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Comentários do artigo De Segunda a Domingo, Etnografia de um Mercado

Coberto – Mundicarmo Maria Rocha Ferretti


Matéria: Fundamentos de Sociologia e Antropologia Aplicados à Sociologia
Professora: Lidiane Maciel
Aluna: Letícia Costa Gonçalves – 02310089 – Psico 1 UNA

 Introdução

Haviam poucas pesquisas antropológicas sobre os mercados e feiras


brasileiros. Quando existiam, possuíam uma visão de algo exótico ou
regionalista, não como algo que faz parte da comunidade.
Alguns dados são omitidos ou alterados para manter a privacidade das
pessoas entrevistadas ou que frequentam o lugar.

 Localização e Aspectos Gerais do Mercado Central

O aluguel não é só definido pelo local do comércio, mas quão forte o sindicato
é ou quão conhecido dos donos o comerciante é. Em alguns casos, os novos
locadores pagam uma taxa aos antigos, mas essa é uma prática não aprovada
pela COMAB (Companhia Maranhense de Abastecimento). Há muitos conflitos
entre os comerciantes, os sindicatos e a COMAB.
Se encontra de tudo nas lojas. Comidas típicas, brinquedos, cerâmicas,
utensílios domésticos, ervas, plantas, remédios naturais, amuletos, entre
outros.
O mercado abre as 4:30 horas e fecha as 14:30 horas, mas formam-se feiras á
céu aberto que duram dia e noite. Comércios que vendem comida pronta ou
peixes e carnes os funcionários chegam mais cedo para preparar as bancas ou
as comidas. Não se nota um aumento do preço durante os finais de semana
nem nos horários de pico, mas os preços são melhores para os “amigos” ou
fregueses recorrentes.
Um vigia faz a segurança do lugar e de maneira geral confiam nele. Algumas
mercadorias as vezes somem, mas se não for significativo não tem muito
problema. Após um aumento no número de furtos durante a noite, os
comerciantes contrataram outro segurança além do vigia contratado da
COMAB.

 Fregueses e Frequentadores

Muitas famílias maranhenses costumam comprar no mercado por não


confiarem em produtos industrializados ou por não possuírem energia, o que
impossibilita o armazenamento dos alimentos. O segundo grupo geralmente
vem de regiões rurais.
Muitas empregadas também compram no mercado e tem o hábito de se
demorarem por lá. Quando não possuem empregadas, as mulheres geralmente
fazem as comprar no final do dia e há também aquelas que ao comprar em
grande quantidade e estão sozinhas, são ajudadas pelos meninos de lá em
troca de um dinheirinho. Embora muitas vezes os frequentadores aparentam
ser pessoas mais pobres, muitas pessoas da classe média também frequentam
o lugar, especificamente aos fins de semana, quando sempre se vê famílias
que estão indo á praia parar no mercado.
Apesar da relação entre os comerciantes e fregueses serem de cordialidade há
uma certa cautela. Clientes inexperientes podem ser enganados.

 Comerciante do Mercado é assim

Os varejistas são, em sua maioria, homens adultos, mas há também crianças


entre 8 e 12 anos e homens com mais de 60 anos. As mulheres são
encontradas vendendo frutas e verduras e fazendo merenda. Não há homens
que são merendeiros como não há mulheres peixeiras. Devido a variedade de
produtos cada um se alia a um sindicato.
Há muita desigualdade social entre os mercadores. Pelas bancas serem
pequenas, muitos trabalham sozinhos, e os que precisam de ajuda recorrem
aos filhos ou outros parentes próximos. Os que possuíram comércios em
outros locais relatam que ali a lucratividade é melhor.
Apesar da maioria ser analfabeto ou semianalfabeto, existem 3 universitários
que trabalham no mercado. Em decorrência disso, muitos precisam da ajuda
de sindicatos ou de outros para entenderem seus direitos e deveres.
De uma maneira geral, existe um clima amistoso entre os varejistas, mas tem
também as desavenças entre uns grupos e outros. Além dos conflitos entre os
comerciantes, existem também problemas com o sindicato e com a própria
COMAB, mas é um sentimento mais de resignação do que de revolta.

 Conclusão

O mercado não é um lugar somente para trocas comerciais. É possível fazer


um recorte da sociedade com as relações ali encontradas. Há quem ache os
sindicatos outra organização que só serve para explorar, outros realmente são
beneficiados por este. Não há uma homogeneidade de pensamentos ou
situações.

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