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Revista Eletrônica de Gestão Organizacional
ISSN: 1679-1827

Luxury Consumption Tendency Scale


(LCTS): Adaptação e Validação para o
Contexto Brasileiro

Luxury Consumption Tendency Scale


(LCTS): Adaptation and Validation to the
Brazilian Context

Manoel Bastos Gomes Neto1 ,


Lucas Emmanuel Nascimento Silva2 ,
Patrick Wendell Barbosa Lessa³ ,
Jailson Santana Carneiro4 , Rebeca da Rocha Grangeiro5

1Pontifícia
Universidade Católica, Programa de Pós-Graduação em Administração,
Belo Horizonte, MG, Brasil.
2Universidade de São Paulo, Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade
e Atuária da Universidade de São Paulo, Programa de Pós-Graduação em Adminis-
tração, São Paulo, SP, Brasil.
3UniversidadeFederal de Santa Catarina, Centro Socioeconômico, Programa de Pós-
Graduação em Administração, Florianópolis, SC, Brasil.
4Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada,
Serra Talhada, PE, Brasil. Universidade Federal da Paraíba, Programa de Pós-gradua-
ção em Administração, João Pessoa, PB, Brasil.
5Universidade Federal do Cariri, Centro de Ciências Sociais Aplicada, Juazeiro do
Norte, CE, Brasil.

Neto, M. B. G., Silva, L. E. N., Lessa, P. W. B., Carneiro, J. S., & Grangeiro, R. R. (2022). Luxury Con-
sumption Tendency Scale (Lcts): Adaptação E Validação Para O Contexto Brasileiro. Gestão.Org – Re-
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Resumo
Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo adaptar e validar a Escala de Ten-
dência de Consumo de Luxo - ETCS (Luxury Consumption Tendency Scale - LCTS)
para o contexto brasileiro.
Método/abordagem: A coleta dos dados ocorreu de maneira presencial e online, com
uma amostra de jovens e adultos com mais de 18 anos (n=401). Para a validação do
instrumento, foi realizada uma Análise Fatorial Confirmatória, verificando o ajuste do
modelo completo, a confiabilidade e validade do instrumento, além das análises des-
critivas. A escala final foi definida com quatro dimensões, sendo elas: singularidade;
significado simbólico; desejo arbitrário; minoria exclusiva.
Contribuições teóricas/práticas/sociais: Este trabalho busca contribuir para os estudos
de marketing, comportamento do consumidor e tendência ao consumo de luxo ao
apresentar as propriedades psicométricas da escala, dando viabilidade para a aplica-
ção do instrumento no Brasil e ampliando o conhecimento científico no âmbito do mar-
keting.
Originalidade/relevância: Foram realizados os procedimentos de tradução, adaptação
e aplicação dos itens da escala junto com questões sociodemográficas no contexto bra-
sileiro.
Palavras-chave: Luxo; Consumo; Consumo de Luxo; Comportamento do consumidor;
Validação de instrumento de mensuração.

Abstract
Purpose: This paper aims to adapt and validate the Luxury Consumption Tendency
(LCTS) from to the Brazilian context.
Design/methodology/approach: The data collection was both presential and online
with a sample of 401 consumers over 18 years old. To validate the instrument, a con-
firmatory factor analysis was performed, verifying the adjustment of the whole model,
the reliability and validity of the instrument, and also the descriptive analysis.
Research, Practical & Social implications: The final scale was composed of four di-
mensions, thus being: singularity; symbolic meaning; arbitrary desire; exclusive mi-
nority. Therefore, this paper seeks to contribute to the marketing studies, consumer
behavior and luxury consumption tendency by presenting the psychometrics proprie-
ties of the scale, providing viability for the application of the instrument in Brazil and
expanding scientific knowledge in the field of marketing.
Originality/value: The proceedings of translation, adaptation, and application of the
items with sociodemographic questions were performed to the Brazilian context.
Keywords: Luxury; Consumption; Luxury Consumption; Consumer Behavior; Meas-
urement Instrument Validation.

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Introdução cessos psicológicos subjacentes (auto-


As mudanças contemporâneas congruência, autoafirmação e fideli-
na visão do consumo fizeram emergir dade) e identificaram que elas ocorrem
percepção que um dos principais aspec- em diferentes contextos culturais
tos para consumir é a construção de (China e Estados Unidos). Shammout,
identidade (Pandelaere & Shrum, 2020; D’Alessandro, Small e Nayeem (2022)
Schectamn et al., 2013). Belk (1988) in- examinaram a influência da cultura e
troduz a ideia de expansão do self, res- do materialismo no comportamento de
saltando que reconhecemos nossas pos- compra de bens de luxo. Kerviler e Ro-
ses como parte de nós mesmos. Braga- driguez (2019) analisaram o papel da
glia (2010) apresenta três motivações expansão do self na experiência da
que levam o indivíduo a consumir: a marca de luxo, indicando que o con-
busca por satisfação relacionada à fun- sumo de luxo, além dos aspectos hedô-
cionalidade dos produtos; a busca pelo nicos, apresenta o benefício de aumen-
prazer emocional sem papel de comu- tar a perspectiva do consumidor e seu
nicação social e; a busca por prazer auto conteúdo.
emocional ligada aos produtos e marcas Um aspecto que apresenta ainda
como comunicadores sociais. poucos estudos é o consumo de luxo
Este terceiro motivo reconhece como um traço da personalidade. Do-
que os consumidores possuem mais in- gan et al. (2018) indicam que o foco da
teresse no simbolismo dos produtos pesquisa em consumo de luxo tem, com
que em suas funcionalidades (Slater, frequência, retratado abordagens con-
2001). Neste sentido, o consumo de luxo ceituais ou focadas na marca e apre-
é um exemplo desta prática de consumo senta uma definição de tendência de
(Kerviler & Rodriguez, 2019; Bragaglia, consumo de luxo como uma predispo-
2010). Husic e Cicic (2009) identificaram sição dos indivíduos de consumir pro-
que os consumidores de luxo buscam dutos desejáveis e caros para exibir sta-
ser diferentes, procuram produtos que tus, promover-se ou alcançar uma
são limitados para outros e estão dis- classe social mais elevada. Com esta de-
postos a pagar altos preços. Strehlau e finição, os autores propõem e validam
Aranha (2004) apresentam estes produ- uma escala para mensurar este con-
tos como capazes de prover distinção ceito, a escala é dividida em cinco di-
social, limitados e com alto preço. mensões e possui no total 18 itens.
Pesquisas recentes buscaram Dada a perspectiva da avaliação
compreender alguns aspectos desta do consumo de luxo a partir de um
modalidade de consumo. Wang, Yuan, traço da personalidade do indivíduo,
Liu e Luo (2022) investigaram as rela- este trabalho tem como objetivo adap-
ções entre o simbolismo do luxo e pro- tar e validar a Escala de Tendência de
Consumo de Luxo - ETCS (Luxury Con-
sumption Tendency Scale - LCTS) de

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Dogan et al. (2018) para utilização no Consumo de Luxo e Construção


contexto brasileiro. de Identidade
A justificativa desta pesquisa re- O estudo do consumo de luxo
side na importância da compreensão tem sido uma preocupação, especial-
deste fenômeno no contexto brasileiro e mente no campo de conhecimento do
adaptação deste instrumento, identifi- marketing (Wang et al., 2022; Kerviler
cando a validade e confiabilidade da es- & Rodriguez, 2019). Não se observa
cala para utilização no Brasil. Eastman consenso entre pesquisadores da área
e Eastman (2015) afirmam que há um quanto à definição do termo. A ideia de
lapso nos estudos sobre consumo de sensualidade, esplendor, prazer e extra-
luxo e investimentos, desta forma, a vagância é uma das percepções de al-
pesquisa auxiliará em pesquisas futuras guns pesquisadores diante do tema
do campo, além de estabelecer o para- (Dubois, Czellar, & Laurent, 2005;
lelo com culturas nacionais diferentes. Christodoulides, Michaelidou; Kapfe-
Vale ressaltar que o mercado de luxo rer & Bastien, 2009; Park, Reisinger, &
está crescendo e se tornando um setor Noh, 2010; Shukla, 2011). Eastman e
altamente lucrativo da economia nacio- Eastman (2015) apresentam o conceito
nal, corroborando a necessidade de es- de luxo associado à forma pela qual os
tudos na área (Filgueira, Queiroz, & consumidores buscam aumentar o
Silva, 2017). prestígio ou nível de status.
Além desta introdução, o texto Dogan et al. (2018) destacam que
está dividido em cinco seções. A seguir com o passar dos anos, a atenção dos
são discutidas as teorias referentes ao consumidores foi transferida dos pro-
consumo de luxo e à construção de dutos comuns para os produtos de
identidade, apresentando também a luxo, devido ao desejo de construir e
tendência do consumo de luxo e as di- presentear o self. Belk (1988) reconhece
mensões da escala. A seção metodoló- que as posses podem simbolicamente
gica exibe os procedimentos de adapta- estendê-lo, convencendo os outros de
ção e validação da escala. Os resultados que podemos ser uma pessoa diferente
apresentam as técnicas estatísticas que do que seríamos sem o bem. O consumo
foram executadas e a validade e confia- de bens/serviços serve então como um
bilidade dos instrumentos. Por fim, as instrumento de construção do self do
considerações finais apontam limita- indivíduo e contribui na capacidade de
ções da pesquisa e indicações para estu- fazer e de ser.
dos futuros. A partir do reconhecimento do
uso das posses como uma forma de
Fundamentação Teórica construção e desenvolvimento do self
(Belk, 1988), pode ser constatado que o
consumo de produtos luxuosos possui

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outras motivações além do produto em pode servir como uma forma externa de
si. Bilge (2015) afirma que o critério do poder quando as pessoas se encontram
produto para ser considerado um bem com uma depravação de controle pes-
de luxo depende da percepção das pes- soal. A ideia de poder e posse foi discu-
soas, da cultura e sociedade. Strehlau e tida por McClelland (1951), onde o au-
Aranha (2004, p.10) definem um pro- tor indica que os objetos se tornam uma
duto de luxo como sendo aquele que parte de nosso self a partir do momento
“provê distinção social por meio de que passamos a exercer controle ou po-
símbolos de status socialmente desejá- der sobre eles. De acordo com Baumeis-
veis e escassos, preço premium e quali- ter (2002), pode então ser inferido que
dade”. A partir dessa definição, pode- pessoas com baixo controle próprio ten-
se perceber que os produtos luxuosos dem a comprar produtos luxuosos, pois
possuem características que os diferem possuem pouco controle pessoal e expe-
de produtos não luxuoso. rienciam ausência de poder.
Diante dessas particularidades O consumo de luxo está direta-
dos produtos de luxo, os consumidores mente associado a um consumo de sím-
destes bens podem ganhar vantagens bolos. Slater (2001) afirma que na mo-
sociais, pois estão seguindo os padrões dernidade, as pessoas deixam de consu-
de uma classe social da qual desejam se mir o produto e consomem os símbolos
tornar parte (Shammout et al., 2022; que essas mercadorias representam.
Kastanakis & Balabanis, 2012). A facili- Dogan et al. (2018) discutem a simbolo-
dade da transição entre classes pode gia do consumo de luxo a partir da cons-
tornar o consumo de luxo mais apela- trual level theory (Trope & Liberman,
tivo (Dogan et al., 2018). As práticas de 2010) indicando que pessoas com um
consumo de luxo servem então como high construal level tendem a consumir
uma forma de prover aceitação em gru- produtos luxuosos, pois visualizam es-
pos sociais (Wang, Tchernev, & Sol- ses bens além da simples funcionali-
Loway, 2012). Desta forma, pessoas so- dade que possuem, ao contrário de pes-
cialmente isoladas podem desejar se en- soas com o low construal level.
gajar no consumo de luxo como uma O consumo de luxo também ana-
forma de obter aceitação de indivíduos lisado como uma prática que ultrapassa
que realizam tais práticas (Wilcox & Za- as fronteiras de uma nacionalidade, fa-
ichkowsky, 2020; Dion & Borraz, 2017) zendo com que as mesmas marcas e
ou manter o seu status (Shammout et produtos de luxo apresentem potencia-
al., 2022; Kim, Park, & Dubois, 2018). lidades de serem comercializados de
A percepção de falta de poder forma transcultural (Teimourpour &
também pode se configurar como fator Hanzaee, 2011). O consumo de luxo re-
influenciador do consumo de produtos sulta em uma realidade consensual-
de luxo. Neste sentido, Dogan et al. mente compartilhada do que se quali-
(2018) propõem que o consumo de luxo fica como luxo, quais produtos e marcas

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fazem parte dele e por que são luxuosos visou construir a estrutura inicial da es-
para aquele determinado contexto cul- cala. A primeira etapa constituiu-se de
tural (Wang, 2022). Em consonância, Lu uma pesquisa com 11 estudantes de
et al. (2022) exibem como o contexto PHD, estes responderam as seguintes
transcultural e o mecanismo de identi- questões: “Como você define luxo?”,
dade social apresentam efeito significa- “O que vem em sua mente quando você
tivamente positivo nas atitudes em re- pensa em luxo?” e “Quais são as carac-
lação às marcas de luxo. terísticas principais dos produtos/mar-
Por fim, compreendendo o con- cas de luxo?”. Estas questões resulta-
sumo de luxo através de uma perspec- ram em 40 itens, após uma avaliação se-
tiva focada do consumidor, Dogan et al. mântica, restaram apenas 30. A se-
(2018) introduzem o conceito de ten- gunda etapa foi um survey com 502 es-
dência de consumo de luxo, que pode tudantes de graduação da Turquia, vi-
ser entendida como uma propensão ao sando purificar a escala, após análise fa-
consumo de bens/serviços exclusivos, torial exploratória e confirmatória, este
de alto valor aquisitivo e que tem como estudo 1 finalizou com uma escala de 5
objetivo chamar a atenção das outras construtos e 19 itens.
pessoas, exibir status, tornar-se distinto O segundo estudo buscou ex-
de outros e gerar autopromoção. Essa pandir a amostra da pesquisa (N=808) e
definição reconhece a tendência de con- esta foi realizada online, além disso foi
sumo de luxo como um traço da perso- testada a hipótese de que a tendência de
nalidade do consumidor. Os autores consumo de luxo era positivamente in-
apresentam ainda o conceito associado fluenciada pelo consumo conspícuo e
a múltiplos construtos, estes são apre- de status. Foram realizados testes esta-
sentados na seção seguinte. tísticos que denotaram a confiabilidade
da escala, certificando a existência dos 5
A Luxury Consumption Ten- construtos. Nesta etapa, um item no
dency Scale (LCTS) construto “preço” foi excluído devido
A LCTS consiste de uma escala aos níveis insatisfatórios de confiabili-
de 18 itens elaborada por Dogan et al., dade. Por fim, foi confirmada a relação
(2018), constituída por cinco construtos, positiva entre a tendência de luxo, o
respectivamente: singularidade (uni- consumo de status e o consumo conspí-
queness), alto preço (expensiveness), sig- cuo.
nificado simbólico (symbolic meaning), No terceiro estudo, foi realizado
desejo arbitrário (arbitrary desire) e per- um processo de tradução da escala e
tencer a uma minoria exclusiva (belon- esta versão em inglês foi aplicada para
ging to an exclusive minority). residentes dos Estados Unidos (N=100).
A construção da escala foi obtida Nesta etapa também foi testada a hipó-
através de 3 estudos. O primeiro estudo tese de que indivíduos com high cons-
tual level têm uma tendência maior para

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o consumo de luxo. Procedimentos es- ser fundamental para este propósito,


tatísticos foram novamente aplicados, devido à exclusividade que este tipo de
indicando a confiabilidade da escala e consumo oferece (Wang, 2022; Wied-
dos cinco construtos e foi confirmada a mann, Hennigs, & Siebels, 2009). Consi-
hipótese da tendência maior de con- derando que os consumidores buscam
sumo de luxo em indivíduos com high esta diferenciação, é possível identificar
constual level. que a singularidade é um dos fatores
Estas etapas contribuíram para principais na tendência do consumo de
moldar a Escala da Tendência de Con- luxo.
sumo de Luxo (Luxury Consumption Em relação à dispendiosidade,
Tendency Scale), no idioma inglês, com- nota-se que o luxo costuma referenciar
posta por 18 itens e 5 construtos e apre- produtos ou serviços que possuam um
sentada no Quadro 1 com a tradução valor monetário maior (Dubois, 2020).
adotada pelos autores deste trabalho Neste sentido, as pessoas que possuem
para a validação. liberdade financeira para adquirir pe-
ças luxuosas, acabam possuindo uma
Dimensões da Luxury Consumption certa distinção das demais. Assim
Tendency Scale sendo, pode-se inferir que as pessoas
A visão moderna do consumo que possuem maior renda, têm um po-
supera a concepção da satisfação de ne- der de compra acima do padrão (Du-
cessidades. O consumo passa a ser uti- bois, 2020; Dubois & Duquesne, 1993),
lizado como uma ferramenta de cons- tornando, portanto, um produto ou ser-
trução de identidade (Campbell, 2006). viço luxuoso de acordo com a sua dis-
A respeito da singularidade, Vigneron pendiosidade.
e Johnson (1999) declaram que o senti- Por mais que o preço seja um fato
mento do indivíduo de se diferenciar importante para o marketing de luxo, a
dos outros, obtido através do consumo literatura sobre o tema dificilmente fala
de produtos de luxo, é o aspecto que sobre o preço (Kapferer et al., 2014). Por
motiva os consumidores a buscarem es- sua vez, os estudos que tratam sobre o
tes produtos. Além disso, Dogan et al. preço se referem a marcas que não são
(2018) indicam que os produtos luxuo- vistas como luxo (Yeoman &
sos oferecem aos consumidores o senti- Mcmahon-Beattie, 2006). Portanto, fica
mento de que o self é único. Esta con- claro que a definição de termos como
cepção reafirma o uso do consumo de “alto preço” ou “expensiveness” não há
luxo como forma de distinção social. perspicuidade (Gutsatz & Heine, 2018).
Escalas e Bettman (2003) discu- Segundo Kapferer (2014), o luxo
tem que os consumidores buscam au- se tornou moda e seu significado mu-
mentar sua autoestima para reduzir a dou radicalmente. O termo não remete
discrepância entre seu self e o self ideal. mais a objetos como bolsas, relógios ou
O consumo de produtos luxuosos pode

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celulares, mas sim a ilhas privadas, car- aumentar seu valor simbólico e, conse-
ros importados, iates e helicópteros, o quentemente, ter prazer por ter com-
que se pode denominar como super- prado um item considerado luxuoso.
luxo ou “uberluxury” (Kapferer, 2014). No que tange ao desejo arbitrá-
No entanto, quando o assunto é tratado rio, Bilge (2013) ressalta que além dos
apenas como luxo - e não como super- benefícios funcionais, os bens de luxo
luxo - os consumidores estimam marcas também proporcionam benefícios emo-
com etiquetas de preços altos (Wied- cionais, como prazer, felicidade, diver-
mann et al., 2009); portanto, nota-se que são e excitação. Corroborando com o
a dispendiosidade ainda costuma ser exposto, Wiedmann, Hennigs e Siebels
um dos fatores que caracterizam os pro- (2009) destacam o valor hedônico como
dutos ou serviços luxuosos. uma das motivações que atende o de-
No que concerne aos produtos sejo arbitrário. Os autores, por sua vez,
que possuem significado simbólico do concentram-se no consumo de utilitá-
luxo, as pessoas costumam adquiri-lo rios hedônicos e não de utilitários fun-
por meio das marcas luxuosas que, con- cionais, descrevendo a subjetividade
sequentemente, possuem determinados percebida e as propriedades intrinseca-
significados sociais (Han, Nunes, & mente atraentes, como sentimentos es-
Drèze, 2010). Neste contexto, as marcas timulantes, realizações pessoais, gratifi-
de luxo podem instigar as intenções de cações, auto-recompensas, enriqueci-
compras dos consumidores, incremen- mento da vida e outros. Ghanei (2013)
tando um valor atraente, emocional e destaca algumas facetas que o consumo
de qualidade nos produtos de luxo de luxo possui, dentre elas, a super-
(Zhang & Zhao, 2019). fluência, carregada de aspectos não
O custo do produto não se baseia funcionais e sem nenhuma necessidade
mais apenas pela sua aparência, mas de sobrevivência.
sim pela presença do valor que há inse- Além disso, outro conceito que
rido nele (Sharda & Bhat, 2018). Além facilmente pode ser associado ao desejo
disso, a consciência dos consumidores arbitrário é a teoria da emulação de
sobre a marca tem uma forte relação en- classe desenvolvida por Simmel (1904),
tre a vaidade e o consumo de luxo que explica a ideia de uma classe infe-
(Sharda & Bhat, 2018). Neste sentido, rior projetar a classe superior através da
Ochkovskaya (2018) afirma que a pres- imitação dos padrões de consumo, bus-
são social - juntamente com o desejo de cando um reconhecimento ou pertenci-
transmitir uma boa impressão ao redor mento em determinado grupo. Dogan
- pode provocar o consumo de itens de et al. (2018) afirmam que mesmo que as
luxo. Para Dogan et al. (2018), os signi- marcas de luxo possam apresentar dife-
ficados simbólicos das marcas de luxo rentes significados para diferentes clas-
são utilidades intangíveis que fazem os ses sociais, o seu consumo, representa
consumidores procurarem meios para

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para os indivíduos, um mecanismo de Metodologia


transição entre as classes. Nesta seção são expostos os pro-
Desta forma, os consumidores cedimentos metodológicos desta pes-
procuram os produtos/serviços luxuo- quisa, destacando o processo de tradu-
sos por razões sociais e não funcionais, ção e adaptação dos itens da escala e as
eles não precisam consumir esses pro- análises estatísticas realizadas.
dutos por necessidade de sobrevivência
ou necessidades físicas, mas consomem
Tradução e validação semântica
por desejos e necessidades sociais
(Wang, 2022; Lu et al. 2022; Kim et al., do instrumento
2018). Assim, o consumo de luxo tem O processo de validação da es-
atributos que derivam dos desejos arbi- cala está dividido em três etapas: pro-
trários e não analisar esta variável tor- cesso de tradução, análise dos especia-
naria o estudo impreciso (Dogan et al., listas e análise empírica. Inicialmente
2018). foram realizadas as traduções individu-
Em relação ao pertencimento a ais pelos pesquisadores visando obter
uma minoria exclusiva, observam-se especificações particulares sobre os
mudanças nos padrões do consumo de itens. Em seguida, a escala foi compar-
luxo (Kapferer, 2014). Consumidores de tilhada com o setor de tradução da Pró-
classes sociais mais baixas conseguem Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI)
ter acessos a produtos massificados, po- da universidade que os pesquisadores
rém similares aos produtos considera- estão inseridos. Por fim, a escala passou
dos de luxo (Foellmi, Wuergler, & por uma tradução reversa, realizada
Zweimüller, 2014). Neste sentido, por professores da língua inglesa de
pode-se perceber que as pessoas ten- uma escola de idiomas da região, com
dem a querer pertencer a uma minoria objetivo de comparar a tradução reali-
que se destaca dentre as demais (Wang, zada com a original.
2022; Dubois, 2020). Neste momento, foram identifi-
Sharda e Bhat (2019) destacam cadas poucas divergências entre a tra-
que os consumidores se sujeitam a ad- dução dos itens do inglês para a língua
quirir as marcas de luxo com preços re- portuguesa, havendo somente algumas
lativamente altos, famosas e de prestí- modificações de estrutura sintática. O
gio com o intuito de exibir seu sucesso construto expensiviness foi o que apre-
e realizações. Sob tal ótica, os produtos sentou mais dificuldade na tradução
luxuosos adquiridos mostram às pes- para um termo similar no português,
soas que estão ao seu redor, que o con- por fim optou-se por dispendioso, indi-
sumidor possui certa exclusividade cando algo que requer grande dispên-
(Pandelaere & Shrum, 2020). dio monetário, semelhante ao termo no
original.

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A segunda etapa (análise dos es- obteve 66% de acerto (12 itens). Os itens
pecialistas) foi realizada entre os meses “Eu normalmente compro produtos
de outubro e dezembro de 2018 por juí- que eu não preciso fisicamente, mas sim
zes especialistas que analisaram a perti- emocionalmente” e “Quando estou
nência dos itens aos construtos que re- comprando um produto/serviço, eu não
presentam, antes mesmo da etapa de me questiono se eu preciso desse pro-
coleta de dados. A amostra dos juízes duto/serviço” apresentam o menor per-
foi composta por 10 especialistas (mes- centual de acerto, 33% e 42% respectiva-
tres e/ou doutores) da área de marke- mente. Ambos pertencem ao construto
ting. “desejo arbitrário”. A Tabela 1 apre-
Os juízes apresentarem em mé- senta os itens traduzidos, adaptados e
dia 83% de acertos (15 itens). Apenas seus percentuais de acerto.
um juiz obteve 100% de acerto. O juiz
que obteve menor percentual de acerto,

% de acertos dos
Código Versão Original Versão Traduzida
especialistas

SINGULARIDADE

Eu compro um
I buy a product/service since it is dif- produto/serviço desde que seja
SIG1 100%
ferent from other products/services. diferente de outros
produtos/serviços.

Em meu processo de decisão


In my purchase decisions, I consider
de compras, eu considero se o
SIG2 whether the product/service has 91,67%
produto possui características
unique features.
únicas.

Eu tenho interesse em
In my purchase decisions, I consider produtos/serviços que
SIG3 whether the product/service has possuem características únicas 100%
unique features. a produtos/serviços que não
têm.

Eu desejo comprar um
I desire to purchase a product/service produto/serviço que foi
SIG4 100%
that is specially produced for me. especialmente produzido para
mim.

Tabela 1. Itens na versão original e traduzida e avaliação dos especialistas.

Neto, M. B. G., Silva, L. E. N., Lessa, P. W. B., Carneiro, J. S., & Grangeiro, R. R. (2022). Luxury Con-
sumption Tendency Scale (Lcts): Adaptação E Validação Para O Contexto Brasileiro. Gestão.Org – Re-
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ISSN: 1679-1827

DISPENDIOSIDADE

I desire to purchase a product/service Eu compraria feliz


DES1 100%
that is specially produced for me. produtos/serviços caros.

I do not care about finding the best Eu não me importo em encontrar as


DES2 100%
deal/price. melhores ofertas/preços.

I do not prefer to buy low-priced prod- Eu prefiro não comprar


DES3 91,67%
ucts/services. produtos/serviços baratos.

I prefer an expensive product/service Eu prefiro um produto/serviço caro


DES4 100%
over a cheap product. a um barato.

SIGNIFICADO SIMBÓLICO

I care more about what a product/ser- Eu me importo mais com o que um


SS1 vice symbolizes than its functional fea- produto/serviço simboliza do que as 91,67%
tures. funcionalidades dele.

I would buy a product/service if it has Eu compraria um produto/serviço


SS2 a luxury symbolic meaning for the se tivesse um símbolo de luxo para 58,33%
people around me. as pessoas ao meu redor.

Quando estou comprando um


When I am buying products/services, I produto/serviço, eu considero se
SS3 consider what these products/services esses produtos/serviços fazem 50%
make sense to people around me. sentido para as pessoas ao meu
redor.

Whether the product/service make Se o produto faz sentido para as


SS4 senses to other people around me is pessoas ao meu redor é importante 41,67%
important for me. pra mim.

DESEJO ARBITRÁRIO

Eu compro de acordo com os meus


I shop according to my desires, even
DA1 desejos, mesmo quando eu não 100%
when I do not need to shop.
preciso comprar.

Quando estou comprando um


When I am buying products/services, I
produto/serviço, eu não me
DA2 do not question whether I need this 91,67%
questiono se preciso desse
product/service.
produto/serviço.

I usually buy products/services that I Eu normalmente compro produtos


DA3 do not need physically but rather emo- que eu não preciso fisicamente, mas 83,33%
tionally. sim emocionalmente.

Tabela 1. Itens na versão original e traduzida e avaliação dos especialistas (cont.).

Neto, M. B. G., Silva, L. E. N., Lessa, P. W. B., Carneiro, J. S., & Grangeiro, R. R. (2022). Luxury Con-
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PERTENCER A UMA MINORIA EXCLUSIVA

I do not enjoy buying a


Eu não gosto de comprar um
product/service that can be
ME1 produto/serviço que pode ser 91,67%
bought by the vast majority of
comprado pela maioria das pessoas.
Society.

It bothers me when many of the peo- Me incomoda quando muitas


ME2 ple around me have a product/service pessoas ao meu redor possuem um 75%
that I have. produto/serviço que eu tenho.

I would like to feel that I belong to an Eu gostaria de me sentir pertencente


ME3 exclusive minority through prod- a uma minoria exclusiva através dos 91,67%
ucts/services I purchase. produtos que compro.

Tabela 1. Itens na versão original e traduzida e avaliação dos especialistas

Após as análises dos especialis- Jovens e adultos consumidores


tas, foi identificado que alguns itens po- acima de 18 anos foram definidos como
deriam se enquadrar em mais de um a amostra desta pesquisa. O tipo de
construto. Contudo, como nenhum de- amostragem foi não probabilística e por
les se mostra redundante, optou-se por conveniência. Por se tratar de tendência
não excluir nenhum item e verificar seu do consumo de luxo como um traço de
ajuste no modelo a partir da análise fa- personalidade, as características da
torial confirmatória. amostra examinada são adequadas
Finalizadas as duas primeiras para a obtenção de dados básicos e
etapas, foi realizada a estruturação do neste contexto serve para analisar a
questionário de modo que os itens de confiabilidade e validade do instru-
cada construto ficassem misturados mento mencionado.
para evitar viés de respostas dos inqui- A etapa de coleta de dados ocor-
ridos. Para aplicação do questionário, reu entre os meses de março a junho de
foi utilizada uma escala de verificação 2019 e de duas formas: online e presen-
do tipo Likert de 10 pontos, variando de cial. Para a aplicação online, o questio-
0 (discordo totalmente) a 10 (concordo nário foi estruturado na plataforma Go-
totalmente), além de algumas questões ogle Forms e o link do instrumento foi
sociodemográficas. Antes da aplicação, compartilhado entre diversos grupos
foi realizado pré-teste com 21 respon- de inúmeras universidades federais e
dentes, estudantes universitários, com nas redes sociais dos autores e amigos.
o intuito de verificar eventuais erros e A coleta presencial foi realizada em
falta de compreensão dos itens. quatro instituições do ensino superior,
públicas e privadas da região metropo-
Procedimentos de Análise de da- litana do Cariri cearense. Os questioná-
dos rios passaram pelo comitê de ética das

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instituições e os participantes assina- A pesquisa foi realizada com 401


ram Termo de Consentimento Livre e jovens e adultos, dentre eles, o respon-
Esclarecido (TCLE) informando sobre dente de menor idade tinha 18 anos, o
os objetivos e sobre a participação vo- de maior idade tinha 51 anos. A média
luntária no estudo. de idade foi 22 anos, mediana de 20
Finalizada a etapa de coleta dos anos e moda de 19 anos. Entre os entre-
dados, realizou-se a tabulação dos da- vistados, 64,1% são do gênero feminino
dos com o auxílio do Excel, software da (N=257), 35,7% são do gênero mascu-
Microsoft. Após a realização de uma lino (N=143) e 0,2% afirmaram ser não-
análise exploratória com o intuito de binário (N=1). O estado civil predomi-
limpeza da base, verificou-se a existên- nante foi solteiro com 92,3% (N=370),
cia de missing values e outliers. Foram logo após estão os casados/união está-
aplicados 451 questionários, 221 pre- vel com 6,5% (N=26), em seguida, os se-
sencialmente e 230 online. Após os pro- parados/divorciado com 1% (N=4) e por
cedimentos de limpeza, 50 foram dele- último os viúvos com 0,2% (N=1).
tados devido os respondentes não pos- Sobre os entrevistados, 28,5%
suírem 18 anos. Não foram encontrados não possuem renda individual (N=115),
níveis de valores ausentes acima de 5% 21,2% são bolsistas universitários
do total de perguntas nem valores ex- (N=85), 19% trabalham (N=76), 13,5%
tremos. Restando 401 questionários recebem mesada (N=54), 7,7% são autô-
para a realização das análises posterio- nomos (N=31), 7% são estagiários
res. (N=28), 1,2% recebem auxílio universi-
Para verificação da confiabili- tário (N=5) e 0,7% possuem outro tipo
dade e validade do modelo, por se tra- de renda individual (N=3). Em relação
tar de uma escala que já foi validada an- à renda mensal familiar, 40,6% pos-
teriormente, partimos diretamente para suem renda inferior a dois salário-mí-
a análise fatorial confirmatória a fim de nimo (N=163), 31,7% possuem renda de
identificar o ajuste do modelo completo 2 a 4 salários-mínimos (N=127), 19% so-
e dos construtos. Após os ajustes no mam renda de 4 a 10 salários-mínimos
modelo, foram analisadas a confiabili- (N=76), 5,5% possuem renda de 10 a 20
dade interna do instrumento e a vali- salários-mínimos (N=22) e apenas 2,2%
dade da escala. Todos os procedimen- possuem acima de 20 salários-mínimos
tos foram operacionalizados no sof- (N=9).
tware AMOS (versão 22) e baseados na Referente à localização dos en-
literatura especializada (Field, 2009; trevistados, o estado com maior nú-
Hair, Black, Babin, Anderson, Tatham, mero de respondente foi o Ceará com
2009; Costa, 2011). 78,8% (N=316), em seguida vem os en-
trevistados de São Paulo com 4,2%
Participantes (N=17), Pernambuco com 3,2% (N=13).

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Os demais estados apresentaram o va- Descrição e Análise de Da-


lor de N menor que 10, os quais foram
enquadrados na categoria de outros
dos
com 12,1% (N=48) e 1,7% (N=7) não res- Como o objetivo do presente tra-
ponderam. Quando perguntado o nível balho é adaptar e validar a escala de
mais alto de escolaridade, 57,4% res- Tendência de Consumo de Luxo, foi re-
ponderam ensino média (N=230), 21,9% alizada diretamente a Análise Fatorial
afirmaram ser a graduação (N=88), em Confirmatória. Neste sentido, os esfor-
seguida vem os que possuem nível téc- ços foram direcionados no intuito de
nico com 16% (N=64), os outros 4,8% se obter o melhor ajuste ao modelo pro-
dividem em pós-graduação, ensino posto. O modelo inicial considerou as
fundamental I e II e não responderam dimensões da escala com todos os itens
(N=19). descritos na seção anterior, ou seja, um
modelo composto por 18 itens dividi-
dos em cinco dimensões.

MEDIDAS Parâmetro Modelo 1 Modelos 2 Modelo 3 Modelo 4

Qui-quadrado (χ²) 448,145 428,802 291,678 197,985

Graus de Liberdade (gl) 125 109 80 59

χ²/gl <= 5 3,585 3,934 3,646 3,356

P-value 0,000 0,000 0,000 0,000

GFI >=0,900 0,888 0,886 0,911 0,931

CFI >=0,900 0,848 0,849 0,891 0,915

RMSEA <=0,080 0,080 0,086 0,08 0,077

Menor Critical value 2,512* 3,975** 8,080** 8,178**

Tabela 2. Comparação dos modelos pelos resultados da Análise Fatorial Exploratória


Nota: * Não significativo. ** Significativo a p<0,001.
Fonte: Dados da pesquisa (2019).

Análise Fatorial Confirmatória com o valor limite, de 0,080. Ademais,


(AFC) cabe destacar que um item (DES2) apre-
O modelo inicial, aqui denomi- sentou escore baixo (0,142), além de Cri-
nado Modelo 1, apresentou problemas tical Ratio baixo (2,512) e não significa-
em dois índices, o Goodness of Fit In- tivo. Dessa forma, procedeu-se à exclu-
dex (GFI)= 0,888 e Comparative Fit In- são do mesmo para verificar nova-
dex (CFI)=0,848. O Root Mean Square mente os índices de ajuste do modelo,
Error Approximation (RMSEA) ficou conforme exposto na Tabela 1.

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O Modelo 2, que não continha a (DIS4) e Significado simbólico (SS3) que


variável DES2 apresentou os seguintes apresentaram esses dois itens com bai-
índices: χ²=428,802 e g.l.=109 a p<0,000; xos escores fatoriais, sendo 0,214 e
Razão χ²/gl=3,934; GFI=0,886; CFI=0,849 0,365, respectivamente, levando à ex-
e RMSEA=0,086. Tais valores sinalizam clusão deles. Ao analisar a correlação
uma leve mudança nos índices, alguns entre as dimensões, Dispendiosidade e
se distanciando ainda mais dos parâ- Significado Simbólico, notou-se que
metros da literatura. Entretanto, cabe elas apresentavam valores acima de
destacar que todos os Critical Ratios fo- 0,900, indicando assim colinearidade.
ram significativos a p<0,001. Os dados Dessa forma, foi tomada a decisão de
estão na Tabela 2 eliminar a dimensão Dispendiosidade,
Ainda conforme observado na pois ela seria mensurada apenas por
Tabela 2, foi realizado novo ajuste no dois itens, sendo que o mínimo reco-
modelo (Modelo 3). Para isso, obser- mendável para construtos latentes são
vou-se os escores dos itens, especial- três (Hair et al., 2009; Costa, 2011).
mente das dimensões Dispendiosidade

Variância Extraída (59,59%)


Alpha Confiabilidade e Explicada
Dimensão Composta
(0,771)
(0,914) SIG SS DA ME

Singularidade (SIG) 0,768 0,809 0,5167

Significado Simbólico
(SS) 0,649 0,811 0,219 0,5902

Desejo arbitrário (DA) 0,717 0,842 0,100 0,172 0,6408

Minoria Exclusiva (ME) 0,703 0,835 0,187 0,364 0,172 0,6288

Tabela 3. Medidas de confiabilidade e validade das dimensões e escala


Fonte: dados da pesquisa (2019).

O modelo 4, apresenta uma me- os CRs, os quais se mostraram significa-


lhor adequabilidade. Conforme os índi- tivos e não são nulos (Costa, 2011). Os
ces apresentados: χ²=197,985 e g.l.=59 a valores para a consistência interna dos
p<0,000; Razão χ²/gl=3,356; GFI=0,931; itens, mensurados por meio do Alpha
CFI=0,915 e RMSEA=0,077. Assim, foi de Cronbach, ficaram acima de 0,700. A
considerado como adequado, sendo exceção foi a dimensão Significado Sim-
efetuado a validade de construto por bólico, que obteve resultado 0,649, um
meio da validade convergente. Para o pouco acima do mínimo aceitável de
primeiro caso, foram analisados todos

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0,600 (Costa, 2011). Já a consistência in- serva-se que as medidas de posição fi-
terna da escala como um todo ficou em caram situadas em sua maioria em ní-
0,771. Como forma de complementar as veis baixos ou moderados.
análises, extraiu-se também a confiabi- A dimensão Singularidade apre-
lidade composta para cada uma das di- sentou as maiores médias por itens e a
mensões, todas ficaram acima do mí- maior média dentre as dimensões
nimo aceitável de 0,700 (Costa, 2011), (5,35). A dispersão, mensurada a partir
assim como a medida para escala, que do desvio padrão, ficou em um nível in-
alcançou o valor de 0,914. termediário. As medidas de formato si-
Ainda considerando os resulta- nalizam para valores levemente dife-
dos da Tabela 3, nas quatro últimas co- rentes do padrão (zero) para assimetria
lunas, verifica-se que todas as dimen- e 3,000 para a curtose.
sões e a escala apresentam variâncias Já considerando os resultados
superiores a 50% (linha diagonal em ne- para a dimensão Significado simbólico,
grito), conforme indicado pela litera- percebe-se que a média ficou em nível
tura (Hair et al., 2009; Costa, 2011). Os baixo (3,74), valor bem próximo da me-
demais valores dessas quatro últimas diana (3,67). O desvio padrão de 2,36 si-
colunas são as variâncias explicadas naliza uma variação moderada nas res-
(quadrado das correlações entre as di- postas. Quanto ao formato, as medidas
mensões) e, como elas são menores que de assimetria e curtose mostram que as
a variância extraída, tem-se validade distribuições apresentam valores próxi-
discriminantes entre as dimensões. mos dos ideais (considerando a distri-
buição normal). Os dados de ambas as
Resultados descritivos dimensões podem ser visualizados na
Como forma de complementar Tabela 4. Nesta tabela, além das medi-
as análises da escala aqui validada, foi das citadas, são expostas as demais di-
efetuado a extração de medidas de po- mensões com seus respectivos itens
sição, dispersão e formato. Conside- para a escala em sua versão adaptada e
rando a variação da escala (0-10), ob- validada para o contexto brasileiro.

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Assi
Média Md DP Curtose
SINGULARIDADE m

5,35 5,50 2,36 -0,321 2,366

Cód Item Assi


Média Md DP Curtose
m

SIG1 Eu compro um produto/serviço desde que seja


5,28 5,00 2,95 -0,275 2,159
diferente de outros produtos/serviços.

SIG2 Em meu processo de decisão de compras, eu


considero se o produto possui características 5,59 6,00 3,04 -0,332 2,025
únicas.

SIG3 Eu tenho interesse em produtos/serviços que


possuem características únicas a 5,52 5,00 2,86 -0,312 2,225
produtos/serviços que não têm.

SIG4 Eu desejo comprar um produto/serviço que foi


5,03 5,00 3,42 -0,101 1,680
especialmente produzido para mim.

Assi
Média Md DP Curtose
SIGNIFICADO SIMBÓLICO m

3,74 3,67 2,36 0,249 2,321

Cód Item Assi


Média Md DP Curtose
m

SS1 Eu me importo mais com o que um


produto/serviço simboliza do que as 3,00 2,00 2,81 0,806 2,754
funcionalidades dele.

SS2 Eu compraria um produto/serviço se tivesse um


3,20 2,00 3,27 0,735 2,317
símbolo de luxo para as pessoas ao meu redor.

SS4 Se o produto faz sentido para as pessoas ao meu


3,87 3,00 3,24 0,360 1,935
redor é importante pra mim.

Tabela 4. Medidas descritivas das variáveis


Fonte: dados da pesquisa (2019).

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Assi
Média Md DP Curtose
DESEJO ARBITRÁRIO m

4,01 4,00 2,49 0,347 2,418

Cód Item Assi


Média Md DP Curtose
m

DA1 Eu compro de acordo com os meus desejos,


4,70 5,00 3,14 0,138 1,907
mesmo quando eu não preciso comprar.

DA2 Quando estou comprando um produto/serviço,


eu não me questiono se preciso desse 3,50 3,00 3,18 0,562 2,139
produto/serviço.

DA3 Eu normalmente compro produtos que eu não


3,84 3,00 3,05 0,441 2,158
preciso fisicamente, mas sim emocionalmente.

Assi
Média Md DP Curtose
MINORIA EXCLUSIVA m

3,13 2,67 2,55 0,728 2,824

Cód Item Assi


Média Md DP Curtose
m

ME1 Eu não gosto de comprar um produto/serviço


que pode ser comprado pela maioria das 3,28 2,00 3,25 0,672 2,206
pessoas.

ME2 Me incomoda quando muitas pessoas ao meu


redor possuem um produto/serviço que eu 2,81 1,00 3,24 0,964 2,630
tenho.

ME3 Eu gostaria de me sentir pertencente a uma


minoria exclusiva através dos produtos que 3,31 3,00 3,15 0,568 2,118
compro.

Tabela 4. Medidas descritivas das variáveis (cont.)


Fonte: dados da pesquisa (2019).

Ainda considerando os dados da referências para assimetria (zero) e cur-


Tabela 3, percebe-se que a dimensão tose (3,000). Por fim, a dimensão Mino-
Desejo arbitrário obteve valores inter- ria exclusiva obteve a menor média
mediários para a posição (M=4,01; (M=3,13) e mediana (2,67). Isso demons-
Md=4,00) e para dispersão (dp=2,49). tra que os respondentes não buscam fa-
Os valores para o formato da distribui- zer parte de um grupo seleto.
ção seguiram a tendência das dimen-
sões anteriores e se situou próximos das

Neto, M. B. G., Silva, L. E. N., Lessa, P. W. B., Carneiro, J. S., & Grangeiro, R. R. (2022). Luxury Con-
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Discussões Considerando que o instru-


O objetivo deste estudo foi vali- mento deste estudo é centrado no con-
dar a Escala de Tendência de Consumo sumidor, a validação da ETCS repre-
de Luxo para o contexto brasileiro. Os senta sua contribuição teórica para os
construtos seguiram o modelo apresen- estudos de comportamento do consu-
tado por Dogan et al. (2018), somado a midor e consumo de luxo no contexto
literatura que sustenta a relação da prá- brasileiro, evidenciando como essa prá-
tica de consumo de luxo com a busca tica é carregada de símbolos e pode ser
pela singularidade, diante da ideia de motivada pela busca da construção de
que este comportamento oferece uma uma identidade social (Wang, 2022; Du-
distinção social (Wang et al., 2012), e bois, 2020; Pandelaere & Shrum, 2020;
carrega um conjunto de significados Schectamn et al., 2013). Ademais, a es-
simbólicos em suas marcas e produtos cala possibilita que novos estudos utili-
(Zhang & Zhao, 2019). O consumo des- zem do instrumento para uma compre-
ses bens de luxo também proporciona a ensão mais ampla sobre o comporta-
realização de desejos arbitrários, ge- mento de consumo de luxo, facilitando
rando sensações de prazer, felicidade, também a operacionalização com ou-
diversão e excitação (Bilge, 2013), além tras temáticas.
de estar intrinsicamente relacionada
com a construção da identidade social e Considerações Finais
pertencimento de uma minoria exclu- O presente estudo teve como ob-
siva (Wang, 2022; Dubois, 2020). jetivo adaptar e validar a Escala de Ten-
A validação do instrumento dência de Consumo de Luxo - ETCS
exibe um conjunto de técnicas e proce- (Luxury Consumption Tendency Scale -
dimentos que garantem que os itens de LCTS) desenvolvida por Dogan et al.
uma determinada medida psicométrica (2018), para utilização no contexto bra-
retratem o tema teórico que dizem cor- sileiro. Os esforços direcionados por
responder (Chizzotti, 2018). Após a cor- meio da Análise Fatorial Confirmatória
reção de alguns erros, o modelo final e (AFC) e demais medidas de confiabili-
os indicadores de confiabilidade e vali- dade e validade, confirmam o alcance
dade foram adequados para fins de pes- do objetivo proposto, resultando em
quisa (Hair et al., 2009; Costa, 2011). A uma escala com quatro, das cinco di-
escala, para contexto nacional, apresen- mensões do estudo original. Sendo elas:
tou uma estrutura tetrafatorial, divi- Singularidade (4 itens), Significado
dida em treze itens. Cabe reforçar, que Simbólico (3 itens), Desejo Arbitrário (3
a construção e/ou validação de instru- itens) e Minoria Exclusiva (3 itens).
mentos são essenciais para a compreen- Em relação às limitações, é ne-
são dos padrões (ou não) de comporta- cessário considerar que a amostra em
mento dos indivíduos (Faleiros et al., sua maioria é restrita à região Nordeste
2016).
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do Brasil. Assim, recomenda-se que a fim de identificar as possíveis mudan-


pesquisa seja replicada em outras regi- ças de comportamento ao longo do
ões do país para averiguar possíveis se- tempo.
melhanças ou divergências de resulta-
dos. Outra limitação da pesquisa se ca- Referências
racteriza pelo perfil do público estu-
dado, composto majoritariamente por Baumeister, R. F. (2002). Yielding to
jovens e estudantes, no qual ainda po- temptation: Self-control failure, im-
dem estar vivenciando uma fase ama- pulsive purchasing, and consumer
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luxo, possibilitando também possíveis
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da escala. 00283.
Desta forma, os resultados aqui Bragaglia, A. P. (2010). Comportamen-
encontrados podem disparar discus- tos de consumo na contemporanei-
sões a respeito da tendência dos jovens dade. Comunicação Mídia e Con-
ao consumo de luxo. Outras pesquisas sumo, 7(19), 107-124.
podem analisar esta tendência com um https://doi.org/10.18568/cmc.v7i19.19
público mais específico, utilizando de- 7.
terminantes como classe social, gênero,
Campbell, C. (2006). Eu compro, logo
cargos e salários ou outras. Ademais,
sei que existo: as bases metafísicas do
sugerimos um estudo longitudinal, a
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curadoria e análise dos dados, procedimentos metodológicos, na redação (rascunho
original) e na redação (revisão e edição).
Lucas Emmanuel Nascimento Silva (lucasemmanuel1998@gmail.com) trabalhou na
concepção, na curadoria e análise dos dados, procedimentos metodológicos, na reda-
ção (rascunho original) e na redação (revisão e edição).
Patrick Wendell Barbosa Lessa (patrickwbarbosa@gmail.com) trabalhou na curadoria
e análise dos dados, na redação (rascunho original) e na redação (revisão e edição).
Jailson Santana Carneiro (jailson.santana@ufrpe.br) trabalhou nos procedimentos me-
todológicos e análise dos dados.
Rebeca da Rocha Grangeiro (rebeca.grangeiro@ufca.edu.br) trabalhou nos procedi-
mentos metodológicos e análise dos dados, na revisão e na edição.
*Autor-correspondente.

Data de Submissão: 17/09/2020 Data de Aprovação: 02/12/2022

Editor-Chefe: André Luiz Maranhão de Souza-Leão.


Editor Adjunto: Bruno Melo Moura.
Editores da submissão: Denis Silva da Silveira e Jairo Simião Dornelas.

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0). Esta licença permite que
outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do trabalho, para fins não comerciais, desde que lhe atribuam o devido
crédito pela criação original. Texto da licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/deed.pt_BR.

Neto, M. B. G., Silva, L. E. N., Lessa, P. W. B., Carneiro, J. S., & Grangeiro, R. R. (2022). Luxury Con-
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