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A importância da

brincadeira
narrativa

no desenvolvimento infantil

orientação para professores


Apresentação
Material desenvolvido pelos alunos
Jhonatan Carvalho Santos, Larissa Rodrigues Monteiro e
Lízzie de Almeida Barros Rocha como projeto
“educação linguística na infância” vinculado à disciplina
“Ensino de inglês para a Educação Infantil”,
supervisionado pelas profas Dra. Cláudia J.
Kawachi Furlan e Ms. Liliane Salera Malta.

Este projeto está voltado para ensino de inglês com crianças


e para a educação infantil, mas você pode adaptá-lo de acordo
com a sua realidade em sala. Não existe limite, explore!
Objetivo
Conscientizar professores no âmbito da educação infantil e no ensino
de inglês para crianças quanto a importância de se pensar a
brincadeira narrativa como uma ferramenta necessária ao
desenvolvimento das crianças.

Orientar educadores a respeito da importância da brincadeira


narrativa para o desenvolvimento infantil e auxiliá-los na criação de
uma oficina de produção de histórias com os seus alunos.
Justificativa
Baseando-se na escritora Vivian Paley e nos 6 direitos de aprendizagem desenvolvido na
educação infantil de acordo com a BNCC:
Conviver, brincar, participar, explorar, expressar, conhecer-se.
Englobando também os cinco campos de experiências:

eu, outro, nós.


corpo, gesto, movimentos.
traços, sons, cores, formas.
escuta, fala, pensamento e imaginação.
espaço, tempo, quantidade, relações e transformações.
O que é brincadeira narrativa?
Por que é importante? ____

Vivian Gussin Paly ____

Como funciona? ____

Em ação! ____

Referências
´

É um modo de organizar o conhecimento, sequência de


acontecimentos e a memória através da encenação, o enredo é
construído pela própria criança diante do ponto de vista que
elas criam sobre suas histórias, seja para apresentar o mundo
da perspectiva em que elas conhecem ou do modo como
gostariam que fosse, até inventar o seu próprio mundo por
meio do que chamamos de imaginação.
´

A brincadeira narrativa oferece vários benefícios para o


desenvolvimento infantil em aspectos afetivos e cognitivos. No
campo do afeto, a socialização com o outro, entender o ponto de
vista da outra criança, o compartilhamento de sentimentos, são
apenas alguns bons fatores entre diversos. Já a cognição, a
partir dos 4 anos de idade as crianças começam a fazer uso de
histórias narrativas baseadas em suas biografias.
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"Modelos narrativos e influências na primeira infância


ajudam a transformar o sistema de memória episódica em
uma memória autobiográfica de longa duração para eventos
significativos em sua vida e, assim, uma auto história"
(Nelson, 1998, p.181)
Além disso, quando a professora entra em posição de igualdade com a
criança ao ouvir sua narrativa, está aberta para entender o que ela
tem a oferecer. Assim, a criança percebe que sua fala tem valor e ela
pode ter prazer em compartilhar suas histórias.
Vivian Gussin Paley colocou a teoria
em prática:
Ela tem uma biografia de
sensibilidade que vai desde a ser
professora infantil à criação de
seus livros que descrevem,
justamente, suas experiências com
as crianças em sala de aula.

Para ela, entender o faz-de-


conta representa o modo mais
sutil de fazer parte do mundo
das crianças.
Segundo Paley, quando as crianças brincam
livremente estão em um processo tanto de
conhecer a si mesmas quanto de interagir
socialmente.
"Nessa simples troca entre duas crianças pequenas, há
importantes implicações para a educação em todos os
níveis. As crianças são capazes de ensinar umas às
outras, se tiverem permissão para interagir socialmente
e ludicamente ao longo do dia." (Paley, 1991, p.136)
As crianças contam histórias o tempo
todo mas, às vezes, na dinâmica e nos
"Mariana, no final da aula você conta
afazeres da sala de aula a professora
sobre o seu amigo imaginário, tudo
acaba ''deixando para depois''.
bem? Agora é hora de outra coisa."

As crianças não contam apenas histórias,


elas são capazes de construir narrativas!
O ''deixar para depois'' acaba virando o
centro da proposta da brincadeira narrativa.

Por isso, a brincadeira não é e nem deve ser


tratada em segundo plano na sala de aula,
porque representa a direção/caminho para
entender verdadeiramente as crianças.
Em primeiro momento, na primeira aula, as crianças brincam
livremente, aqui o papel da professora é apenas de
observadora. Tome notas do que você observa entre as
crianças, suas iniciativas, habilidades:
Elas brincam sozinhas, em grupos?

Qual o tipo de brincadeira preferem?

Como resolvem um problema?


Às vezes acontecem situações inesperadas na sala de aula e a
professora, de algum modo, precisa mediar. Isso aconteceu com
você em algum momento da brincadeira livre? Como foi? E como
foi resolvido?

Com brinquedos disponíveis, quais foram os mais usados?

Como as crianças tratam uns aos outros?


Na aula seguinte, tente repetir esse mesmo processo de observação.
Depois, quando você sentir que sua turma está preparada, apresente
uma história, uma música que as crianças gostem ou algo relacionado ao
que você tenha observado entre elas em meio à brincadeira. Utilize
recursos que tenham relação com o comportamento das crianças na
brincadeira livre. Esse processo de identificação irá ajudá-las na criação
de associações e, então, elas passam a ser as observadoras.

A escolha do livro ou da música é importante, porque implica a tarefa


de envolver as crianças em sequências narrativas, ou seja, os
acontecimentos possuem um começo, um meio e um fim.

Acrescentar detalhes nas narrativas são ações muito


não esqueça:
importantes para estimular a imaginação.
no dia seguinte..

Observe se as crianças incorporam alguma situação da


história do dia anterior na brincadeira livre do dia.
Se isso não acontecer, não se preocupe! Tente
alimentar isso, como uma sugestão, sem interferências,
entre as crianças:
"ah, João, na sua história pode ter um porquinho
muito brincalhão, como na história dos três
porquinhos de ontem, lembra?"
Lembre-se

Narrativas envolvendo sentimentos são muito


importantes na brincadeira! Até mesmo nas histórias que
já conhecemos.
"Como na história dos três porquinhos, vocês lembram porque o
Cícero e o Heitor fizeram a casa mais rápido? Por que será que
eles estavam sentindo pressa?"
É hora de

começar!

Depois de todas as observações principais feitas nas


brincadeiras livres e incentivar os alunos a imaginarem
suas próprias narrativas, chegou o momento dos alunos
protagonizarem a própria história.
Não se esqueça que o objetivo principal da brincadeira
narrativa é encorajar as crianças a brincarem livremente
dentro de suas próprias narrativas.
preparação

Passo 1: Incentive a colaboração

Para desenvolver a colaboração dos alunos é


importante trabalhar a brincadeira narrativa
coletivamente. Portanto, divida a turma de acordo
com a quantidade de alunos que a turma possui.
A sugestão é dividi-los da seguinte forma:
Pares: 2 crianças
Pequenos grupos; 3-4 crianças
Grupos maiores: 4-5-7 crianças
Grandes grupos: 7-10 crianças
Passo 2: Organização dos grupos

Depois de dividir os grupos é importante separar uma


aula para que cada grupo possa desenvolver a
brincadeira narrativa. Os demais que não forem
encenar no dia serão os observadores da plateia.

Passo 3: caracterização

Organização feita, está na hora de começar a brincar!


Tenha em um canto da sala, materiais para a
caracterização dos alunos: adereços de fantasia, asas,
chapéus, adornos, etc. você pode denominá-lo, por
exemplo, de baú dos personagens ou baú da fantasia.
Todos podem se fantasiar, até mesmo o professor!
Passo 4: porta da imaginação

Com uma caixa de papelão inteira e do tamanho


das crianças, crie uma porta "mágica" enfeite de
sua preferência até deixá-la "de outro mundo".

Essa porta deve ter dois lados. O primeiro lado é o do


mundo "real", em que as crianças irão entrar. O
outro lado é o mundo ''encantado da imaginação".

Do lado da imaginação deixe fantasias, objetos, recursos


para que a criança incorpore sua narrativa com os
elementos disponíveis.
Passo 5: É hora do show!

Esse é o momento das crianças, o foco é todo delas! Para que


isso ocorra, o grupo do dia se torna protagonista, os outros irão
sentar para assisti-los contar a história.

Lembre-se que durante a brincadeira narrativa o professor se


torna observador, ajudante, torcedor, mediador e organizador,
o papel do protagonista é todo e somente das crianças.

É nesse momento que a criança irá brincar livremente


montando sua narrativa com os colegas de grupo, eles irão
juntos imaginar, interagir, encenar e desenvolver a história.
Passo 6: Registrar

É de extrema importância que o professor anote cada


passo da narrativa que está sendo criada. Deixe as
crianças brincarem livremente e anote cada passo,
diálogo e componente da história.
Caso queira, registre a encenação com fotos e vídeos
para que futuramente seja feita a criação dos livros
ilustrados com a narrativa criada pelos alunos.

Ao final de cada apresentação faça um reforço positivo


para o grupo destaque, é importante reforçar e
parabenizar os alunos pelo trabalho feito.
Passo 7: desenvolvimento do livro

A criança foi a criadora de todo esse processo de brincadeira


narrativa, por isso, para que ela tenha um resultado de tudo o que
preparou durante o processo, registre em um livro individual para
cada aluno: desde o relatório individual que a professora fez no
primeiro dia, os desenhos, as histórias, criações.

Apresente este livro para eles e permita


que os alunos desenvolvam, confeccionem
a capa e ilustram como preferirem.
Passo 8: lançamento!

Convide a família para o lançamento do


livro das crianças em um ''coquetel'' na
escola.
Com a exposição a criança se orgulhará e verá o
resultado do que desenvolveu em sala de aula.
Assim, as crianças perceberão que suas narrativas
e brincadeiras são muito importantes e merecem ser
destacadas.
Referências
BREDIKYTE, M. NARRATIVE ENVIRONMENTS FOR PLAY AND LEARNING (NEPL) GUIDELINES. União Europeia:
European Commission, 2017. Disponível em: <http://talpykla.elaba.lt/elaba-
fedora/objects/elaba:24507892/datastreams/MAIN/content>. Acesso em: 02 de ago. 2021.

DOMBRINK-GREEN, M. A Conversation with Vivian Gussin Paley. National Association for the Education of Young
Children, 2011. Disponível em: <https://hello.naeyc.org/HigherLogic/System/DownloadDocumentFile.ashx?
DocumentFileKey=120ab5ac-0efc-481f-a589-1ffda889c08a>. Acesso em: 09 de ago. 2021.

GIRARDELLO, G. O poder do faz de conta e a experiência narrativa das crianças: inspirações da obra de Vivian
Gussin Paley. Brasília: Em Aberto, 2021. Disponível em:
<http://rbep.inep.gov.br/ojs3/index.php/emaberto/article/view/4589/3952>. Acesso em: 02 de ago. 2021.

NICOLOPOULOU, A., MCDOWELL, J., BROCKMEYER, C. Narrative Play and Emergent Literacy: Storytelling and
Story-Acting Meet Journal Writing. Oxford University Press, 2006. Disponível em:
<https://psychology.cas.lehigh.edu/sites/psychology.cas2.lehigh.edu/files/narratve_play_and_emergent.pdf>. Acesso
em: 01 de ago. 2021.

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