Você está na página 1de 6

Relatório do 4º "Bate-Papo" de geoquímica na temática dos isótopos estáveis.

O palestrante do 4º bate-papo, com tema “Isótopos Estáveis Aplicados a


Quimioestratigrafia Isotópica” foi o Prof. Dr. Alcides Nóbrega Sial, Geólogo, um dos
pioneiros no Brasil na utilização da sistemática de elementos terras raras (sistema
granito) e isótopos de oxigênio em petrologia ígnea. Fundou o Laboratório de Isótopos
Estáveis (LABISE, UFPE) que inclui extração de oxigênio a laser de CO 2, pioneiro na
América do Sul. Um dos pioneiros na América do Sul na utilização de
quimioestratigrafia isotópica em geral (Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Colômbia) e
especificamente na utilização de Mercúrio (Hg) e isótopos de Mercúrio (Hg) em várias
localidades incluindo Índia, China, Itália, Dinamarca, Irão, Eslovênia, Croácia, Canada,
Austrália. Prof. Sial é considerado entre os 20 professores da UFPE mais influentes do
mundo em suas áreas de atuação. O “bate-papo” teve seu inico as 20:00h de Portugal,
foi transmitida via Zoom. A moderação da palestra foi feita pela Prof.ª Analise Bertotti.

O Professor Alcides Sial, começou a palestra falando da conferência de Geoquímica que


será no Porto de galinhas (Brasil), essa conferência devia ser realizada no ano passado,
mas devido a pandemia ela foi adiada para esse ano em agosto nos dias 24 e 25, poderá
ser de forma “on line”, ou de forma híbrida tudo irá depender como estará a situação da
pandemia até agosto. Para essa sessão estão convidados grandes cientistas que trabalha
nessa área de pesquisa a nível mundial, onde irão comemorar os 30 anos do LABISE.

O professor apresentou o livro publicado por si, onde foram retirados os capítulos deste
resumo da palestra, com o título “Chemostratigraphy” e o subtítulo “Across Major
Chronological Boundaries” tem como co-autores, Claúdio Gaucher, M. Ramkumar, e
Valdezrez P. Ferreira, foi impresso em fevereiro de 2020, o livro concorreu e venceu o
prémio internacional de ciências da terra de 2020.

No primeiro capítulo do livro, discutiram a questão de quimioestratigrafia como sendo


um método formal em estratigrafia, poucas pessoas sabem que, particularmente a
quimioestratigrafia nunca tinha sido considerado formalmente como um método
estratigráfico, mas a bioestratigrafia era considerado como sendo um método
estratigráfico. O palestrante aconselha a quem queira estudar ou a desenvolver pesquisas
na área quimioestratigrafia, a ler este capítulo e o livro de Muragomá, 2015, no capítulo
que fala sobre quimioestratigrafia. Ele preparou duas peças para falar nessa palestra, a
primeira era sobre “Globally-enhaced Hg deposition and Hg isotopes in some sections
stradding the Cretaceous-Paleogene or Permean-Triassic Boundary: link to volcanism”
este artigo teve a co-autoria de Jiubin Chen (China), L. D. Lacerda (Fortaleza), C. Korte
(Dinamarca), J. Spangenbrg (Suíça), C. Gaucher (América do Sul), J. C. Silva-Tamayo,
V. C. Tewari (India), M. K. Pandit (India), V. P. Ferreira, J. A. Barbosa, N. S. Pereira,
P. R. Riedel. Os italianos Luís Alvarez e Walter Alvarez (pai e filho), estudaram a
passagem cretácea na Itália, que teria provocado a extinção em massa de mais de 65%
do vivia na terra, muito tempo depois foi se descobrir onde deve ter caído um asteroide
gigante que também se presumi teria provocado essa extinção em massa, o local fica no
México. Durante muito tempo se procurou anomalias de irídio para provar a causa dessa
extinção em massa, as anomalias de mercúrio são 3, que podem provar que o
vulcanismo foi o motivo dessa extinção em massa dos seres vivos na terra, mas isso não
esta ligado a possível queda de um meteorito na terra. Keller, 2004 nos EUA, na sua
publicação “Impact predates K/Pg mass extinction” disse que, essa cratera pré-data da
extinção em massa do K/Pg tinha 3 anomalias por si descobertas, que estavam a baixo
do K/Pg, na passagem de K/Pg e acima do K/Pg, por ter um impacto muito intenso.
Com isso ficam também a hipótese de que pode ser o vulcão intenso na Índia que
provocou essa extinção em massa, e a queda do asteroide no México por esses autores
está fora de hipótese. Keller, 2016 fez uma retrospetiva de tudo que se conhecia, das 3
fases, mais importantes, entre as fases 1 e 2, tem uma fase que não ouve vulcanismo, o
K/Pg esta entre os dois derrames. Schoene, 2019 usou zircões de uranio e chumbo para
fazer a datação de outros elementos responsáveis pela extinção em massa, grande
derrame de basalto, e a crise ambiental subsequente no PTB, tem derrame de basalto na
Rússia não tem o impacto meteorito. Para o PTB o vulcanismo é o eleito para o causa
responsável pela extinção em massa. O Mercúrio é proveniente do vulcanismo, com
tempo de residência de um a dois anos, a emissão de vulcanismo moderno data cerca de
112t/ano (Niargu e Becker, 2003) estudaram a quimioestratigrafia do mercúrio e
isótopos de mercúrio para ver a fonte de mercúrio no K/Pg, eles publicaram em 2013
(Mercury as a proxy for volcanic activity during extreme enveironmental turnover: The
Cretaceous-Paleogen transition) pegaram sessão da Dinamarca e 2014 (Globally
enhanced Hg deposition and Hg isotopes in sections straddling the Permian-Triassic
boundary: Link to volcanism) na Itália e Argentina, e 2016 (Mercury enrichment and
Hg isotopes in Creataceous-Paleogene Boubdary sucessions: Link to volcanismand
paleoenviromenmental impacts) na Índia onde está o mercúrio, tido com o responsável
pela extinção, eles escolheram duas sessões no hemisfério norte (Gubbio section “Gola
Bottaccione” - Italy), onde está o resíduo encontrado Iridio anómalo, na
quimioestratigrafia escolheram o Carbono orgânico total, Mercúrio, Molibdénio e os
terras raras, Carbono orgânico total por ser um dos responsável por reter mercúrio no
organismo, terras raras estão crescidos ligados a zircão aos rebaixamento da água do
mar, & (Hojerup sction “Stevns Klint” - Denmark) aconteceu quase a mesma coisa com
argila enriquecido com mercúrio e Irídio que forma um membro. Escolheram duas
zonas no hemisfério sul (Um Soohryngkew section, Meghalaya - Índia) & (Poty Quarry
section - Brasil) onde aparece um pedaço de osso de dinossauros, é uma sessão mais
próxima a ser completa da América do Sul ela possui uma anomalia de mercúrio e
Molibdénio teve uma queda de terras raras com uma contribuição na queda do nível da
água do mar. A professora Elles, comprovou essa ideia na Tunísia, através de uma
sessão de (Co-GSSP) viu as anomalias abaixo e confirmou as teorias publicadas por
esses autores, e ela está convencida que a ideia da descoberta de mercúrio é muito boa
para o estudo de extinção em massa á 266 milhões de anos, ela já esta adotando a ideia
de usar o mercúrio. O professor e outros autores, foram convidados a escreveram o
capítulo (11) de um livro, onde mostra uma distinção de anomalias espalhadas com boa
distribuição marinha, os trabalhos feitos no vulcanismo são muito bons, que tem um
detalhe que mostra larvas vulcânicas que mostra um hiato vulcânico, onde apresenta um
intervalo de extinção com intrusões de cinzas vulcânicas que podem ser intrusivas. Na
Eslovénia aparece uma anomalia de Carbono e Mercúrio o autor não acredita nos
resultados porque pode ser uma contaminação. Na Croácia tem uma anomalia que que
equivale a anomalia primaria, que não sabem o que é. Olhando para o Irão, a queda de
Carbono e Mercúrio ele tem uma anomalia a baixo e uma anomalia bem marcante, em
Abadeh em termos de Carbono tem uma anomalia bem marcante em queda, e o
Mercúrio não foi visível. Em Meishan tem camadas vulcânicas, que apresentam o
mercúrio com boa anomalia que foi concluído sobre essa informação. A curva de
Carbono, no intervalo de extinção ela tem mais oscilação, mas depois de passar o
ETME ela tende a ser uma reta, mas para o mercúrio ela tem uma anomalia no LPME e
entre o LPME e o PTB, também tem uma anomalia que os autores ainda não
concluíram, mas deve ter uma possibilidade de conclusão, por cima de ETME a curva
não está clara. No Canada o Carbono inorgânico, tem uma queda forte no LPME uma
anomalia e o mercúrio tem várias anomalias nas diferentes fases, e na Austrália, o
Carbono, tem uma queda norte no LPME, em todos os casos, tinha anomalias, mas
como comprovar que o mercúrio era mesmo vulcânico? Sabendo que esses autores
foram os primeiros a usar os isótopos de mercúrio á K/Pg, existem isótopos que
depende da massa, que são 209 e 199, como separar que aquilo que era dito que era do
vulcânico, não era do esteroide, mas sim do vulcânico. Assim lançaram o diagrama que
possivelmente será usado por muitos futuramente no mundo para esses estudos, olharam
que os condritos de mercúrio 202 das emissões do esteroide tinham variações negativas
de 0 á -1, e os condritos vulcânicos de mercúrio vai de 0 á -2, e para o mercúrio 201, as
emissões vulcânicas eram em torno de 0, esse diagrama era usado pela primeira vez por
esses autores. Pegaram o trabalho de Shen et al, 2019, um panorama geral do
comportamento do delta, colocou vulcanismo que tendia a ter positivo, plantas
continentais, tende a ser negativa, sedimentos continentais tende a ser negativos, solos
tende a ser negativo, carvão, tende a ser negativa, sedimento marinho poderá ser
positivo. Plotando MAF e o MDF, essas duas amostras caem dentro da emissão
vulcânica, e a maior parte das amostras de Europa caem perto de 0, perto de estrato da
Sibéria, da China e Austrália caem dentro da Vulcânica, solo e carvão, no Irão foram
mais negativos. Foi plotado num diagrama quimioestratigrafia entre MAF & MDF,
ajuda nos resultados obtidos acima por Shen mostra que aparecem as amostras caem
dentro da emissão vulcânica/condrite, muito provavelmente o mercúrio deve ser em
torno de zero. Se olharmos para os PTB as sessões da Europa, eles estão em torno de
zero relativamente próximo ao estrato da Sibéria. Se olharmos na China, não há
fracionamento, caem parte dela dentro da vulcânica e parte no sedimento, solo e carvão.
K/Pg e PTB tem 3 picos bem definidos de Hg/TOC: o Carbono é uma mudança
negativa muito importante, e ajuda a quimioestratigrafia de carbono. Intervalo de
extinção do PTB não tem nenhuma amostra vulcânica/condrite. Na transição K/Pg tem
alguma parte de amostra vulcânica/condrite. O fluxo terrigenous-Hg no PTB. no pico 2
de K/Pg o delta do mercúrio é 0, o que reforça a ideia de que não ouve uma colisão de
um asteroide. No pico 3 o delta é positivo. No final deixo recomendação de novos
estudos:

1. Origem do Hg/TOC no pico entre o LPME e PTB;


2. Tempo + durante os isótopos Hg nos basaltos vulcanismo e STLIPs;
3. Hg: associado a lavas básicas ou ácidas?
4. Hg OM-associado (Hg/TOC), sulfato-associado (HG/S) ou absorvido em argilas
(Hg/Al)?
Depois da apresentação seguiu o debate, onde os presentes apresentaram questões o
palestrante foi respondendo, e o webinar terminou quando eram 21:46h.
Conclusão
Na presente apresentação, foi possível perceber que o autor juntamente com a sua
equipe de trabalho, descartam a teoria de que o sumiço em massa (de mais de 65%) das
espécies em vida na terra á milhões de anos, foi devido a queda do meteorito na terra
que teria provocado essa extinção em massa, para esses autores a extinção em massa,
deveu-se a uma intensa atividade vulcânica durante longo período de tempo, que afetou
varias regiões do planeta terra conforme as evidencias de estudos que foram realizados
por vários autores, e comprovado por esse grupo de cientistas nos últimos anos. Esse
grupo de cientistas é composto por professores de diversas partes, para além de novos
estudos eles também fizeram estudos de continuação, como forma de dar seguimento e
descobrir a relação entre diversos estudos realizados por muitos cientistas de várias
partes do mundo com interesse nesta matéria. Apesar das evidências claras sobre as
conclusões deste estudo, os autores ainda deixam uma gama de temas que recomendam
o seu estudo para se poder descobri mais ainda sobre a extinção em massa.

Você também pode gostar