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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

Disciplina: Brasil e as novas Fronteiras globais;

Campus/Curso: Tijuca/ Relações Internacionais Período: 7º

Professor: ALEXANDRE ANDRADE ALVARENGA

Nome/matrícula: Jairo de Carvalho Silva Junior / 20201107079

Introdução.

Desde o início de sua independência, o Brasil tem buscado estabelecer


uma posição relevante no cenário internacional, e para isso, tem desenvolvido
princípios e conceitos que orientam sua política externa. Ao longo do tempo,
esses princípios e conceitos foram evoluindo e se adaptando às mudanças na
ordem internacional e às transformações internas no país. Nesse contexto, a
atuação do Brasil na saúde global tem sido um tema cada vez mais relevante,
e neste artigo, serão analisados momentos de continuidade e ruptura na
atuação do país nessa área, com o objetivo de entender como os princípios e
conceitos da Política Externa Brasileira influenciaram essa atuação.

Atuação do Brasil na Saúde Global.

A atuação do Brasil na área da saúde global tem sido reconhecida como


fundamental, tanto em âmbito regional quanto global. A história do país na área
da saúde remonta ao período da Ditadura Militar, quando foram criados o
Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) e o
Sistema Único de Saúde (SUS), que foram marcos importantes para garantir o
acesso universal e gratuito à saúde. Com essas iniciativas, o Brasil se tornou
um dos primeiros países em desenvolvimento a adotar um sistema de saúde
universal e gratuito, permitindo que todos os cidadãos tenham acesso a
serviços de saúde de qualidade. (BRASIL, FUNASA)

Além disso, o Brasil tem desenvolvido uma série de políticas e


programas para o combate a doenças endêmicas, como a malária, a
tuberculose e a leishmaniose. Esses esforços incluem a produção de
medicamentos e vacinas, bem como a capacitação de profissionais de saúde e
a conscientização da população sobre as medidas preventivas. O país também
tem sido um líder na luta contra a AIDS, tendo alcançado uma redução
significativa na incidência da doença nos últimos anos.

Nos anos 2000, o Brasil consolidou sua atuação na área da saúde


global, por meio da criação de diversas iniciativas. Em 2006, foi criada a
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que tem como objetivo regular
e fiscalizar os planos de saúde privados. Com isso, o Brasil se tornou um dos
poucos países em desenvolvimento a possuir uma agência reguladora de
saúde privada. No mesmo ano, foi criado o Programa Mais Médicos, que tem
como objetivo levar atendimento médico a regiões remotas do país, com uma
ênfase especial nas áreas rurais e nas periferias das grandes cidades.

Além disso, o Brasil tem desempenhado um papel importante na


promoção da saúde global por meio de sua participação em fóruns
internacionais. Em 2011, o Brasil sediou a primeira Conferência das Nações
Unidas sobre Doenças Não Transmissíveis, que reuniu líderes de todo o
mundo para discutir estratégias de prevenção e controle dessas doenças.
Como resultado da conferência, foi adotado um plano de ação global que visa
reduzir a incidência de doenças como diabetes, câncer e doenças
cardiovasculares em todo o mundo.

Em suma, a atuação do Brasil na área da saúde global tem sido


significativa, tanto em âmbito regional quanto global. Com iniciativas como o
SUS, a ANS e o Programa Mais Médicos, o país tem conseguido garantir o
acesso universal e gratuito à saúde, bem como combater doenças endêmicas e
não transmissíveis. A participação do Brasil em fóruns internacionais também
tem sido fundamental para a promoção da saúde global e o desenvolvimento
de estratégias efetivas para o controle e prevenção de doenças em todo o
mundo.

Momentos de Continuidade e Ruptura.


A continuidade da atuação do Brasil na área da saúde global pode ser
observada em diversas ações e políticas implementadas ao longo dos anos.
Em 2006, por exemplo, o Programa Mais Médicos foi criado para levar
assistência médica a áreas remotas do país, o que se alinha ao compromisso
com o acesso universal à saúde. O país também tem sido um líder na luta
contra doenças endêmicas, como a malária, a tuberculose e a leishmaniose,
desenvolvendo políticas e programas para combater essas doenças.

Outro momento de continuidade foi a criação da Agência Nacional de


Saúde Suplementar (ANS) em 2006, que regula e fiscaliza os planos de saúde
privados no Brasil. A agência garante que esses planos cumpram os requisitos
necessários para oferecer serviços de saúde de qualidade e acessíveis à
população.

Por outro lado, o momento de ruptura na atuação do Brasil na saúde


global em 2021 foi amplamente criticado, tanto no país quanto
internacionalmente. O país passou a ser visto como um obstáculo na luta
global contra a pandemia, com a postura negacionista adotada pelo governo.
Essa postura incluiu questionar a eficácia das vacinas e promover tratamentos
sem comprovação científica, o que gerou desconfiança em relação à
credibilidade das autoridades brasileiras na área da saúde. Além disso, a falta
de uma estratégia clara e coordenada para enfrentar a pandemia, bem como a
falta de apoio às medidas de distanciamento social e uso de máscaras,
contribuíram para a disseminação do vírus no país. Tudo isso pode ter um
impacto negativo na imagem do Brasil como um parceiro confiável na área da
saúde global, além de prejudicar a saúde da própria população brasileira.

Considerações Finais.

A atuação do Brasil na área da saúde global tem sido pautada pelos


princípios e conceitos da Política Externa Brasileira, como a solidariedade
internacional e a cooperação sul-sul. O país tem desenvolvido políticas e
programas para o combate a doenças endêmicas e tem consolidado sua
atuação na área da saúde global nos últimos anos. No entanto, é necessário
destacar a importância de manter uma postura comprometida com a saúde
global, especialmente em momentos de crise, como foi o caso da pandemia de
Covid-19.

A postura negacionista adotada pelo governo brasileiro em relação à


pandemia pode prejudicar a imagem do país como um parceiro confiável na
área da saúde global, além de ter consequências graves para a saúde da
população brasileira. É fundamental que o Brasil retome sua liderança na área
da saúde global, reafirmando seu compromisso com o acesso universal e
gratuito à saúde e com a cooperação internacional.

Além disso, é importante destacar a necessidade de se fortalecer o


Sistema Único de Saúde, que é uma das principais conquistas da política de
saúde brasileira. O SUS tem sido fundamental para garantir o acesso à saúde
de milhões de brasileiros e é uma referência internacional em termos de
políticas públicas de saúde. É fundamental que o governo brasileiro invista na
ampliação e na modernização do SUS, garantindo que ele possa continuar a
oferecer serviços de qualidade e acessíveis a toda a população.

Por fim, é fundamental que o Brasil mantenha sua atuação na área da


saúde global em consonância com os princípios e conceitos da Política Externa
Brasileira, como a solidariedade internacional e a cooperação sul-sul. Somente
dessa forma o país poderá consolidar sua posição de liderança na área da
saúde global e contribuir de forma efetiva para a promoção da saúde e do bem-
estar das pessoas em todo o mundo.

Referências:
Silva, I.C., & Castro, J.L. (2016). O desenvolvimento de Estratégias de Gestão do Trabalho nas
secretarias de saúde da região Centro-Oeste do Brasil.

Ministério da Saúde. (2021). Atuação do Brasil na Saúde Global. Recuperado em 25 de abril de


2023, de < https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/atuacao-do-brasil-na-
saude-global >.

Gadelha, C. A. G., & Costa, L. S. (2019). The decline of Brazil in the global health field: Rupture,
continuity and the role of BRICS in health governance. Global Public Health, 14(1), 1-12. <
https://doi.org/10.1080/17441692.2018.1468443 > Acesso em: 25 de abril de 2023.
COUNCIL ON FOREIGN RELATIONS. As ambições globais do Brasil. Escrito por Diana Roy.
Última atualização em 19 de setembro de 2022. Disponível em: <
https://www.cfr.org/backgrounder/brazils-global-ambitions > . Acesso em: 25 abr. 2023.

ALMEIDA, Maria Hermínia Tavares de; FERNANDES, Ivan Filipe; GUIMARÃES, Feliciano de
Sá. Estruturando a Opinião Pública em Questões de Política Externa: O Caso do Brasil. Latin
American Research Review, v. 57, n. 1, p. 113-129, 2022. Disponível em: <
https://www.cambridge.org/core/journals/latin-american-research-review/article/structuring-
public-opinion-on-foreign-policy-issues-the-case-of-
brazil/A59E3EC39467B5E77EF01DA3C1AF78D7 >. Acesso em: 25 abr. 2023.

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