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FOTOGRAFIA PERICIAL: IMPORTÂNCIA DA ESCALA DE REFERÊNCIA E SUA

UTILIZAÇÃO

Conference Paper · January 2018

DOI: 10.29327/xiseb.128400

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5 authors, including:

Thiago Leite Beaini Rodolfo F H Melani

Universidade Federal de Uberlândia (UFU) University of São Paulo
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XI Simpósio de Engenharia Biomédica – SEB 2018
FOTOGRAFIA PERICIAL: IMPORTÂNCIA DA ESCALA DE REFERÊNCIA
E SUA UTILIZAÇÃO
T. L. Beaini*, L. C. S. Silva **, L. F. C. Martins**, M. I. B. Franco** e R. F. H. Melani***
*Professor da disciplina de Odontologia Legal da FOUFU, Uberlândia, Brasil
** Discentes da FOUFU, Uberlândia, Brasil
***Professor da Disciplina de Odontologia Legal de FOUSP, São Paulo, Brasil
e-mail: tbeaini@ufu.br
Resumo: As imagens com finalidade de diagnóstico
e periciais frequentemente são realizadas com uma
escala métrica de referência. O objetivo deste trabalho é
apresentar uma sequência de passos que possibilitará a
análise métrica em fotografias digitais, compreendendo
padronização desde o registro aos de resultados. Com
uma imagem contendo uma régua de características
ideais para essa finalidade, foram demonstrados os
passos para o estabelecimento da escala na imagem
resultante e mensuração de objeto nela contida. O
programa ImageJ pode transformar distâncias em pixels
em milímetros. Escalas métricas, em imagens, permitem
um registro dimensional imprescindível. Os
profissionais da saúde e peritos devem dominar as
ferramentas capazes de estabelecer métrica conhecida
em imagens.
Palavras-chave: Odontologia Forense; Fotografia
Forense; Análise Digital
Abstract: The images with diagnosis and forensic ends
are frequently made with a metric reference scale. The
objectives of this paper is to present a sequence of steps
that enables the metrical analysis in digital
photographs, clarifying all standards of this kind of
registry. Using an image, with a ruler with optimal
features for this purpose, all stages of this process were
demonstrated in order that a scale in the image that
enabled measurements in the objects in it. The software
ImageJ could convert distances in pixels into
millimeters based on the ruler. Metric scales, in images,
allowing one to record importance dimensional
reference. All health professional and forensic experts
should know how to use the tools that can establish
known metrics in images.
Keywords: Forensic Dentistry, Forensic Photography,
Digital analysis
Introdução
Nas áreas da saúde é comum analisar, diagnosticar e
registrar resultados por meio de fotografias de pacientes
e objetos. Nas práticas periciais estas se tornam
imprescindíveis [1-5].
Em estudos arqueológicos, análise de locais de
crime (fato) ou perícias em pessoas vivas ou mortas, é
frequente a utilização de imagens fotográficas
acompanhadas de escalas [6-9].
A American Board of Forensic Odontology (ABFO)
criou uma escala padrão para a utilização em
fotografias. O engenheiro William Hyzer e o Dr.
Thomas Krauss, diplomado da ABFO, idealizaram uma
escala para que fosse utilizada em análises de marcas de
mordida, mas que também se tornaram padrão de
fotografias forenses para diversos tipos registros [10].
Há muito tempo foi estabelecido que a presença da
escala na imagem tem suma importância à medida que
possibilita o registro permanente para conferência ou
novas mensurações [11].
Atualmente, há diversas ferramentas que
possibilitam uma automação deste processo e que se
encontram disponíveis ao profissional da saúde ou
perito. Dessa forma, aquele que analisa imagens deve
dominar as técnicas de aplicação de escalas em
imagens.
O objetivo deste trabalho é apresentar uma
sequência de passos que possibilitará a análise métrica
em fotografias digitais, compreendendo padronização
desde o registro ao registro de resultados.
Materiais e métodos
A régua ABFO nº 2 tem um formato de “L”, com
duas pernas iguais de 80mm cada, formando um ângulo
de 90 graus entre sí (Figura 1). Possui graduação em
milímetros que possibilitam formar uma grade
mensurável. Conta com a incorporação de três círculos
com raio de 19,75mm interno e medida externa de
23mm, que auxiliam na identificação do ângulo da
câmera em fotos oblíquas (Figura 1). A sua superfície
inibe o reflexo do flash de fotografias além de possuir
escala de cinza característica para o equilíbrio de cores
em softwares de manipulação de imagens.
XI Simpósio de Engenharia Biomédica – SEB 2018

Preparo da imagem

A imagem pode ser melhorada sem que se configure

alteração de seu conteúdo. Para isso possibilita-se que
cada um encontre ajustes de Brilho, Contraste e nitidez,
disponíveis nos menus Image> adjust>
Brightness/contrast e Process> Sharpen.

Estabelecimento da Escala

Posteriormente, a ferramenta Straight Segment pode

ser utilizada para traçar uma reta que compreendesse o
equivalente à 1 cm na escala em posição próxima ao
objeto de interesse (Figura 3).
Figura 1: A- Fotografia realizada em posicionamento
padrão (Perpendicular); B- Fotografia realizada em
ângulo de 75 graus. Pode-se verificar a alteração do
ângulo entre os lados da régua e alteração na forma do
círculo de referência central.

Um Dente Humano, do acervo do Laboratório de

Antropologia e odontologia forense da FOUSP, com 21
mm de comprimento foi fotografado sobre uma
superfície plana com câmera (Sony H10, USA)
posicionada em um ângulo de 90 graus. Uma escala
ABFO No 2 (Lightning Powder CO., INC, USA) foi
posicionada sobre a superfície (Figura 2).

Figura 3: medida de 1 cm na escala medida com a

ferramenta de segmento reto, destacadas pelas setas

Após esse procedimento, deve-se buscar o menu

Analize> set scale. Ao selecionar a opção, uma janela se
abrirá e permitirá que a distância medida, em pixels
(Picture elements), seja visualizada. Também permitirá
que se preencha sua equivalência em uma distância
conhecida (known distance) além da unidade métrica
desejada. Nesse caso preenchemos com 10mm para que
as distâncias sejam medidas em detalhes uma vez que a
opção “Ok” seja selecionada (Figura 4).
Figura 2: Imagem utilizada no teste.

Três Observadores foram orientados a analisar a

imagem em busca do tamanho total do dente,
utilizando-se da descrição de técnica presente neste
artigo.

Software utilizado e justificativas

Para a análise proposta utilizou-se o programa de

análise de imagens ImageJ (National Institutes of
health, USA. Disponível para download em:
https://imagej.nih.gov/ij/index.html). Este foi
primeiramente selecionado por ser de acesso livre,
possuir mais de 500 plugins disponíveis e por possuir
ferramentas que permitem a adequação da escala em Figura 4: Procedimento de estabelecimento de escala
imagens.
XI Simpósio de Engenharia Biomédica – SEB 2018
Medidas em imagens
Nessa última etapa, pode-se utilizar qualquer
referência na imagem para mensurar a distância com a
ferramenta de segmento reto. O que o programa é capaz
de fazer é converter, proporcionalmente, a distância em
pixels dessa imagem para a escala estabelecida. Isto é,
se 100 pixels for equivalente à 10 mm, 50 pixels seria
equivalente à 5 mm, se fossem 350 pixels, na escala
seriam medidos 35mm.
As medidas podem ser feitas em sequência, e
registradas com o comando “ctrl+M”.
Resultados
Na figura 5 pode-se observar o sucesso da análise
digital da imagem, uma vez que obteve-se a mensuração
real do dente utilizado.
Figura 5: Mensuração do maior comprimento do dente
com 21.58mm
As demais observadoras encontraram medidas
semelhantes, atestando a aplicabilidade da técnica
descrita: 21, 4mm; 21,5mm .
Discussão
O domínio da análise em imagens digitais se faz tão
presente na prática pericial e das profissões da saúde
quanto o conhecimento e experiência para efetuar o
diagnóstico. Mas não só as ciências forenses e
biomédicas se beneficiam dessa prática. Da construção
civil à engenharia biomédica os relatos de trabalhos
utilizando imagens e escalas são frequentes.
Em muitas áreas, faz se o diagnóstico de condições
físicas, posturais, de lesões e outros apenas com
imagens feitas do paciente [9, 12].
A técnica aqui descrita possui vantagens de trabalhar
em software simples e de licença aberta. Também
observa-se que não se faz necessária a experiência
computacional avançada.
A técnica tem versatilidade para diferentes
finalidades, assim como amplas vantagens. Na figura 6
pode-se observar um outro contexto de utilização.
Figura 6: Mensuração de dedos da mão
Embora outros editores de imagem consagrados
possam realizar a mesma tarefa, a precisão e
simplicidade do ImageJ se mostrou bastante adequada
para essa finalidade.
Recomenda-se que sempre que sejam realizadas
fotografias com escalas sempre que se possa necessitar
de dimensões de objeto ou parte do corpo.
Conclusão
A escala métrica, em imagens, permite um registro
dimensional imprescindível. Os profissionais da saúde e
peritos devem dominar as ferramentas capazes de
estabelecer métrica conhecida em imagens.
Agradecimentos
Os autores agradecem a Liga de Antropologia e
Odontologia forense da FOUFU e o OFLAB-USP.
Referências
[1] Arbenz G. Medicina legal e antropologia forense. 1ª
ed. Rio de Janeiro: Atheneu; 1988.
[2] Silva M. Compêndio de odontologia legal. Rio de
Janeiro: Guanabara-Koogan; 1997.
[3] Vanrell J. Odontologia Legal e Antropologia
Forense. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan;
2009.
[4] Daruge E, Daruge Jr E, Luiz FJ. Tratado de
Odontologia Legal e Deontologia. 1st ed. São Paulo:
Santos; 2017.
[5] Jobim LF, Costa LRdS, Silva M, Jobim MdSL.
Identificação Humana. 3rd ed. Campinas:
Millenium; 2018.
[6] American Board of Forensic Odontology A.
Diplomates reference manual. EUA2018.
[7] Beaini TL, Zanin AA, Miranda GE, Flores M, Curi
JP, Melani RFH. Dinâmica de Perícia em Local de
Crime na Disciplina de Odontologia Forense da FO-
USP. Rev Grad USP. 2016;1.
[8] Gertsovich I, Nilsson M, Bartunek JS, Claesson I.
Automatic estimation of a scale resolution in
forensic images. Forensic Sci Int. 2018;283:58-71.
 XI Simpósio de Engenharia Biomédica – SEB 2018

[9] Villa C. Forensic 3D documentation of skin injuries.

International journal of legal medicine.
2017;131:751-9.
[10] Hyzer WG, Krauss TC. The Bite Mark Standard
Reference Scale – ABFO No. 2,. J Forensic Sci.
1988;33:498-506.
[11] Gavan JA, Washburn SL, Lewis PH. Photograph:
An anthropometric tool. American journal of
physical anthropology. 1952;10:331-54.
[12] Iunes DH, Castro FA, Salgado HS, Moura IC,
Oliveira AS, Bevilaqua-Grossi D. Confiabilidade
intra e interexaminadores e repetibilidade da
avaliação postural pela Fotogrametria. Rev bras
fisioter. 2005;19:327-34.

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