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O ESPAÇO DA BRINCADEIRA

Silvia Amstalden Franco


Trabalho Final de Graduação
orientação Profª Drª Klara Kaiser Mori

Universidade de São Paulo


Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Fevereiro de 2002
´íNÍNDICE

5 APRESENTAÇÃO

7 REFLEXÕES SOBRE O BRINCAR

11 UM LUGAR NA CIDADE

23 A PRAÇA

26 APROXIMAÇÕES

26 PISO
27 VEGETAÇÃO
28 BANCOS
29 CRECHE
30 LANCHONETE/SANITÁRIOS

31 BRINCÁVEIS

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BIBLIOGRAFIA
“ O essencial é saber ver, saber ver sem estar a pensar,
saber quando se vê e nem pensar quando se vê,
nem ver quando se pensa.
Mas isso, triste de nós que trazemos a alma vestida,
Isso exige um estado profundo,
Uma aprendizagem de desaprender”.

Fernando Pessoa

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APRESENTAÇÃO

O desejo, neste trabalho, de criar uma praça para crianças na os brinquedos, embora possuam a escala da criança, estão aber-
cidade de São Paulo ocorreu por diversas razões. tos às experiências e proposições de todos, acrescentando variá-
veis novas ao brincar. Assim para tentar desvincular a palavra brin-
A primeira, e mais importante delas, meu próprio interesse por quedo do objeto-suporte, daquilo que só existe para o usufruto da
crianças. Sempre me impressionou muito a paixão extraordinária criança, e que na maior parte dos casos, está relacionado com
com que as crianças descobrem o mundo, a fome constante de um tipo de brincadeira específica, decidi chamá-los de brincáveis.
conhecimento, a curiosidade, que deixa os adultos quase malu-
cos com tantas perguntas, sempre em busca de uma explicação. Em todas as escalas do trabalho, tanto no desenho dos brincáveis,
E acima de tudo, a capacidade da criança de se expressar atra- quanto no desenho da praça, o desejo foi trabalhar com a idéia do
vés das metáforas, do jogo, da interpretação própria do mundo jogo, do lúdico, para a configuração de um espaço aberto a possibi-
que, desse modo particular, consegue de maneira brilhante dar lidades. As regras do jogo, ou da brincadeira, estiveram presentes no
significados múltiplos à vida. processo de criação e organização dos elementos que compõem a
praça, e não na determinação do ato de brincar. Desse modo, não
A segunda vem da frágil relação que a criança estabelece, hoje, existe uma regra fixa, uma maneira, de como o brincável deve ser
com a cidade e da vontade que isso seja repensado e transforma- vivido. As possibilidades de utilização estão relacionadas com a curi-
do. Com a crescente privatização dos espaços públicos dentro da osidade, a imaginação do usuário. Por isso, ao levar em considera-
cidade, da rua pelos carros, dos parques e praças pelas grades, ção a capacidade que as crianças têm de transformar tudo o que
os espaços para as crianças ficaram cada vez mais restritos às encontram pela frente (ou até o que não encontram) em brincadeira,
pequenas áreas, sobras de terrenos, playgrounds de prédios, às o objetivo foi o de acrescentar alguns significados aos brincar.
creches e escolas (boa parte delas com áreas para brincar aban-
donadas, com equipamentos insuficientes ou inadequados). Alia- A intenção não foi a de chegar a um desenho fechado, a uma
do à falta de espaços apropriados para o convívio da criança com forma para ser industrializada e repetida como mercadoria em di-
a cidade, há ainda o pouco tempo que o adulto dispõe para se versos lugares, mas sim um exercício, um ensaio, do que poderia
dedicar a ela, ou mesmo a pouca disponibilidade que o lazer e a ser um espaço da brincadeira na cidade de São Paulo. A realiza-
brincadeira adquiriram também na vida do próprio adulto. ção do projeto em um lugar específico da cidade, tem como obje-
tivo, ampliar a discussão para o âmbito da cidade e trabalhar com
Ao projetar o “espaço da brincadeira”, não quis restringí-lo ao uso uma realidade concreta. Para isso escolhi a Praça Benemérito
das crianças, mas despertar nos usuários, adultos e idosos inclu- José Brás, no bairro do Brás, de cujas especifidades falarei mais
sive, a possibilidade de brincar e de conviverem juntos. Por isso adiante, com o desenrolar do trabalho.

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Embora durante o processo de trabalho eu tenha estudado al-
guns livros de pedagogia para uma aproximação maior com o que
significava o brincar, o trabalho que apresento a seguir, não pre-
tende ter uma abordagem pedagógica. O olhar para a questão é
um olhar que vem do arquiteto urbanista, e que antes de mais
nada é um ser humano, que possui intuição, capacidade de ob-
servação, raciocínio e análise… e que também já foi criança.

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REFLEXÕES SOBRE
O BRINCAR
Quando me propus a projetar brinquedos para espaços públicos
coletivos, deparei-me com algumas questões que julgava impor-
tantes. Como as crianças brincam? Onde brincam? Com quem
brincam? Como são os brinquedos utilizados e qual a sua impor-
tância na brincadeira? E em que o entendimento desses proces-
sos era relevante para o desenvolvimento do projeto?

Para tentar responder a algumas dessas questões resolvi investi-


gar um pouco mais alguns significados do brincar.

Em boa parte dos livros que li, a brincadeira é colocada como o


principal instrumento que as crianças usam para se comunicar
com o universo a sua volta. É através da brincadeira ou do jogo
que elas inventam e vivem, que o seu conhecimento do mundo
concreto e das relações humanas vão se estruturando. O jogo, a
brincadeira, e o lúdico aparecem quase que como sinônimos, e
são empregados como algo intrinsicamente ligado ao comporta-
mento infantil.

A origem do termo lúdico, do latim ludus, possui ligação estreita


com aquilo que se conhece como jogo. “Ludus abrange os jogos
infantis, a recreação, as competições, as representações litúrgicas
e teatrais e os jogos de azar. Na expressão lares ludentes, signifi-
ca ‘dançar’. Parece estar no primeiro plano a idéia de ‘simular’ ou
de ‘tomar aspecto de’. Os compostos alludo, colludo, illudo apon-
tam todos na direção do irreal, do ilusório. Esta base semântica
está oculta em ludi, no sentido dos grandes jogos públicos, que
desempenhavam um papel tão importante na vida romana, ou
então no sentido de ‘escolas’. No primeiro caso o ponto de parti-
da semântico é a competição; no segundo, é provavelmente a

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1
‘prática’.” O termo ludus acabou sendo substituído em diversas as características do espaço possuem um papel importante
línguas, inclusive no português por um derivado, jocus, cujo sentido na qualidade da brincadeira.
específico (gracejar, troçar) foi ampliado para o de jogo no geral.
O que poderia ser então um espaço digno da amplitude de signifi-
Uma vez entendida a origem do termo, uma definição dos signifi- cados que o brincar possui? “É preciso pois, deixar o espaço sufici-
cados e da natureza do jogo é mais complexa. “(…) o jogo é uma entemente pensado para estimular a curiosidade da criança, mas
função da vida, mas não é passível de definição exata em termos incompleto o bastante para que ela se aproprie e transforme esse
3
lógicos, biológicos, estéticos. O conceito de jogo deve permane- espaço através de sua própria ação.” A riqueza do espaço viria
cer distinto de todas as outras formas de pensamento através das então daquilo que possui, o jogo de relações que estabelece
quais exprimimos a estrutura da vida espiritual e social. Teremos, entre seus elementos (cor, forma e estrutura), e daquilo que
portanto, de limitar-nos a descrever suas principais característi- lhe falta e que pertence ao usuário, ao interpretante, as possi-
cas.” “(…) o jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida bilidades de interpretação e recriação. Assim a invenção des-
dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, se espaço em sua completude deve nascer do ato de brincar.
segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obri-
gatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um Agora, a partir disso, como analisar alguns dos espaços e equi-
sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser pamentos existentes hoje para as crianças? Os equipamentos dos
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diferente da ‘vida quotidiana’.” parques infantis mais conhecidos e utilizados, como gira-gira, tre-
pa-trepa, gangorra, escorregador etc., tiveram sua origem com o
A partir dessa definição podemos pensar em algumas possibili- advento da indústria. A Revolução Industrial produziu em série
dades de interpretação. (de maneira estilizada) os antigos brinquedos expostos nas pra-
ças medievais, formalizando a ação e o movimento das crianças
Se a criança joga, então seu jogo, ou sua brincadeira, cabem den- através do design. O playground, como ficou conhecido, é um
tro dessa definição. Se isso acontece, o brincar é uma atividade espaço utilitário e sua principal função é o desenvolvimento físico
que possui limites de regras, de tempo e espaço. As regras não e motor. A facilidade de reprodução de suas formas, implantação
são necessariamente pré-concebidas (como acontece no jogo de e adaptação para espaços variados, proporcionou sua repetição
xadrez por exemplo) e podem ser determinadas e inventadas, ao redor do mundo. Hoje, questões como a importância da socia-
assim como não são necessariamente explícitas. Porém, o “bom lização, do lazer, do desenvolvimento psicológico, afetivo e
1. HUIZINGA, Johan. Homo ludens: o
jogador” deve respeitá-las para o jogo ter validade. Não existe um cognitivo são levadas em consideração para a elaboração de no- jogo como elemento da cultura. Ed.
tempo exato para o jogo, ele pode, assim como as regras, ser vos brinquedos. Porém, boa parte deles, como os brinquedos de Perspectiva, São Paulo, 1993. p. 41.

determinado por antecipação, bem como sua duração pode ser circuito - confeccionados em madeira ou polioretano e que agre- 2. idem p.10 e p. 33
subjetiva. E o espaço? Ele seria o “lugar” do jogo. E esse lu- gam múltiplas funções - mesmo que de maneira travestida, ainda
3. LIMA, Mayume Watanabe de Souza.
gar pode ser qualquer lugar. Pode ser o próprio brinquedo, continuam privilegiando as atividades físicas. O fato é que, ao
Arquitetura e educação. São Paulo, Studio
assim como também o próprio espaço da cidade. Desse modo, serem produzidos em série, os novos playgrounds acabaram sen- Nobel, 1995

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4
do novamente padronizados. Outra característica importante da irão brincar. Além da importância de relacionar as crianças de to-
industrialização dos brinquedos, é a relação de produtores e con- das as idades, está a de facilitar a convivência entre todos. Isso
sumidores em potencial que se estabelece entre fabricantes e por acreditar que há um aprendizado de vida, e uma desco-
usuários. Um exemplo disso é o que acontece com o uso das berta de mundo, que são muito mais ricos de significados e
cores. Elas poderiam ser utilizadas para valorizar, ressaltar, e possibilidades se construídos juntos, no coletivo. É por isso
sinalizar algumas características do equipamento, criando que o espaço da brincadeira tem o seu lugar na cidade, mais
relações para estimular mais a imaginação, porém os brin- precisamente na praça. Porque o espaço público coletivo é
quedos são coloridos por que a cor é um signo da infância. capaz de juntar, no mesmo espaço, as diversidades.

Todos esses equipamentos, com suas funções claramente deter-


minadas, nos levam a uma nova questão: deve existir uma função
específica para o brincar? Um espaço, como os playgrounds tra-
dicionais, por seu excesso de funcionalidade e padronização, ou
um brinquedo considerado pedagógico, cuja função específica é
ensinar enquanto brinca, não podem muito bem estar empobre-
cendo a brincadeira por suas características funcionais?

Ao propor que os brincáveis não sejam objetos-brinquedos com


um uso definido, e sim que carreguem em si possibilidades de
utilização, que se relacionem mais com a capacidade de interpre-
tação do usuário, do que com a repetição de uma maneira de
brincar, é justamente a brincadeira funcional que quero questio-
nar. Acredito que o brinquedo não deva ser utilizado como
um aparelho, para o adestramento de ações e pensamentos.
E sim com a possibilidade de quebra de todo e qualquer con-
5
dicionamento para a busca de uma liberdade de brincar.
4. FREYBERGER, Adriana. O espaço
do brincar. Dissertação de mestrado
apresentada à Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Usp, São Por fim, como já foi exposto, o lugar é um componente importante
Paulo, 2000. da brincadeira, pois é nele que o ato de brincar irá se concretizar.
5. Parafraseando Hélio Oiticica E as características do espaço podem determinar a qualidade da
em:OITICICA, Hélio. O aparecimento do
suprasensorial. in: Projeto Hélio Oiticica, brincadeira. Porém, não são só os aspectos materias do lugar
Galerie Nationale du Jeu de Paune, Witte que influenciam, existe um outro fator que pode ser também deli-
de With. Hélio Oiticica. (catálogo geral da
obra). Rio de Janeiro, 1996. mitado pelo espaço: a companhia, ou seja, com quem as crianças

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1. brinquedos do tipo balanço.
Parque do Carmo, 2001
1
foto: Silvia Franco
3 2

2. brinquedos do tipo circuito.


imagem: Elements & Total Concept
of URBAN LANDSCAPE DESIGN,
Tokyo, 1988

3. crianças jogando bola na rua.


bairro do Brás, 2001
foto: Silvia Franco
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UM LUGAR NA CIDADE

Na busca de um local no qual pudesse estar trabalhando com os Por fim, na década de 90, na gestão Pitta, para tentar resolver o
brincáveis, comecei a andar pela cidade com um olhar mais atento, problema do comércio terciário ilegal no Largo da Concórdia, foi
e fui surpreendida, ao descer do metrô no Brás, pela enorme praça implantado na praça um camelódromo. Não precisava ser um
sob a estação. Fiquei intrigada com a falta de projeto e equipamen- “expert” no assunto para perceber que o projeto não daria certo,
tos e a ausência de pessoas para um lugar tão grande. A princípio uma vez que o maior fluxo de pessoas não está nas saídas do
era um espaço que parecia conter em sua complexidade, um gran- metrô (na praça), e sim nas saídas do trem, que ficam próximas
de potencial de projeto e por isso merecia uma investigação maior. ao Largo da Concórdia. Porém as baias, suporte para montar as
barracas, foram construídas, e com o desenho que formam, com
O bairro do Brás, localizado na região central da cidade, caracteriza- seus monolitos de concreto espalhados por toda a praça, se as-
se por uma ocupação industrial. Sua urbanização está diretamente semelham a um grande cemitério. Foi nessa época também que
ligada à construção da ferrovia Santos-Jundiaí (1867), que impulsio- mais um pedaço da praça foi retirado, dessa vez para a edificação
nou a implantação de indústrias e depósitos e que trouxeram com de uma escola, a EMEI João Mendonça Falcão.
elas os operários e suas moradias. Assim, até hoje boa parte da
tipologia de suas construções é essa: habitações operárias e galpões A falta de atuação do poder público, ou a má atuação dele,
industriais. Quando a linha leste do metrô foi implantada na região, fizeram da praça Ben. José Brás, um lugar marcado por um
na década de 70, uma grande área foi desapropriada, com o intuito movimento contínuo de trasformação do território. Sua história
de se fazer ao longo dela, projetos de reurbanização que pudessem se inicia com a intervenção do metrô e se estende até os dias
não apenas integrar o metrô à cidade, mas refletir sobre o planeja- de hoje. É como se a praça nunca tivesse conseguido se afir-
mento da metrópole. Porém esses projetos para as ZML (Zona Me- mar em sua condição de praça e que a qualquer momento seu
trô Leste),como foram legitimadas, nunca saíram do papel e elas espaço pudesse ser novamente dividido e destinado para al-
acabaram sendo apropriadas de maneira desordenada e sem plane- gum outro uso.
jamento. É da época da construção do metrô que datam a fundação
da praça Benemérito José Brás e a construção da creche, que a Foi a ausência de um projeto coeso, reflexo também da pouca
princípio serviria para os filhos dos funcionários do metrô. seriedade com que são tratados os espaços públicos nesta cida-
de, somado ao fato de se tratar de um espaço remendado, que
Na década de 80, na gestão Jânio Quadros, a COHAB, construiu despertou em mim, o potencial de projeto que esse lugar repre-
nos terrenos desapropriados pelo metrô torres de apartamentos senta. A proximidade com o trem e o metrô faz dessa praça um
de 19 pavimentos. Além de mudarem completamente a paisagem lugar de demandas metropolitanas , pela acessibilidade que es-
( gabarito de no máximo cinco pavimentos), ocuparam uma gran- ses meios de trasporte de massa proporcionam, ligando uma quan-
de área de solo urbano, privatizaram–o com seus muros e seu tidade enorme de pessoas a localidades distantes em um espaço
caráter de condomínio fechado, dando as costas para a cidade. pequeno de tempo.

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luz

praça da República

Palácio das Indústrias

vale do Anhagabaú

praça Ben. José Brás

rua da Consolação

Radial Leste

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A existência de alguns elementos no entorno, como a presença
da EMEI e da creche, reforçava a escolha do lugar (crianças ha-
via ali) e trazia novos desafios de como incorporar as edificações
existentes em um novo projeto de praça. O Antagonismo, materi-
alizado nos muros que cercam as áreas livres para brincar dessas
construções, e a presença do outro lado deles, de um espaço
enorme, subutilizado, levantava questões de como abrir a escola
e a creche para a praça e ao mesmo tempo, preservar alguns
espaços necessários ao uso mais reservado dos edifícios. Além
disso, lindeiro à praça, há uma unidade da febem. A contradição
exposta por crianças brincando livremente de um lado e crianças
presas de outro, é uma questão complexa, além de triste, porém a
intenção não é ocultar toda e qualquer contradição, mas sim de
trabalhar a partir da percepção dela para ir além.
1. base: GEGRAN 1972

área de intervenção do metrô Escolhido o lugar, comecei um trabalho de campo para analisar
1
melhor as potencialidades de projeto da praça e para obter uma
familiarização maior com as características do território, tipologia
das edificações e os principais usos do solo. O Brás é uma região
de uso misto, com comércio, indústrias, edifícios institucionais e
2. base: foto aérea do município de habitação. Além de uma intensa atividade comercial de escala
São Paulo de 1994
metropolitana (artefatos de borracha, madeira e confecções) que
garantem uma movientação diária de pessoas, existe uma grande
área utilizada pela COHAB
quantidade de galpões industriais, alguns deles abandonados ou
creche do Governo do Estado
transformados em estacionamento, porém a maioria deles ainda
utilizado. Isto mostra que, embora boa parte das indústrias tenha
deixado o bairro na busca de instalações mais amplas e afasta-
das do centro, o comércio tem, de certa forma, garantido o uso
dos galpões. A quantidade de habitações existentes , superou as
minhas expectativas, uma vez que, analisando os dados sobre a
evolução da população residente no Brás, havia um decréscimo
populacional. A existência de políticas de incentivo à moradia, como
Foto aérea do município de São Paulo
o programa “ Morar Perto da prefeitura municipal, que se estende
de 1994 com enfoque no centro. Recorte na
praça Ben. josé Brás. ao bairro, traz novas perspectivas de um aumento do uso do terri- 2
13
tório com habitação. E juntamente com elas, estão os espaços e
equipamentos comunitários.

Esse diagnóstico do local, reafirmou aquele primeiro olhar intuiti-


vo, mostrando que realmente havia ali elementos suficientes para
fazer dele “o espaço da brincadeira”, ao mesmo tempo que aten-
dia a uma demanda de que esse espaço puesse se consolidar
como praça, como espaço público coletivo dentro da cidade.

EMEI João Mendonça Falcão


projeto do “camelódromo”

3. Foto aérea do município de São


Paulo de 2000. Base P.M.S.P. SEHAB
RESOLO
3

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USO E OCUPAÇÃO DO
SOLO

fonte: pesquisa de campo

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4
5

7
1
2

direção das fotos

ruas de muito tráfego

ruas de tráfego médio

ruas de pouco tráfego

fluxo principal de pedestres

principais barreiras
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baias de concreto para a
implantação do camelódromo

EMEI João Mendonça Falcão

17
torres da COHAB

3 Febem
tipologia das edificações do bairro EMEI - playground

palco improvisado para shows moradores de rua

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muro da creche
5
quadra de futebol improvisada

6 homem sentado no canteiro: falta 7 viaduto do metrô com seu caminho


de equipamentos sombreado

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21
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A PRAÇA
“A cidade não pode ser pensada como um ‘silo de gente’, onde Outra diretriz importante de projeto foi estabelecer na praça, as
estaria depositada a mão-de-obra barata, uma população mesmas características das relações entre formas e cores, que
compartimentada, desarticulada, solitária e triste na razão direta de trabalhei nos brincáveis. Isto é, elas são empregadas para identi-
sua insociabilidade. Cumpre torná-la habitável para que cada um ficar elementos e espaços, evidenciando suas semelhanças e di-
1
se situe como artífice de um ambiente comum e muito próprio.” ferenças. Desse modo, os pisos, caminhos, edificações, equipa-
mentos e brincáveis foram pensados para propor um jogo de rela-
ções. Todos fazem parte do mesmo espaço e formam um conjun-
to, como se a praça fosse também um grande brincável, que con-
Desde o começo do trabalho o objetivo não era o de estudar e tém em suas diversas escalas o jogo.
desenhar o objeto brinquedo, solto, desvinculado de qualquer re-
lação com a cidade e sim de pensa-lo com a cidade e na cidade, Para manter essa coesão de formas, e dar à praça uma composi-
mais precisamente, na praça. ção de conjunto foi preciso também, superar a fragmentação do
espaço, deixada pelos diversos projetos e remendos que ali fo-
Apesar da ausência do Estado na construção e preservação de ram executados, integrando suas várias partes em um único de-
áreas públicas para a cultura e lazer, principalmente nas áreas senho. Para isso, estão sugeridas algumas modificações, cons-
periféricas da cidade, a falta de tempo para o lazer comparada ao truções e até a demolição de edificações existentes. O muro da
exesso de horas exigido na venda da força de trabalho e com EMEI teve o seu desenho alterado, o que diminuiu a sua área
isso, a pouca importância que o lazer adquire na vida do ser hu- livre, porém há um ganho de espaço que o próprio projeto da pra-
mano hoje, pensar o “espaço da brincadeira” na praça é acreditar ça proporciona, já que as crianças da escola poderão utilizar-se
que é ainda no espaço público coletivo, que as relações humanas da praça. No caso da creche, desenvolvi um outro desenho, com
devem se realizar em sua plenitude. um novo programa. O edifício todo está voltado para um pátio
interno, reservado às atividades mais específicas da creche. É
uma pequena praça, dentro de uma grande praça, e todo o espa-
A praça, se trabalhada de maneira não excludente e monofuncional,
ço serve para brincar. Outra proposta é a construção de um abri-
é muito rica nas possibilidades que abre para sua utilização e para
go com uma lanchonete, que serve não apenas para a alimenta-
encontros que proporciona. Por isso ao projetá-la, procurei não
ção, mas como um lugar de conversas, encontros e descanso, e
restringir seu uso com a colocação de cercas e muros, ou com
sanitários de uso público cujo uso tem sido suprimido dos espa-
atividades oferecidas somente para o privilégio de poucos, mas
ços públicos coletivos, principalmente parques e praças, apesar
ampliar para todos a possibilidade de se relacionar, descobrindo
da sua indiscutível necessidade. As baias do camelódromo foram
juntos o espaço.
completamente retiradas, uma vez que se comprovou, na prática,
a imcompatibilidade do projeto com o local.
1. MOTTA, Flávio. Arte na cidade.
Fundação Cultural de Curitiba, 1975.
23
r. Prudente de Moraes

10
7
6
2

r. Domingos Paiva
5
8
r. Piratininga

4
r. A. Lobo

3
1

r. Coronel Mursa

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Existem algumas linhas de força que determinam o desenho geral Um grande desafio no processo de trabalho, foi trabalhar em es-
da praça. O piso básico, o chão da praça, segue o traçado das calas tão diferentes, a praça, com a escala da cidade, e os ele-
quadras, enquanto o piso amarelo, que forma os caminhos, está mentos que a compõe, com a escala do objeto. Como representar
implantado na mesma direção da diagonal delineada pelo viaduto no mesmo espaço, elementos tão grandes e tão pequenos? As-
do metrô. As edificações existentes, as que foram projetadas, a sim nas páginas que se seguem, estão algumas aproximações
vegetação, e alguns equipamentos (como os bancos), seguem cujo objetivo é mostrar um pouco melhor algumas intenções de
esta mesma diagonal. O viaduto do metô é um grande monumen- projeto, que pela escala, ficaram difíceis de serem representadas.
to e gera uma grande sombra, acima dele está o caminho do trem,
abaixo, o caminho das pessoas. Para reforçar ainda mais essa
idéia, paralelo aos pilares que sustentam o viaduto, está uma filei-
ra de bancos com lâmpadas em sua lateral, que além de
proporcinarem um descanso, uma pausa na caminhada, servem
para iluminar o percurso á noite. No final do caminho, onde se dá
piso 1 - básico
piso 2 - caminhos
o encontro com o prédio metrô, foi conservado um palco, que já
canteiros era antes utilizado nesse mesmo local.
árvores 1
árvores 2
A vegetação também foi tratada como mais um elemento que
árvores 3
edificações existentes compõe todo o projeto. Em alguns pontos ela é valorizada pelo
edificações projetadas seu conjunto, um bosque, uma grande sombra, em outros ela está
bancos só, e a importância está em sua individualidade. Uma alameda de
bancos com iluminação
Ipês amarelos esboça suavemente a memória de uma rua, da
1. EMEI
2. creche época em que a praça não era uma praça e sim algumas quadras
3. metrô e ruas. É a tentativa de resgatar, mesmo que de modo suave, um
4. palco pouco do passado, da história do lugar.
5. lanchonete/sanitários
6. brincáveis 1
7. brincáveis 2
8. brincáveis 3
9. palavras-objetos-brincáveis 4
10. rosa dos ventos

0 10 50 100

25
APROXIMAÇÕES
PISOS
Para os pisos, foi pensada a utilização de ladrilho hidráulico que
possui uma modulação quadrada (0,20 x 0,20 m) e em seu pro-
cesso de fabricação é possível adicionar pigmento. Nas fotos abai-
xo estão algumas sugestões de como o piso pode ser trabalhado.

1 em alguns pontos o desenho do piso pode


ser alternado com elementos de outras co-
res ou outros materiais.

2 3

em outros a modulação pode ser in-


terrompida com canaletas para o es-
coamento das águas pluviais 1. Elements & Total Concept of Urban
landscape design. Tokyo, 1988.

2. SPACEMAKER. Robert Murase. vol.03,


Washington DC, 1997.

3. SPACEMAKER. Katrhryn Gustafson.


vol.05, Washington DC, 1998.
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VEGETAÇÃO
árvores 1

pau-ferro cássia grande paineira


tamanho: 20-30 m tamanho: 15-20 m tamanho: 15-30 m

árvores 2 1

exemplo de como a proteção dos troncos


pode ser assumida sem agredir o desenho
geral do projeto

quaresmeira pitangueira urucum


tamanho: 8-12 m tamanho: 6-12 m tamanho: 3-5 m

árvores3

LORENZI, Harri. Árvores Brasileiras:


manual de identificação e cultivo de
plantas arbóres nativas do Brasil.Nova
Odessa, São Paulo, Editora Plantarum,
1992

ipê amarelo
1 e 2. Elements & Total Concept of Urban
tamanho: 6-14 m
landscape design. Tokyo, 1988.
27
BANCOS

um exemplo de como
pode ser o desenho dos
bancos com a ilumina-
ção lateral.

SPACEMAKER. Peter Walker.


Washington DC, 1997.
28
CRECHE

27 29
LANCHONETE E
SANITÁRIOS

30
BRINCÁVEIS

O espaço dos brincáveis não se reduz ao do jogo, mas toma tador, chegando-se a uma superação do objeto como fim da ex-
o jogo como um de seus elementos. Desse modo, a regra usa- pressão estética. Para mim, na minha evolução, o objeto foi uma
da no projeto está no jogo de relações que é estabelecido em sua passagem para experiências cada vez mais comprometidas com o
própria estrutura e com o espaço a sua volta. As cores e formas comportamento individual de cada participador: faço questão de
são usadas para diferenciar suas características, comparando suas afirmar que não há a procura aqui, de um ‘novo condicionamento’
semelhanças e diferenças, assim como para salientar a repetição para o participador, mas sim a derrubada de todo condicionamento
de algumas medidas. Cria-se assim, corelações entre o alto, o para procura da liberdade individual, através de proposições cada
baixo, o grande, o pequeno, o que está dentro e o que está fora, o vez mais abertas, visando fazer com que cada um encontre em si
que aparece e o que se esconde. mesmo, pela disponibilidade, pelo improviso, sua liberdade interior,
a pista para o estado criador – seria o que Mário Pedrosa definiu
Os brincáveis foram projetados com a intenção de não determinar poeticamente como ‘exercício experimental da liberdade”.1
uma maneira específica de brincar, embora estejam implícitas em
suas formas algumas possibilidades: subir, descer, esconder, achar, Foi me apropriando da liberdade que as crianças têm de interpre-
mexer etc. Eles estão na praça e formam uma relação entre os tação da realidade que surgiu o desejo de despertar também nos
elementos de sua própria estrutura, formas e cores, assim como adultos a capacidade de se desprender do que já foi apreendido
com o espaço a sua volta. para novas possibilidades de aprender.

Nesse sentido assemelham-se a esculturas inseridas no meio ur- Assim, acredito que o objetivo maior dos brincáveis é justamente
bano. E, como estão abertas para o contato físico, o nível de o do exercício da liberdade, não só a de brincar, mas a de experi-
interatividade entre as pessoas e a obra supera a relação do olhar mentar o espaço, de vivê-lo. Neste sentido o brincável possui uma
e todos os significados que isso possa trazer, avançando para um função, mas que é aberta porque parte da interpretação e da ca-
contato mais direto e amplo. Toca-se na sesculturas, passeia-se pacidade de (re)criação de cada um.
por elas e mais do que isso, brinca-se nelas e com elas.

É através dessa característica de escultura-objeto-brincável, de


palavra-objeto-brincável, que o projeto faz referência à obra dos
neoconcretos, mais claramente a Hélio Oiticica e Lygia Clark.
1. OITICICA, Hélio. O aparecimento do
suprasensorial. in: Projeto Hélio Oiticica, Nas palavras de Hélio Oiticica: “ (…) a proposição mais importante
Galerie Nationale du Jeu de Paune, Witte
de With. Hélio Oiticica. (catálogo geral da do objeto, dos fazedores de objeto, seria a de um novo comporta-
obra). Rio de Janeiro, 1996. mento perceptivo, criado na participação cada vez maior do espec-
31
fotos dos brincáveis: Ana Amstalden
32
BRINCÁVEIS 1 1m 1,2 m
0m 0,8m
1,4 m 1,6 m

8m

10 m
1m
10 am

- 0,4 m 0m
- 0,2 m
- 0,8 m
- 0,6 m
10 m

1m
10 m

33
0,8 m 0m
0,2 m
1m
0,4 m
0,6 m

1m
10 m

1m

10 m

0,8 m
0m 0,6 m

1m
0,4 m
0,2 m

1m
10 m

10 m

34
BRINCÁVEIS 2

1,5 m

0,5 m

1m
0,5 m
perspectiva

0,5 m
1m

0,5 m
0,5 m
1m

0,5 m

planta

35
BRINCÁVEIS 3
2m
0m
2m

2m 2m

36
ROSA DOS VENTOS

poema: ANTUNES, Arnaldo. As Coisas. 6ª


edição, São Paulo, Iluminuras, 1998.

37
As coisas têm peso, PALAVRAS-OBJETOS-
BRINQUEDOS
massa, volume, tamanho, A idéia aqui era de trabalhar o poema
“ As Coisas” inteiro,
com palavras construídas materializadas
tempo, forma, cor, em volumes.
Desse modo, as palavras se transformari-
posição, textura, duração, am em objetos-brincáveis.
Por uma dificuldade em desenhar a repre-
sentação dessa idéia, o poema ficou
densidade, contorno,
imcompleto.
Assim, fica aqui um esboço.
temperatura, função,

aparência, preço, destino,

idade, sentido.

As coisas não têm paz

0,8 m
0,2 m

poema: ANTUNES, Arnaldo. As Coisas. 6ª


edição, São Paulo, Iluminuras, 1998.
38
39
ALMEIDA, Elvira de. Arte lúdica. São Paulo, Edusp, 1997. BIBLIOGRAFIA
ANTUNES, Arnaldo. As Coisas. 6ª edição, São Paulo, Iluminuras, 1998.
LIVROS
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40
CATÁLOGOS
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PERIÓDICOS
REVISTA PÓLIS nº 33, coodenação Hamilton Faria. Desenvolver-se com arte. São Paulo, Instituto Pólis, 1999.
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SPACEMAKER. Robert Murase. vol. 03, Washington DC, 1997.
SPACEMAKER. Katrhryn Gustafson. vol. 05, Washington DC, 1998.
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DICIONÁRIOS E
ENCICLOPÉDIAS
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LALANDE, André. Lalande – Vocabulaire Tecnique et Critique de la Philosophie. Paris, Press Universitaires de France, 1960.
GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA VOL. XV. Lisboa, Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, 1945.

OUTRAS FONTES
VÍDEO
LABIRINTO DA MODA: UMA AVENTURA INFANTIL. Exposição no Sesc Pompéia, 1996.
ANTUNES, Arnaldo. Nome.

PALESTRA
DA EXPERIÊNCIA SENSORIAL À CRIATIVIDADE: ARTE E TÉCNICA NA CONSTRUÇÃO DE BRINQUEDOS. Palestra realizada
no Sesc Vila Mariana, São paulo, agosto de 2001.

TFG
RIOS, Maira. Habitação no Brás. Trabalho final de graduação apresentado á Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade
de São Paulo, São Paulo, 2001

41
42
AGRADECIMENTOS
Musa, Klara, Luís, Esther, Tia Vera, Patrícia, Pat, Taís, Aninha, Pablo, Dudu, Dedé e Augusto, Bernardete, Vivaldo, Helô, todos os
funcionários do LAME e da Biblioteca. À todos que tiveram uma participação importante em meu percurso pela Fau, professores e
amigos... e principalmente aos meus pais, Ana e Eduardo e a vovó Mota que me criaram e me ajudaram a descobrir o mundo...

43
“o que
(se) foi
é (s)ido”

Arnaldo Antunes

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