Você está na página 1de 51

CENTRO UNIVERSITÁRIO MARIA MILZA

BACHARELADO EM ODONTOLOGIA

LETÍCIA CAITANO PEREIRA

O USO DA PISTA DIRETA EM DENTIÇÃO DECÍDUA COMO CORREÇÃO DE


MORDIDA CRUZADA: REVISÃO DE LITERATURA

Governador Mangabeira – Ba
2021
LETÍCIA CAITANO PEREIRA

O USO DA PISTA DIRETA EM DENTIÇÃO DECÍDUA COMO CORREÇÃO DE


MORDIDA CRUZADA: REVISÃO DE LITERATURA

Monografia apresentada no Centro


Universitário Maria Milza no Curso de
Bacharelado em Odontologia, como
requisito parcial para obtenção do título
de Bacharel em Odontologia.

Profª. Hildes Cristina Santos da Silva


Rocha
Orientadora

Governador Mangabeira – Ba
2021
Ficha catalográfica elaborada pela Faculdade Maria Milza,
com os dados fornecidos pelo (a) autor(a)

Bibliotecárias responsáveis pela estrutura de catalogação na publicação:


Marise Nascimento Flores Moreira - CRB-5/1289 / Priscila dos Santos Dias - CRB-
5/1824

Pereira, Letícia Caitano


P436u
O uso da pista direta em dentição decídua como correção de mordida cruzada:
revisão de literatura / Letícia Caitano Pereira. - Governador Mangabeira - BA ,
2021.

51 f.

Orientadora: Hildes Cristina Santos da Silva Rocha.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) - Faculdade


Maria Milza, 2021 .

1. Oclusão. 2. Mordida Cruzada. 3. Ortodontia Preventiva. 4. Pista Direta -


Odontologia. I. Rocha, Hildes Cristina Santos da Silva, II. Título.

CDD 617.643
LETÍCIA CAITANO PEREIRA

O USO DA PISTA DIRETA EM DENTIÇÃO DECÍDUA COMO CORREÇÃO DE


MORDIDA CRUZADA: REVISÃO DE LITERATURA

FOLHA DE APROVAÇÃO

_____/_____/_____

MEMBROS DA BANCA

Profª. Hildes Cristina Santos da Silva Rocha (Orientadora)


Centro Universitário Maria Milza (UNIMAM)

Profª. Maria do Carmo Vasquez F. B. Nagahama (Membro avaliador)


Centro Universitário Maria Milza (UNIMAM)

Profª. Pollyana Leal Simões (Membro avaliador)


Centro Universitário Maria Milza (UNIMAM)

Profª. Dra. Andréa Jaqueira da Silva Borges


(Profa.TCC-UNIMAM)

Governador Mangabeira – Ba
2021
Dedico, esse trabalho a Deus, meus pais,
meu irmão e meus familiares.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por ser meu porto seguro, sem ele não
estaria aqui hoje, aos meus pais que mim deram todo o apoio para seguir em frente
com esse sonho, ao meu irmão por todo carinho e incentivo durante esses cinco
anos, há todos os meus familiares que acreditaram em mim e me deram força.
Agradeço a minha querida professora de TCC Dra. Andrea Jaqueira por todos
os ensinamentos e carinho por cada um da turma. A minha amada orientadora
Hildes Cristina, por todos ensinamentos, pela paciência, conversas e todo o carinho.
A todos os professores que passaram nessa longa jornada e deixou um pouquinho
na construção da profissional que irei me tornar, obrigado!
Não poderia faltar a nossa querida coordenadora Jane, por todo o amor e
carinho que tem por cada um desse curso, levarei comigo cada palavra de incentivo
e carinho nessa nova caminhada.
E aos meus colegas e amigos que ganhei no decorrer desses anos e que
levarei até depois da faculdade e a todos que direta ou indiretamente participaram
dessa formação, com uma palavra, um sorriso, um abraço, um carinho. Muito
Obrigado!
“Mude, mas comece devagar, porque a
direção é mais importante que a
velocidade”.
Clarice Lispector
RESUMO

A oclusão pode ser definida como a maneira pela qual os dentes superiores e
inferiores intercalam-se em todas as posições e movimentos mandibulares. A má
oclusão é determinada por uma irregularidade do posicionamento dos dentes ou
uma relação incorreta dos arcos dentários, ocupando a terceira posição na escala de
prioridades e de problemas de saúde bucal no Brasil. A mordida cruzada é um
desvio transversal que pode vir a resultar numa assimetria esquelética, caso não
seja realizado qualquer tipo de tratamento. Já mordida cruzada posterior é definida
por uma relação anormal vestíbulo-lingual de um ou mais dentes da maxila, com um
ou mais dentes da mandíbula. A ortodontia preventiva age na prevenção do
agravamento de problemas futuros de oclusão. O tratamento precoce da mordida
cruzada posterior, pode ser realizado através de diferentes técnicas, uma destas é a
Pista Direta Planas, sendo um recurso terapêutico da Ortopedia Funcional dos
Maxilares, aplicada na dentição decídua e considerado um tratamento satisfatório,
além de ser um grande atrativo para o serviço público pelo custo mais acessível da
técnica. O objetivo geral deste estudo foi investigar como a literatura tem abordado o
uso de pista direta em dentição decídua como forma de tratamento para correção de
mordida cruzada. O trabalho tratou-se de uma revisão de literatura integrativa, nas
plataformas digitais Scientific Electronic Library Online, Biblioteca Virtual de Saúde e
Medline. Como descritores: má oclusão (malocclusion); mordida cruzada (crossbite);
pistas diretas planas (direct flat track); tratamento precoce (early treatment) e
dentadura decídua (primary dentition). Tendo como o recorte temporal o período de
2016 a outubro de 2021. A amostra final dessa revisão foi composta por 14 trabalhos
científicos, sendo 7 destes na língua portuguesa e os outros 7 na língua inglesa. O
trabalho pode comprovar através da literatura que a técnica da pista direta como
tratamento da mordida cruzada é eficiente para resolução dessa alteração. Os
autores trazem como vantagens: um método rápido e de baixo custo, que não
necessita da colaboração direta do paciente, apesar de ainda ser uma técnica pouco
usada na ortodontia preventiva, mesmo com a possibilidade de ser realizada no
Sistema Único de Saúde. Nos documentos onde a técnica não foi citada, os demais
autores não contraindicavam o seu uso. O tratamento precoce é uma forma
importante de prevenção, que pode ser utilizada na dentição decídua ou mista com
intuito de promover o não agravamento das más oclusões, evitando assim o uso de
aparelhos ortodônticos por um longo tempo e a necessidade de uma intervenção
cirúrgica futura.

Palavras-chave: Má oclusão. Ortodontia preventiva. Tratamento precoce.


Odontopediatria.
ABSTRACT

Occlusion may be defined as the way upper and lower teeth are intercaleted in all
mandibular positions and movements. Malocclusion is determined by an irregular
positioning of the teeth or an incorrect relationship of the dental arches, residing at
the third position on the scale of priorities and oral health problems in Brazil. A
crossbite is a transverse deviation that can result in skeletal asymmetry if no
treatment is performed. Posterior crossbite is defined as an abnormal buccolingual
relationship of one or more maxillary teeth with one or more jaw teeth. Preventive
orthodontics acts to prevent the aggravation of future occlusion problems. Early
treatment of posterior crossbite may be performed using different techniques, one of
them is called the direct flat track, which is a therapeutic resource of Functional
Maxillary Orthopedics, applied to primary dentition and considered an operative
treatment, in addition to being a great attraction for the public service due the low
cost of the technique. The aim of this study was: to investigate how the literature has
approached the use of direct flat track in primary dentition as a form of treatment for
crossbite correction. The study was characterized as an integrative literature review.
The digital platforms’ Scientific Electronic Library Online, Virtual Health Library and
Medline were used. As descriptors: malocclusion; crossbite; direct flat track; early
treatment and primary dentition. Having as the time frame the period from 2016 to
October 2021. The final sample of this review comprehend 14 scientific papers, 7 on
Portuguese and the other 7 in English. This work can prove through the literature that
the direct flat track technique as a treatment for crossbite is efficient to resolve this
disturbance. The authors bring the advantages of a fast and low-cost method, which
does not require direct patient’s collaboration, although is still not well used in
preventive orthodontics, or even performed in the Unified Health System. Where was
not mentioned, the other authors did not contraindicate its use. Early treatment is an
important form of prevention, which may be used on primary or mixed dentition that
leads to not to worsen malocclusions, thus avoiding the use of orthodontic appliances
for a long time and also requirement for future surgical intervention.

Keywords: Malocclusion. Preventive orthodontics. Early treatment. Pediatric


Dentistry.
LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Características gerais dos artigos selecionados para o estudo.......... 31


Quadro 2: Conteúdos manifestos e latentes, temática 1..................................... 31
Quadro 3: Conteúdos manifestos e latentes, temática 2..................................... 32
Quadro 4: Distribuição segundo o ano de publicação dos artigos....................... 33
Quadro 5: Fatores etiológicos que podem provocar mordida cruzada posterior. 34
Quadro 6: Tipos de tratamento para mordida cruzada posterior......................... 35
Quadro 7: Vantagens do tratamento precoce da mordida cruzada..................... 36
Quadro 8: A eficiência do uso da pista direta plana............................................. 38
Quadro 9: Vantagens do uso da pista direta plana.............................................. 39
LISTA DE ILUSTAÇÕES

Figura 1 – Interpretação esquemática das pesquisas na plataforma da BVS..... 26


Figura 2 - Interpretação esquemática da pesquisa na plataforma da SCIELO.... 28
Figura 3 - Interpretação esquemática das pesquisas na plataforma da Medline. 29
Figura 4 - Interpretação esquemática do resultado final...................................... 30
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 13

2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................ 16
2.1 MÁ OCLUSÃO............................................................................................... 16
2.2 TIPOS DE MÁ OCLUSÃO............................................................................. 17
2.2.1 Classificação de Angle............................................................................. 17
2.3 MORDIDA CRUZADA NA INFÂNCIA............................................................ 18
2.4 TRATAMENTO PRECOCE............................................................................ 19
2.5 PISTA DIREITA EM DENTIÇÃO DECÍDUA................................................... 21
2.5.1 Protocolo para confecção de pista direta planas................................... 23

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS......................................................... 25
3.1 TIPO DE ESTUDO......................................................................................... 25
3.2 BASES DE DADOS........................................................................................ 25
3.3 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DOS TÍTULOS................................................... 25
3.4 ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS..................................................... 26

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................ 33
4.1 FATORES ETIOLÓGICOS............................................................................. 33
4.2 TIPOS DE TRATAMENTO PARA MORDIDA CRUZADA POSTERIOR....... 35
4.3 VANTAGENS DO TRATAMENTO PRECOCE DA MORDIDA CRUZADA.... 36
4.4 EFICIÊNCIA DO USO DA PISTA DIRETA PLANA........................................ 38
4.5 VANTAGENS DO USO DA PISTA DIRETA PLANA...................................... 39

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 41

REFERÊNCIAS...................................................................................................... 42

APÊNDICES........................................................................................................... 47
13

1 INTRODUÇÃO

A oclusão pode ser definida como a maneira pela qual os dentes superiores e
inferiores intercalam-se em todas as posições e movimentos mandibulares. Uma
definição mais ampla caracteriza como uma relação dinâmica, morfológica e
funcional entre todos os componentes do sistema estomatognático, incluindo os
dentes, tecidos de suporte, articulação temporomandibular, músculos depressores e
elevadores da mandíbula e ligamentos associados (HASSAN & RAHIMAH, 2007;
SADAKYIO et al., 2004).
A má oclusão é determinada por uma irregularidade no posicionamento dos
dentes ou uma relação incorreta dos arcos dentários, além da faixa do que é aceito
como normal (TODOR et al., 2019). Tanto pode tratar-se de um pequeno desvio da
normalidade que leve à rotação ou ao deslocamento de um dente, como a
desarmonia de uma arcada ou de ambas em relação à anatomia craniana (VAZ,
2017). Atualmente a má oclusão encontra-se em terceiro lugar na escala de
prioridades entre os problemas de saúde pública mundial, sendo ultrapassada
apenas pela cárie dentária e a doença periodontal (SANTOS et al., 2012).
Essa alteração é considerada também um problema que altera o crescimento
e desenvolvimento, afetando a oclusão dentária, interferindo na qualidade de vida,
prejudicando a socialização e o bem-estar psicológico dos indivíduos por ela
acometidos (MARQUES et al., 2005). Sendo assim, objeto de amplas discussões em
saúde pública, devido à alta prevalência em pré-escolares em âmbito mundial. Tal
condição torna indispensável o tratamento precoce, uma vez que as oclusopatias
não são autocorrigíveis e acarretam desequilíbrio funcional e estético ao paciente
(GARBIN et al., 2014).
Muitas más oclusões quando não tratadas precocemente, podem evoluir para
condições ainda mais sérias, afetando o sistema estomatognático, comprometendo a
estrutura craniofacial, alterando as funções mastigatórias, fonéticas, de deglutição,
além da estética dos indivíduos (PEREIRA et al., 2005).
A ortodontia preventiva age na prevenção do agravamento de problemas
futuros de oclusão, podendo evitar a necessidade de uso de aparelho fixo e extração
de dentes permanentes. Esta linha de estudo também apresenta uma abordagem
14

educativa para orientação e retirada de maus hábitos que podem comprometer a


oclusão (CRUZ et al., 2014).
Dentre as más oclusões observadas durante o crescimento, a mordida aberta
anterior é a mais comum, seguida da mordida cruzada e da sobressaliência, sendo
consideradas por vários autores como as mais prevalentes na dentição decídua
(ÁRTICO 2004; SARIG et al., 2013; SOUSA et al., 2014).
A mordida cruzada é um desvio transversal que pode vir a resultar numa
assimetria esquelética, caso não seja indicado a qualquer tipo de tratamento
(PROFFIT, FIELDS & SARVER, 2007). A mordida cruzada posterior (MCP) é
caracterizada por meio de uma relação anormal vestíbulo-lingual de um ou mais
dentes da maxila, com um ou mais dentes da mandíbula, quando os arcos dentários
estão em relação cêntrica, podendo ser uni ou bilateral (TERUEL, 2018).
Nessa perspectiva, o tratamento precoce da MCP pode ser realizado através
de diferentes técnicas, incluindo os aparelhos removíveis, os disjuntores palatinos,
os desgastes seletivos, as pistas diretas Planas ou a associação de algumas delas.
A maioria dessas alternativas tendem a ter fácil execução e baixo custo, quando
comparadas aos recursos necessários para a correção desta má oclusão na
dentição permanente com uso de aparelhos ou até procedimentos cirúrgicos mais
invasivos (CHIBINSKI et al., 2005; LIPPOLD et al., 2013; PÉTREN, 2011).
A Pista Direta Planas é um recurso terapêutico da Ortopedia Funcional dos
Maxilares, aplicada na dentição decídua e desenvolvida na década de 70; consiste
de desgastes seletivos e colocação de resina composta na face oclusal, palatina ou
incisal de determinados dentes, estabelecendo planos que direcionam a mandíbula
para o seu correto posicionamento, estimulando o desenvolvimento fisiológico
saudável do sistema estomatognático (PETTER, 2016).
É considerado um tratamento efetivo e eficiente para as mordidas cruzadas
funcionais, e torna-se um grande atrativo para o serviço público. A técnica
recomenda excluir os motivos que contribuem para uma discrepância funcional e
morfológica do conjunto estomatognático, e quando apropriado, reabilita e corrige as
estruturas acometidas. Este recurso promove uma interferência positiva nas
estruturas bucais no começo da erupção dentária, pela análise dos fatores que
favorecem modificações na mordida e correção dos contatos prematuros (GARBIN
et al., 2014).
15

O interesse pelo tema, veio através do gosto de cuidar de crianças e aprender


um pouco mais sobre as técnicas de ortodontia preventiva após os conhecimentos
adquiridos no decorrer do curso. Tendo assim, uma forma de evitar problemas
futuros mais graves em dentaduras decíduas e mistas.
Nesse sentido, o estudo traz como problema de investigação: como os
estudos científicos tem contemplado o uso da pista direta em dentição decídua e
correção de mordida cruzada?
No intuito de responder ao problema de pesquisa, o trabalho tem como
objetivo geral: investigar como a literatura tem contemplado o uso de pista direta em
dentição decídua como forma de tratamento para correção de mordida cruzada.
Tendo como objetivos específicos: verificar eficiência do uso da pista como
ortodontia preventiva; descrever tipos de tratamentos para mordida cruzada posterior
em odontopediatria; identificar vantagens do tratamento precoce da mordida cruzada
em odontopediatria.
A pesquisa é relevante por possibilitar, um maior entendimento dos
profissionais dentistas sobre as técnicas mais simples e de baixo custo para o
tratamento ortodôntico precoce de mordida cruzada posterior, evitando assim
problemas futuros de má oclusão em crianças.
16

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 MÁ OCLUSÃO

A oclusão fisiológica ou normal é determinada por uma conexão harmoniosa,


onde os dentes e maxilares encontram-se situados corretamente e os seus
elementos relacionam-se de forma ideal, tanto anatômica como funcional. A
maloclusão por sua vez, constitui uma anomalia no desenvolvimento craniofacial,
onde dentes de um arco apresentam um contato desfavorável com o seu
antagonista, podendo apresentar consequências estéticas e sociais para o
indivíduo. Sua etiologia pode ser variada e estar relacionada a fatores hereditários,
congênitos, adquiridos ou até mesmo pela presença de hábitos bucais deletérios
(BEZERRA; CAVALCANTI, 2006; CRUZ et al., 2019; FURTADO et al., 2018;
THOMAZ; VALENÇA, 2005).
Os hábitos bucais como a sucção de dedos e chupeta são citados na
literatura como importantes fatores etiológicos da má oclusão na fase da dentição
decídua e mista, provocando modificações nos arcos dentários, levando a
insatisfação estética, podendo afetar a fala, respiração, mastigação e deglutição,
além de possíveis disfunções temporomandibulares (BEZERRA; CAVALCANTI,
2006; CRUZ et al., 2019).
As más oclusões dentárias representam terceiro maior problema de saúde
bucal no Brasil, podendo ser considerado uma questão de saúde pública, ficando
apenas atrás da doença cárie e a doença periodontal, podendo ser observada tanto
na dentição decídua quanto na permanente. Além de possuírem um grande efeito
social, individual e acometerem principalmente crianças, o Sistema Único de Saúde
(SUS) não trata esses problemas oclusais, deixando sem suporte a população que
depende exclusivamente desse serviço (CAMPOS et al., 2013; CRUZ et al., 2019;
GARBIN et al., 2016).
Somado a esta falta do serviço, existe ainda uma imensa dificuldade de
acesso ao tratamento das maloclusões, pois a ortodontia é uma especialidade vista
como um tratamento para o público com melhores condições socioeconômicas pelo
custo e tempo de tratamento (CRUZ et al., 2019).
17

Desta forma, a aplicação de ações preventivas, ainda na infância tem como


principais objetivos a mudança de comportamentos e a manutenção dos padrões
adequados de saúde bucal do paciente e da família por meio de palestras, folhetos
informativos e visitas individualizadas de intervenção, podendo assim reduzir a
incidência das oclusopatias (CRUZ et al., 2019; GARBIN et al., 2016).

2.2 TIPOS DE MÁ OCLUSÃO

De acordo com estudos divulgados, a maioria das crianças com idade entre
03 e 06 anos apresentam alguma disfunção oclusal, sendo considerado um
problema comum na dentição decídua e mista. Além disso, pode-se considerar a
mordida aberta anterior (27,97%) como a má oclusão de maior prevalência, seguida
da mordida cruzada posterior unilateral (23,3%); em sequência, a mordida aberta
anterior associada à mordida cruzada posterior (6,99%), a mordida cruzada anterior
(3,57%), a mordida posterior bilateral (1,19%) e por fim, a mordida cruzada total
(0,19%) (GIMENEZ et al., 2008).

2.2.1 Classificação de Angle

Edward Angle foi responsável por desenvolver um dos principais, se não o


principal, método de divisão das más oclusões que, com o passar dos anos, foi
sofrendo uma série de modificações com intuito de melhorar a padronização dos
critérios. Inicialmente, em 1899, Angle dividiu as maloclusões em uma classificação
básica, denominadas Classe I, II e III e essa classificação tem como premissa a
relação entre molares superiores e inferiores e a linha oclusal. Além disso, os
dentes permanentes superiores são os “dentes chaves” e considerados como ponto
de referência, pois, a relação observada é o encaixe da cúspide mésio-vestibular do
primeiro molar superior que deve ocluir no sulco mésio-vestibular do primeiro molar
inferior, tanto do lado esquerdo quanto no direito (MINOMI, 2014; NOGUEIRA,
2014; PINTO; GONDIM; LIMA, 2008; SOUSA; GONÇALVES; PINHEIRO, 2010;
VAZ, 2017).
Conforme a classificação de Angle, a classe I define a relação
anteroposterior normal entre primeiros molares superiores e inferiores. Nesse caso,
18

só se consideram problemas isolados como apinhamentos ou diastemas e


mordidas abertas, profundas ou cruzadas; então normalmente está relacionado aos
dentes anteriores (SOUSA; GONÇALVES; PINHEIRO, 2010;).
Já na classe II, o sulco mésio-vestibular do primeiro molar inferior encontra-
se distal a cúspide mésio-vestibular do primeiro molar superior, então é
denominada como uma distoclusão. Essa classe pode ser subdivida em divisão 1,
quando há mordida profunda, aberta ou cruzada; ou divisão 2, quando os incisivos
centrais superiores se apresentam lingualizados ou verticalizados. Quando um lado
mostra-se em relação classe I e outro em classe II, é caracterizado como uma
subdivisão direita ou esquerda, referente ao lado que se localiza a má oclusão tipo
II (NOGUEIRA, 2014; SOUSA; GONÇALVES; PINHEIRO, 2010).
Por fim, a classe III é caracterizada como uma posição anteriorizada da
mandíbula com relação à maxila, podendo gerar alterações morfológicas no sentido
vertical, quando houver aumento ou diminuição da altura da face; e também no
sentido sagital, quando há retrusão maxilar, prognatismo mandibular ou ambas
modificações simultaneamente. Além dessas mudanças, os incisivos podem ou não
apresentar mordida cruzada e normalmente a face vestibular dos incisivos
superiores está em contato com a face lingual dos incisivos inferiores, que há
possibilidade de apresentar uma inclinação excessiva e frequentemente os
pacientes possuem maxila atrésica (MINOMI, 2014; NOGUEIRA, 2014; SOUSA;
GONÇALVES; PINHEIRO, 2010).

2.3 MORDIDA CRUZADA NA INFÂNCIA

A mordida cruzada é uma relação anormal, resultado de um posicionamento


inadequado entre um dente ou grupo de dentes superiores e inferiores, sendo visto
quando os arcos estão em relação cêntrica, podendo estar presente tanto em
região anterior quanto em posterior, dificilmente apresentando autocorreção
(BATISTA; SANTOS, 2016; CRUZ et al., 2019; GARBIN et al., 2016; MINOMI,
2014; PRUDENTE, 2014; WOITCHUNAS et al., 2010).
Por sua vez a Mordida Cruzada Posterior (MCP) é definida como um contato
irregular vestíbulo-lingual de um ou mais dentes da maxila, com um ou mais dentes
da mandíbula, com a insuficiência dos arcos de ocluir adequadamente em sua
relação transversal; frequentemente procede do estreitamento bilateral da maxila,
19

sendo associado a um desvio lateral da mandíbula no decorrer do fechamento


bucal. Possui alta prevalência e a inexistência de autocorreção; tendo a capacidade
ainda de desenvolver outros problemas, caso não aconteça nenhuma intervenção
(BATISTA; SANTOS, 2016; WOITCHUNAS et al., 2010).
Além disso, pode ser caracterizada em uni ou bilateral, e é classificada em
dentária, esquelética ou funcional, sendo esta última mais predominante. Ocorre
muitas vezes devido a contatos prematuros que podem provocar modificações
esqueléticas permanentes, quando não tratados. Dentre as variações, a mais
frequente é a mordida cruzada posterior unilateral, acometendo entre 8 e 16% das
crianças em fase de dentição mista (ALMEIDA et al., 2009; BATISTA; SANTOS,
2016; CRUZ et al., 2019; GARBIN et al., 2016; PRUDENTE, 2014; WOITCHUNAS
et al., 2010).
Estudos tem buscado definir os principais fatores etiológicos da mordida
cruzada posterior e associam à hábitos deletérios, respiração bucal,
hereditariedade e interferências oclusais. Os principais sinais e sintomas são
ruídos, dor e travamentos na articulação temporomandibular; e quando não
tratados podem levar a assimetria óssea, o que é um sinal de mordida cruzada
posterior esquelética (BATISTA; SANTOS, 2016; CRUZ et al., 2019; PRUDENTE,
2014).
Trabalhos mostram que se a mordida cruzada não for interceptada na
dentadura decídua, a mesma não se autocorrige na mudança para dentição
permanente. Por isso, a interferência ortodôntica preventiva, o uso de aparelhos
fixos ou terapia funcional deve ser iniciada ainda na idade precoce, assim evitando
uma complicação nas estruturas ósseas no futuro, sendo somente corrigida com
cirurgia ortognática (BATISTA; SANTOS, 2016; MINOMI, 2014).

2.4 TRATAMENTO PRECOCE

Segundo Figueiredo et al., 2007, o diagnóstico precoce da Mordida Cruzada


Posterior (MCP) na fase da dentição decídua é de grande importância,
considerando que pode ser passada para a dentição permanente. O êxito do
tratamento da MCP tem o começo na primeira consulta, onde devem ser efetuados
a anamnese, o exame clínico e o correto diagnóstico (CRUZ et al., 2019).
20

Os autores reforçam ainda que, durante a realização da anamnese, é


importante a investigação dos problemas que rodeiam hábitos, observar a
capacidade da respiração nasal, traumas e a fala; durante o exame clínico,
investigar a ausência e inclinações de dentes posteriores, largura da maxila,
profundidade do palato, intervenções oclusais no decorrer do fechamento em
Relação Cêntrica (RC), apinhamentos e assimetrias faciais.
Encontram-se vários motivos para estimular, ou que comprovem a eficiência
do tratamento precoce, como a perspectiva de aquisição de um bom resultado, a
intervenção nos hábitos bucais deletérios ser mais fácil de ser executado do que o
processo corretivo na fase adulta, e a possibilidade de alguns recursos terapêuticos
serem indicados apenas em pacientes com pouca idade (CRUZ et al., 2019;
MINOMI, 2014; PRUDENTE, 2014).
Nas maloclusões observam-se diferentes níveis de gravidade, que
posteriormente receberão distintas formas de tratamento, o que irá beneficiar o
crescimento e evolução craniofacial do indivíduo (BATISTA; SANTOS, 2016;
MINOMI, 2014; PETTER, 2016).
O tratamento da mordida cruzada posterior (MCP) na dentição decídua ou
mista, apresenta melhor prognóstico, pois proporciona atuação da ortopedia
funcional. Sendo assim, o diagnóstico precoce no tratamento MCP em crianças, é
de grande importância para que ocorra estabilidade muscular, instalação fisiológica
mandibular e o posicionamento apropriado dos dentes, buscando promover o
desenvolvimento harmônico craniofacial e estomatognático (BATISTA; SANTOS,
2016; CRUZ et al., 2019; GARBIN et al., 2016).
Levando em conta que o crescimento crânio-muscular facial ocorre na
primeira infância, entre 03 a 06 anos, torna-se indispensável o tratamento nessa
fase, pois, após esse período o prognóstico positivo é quase mínimo, gerando o
surgimento das desorganizações funcionais. Como recomendação para a
intervenção precoce da mordida cruzada, o ideal é que seja realizado um
tratamento que agrupe os distúrbios, como: o desenvolvimento da fala, mastigação
e respiração da criança acarretados pela mordida cruzada (GARBIN et al., 2014;
GARBIN et al., 2016).
O maior predomínio da mordida cruzada posterior tem origem funcional,
tendo como causa predominante os hábitos de sucção não nutritivos. Sendo assim,
21

as crianças com a mordida cruzada buscam uma oclusão mais confortável, e pela
presença dos contatos prematuros, ocorre uma oclusão desarmoniosa (GARBIN et
al., 2014).
A maloclusão presente na dentição decídua não se autocorrige, podendo
perdurar até a dentição permanente. Essa realidade reafirma a importância e
necessidade da intervenção precoce, pois quando não tratada, a mordida cruzada
funcional pode evoluir para uma mordida cruzada esquelética que, se tratada
rapidamente, impede o avanço das desarmonias dentárias, funcionais e
esqueléticas (GIMENEZ et al., 2008; MINOMI, 2014; PETTER, 2016; PRUDENTE,
2014).
Para o tratamento da mordida cruzada posterior, diferentes autores sugerem
a sua realização precocemente, evitando possíveis alterações morfofuncionais ou
que dificultam o tratamento na dentição permanente. Diferentes técnicas podem ser
utilizadas antecipadamente, como o desgaste seletivo de dentes decíduos, a
construção de pista direta Planas em resina composta, disjunção ou expansão
maxilar através de aparelhos (PETTER, 2016).
Por sua vez, o diagnóstico precoce para a intervenção das mordidas cruzadas
posteriores em crianças é relevante para que determinem uma estabilidade muscular
bilateral, uma localização fisiológica da mandíbula e o posicionamento apropriado
dos dentes; com o objetivo de que todo o sistema do complexo craniofacial se
encontre em situação equilibrada para o desenvolvimento (BATISTA; SANTOS,
2016).

2.5 PISTA DIREITA EM DENTIÇÃO DECÍDUA

Essa forma de tratamento foi desenvolvida por Pedro Planas, na década de


60 e parte do princípio da reabilitação neuro-oclusal em crianças em dentição
decídua, uma fase entre os 03 e 06 anos. Utilizada nas correções de más oclusões
de diagnóstico precoce, foi nomeada de Pista Direta Planas pela Dra. Wilma
Alexandre Simões. A técnica compreende na aplicação de resina composta na
oclusal, vestibular ou lingual de dentes decíduos para reparação de determinadas
más oclusões, como a mordida cruzada posterior ou anterior, mas que sejam
funcionais. Estas pistas, construídas em resina, constituem uma barreira para
impossibilitar que a mandíbula regresse a sua posição habitual de má oclusão,
22

planejando uma melhor localização mandibular que disponha a evolução balanceada


do sistema estomatognático (CHIBINSKI; CZLUSNIAK; MELO, 2005; GARBIN et al.,
2016; PETTER, 2016; ROSSI et al., 2012).
Em vários casos iniciais de mordida cruzada posterior funcional, a realização
de um pequeno desgaste seletivo dos contatos prematuros é capaz de permitir os
movimentos normais de lateralidade da mandíbula e estabelecer que a Máxima
Intercuspidação Habitual (MIH) e Relação Cêntrica (RC) combinem, porém em
outros casos o desgaste pode se tornar muito extenso, podendo assim provocar
exposição pulpar e nessas situações sugere-se a realização das pistas diretas
Planas (PETTER, 2016).
Muitos autores apresentam uma série de vantagens quando se trata da
técnica de Planas, dentre elas: o baixo custo em relação aos aparelhos ortopédicos
e/ou ortodônticos, usa a função de modificação como estímulo de crescimento,
rápida e não necessita da cooperação do paciente, realizada na fase de dentadura
decídua ou mista, o que impede a instalação de futuros problemas ósseos (MARIA,
2014; ROSSI et al., 2012).
As inclinações das pistas são realizadas de acordo a necessidade de cada
caso, referente ao Plano de Camper e guiados de acordo com o interesse da
liberação do movimento mandibular e estímulo de crescimento, seguindo as leis
Planas de crescimento maxilomandibular, tudo partindo do princípio da reabilitação
neuro-oclusal. Dessa forma, a utilização das pistas diretas, possui indicações para
casos onde é necessário a liberação dos movimentos mandibulares, em
sobremordidas, por exemplo; para o incentivo do crescimento anteroposterior e
transversal mandibular e anteroposterior da maxila; além de promover o crescimento
dento-alveolar transversal da mandíbula e da maxila (ROSSI et al., 2012).
Diferentes autores utilizam e recomendam essa técnica em casos onde:
apenas o desgaste seletivo não foi suficiente para o estabelecimento do equilíbrio
oclusal, para o aperfeiçoamento dos tratamentos ortopédicos funcionais
convencionais e para o tratamento dessas anomalias oclusais evitando o seu agravo
(mordida cruzada unilateral ou bilateral, mordida aberta anterior, sobremordida,
distoclusão e mesioclusão); buscando êxito total ou parcial das correções ocluais do
paciente (ROSSI et al., 2012).
23

2.5.1 Protocolo para confecção de Pista Direta Planas

No seu livro, nomeado Reabilitação Neuro-Oclusal, Pedro Planas descreve o


protocolo de tratamento de mordida cruzada posterior utilizando pista direta, porém
reafirma a importância do diagnóstico, pois, essa técnica é exclusiva para mordidas
cruzadas posteriores funcionais em dentição decídua (MARIA, 2014; PETTER,
2016).
Esse tratamento busca corrigir a maloclusão ao promover uma mudança
postural mandibular, e assim otimizando a dinâmica musculoesquelética. Para
realizar essa técnica, a mandíbula deve ser manipulada até atingir a relação
cêntrica, com intuito de identificar os contatos prematuros, evidenciados com papel
carbono; em seguida então, realizam-se os desgastes oclusais necessários
(GARBIN et al., 2016; MARIA, 2014; PETTER, 2016; ROSSI et al., 2012).
Após os ajustes oclusais, inicia-se a confecção das pistas diretas Planas, que
são realizadas por meio de planos inclinados no arco superior do lado cruzado e
para isto utiliza-se resina fotopolimerizável. Essas pistas tem como objetivo principal
formar uma espécie de barreira para evitar que a mandíbula retorne à posição
habitual (GARBIN et al., 2016; MARIA, 2014; PETTER, 2016; ROSSI et al., 2012).
O protocolo mantém o mesmo de uma restauração adesiva, iniciando com
profilaxia, marcação com o carbono no lado cruzado, desgaste seletivo com uma
broca diamantada em forma de roda, isolamento, condicionamento ácido com ácido
fosfórico 37% durante 30 segundos, aplicação de adesivo, fotopolimerização,
seguido da inserção da resina em pequenos incrementos no plano inclinado (45º),
fotopolimerização, ajuste oclusal e por fim, acabamento e polimento (GARBIN et al.,
2016; MARIA, 2014; PETTER, 2016; ROSSI et al., 2012).
É importante que as pistas sejam planejadas para que a mandíbula não
retorne a má oclusão, e mantendo-a em coincidência entre Máxima Intercuspidação
Habitual (MIH) e Relação Cêntrica (RC), permitindo realização de movimentos de
lateralidade. Além disso, as pistas devem gerar um aumento da dimensão vertical
fazendo com que haja estimulação muscular e articular do lado que apresentava
maloclusão. Inicialmente, é almejado que haja um possível espaço entre ambos os
arcos, quando em RC, mas que após a primeira semana os dentes entrem em
oclusão (PETTER, 2016).
24

Por fim, após correto ajuste das pistas e houver harmonia nos movimentos
mandibulares, a criança deve retornar para acompanhamento, principalmente em
caso de não adequação ou de desgaste do material, para a reposição da resina. A
orientação deve ser individualizada, caso a caso, o paciente deve realizar a
supervisão com o profissional executante a cada seis meses até transição completa
da dentição, pois, até que isso ocorra as pistas devem permanecer em boca
(PETTER, 2016).
25

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 TIPO DE ESTUDO

O seguinte estudo trata-se de uma revisão de literatura integrativa que aborda


uma investigação vasta de literatura, colaborando para debates de métodos e
resultados de pesquisas, assim como análises para práticas de estudos futuros.
Tendo como finalidade inicial dessa forma de pesquisa a obtenção de um
determinado acontecimento de estudos anteriores. É indispensável acompanhar com
inflexibilidade os métodos metodológicos, entendimento na apresentação dos
resultados, de modo que o leitor identifique aspectos reais do estudo implicados na
revisão (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).
A revisão integrativa compreende um estudo de pesquisa importante que dá
base para realizar decisões e aperfeiçoamento de práticas clínicas, proporcionando
a condição de conhecimento de deliberado assunto, além de preencher espaços que
foram deixados, com a execução de novos trabalhos. Esse recurso de pesquisa
concede o resumo de inúmeros estudos apresentados e proporciona conclusões
gerais de uma determinada área de ensinamento (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO,
2008).

3.2 BASES DE DADOS

O estudo bibliográfico foi realizado nas plataformas digitais Scientific


Electronic Library Online (Scielo), Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e Medline
(Pubmed), tendo como período de investigação o recorte temporal de 2016 a
outubro de 2021.

3.3 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DOS TÍTULOS

Para selecionar os artigos foram estabelecidos os seguintes critérios de


inclusão: artigos que tratem da temática mordida cruzada e pistas diretas planas,
com texto em português e inglês indicados nas bases de dados selecionadas,
publicados no período de 2016 a outubro de 2021, com resumos disponíveis e
26

acessados na íntegra; tendo como descritores: má oclusão; mordida cruzada e


pistas diretas planas e os descritores complementares: tratamento precoce e
dentadura decídua. Os motivos de exclusão dos artigos foram: fuga parcial ou total
do tema a ser abordado e documentos repetidos.

3.4 COLETA, ORGANIZAÇÃO E TÉCNICA DE ÁNALISE DOS DADOS

Primeiramente, buscou-se na BVS pelo descritor principal má oclusão, onde


foi possível observar 37.280 documentos referentes ao tema. Após inseridos os
critérios de inclusão: texto completo, idiomas português e inglês e recorte temporal
dos últimos cinco anos (2016 a outubro de 2021), restaram 3.072 documentos. Em
seguida, foi realizado o cruzamento do descritor principal com o descritor secundário
(mordida cruzada) encontrando 9.278, depois do uso de critério de inclusão ficaram
692; com os descritores má oclusão e pistas diretas (segundo descritor secundário),
foram encontrados 11 documentos e após o uso dos critérios restaram 4, entretanto
esses não se encaixavam no conteúdo buscado sobre o tema .
Posteriormente, foi realizado o cruzamento dos três descritores: má oclusão,
mordida cruzada e pistas diretas planas, sendo encontrados 10 documentos, onde 7
destes excluídos após a aplicação dos critérios; com a leitura exploratória os 3
documentos restantes foram selecionados para o estudo.
Diante do número reduzido de artigos, foram acrescidos mais descritores para
o cruzamento, sendo eles: tratamento precoce e dentadura decídua. Assim, estes
foram cruzados entre si, e com os demais descritores principal e secundários.
Nestes cruzamentos de mordida cruzada e tratamento precoce, foram encontrados
341documentos, após os critérios restaram 17 e destes mais 2 foram selecionados
para a amostra. Resultando assim em 5 documentos da plataforma BVS para a
amostra.

Figura 1 – Interpretação esquemática das pesquisas na plataforma da BVS:


27

DESCRITORES:

Má oclusão, mordida
cruzada e pistas
diretas planas

RESULTADOS APÓS APLICAÇÃO DOS SELECIONADOS


O CRUZAMENTO: CRITÉRIOS DE PARA AMOSTRA:
SELEÇÃO:
10 documentos
3 documentos 3 documentos

DESCRITORES:

Mordida cruzada e
tratamento precoce

RESULTADOS APÓS APLICAÇÃO DOS SELECIONADOS


O CRUZAMENTO: CRITÉRIOS DE PARA AMOSTRA:
SELEÇÃO:

341documentos 17 documentos 2 documentos

Fonte: Dados da pesquisa, 2021

Foi também realizada a busca na plataforma de dados da SCIELO pelo


descritor principal má oclusão, onde foi possível encontrar 479 documentos, após
inserir os critérios de inclusão restaram 15, onde 3 destes foram selecionados para o
estudo. Em seguida, foi realizado o cruzamento do descritor principal com o descritor
secundário (mordida cruzada), foram encontrados 60 documentos, restando 4 após
aplicação dos critérios de inclusão, entretanto estes não se encaixam no conteúdo
buscado sobre o tema abordado.
28

Em seguida, foi realizado o cruzamento dos três descritores: má oclusão,


mordida cruzada e pistas diretas planas, onde nenhum documento foi encontrado.
Com o acréscimo dos descritores, tratamento precoce e dentadura decídua, foram
realizados novos cruzamentos; má oclusão e tratamento precoce, foram encontrados
21 documentos, após o uso dos critérios não restou nenhum documento, quando
colocado o descritor principal com dentadura decídua também nenhum documento
foi contemplado.

Figura 2 - Interpretação esquemática da pesquisa na plataforma da SCIELO:

DESCRITORES:

Má oclusão

RESULTADOS APLICAÇÃO DOS SELECIONADOS


APÓS O CRITÉRIOS DE PARA AMOSTRA:
CRUZAMENTO: SELEÇÃO:

479 documentos 15 documentos 3 documentos

Fonte: Dados da pesquisa, 2021

A plataforma da Medline (Pubmed) também foi utilizada na busca dos


documentos, entretanto os descritores foram aplicados na língua inglesa; na busca
com o descritor principal (malocclusion) foram encontrados 37.864 documentos,
após o uso dos critérios de inclusão restaram 1.850. Em seguida, foi realizado o
cruzamento do descritor principal com o descritor secundário (crossbite) encontrados
4.306 documentos, após o uso dos critérios restaram 1.780. No cruzamento de
(malocclusion and direct flat track) não foi encontrado nenhum documento.
Da mesma forma, foi realizado o cruzamento dos três descritores
(malocclusion, crossbite and direct flat track) onde nenhum documento foi
encontrado.
29

Dando continuidade, foram usados os descritores complementares usados


nas buscas das outras plataformas: early treatment and primary dentition, onde
foram encontrados 150 documentos, após o uso dos critérios 75 foram filtrados,
onde 3 foram selecionados para fazerem parte da amostra.
Nos demais cruzamentos onde foram utilizados os descritores (malocclusion,
early treatment and primary dentition) encontrou-se, sem o uso dos filtros, 32
documentos, após a utilização dos critérios de inclusão restaram 16 documentos,
onde 3 foram utilizados para fazer parte da amostra.
Da mesma maneira, como o cruzamento entre crossbite, early treatment and
primary dentition, sem a aplicação dos filtros, 33 documentos foram encontrados,
após o uso dos filtros restaram 16 documentos, onde nenhum se encaixavam na
temática do trabalho.

Figura 3 - Interpretação esquemática das pesquisas na plataforma da Medline:

DESCRITORES:

Early treatment and


primary dentition

RESULTADOS APLICAÇÃO DOS SELECIONADOS


APÓS O CRITÉRIOS DE PARA AMOSTRA:
CRUZAMENTO: SELEÇÃO:

150 documentos 75 documentos 3 documentos


30

DESCRITORES:

Malocclusion, early
treatment and
primary dentition

RESULTADOS APLICAÇÃO DOS SELECIONADOS


APÓS O CRITÉRIOS DE PARA AMOSTRA:
CRUZAMENTO: SELEÇÃO:

32 documentos 16 documentos 3 documentos

Fonte: Dados da pesquisa, 2021

Desta forma, a amostra final do trabalho foi contemplada por 14 documentos,


tendo sido 5 destes encontrados na plataforma da BVS, 3 na SCIELO e 6 na
Medline (Pubmed).

Figura 4 - Interpretação esquemática do resultado final:

Amostra final:

14 documentos

BVS: SCIELO: Medline (Pubmed):

5 documentos 3 documentos 6 documentos

Fonte: Dados da pesquisa, 2021


31

Após a identificação dos títulos nos periódicos on-line selecionados para o


estudo, foi realizada uma leitura flutuante de todo o material para que se obtivesse
um panorama do conjunto das informações e assim verificou-se a relação desses
com o objeto pesquisado.
Em seguida, foi efetuada uma leitura exploratória de todo o material para
saber se os artigos obtidos nas bases contemplam a temática abordada no estudo,
respeitando-se os critérios de inclusão estabelecidos.
Posteriormente, as características específicas dos artigos (Título, Periódico,
Ano e Objetivo) foram categorizadas em um quadro (quadro 1), como demonstrado
no quadro abaixo. Este quadro encontra-se preenchido no anexo A desse trabalho.

Quadro 1: Características gerais dos artigos selecionados para o estudo


Número do Artigo Título Periódico Ano Objetivo
Art.1
Art.2
...
Art.7

Posteriormente, foi executada uma leitura analítica dos artigos que


possibilitou selecionar e identificar o conteúdo manifesto e o conteúdo latente
presentes nos artigos, procurando similaridades, complementaridades e
controvérsias entre os autores sobre cada temática (quadros 2 e 3).

Quadro 2: Conteúdos manifestos e latentes apresentados nos artigos selecionados


sobre a temática.
Temática 1
Número do Artigo Semelhanças Contradições Complementaridades
Art.1
Art.2
...
Art.7
32

Quadro 3: Conteúdos manifestos e latentes apresentados nos artigos selecionados


sobre a temática
Temática 2
Número do Artigo Semelhanças Contradições Complementaridades
Art.1
Art.2
...
Art.7

Nessa perspectiva, e mediante reconhecimento, seleção e ordenação das


informações dos artigos, ocorreram as leituras interpretativas, consideradas mais
complexas, tendo em vista que as mesmas viabilizaram o entendimento e
compreensão em relação ao que os autores afirmam com o problema para o qual se
almeja resposta.
33

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A amostra final dessa revisão foi composta por 14 trabalhos científicos,


encontrados nos idiomas português e inglês sendo 7 destes na língua portuguesa e
os outros 7 na língua inglesa. Os descritores aplicados foram previamente
encontrados na plataforma DECs (Descritores em Ciência de Saúde) tendo sua
nomenclatura organizada no trabalho científico com o propósito de facilitar as
pesquisas bibliográficas. Sendo estes: Má oclusão; Mordida cruzada; Pistas diretas
planas; Tratamento precoce e Dentadura decídua (malocclusion, crossbite, direct flat
tracks, early treatment and primary dentition) utilizados com o fim de desenvolver a
revisão de literatura integrativa.

Quadro 4: Distribuição segundo o ano de publicação dos artigos encontrados sobre


o uso da pista direta em dentição decídua como correção de mordida cruzada
expostos nas bases de dados selecionadas no período de 2016 a outubro 2021.

Ano de publicação Número de artigos


2016 0
2017 2
2018 4
2019 5
2020 1
2021 2
Fonte: Dados da pesquisa, 2021

De acordo com ano de publicação dos artigos, como pode ser observado no
quadro 5 acima, os anos que tiveram mais destaque foram 2019 com 5 documentos
da amostra e 2018 com 4 dos artigos usados no trabalho, o ano de 2016 não
apresentou nenhum artigo, já o ano de 2021 e 2017 apresentaram 2 artigos da
amostragem total do trabalho.

4.1 FATORES ETIOLÓGICOS

Como primeiro tópico a ser contemplado é importante observar os principais


fatores etiológicos citados como causadores de más oclusões.
34

Cruz et al. (2019), reiteram que caso não seja realizado nenhuma intervenção
precoce, os problemas gerados por estes fatores podem se agravar, levando até a
tratamentos mais complexos ou de longa duração.
No quadro 5 a seguir, estão descritos os que foram citados pelos autores.

Quadro 5: Fatores etiológicos que podem provocar mordida cruzada posterior


encontrados nas bases de dados selecionados no período de 2016 a outubro 2021.

FATORES ETIOLÓGICOS AUTORES


Respiração bucal 9,3,8,1
Hábitos de sucção não nutritivos (digitais 9,4,2,1
e chupeta)
Mamadeira 2
Falta de aleitamento materno 9,2,1
Genéticos 14,4,7,12,1
Ambientais 14,4,7,12
Fonte: Dados da pesquisa, 2021

É indispensável para o êxito do tratamento ortodôntico o entendimento da


etiologia oclusopática, observando que a anulação da causa é pré-requisito para a
correção do problema. (Artigo 4).
Os fatores genéticos e ambientais estão citados em 5 documentos, como os
principais responsáveis pelo aparecimento de más oclusões como a mordida
cruzada posterior. Shen et al. (2018) declaram que a etiologia da má oclusão é
multifatorial, contendo causas genéticas e ambientais, assim como hábitos orais
prejudiciais.
A respiração bucal, a falta de aleitamento materno e os hábitos de sucção não
nutritivos também foram citados em 6 documentos como possíveis causadores
dessa patologia.
Oliveira et al. (2019), trazem que o aleitamento materno é imprescindível
durante os 6 primeiros meses de vida da criança, evitando a instalação de hábitos
não nutritivos e proporcionando a evolução normal da face. Autores ressaltam que
crianças amamentadas no peito por mais de 12 meses tem 5 vezes menos chance
de possuir uma mordida cruzada posterior quando relacionadas a crianças
amamentadas entre 6 a 12 meses.
35

O conhecimento sobre a etiologia quanto o manejo de problemas de má


oclusão necessita de um destaque maior durante a graduação e no decorrer da
carreira dos cirurgiões dentistas (Artigo 12).

4.2 TIPOS DE TRATAMENTO PARA MORDIDA CRUZADA POSTERIOR

Como foi observado previamente no conteúdo abordado neste trabalho, a


pista é uma opção de tratamento que pode ser utilizada na ortodontia preventiva.
Assim, alguns documentos selecionados para o estudo abordaram o tema, porém,
esta não é a única forma de tratamento utilizada para esta patologia, deste modo
apresento como segundo resultado as opções de técnicas descritas pelos autores
selecionados no quadro 6 a seguir:

Quadro 6: Tipos de tratamento para mordida cruzada posterior encontrados nas


bases de dados selecionados no período de 2016 a outubro 2021.

TIPOS DE TRATAMENTOS AUTORES


Pista diretas planas 1,2,9
Disjuntor Haas 3,4,1
Quadrihélice 4,9,1
Placa expansora 4
Desgastes seletivos 4,9
Hyrax 4,9,1
McNamara 4
Arco em W 9
Fonte: Dados da pesquisa, 2021

Verifica-se no quadro acima, que uma parte dos documentos selecionados


(03 dos 14 utilizados no estudo) abordam a técnica da pista direta plana como uma
forma eficiente e efetiva de tratamento de ortodontia preventiva, para a mordida
cruzada posterior.
De acordo Garbin et al. (2017) é sensato escolher um tipo de tratamento que
seja eficiente na reparação da harmonia oclusal, na melhoria do equilíbrio
estomatognático e que não necessite da colaboração direta do paciente.
36

Conforme Oliveira et al. (2019) a técnica da pista direta plana, causa uma
mudança na postura mandibular, que por sua vez, faz a desprogramação
neuromuscular, trazendo a mandíbula para um posicionamento mais adequado.
Além de corrigir precocemente a mordida cruzada posterior (MCP) funcional e
possibilitando o desenvolvimento apropriado do sistema estomatognático.
Algumas outras técnicas utilizadas no tratamento da mordida cruzada, foram
citadas nos demais documentos, como desgastes seletivos, disjuntor Haas,
quadrihélice, entre outros.
As diferentes formas de tratamentos para a correção da MCP costumam agir
em diversas etapas do desenvolvimento da oclusão, dentre elas, é possível
mencionar o uso de aparelhos disjuntores e os aparelhos fixos como o arco em W e
desgaste de interferências oclusais (Artigo 9).
Teruel (2018), avaliou os resultados a longo prazo da expansão lenta da
maxila com aparelhos ortodônticos/ortopédicos em pacientes com mordida cruzada
unilateral, com a utilização dos aparelhos Haas, Hyrax ou Quadrihélice para a
correção da mordida cruzada.
Porém, como desvantagens, estes aparelhos: necessitam da colaboração do
paciente e, na grande maioria, dos pais para serem ativados; apresentam
dificuldades na higienização; podem gerar incômodos durante a mastigação e no
processo de adaptação. Muitos desses casos poderiam ser resolvidos também com
o uso das pistas diretas (Artigo1).
Já a respeito da técnica de pista diretas planas os autores apresentam
vantagens como sua fácil execução, baixo custo em comparação aos aparelhos
ortopédicos e ortodônticos com a mesma função de correção do estímulo de
crescimento, e o fato de não depender da colaboração do paciente (Artigo 1 e 9).

4.3 VANTAGENS DO TRATAMENTO PRECOCE DA MORDIDA CRUZADA

No quadro a seguir podemos verificar as vantagens do tratamento precoce da


mordida cruzada, onde 06 dos 14 documentos abordam esse tema, exposto no
quadro 7:

Quadro 7: Vantagens do tratamento precoce da mordida cruzada encontrados nas


bases de dados selecionados no período de 2016 a outubro 2021.
37

VANTAGENS AUTORES
Remodelação óssea 2
Crescimento facial sem sequelas 2,1,3,4,5
Harmonia fisiológica e estética 1,13
Eliminar a necessidade de tratamento 2,3
ortodôntico na dentição permanente
Reduzir a gravidade da má oclusão 12
Diminuir o tempo de tratamento 12
Fonte: Dados da pesquisa, 2021

Observa-se no quadro acima, no que diz respeito das vantagens do


tratamento precoce, o crescimento facial sem sequelas na fase adulta é uma das
mais citadas.
Teruel (2018), afirma que a partir do diagnóstico e da intervenção precoce,
verifica-se a melhoria nos padrões de normalidade no crescimento e
desenvolvimento facial. Esse é o propósito desse tratamento nas mordidas cruzadas
funcionais: modificações da postura mandibular pela associação de técnicas que
podem ser utilizadas nesse período.
A Mordida Cruzada Posterior (MCP) deve ser tratada assim que for
diagnosticada, por promover intervenções no desenvolvimento normal dos arcos
dentários. Além disso, no caso de MCP funcional, que demonstram um desvio lateral
da mandíbula pela presença de interferências, ocorre uma alteração na posição dos
côndilos (Artigo 4).
De acordo Tavares et al. (2019), está evidente que uma intervenção
interceptativa é benéfica para impedir uma desarmonia no desenvolvimento
esquelético facial em pacientes em crescimento. A prevenção torna-se uma
possibilidade eficiente, uma vez que pode facilitar ou até mesmo evitar tratamentos
corretivos ortodônticos futuros.
O objetivo dos tratamentos precoces é estabelecer o desenvolvimento
dentário e esquelético adequado por intermédio da correção ou interceptação prévia.
A técnica antecipada também consegue diminuir a gravidade da má oclusão e o
38

tempo do procedimento na dentição permanente, as intervenções iniciais são


recomendadas para muitos destes problemas (Artigo 12).
Garbin et al. (2017) descrevem que apesar da mordida cruzada não ser vista
como uma doença, seu diagnóstico e tratamento precoce são fundamentais; uma
vez que essa discrepância oclusal não é autocorretiva e sucede-se em alterações
esqueléticas na fase adulta. A intervenção desta má oclusão deve ocorrer na
dentição decídua, época de amplo potencial de desenvolvimento biológico e
remodelação óssea, onde beneficiará o crescimento facial sem sequelas, garantindo
o prognóstico esperado.

4.4 EFICIÊNCIA DO USO DA PISTA DIRETA PLANA

Teruel (2018) reforça que as pistas diretas planas (PDP), exercem parte do
arsenal para a Reabilitação Neuroclusal (RNO), onde estabelece uma forma eficaz
de correção das mudanças dentárias funcionais em crianças, no que se refere à
dentição decídua e ao começo da dentição mista. A eficiência do uso dessa técnica
citada pelos autores pode ser observada no quadro 8:

Quadro 8: A eficiência do uso da pista direta plana encontrada nas bases de dados
selecionados no período de 2016 a outubro 2021.

USO DA PISTA DIRETA PLANA AUTORES


Eficiente 9,2,1
Não eficiente -
Não se pronunciou 3,4,5,6,7,8,10,11,12,13,14
Fonte: Dados da pesquisa, 2021

Os três documentos selecionados que trazem o uso da pista direta como


forma de tratamento da mordida cruzada posterior, afirmam a sua eficiência técnica
em todos os casos clínicos citados.
Conforme Oliveira et al. (2019) e Garbin et al. (2017), a eficácia do tratamento
com pistas diretas planas é reiterada por ter grande êxito no processo de resolução
das mordidas cruzadas, através de desgastes seletivos e a aplicação da técnica,
recuperando a atividade neuromuscular, além de reabilitar precocemente a Mordida
Cruzada Posterior (MCP) funcional e apresentar grandes vantagens.
39

Em relação aos resultados, o tratamento com a técnica das pistas diretas


planas, mostrou-se satisfatório na correção da mordida cruzada posterior. Esse
prognóstico origina-se da reestruturação e favorecimento do desenvolvimento
fisiológico das estruturas previamente afetadas (Artigo 2).
Entretanto é importante observar também no quadro acima que os demais
autores que não trazem a pista direta como forma de tratamento, também não fazem
contraindicação do seu uso.
De acordo Miamoto et al. (2018), a seleção de qualquer tipo de tratamento
necessita de um exame cauteloso de inúmeros fatores, como a seriedade da má
oclusão, a compreensão do paciente ao desconforto provocado devido o tratamento
e a aptidão profissional do ortodontista que executará o tratamento.
Assim, apesar da técnica não ser descrita por todos os autores presentes no
estudo, a mesma não é contraindicada por nenhum deles na literatura selecionada.

4.5 VANTAGENS DO USO DA PISTA DIRETA PLANA

Durante a leitura dos documentos estabelecidos que englobam a técnica no


seu conteúdo, foram encontradas as vantagens do uso das pistas diretas planas,
sendo abordadas no quadro a seguir:

Quadro 9: Vantagens do uso da pista direta plana encontrados nas bases de dados
selecionados no período de 2016 a outubro 2021.

VANTAGENS DO USO DA PISTA AUTORES


Baixo custo 1,9
Estímulo de crescimento 1,9,2
Não há risco de sobrecorreção 1
Rápida 1
Não depende da colaboração do 1,9,2
paciente
Confecção em uma única sessão 2
Recursos simples 9
Fácil execução 1
Fonte: Dados da pesquisa, 2021
40

De acordo com Teruel (2018), as pistas diretas planas, é uma técnica que,
apresenta baixo custo e dispensa materiais ou instrumentais especiais para sua
realização, podendo ser proposto para o serviço público e também para o setor
particular.
Além do mais, existe o fato de não necessitar da colaboração por parte do
paciente, sendo um dos fatores mais citados no quadro, já que se trata de uma
“restauração adesiva” e desgastes seletivos que são realizados pelo próprio
cirurgião-dentista executante, o que facilita o prognóstico positivo. Adicionalmente,
verifica-se que os pacientes aderem bem ao tratamento após a instalação das
pistas, não havendo dificuldades na mastigação e higienização (Artigo 1).
As pistas permanecem ativas constantemente, o que tem como vantagem a
rápida correção da Mordida Cruzada Posterior (MCP), a sua confecção em apenas
uma única sessão, tendo o retorno do paciente necessário em casos de ajustes ou
quebra do material restaurador após as instalações das pistas (Artigos 1 e 2).
Teruel (2018), ainda reforça como ponto positivo dessa técnica o benefício de
não possuir o risco de sobrecorreções após as instalações das pistas.
Outro ponto, que também é citado pelos os autores é o estímulo do
crescimento facial através dessa técnica, onde possui grande chances de sucesso
quando é realizada no período da dentição decídua ou mista.
Segundo Teruel (2018), o tratamento com as Pistas Diretas Planas (PDP),
torna-se oportuno na fase dos três aos seis anos de idade da criança, por se tratar
do estágio de maior crescimento e desenvolvimento crânio-muscular, ocorrendo
assim a modificação de postura mandibular pela combinação das pistas
confeccionadas e dos desgastes seletivos efetuados em contatos dentários
prematuros.
Assim, por meio desses pontos ressaltados pelos autores, podemos observar
que as pistas diretas planas poderiam ser utilizadas como escolha de tratamento
para a mordida cruzada posterior, tendo um resultado positivo e de rápida duração.
41

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nesse estudo, considera-se que a importância do tratamento


precoce como forma de interceptação do problema e favorecimento de um
prognóstico positivo para a intervenção desta alteração dentária, permitindo assim
um crescimento harmônico e impedindo um agravamento da situação.
Dentre os tratamentos citados na pesquisa, como os aparelhos
ortodônticos/ortopédicos, a pista direta plana se apresenta como um que não
necessita da colaboração direta do paciente, já que se trata de uma restauração
adesiva, além de não impedir a mastigação e higiene adequada o que promove uma
favorável adaptação.
Apesar das vantagens desta técnica, como sua facilidade de execução,
rápida visibilidade dos resultados, baixo custo e a possibilidade de ser realizada no
Sistema Único de Saúde, ainda é pouco aplicada na ortodontia. Diante dos dados
obtidos neste estudo, pode-se concluir que a literatura traz o tratamento das pistas
como uma forma efetiva para a correção das mordidas cruzadas posterior.
Assim, faz-se necessário uma maior divulgação das informações relacionadas
a realização deste procedimento na graduação e em vista disso, trabalhos futuros
precisam ser conduzidos a respeito dessa técnica, apresentando a possibilidade de
protocolos de tratamento precoce de baixo custo que poderão ser executados de
forma mais acessível.
42

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, M. A. de O. et al. A correção da mordida cruzada posterior unilateral com


desvio funcional melhora a assimetria facial? R Dental Press Ortodon Ortop
Facial, Maringá, v. 14, n. 2, p. 89-94, mar./abr. 2009. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1415-
54192009000200011&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 14 outubro de 2020.

ÁRTICO, M. F. M. et al. Prevalência da mordida aberta anterior. CESUMAR, v.6, n.1,


p. 12-15. 2004. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/62701211.pdf.
Acesso em: 31 março de 2021.

BATISTA, E.R., SANTOS, D.C.L. Mordida cruzada posterior em dentição mista. Rev.
Odontol. Univ.Cid. São Paulo, v.29, n.1, p. 66-74. 2016. Disponível em:
http://arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/revista_odontologia/pdf/j
aneiro_abril_2017/Odonto_01_2017_66-74%202.pdf. Acesso em: 17 setembro de
2020.

BEZERRA, P.K.M., CAVALCANTI, A.L. Características e distribuição das


maloclusões em pré-escolares. Rev Cienc Med Biol., Salvador, v.5, n.2, p.117-123.
2006. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/20444/1/3_v.5_2.pdf.
Acesso em: 13 agosto de 2020.

CAMPOS, F.L.de. et al. A má oclusão e sua associação com variáveis


socioeconômicas, hábitos e cuidados em crianças de cinco anos de idade. Rev
Odontol UNESP., Piracicaba, v.42, n.3, p.160-166. 2013. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rounesp/a/snZ4bn6Lqc89JCrJskx8MSj/?format=pdf. Acesso
em: 17 agosto de 2020.

CHIBINSKI A.C.R., CZLUSNIAK G.D., MELO M.D. Pistas diretas Planas: terapia
ortopédica para correção de mordida cruzada funcional. Clin Ortodon Dental Press,
Maringá, v.4, n.3, p.64-72. 2005. Disponível em:
https://br.clinicalorthodontics.net/rcodp-v04n03-2005-64/. Acesso em: 03 abril de
2021.

CRUZ, A.C. de O. et al. A importância da ortodontia preventiva e Interceptativa:


Revisão de literatura. Fundação universitária a vida cristã, Pintamonhangaba,
2014. Disponível em: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/medicina/a-
importancia-tratamento-preventivo-interceptativo-ortodontia.htm. Acesso em: 30
março de 2021.

CRUZ, J.H. de A. et al. Mordida cruzada posterior: um enfoque à epidemiologia,


etiologia, diagnóstico e tratamento. Arch Health Invest, v.8, n.3, p.157-163. 2019.
Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1006966.
Acesso em: 30 março de 2021.

FURTADO, F. et al. Princípios Básicos de Oclusão Ideal. Journal of Research in


Dentistry, v.6, n.3, p.49-59. 2018. Disponível em:
43

http://www.portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/JR_Dentistry/article/view/6604.
Acesso em: 03 abril de 2021.

GARBIN, A.J.I. et al. Pistas directas planas para el tratamiento de la mordida


cruzada posterior. Revista Cubana de Estomatología, v. 51, n. 1, p. 113-120, 2014.
Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-721276. Acesso em:
01 abril de 2021.

GARBIN, A.J.I. et al. A utilização da Pista Direta de Planas no tratamento


precoce da mordida cruzada posterior: relato de caso. Arch Health Invest, v. 5, n. 4,
p. 182-185, 2016. Disponível em:
http://archhealthinvestigation.emnuvens.com.br/ArcHI/article/download/1326/pdf.
Acesso em: 01 abril de 2021.

GARBIN, A.J.I. et al. Neuroclusal rehabilitation and planas direct tracks in the
posterior crossbite treatment. RGO, Rev Gaúch Odontol, Porto Alegre, v.65, n.2, p.
109-114, abr./jun., 2017. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rgo/a/LCRTjGXpwjNF7fPvCQCwRbq/?lang=en&format=pdf.
Acesso em: 25 setembro de 2021.

GIMENEZ, C.M.M. et al. Prevalência de más oclusões na primeira infância e sua


relação com as formas de aleitamento e hábitos infantis. R Dental Press Ortodon
Ortop Facial, Maringá, v. 13, n. 2, p. 70-83, 2008. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/dpress/a/4phPqmWjxZLyLzMrcQHH49G/?format=pdf. Acesso
em: 01 abril de 2021.

HASSAN, R.; RAHIMAH, A. Occlusion, malocclusion and method of measurements-


an overview. Archives of Orofacial Sciences, v.2, p.3-9. 2007. Disponível em:
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/33898/1/Vida_Catarina_Sofia_Cardoso.p
df. Acesso em: 28 fevereiro de 2021.

LIPPOLD, C. et al. Early treatment of posterior crossbite - a randomized clinical trial.


Trials J., 2013. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-86372017000200109.
Acesso em: 04 novembro de 2020.

MARIA R.M.P. Correção da mordida cruzada anterior com pistas diretas planas:
relato de caso. 2014. Trabalho de Conclusão de Curso Odontologia – Universidade
Estadual de Londrina, Londrina, 2014. Disponível em:
http://www.uel.br/graduacao/odontologia/portal/pages/arquivos/TCC2014/RENATA%
20MARCOLINO%20PAES%20MARIA.pdf. Acesso em: 14 fevereiro de 2021.

MARQUES, L.S. et al. Prevalência da maloclusão e necessidade de tratamento


ortodôntico em escolares de 10 a 14 anos de idade em Belo Horizonte, Minas
Gerais, Brasil: enfoque psicossocial. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 21, n.
4, p. 1099-1106. 2005. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2005000400012.
Acesso em: 08 março de 2021.
44

MENDES, K.D.S; SILVEIRA, R.C. de C.P.; GALVÃO, C.M. Revisão Integrativa:


Método de Pesquisa para a Incorporação de Evidências na Saúde e na
Enfermagem. Texto Contexto Enferm., Florianópolis, v.17, n.4, p.758-764. 2008.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/tce/a/XzFkq6tjWs4wHNqNjKJLkXQ/. Acesso
em: 27 agosto de 2020.

MINOMI, F.M. A Importância do Tratamento Ortodôntico Precoce. 2014.


Trabalho de Conclusão de Curso Odontologia – Universidade Estadual de
Campinas, Piracicaba, 2014. Disponível em: https://core.ac.uk/display/159211572.
Acesso em: 19 fevereiro de 2021.

MIAMOTO, C.B. et al. Impact of two early treatment protocols for anterior dental
crossbite on children’s quality of life. Dental Press J Orthod. Jan-Feb;23(1):71-8.
2018. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/dpjo/a/7WQtknPZG3QsNtVqMtCwK5D/?lang=en&format=pdf.
Acesso em: 29 agosto de 2021.

NOGUEIRA, J.S. Má oclusão: causas e consequências uma abordagem


comparativa. 2014. Trabalho de Conclusão de Curso Odontologia – Universidade
Estadual de Campinas, Piracicaba, 2014. Disponível em:
http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?view=000923878. Acesso em: 19
fevereiro de 2021.

OLIVEIRA, M de F. et al. Reabilitação neuroclusal em paciente odontopediátrico com


mordida cruzada posterior unilateral – relato de caso clínico. RFO UPF, Passo
Fundo, v. 24, n. 1, p. 31-37, jan./abr. 2019. Disponível em:
http://seer.upf.br/index.php/rfo/article/view/8633. Acesso em: 10 de agosto de 2021.

PEREIRA, A.C. et al. Características das funções orais de indivíduos com má


oclusão Classe III e diferentes tipos faciais. Rev. Dent. Press Ortod. Ortop. Facial.,
Maringá, v.10, n.6, p.111-119. 2005. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/dpress/a/83PyvNKQ6G5nWMCM3sLDVgD/?format=pdf.
Acesso em: 10 março de 2021.

PETTER, O.I. Utilização de Pista Direta Planas para Tratamento de Mordida


Cruzada Posterior na Dentição Decídua. 2016. Monografia (Especialização) –
Universidade Estadual do Paraná, Curitiba, 2016. Disponível em:
https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/52477/R%20-%20E%20-
%20ODARA%20IRIS%20PETTER.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 24
fevereiro de 2021.

PÈTREN, S. Correction of unilateral posterior crossbite in the mixed dentition.


Swedish Dent. J., 2011. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18538237/.
Acesso em: 04 novembro de 2020.

PINTO, E.M.; GONDIM, P.P.C.; LIMA, N.S. Análise Crítica dos diversos métodos de
avaliação e registro das más oclusões. Rev Dent Press Ortodon e Ortopedi Facial,
v.13, n.1, p.82-91. 2008. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1415-
54192008000100010&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 27 agosto de 2020.
45

PROFFIT, W. R.; FIELDS, H. W.; SARVER, D. M. Contemporary orthodontics, Rio


de Janeiro: 4 ed. St. Louis: C.V. Mosby & Co. 2007. Disponível em:
https://core.ac.uk/download/pdf/62701211.pdf. Acesso em: 19 março de 2021.

PRUDENTE, J.S. A Importância da Intervenção Precoce da Mordida


Cruzada Posterior. 2014. Trabalho de Conclusão de Curso Odontologia –
Universidade Tiradentes, Aracaju, 2014. Disponível em:
http://openrit.grupotiradentes.com:8080/xmlui/bitstream/handle/set/2142/A%20IMPO
RT%C3%82NCIA%20DA%20INTERVEN%C3%87%C3%83O%20PRECOCE%20DA
%20MORDIDA%20CRUZADA%20POSTERIOR%20%28UNIT-
SE%29.pdf?sequence=1. Acesso em: 14 fevereiro de 2021.

RAPEEPATTANA, S. et al. Etiology of Malocclusion and Dominant Orthodontic


Problems in Mixed Dentition: A Cross-sectional Study in a Group of Thai Children
Aged 8–9 Years. Journal of International Society of Preventive and Community
Dentistry | Published by Wolters Kluwer - Medknow. 2019. Disponivel em:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31516872/. Acesso em: 22 setembro de 2021.

ROSSI, L.B. et al. Correção de Mordida Cruzada Anterior Funcional com a Terapia
de Pistas Diretas Planas: Relato de Caso. FOL, v.22, n.2, p.45-50. 2012. Disponível
em: https://www.metodista.br/revistas/revistas-
unimep/index.php/Fol/article/view/1486. Acesso em: 27 agosto de 2020.

SADAKYIO, C.A. et al. Prevalência de má oclusão em pré-escolares de Piracicaba –


SP. Ciênc. Odontol Bras., v.7, n.2, p.92-99. 2004. Disponível em:
https://ojs.ict.unesp.br/index.php/cob/article/download/493/414. Acesso em:
01março de 2021.

SANTOS, R. R. et al. Prevalence of malocclusion and related oral habits in 5 to 6


year-old children. Oral Health and Preventive Dentistry, v.10, n.4, p.311-318. 2012.
Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23301231/. Acesso em: 01 março de
2021.

SARIG, R. et al. Malocclusion in early anatomically modern human: a reflection on


the etiology of modern dental misalignment. Plos One, v.8, n.11, p.1-10. 2013.
Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24278319/. Acesso em: 12 março de
2021.

SOUSA, R. V. et al. Malocclusion and socioeconomic indicators in primary dentition.


Brazilian Oral Research, v.28, n.1, p.54-60. 2014. Disponível em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25000602. Acesso em: 31 agosto de 2020.

SOUZA, M.C.N.de; GONÇALVES, M. de A.; PINHEIRO, P.M. de M. Má Oclusão


Classe III de Angle: Diagnóstico e Tratamento Precoce. Revista Científica do
ITPAC, v.3, n.2, p.28-39. 2010. Disponível em:
https://sumarios.org/artigo/m%C3%A1-oclus%C3%A3o-classe-iii-de-angle-
diagn%C3%B3stico-e-tratamento-precoce. Acesso em: 31 agosto de 2020.
46

SHEN, L. et al. Prevalence of malocclusion in primary dentition in mainland China,


1988–2017: a systematic review and meta-analysis. SCIENTIFIC REPORTS 8:4716.
2018. Disponível em: https://www.nature.com/articles/s41598-018-22900-x.pdf.
Acesso em: 10 outubro de 2021.

TAVARES, A.R.F; ESTRELA, C.R.A; CARVALHO, P.C.L. Ortodontia interceptativa


no tratamento de mordida cruzada posterior bilateral e mordida aberta anterior: relato
de caso. Rev Odontol Bras Central, 28(87): 248-251. 2019. Disponível em:
https://www.robrac.org.br/seer/index.php/ROBRAC/article/view/1384/2793. Acesso
em: 5 agosto de 2021.

TERUEL, G.P. Reabilitação Neuroclusal pelo método das pistas diretas planas.
2018. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de
Odontologia de Araçatuba, Araçatuba, 2018. Disponível em:
https://oasisbr.ibict.br/vufind/Record/UNSP_7ea7a0b32f0fabaeca7e12b85d4b29c7.
Acesso em: 24 fevereiro de 2021.

TODOR, B. I. et al. Environmental factors associated with malocclusion in children


population from Mining areas, Western Romania. International Journal of
Environmental Research and Public Health, v.16, v.18. 2019. Disponível em:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31547435/. Acesso em: 31 agosto de 2020.

THOMAZ EBAF, VALENÇA AMG. Prevalência de má-oclusão e fatores


relacionados à sua ocorrência em pré-escolares da cidade de São Luís – MA –
Brasil. RPG Rev Pós Grad 2005;12(2):212-21.Disponivel em:
http://www.de.ufpb.br/~mds/Artigos_Web/RPG05.pdf. Acesso em: 29 junho de 2021.

VAZ, M. Percepção da necessidade de tratamento ortodôntico precoce por


médicos pediatras. 2017. Dissertação (Mestrado) – Instituto Superior de Ciências
da Saúde Egas Moniz. 2017. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/338109667_Percecao_da_necessidade_de
_tratamento_ortodontico_precoce_por_Medicos_Pediatras. Acesso em: 24 março
de 2021.

WOITCHUNAS F.E. et al. Avaliação das distâncias transversais em indivíduos com


mordida cruzada posterior que procuraram a clínica de Ortodontia Preventiva II da
Faculdade de Odontologia da Universidade de Passo Fundo. RFO, Passo Fundo,
v.15, n.2, p.190-196, maio-ago., 2010. Disponível em:
http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
40122010000200017. Acesso em: 20 outubro de 2020.
47

APÊNDICES

Anexo A:

Número do Titulo Autor Ano Objetivo


artigo
Reabilitação Gabriela Peres 2018 Relatar o caso
1 neuroclusal pelo Teruel clínico de uma
método das criança do gênero
Pistas Diretas masculino, com
Planas mordida cruzada
posterior unilateral
funcional, tratada
pelas PDP,
visando
determinar a
eficácia e a
estabilidade
oclusal desse
método.
Neuroclusal Artênio José 2017 Avaliar a eficácia
2 rehabilitation and Isper GARBIN; do tratamento da
planas direct Bruno reabilitação
tracks in the WAKAYAMA; neuroclusal com
posterior Tânia Adas as Pistas Diretas
crossbite Saliba ROVIDA; Planas na
treatment Cléa Adas Saliba correção das
GARBIN mordidas
cruzadas
posteriores.
Ortodontia Alessandra 2019 Relatar a
3 interceptativa no Rodrigues importância da
tratamento de Fonseca aplicação da
mordida cruzada TAVARES; ortodontia
posterior bilateral Cyntia R. A. interceptativa em
e mordida aberta ESTRELA; uma criança de 9
anterior : Relato Priscilla Cardoso anos e
de Caso LAZARI- dentição mista
CARVALHO com mordida
cruzada posterior
e mordida aberta
anterior,
apresentando
alternativa de
tratamento que
permitiu a
resolução do
caso.
48

Mordida cruzada José Henrique 2019 Realizar revisão


4 posterior: um de Araújo CRUZ; de literatura sobre
enfoque à Elaine Roberta a epidemiologia,
epidemiologia, Leite de SOUZA; etiologia,
etiologia, Lindoaldo Xavier diagnóstico e
diagnóstico e de SOUSA; tratamento da
tratamento Bruno Firmino de Mordida Cruzada
OLIVEIRA; Posterior (MCP),
Gymenna Maria na justificativa
Tenório desta área ainda
GUÊNES; possuir grande
Maria Carolina prevalência de
Bandeira casos e
MACENA inconsistências
em relação aos
seus conceitos.
5 Impact of two Cristina Batista 2018 Avaliar o impacto
early treatment Miamoto; de dois protocolos
protocols for Leandro Silva de tratamento
anterior Marques; Lucas precoce para a
dental crossbite Guimarães mordida cruzada
on children’s Abreu; Saul anterior dentária
quality of life Martins Paiva na qualidade de
vida de crianças.
6 Má oclusão e Letícia Pereira 2019 Avaliar
vulnerabilidade Martins; prevalência e a
social: estudo Jéssica Madeira gravidade da má
representativo Bittencourt; oclusão e sua
de adolescentes Cristiane Baccin associação com a
de Belo Horizonte, Bendo; vulnerabilidade
Brasil Miriam Pimenta social a que os
Vale; adolescentes de
Saul Martins 11 a 14 anos de
Paiva idade, na cidade
de Belo Horizonte,
estão expostos.
7 Aspectos José Mansano 2018 Estimar a
sociodemográficos Bauman; prevalência
relacionados à João Gabriel de maloclusão em
gravidade Silva Souza; escolares
da maloclusão em Claudiana brasileiros e
crianças Donato Bauman; verificar a
brasileiras de 12 Flávia Martão influência dos
anos Flório aspectos
sociodemográficos
em função da
gravidade da
maloclusão.
8 Força de mordida Monize Vilela; 2017 Investigar a
em crianças com Melissa Nara de influência da
49

mordida cruzada Carvalho mordida


posterior Picinato-Pirola; cruzada posterior
Lúcia Dantas na força
Giglio; Wilma isométrica máxima
Terezinha de mordida
Anselmo- (FIMM), em
Lima; Fabiana crianças na fase
Cardoso Pereira de dentição mista.
Valera; Luciana
Vitaliano Voi
Trawitzki; Tais
Helena Grechi
9 Reabilitação Marcia de Freitas 2019 Relatar um caso
neuroclusal em Oliveira; clínico,
paciente Karen Pantoja de demonstrando
odontopediátrico Araújo; a sequência
com mordida Karine Pantoja clínica do
cruzada de Araújo; tratamento
posterior unilateral Maria Isaura realizado por
– relato de caso Monteiro Buelau; meio de RNO em
clínico Peter John um paciente com
Buelau dentadura
decídua
e MCP unilateral.
10 Orthodontic C. Grippaudo1, 2020 Avaliar a
treatment V. Quinzi; A. prevalência de
need and timing: Manai; maloclusões e
Assessment of E.G. fatores de
evolutive Paolantonio; F. risco associados,
malocclusion Valente; e comparar a
conditions G. La Torre; G. prevalência de
and associated Marzo maloclusões
risk factors relacionadas ao
crescimento
infantil. Investigar
a correlação entre
a má oclusão e o
desenvolvimento
da oclusão
dentária é
fundamental para
definir o momento
ortodôntico e as
modalidades de
tratamento mais
adequadas.
11 Early Orthodontic Francesco 2021 Avaliar como os
Treatments of Caroccia; tratamentos
Unilateral Francesco ortodônticos
Posterior Moscagiuri; Luigi podem afetar a
50

Crossbite: Falconio; Felice mordida cruzada


A Systematic Festa and posterior unilateral
Review Michele D’Attilio (UPXB) na
dentição primária
e mista inicial.
Diversas bases de
dados foram
consultadas e
selecionados
artigos publicados
entre janeiro de
2002 e março de
2020.
12 Etiology of Sirate 2019 Encontrar as
Malocclusion and Rapeepattana; possíveis
Dominant Angkana etiologias de
Orthodontic Thearmontree; maloclusão que
Problems in Mixed Supanee indiquem
Dentition: A Suntornlohanakul tratamentos
Cross-sectional precoces e
Study in a Group identificar os tipos
of Thai Children de tratamento
Aged ortodôntico
8–9 Years precoce no grupo
de crianças
do sul da
Tailândia.
13 New Materials for Grazia Fichera; 2021 Avaliar as
Orthodontic Stefano Martina; alterações
Interceptive Giuseppe esqueléticas e
Treatment in Palazzo; Rosaria dentoalveolares
Primary to Late Musumeci; obtidas após 1
Mixed Dentition. A Rosalia Leonardi; ano de
Retrospective Gaetano Isola; tratamento com
Study Using and Antonino Lo aparelhos
Elastodontic Giudice elastodônticos
Devices (AE) em uma
coorte
retrospectiva de
crianças que
relataram sinais
precoces de
maloclusão.
14 Prevalence of Lu Shen; Fang 2018 Determinar as
malocclusion in He; Cai Zhang; características
primary dentition Haofeng Jiang & epidemiológicas
in mainland Jinhua Wang da má oclusão
China, 1988– entre pré-
2017: a systematic escolares na
review and meta- China
51

analysis continental de
1988 a 2017.

Você também pode gostar