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CURSO: Pós-Graduação em Psicopedagogia

DISCIPLINA: Diagnóstico Psicopedagógico Institucional

PROFESSORA: Maria Cristina Ribeiro Reis

ALUNO: Alexandre Augusto Izaias

DATA DA ENTREGA: 10/11/20

SANTA RITA DO SAPUCAÍ, 06 de Novembro de 2020.

Diagnóstico Psicopedagógico Institucional – Trabalho Final


Por: Alexandre Augusto Izaias

Aprender a Aprender: Uma Vida

A vida é feita de escolhas. Quando escolhi fazer o curso de Psicopedagogia


não sabia o que me esperava. Ao adentrar o campus da faculdade me deparei de
novo com aquela sensação de insegurança, como no primeiro dia de aula, quando
não conhecemos ainda nossos colegas e professores e nem sabemos muito bem o
que nos espera. Mas, como bem diz a primeira estrofe do poema “Aprendência”,
aprender é estar aberto ao mundo na espera do novo. Essa sempre foi minha
postura, sempre curioso desde muito cedo, a ponto de me sentir incomodado.
Aos poucos conheci cada colega, fiz novos amigos, me coloquei em relação,
e presenciei aulas incríveis, ministradas por mestres excepcionais. Mesmo em meio
à pandemia não desistimos, nem eu e nem os bravos professores. Um dos desafios
que se fez presente foi justamente se desapegar dos preconceitos e aprender a
aprender, para isso não se pode economizar, ou se entrega de corpo e alma ou se
colhe tudo pela metade e não há meio termo quando o assunto é a aprendizagem.
Já na aula de Diagnóstico Psicopedagógico Institucional descobri um mundo
incrível ao olhar por mais essa janela proporcionada pelo curso. Soube que existem
muitas áreas em que se pode trabalhar com a psicopedagogia, não se limitando a
área escolar. O campo de atuação é vastíssimo e pode tanto se concentrar em
instituições, tais como hospitais, empresas, casas de acolhimento, quanto no
terceiro setor, onde estão as ONGs, ou ainda, de forma particular, em consultório
próprio.
Onde houver um aprendente e um ensinante ali estará a psicopedagogia, pois
como bem fala Gonçalves (2006), a psicopedagogia apesar de se encontrar no limiar
fronteiriço de áreas como a educação e a saúde é um conhecimento no âmbito
educativo, de acordo com a ordem de seu objeto estudado. Esse objeto de desejo
de cada um de nós é a aprendizagem, motor nosso de cada dia.
Desde que nos levantamos até quando nos deitarmos estamos aprendendo,
trata-se de um processo dialético, para relembrar Friedrich Hegel, que acontece por
meio de confrontos, nos quais nos colocamos a refletir em busca de algo melhor.
Isso nos faz repensar que apesar de ser a aprendizagem algo intrínseco ao ser
humano, não deixa de ser ela também uma escolha. Minha escolha de vida é
aprender, e é isso que eu faço, ora conscientemente, outrora inconscientemente.
E como nos ensina Barbosa (2010), a aprendizagem para a psicopedagogia
se refere a um processo onde quem aprende tem um papel ativo, tanto do lado
cognitivo, quando afetivo, o que faz com que o aprendizado seja um objeto de
desejo. Aprendemos, a meu ver, porque nos sentimos desafiados. Gostamos de
desbravar os limites do desconhecido, respirar novos ares. Tal como o “objeto a”,
proposto por Jaques Lacan, que representa a falta, estamos sempre à procura de
algo para nos completar, e o bom do conhecimento é que ele não tem fim. Quando
alcançamos um nível já surgem vários outros a serem vencidos.
Faz parte da nossa humanidade querer o que não temos. Nesse sentido a
psicopedagogia funciona como uma mediadora que leva a cada um dos sujeitos
mais longe, é algo humano, das ciências humanas. Nas palavras de Gonçalves
(2006), “A Psicopedagogia [...] é uma área de conhecimento que se dirige para o
estudo da aprendizagem enquanto fato e ação inerente ao ser humano e, portanto,
se configura como um campo específico das ciências factuais humanas”.
Nesse sentido, faz-se necessário trazer à tona os muitos aprendizados que
obtive nessa matéria, como quando aprendi sobre o diagnóstico institucional, que é
um processo investigativo que surge a partir de uma demanda, que pode ser
traduzida em forma da queixa de um determinado problema. Mas não é qualquer um
que pode fazê-lo, mas sim o psicopedagogo, que possui conhecimento e
instrumentação para tanto e que sabe que este processo obedece a etapas que vão
desde a coleta de dados, passando pela elaboração de hipóteses, até a
apresentação dos dados obtidos, e finalmente a proposta de intervenção.
Trata-se de um processo que exige um olhar diferenciado de quem o realiza,
mas não só isso, também é necessário conhecer da epistemologia genética de Jean
Piaget, da Psicologia Social e a teoria de grupos operativos (centrados na tarefa) de
Pichon Rivière, e porque não, da psicanálise de Sigmund Freud. Isso por si só já é
animador, quanta coisa nova para aprender e quanto já pude experenciar nessa
nova jornada em que me coloquei.
Olho tudo com admiração e sou agradecido pela minha escolha, certamente
não sei o que vai ser do meu futuro, mas já sei que não sou o mesmo depois dessa
experiência magnífica chamada Psicopedagogia. Há quem diga que a ignorância é
uma benção pois não nos corrompe, porém, talvez a benção seja corromper esta
ignorância que não cansa e me alcança em cada momento. Vamos aprender.

(Alexandre Augusto Izaias, 2020).


Referência Bibiográficas

BARBOSA, Laura Monte Serrat (org.). Intervenção Psicopedagógica no


Espaço da Clínica. Curitiba: Ibpex; 2010. 

GONÇALVES, Júlia Eugênia. A Pesquisa em Psicopedagogia: Implicações


e Aplicações na Prática Profissional. Revista Científica da FAI, Santa Rita do
Sapucaí, MG, v.6, n.1, p. 54-62, 2006.

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