Você está na página 1de 26

1

Débora Soares da Silva Martins

Tratamento de fluorose dentária por microabrasão de esmalte: revisão de


literatura

Palmas – TO
2019
2

Débora Soares da Silva Martins

Tratamento de fluorose dentária por microabrasão de esmalte: revisão de


literatura

Projeto de Pesquisa elaborado e


apresentado como requisito parcial para
aprovação na disciplina de Trabalho de
Conclusão de Curso (TCC) II do curso de
bacharelado em Odontologia do Centro
Universitário Luterano de Palmas
(CEULP/ULBRA).

Orientador: Profª Esp. Karina Pantano


Pinheiro
Co-orientadora:Profª Dra Tássia Silvana
Borges
3

Palmas – TO
2019

Débora Soares da Silva Martins

Tratamento de fluorose dentária por microabrasão de esmalte: revisão de


literatura

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) II elaborado e


apresentado como requisito parcial para obtenção
do título de bacharel em Odontologia pelo
Centro Universitário Luterano de Palmas
(CEULP/ULBRA).

Orientador: Profª. Esp. Karina Pantano Pinheiro


Co-orientadora: Profª.Dra. Tássia Silvana Borges

Aprovado em: _____/_____/_______

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________

Profª. Esp. Karina Pantano Pinheiro

Orientador

Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP

____________________________________________________________

Profª. Dra. Tássia Silvana Borges

CEULP-ULBRA

____________________________________________________________

Prof°. Dr. Igor Fonseca dos Santos

CEULP-ULBRA
4

Palmas – TO

2019

DEDICATÓRIA

Dedico a conclusão deste trabalho primeiramente a Deus em que pude


encontrar força e esperança. Aos meus avós, em especial a minha avó Maria
das Graças que está junto a Deus e verá minha vitória lá do alto. A minha mãe
Rosimeire Soares da Silva dona dos melhores conselhos e que mesmo de
longe nunca mediu esforços para trabalhar e incentivar os meus sonhos. Ao
meu pai Maurício Martins Gomes que sempre em meio a turbulências insistiu
para que eu batalhasse com o curso e alcançasse meus objetivos. A minha
irmã Bárbara Soares Martins por me suportar nos momentos de estresse em
semanas de provas e que sempre tentava melhorar meu dia. A minha grande
amiga Amanda Pedreira Lopes que de forma especial sempre alimentou meus
sonhos e me reergueu quando mais precisei. E a todos aqueles que de alguma
forma estiveram e estão próximos de mim, contribuindo com minha formação
acadêmica e fazendo a vida valer a pena.
5

AGRADECIMENTOS

Agradeço em particular a minha professora orientadora Karina Pantano


Pinheiro e a minha co-orientadora Tássia Silvana Borges por toda paciência e
competência que levaram à conclusão deste trabalho.
6

RESUMO

MARTINS, Débora Silva Soares. Tratamento de fluorose dentária por


microabrasão de esmalte: revisão de literatura. 2019. 26f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação) – Curso de Odontologia, Centro Universitário
Luterano de Palmas, Palmas/TO, 2019.

A microabrasão de esmalte é uma técnica conservadora para tratamento de


manchas brancas de fluorose dentária, mancha branca por desmineralização
pós-tratamento ortodôntico, hipoplasia localizada decorrente de trauma
dentário ou infecção, e hipoplasias idiopáticas onde a descoloração está
limitada a camada mais superficial do esmalte dental. O objetivo da técnica é a
recuperação da estética através de um mínimo de desgaste de esmalte, além
de ser de fácil execução e baixo custo. Essa técnica é uma associação de dois
materiais sendo um produto químico ácido e um produto abrasivo. Os ácidos
utilizados são o ácido fosfórico 37% e o ácido clorídrico 18% e como abrasivo a
pedra pomes. Os estudos têm demonstrado que não existem diferenças
significativas nos resultados baseados nos materiais existentes para execução
da técnica, mas sim, o correto diagnóstico e sua correta aplicação, que
proporcionam a obtenção do sucesso no tratamento. O presente trabalho
descreve as técnicas de microabrasão utilizadas pelo cirurgião dentista para
obtenção de resultados satisfatórios e melhoria da estética dental para os
pacientes.

Palavras-chave: Flúor. Fluorose. Microabrasão.


7

ABSTRACT

MARTINS, Débora Silva Soares. Treatment of dental fluorosis by enamel


microabrasion: literature review. 2019. 26f. Course Completion Work
(Graduation) - Dentistry Course, Lutheran University Center of Palmas,
Palmas / TO, 2019.

Enamel microabrasion is a conservative technique for the treatment of white


patches of dental fluorosis, white spot by orthodontic demineralization,
localized hypoplasia resulting from dental trauma or infection, and idiopathic
hypoplasias where discoloration is limited to the more superficial layer of
dental enamel. The objective of the technique is the recovery of aesthetics
through a minimum of enamel wear, besides being easy to perform and low
cost. This technique is an association of two materials being an acidic
chemical and an abrasive product. The acids used are 37% phosphoric acid
and 18% hydrochloric acid and as an abrasive the pumice stone. The
studies have demonstrated that there are no significant differences in the
results based on the existing materials to perform the technique, but rather,
the correct diagnosis and correct application, which provide the success of
the treatment. The present work describes the techniques of microabrasion
used by the dental surgeon to obtain satisfactory results and improvement of
dental aesthetics for patients.

Key words: Fluorine. Fluorose. Microabrasion.


8

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................9
1.1 PROBLEMA DA PESQUISA........................................................................11
1.2 HIPÓTESES.................................................................................................11
1.3 OBJETIVOS.................................................................................................11
1.3.1 Objetivo Geral.........................................................................................11
1.3.2 Objetivos Específicos....................................................................... ......11
1.4 JUSTIFICATIVA...........................................................................................12
2 REFERENCIAL TEÓRICO..........................................................................13
2.1 Fluorose Dentária...................................................................... ..................13
2.2 Tratamento por Microabrasão......................................................................17
2.2.3 Microabrasão com ácido fosfórico a 37%........................................ ..18
2.2.4 Técnica de microabrasão com ácido fosfórico a 37% e pedra
pomes..........................................................................................................19
2.2.5 Microabrasão com ácido clorídrico a 18%.......................................,..19
2.2.6 Técnica de microabrasão com ácido clorídrico a 18% e pedra
pomes..........................................................................................................20
3 METODOLOGIA.............................................................................................21
3.1 DESENHO DE ESTUDO (TIPO DE ESTUDO)...........................................21
3.2 LOCAL E PERÍODO DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA.............................21
3.3 OBJETO DE ESTUDO OU POPULAÇÃO E AMOSTRA.............................21
3.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO................................................21
3.5 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS, ESTRATÉGIAS DE
APLICAÇÃO, REGISTRO, ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DOS DADOS......22
3.6 ASPECTOS ÉTICOS.................................................................................22
3.7 BENEFÍCIOS.............................................................................................22
9

4 DISCUSSÃO.................................................................................................23
5 CONCLUSÃO...............................................................................................24
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................25

1 INTRODUÇÃO

O flúor é um dos agentes coadjuvantes no controle de cárie


dentária mais estudado nos últimos anos e devido a sua eficácia
comprovada ele vem sendo incorporado em vários produtos, tais como,
água de abastecimento público, sal de cozinha, suplementos
vitamínicos, soluções para bochecho, fio dental e dentifrício (MYERS,
1978).
Dentre os mecanismos de prevenção da cárie, a ação do
flúor tem sido bastante documentada, e este tem sido o elemento mais
utilizado para fortalecer as estruturas dentais, em todas as suas formas
de administração (MURRAY, 1992).

A fluorose dentária é conceituada como uma deficiência na


mineralização do esmalte dos dentes devida à ingestão diária e
excessiva de fluoreto durante o desenvolvimento dental (AOBA&
FEJERSKOV, 2002).

A fluorose dentária leve causa apenas alterações estéticas,


caracterizadas por pigmentação branca no esmalte dentário. A
moderada e severa, é caracterizada por manchas amarelas ou marrons,
além de defeitos estruturais no esmalte, apresentando repercussões
estéticas, morfológicas e funcionais (MOYSÉS et al., 2002).

A microabrasão do esmalte (MAE) é uma técnica


conservadora para tratamento de manchas brancas de fluorose dentária,
mancha branca por desmineralização, pós-tratamento ortodôntico,
hipoplasia localizada decorrente de trauma dentário ou infecção e
10

hipoplasia idiopática onde a descoloração está limitada a camada mais


superficial do esmalte dental.
O objetivo é a recuperação da estética através de um
mínimo de desgaste de esmalte, além de ser de fácil execução e baixo
custo. Essa técnica é uma associação de dois materiais sendo um
produto químico ácido e um produto abrasivo. Os ácidos utilizados são o
ácido fosfórico 37% e o ácido clorídrico 18% e como abrasivo a pedra
pomes. Existe também como opção um kit pré-fabricado, denominado
PREMA®-Premier (Sistema de microabrasão de esmalte).
O objetivo desta revisão literária é descrever as técnicas de
microabrasão de esmalte, suas vantagens e indicações, por ser um
método controlado e não invasivo de reabilitação estética e funcional,
como opção para tratamento de pacientes com alterações na coloração
de esmalte dental, causado por fluorose dental.
11

1.1 PROBLEMA DA PESQUISA

A microabrasão de esmalte é um tratamento eficaz para a fluorose


dentária?

1.2 HIPÓTESE

H.1 O tratamento de microabrasão de esmalte é baseado no


grau de comprometimento da estrutura dental, ou seja, a severidade do
distúrbio ocasionado, sendo a microabrasão de esmalte não indicada para
graus moderados e severos.

1.3 OBJETIVOS:

1.3.1- Objetivo Geral

Tratamento de fluorose dental por microabrasão de esmalte.

1.3.2- Objetivos Específicos

- Melhor preparo do cirurgião-dentista tanto para prevenção como


para tratamento da fluorose dental.
12

1.4 JUSTIFICATIVA

Venho por meio deste trabalho científico, elucidar a técnica de


microabrasão de esmalte, devido a sua facilidade na execução e por causar
mínimo desgaste na estrutura dental, devolvendo ao paciente um sorriso
agradável, pois as manchas causadas pela fluorose comprometem a estética
levando a um impacto psicológico negativo. É bastante elevado o número de
pacientes acometidos, sendo um tema abrangente e de extrema importância
tanto para prevenção como para o tratamento da fluorose. Por conviver em
população onde o índice elevado é destaque no nosso estado, e a unidade
básica de saúde não oferecer tratamento específico desse distúrbio,
ocasionado em crianças durante o processo de formação dos dentes, e o
pouco uso da técnica pelos profissionais. A realização desta revisão visa
oferecer as técnicas e produtos encontrados no mercado para solucionar ou
amenizar o problema, desenvolvendo um protocolo ideal para cada caso,
baseado em correto diagnóstico.
13

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Na odontologia, após a década de 80, puderam-se observar


inúmeras mudanças nos padrões de morbidade de doenças bucais, decorrente
dos avanços nos processos de diagnóstico e mudanças nos hábitos sociais e
de saúde, desenvolvimento industrial, cultural e difusão de técnicas
preventivas, entre elas o uso dos fluoretos.

O uso do flúor tem promovido melhorias significativas na saúde


bucal e na qualidade de vida das populações, através da redução do índice de
cárie dental. Entretanto, inúmeros estudos têm sido divulgados identificando o
primeiro sinal clínico do efeito tóxico dessa substância, a fluorose dental.

Os fluoretos possuem inúmeros benefícios em relação à


prevenção da doença cárie, porém sabe-se que os riscos de malefício existem
quando utilizados de forma inadequada, levando até a uma intoxicação aguda
ou crônica, dores abdominais, náuseas e vômito devido à alta quantidade e
frequência de ingestão do produto.

Nos casos em que essa alta ingestão se torna um hábito, o


paciente que está em um processo de formação dos dentes, fica susceptível à
fluorose dentária, tendo mudanças na estrutura do esmalte dentário. Levando
em conta todos esses riscos, se faz necessário um controle rigoroso sobre o
consumo de produtos fluoretados.

2.1 Fluorose Dentária


14

Frazão et al., (2004) definem a fluorose dentária como um


distúrbio durante o desenvolvimento do esmalte, sendo provocada pelo
uso excessivo de flúor, alterando os ameloblastos e modificando o
equilíbrio do cálcio na formação dos cristais de apatita.

Rigo et al., (2015) explicam que anomalias do esmalte são


distinguidas em quantitativas onde o esmalte já existente perde
espessura com o passar do tempo (defeito na matriz orgânica)
denominada de hipoplasia. E podem existir as anomalias qualitativas,
que consiste na alteração de translucidez do esmalte que são as
hipomineralizações, mais conhecida como fluorose dentária que tem
como característica a porosidade e opacidade do mesmo.

Moysés et al., (2002) descrevem que os principais fatores


de risco são o uso de água fluoretada, pasta de dente fluoretada,
suplementos fluoretados e uso de bebidas ou alimentação em pó para
mamadeira contendo fluoretos antes dos seis anos de idade.

Dependendo da quantidade de flúor ingerida, tempo de


exposição, idade, peso e estado nutricional, apresentará as
manifestações clínicas ao decorrer do crescimento do indivíduo,
podendo a coloração das manchas variarem do branco ao castanho
escuro dependendo do grau de classificação.

Bussadori et al., (2005) classificam o grau de opacidade do


esmalte pelo Índice de Dean preconizado pela Organização Mundial de
Saúde:

GRAU DESCRIÇÃO

O esmalte apresenta translucidez usual, a superfície é lisa,

NORMAL polida ou creme claro.

O esmalte revela pequenas alterações de translucidez, que


15

QUESTIONÁVEL podem variar desde pequenos traços esbranquiçados até


manchas ocasionais;

Áreas esbranquiçadas opacas, mas envolvendo não mais

MUITO LEVE que 25% da superfície vestibular; inclui opacidade nas


pontas de cúspides de molares.

A opacidade é mais extensa, mas não envolve mais que

LEVE 50% da superfície.

Todo o esmalte é afetado, as faces sujeitas à atrição

MODERADA mostram-se desgastadas e existem manchas castanhas ou


amareladas.

A hipoplasia é generalizada, o sinal clínico é mais evidente

SEVERA no esmalte, que parece corroído com manchas


acastanhadas.

Figura 1 Índice de Dean imagem retirada do google fotos

Rigo et al., (2015) afirmam que infelizmente o nível de


conhecimento dos profissionais e o estudo durante a graduação são
16

motivos de preocupação. Pois a dificuldade do diagnóstico clínico sobre


os casos mais brandos é bem elevada, visto que o diagnóstico se torna
preciso nos graus leve, moderado e severo.

Moysés et al., (2002) ressaltam que na fluorose moderada


e severa além do comprometimento estético leva-se em consideração
também os aspectos morfológicos e funcionais. As altas concentrações
de flúor acima de 8ppm provocam alterações esqueléticas, articulares,
neurológicas e nefrológicas.

Bussadori et al. (2005) fazem a seguinte classificação pelo


índice de TF (Thylstrup; Fejerskov).

GRAU DESCRIÇÃO

A translucidez normal do esmalte lustroso e cremoso

TF Grau 0 permanece após a limpeza e a secagem da superfície;

São vistas finas linhas brancas opacas cruzando a superfície;


as linhas correspondem à posição da pericamada; em alguns
casos também pode ser vista uma pequena “cobertura de neve”
TF grau 1
nas pontas de cúspides e nas incisais;

As linhas opacas são mais pronunciadas e frequentemente se


fundem para formar pequenas áreas nebulosas espalhadas por
toda a superfície; “a cobertura de neve” é comum;
TF grau 2

Ocorre a fusão das linhas brancas e as áreas nebulosas de


opacidade se espelham por muitas partes da superfície; entre
as áreas nebulosas também podem ser vistas as linhas
TF grau 3
brancas;

Toda a superfície exibe uma opacidade marcante, ou parede

TF grau 4 branca calcária; partes da superfície exposta a atrito ou


17

desgaste podem parecer menos afetadas;

Toda a superfície é opaca e existem depressões arredondadas

TF grau 5 (perda focal do esmalte externo), com menos de 2 mm de


diâmetro;

As pequenas depressões que podem ser vistas se fundindo no


esmalte opaco para formar faixa com menos de 2 mm de altura
vertical; nesse grau estão incluídas também as superfícies onde
TF grau 6
a borda cuspídea do esmalte vestibular foi lascada e a
dimensão vertical do dano é resultante é menor que 2 mm;

Há perda do esmalte externo em áreas irregulares, e menos

TF grau 7 que a metade da superfície está bastante envolvida; o esmalte


intacto é opaco;

A perda do esmalte externo envolve mais da metade do


esmalte; o esmalte intacto restante é opaco;
TF grau 8

A perda da principal parte do esmalte externo resulta em


mudança na forma anatômica da superfície do dente; um halo
TF grau 9
de esmalte cervical é geralmente notado;

2.2 Tratamento por microabrasão

A microabrasão é um método bastante eficiente para


remover manchas superficiais do esmalte dentário, especialmente as
manchas de fluorose dentária. Para tratamento de fluorose existem
várias técnicas, podendo citar: confecções de facetas, branqueamento
dentário, associação de microabrasão e clareamento dental. A
microabrasão do esmalte que é o foco principal dessa revisão literária e
18

é associação de um material ácido com um abrasivo como na maioria


utilizados pelos profissionais, o peróxido de hidrogênio 30%, ácido
fosfórico 37%, ácido hidroclorídrico 18%, ácido clorídrico 6%, carbeto de
silício e como abrasivo a pedra pomes.

QUEIROZ et al., (2010) relatam que a microabrasão do


esmalte é uma alternativa técnica conservadora, eficaz e minimamente
invasiva para remoção desses tipos de manchas sendo capaz de
solucionar o problema antiestético sem necessidade de preparo cavitário
e inserção de material restaurador sendo um tratamento conservador e
duradouro.
BARBOSA (2010) ressaltam que o sucesso da
microabrasão está na profundidade das manchas e alterações do
esmalte. A maior dificuldade da técnica é sem dúvida a indicação correta
dos casos que devem ser microabrasionados.
Os estudos têm demonstrado que não existem diferenças
significativas nos resultados baseado nos materiais existentes para
execução da técnica, mas sim, o correto diagnóstico e uma aplicação
correta da técnica proporcionam a obtenção do sucesso no tratamento.

BARBOSA (2010) descreve que as vantagens da


microabrasão em relação as outras técnicas mais invasivas são:
estabelecimento e restabelecimento da estética, resultados imediatos e
permanentes sem recidivas, perda da estrutura dental insignificante, não
causa danos aos tecidos periodontais e injurias a polpa, requer pouco
tempo de tratamento, pode ser utilizada em combinação com outras
técnicas (clareamento, restauração estética), não causa sensibilidade
pós operatória, não necessita de preparo cavitário e material
restaurador, baixo custo, em casos de insucesso da técnica o
procedimento restaurador adesivo pode ser efetuado na mesma sessão,
após de novo condicionamento com ácido fosfórico.
RIBEIRO (2018) diz que o tratamento de microabrasão
depende do nível de alteração, tendo como indicações o clareamento,
facetas de porcelana ou em resina, macroabrasões e microabrasões. A
19

técnica menos invasiva é a microabrasão, sendo indicada para os casos


de graus 1, 2 e 3 de Dean. Para um diagnóstico diferencial em relação à
profundidade da mancha, é utilizada a técnica de transiluminação que
consiste em uma inspeção óptica mais apurada já que a estrutura
descalcificada na presença da luz azul se apresenta na coloração mais
escura que o esmalte, isso se deve ao índice de transmissão de luz
inferior à do esmalte sadio.

2.2.4 Microabrasão com ácido fosfórico a 37%


PRADO JR et al., (2008) afirmam que a alternativa de
microabrasão com ácido fosfórico a 37% é segura, eficiente, baixo
custo, simples, resultado imediato, satisfatório, além da facilidade no
acesso pois praticamente em todo consultório odontológico é
encontrado o ácido fosfórico.
BARBOSA (2010) demostra que o ácido fosfórico tem a
vantagem de ser menos erosivo e cáustico em relação ao ácido
clorídrico a 18%, é fácil de ser manipulado, menos volátil por se
apresentar em forma de gel, menos agressivo para a pele, olhos e
mucosa do paciente em caso de acidentes. O desgaste
proporcionado é em torno de 5,5 mais ou menos de 1,5 um da
camada de esmalte.

2.2.2 Técnica de microabrasão com ácido fosfórico a 37% e pedra


pomes

- Isolamento absoluto com amarrias de fio dental nos dentes


comprometidos, realizar uma mistura de ácido fosfórico 37% com
pedra pomes de granulação fina;
- Friccionar a mistura nos dentes comprometidos com auxílio de uma
taça de borracha e micromotor de baixa rotação em movimento
rotatório e constante por 10 segundos;
- Lavagem por 20 segundos;
- Repetir a microabrasão por cinco vezes na mesma sessão;
- Aplicação tópica de flúor por quatro minutos;
20

- Após sete dias fazer um novo exame clínico se permanecer algumas


manchas brancas, executar novamente a técnica, porém com
espátula de madeira manualmente;
- Por fim o polimento final com disco de granulação extrafina;
- Aplicação de flúor novamente por quatro minutos.
(PRADO Jr et al., 2008)

2.2.3 Microabrasão com ácido clorídrico a 18%

Croll e Cavanaugh em 1986 foram os divulgadores


dessa técnica com ácido clorídrico a 18%, possuindo algumas alterações
de cada autor, mais proporcionando o mesmo resultado. É uma técnica
simples, prática, pouco tempo clínico, custo reduzido, e com mínimo de
sessões com resultado por longo tempo (MENEGHIM et al., 1997).
A desvantagem é que o ácido clorídrico na
concentração de 18% apresenta um poder erosivo muito alto para o
esmalte. Cáustico aos tecidos moles, o líquido separa do agente
abrasivo podendo causar queimaduras nos tecidos moles, quando
extravasado através do isolamento absoluto. Necessita ser manipulado
em farmácia específica, e em casos de acidentes as consequências são
mais graves comparando com as outras técnicas (BARBOSA et al.,
2007).

2.2.4 Técnica de microabrasão com ácido clorídrico a 18% e


pedra pomes

- Proteção de toda a mucosa peribucal do paciente com vaselina;

- Isolamento absoluto com amarrias com fio dental, proteção nos


olhos;

- Profilaxia dos dentes com taça de borracha com pedra pomes e


água;
21

- Aplicação de mistura do ácido clorídrico 18% e pedra pomes sobre


as manchas esbranquiçadas com taça de borracha e micromotor em
baixa velocidade por no máximo 10 segundos;

- Lavagem por 20 segundos e repetir a aplicação por cinco vezes;

- Aplicação do flúor gel neutro por quatro minutos;

- Retorno de sete dias foi optado a 2ª sessão de microabrasão com


auxílio da espátula de madeira com movimentos circulares e ligeira
pressão sobre as manchas remanescentes por 10 segundos;

- Polimento com disco de granulação fina;

- Orientação sobre higienização e evitar alimentos que contém


corantes.

(PERUCHI et al., 2004)

3. Metodologia

3.1 DESENHO DO ESTUDO (TIPO DE ESTUDO)

Este trabalho constituirá em um estudo básico, de revisão bibliográfica.

3.2 LOCAL E PERÍODO DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA

O presente trabalho será realizado no Centro Universitário Luterano de


Palmas/ULBRA, Palmas-TO.
O período de realização do trabalho foi de agosto de 2018 a junho de
2019.

3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO


Esta revisão teve como critérios de inclusão, artigos, resumos, teses e
dissertações que abordem a temática do tratamento de fluorose dentária por
22

microabrasão de esmalte, publicados entre 2012 e 2018. Para a busca serão


utilizadas as palavras chave: flúor, fluorose e microabrasão e seus respectivos
termos e inglês: fluor, fluorosis e microabrasion. Os dados encontrados serão
descritos nessa revisão de literatura.

3.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS, ESTRATÉGIAS DE


APLICAÇÃO, REGISTRO, ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DOS DADOS

Foram utilizados artigos científicos obtidos através da base de dados,


Pubmed, Medline, Bireme, Lilacs, Biblioteca Cochrane, Scielo e Google
acadêmico.

3.5 ASPECTOS ÉTICOS


O Conselho Nacional de Saúde propõe na Resolução 466/12, que todo
Projeto de Pesquisa, de qualquer natureza, financiado ou não por instituições
de fomento, que envolver o estudo com seres humanos deverá ser submetido à
aprovação por um Comitê de Ética em Pesquisa. Por isso, como o presente
trabalho se trata de uma revisão de literatura, não será submetido ao CEP.

3.6 BENEFÍCIOS
Obtenção de um protocolo de microabrasão dental para tratamento de
fluorose dental favorecendo o aprendizado acadêmico e sendo referência para
cirurgiões dentistas
23

4 DISCUSSÃO

A fluorose dentária origina-se durante o processo de formação do


germe dentário. Essa formação se dá devido à alta ingestão do íon flúor que
está presente principalmente na água por conta de medidas preventivas. Esse
excesso de flúor por sua vez se torna tóxico ao organismo e aos elementos
dentários, levando a alterações no esmalte, desde linhas finas brancas até
áreas erosivas e pigmentadas como descrito por Frazão et al., (2004).
QUEIROZ et al., (2010) enfatizam que a escolha por tratamentos que
busquem preservação da estrutura dentária, assim como a devolução da
estética, obtidas através da microabrasão reafirma que procedimentos
minimamente invasivos devem ser sempre utilizados como a primeira opção de
tratamento, para casos em que a presença de manchas fluoróticas causem
desconforto estético para o paciente, o que corrobora com Barbosa(2010).
Ribeiro (2018) descreve que a técnica de microabrasão surgiu para
solucionar os defeitos superficiais do esmalte como manchas fluoróticas,
lesões e irregularidades na textura do esmalte. Esse procedimento é de caráter
estético, já que não traz riscos à saúde bucal do paciente. Portanto, é de
24

grande importância a obtenção de um diagnóstico preciso, tendo em vista que


o tipo e a profundidade das lesões brancas são determinantes para a indicação
de técnicas minimamente invasivas ou invasivas descrito por Prado Jr et al.,
(2008).
Em relação ao desgaste produzido, a microabrasão provoca uma perda
mínima do esmalte dentário, e ao longo do tempo esse desgaste se torna uma
superfície de esmalte uniforme e com brilho descrito por Barbosa (2010).
A indicação da técnica de microabrasão deve levar em consideração a
profundidade da lesão branca, e sua extensão, pois juntamente a um bom
diagnóstico, o sucesso clínico é garantido, onde a Classificação de Dean,
detalhada por Bussadori et al., descreve os graus de fluorose.
Ambas as técnicas são capazes de remover as manchas intrínsecas
do esmalte, independentemente do material utilizado para realização da
microabrasão, mostrando eficácia do tratamento com restabelecimento da
estética dos elementos
dentários envolvidos e satisfação dos pacientes.

5 CONCLUSÃO

A microabrasão surgiu como uma opção de tratamento rápido,


econômico e de resultados imediatos, tornando-se real a prática da odontologia
conservadora que tanto é prezada na atualidade.
25

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARATIERI, L. N. et al. Dentística: Procedimentos Preventivos e Restauradores. In:


CURY, J. A. Uso do flúor. 2. ed. editora: Santos,1992. cap. 2, p. 43-65.

BARBOSA, T. F. Fluorose dentária e concentração de flúor nas unhas de


crianças residentes em diferentes áreas fluoretadas. Pós-Graduação em
Odontologia Preventiva e Social- Mestrado Faculdade de Odontologia de
Araçatuba – UNESP,2010.

BUSSADORI, S.K. et al. Manual de Odontohebiatria. São Paulo: Santos, p. 124, 2005.

FRAZÃO, P. et al. Fluorose dentária: comparação de dois estudos de prevalência. Rio


de Janeiro. Cad. Saúde Pública. v. 20, n.4, p. 1050-1058, 2004.

MENEGHUIM, M. C. Tends in caries experience and fluorosis prevalence in 11- to 12-


year-old Brazilian children between 1991 and 2004. Oral Health Preventive
Dentistry, v.4, n.3, p. 193-198, 2006.

MOSELEY, R. et al. The influence of fluoride exposure on dentin mineralization using


an in vitro organ culture model. Calcified Tissue International, v. 73, n. 5, p.
470-475, 2003.
26

MOYSÉS, S. J. et al. Fluorose dental: ficção epidemiológica? Rev Panamericana de


Salud Publica, v. 12, n. 5, p. 339-346, 2002.

MYERS, H. M. Fluorides and dental fluorosis. Monogr Oral Sci, v. 7, p. 1-74, Nov.
1978.

PERUCHI, C. M. S et al. O uso da microabrasão do esmalte para remoção de


manchas brancas sugestivas de fluorose dentária: caso clínico. Rev Odont
Araçatuba, v. 25, n.2, p. 72-77, jul/dez, 2004.

QUEIROZ, V. A. O. et al. Relato de duas técnicas de microabrasão do esmalte para


remoção de manchas: discussão de casos clínicos. Rev Odontol Unesp,
Araraquara, v. 39, n.6, p. 369-372, 2010.

RIBEIRO, A. G. M. et al. Técnica de Microabrasão do esmalte para resolução


estética em casos de fluorose grau leve. R Odontol Planal Cent. p. 19-20,
jul/dez 2014.

Rigo L; Lodi L; Garbin RR. Diagnóstico diferencial de fluorose dentária por


discentes de odontologia. Einsten: 2015, v. 13, p. 547-54.

SANTOS, A. A. et al. REMOÇÕES DE MANCHAS NO ESMALTE DENTAL


PELA TÉCNICA DE MICROABRASÃO: Revisão de Literatura. Rev Odontol
Contep, v. 2, n. 1, p. 52-55, Mai 2018.

LEAL, S. D. et al. Conhecimento de alunos do Curso de Odontologia sobre o uso


racional do flúor. Rev Odontol UNESP. 2015 Jan.-Feb

Você também pode gostar