada tramo dos pilares.

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5.2 Exemplo de viga biapoiada.


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Apresenta-se o projeto da viga V1, apoiada nas vigas P1 e P2 (Figura 3).

Figura 3 – Forma da viga bi apoiada

Figura 4 – Seção transversal da viga.

Recomenda-se elaborar um memorial sintetizado, como o indicado na Figura 5, que inclui as


informações essenciais para o projeto e os principais resultados obtidos, entre os quais:
• nome da viga e dimensões da seção transversal (em cm);
• classe do concreto e do aço;
• cobrimento nominal (em cm);
• valores de referência Md,lim , VRd2 e VSd,min (unidades kN e m);

• Diagrama de corpo livre (esquema estático) com identificação dos apoios e seus
comprimentos (em cm);
• vãos teóricos (em cm);
• valores característicos das cargas totais, com destaque para as cargas
variáveis (q) (em kN/m);
• esforços característicos - Vd , Rv e Md (unidades kN e m);

• diagramas de esforços de cálculo: Vd e Md (unidades kN e m);

• barras longitudinais ( em mm) com seus comprimentos (em cm);

• estribos t (em mm), espaçamento e comprimento dos trechos com mesmo


espaçamento, (em cm).

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Figura 5 – Memorial sintetizado


a) Dados iniciais
Os dados iniciais estão indicados na Figura 5 (dimensões em centímetros):Nome da viga: V1;
• Dimensões da seção: 20 x 40;
• Classe do concreto C20 e do aço CA-50;
• Cobrimento c = 2,5 (Classe I)
• Diagrama de corpo livre (Esquema estático);
• Dimensões dos apoios na direção do eixo da viga (20 cm)
• Vão teórico (410)
• Nome dos apoios (P1 e P2).

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c) Esforços e diagramas
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Numa viga bi apoiada, o cálculo dos esforços é muito simples. Seus valorescaracterísticos
são (Figura 5):

𝑀𝑑 = 𝑃. 𝐿2 / 8 = 25,0 𝑥 4,002 / 8 = 50 𝑘𝑁. 𝑚


𝑉𝑑 = 𝑃. 𝐿/ 2 = 25,0 𝑥 4,00 / 2 = 50 𝑘𝑁

Neste caso, as reações nos apoios P1 e P2 são iguais às forças cortantes no seixos dos apoios.
Portanto, seus valores são: Vd1 = 50 kN e Vd2= 50 kN.

c) Verificações
Os esforços máximos 𝑀𝑑 , 𝑚𝑎𝑥 e 𝑉𝑑, serão comparados com os valores dereferência 𝑀𝑑 , 𝑙𝑖𝑚
, 𝑉𝑅𝑑2.

d) Altura útil
Para a seção indicada na Figura 6, tem-se:

𝑑’ = ℎ – 𝑑 = 𝑐 + ∅𝑡 + ∅ℓ /2 eq. 1.4

Considerando c = 2,5 cm, t = 0,63 cm e  = 2 cm (valores de t e  estimados), aplicando a


equação 1.4, tem-se:
𝑑’ = 2,5 + 0,63 + 2,0 / 2 = 4,13 ≅ 4,1 𝑐𝑚
𝑑 = ℎ – 𝑑’ = 40 – 4,1 = 35,9 cm

Figura 6 – Seção transversal da viga

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5.3 Momento máximo com armadura simples


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5
𝑏 . 𝑑2
𝑀𝑑.𝑙𝑖𝑚. = 10 .
𝐾6 𝑙𝑖𝑚.

𝑏 . 𝑑2 0,20 . 0,3592
𝑀𝑑.𝑙𝑖𝑚. = 105 . = 105 . = 70,42
𝐾6 𝑙𝑖𝑚. 36,6

5.4 Verificação das diagonais de compressão

A máxima força cortante 𝑉𝑆𝑑 (𝑉𝑑 . 𝛾𝑐), no apoio, não deve ultrapassar a força cortante última
𝑉𝑅𝑑2. Isto é 𝑉𝑆𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑2

Aplicando a equação 1.3 e 1.2, tem-se:

𝑉𝑆𝑑 = 𝑉𝑑 . 𝛾𝑐 = 50 𝑥 1,4 = 70 𝑘𝑁
𝑉𝑅𝑑2 = 0,27 . 𝛼𝑣2 . 𝑓𝑐𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑 = 0,27 . 0,92 . 14,286 . 0,20 . 0,359 = 254,80 𝑘𝑁
𝑉𝑆𝑑 = 70 𝑘𝑁 ≤ 𝑉𝑅𝑑2 = 254,0 → Ok! Não ocorrerá esmagamento do concreto nas bielas
comprimidas.

5.5 Dimensionamento da Viga simplesmente armada.

As expressões aqui deduzidas têm por finalidade apresentar o estudo de caso básico que permite as
primeiras aplicações da teoria de flexão.
Considerando-se o caso básico da flexão simples de seções retangulares com armadura simples, as
equações de equilíbrio podem ser deduzidas diretamente a partir da figura 5.
• fck = 20 MPa Aço CA50
• fcd = 14,28 Mpa
• bw = 20 cm = 0,2 m
• h = 40 cm = 0,4 m
• d = 35,9 cm = 0,359 m
• Vs = 50 KN
• Vsd = 50 x 1,4 = 70 KN
• fyd = 4350 kgf/cm2 = 4,35 tf/cm2 = 43,5 kN/cm

5.5.1 Cálculo da armadura longitudinal (Momento fletor positivo)


Determinar a armadura necessária para resistir ao momento fletor positivo na viga das figuras 5.
Aplicando a equação 1.1 e 1.2, tem-se:

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𝑏𝑤 . 𝑑 2 . 105
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𝐾6 = → 𝑇𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎 𝑇 − 13 → 𝐾3
𝑀𝑑

0,20 . 0,3592 . 105


𝐾6 = = 51,552 → 𝑇𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎 𝑇 − 13 → 𝐾3 (𝑎𝑛𝑒𝑥𝑜 𝑇𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎 𝐷)
50

Adotar K6 = 51,6 para fck = 20 MPa, logo K3 = 0,369 para aço CA50

𝐾3 𝑀𝑑 0,369 50
𝐴𝑠 = . → . = 5,14 𝑐𝑚2,
10 𝑑 10 0,359

Conforme tabela seção de aço (anexo Tabela C) verificar a


quantidade de aço comercial compatível com a seção de cálculo.

Portanto, As = 5,14 cm2


• barras ∅ 10 mm; ou;
• 3 barras ∅ 12,5 mm + (mais) 02 barras ∅ 10mm).

5.5.1 Cálculo da armadura transversal - Estribos (Força cortante)


Para o cálculo da armadura transversal é usado o maior valor em relação a força cortante calculada
no sistema. Para o nosso exemplo as forças cortantes no pilar 01 é igual a força cortante no pilar 02, pode
ser utilizada qualquer valor. A verificação das diagonais de compressão já foi realizada em momento
anterior.
Para a mesma viga com força cortante de 50 KN.

• fck = 20 MPa Aço CA50


• fcd = 14,28 Mpa
• bw = 20 cm = 0,2 m
• h = 40 cm = 0,4 m
• d = 35,9 cm = 0,359 m
• Vs = 50 KN
• Vsd = 50 x 1,4 = 70 KN
• fyd = 4350 kgf/cm2 = 4,35 tf/cm2 = 43,5 kN/cm2

a) A força cortante:
Atuante na viga: no apoio correspondente a força cortante, é:

𝑉𝑑 = 50𝑘𝑁
𝑉𝑠𝑑 = 𝛾𝑐 . 𝑉𝑑 = 1,4 . 50 = 70 𝑘𝑁

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b) Cálculo da armadura transversal mínima.


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Tabela - A
𝑓𝑐𝑘 (𝑀𝑝𝑎) 𝜌𝑠𝑤𝑚𝑖𝑛
20 0,09
𝐴𝑠𝑤 = 𝜌𝑠𝑤𝑚𝑖𝑛 . 𝑏𝑤
25 0,10
35 0,12
𝑏𝑤 𝑒𝑚 𝑐𝑚

𝐴𝑠𝑤 = 𝜌𝑠𝑤𝑚𝑖𝑛 . 𝑏𝑤 → 0,09 . 20 = 1,8 𝑐𝑚2 /𝑚

c) Determinar o valor de Vco:


(força cortante atuando na flexão simples e na flexo-tração, com a linha neutra cortando a seção).
Tabela - B
𝑓𝑐𝑘 (𝑀𝑝𝑎) 𝑓𝑐𝑡𝑑 (𝑀𝑃𝑎) 0,6 . 𝑓𝑐𝑡𝑑 (𝑀𝑃𝑎) 0,6 . 𝑓𝑐𝑡𝑑 (𝑘𝑃𝑎) 𝑉𝑐𝑜 = 0,6 . 𝑓𝑐𝑡𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑
20 0,92 14,286 3.548 𝑉𝑐𝑜 = 664 . 𝑏𝑤 . 𝑑
25 0,90 17,857 4339 𝑉𝑐𝑜 = 767 . 𝑏𝑤 . 𝑑
30 0,88 21,429 5.091 𝑉𝑐𝑜 = 870 . 𝑏𝑤 . 𝑑
𝑏𝑤 𝑒 𝑏 (𝑒𝑚 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠), 𝑉𝑐𝑜 𝑒𝑚 𝑘𝑁

𝑉𝑐𝑜 = 664 . 𝑏𝑤 . 𝑑 → 664 . 0,2 . 0,359 = 47,67 𝑘𝑁

d) Cálculo da Armadura longitudinal Asw


𝑉𝑠𝑤 = → 𝑉𝑠𝑑 − 𝑉𝑐𝑜 = 70 − 47,67 = 22,33 𝑘𝑁
Por fim, aplicando a equação 1.7, tem-se:
𝐴𝑆𝑊 𝑉𝑆𝑊
= para estribos
𝑠 0,9 . 𝑑 . 𝑓𝑦𝑑
𝑑 = 𝑚, 𝑓𝑦𝑑 = 𝑘𝑁/𝑐𝑚2
𝐴𝑆𝑊 𝑉𝑆𝑊 22,33
= → = 1,58 𝑐𝑚2/𝑚
𝑠 0,9 . 𝑑 . 𝑓𝑦𝑑 0,9 . 0,359 . 43,5

Comparar com a taxa mínima de acordo com a norma:


𝐴𝑆𝑊
𝐴𝑠𝑤 = 1,8 𝑐𝑚2 /𝑚 ≥ = 1,58 𝑐𝑚2/𝑚
𝑠
Logo temos que usar a área mínima porque é maior que a área de cálculo
• 𝐴𝑠𝑤 = 1,8 𝑐𝑚2 /𝑚 (área de estribo necessária para suportar a tração em 1 metro ou 100 centímetro
de viga).
• 9 barras de 𝜙 5,0 mm ou 6 barras de 𝜙 6,3 mm.

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e) Verificação da armadura máxima longitudinal, tem-se:


20
𝐴𝑠𝑤𝑚á𝑥. = 4% . 𝐴𝑐 = 0,04 . 20 . 40 𝑐𝑚 = 32 𝑐𝑚2

f) Cálculo da linha neutra


A linha neutra é compreendida como um plano que separa duas regiões – a comprimida e a tracionada
– num mesmo elemento quando submetido à flexão. Além das verificações especificadas nessa norma, a
posição da linha neutra, em relação à fibra mais comprimida, é necessária para calcular a área de aço de
tração da viga

Figura 7 – linha neutra

𝑥
𝜉=
𝑑
Dados:
𝑥 = 𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 𝑑𝑎 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑛𝑒𝑢𝑡𝑟𝑎; 𝑑 = 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑢𝑡𝑖𝑙 𝑑𝑎 𝑣𝑖𝑔𝑎; 𝜉 =
𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎𝑣𝑒𝑙 𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎 𝑇 − 𝐶 através de K6.

g) Determinação da linha neutra:


𝑥
𝜉= → 𝑥 = 𝜉 . 𝑑 → 𝑥 = 0,32 . 35,9 = 11,48 𝑐𝑚
𝑑

Figura 8 – linha neutra e diagrama tensão

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h) O cálculo da quantidade e do espaçamento dos estribos:


21
Lembrar que cada estribo tem 2 barras ou 2 áreas conforme é mostrado na figura abaixo:

Adotando pra estribos a barra de 5,0 mm, cuja


área é de 0,196 cm2 (ver tabela C em anexo) e como
cada estribo tem duas áreas, cada um, estribo,
corresponde a soma de A1 + A2 = 0,392 cm2.

A quantidade de estribos é dada por:

𝐴𝑒𝑠𝑡𝑟. 1,8
𝑁º 𝐸𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑜𝑠 = = = 4,59 𝑒𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑜𝑠 (𝐴𝑑𝑜𝑡𝑎𝑟 5 𝑒𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑜𝑠)
(𝐴1 + 𝐴2) 0,392

O espaçamento entre estribos é calculado dividindo-se o comprimento do trecho (1m = 100cm) pelo
intervalo estre estribos (Nº estribos – 1), ou seja:

100 𝑐𝑚 100 𝑐𝑚
𝐸𝑠𝑝𝑎ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = = = 20 𝑐𝑚
(𝑁º 𝑒𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑜𝑠 − 1) 5

i) Desenho final de lançamento das armaduras


A viga deve ser armada com estribos de 5,0 mm de diâmetro, espaçados a cada 20 cm, ou descreves
simplesmente: 𝜙 5,0𝑚𝑚 𝑐/ 20.

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Bibliografia
22

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estruturas de


concreto – Procedimento, NBR 6118. Rio de Janeiro, ABNT, 2014.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Concreto para fins
estruturais – Classificação pela massa específica, por grupos de resistência e consistência. NBR
8953, ABNT, 2009.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Concreto – Determinação
da resistência à tração na flexão de corpos de prova prismáticos. NBR 12142, ABNT, 2010.
BASTOS, P.S.S. Vigas de concreto armado. Disciplina 2323 – Estruturas de Concreto II.
Bauru/SP, Departamento Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia - Universidade Estadual
Paulista (UNESP), jun/2017, http://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/pag_concreto2.htm).
Botelho, M. H. C. Concreto armado eu te amo, vol.1, 7ª edição, São Paulo, Ed. Blucher,
2013.
FUSCO, P.B. Técnica de armar as estruturas de concreto. São Paulo, Ed. Pini, 2000, 382p.
FUSCO, P.B. Estruturas de concreto teoria e aplicação. São Paulo, Ed. Guanabara Dois.

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ANEXOS
23
Tabela C – Área de aço e largura bw mínimo.

Fonte: Bastos/2017

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Tabela D – tabela T-13 – Tabela de dimensionamento de vigas à flexão K6 e K3..


24

Fonte: Botelho/2013
Continuação.

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Tabela D – tabela T-13 – Tabela de dimensionamento de vigas à flexão K6 e K3..


25

Fonte: Botelho/2013

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Tabela E – Taxas mínimas de armadura de flexão para vigas (tabela 17.3 da NBR 6118)
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Tabela F – Área e massa linear de fios e barras de aço (NBR 7480)

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