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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO DE ARTES, HUMANIDADES E CIÊNCIAS PROFESSOR MILTON SANTOS


BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM ARTES
ESTUDANTE: Théo Tavares Klein
MATRÍCULA: 221118474 DATA: 12/12/2022

AVALIAÇÃO FINAL, RELATÓRIO E DIÁRIO DE ARTISTA

Eu lembro que logo na primeira aula, na salinha com o tatame, que nos foi perguntado
individualmente o que nós fazíamos de “arte”, e eu respondi que não só não fazia nada, como
também não me identificava como artista, e em parte eu ainda concorda como minha
afirmação do meu eu passado. Pouco antes das aulas começarem eu alcancei um mangá
chamado “Blue Period”, que é uma obra que acompanha um jovem artista se descobrindo e
explorando o mundo da arte vindo de um background no qual ele nunca antes havia tido um
contato expressivo com arte (bem diferente do meu). A obra em si não é nada extraordinária,
mas traz no grosso do seu conteúdo alguns insights pertinentes sobre visões de mundo e
percepções do que é arte, e uma fala de um personagem ficou comigo desde então: “as
pessoas fazem arte para se sentirem realizadas, não?”. E nossa(!), como caiu uma ficha, não
sei se chegou a ser “A” ficha, mas que caiu, caiu. Por mais que eu já tivesse feito alguma
coisinha aqui e acolá, nada realmente me realizou, me satisfez, por isso eu disse que não me
considerava e em parte ainda não me considero um “artista”. Arte por arte não me atrai.
Porém, contudo, entretanto todavia, ao longo do componente de Ação Artística 2,
minha visão foi mudando, e eu tenho que concordar com o Raul Seixas quando ele diz que
prefere ser uma metamorfose ambulante, o exato oposto do que ele disse antes, do que ter
aquela velha opinião formada sobre tudo. Minha vódrasta é desenhista e foi professora na
ESPM, minha mãe era atriz e fez um filme com Jorge Furtado, ambas são pessoas nas quais
eu me inspiro e que eu admiro muito. Mas é o ex-marido da irmã do meu padrasto (sim, é
complicado) que é o artista que eu mais admiro, não só pelas suas obras, mas principalmente
por uma expressão, que saindo da boca dele já ficou naturalizada no vocabulário dele.
“Busca”, ele usa pra quando uma coisa é legal, interessante, ou divertida. Quando eu
perguntei pra ele de onde vinha e por que ele sempre falava, ele respondeu algo nas linhas de
“busca vem de buscar, sempre buscando algo novo”. Posso estar embelezando uma
lembrança, mas quando uma uma coisa simples dessa fica tão nitidamente marcada na
memória, eu acho que uma licença poética é mais do que permitida. Estagnação é o suicídio
criativo, BUSCA!
Talvez a mera menção da existência desse documento para um professor seja
considerada crime capital entre os estudantes do IHAC, mas a existência dele leva a uma
situação engraçada. O “Não vá que é barril” é um documento atualizado semestralmente por
centenas de estudantes de todos os B.I.s e contém excertos e pareceres dos estudantes sobre os
professores. Na época das matrículas ele é amplamente compartilhado nos grupos com o
intuito de ajudar os alunos a escolher os professores mais de boas e evitar os mais tenebrosos.
Eu esqueci de procurar o nome Sheila Ribeiro, e não nego que eu não teria me matriculado se
tivesse me baseado nos comentários antes de me matricular. A maioria falava que a professora
era maluca, o que em retrospectiva, não estavam de todo errados (0w0). Quando eu cheguei
na primeira aula, porém, eu tinha lido e tava super pé atrás.
Ao longo da disciplina com a temática arte e dados, eu acabei percebendo que por
mais que eu não fosse me contentar com o que quer que fosse a minha proposta de ação
artística, o mais importante era sair da inércia. E foi o que acabou acontecendo meu projeto
final foi uma experiência muito divertida de fazer mas não me contentou no quesito técnica
nem no quesito conceito. Mas a oportunidade de a ter realizado valeu muito a pena.

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