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CURSO: Pós-Graduação em Psicopedagogia

DISCIPLINA: O Lúdico e a Aprendizagem

PROFESSOR: Ana Paulo de Próspero Dalfré

ALUNO: Alexandre Augusto Izaias

DATA DA ENTREGA: 19/06/21

SANTA RITA DO SAPUCAÍ, 14 de junho de 2021.


Trabalho Final – Diário de Bordo

Construir um Diário de Bordo com as reflexões desencadeadas a partir de cada uma das aulas.
A construção é livre! Assim, é possível usar a criatividade e compor o seu diário da forma que
desejar.
É importante citar os textos e as propostas vivenciadas em aula, compondo uma reflexão
teórica e prática.

MEU DIÁRIO
08/05
Aula 01 - Neste dia a professora Ana Paula se apresentou e também o seu conteúdo
para o curso. Achei muito interessante a escolha da literatura e dos jogos pelo
qual passaremos. Espero que o curso corresponda às minhas expectativas e
que eu saia dela melhor do que entrei.

- Posteriormente fomos nós que nos apresentamos através de uma dinâmica


onde contamos um pouco de nossa trajetória através de fotos e imagens. Essa
dinâmica me remeteu a um passado do qual tinha me afastado a tempos, e me
fez pensar sobre resgastar algumas coisas dessa história, ao mesmo tempo em
que percebi o quão importante foram os momentos em que pude brincar e o
quanto este ato está relacionado ao nosso crescimento.
- Participamos também do jogo das pranchas, onde tivemos que escrever o
maior número de imagens possíveis. O que mais me chamou a atenção foi a
quantidade de itens que não percebi e outras pessoas sim. Fez-me pensar no
processo de linguagem, e como é que vemos aquilo que para nós é
importante, ou que estamos habituados. Realmente somos diferentes uns dos
outros, ao mesmo tempo em que nos completamos de certa forma.

- A partir desta etapa e das reflexões da professora e dos colegas passamos a


estudar e a discutir dois textos: “Brincar Livremente (posto no livro “A
Poética da Infância” de Severino Antônio e Kátia Tavares)”, e “Elaborações
Simbólicas por Meio das Brincadeiras” (presente no livro “Segredos do
Aprender”). No primeiro texto, fomos presenteados com uma reflexão sobre
o brincar ao longo da vida, presente este notado em todas as fases de nossa
jornada. Cada um de nós pôde falar um pouco do texto deste autor que é antes
de qualquer coisa um poeta. Como não percebi que aspectos simples da vida
têm a ver com o brincar, como quando contamos uma piada, cantamos uma
música, etc. Já no segundo texto, em equipe refletimos sobre uma parte do
texto “Menino que não sabia brincar”. Levi, seu nome, foi muito pouco
estimulado quando criança, por conta dos excessos familiares ao qual foi
submetido, isso lhe trouxe consequências gravíssimas quanto ao seu
desenvolvimento: um atraso de seis anos em sua vida. Tal situação me fez
pensar o quanto somos seres de relação, dependentes do outro para evoluir
em todos os âmbitos. Levi pode ser resgatado pela sensibilidade de
profissionais que lhe auxiliaram a atravessar o caminho custoso que é se
diferenciar neste processo em que cada um de nós precisa passar, e que
chamamos de linguagem. O jogo lúdico o ajudou bastante a entrar novamente
no campo das interações e com isso ganhar outras possibilidades que lhe
possibilitaram desejar.

- Como sugestão para a casa a professora deixou uma atividade onde


deveríamos assistir ao longa-metragem em formato de documentário “O
Começo da Vida 2 - Lá Fora”, que reflete sobre a relação das crianças com a
natureza e sua importância para o desenvolvimento de cada um de nós
enquanto ser humano. Vários profissionais e crianças puderam falar um
pouco, o que enriqueceu ainda mais o enredo. Mais uma vez fiquei pensativo,
às vezes nos esquecemos desse contato tão importante com a natureza e até
mesmo com a infância. As cidades estão cada vez menos verdes e isso é uma
perda enorme para todos nós. Como é importante colocar os pés no chão,
sentir o peso de cachoeira, o cheiro do verde. Esse contato nos transporta para
a vida fora de nós, do qual vamos aos poucos, nos distanciamos. Retomar
essa parte seria muito interessante e benéfico. Permitir que as crianças
tenham contato com o natural é sinal de respeito para com elas. Desse
contato há muito que se tirar e possibilita que o desenvolvimento caro a cada
um de nós seja melhor aproveitado. Muni-las de verde, é dar a elas a
dimensão do mundo e sem dúvida será enormemente aproveitado para
celebrar adultos mais sensíveis e dispostos a repensar o necessário da vida.
15/08
Aula 02 - Nesta aula pudemos refletir sobre um artigo escrito por Lino de Macedo,
intitulado “Os Jogos e Sua Importância na Escola”, onde o autor dividiu os
jogos em três partes, mais uma intermediária. Na primeira parte se encontram
os jogos de exercício, ligados ao corpo (sensório motor) e aos movimentos
corporais e repetições. Neste ponto o conhecimento se dá no contato direto
com o objeto e o prazer se encontra no domínio da função. Na segunda parte
se encontram os jogos simbólicos, onde a linguagem e representação estão
presentes, assim como o uso da fantasia. O jogo do desejo está no coletivo.
Entre a penúltima e última divisão se acha uma parte intermediária
denominada de jogo de construção, em que há a passagem do pensamento
intuitivo para o operário e que abre caminho para a divisão final, chamada de
Jogo de Regra, que tem caráter coletivo, e a competência se dá no desafio de
superar a si mesmo. Nessa fase se encontram achados importantes como a
coordenação das ações, atenção, concentração, aprendizagem para superar a
si mesmo, além do respeito às regras. Não tinha pensado em tantas
possibilidades que são ofertadas pelos jogos a ponto de subdividi-lo em
funções tão essenciais e que fizeram sentido.
- Posteriormente, além de refletirmos sobre alguns textos como “O Espírito
do Jogo” e “Pega Varetas: Fatores que Interferem na Aprendizagem”, que
têm a participação também do professor Lino de Macedo e trata
respectivamente daquilo que no jogo é mais do que simplesmente regras, mas
o que dele podemos levar e usar para a vida, seja como recurso lúdico ou
mesmo de ensino e aprendizagem. Já sobre o jogo Pega Varetas foi possível
perceber que ele possui enorme variedade no campo pedagógico, através e
suas várias possibilidades. Não tinha pensando o quanto se pode tirar de um
único jogo aproveitando todo o seu potencial. Estou surpreso com o curso.
Duas colegas que estavam na aula presencial puderam jogá-lo e com isso
serviram de vitrine para que observássemos o desenvolvimento de ambas e
um pouco do olhar que se deve ter. Olhar este, que passa pela teoria
psicopedagógica. O mais interessante é que se pode aprender brincando.
Dessa forma, nada fica pesado. Tudo é mais leve, como deveria ser toda sala
de aula. Era nítido perceber que elas estavam se divertindo e por momentos
esqueceram o cotidiano que pede de nós ocupações.

- Brincamos também de “Descubra o Animal”, aliás, foi divertidíssimo.


Nesse jogo o que chamou a atenção foi mais uma vez a questão da
linguagem, em que o locutor e receptor nem sempre combinavam em suas
descrições e imagens sobre um determinado animal. A linguagem seria nesse
caso um problema e a solução. Como bem fala Slavoj Zizek, funciona em
determinados assuntos como o “Cavalo de Troia”, podendo ser para nós um
presente e ao mesmo tempo uma armadilha.

- Como atividade, foi proposto que assistíssemos ao documentário “Território


do Brincar - Diálogos com as Escolas” e fizéssemos um paralelo com o artigo
“Os Jogos e Sua Importância na Escola”. Percebi logo de cara a presença dos
jogos de exercícios, quando, entretidos com as brincadeiras, as crianças se
movimentavam, através do toque na terra, na montagem com bambus,
soltando cata-ventos, nadando ou correndo, apanhando animais, entre outras
atividade físicas, ou seja, tudo aquilo que diz respeito ao movimento, à
repetição. Já a segunda função do jogo, o simbólico, se manifesta nas cantigas
de roda, na comunicação verbal exigida nas brincadeiras e na denominação
das condições impostas pelas brincadeiras. Na fase de transição, chamado
Jogo de Construção, onde se pode obervar a passagem do pensamento
intuitivo para as fases operatórias, importante para se chegar posteriormente
às fases abstratas, podemos destacar a manipulação de objetos dando a eles
um único significado, (a madeira que serve para fazer a fogueira, destacando
a finalidade concreta, - não sendo mais o boneco de pau, - sem levar em conta
outros usos da madeira). O jogo de regras se apresenta, por exemplo, na
forma de organização em que eles se moldavam. Respeitando o lugar do
outro, a cooperação, o repeito ao espaço e a vez de cada colega. Fazer esse
tipo de analogia é difícil, mas nos ajuda a perceber se fixamos corretamente a
matéria. Tive dificuldade com a fase de transição. Não sei se respondi
corretamente, mas foi interessante pensar sobre o texto, relacionando-o com
um vídeo. Nem sempre temos que responder corretamente a alguma coisa que
estamos aprendendo. Eu fico me perguntando quando é que perdemos a
coragem que tem as crianças.

- Outra atividade proposta para a casa foi a leitura do Texto “O Aprender é


Quase tão Lindo Quanto o Brincar”. Que por sinal é excelente e denso. Mais
um desafio neste curso tão curto.

29/05
Aula 03 - Logo no início da aula conversamos sobre o texto que ficou para ser lido:
“O Aprender é quase tão lindo quando o Brincar”. Nesse texto lemos que
aprender e ensinar estão intimamente ligados, já que o ensinante entrega algo
a mais do que somente o conteúdo a ser passado, ele entrega a relação. Nessa
troca há se achar o desejo, a vontade, que são motores para quem ensina e
quem aprende. Nesse cenário a autoria de pensamento é facilitada pelo
ensinante, que não-prende quem aprende, mas o deixar ir, mesmo que isso
implique não ser mais necessário. Aprender, como bem diz o texto requer
liberdade. Nas discussões refletíamos a função magnífica do psicopedagogo
no processo de autoria e a coragem para se enfrentar o medo do que está por
vir. Coragem de transformação, de abandono dos velhos hábitos, para
aquisição de novos comportamentos. Isso é a vida.

- Falamos também de outro texto intitulado “O Brincar Como Autoria de


Pensamento”. Nele, vimos que a primeira autoria é o brincar. Brincar permite
transformar a realidade do objeto ao mesmo tempo em que se aceita os
limites que ele impõe. A autoria de pensamento se dá na posse da condição da
brincadeira, assumindo-a como parte do processo, sem exigir nada, sem a
exigência da necessidade. Parece tão leve. Fizemos uma mini-apresentação,
em trio. Foi bem divertido, uma vez que usamos um vídeo com música. Por
alguns minutos relembramos a infância e o quão divertido era brincar, cantar,
se encantar.

- A Professora nos presenteou com um pouco de sua história profissional e o


quanto significa para ela estar onde está. Acho que aprendo mais ouvindo
histórias de vida. Para mim gestos são mais fortes do que palavras. Foi
maravilhoso ouvi-la falando de suas pacientes, e da evolução de cada uma
delas em cada mínima conquista. Se eu me tornar um profissional encantado
dessa forma, valerá a pena. Foram indicados alguns jogos e livros,
perpassados rapidamente, mas que deram uma ideia bem favorável da
quantidade de caminho que há de ser ter para o trabalho profissional. Pena
que não tivemos mais tempo de nos aprofundar.

- No fim, fizemos uma construção livre a partir do texto “Maria Curiosa”, que
é um escrito poético. Eu, que não sou habilidoso para desenhos, colagens,
esculturas e afins, sofri para fazer alguma coisa, mas, saiu, com muito custo
e pouca criatividade. Depois vi o desenho dos colegas e realmente constatei o
que achava. Mas, foi divertido. Lembrei que amava pintar, mas desenhar era
algo penoso. Foi ótimo para dar algumas risadas. É importante não perder a
capacidade de se divertir.

- No fim do curso saí com o gosto de que poderia ter tido mais uma aula para
aprofundarmos nos jogos, e para ouvir sobre o Jogo A Hora do Rush,
entretanto, combinamos para outra oportunidade, que espero ansioso. No fim,
diante de toda a correria da semana, esses dias foram para mim muito
prazerosos e divertidos, rico em aprendizagem. Eu agradeço imensamente
por ter podido participar dessas aulas magníficas e tão leves. Espero poder
aprofundar e conhecer mais dos jogos e dos seus potenciais.

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