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DRE: 110090386
Rio de Janeiro, 18 de abril de 2013
Porém um fato que aconteceu no final das dinâmicas gerou mais discussão e
reflexão do que a própria aula em si. Uma cesta de canetas que foi “violentada” por
alguns alunos “imaturos” e “ínvoluidos”, conforme um grupo de “civilizados” da turma
disse.
Confesso que eu também fui uma da turma dos “bárbaros” que avançou em cima
da cesta pra disputar a cor de caneta preferida. Porém foi como um impulso, um
regresso prazeroso às brincadeiras “bobas” da infância, um momento de liberação de
energias.
Sei que desviei do tema referente à aula, que é a identidade de cada homem e
mulher. Porém não podia deixar de falar em individualidade, sem tocar nessas questões
referentes à censura dos nossos comportamentos instintivos.
Nessa aula, a questão da individualidade ficou mais objetiva pra mim Foi uma
experiência muito inesperada.
Detemos vários conceitos sobre nós próprios, porém não sabemos se esses
conceitos são traduzidos pelos outros do jeito que imaginamos.
Depois de ser observada, tinha chegado a minha hora de observar A função dos
grupos foi trocada e feito um novo sorteio. A minha “missão” era observar uma das
meninas, Keren.
Ela tinha uma caminhada bem equilibrada, um porte rígido, mais delicado e
elegante apesar de mexer demais apenas um dos braços. Sua postura era ereta,
formando uma linha reta da coluna vertebral. Acho que o corpo dela também me ajudou
a chegar nessa concussão, já que a menina era bem proporciona de medidas, o que
transmitia uma sensação de equilíbrio melhor.
Incorporar o andar dela foi uma experiência muito interessante, pois me fez
observar melhor a minha própria forma de andar. Além disso, essa atividade foi bem
produtiva, porque passei a “corrigir” o meu jeito bruto de caminhar, erguendo os
ombros caídos e adotando uma postura mais ereta, assim como a colega que eu observei
Posso dizer que, analisar a caminhada das pessoas na rua virou o meu passatempo nos
momentos de tédio.
Conforme eu disse num dos textos anteriores, ainda não estamos preparados para
lidar com o corpo alheio de forma mais íntima, fora de um contexto erótico.
Essa aproximação ainda causa certo desconforto, talvez por nos sentirmos invadidos.
O corpo é considerado uma propriedade indivídual, e quando alguém “atravessa” a
nossa individualidade, acaba provocando inúmeras reações.
Rio de Janeiro, 06 de junho de 2013
Acho que nós da EBA, ainda estamos muito presos na idéia de que a arte, como
experiência estética se restringe apenas em questões visuais, na técnica e na
representação da matéria.
A experiência dessa aula foi bem interessante. Nossos olhos foram cobertos
com tiras pretas e exploramos vários obstáculos com todos os sentidos possíveis, menos
com a nossa visão.
Um dos princípios do Design diz que “Forma segue função” Mas conforme eu
vi pichado numa pilastra localizada em frente à reitoria, e se adequa demais nessa
discussão, a “Forma [também ] repensa a função” .
Hoje foi tocado num assunto que eu amo; os princípios da linguagem visual
Com o nosso corpo, representamos conceitos de ponto, linha e pano na prática. Foi
mais uma sugestão perfeita para aplicarmos como atividade pedagógica, principalmente
quando os estudantes (principalmente as crianças e adolescentes estiverem saturadas de
fazer trabalhos manuais) .
Essa atividade mostrou que também podemos apresentar esses conceitos tão
simples, porém abstrato demais e fora do contexto para muitos, de uma maneira bem
mais interativa e energética tal como os mais jovens.
Enfim, essa também foi a penúltima aula do curso e a última reatada nesse diário
Confesso que foi uma das minhas disciplinas preferidas, pois sempre tive interesse em
me aprofundar mais (e vou continuar) nessas questões de corporeidade e sua relação
com a arte .
REFERÊNCIAS DE IMAGENS