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O QUE É DISLALIA?

Dislalia é a má formação da articulação de fonemas, dos sons da fala. Não é um


problema de ordem neurológica, mas de ordem funcional, referente à forma
como estes sons são emitidos. Este som alterado pode se manifestar de diversas
formas, havendo distorções, sons muito próximos, mas diferentes do real;
omissão ato em que se deixa de pronunciar algum fonema da palavra;
transposições na ordem de apresentação dos fonemas (dizer mánica em vez de
máquina, por exemplo); e, por fim, acréscimos de sons. Estas alterações mais
comuns caracterizam uma dislalia.

Pode ser fonética, quando o problema se apresenta somente na alteração


constante de fonemas, mas a criança conhece o significado da palavra, ou
fonológica, quando a criança simplesmente não ordena de modo estável os sons
de sua fala. Para evitar tais problemas, a Fonoaudiologia deve ser também
preventiva.

A maioria das pessoas ainda não tem o hábito de fazer uma avaliação
fonoaudiológica preventiva, nos primeiros anos de vida, como ocorre no que diz
respeito à Pediatria. Mas se deve estar atento também à saúde da voz, da fala e
da audição, e acompanhar este desenvolvimento, principalmente quando se
pretende expor a criança a uma aprendizagem formal, na idade certa.

Muitos fatores podem influir para que dislalias venham a surgir: crianças que
usam a chupeta por muito tempo, ou que mamam na mamadeira por tempo
prolongado, ou mesmo aquelas que mamam pouco tempo no peito terminam por
alterar as funções de mastigação, respiração e amamentação. Estas crianças
podem apresentar um quadro de dislalia. Embora não se possa dizer que haja
uma relação direta, é inegável que tais crianças acabem apresentando flacidez
muscular e postura de língua indevida, o que pode ocasionar dislalia. Sendo
assim, a dislalia pode ser prevenida por mães bem orientadas durante a
amamentação e o pré-natal.

O tratamento da dislalia varia de acordo com a necessidade de cada criança. Em


primeiro lugar, é feita uma avaliação após um contato com a família, e faz-se um
levantamento histórico da criança para, só depois, iniciar o trabalho com a
percepção dos sons que ela não executa. Existem crianças que têm dificuldade
de perceber auditivamente os sons. O fonoaudiólogo deve, então, usar recursos
corporais e visuais para chegar ao seu objetivo. Outras crianças apresentam
línguas hipotônicas (flácidas), o que às vezes chega a ocasionar alterações na
arcada dentária. Ou ainda, mostram falhas na pronúncia de certos fonemas
devido a postura e respiração deficientes. Para cada criança, tem-se um
procedimento diferente, mas, em geral, o fonoaudiólogo atua, na terapia, sobre a
falha e a dificuldade, usando, de preferência, meios lúdicos para ampliar a
possibilidade de utilização dos sons, até que a criança se sinta segura.

Quando a dislalia começa


Quando uma criança menor de 4 anos apresenta erros na pronúncia, é
considerado como normal, uma etapa no desenvolvimento da linguagem infantil.
Nessa etapa, não se aplica tratamentos, já que sua fala está em fase de
maturação. No entanto, se os erros na fala se mantém depois dos 4 anos, deve-
se consultar um especialista em audição e linguagem, um fonoaudiólogo, por
exemplo.

Tipos de dislalia
A dislalia é muito variada. Existem dislalias orgânicas, audiógenas, ou funcionais.

A dislalia funcional é a mais frequente e se caracteriza incorretamente o ponto e


modo de articulação do fonema.

A dislalia orgânica faz com que a criança tenha dificuldades para articular
determinados fonemas por problemas orgânicos. Quando apresentam alterações
nos neurônios cerebrais, ou alguma má formação ou anomalias nos órgãos da
fala.

A dislalia audiógena se caracteriza por dificuldades por problemas auditivos. A


criança se sente incapaz de pronunciar corretamente os fonemas porque não
ouvem bem. Em alguns casos, é necessário que as crianças utilizem próteses.

Uma recomendação fundamental para impedir o desenvolvimento da dislalia é


para que os pais e familiares do dislálico não fiquem achando engraçadinho
quando a criança pronuncia palavras de maneira errada, como “Tota-Tola”, ao
invés de “Coca-Cola”.

No desenvolvimento da primeira infância, é natural que a criança troque certos


fonemas e fale, por exemplo, “bapo”, ao invés de sapo. Porém, os pais têm que
estar sempre atentos desde a emissão das primeiras palavras de seus filhos.
Dessa forma, os desvios são detectados e sanados mais cedo. Se aos dois anos e
meio a criança não é capaz de conjugar duas palavras na intenção de uma frase,
mesmo que isso esteja longe da estrutura gramatical da Língua, os pais devem
ficar alertas. E se aos três anos ela ainda tem dificuldade de expressar-se de
maneira satisfatória e clara, e há troca de fonemas, é recomendável a avaliação
de um fonodiólogo.

Recadinho para os Professores


- Repetir somente a palavra correta para que a criança não fixe a forma errada
que acabou de pronunciar.

- É importante que o professor articule bem as palavras, fazendo com que as


crianças percebam claramente todos os fonemas.

- Os professores devem ser bem orientados em relação a estes fatores e , para


isto, é preciso que haja interação entre eles e os fonoaudiólogos.
- O ato da fala é um ato motor elaborado e, portanto, os professores devem
trocar informações com os educadores esportivos e professores de Educação
Física, que normalmente observam o desenvolvimento psicomotor das crianças.

- O ideal é que a criança faça uma avaliação fonoaudiologica antes de iniciar a


alfabetização, além de exames auditivos e oftalmológicos.

Durante a alfabetização, a criança pode ou não levar o seu desvio oral para a
grafia. O desvio fonológico não é pré-condição de uma alteração de leitura e
escrita, embora não seja aconselhável chegar nessa fase escolar com o padrão
de linguagem fora do normal.

Assim que perceber alterações na fala de um aluno, o professor deve evitar criar
constrangimentos em sala de aula ou chamar a atenção para o fato. O
recomendável é que não se espere muito tempo para avisar a família e procurar
um fonoaudiólogo.

A terapia fonoaudiológica é recomendável quando o desvio persiste e está muito


fora do padrão linguístico. No tratamento não se realizam somente exercícios
articulatórios, mas também a interação da criança com a linguagem, através de
cantigas, jogos de rima, brincadeiras lúdicas e educativas. O objetivo principal é
que o pequeno paciente tenha a consciência fonológica e a organização
vocabular.

FONTE: http://espacoeducar-liza.blogspot.com.br/2009/12/o-que-e-dislalia-como-
descobrir-e.html

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